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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA MECÂNICA


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LUCAS CARDOSO DOBKOWSKI

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURA PARA GALPÃO INDUSTRIAL EM PERFIS FORMADOS À


FRIO DE ACORDO COM A ABNT NBR 14762:2010

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO
2018
LUCAS CARDOSO DOBKOWSKI

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURA PARA GALPÃO INDUSTRIAL EM PERFIS


FORMADOS À FRIO DE ACORDO COM A ABNT NBR 14762:2010

Trabalho de Conclusão de Curso de


graduação, apresentado à disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso 2, do
Curso de Engenharia Mecânica da
Coordenação de Engenharia Mecânica –
COEME – da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – UTFPR, Câmpus
Pato Branco, como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Dr. Diego Rizzotto


Rossetto

PATO BRANCO
2018
FOLHA DE APROVAÇÃO

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURA PARA GALPÃO INDUSTRIAL EM PERFIS


FORMADOS À FRIO DE ACORDO COM A ABNT NBR 14762:2010

Lucas Cardoso Dobkowski

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado no dia 13/08/2018 como


requisito parcial para a obtenção do Título de Engenheiro Mecânico, do curso de
Engenharia Mecânica do Departamento Acadêmico de Mecânica (DAMEC) da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Câmpus Pato Branco (UTFPR-PB). O
candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora julgou o trabalho APROVADO.

____________________________________
Prof. Dr. Paulo Rogerio Novak
(UTFPR)

____________________________________
Prof. MsC. Mauricio Pegoraro
(UTFPR)

____________________________________
Prof. Dr. Diego Rizzotto Rossetto
(UTFPR)
Orientador

__________________________________
Prof. Dr. Paulo Cezar Adamczuk
Responsável pelo TCC do Curso de Eng. Mecânica

*A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Mecânica


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Osni e Adair, que se


dedicaram de todas as formas para que fosse dado o
suporte necessário que me trousse até aqui.
AGRADECIMENTOS

Novamente menciono meus país, Osni e Adair, para agradecer pelo total
apoio que me deram nestes últimos anos.
Agradeço a todos os professores da Escola Municipal Monteiro Lobato, do
Colégio Estadual Engenheiro Michel Reydams e da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná que se dedicaram em prol do meu aprendizado, em especial os professores
João Rodrigues e a professora Simone Abreu que me estimularam a buscar o
conhecimento, ao professor Paulo Rogério Novak que confiou em meu trabalho desde
o primeiro ano de Graduação me orientando em diferentes oportunidades e ao
professor Diego Rizzotto Rossetto que me ajudou a despertar o gosto pela área de
projetos em suas orientações.
Agradeço também os meus colegas de graduação pelas experiências que
partilhamos durante este período.
RESUMO

DOBKOWSKI, LUCAS C. Dimensionamento de estrutura para galpão industrial em


perfis formados à frio de acordo com a ABNT NBR 14762:2010. 75 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Universidade
Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2018.

Este trabalho apresenta a aplicação da norma ABNT NBR 14762 (2010) no


dimensionamento de uma estrutura de galpão industrial constituída por perfis de aço
formados à frio, bem como o cálculo das ações permanentes e variáveis que esta
estrutura pode sofrer ao decorrer de sua vida. Como por exemplo, a ação do vento
calculado conforme a ABNT NBR 6123 (1988). A grande influência do setor industrial
na cidade de Pato Branco e seu crescimento iminente traz consigo a necessidade de
trabalhos relacionados ao dimensionamento de estruturas de galpões para a indústria,
o que justifica este trabalho. O dimensionamento foi realizado a partir de cálculos
utilizando as equações previstas nas normas ABNT NBR 6123 (1988) e 14762 (2010)
com o suporte de software para simulação estrutural. Os cálculos realizados e as
simulações computacionais trouxeram resultados coerentes com o que se almejava.

Palavras Chave: Cálculo de flambagem, Perfis formados à frio, Estruturas metálicas.


ABSTRACT

DOBKOWSKI, LUCAS C. Design of structure for industrial shed in cold formed profiles
according to ABNT NBR 14762:2010. 75 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Engenharia Mecânica) – Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Pato Branco, 2018.

This work presents the application of the norm NBR 14762 (2010) in the design of a
structure of industrial shed constituted by profiles of steel formed to cold, as well as
the calculation of the permanent and variable actions that this structure can suffer when
elapsing of her life, as for instance the action of the calculated wind according to NBR
6123 (1988).The great influence of the industrial sector in the city of Pato Branco and
its imminent growth brings with it the need of works related to the dimensioning of
properties projected for the industry, what justifies the existence of this work. The sizing
was carried out from calculations using the established equations and also with
software support for structural simulation. Calculations made and computational
simulations.

Key words: Buckling, Cold Formed Profiles, Steel Structures.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Foto da ponte sobre o Rio Savern. ..................................................................... 14


Figura 2 – Mapa de isopletas com as velocidades básicas do vento (em m/s)..................... 19
Figura 3 - Elementos estruturais de um galpão em estrutura metálica. ................................ 26
Figura 4 - Sistemas de contraventamentos- exemplos......................................................... 28
Figura 5 - Pórtico de alma cheia. ......................................................................................... 28
Figura 6 - Tipos de coberturas treliçadas. ............................................................................ 29
Figura 7– Máquina Perfiladeira. ........................................................................................... 31
Figura 8 - Dobradeira. .......................................................................................................... 31
Figura 9 - Mudanças na resistência de um perfil formado a frio por perfiladeira. ................. 32
Figura 10 - Mudanças na resistência de um perfil formado a frio por dobradeira. ................ 32
Figura 11 - Exemplos de perfis formados à frio. ................................................................... 33
Figura 12 - Flambagem em x, y e z. ..................................................................................... 37
Figura 13 - Flambagem por torção, exemplo. ...................................................................... 37
Figura 14 - Flambagem por flexotorção, exemplo. ............................................................... 38
Figura 15 - Flambagem por distorcional, exemplo. .............................................................. 39
Figura 16 - Exemplo de deslocamento por flexão. ............................................................... 44
Figura 17 – Fluxograma do trabalho a ser desenvolvido. ..................................................... 47
Figura 18 - Localização da cidade de Pato Branco. ............................................................. 49
Figura 19 - Representação do tipo de contraventamento adotado. ...................................... 53
Figura 20 - Coeficientes de pressão e forma da parede com vento e 0º. ............................. 57
Figura 21 - Coeficientes de pressão e forma da parede com vento e 0º. ............................. 57
Figura 22 - Coeficientes de pressão e forma do telhado com vento e 0º. ............................. 58
Figura 23 - Coeficientes de pressão e forma do telhado com vento e 90º. ........................... 58
Figura 24 - Coeficiente de pressão médio nas paredes. ...................................................... 59
Figura 25 - Coeficientes de pressão médio do telhado. ....................................................... 59
Figura 26 -Destaque da região de maior carregamento das forças do vento. ...................... 61
Figura 27 - Localização dos carregamentos da Tabela 11. .................................................. 62
Figura 28 - Medidas principais do pórtico............................................................................. 64
Figura 29 - Representação das distâncias entre terças sobre meio pórtico. ........................ 65
Figura 30 - Representação da geometria de meio pórtico. ................................................... 66
Figura 31 - Estrutura do Galpão. .......................................................................................... 66
Figura 32 - Representação dos coeficientes de pressão na parte frontal do Galpão. ........... 69
Figura 33 - Representação do carregamento na parte frontal do Galpão. ............................ 69
Figura 34 - Forças adotadas para o cálculo do contraventamento. ...................................... 70
Figura 35 - Esforços internos nos elementos estruturais da cobertura. ................................ 71
Figura 36 -Cargas de vento a 0º com Cpi=0,2. .................................................................... 73
Figura 37- Cargas de vento a 0º com Cpi=-0,3. ................................................................... 73
Figura 38 - Cargas de vento a 90º com Cpi=0,2. ................................................................. 73
Figura 39 - Cargas de vento a 90º com Cpi=-0,3. ................................................................ 74
Figura 40 - Carga acidental mais peso próprio..................................................................... 74
Figura 41 - Deformação do pórtico para cargas de vento a 90º com Cpi=0,2. ..................... 75
Figura 42- Elemento da treliça que apresentou o menor coeficiente de segurança. ............ 75
Figura 43 - Modelo a ser utilizado para fixação dos pilares. ................................................. 77
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Categorias para a Rugosidade do terreno. ................................................................ 20


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Equações para o cálculo do fator topográfico. .................................................... 20


Tabela 2 - Tabela para o cálculo de S2................................................................................ 21
Tabela 3 - Grupos relacionados com os valores de fator estático. ....................................... 22
Tabela 4 - Valores dos coeficientes de pressão e de forma externos em paredes de
edificações........................................................................................................................... 23
Tabela 5 - Valores dos coeficientes de pressão e de forma externos em telhados. ............. 24
Tabela 6 - Perfis dobrados padronizados pela NBR 6355 (2012)......................................... 34
Tabela 7 - Deslocamentos máximos permitidos. .................................................................. 45
Tabela 8 – Características do Galpão originário da estrutura a ser dimensionada. .............. 48
Tabela 9 - Valores encontrados para o cálculo da pressão dinâmica. .................................. 56
Tabela 10- Comprimento de ação dos coeficientes de Pressão e forma das paredes. ........ 60
Tabela 11 - Comprimento de ação dos Coeficientes de Pressão do Telhado. ..................... 60
Tabela 12 - Valores dos coeficientes de pressão interna. .................................................... 60
Tabela 13 - Carregamentos gerados pelo vento no Pórtico 2. ............................................. 61
Tabela 14 - Esforços gerados pelo vento no telhado considerando Cpe médio. .................. 62
Tabela 15 - Esforços gerados pelo vento no fechamento lateral considerando Cpe médio. . 62
Tabela 16 - Resistência tabelada pelo fornecedor da telha. ................................................. 63
Tabela 17 - Divisão de terças da cobertura. ......................................................................... 64
Tabela 18 - Divisão de terças de fechamento. ..................................................................... 65
Tabela 19 – Carregamentos solicitantes nas terças de cobertura. ....................................... 67
Tabela 20 - Carregamentos solicitantes nas terças de fechamento. .................................... 67
Tabela 21 - Momentos e esforços solicitantes de cálculo nas terças de cobertura. ............. 67
Tabela 22 - Esforços solicitantes de cálculo para as terças de fechamento. ........................ 67
Tabela 23 - Propriedades do perfil escolhido. ...................................................................... 68
Tabela 24 - Esforços resistentes de cálculo para as terças.................................................. 68
Tabela 25 - Deslocamentos encontrados para as terças de cobertura e fechamento. ......... 68
Tabela 26- Propriedades do cabo de aço. ........................................................................... 71
Tabela 27 - Propriedades do perfil escolhido. ...................................................................... 72
Tabela 28 - Carregamentos para simulação. ....................................................................... 72
Tabela 29 - Valores limites de deformação global obtidos nas simulações. ......................... 74
Tabela 30 - Valores calculados para flambagem no perfil de pior caso simulado................. 76
Tabela 31 - Valores das resultantes nos engastes. .............................................................. 76
Tabela 32 - Valores de massa encontrados para o Galpão.................................................. 77
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................14

2 OBJETIVOS............................................................................................................16

2.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 16

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................17
3.1 AÇOS .................................................................................................................. 17

3.1.1 Propriedades dos aços ..................................................................................... 17

3.2 ESFORÇOS CAUSADOS PELO VENTO ........................................................... 18

3.2.1 Velocidade básica do vento (V0) ...................................................................... 18

3.2.2 Cálculo do fator topográfico (𝑆1) ...................................................................... 19

3.2.3 Cálculo do fator de rugosidade do terreno, dimensões sobre a edificação e


altura sobre o terreno (𝑆2) ......................................................................................... 20

3.2.4 Fator estatístico (𝑆3)......................................................................................... 22

3.2.5 Velocidade característica do vento (𝑉𝑘) e pressão dinâmica (q) ...................... 22

3.2.6 Coeficientes de pressão e de forma externos (𝐶𝑒)........................................... 23

3.2.7 Coeficientes de pressão interna (𝐶𝑝𝑖) .............................................................. 24

3.2.8 Pressão efetiva (∆p) ......................................................................................... 25

3.3 CARGAS PARA O CÁLCULO DE ESTRUTURA ................................................ 25

3.3.1 Carga permanente ........................................................................................... 25

3.3.2 Carga acidental ................................................................................................ 25

3.4 ELEMENTOS ESTRUTURAIS ............................................................................ 26

3.4.1 Pórticos transversais ........................................................................................ 27

3.4.2 Telhado e fechamento lateral ........................................................................... 27

3.4.3 Terças .............................................................................................................. 27

3.4.4 Contraventamentos .......................................................................................... 27

3.5 TIPOS DE PÓRTICOS ........................................................................................ 28


12

3.5.1 Pórticos de alma cheia ..................................................................................... 28

3.5.2 Pórtico com treliça triangular ............................................................................ 29

3.6 PERFIS FORMADOS A FRIO ............................................................................. 30

3.6.1 Influências da conformação a frio nos aços ..................................................... 32

3.6.2 Tipos de perfis dobrados .................................................................................. 33

3.7 DIMENSIONAMENTO DE PERFIL TRACIONADO ............................................ 35

3.8 DIMENSIONAMENTO DE PERFIL COMPRIMIDO ............................................. 36

3.8.1 Flambagem global por flexão, torção ou flexo-torção ....................................... 36

3.8.2 Flambagem distorcional ................................................................................... 38

3.9 DIMENSIONAMENTO DE PERFIL SUBMETIDO À FLEXÃO............................. 39

3.9.2 Flambagem lateral com torção ......................................................................... 41

3.9.3 Flambagem distorcional ................................................................................... 42

3.9.4 Obtenção do esforço cortante resistente de cálculo ......................................... 43

3.9.5 Cálculo de deslocamentos ............................................................................... 44

4 METODOLOGIA.....................................................................................................47

4.1 OBTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA................................. 47

4.2 CÁLCULO DA AÇÃO DO VENTO....................................................................... 48

4.2.1 Velocidade básica e da velocidade característica do vento ............................. 48

4.2.2 Coeficientes de pressão e forma externos da parede e do telhado ................. 50

4.2.3 Coeficientes de pressão internos ..................................................................... 50

4.2.4 Carregamento do vento .................................................................................... 50

4.3 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DAS TELHAS .............................................. 51

4.4 DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA DO PÓRTICO TRELIÇADO ............................... 51

4.5 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DAS TERÇAS ............................................. 52

4.5.1 Terças de cobertura ......................................................................................... 52

4.5.2 Terças de Fechamento..................................................................................... 52

4.6 CÁLCULO DO CONTRAVENTAMENTO ............................................................ 53


13

4.7 DIMENSIONAMENTO DO PÓRTICO TRELIÇADO POR SIMULAÇÃO


COMPUTACIONAL ................................................................................................... 54

4.8 DIMENSIONAMENTO DOS CHUMBADORES DA BASE .................................. 54

5 RESULTADOS........................................................................................................56

5.1 RESULTADOS DO CÁLCULO DA AÇÃO DO VENTO ....................................... 56

5.1.1 Obtenção da pressão dinâmica e coeficientes de pressão .............................. 56

5.1.2 Obtenção do carregamento devido ao vento.................................................... 60

5.2 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DAS TELHAS .............................................. 62

5.3 GEOMETRIA DO PÓRTICO TRELIÇADO .......................................................... 63

5.4 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DAS TERÇAS ............................................. 67

5.5 CONTRAVENTAMENTO .................................................................................... 69

5.6 DIMENSIONAMENTO DO PÓRTICO TRELIÇADO POR SIMULAÇÃO


COMPUTACIONAL ................................................................................................... 71

5.7 DIMENSIONAMENTO DOS CHUMBADORES DA BASE .................................. 76

5.8 MASSA TOTAL DO GALPÃO ............................................................................. 77

6 CONCLUSÃO.........................................................................................................78

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 79

APÊNDICE A – DESENHO DO POSICIONAMENTO DOS PILARES......................82

APÊNDICE B – DESENHO DO POSICIONAMENTO DAS TERÇAS, TESOURAS E


CONTRAVENTAMENTOS.........................................................................................83

APÊNDICE C – DESENHO DO VISTA FRONTAL E CORTE FRONTAL................84

APÊNDICE D – VISTA LATERAL E CORTE LATERAL..........................................85

APÊNDICE E – GEOMETRIA DO PÓRTICO TRELIÇADO......................................86

APÊNDICE F – MEMORIAL DE CÁLCULO FLEXÃO DAS TERÇAS DE


COBERTURA.............................................................................................................87

APÊNDICE G – MEMORIAL DE CÁLCULO FLEXÃO DO PERFIL COM MENOR


COEFICIENTE DE SEGURANÇA DA SIMULAÇÃO................................................96
14

1 INTRODUÇÃO
Segundo afirmação de Frantz (2011) a construção civil é, hoje, um dos
mercados mais competitivos, onde se procuram soluções eficientes e econômicas,
além de duráveis e que sejam executadas dentro de prazos cada vez menores. Neste
sentido as construções de estruturas em aço tornam-se uma boa alternativa a
construções em concreto devido a sua maior rapidez na realização da obra e menor
massa total da estrutura, o que se dá devido a maior resistência específica dos aços
em relação ao concreto, o que gera uma redução nos gastos com a fundação da obra.
Também, para Perli (2015) a utilização de estruturas metálicas em edifícios no Brasil
está crescendo de forma expressiva ultimamente, pois traz vantagens para o trabalho
de designers e arquitetos permitindo que o cliente final consiga um produto mais
moderno e atual.
Conforme explica Bandeira (2008), o uso de ferro e aço nas construções
teve início nos séculos XVIII e XIX que, juntamente com o desenvolvimento
tecnológico dessa época marcaram uma revolução industrial. Bandeira (2008)
também diz que o grande marco do início efetivo das construções em estruturas
metálicas é a ponte do rio Savern na Inglaterra (Figura 1), uma ponte feita em ferro
fundido considerada como um avanço tecnológico da época, ela foi construída entre
1775 e 1779 pelo Industrial Abraham Darby.
Figura 1 – Foto da ponte sobre o Rio Savern.

Fonte: Bandeira (2008).

Azevedo (1993) defende que a estrutura de um edifício deve ter capacidade


suficiente para resistir às ações solicitadas e ter rigidez o bastante para assegurar a
funcionalidade em condições normais sofrendo deformações inferiores as permitidas
15

em suas aplicações. Desta forma, o estudo da resistência de perfis e geometrias,


assim como simulação estrutural com auxílio de softwares se torna importante.
O presente Trabalho de Conclusão de Curso trata do dimensionamento de
uma estrutura metálica constituída por perfis de aço formados à frio para um galpão
industrial, tendo em vista que na cidade de Pato Branco existe uma forte influência do
setor industrial e a expansão deste setor é normalmente aliado a necessidade de
construção de novos Galpões. Por isso, surge a importância de um trabalho de
dimensionamento de estruturas de galpões para que sirva de apoio aos profissionais
da região que trabalham com dimensionamento de estruturas metálicas.
Desta forma, almeja-se realizar todos os estudos de esforços do vento,
obtenção das ações permanentes e variáveis, cálculo dos esforços e verificação da
resistência dos perfis escolhidos, tudo isso com base nas normas que regem os
projetos estruturais e com cálculos de engenharia, utilizando também resultados de
simulações de softwares de dimensionamento de estruturas metálicas.
Como primeira parte deste dimensionamento será feito a análise dos
esforços causados pelo vento, tendo em vista o que está colocado na norma NBR
6123 (1988) que prevê as forças devido ao vento em edificações, posteriormente será
obtido todas as outras ações na estrutura e realizado a verificação da resistência das
partes que a compõe.
16

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

O objetivo geral deste trabalho é o dimensionamento de uma estrutura


metálica constituída por perfis formados à frio para um galpão industrial com
dimensões arbitrariamente pré-estabelecidas com todos os cálculos necessários de
acordo com a norma NBR 14762 (2010).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos deste trabalho são fazer as análises descritas


abaixo para a estrutura do galpão em questão, tendo em vista as dimensões
preestabelecidas arbitrariamente:

• Calcular os esforços do vento seguindo a norma NBR 6123 (1988);


• Calcular demais cargas permanentes e acidentais presentes no
projeto do galpão;
• Definição e cálculo da resistência das telhas do telhado e
fechamento lateral;
• Dimensionamento dos perfis utilizados nas terças, fechamento
lateral e estrutura dos pórticos treliçados;
• Cálculo do contraventamento;
• Dimensionamento da ligação da base do pórtico.
17

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 AÇOS

Pfeil (2009) diz que as formas mais usuais de metais ferrosos são o aço, o
ferro fundido e o ferro forjado, porém, o aço é tido como o mais importante dos três.
Para Chiaverini (2005) o aço é definido como uma liga ferro-carbono com
porcentagem de 0,008 % a 2,11 % de carbono além de outros elementos residuais.
Sendo assim, a menor porcentagem de carbono, 0,008 %, representa a maior
solubilidade do carbono em ferro à temperatura ambiente e a maior, 2,11 %,
corresponde à máxima quantidade de carbono possível a se dissolver na matriz do
ferro a temperatura de 1140 °C.

3.1.1 Propriedades dos aços

Segundo Pfeil (2009) algumas propriedades usuais (características físicas)


são adotadas para todos os tipos de aços estruturais, considerando que se está
trabalhando na faixa normal de temperaturas atmosféricas. Estas características são:

• Ductilidade: Capacidade que um material tem de se deformar sem se romper;

• Fragilidade: O oposto da ductilidade, um material frágil se rompe com menor


deformação;

• Resiliência e Tenacidade: Propriedades diretamente relacionadas a


capacidade do material absorver energia mecânica, sendo a resiliência medida
apenas na região elástica;

• Dureza: É a propriedade que mede a resistência a abrasão, sendo o material


com maior dureza o mais difícil de ser riscado;

• Fluência: Capacidade do material se deformar com relação a temperatura;

• Fadiga: Resistência à ruptura do material quando submetido a esforços


repetitivos (ciclos);
18

• Elasticidade: Capacidade do material ter grandes deformações no regime


elástico;

• Corrosão: Processo de reação do aço com alguns elementos presentes no


ambiente promovendo mudanças nas propriedades químicas e perda de seção
da peça;

3.2 ESFORÇOS CAUSADOS PELO VENTO

Conforme colocado em Nunes (2008), na natureza os fenômenos


dinâmicos variam muito com o tempo, e, representa-los de forma próxima ao real com
toda sua complexidade torna-se um grande desafio para os engenheiros, por isso,
várias hipóteses simplificativas são assumidas. Desta forma, para admitir efeitos de
rajadas de ventos é comum utilizar de carregamentos estáticos equivalentes.

3.2.1 Velocidade básica do vento (V0 )

Na norma brasileira NBR 6123 (1988) define-se como velocidade básica do


vento, 𝑉0, como a velocidade de uma rajada de vento de 3 segundos excedida em
média uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do solo, em campo aberto e plano,
desta forma, por meio de experimentos e estudos meteorológicos normatizou-se um
mapa de isopletas (Figura 2) onde é possível verificar as regiões do país onde pode
se encontrar as diferentes velocidades básicas do vento. Por regra geral, admite-se
que o vento básico sopra em qualquer direção horizontal.
19

Figura 2 – Mapa de isopletas com as velocidades básicas do vento (em m/s).

Fonte: Adaptado de NBR 6123 (1988).

3.2.2 Cálculo do fator topográfico (𝑆1)

Segundo Fornel (2016) o fator topográfico é o fator que considera as


variações do relevo do terreno, ou seja, este fator leva em consideração a localização
do terreno onde será construída a obra. Conforme consta na norma NBR 6123 (1988)
para construções em terrenos planos ou pouco acidentados este fator tem um valor
20

padrão igual a um. Já para construções em taludes e morros este fator é determinado
conforme equações dependentes da inclinação dos mesmos (ɵ), do nível entre a base
e o topo do talude ou do morro (d) e da altura média a partir da base do terreno e do
ponto considerado para cálculo (z). Na Tabela 1 estão dispostas as equações para o
cálculo do fator topográfico em construções presentes próximas a extremidades de
taludes e de morros.

Tabela 1 - Equações para o cálculo do fator topográfico.

Fonte: Fornel, 2016.

3.2.3 Cálculo do fator de rugosidade do terreno, dimensões sobre a edificação e


altura sobre o terreno (𝑆2 )

O fator 𝑆2 é o fator que combina o efeito da rugosidade do terreno para o


escoamento do vento, a variação da velocidade do vento de acordo com a altura a
cima do terreno da edificação e as dimensões da edificação. A rugosidade do terreno
é classificada em cinco categorias distintas conforma apresentado no Quadro 1.

Quadro 1 - Categorias para a Rugosidade do terreno.

Superfícies lisas de grandes dimensões, com


Categoria I
mais de 5 km de extensão.
Terrenos abertos em nível ou aproximadamente
em nível, com poucos obstáculos isolados, tais
Categoria II
como árvores e edificações baixas com cota
média do topo dos obstáculos igual a 1m.
Terrenos planos ou ondulados com obstáculos,
Categoria III com cota média do topo dos obstáculos igual a
3m.
Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e
pouco espaçados, em zona florestal, industrial ou
Categoria IV
urbanizados, com cota média do topo dos
obstáculos de 10m.
Terrenos cobertos por obstáculos numerosos,
Categoria V grandes, altos e pouco espaçados. Com a cota
média do topo dos obstáculos de 25m.
Fonte: Adaptado de NBR 6123 (1988).
21

Para Guarienti (2010) as edificações também são classificadas de acordo


com suas dimensões. As grandes rajadas de vento com pequenos intervalos de tempo
(3 segundos) envolvem obstáculos de até 20 metros na direção do vento médio, ou
seja, quanto maior for o intervalo de tempo que se utiliza no cálculo da velocidade
média, maior a distância abrangida pela rajada, assim, o tamanho da edificação a ser
construída tem uma importância muito grande para o cálculo dos esforços dos ventos
nas construções. Nesse sentido, a norma brasileira NBR 6123 (1988) classifica de
acordo com o tamanho de sua cota maior as construções em três classes descritas
abaixo:

a) Classe A: Toda edificação ou parte de edificação na qual a maior


dimensão horizontal ou vertical não exceda 20 m.
b) Classe B: Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior
dimensão da superfície frontal esteja entre 20 m e 50 m.
c) Classe C: Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior
dimensão da superfície frontal exceda 50 m.

Assim, após definido as categorias e as classes da construção, pode-se


calcular o fator 𝑆2 a partir da expressão (1) dada pela norma NBR 6123 (1988) onde
b, 𝐹𝑟 e p são parâmetros meteorológicos obtidos a partir da Tabela 2.

𝑆2 = b. 𝐹𝑟 . (𝑍/10)𝑃 (1)

Tabela 2 - Tabela para o cálculo de S2.

𝒁𝒈 Classes
Categoria Parâmetro
(m) A B C
b 1,10 1,11 1,12
I 250
p 0,06 0,065 0,07
b 1,00 1,00 1,00
II 300 𝐹𝑟 1,00 0,98 0,95
p 0,085 0,09 0,10
b 0,94 0,94 0,93
III 350
p 0,10 0,105 0,115
b 0,86 0,85 0,84
IV 420
p 0,12 0,125 0,135
b 0,74 0,73 0,71
V 500
p 0,15 0,16 0,175
Fonte: Adaptado de NBR 6123 (1988).
22

3.2.4 Fator estatístico (𝑆3 )

O fator estatístico é definido dependendo do uso da edificação. Guarienti


(2010) diz que este fator se baseia em fatores estatísticos considerando o grau de
segurança requerido, vida útil da edificação e a taxa de ocupação humana. Segundo
Silva (2009) para efeito de cálculo, normalmente se especifica uma vida útil de 50
anos para a construção. Os valores mínimos para 𝑆3 são tabelados na NBR 6123
(1988), conforme mostrado na Tabela 3.

Tabela 3 - Grupos relacionados com os valores de fator estático.

Grupo Descrição 𝑺𝟑

Edificação cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança


ou a possibilidade total de socorro a pessoas após uma
tempestade destrutiva (hospitais, quarteis de bombeiros,
1 1,10
etc).

Edificações para hotéis e residências. Edificações para


2 1,00
comércio e indústria com alto fator de ocupação.
Edificações e instalações industriais com baixo fator de
ocupação (depósitos, silos, construções rurais, etc).
3 0,95

Vedações (telhas, vidros, painéis de vedação, etc).


4 0,88

Edificações temporárias. Estruturas dos grupos 1 e 3 durante


5 a construção. 0,83

Fonte: Adaptado de NBR 6123 (1988).

3.2.5 Velocidade característica do vento (𝑉𝑘 ) e pressão dinâmica (q)

Conforme consta em Pitta (1987), a velocidade característica do vento é


conduzida a partir das características particulares de cada edificação, as quais são
representadas pelos fatores 𝑆1, 𝑆2 e 𝑆3 , sendo que 𝑉𝑘 é obtido a partir da multiplicação
desses fatores pela velocidade básica do vento (𝑉0) conforme a Equação 2.

𝑉𝑘 = 𝑆1 . 𝑆2 . 𝑆3 . 𝑉0 (2)
23

Desta maneira, a velocidade característica do vento nos permite determinar


a pressão dinâmica, onde se utiliza a Equação 3 para aplicações em condições
normais de pressão e temperatura assim como aparece em Silva (2009).

𝑞 = 0,613. 𝑉𝑘 2 (3)

3.2.6 Coeficientes de pressão e de forma externos (𝐶𝑒 )

Para se calcular os esforços causados pelo vento, faz-se necessário


encontrar os coeficientes de pressão e de forma externos.
Para Fornel (2016) as regiões de aplicação dos coeficientes estão em
subdivisões relacionadas com o grau de variação dos mesmos. Os valores para
coeficientes de forma e pressão externos para paredes de edificações e para telhados
apresentam-se tabelados na norma NBR 6123 (1988) conforme as Tabelas 4 e 5 deste
trabalho.

Tabela 4 - Valores dos coeficientes de pressão e de forma externos em paredes de edificações.

Valores de 𝐶𝑒 para 𝐶𝑝𝑒


𝛼 = 0º 𝛼 = 90º
médio
Altura Relativa A1 A2 C1 C2
e e C D A B e e
B1 B2 D1 D2

1 ≤ 𝑎/𝑏 ≤ 3/2 -0,8 -0,5 +0,7 -0,4 +0,7 -0,4 -0,8 -0,4 -0,9

2 ≤ 𝑎/𝑏 ≤ 4 -0,8 -0,4 +0,7 -0,3 +0,7 -0,5 -0,9 -0,5 -1,0

1 ≤ 𝑎/𝑏 ≤ 3/2 -0,9 -0,5 +0,7 -0,5 +0,7 -0,5 -0,9 -0,5 -1,1

2 ≤ 𝑎/𝑏 ≤ 4 -0,9 -0,4 +0,7 -0,3 +0,7 -0,6 -0,9 -0,5 -1,1

1 ≤ 𝑎/𝑏 ≤ 3/2 -1,0 -0,6 +0,8 -0,6 +0,8 -0,6 -1,0 -0,6 -1,2

2 ≤ 𝑎/𝑏 ≤ 4 -1,0 -0,5 +0,8 -0,3 +0,8 -0,6 -1,0 -0,6 -1,2

Fonte: Adaptado de NBR 6123 (1988).


24

Tabela 5 - Valores dos coeficientes de pressão e de forma externos em telhados.

Valores de 𝐶𝑒 para 𝐶𝑝𝑒 médio


Altura Relativa ϴ 𝛼 = 0º 𝛼 = 90º
EF GH EG FH
0º -0,8 -0,4 -0,8 -0,4 -2,0 -2,0 -2,0 ---
5º -0,9 -0,4 -0,8 -0,4 -1,4 -1,2 -1,2 -1,0
10º -1,2 -0,4 -0,8 -0,6 -1,4 -1,4 -1,2
15º -1,0 -0,4 -0,8 -0,6 -1,4 -1,2 -1,2
0º -0,8 -0,6 -1,0 -0,6 -2,0 -2,0 -2,0 ---
5º -0,9 -0,6 -0,9 -0,6 -2,0 -2,0 -1,5 -1,0
10º -1,0 -0,6 -0,8 -0,6 -2,0 -2,0 -1,5 -1,2
15º -1,0 -0,6 -0,8 -0,6 -1,8 -1,5 -1,5 -1,2
0º -0,8 -0,6 -0,9 -0,7 -2,0 -2,0 -2,0 ---
5º -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -2,0 -2,0 -1,5 -1,0
10º -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -2,0 -2,0 -1,5 -1,2
15º -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -1,8 -1,8 -1,5 -1,2
Fonte: Adaptado de NBR 6123 (1988).

3.2.7 Coeficientes de pressão interna (𝐶𝑝𝑖 )

Os coeficientes relacionados a pressão interna dos edifícios também estão


presentes no cálculo dos esforços do vento. A norma NBR 6123 (1988) apresenta
valores de coeficientes para diferentes tipos de aberturas nas faces de galpões:

a) Duas faces opostas igualmente permeáveis e duas faces impermeáveis:

Para este caso usa-se o valor de 𝐶𝑝𝑖 de 0,2 para o quando o vento é
perpendicular a uma face permeável e -0,3 quando o vento está perpendicular a uma
face impermeável.

b) Quatro faces igualmente permeáveis:


Neste caso o 𝐶𝑝𝑖 pode assumir o valor de -0,3 ou 0. Deve-se verificar o que
tem o valor mais nocivo.

c) Abertura dominante em uma face e as outras faces de igual permeabilidade:

Para este, deve-se avaliar em que posição em relação ao vento está à face
dominante, e, com isso utilizar as opções de valores para estes casos que a norma
NBR 6123 (1988) apresenta.
25

3.2.8 Pressão efetiva (∆p)

A pressão efetiva é o valor de pressão que será utilizado no cálculo da


estrutura e este valor depende dos coeficientes de pressão e da pressão dinâmica
calculada assim como apresenta-se na Equação 4.
∆p=(𝐶𝑒 − 𝐶𝑝𝑖 )𝑞 (4)

3.3 CARGAS PARA O CÁLCULO DE ESTRUTURA

Para a realização do dimensionamento matemático de uma estrutura em


aço se faz necessário especificar quais cargas serão consideradas nestes cálculos.
Para isso, a norma NBR 6120 (1980) fixa quais as condições são exigidas para a
determinação desses valores, assim, definiu-se duas categorias para quais as cargas
são classificadas.

3.3.1 Carga permanente

Para Filho (2008) as ações permanentes são aquelas que apresentam


pouca ou nenhuma variação durante toda a vida útil da estrutura do edifício.
Segundo a norma brasileira NBR 6120 (1980) a carga permanente é
constituída basicamente pelo próprio peso da estrutura juntamente com os seus
elementos construtivos e instalações permanentes.

3.3.2 Carga acidental

Na norma NBR 6120 (1980) define-se carga acidental como toda carga que
se possa atuar sobre a estrutura de alguma edificação em função de seu uso. Essas
podem ser dadas pela presença de Móveis, pessoas, veículos ou até mesmo a ação
externa do vento devido a sua variação de acordo com o tempo. Segundo a NBR 8800
(2008), na ausência de especificações mais rigorosas deve-se utilizar uma carga
acidental no telhado para o dimensionamento do galpão de, no mínimo, 0,25 kN/m².
Existe também na NBR 8800 (2008) a previsão de uma força no sentido horizontal
chamada de força nocional, que simula efeitos de imperfeições geométricas em
26

estruturas de pequena e média deslocabilidade. O valor utilizado para a força nocional


deve ser no mínimo 0,3% do valor das cargas gravitacionais de cálculo.

3.4 ELEMENTOS ESTRUTURAIS

O projeto de uma estrutura metálica passa pela definição e


dimensionamento de diferentes partes, estas, chamadas de elementos da estrutura.
Na Figura 3 está destacado alguns elementos que fazem parte da estrutura de um
Galpão.

Figura 3 - Elementos estruturais de um galpão em estrutura metálica.

Fonte: Adaptado de Chaves (2007).


27

3.4.1 Pórticos transversais

Este elemento formado pelas colunas juntamente com a tesoura é o


elemento onde ocorre a transferência transversal da carga da estrutura para as
fundações. Pode ser formado por perfis de alma cheia (geralmente tipo I) ou treliçados
(com perfis tipo U ou W em geral), podendo ser composto por perfis de seção
constante ou variável (Frantz, 2011).

3.4.2 Telhado e fechamento lateral

O telhado e o fechamento são as partes que cercam a estrutura para fazer


a proteção interna contra ações externas do tempo (como chuva, poeira e ventania),
normalmente são formados por telhas metálicas pintadas ou revestidas de alguma
forma para evitar corrosão. Estas telhas são parafusadas em perfis chamados de
terças.

3.4.3 Terças

Frantz (2011) define as terças como perfis que compõem a cobertura da


edificação que é o que segura às telhas de cobertura. Elas que transmitem a carga da
cobertura e as ações do vento para os pórticos transversais, geralmente são
compostas por perfis conformados a frio ou laminados.

3.4.4 Contraventamentos

Para Matos (2014), os Contraventamentos (Figura 4) são compostos por


barras adicionadas às estruturas que tem como objetivo reduzir ou impedir
deslocamentos horizontais gerados pela carga do vento em direções opostas aos
pórticos, estes componentes são usados para dar estabilidade a estruturas que
sofrem ações do vento. Podem ser utilizados na vertical (travamento de vigas e
pilares) ou na horizontal (travamento de coberturas).
28

Figura 4 - Sistemas de contraventamentos- exemplos.

Fonte: Chaves (2009).

3.5 TIPOS DE PÓRTICOS

3.5.1 Pórticos de alma cheia

Um pórtico de alma cheia (Figura 5) é aquele que tem colunas e vigas de


cobertura formadas por perfis de alma cheia, as principais vantagens desses pórticos
são: o aspecto estático, a facilidade de limpeza, pintura e conservação, a rapidez de
montagem, e a homogeneidade dos perfis – o que facilita a fabricação (Chaves, 2007).
Para Bellei (2006), as vigas do tipo de pórtico em questão são formadas
por perfis laminados, soldados ou vazados e podem ter altura constante para vãos de
até 30 metros ou variável para vãos maiores, sendo que em geral as colunas são
formadas por perfis tubulares, podendo ser também perfis em I ou H laminados ou
soldados.
Figura 5 - Pórtico de alma cheia.

Fonte: Pinho (20??).


29

3.5.2 Pórtico com treliça triangular

Um pórtico treliçado (Figura 6) é formado pelas colunas e viga de cobertura


treliçada. A aplicação das treliças estruturais traz como vantagens, a eficiência
estrutural, as amplas possibilidades de composição das treliças e a simplicidade dos
equipamentos necessários para a fabricação. As vigas aplicadas na cobertura
treliçada podem ou não ter uma continuidade com as colunas, sendo esta
continuidade relacionada ao tipo da viga treliçada e o tipo de ligação aos pilares
(Chaves, 2007).
Para Madeira (2009) em um pórtico treliçado os elementos que compõem
a viga são definidos como barras de treliça plana, e estes componentes normalmente
sofrem esforços axiais apenas.
Nogueira (2009) afirma que a forma da treliça e a disposição das partes
são escolhidas em função de requisitos estruturais, funcionais, estéticos e
econômicos, também, para Nogueira (2009) esta escolha depende muito da
capacidade de julgamento do projetista, ou seja, não se tem só um tipo de treliça
adequado para determinada condição sendo que esta escolha pode ser feita levado
em conta, por exemplo, a possibilidade da utilização dos vazios para passagem de
utilidades (tubos, dutos, equipamentos, instalação elétrica, etc.).

Figura 6 - Tipos de coberturas treliçadas.

Fonte: Nogueira (2009).


30

3.6 PERFIS FORMADOS A FRIO

Não é todas as vezes que se encontra no mercado perfis laminados nas


dimensões que se procura, a maioria das fábricas produzem os seus perfis dando
preferência às dimensões que tem maior demanda de mercado, desta forma, os perfis
estruturais formados a frio acabam ganhando espaço por poderem ser fabricados com
facilidade nas dimensões desejadas.
Conforme Silva (2012) perfis formados a frio, composto por chapas finas,
trazem facilidade de fabricação e de manuseio, além de possuírem resistência e
ductilidade adequadas ao uso em estruturas civis. Para Battisti (2013) o uso de perfis
formados a frio faz com que as estruturas que resultam desses materiais sejam mais
leves se comparadas com outras estruturas de perfis laminados, isso se dá porque
geralmente perfis dobrados apresentam uma maior relação inércia/peso que os perfis
laminados, o que resulta em menor consumo de material, diminuindo assim o custo
final de um projeto.
A obtenção dos perfis formados à frio se dá por dois métodos diferentes
de fabricação chamados de contínuo e descontínuo. Silva (2014) explica que o
método contínuo é ideal para fabricação em série, esse método é realizado a partir do
deslocamento longitudinal de uma chapa de aço sobre os roletes de uma linha de
perfilação onde os roletes vão conferindo gradativamente a forma definitiva do perfil a
chapa até que o perfil deixe a linha de perfilação totalmente formado e cortado no
comprimento especificado. A Figura 7 apresenta um modelo de perfiladeira que
produz perfis pelo processo contínuo.
Em Silva (2014) também mostra o como é obtido o perfil pelo processo
descontínuo, onde esse se apresenta como o mais adequado a produção de
pequenas quantidades de perfis, tornando-o mais adequado para ser utilizado pelos
fabricantes de estruturas metálicas enquanto que o processo contínuo tem maior
utilização em fabricantes especializadas de perfis estruturais. No processo
descontínuo a matriz da dobradeira é prensada contra a chapa de aço fazendo com
que se forme a dobra, assim, fazendo várias operações como essa na chapa o perfil
é formado com as dimensões especificadas. Na Figura 8 é mostrado um modelo de
dobradeira que produz perfis estruturais pelo processo descontínuo
31

Figura 7– Máquina Perfiladeira.

Fonte: Vieira (2010).

Figura 8 - Dobradeira.

Fonte: Vieira (2010).


32

3.6.1 Influências da conformação a frio nos aços

Esser (2014) diz que a chapa de aço quando dobrada sofre alterações em
sua resistência mecânica na região onde ocorre a dobra. Para Esser (2014) nos locais
do dobramento há um estiramento das fibras do aço, o que os deixa cada vez mais
resistentes à deformação, ou seja, o deixando com menor ductilidade, porém
apresentando um aumento no limite de escoamento e na resistência a tração
conforme mostra graficamente as Figuras 9 e 10. Segundo Silva (2012) esse efeito de
aumentar o limite de escoamento e de ruptura do material se dá por causa de um
efeito chamado envelhecimento que é obtido pelo carregamento até a zona plástica,
descarregamento, e posterior, porém não imediato, carregamento.

Figura 9 - Mudanças na resistência de um perfil formado a frio por perfiladeira.

Fonte: Silva (2012).

Figura 10 - Mudanças na resistência de um perfil formado a frio por dobradeira.

Fonte: Silva (2012).


33

3.6.2 Tipos de perfis dobrados

A Norma NBR 6355 (2012) estabelece quais são os requisitos exigidos dos
perfis estruturais formados a frio com seção transversal aberta. Na norma a
designação para os perfis colocada da seguinte forma: tipo do perfil x dimensões dos
lados x espessura, todas as dimensões são dadas em mm. Na Figura 11 estão
mostrados alguns perfis que se pode obter por conformação à frio, e a Tabela 6 mostra
os tipos de perfis e forma de nomenclatura dos elementos.

Figura 11 - Exemplos de perfis formados à frio.

Fonte: Fullestruturas (2016).


34

Tabela 6 - Perfis dobrados padronizados pela NBR 6355 (2012).

Série Seção Transversal Designação

L 𝑏𝑓 𝑥 𝑡
Cantoneiras de abas iguais
Ex: L 50 x 3,00

U bw x bf x t
U simples
Ex: U 150 x 50 x 2,65

Ue bw x bf x D x t
U enrijecido
Ex: Ue 150 x 60 x 20 x 2,65

𝐙𝟗𝟎 bw x bf x D x t
Z enrijecido a 90º
Ex: 𝐙𝟗𝟎 200 x 75 x 20 x 2,65

𝐙𝟒𝟓 bw x bf x D x t
Z enrijecido a 45º
Ex: 𝐙𝟒𝟓 200 x 75 x 20 x 2,25

Fonte: Adaptado de Silva (2012).


35

3.7 DIMENSIONAMENTO DE PERFIL TRACIONADO

Segundo a norma NBR 14762 (2010) para o dimensionamento de barras


submetidas à tração deve-se atender a condição dada pela Equação 5.

𝑁𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑁𝑡,𝑅𝑑 (5)

Sendo 𝑁𝑡,𝑆𝑑 a força axial de tração solicitante de cálculo e 𝑁𝑡,𝑅𝑑 a força axial
de tração resistente de cálculo.
O valor de 𝑁𝑡,𝑅𝑑 , é dado como o menor valor obtido considerando-se os
estados-limites últimos de escoamento da seção bruta (Equação 6), ruptura da seção
líquida fora da região de ligação (Equação 7) e ruptura da seção liquida na região de
ligação (Equação 8).

A𝑓𝑦 (6)
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 𝛾

𝐴𝑛0 𝑓𝑢 (7)
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 𝛾

𝐶𝑡 A𝑛 𝑓𝑢 (8)
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 𝛾

Onde A é a área de seção transversal bruta da barra; 𝐴𝑛0 é a área liquida


da seção transversal da barra fora da região da ligação; A𝑛 é a área líquida seção
transversal da barra na região da ligação; 𝑓𝑦 é a resistência ao escoamento do aço; 𝑓𝑢
é a resistência a ruptura do aço na tração; 𝐶𝑡 é o coeficiente de redução da área
liquida.
O coeficiente 𝛾 é conhecido como o coeficiente de ponderação das
resistências e o seu valor é dado de acordo com o tipo de resistência tratado.
36

3.8 DIMENSIONAMENTO DE PERFIL COMPRIMIDO

Para que se atenda a norma NBR 14762 (2010), as barras submetidas a


compressão devem estar em conformidade com a condição representada pela
Equação 9.

𝑁𝑐,𝑆𝑑 ≤ 𝑁𝑐,𝑅𝑑 (9)

Sendo 𝑁𝑐,𝑆𝑑 a força axial de compressão solicitante de cálculo e 𝑁𝑐,𝑅𝑑 a


força axial de compressão resistente de cálculo que deve ser tomada como o menor
valor entre a força obtida por análise de flambagem global por flexão, torção ou flexo-
torção e a força obtida por análise da flambagem distorcional.

3.8.1 Flambagem global por flexão, torção ou flexo-torção

Neste caso, o cálculo da força de compressão resistente de cálculo (𝑁𝑐,𝑅𝑑 )


deve ser calculada, de acordo com a norma NBR 14762 (2010), conforme se
apresenta na Equação 10, onde os termos χ e 𝐴𝑒𝑓 são respectivamente o fator de
redução da força axial de compressão associado à flambagem global e a área efetiva
da seção transversal da barra.

χ𝐴𝑒𝑓 𝑓𝑦 (10)
𝑁𝑐,𝑅𝑑 =
𝛾

O fator de redução (χ) tem sua magnitude totalmente dependente ao índice


de esbeltez associado à flambagem global devido a compressão ( λ0 ) do perfil
previamente escolhido e de suas propriedades. Esta relação está posta pelas
Equações 13 e 12 a seguir.

2
0,658 λ0 , λ0 ≤ 1,5
χ = { 0,877 (11)
, λ0 > 1,5
λ0 2
37

0,5 (12)
𝐴𝑓𝑦
λ0 = ( )
𝑁𝑒

O valor de 𝑁𝑒 corresponde à força axial de flambagem global elástica que


depende do tipo de perfil usado e se o mesmo possui simetria em algum eixo.
A Figura 12 abaixo mostra uma relação entre a flambagem por flexão e a
flambagem por torção.
Figura 12 - Flambagem em x, y e z.

Fonte: Fakury (2016).

Na sequência são mostradas figuras que permitem melhor visualização da


flambagem por torção (Figura 13) e flexotorção (Figura 14).

Figura 13 - Flambagem por torção, exemplo.

Fonte: Fakury, 2016.


38

Figura 14 - Flambagem por flexotorção, exemplo.

Fonte: Fakury, 2016.

3.8.2 Flambagem distorcional

Perfis conformados a frio com seção aberta são suscetíveis também a


flambagem distorcional (Figura 15), isso porque os esforços que a barra é submetida
podem gerar esforços internos que modifiquem a seção transversal que o perfil
adquiriu no seu processo de fabricação. Por isso, além de realizar o cálculo do esforço
que leva o perfil a flambagem global, o projetista deve realizar o cálculo do esforço
que causa a flambagem distorcional do mesmo. Este cálculo também é descrito na
norma NBR 14762 (2010) e está apresentado na Equação 13.

χ𝑑𝑖𝑠𝑡 𝐴 𝑓𝑦
𝑁𝑐,𝑅𝑑 = (13)
𝛾

Sendo χ𝑑𝑖𝑠𝑡 o fator de redução de força axial de compressão associado à


flambagem distorcional calculado conforme a Equação 14, onde λ𝑑𝑖𝑠𝑡 é o índice de
esbeltez associado à flambagem distorcional e seu valor é obtido pela Equação 15.
39

1, λ𝑑𝑖𝑠𝑡 ≤ 0,561
χ𝑑𝑖𝑠𝑡 = { 0,25 1 (14)
(1 − 1,2 ) 1,2 , λ𝑑𝑖𝑠𝑡 > 0,561
λ𝑑𝑖𝑠𝑡 λ𝑑𝑖𝑠𝑡

𝐴𝑓𝑦 0,5
λ𝑑𝑖𝑠𝑡 = (𝑁 ) (15)
𝑑𝑖𝑠𝑡

O fator 𝑁𝑑𝑖𝑠𝑡 é a força axial de flambagem distorcional elástica, esta força


deve ser calculada com base na análise de estabilidade elástica da mecânica dos
sólidos.
Figura 15 - Flambagem por distorcional, exemplo.

Fonte: Silva, 2012.

3.9 DIMENSIONAMENTO DE PERFIL SUBMETIDO À FLEXÃO

Para o caso de perfis submetidos a esforços de flexão, a norma NBR 14762


(2010) prevê a análise do momento fletor solicitante de cálculo (𝑀𝑆𝑑 ) e do esforço
cortante solicitante de cálculo (𝑉𝑆𝑑 ), isso ocorre por se tratar de esforços que carregam
a barra causando a flexão e podendo assim levar a falha por diferentes formas. Para
que o perfil utilizado esteja de acordo com a norma ele deverá seguir as duas
condições impostas pelas Equações 16 e 17.

𝑀𝑆𝑑 ≤ 𝑀𝑅𝑑 (16)

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑 (17)


40

Sendo 𝑀𝑅𝑑 o momento fletor resistente de cálculo, o qual é tomado como


o menor valor entre os momentos fletores que levam a falha do perfil, os quais são
calculados pelas análises do início do escoamento da seção efetiva, da flambagem
lateral com torção e da flambagem distorcional. Já o termo 𝑉𝑅𝑑 presente na equação
19 é o esforço cortante resistente de cálculo e a sua obtenção depende da geometria
e propriedades do material do perfil.

3.9.1 Inicio de escoamento da seção efetiva

O momento fletor resistente de cálculo que prevê o início do escoamento


da seção efetiva é obtido a partir da Equação 18 a seguir:

𝑊𝑒𝑓 𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 = (18)
𝛾

O módulo de resistência (𝑊𝑒𝑓 ) elástico da seção efetiva em relação a fibra


extrema que atinge o escoamento é calculado, pelo método da seção efetiva (MSE)
conforme as Equações 19 e 20 seguintes.
𝑊, λ𝑝 ≤ 0,673
𝑊𝑒𝑓 ={ 0,22 1 (19)
𝑊 (1 − ) , λ𝑝 > 0,673
λ𝑝 λ𝑝

0,5
𝑊𝑓𝑦
λ𝑝 = ( ) (20)
𝑀𝑙

O termo 𝑀𝑙 significa o momento fletor de flambagem local elástica e é obtido


através de análise de estabilidade elástica, já o termo W é o módulo de resistência
elástico da seção bruta em relação à fibra extrema que atinge o escoamento,
facilmente obtida em catálogos de fabricantes de perfis estruturais.
41

3.9.2 Flambagem lateral com torção

Para se obter a magnitude do momento fletor resistente de cálculo referente


a flambagem lateral com torção a NBR 14762 (2010) apresenta a expressão a seguir
(Equação 21):

χ𝐹𝐿𝑇 𝑊𝑐,𝑒𝑓 𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 = (21)
𝛾

Na Equação 21, percebe-se a existência do termo 𝑊𝑐,𝑒𝑓 que é


compreendido como o módulo de resistência elástico da seção efetiva em relação à
fibra extrema comprimida, que, pode ser obtida a partir do método da seção efetiva
(MSE) da Equação 22 que é dependente do índice de esbeltez reduzido (Equação 23)
que diferencia-se do índice presente no dimensionamento pelo escoamento da seção
(Equação 20) principalmente pela presença do termo χ𝐹𝐿𝑇 que é um fator de redução
do momento fletor resistente de cálculo que depende do índice de esbeltez reduzido
associado à flambagem global devido à flexão ( λ0𝑓 ) do perfil, estes termos podem ser
obtidos pelas Equações 24 e 25.

𝑊𝑐 , λ𝑝,𝑓𝑙𝑡 ≤ 0,673
𝑊𝑐,𝑒𝑓 ={ 0,22 1 (22)
𝑊𝑐 (1 − ) , λ𝑝,𝑓𝑙𝑡 > 0,673
λ𝑝,𝑓𝑙𝑡 λ𝑝,𝑓𝑙𝑡

0,5
χ𝐹𝐿𝑇 𝑊𝑐 𝑓𝑦
λ𝑝,𝑓𝑙𝑡 =( ) (23)
𝑀𝑙

1, λ0𝑓 ≤ 0,6
1,11(1 − 0,278λ0𝑓 2 ), 0,6 < λ0𝑓 < 1,336
χ𝐹𝐿𝑇 = (24)
1
2, λ0𝑓 ≥ 1,336
{ λ 0𝑓

2
𝑊𝑐 𝑓𝑦
λ0𝑓 = ( ) (25)
𝑀𝑒
42

Onde 𝑊𝑐 é o módulo de resistência elástico da seção bruta em relação à


fibra da extremidade comprimida e 𝑀𝑒 é o momento fletor de flambagem lateral com
torção no regime elástico.

3.9.3 Flambagem distorcional

O resultado da flexão em perfis conformados a frio com seção aberta pode


ser a distorção, ou seja, mudanças na seção transversal do elemento devido a
esforços que agem para modificar a geometria obtida pela conformação, por isso, este
tipo de efeito deve ser previsto nos cálculos de dimensionamento por meio de um
momento fletor resistente de cálculo, que segundo a NBR14762 (2010) pode ser
obtido pela equação a seguir (Equação 26):

χ𝑑𝑖𝑠𝑡 𝑊𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 = (26)
𝛾

O multiplicador (χ𝑑𝑖𝑠𝑡 ) presente na Equação 26 é chamado de fator de


redução do momento fletor resistente associado à flambagem distorcional e este é
obtido pela Equação 27 onde se mostra dependente do índice de esbeltez reduzido
referente a flambagem distorcional (λ𝑑𝑖𝑠𝑡 ) obtido pela Equação 28.

1, λ𝑑𝑖𝑠𝑡 ≤ 0,673
χ𝑑𝑖𝑠𝑡 = { 0,22 1 (27)
(1 − ) , λ𝑑𝑖𝑠𝑡 > 0,673
λ𝑑𝑖𝑠𝑡 λ𝑑𝑖𝑠𝑡

0,5
𝑊𝑓𝑦
λ𝑑𝑖𝑠𝑡 =( ) (28)
𝑀𝑑𝑖𝑠𝑡

O valor 𝑀𝑑𝑖𝑠𝑡 presente na Equação 28 é o Momento fletor de flambagem


distorcional elástica, que deve ser calculado com base na análise de estabilidade
elástica.
43

3.9.4 Obtenção do esforço cortante resistente de cálculo

Conforme a NBR 14762 (2010), além da análise do momento fletor para o


dimensionamento do perfil sob esforço de flexão deve-se, também, verificar se os
esforços de cisalhamento presentes na flexão são suportados pelo mesmo sem que
ocorra a falha, assim, a obtenção do esforço cortante resistente de cálculo (𝑉𝑅𝑑 )
demonstrada na Equação 29 e a comparação com o esforço solicitante de cálculo
(𝑉𝑆𝑑 ) em combinação com os momentos fletores resistente e solicitante (𝑀𝑅𝑑 e 𝑀𝑆𝑑 )
conforme a Equação 30 (para perfis sem enrijecedores de borda) ou a Equação 31
(para perfis enrijecidos) é de grande importância para que se tenha a segurança
garantida.

0,5
0,6ℎ𝑡 ℎ 𝐸𝑘𝑣
, ≤ 1,08 ( )
𝛾 𝑡 𝑓𝑦
0,5 0,5
0,65𝑡 2 (𝑘𝑣 𝑓𝑦 𝐸)0,5 𝐸𝑘𝑣 ℎ 𝐸𝑘𝑣
𝑉𝑅𝑑 = , 1,08 ( ) < ≤ 1,4 ( ) (29)
𝛾 𝑓𝑦 𝑡 𝑓𝑦
0,5
[0,905𝐸𝑘𝑣 𝑡 3 ⁄ℎ] ℎ 𝐸𝑘𝑣
, > 1,4 ( )
{ 𝛾 𝑡 𝑓𝑦

Na equação acima, os termos h, t, E e 𝑘𝑣 são respectivamente a altura da


alma, a espessura da alma, o módulo de elasticidade (Young) e o coeficiente de
flambagem local, todos estes referentes ao perfil escolhido e o material do mesmo.

𝑀𝑆𝑑 2 𝑉𝑆𝑑 2
( ) + ( ) ≤1 (30)
𝑀𝑅𝑑 𝑉𝑅𝑑

𝑀 𝑉
0,6 (𝑀𝑆𝑑 ) + (𝑉𝑆𝑑 ) ≤1,3 (31)
𝑅𝑑 𝑅𝑑

Vale ressaltar que a Equação 31, deve ser utilizada, apenas se ocorrer do
momento fletor solicitante de cálculo (𝑀𝑆𝑑 ) apresentar um valor maior que 50% do
valor momento fletor resistente de cálculo (𝑀𝑅𝑑 ) e ao mesmo tempo o esforço cortante
solicitante de cálculo (𝑉𝑆𝑑 ) apresentar um valor maior que 70% do valor do esforço
cortante resistente de cálculo (𝑉𝑅𝑑 ). Já para a equação 32 (para perfis sem
enrijecedores de borda) não existe restrição para que a equação seja utilizada.
44

3.9.5 Cálculo de deslocamentos

Para o dimensionamento de estruturas em aço, deve-se, além de prever


perfis que suportem os esforços resistentes de cálculo, também, deve-se, segundo a
NBR 14762 (2010), antever que as barras utilizadas não ultrapassem o deslocamento
máximo permitido (Exemplo de deslocamento na Figura 16). No anexo A da NBR
14762 (2010) é mostrado os máximos deslocamentos permitidos para cada tipo de
elemento estrutural, estes valores podem ser resumidos pela tabela seguinte (Tabela
7).

Figura 16 - Exemplo de deslocamento por flexão.

Fonte: Fakury (2016).


45

Tabela 7 - Deslocamentos máximos permitidos.

Descrição Deslocamento a
L /180 (b)
Travessas de fechamento
L /120 (c) (d)
L /180 (e)
Terças de cobertura (g)
L /120 (f)
Vigas de cobertura (g) L /250 (h)
Vigas de piso L/350 (h)
Vigas que suportam pilares L /500 (h)
Galpões em geral e edifícios de um pavimento:
. Deslocamento horizontal do topo dos pilares em relação à base H /300
. Deslocamento horizontal do nível da viga de rolamento em relação à base H /400 (i)
Edifícios de dois ou mais pavimentos:
. Deslocamento horizontal do topo dos pilares em relação à base H /400
. Deslocamento horizontal relativo entre dois pisos consecutivos H /500 (j)

(a) L é o vão teórico entre apoios ou o dobro do comprimento teórico do balanço, H é a altura
total do pilar (distância do
topo à base) ou a distância do nível da viga de rolamento à base, h é a altura do andar (distância
entre centros das
vigas de dois pisos consecutivos ou entre centros das vigas e a base no caso do primeiro andar).
(b) Deslocamento paralelo ao plano do fechamento (entre linhas de tirantes, caso eles existam).
(c) Deslocamento perpendicular ao plano do fechamento.
(d) Considerar apenas as ações variáveis perpendiculares ao plano de fechamento (vento no
fechamento) com seu valor
característico.
(e) Considerar combinações raras de serviço, utilizando-se as ações variáveis de mesmo
sentido que o da ação
permanente.
(f) Considerar apenas as ações variáveis de sentido oposto ao da ação permanente (vento de
sucção) com seu valor
característico.
(g) Deve-se também evitar a ocorrência de empoçamento, com atenção especial aos telhados
de pequena declividade.
(h) Caso haja paredes de alvenaria sobre ou sob uma viga, solidarizadas com essa viga, o
deslocamento vertical
também não deve exceder a 15 mm.
(i) O diferencial do deslocamento horizontal entre pilares do pórtico que suportam as vigas de
rolamento não pode
superar 15 mm.
(j) Tomar apenas o deslocamento provocado pelas forças cortantes no andar considerado,
desprezando-se os
deslocamentos de corpo rígido provocados pelas deformações axiais dos pilares e vigas.

Fonte: Adaptado de NBR 14762 (2010).

O cálculo de deslocamentos deve considerar a redução da rigidez


associada a flambagem local através do momento de inércia efetivo da seção (𝐼𝑒𝑓 )
que, pelo método da seção efetiva (MSE), pode ser obtido a partir da Equação 32,
onde é dependente do momento de inércia da seção bruta (𝐼𝑔 ) e do índice de esbeltez
reduzido do elemento (λ𝒑𝒅 ) obtido pela Equação 33, sendo 𝑀𝑛 o momento fletor
solicitante de cálculo considerando as combinações de ações para os estados limites.
46

𝐼𝑔 , λ𝑝𝑑 ≤ 0,673
𝐼𝑒𝑓 ={ 0,22 1 (32)
𝐼𝑔 (1 − ) , λ𝑝𝑑 > 0,673
λ𝑝𝑑 λ𝑝𝑑

M𝑛 0,5
𝜆𝑝𝑑 = ( ) (33)
M𝑙
47

4 METODOLOGIA
O presente trabalho consiste em seguir etapas para o dimensionamento da
estrutura de um galpão em perfis de aço formados à frio. Estas etapas seguem uma
sequência, de forma que a tarefa a ser cumprida não necessite de informações das
tarefas que ainda não foram finalizadas. O fluxograma abaixo (Figura 17) demonstra
a sequência da metodologia deste trabalho.

Figura 17 – Fluxograma do trabalho a ser desenvolvido.

Fonte: Autoria própria.

4.1 OBTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA

De forma a aliar os dados encontrados no presente trabalho à realidade da


indústria da cidade, procurou-se arbitrar características a estrutura a ser
dimensionada que fossem próximas as estruturas presentes na cidade. Assim, foi
preestabelecido que o galpão originário da estrutura a ser dimensionada terá uma
área de 700 m² com pé-direito de 6,5 m, dimensões estas, suficientes para comportar
instalações de pequenas fábricas, oficinas ou até mesmo para a finalidade de servir
de local de armazenamento de estoque de produtos ou matéria prima. As principais
características arbitradas para o Galpão originário desta estrutura estão apresentadas
na Tabela 8.
48

Tabela 8 – Características do Galpão originário da estrutura a ser dimensionada.

Propriedade Valor
Área 700m²
Largura 20m
Comprimento 35m
Pé direito 6,5m
Qtd. de Portas 2 Portas
Tam. Portas 6mx6m
Tipo de Cobertura 2 Águas
Tamanho das abas laterais 0,5m
Distância entre Pórticos 5m
Inclinação do Telhado 10%
Calha Não haverá
Tipo de Telha Telha de aço Galvanizado TP40 #0,5mm
Localização Pato Branco/PR
Fonte: Autoria própria.

4.2 CÁLCULO DA AÇÃO DO VENTO

Para o cálculo das ações do vento será utilizado as informações e


procedimentos indicados pela norma NBR 6123 (1988) que normatiza a obtenção das
ações geradas pelo vento.

4.2.1 Velocidade básica e da velocidade característica do vento

Conforme está apresentado na Tabela 8 do item 4.1, a localização do


galpão será a cidade de Pato Branco. Está cidade está presente na região sudoeste
do estado do Paraná (Figura 18) e, a partir, da definição desta localização é possível
encontrar a velocidade básica do vento (𝑉0) analisando o mapa de isopletas que está
presente na Figura 2 do item 3.2.1 deste trabalho.
49

Figura 18 - Localização da cidade de Pato Branco.

Fonte: Tabalipa (2008).

O próximo passo após a obtenção da velocidade básica do vento é


encontrar os fatores de multiplicação que juntamente com a velocidade básica do
vento, originam a velocidade característica do vento (𝑉𝑘 ) e consequentemente a
pressão dinâmica (q). O primeiro fator é o fator topográfico (𝑆1) que leva em
consideração as variações do relevo do terreno, desta forma, alega-se que o terreno
que será construída esta estrutura será um terreno plano, atribuindo assim, como 1 o
valor de 𝑆1 conforme indica a NBR 6123 (1988).
O próximo fator é o fator de rugosidade do terreno, dimensões sobre à
edificação e altura sobre o terreno (𝑆2 ), este fator é subdividido em cinco categorias e
três classes diferentes, sendo que para este trabalho definiremos o Galpão
proveniente da estrutura a ser dimensionada como pertencente a categoria IV, devido
ao fato que a cidade de Pato Branco apresenta uma grande quantidade de prédios e,
por isso, um galpão construído nesta cidade se encaixaria na categoria escolhida pois
define a cota média das construções vizinhas como 10 m. Também, foi definido o
Galpão como pertencente a classe B, pois sua maior dimensão está entre 20 e 50m.
O Fator estatístico (𝑆3 ) é o fator que depende da ocupação do Galpão, e por isso,
definiu-se como pequeno o fator de ocupação do Galpão originário da estrutura que
será dimensionada no presente trabalho, pois, trata-se de um Galpão que comportará
instalações onde terá pouca circulação de pessoas internamente.
50

4.2.2 Coeficientes de pressão e forma externos da parede e do telhado

Para a obtenção dos valores de pressão e de forma externos do edifício foi


utilizado as Tabelas 4 e 5 do item 3.2.6 do presente trabalho, de forma que, sabendo
as dimensões do imóvel (Tabela 8) foi possível encontrar os valores tabelados. Para
os coeficientes da parede foi necessário calcular a relação de largura por comprimento
do galpão, e percebendo que o valor encontrado de 1,75 não constava na Tabela 4
foi preciso interpolar linearmente os valores dos coeficientes, assim, os valores
obtidos, tanto para vento em 0º quanto para 90º, foram encontrados. Além dos
coeficientes de pressão da parede, existe o coeficiente de pressão médio externo
(𝐶𝑝𝑒 ), o qual é presente a barlavento das paredes paralelas ao vento e também é
obtido a partir da NBR 6123 (1988). Os coeficientes de pressão e forma do telhado
são obtidos a partir da Tabela 5 (item 3.2.6) deste trabalho e são dependentes da
inclinação em que o telhado terá. Desta forma a inclinação escolhida anteriormente
de 10% será correspondente a um ângulo de 5,71º sendo um valor não presente na
Tabela 5. Assim, a partir disto foi necessário realizar uma interpolação linear entre os
valores encontrados para 5º e 10º para os valores dos coeficientes de pressão e de
forma externos do telhado para vento em 0º, 90º.

4.2.3 Coeficientes de pressão internos

Para a obtenção desses coeficientes, deve-se tomar em consideração que


o galpão terá duas portas, uma na parte da frente e outra na parte traseira, assim,
pode-se concluir que este galpão terá duas faces igualmente permeáveis e duas faces
impermeáveis, que conforme a NBR 6123 (1988) apresentará dois tipos de
coeficientes de pressão interno, um para quando o vento estiver perpendicular a uma
face permeável e outro para o vento perpendicular a face impermeável, valores estes
apresentados no item 3.2.7 deste trabalho.

4.2.4 Carregamento do vento

Após encontrado a pressão dinâmica e os coeficientes de pressão é


possível encontrar o carregamento em cada parte da estrutura do galpão, assim, para
este trabalho, será utilizado o carregamento presente no pórtico que receberá o maior
51

esforço para realizar a simulação computacional da geometria de pórtico definida e


encontrar um perfil que suporte estes esforços, para isso, deve-se encontrar a região
em que os coeficientes de pressão tem o maior valor em módulo e consequentemente
encontrar qual pórtico é o mais influenciado por esta região. Feito isso, deve-se
multiplicar a pressão efetiva encontrada pela largura da área de influência do pórtico
para que seja encontrado o carregamento em unidade de força por unidade de
comprimento sobre o pórtico.

4.3 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DAS TELHAS

Para esta verificação é importante utilizar carregamentos que


exemplifiquem o caso de maior esforço gerado, assim, para chegar neste valor
utilizaremos o valor de coeficiente de pressão externa que cause o maior
carregamento. Visto isto, percebemos que para a telha de cobertura, os coeficientes
de pressão médios do telhado são aqueles que apresentam os maiores valores de
carregamentos, pois são estes coeficientes que apresentam os maiores valores em
módulo. Seguindo a mesma ideia, para as telhas de fechamento lateral do galpão
podemos considerar o coeficiente de pressão médio que também amplifica o valor da
pressão efetiva na lateral do galpão. Desta forma, a partir dos coeficientes de pressão
médios é possível obter os carregamentos mais críticos para que seja verificado a
segurança das telhas.
Nesta análise será considerado que a telha terá apenas dois apoios, pois,
o coeficiente de pressão médio pode estar presente em uma das extremidades
(beirada) do galpão e, por isso, não podermos garantir que nenhuma telha presente
neste local esteja apoiada em apenas duas terças.

4.4 DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA DO PÓRTICO TRELIÇADO

A geometria do treliçado do pórtico será definida de acordo com as


dimensões pré-estabelecidas na Tabela 8 do item 4.1 deste trabalho e tomando como
base a distância limite entre terças suportada pelas telhas. Assim, é definido a menor
divisão possível entre terças que resulte em uma distância menor que o limite
suportado pelas telhas, posteriormente é decidido a geometria do treliçado da tesoura
e do pilar, para isso, foi utilizado como base a distância entre terças, dividindo o
52

treliçado de forma que todas terças, exceto as terças das extremidades, ficassem
sobre um montante, também tentou-se colocar um limite de inclinação da diagonal do
treliçado como entre 30º e 60º, pois se a diagonal ficasse com uma inclinação muito
pequena ou muito grande a sua função de enrijecedora do treliçado ficaria
comprometida, então nos caso que aconteceu da diagonal ficar fora deste limite foi
colocado mais um ou mais montantes intermediários.

4.5 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DAS TERÇAS

4.5.1 Terças de cobertura

Para a verificação da resistência das terças de cobertura também foi


utilizado o mesmo carregamento do vento que serviu para o cálculo de resistência das
telhas de cobertura devido ao fato que este também será o maior carregamento de
sucção para a cobertura do galpão, porém, a norma NBR 8800 (2008) estipula uma
carga acidental que deve ser prevista para o dimensionamento de uma estrutura em
aço. Esta carga acidental tem o valor de pelo menos 0,25 kN/m² (conforme descrito
no item 3.3.2 deste trabalho) e a sua direção é no sentido da gravidade, diferente das
ações do vento que são perpendiculares ao telhado, por isso, a carga devida a ação
acidental irá gerar uma componente Y no carregamento referente a terça, então a
verificação da resistência da terça de cobertura deve avaliar a flambagem gerada pela
ação do vento somado as ações permanentes do peso próprio do telhado e do próprio
perfil que formará a terça e a flambagem gerada pela carga acidental também somada
as ações de peso próprio do telhado e do perfil.

4.5.2 Terças de Fechamento

Para as terças de fechamento foi escolhido o mesmo perfil utilizado nas


terças de cobertura e, por isso, os esforços de momento fletor resistente de cálculo e
esforço cortante resistente de cálculo são os mesmos. Porém as cargas solicitantes
de cálculo para o fechamento são diferentes. Estas cargas levam em consideração
em sua componente X, o maior carregamento causado pela ação do vento, o qual é
calculado a partir da mesma carga utilizada para o dimensionamento das telhas de
fechamento e transformado para unidades de carregamento linear distribuído. Em sua
53

componente Y o carregamento é obtido a partir do peso próprio das telhas e do perfil


escolhido para as terças.

4.6 CÁLCULO DO CONTRAVENTAMENTO

A geometria escolhida para o cálculo do contraventamento desta estrutura


foi selecionada dentre as opções possíveis e é a geometria que está presente na
Figura 19.
Figura 19 - Representação do tipo de contraventamento adotado.

Fonte: Autoria própria.

Devido ao fato que em todo caso de pressão do vento no sentido do


comprimento do galpão os contraventamentos que estão mais a extremidade são os
que receberão os maiores esforços, então, para calcular a resistência dos mesmos
referentes a pressão neste sentido serão analisados apenas os dois pares de
contraventamentos presentes entre os primeiros 3 pórticos treliçados, pois os demais
receberão esforços menores e por isso o perfil escolhido suportará estas forças. Para
esta análise, de pressão de vento no sentido do comprimento será utilizado o pior
caso de coeficiente de pressão externa que cause o efeito de sucção, pois os
contraventamentos serão formados por cabos de aço e, por isso, serão
dimensionados para suportar apenas os esforços de tração. A partir do carregamento
encontrado será trabalhado a vista superior da cobertura com uma treliça de forma
que este carregamento gere esforços em todos os elementos da cobertura (Terças,
54

Banzo superior e contraventamento), estes esforços podem ser obtidos a partir de


métodos para descobrir esforços em elementos da treliça (exemplo: método dos nós)
e a partir disto encontraremos o cabo de aço que receberá o maior esforço de tração
de forma a encontrar em tabelas de fornecedores um cabo que suporte tal esforço.

4.7 DIMENSIONAMENTO DO PÓRTICO TRELIÇADO POR SIMULAÇÃO


COMPUTACIONAL

Para esta etapa será utilizada uma ferramenta de simulação computacional


para estruturas metálicas muito utilizada que é o software de cálculo de elementos de
barras chamado Dlubau Rfem versão 5.15. Os carregamentos utilizados para a
simulação são as cargas devido ao vento em 0º e 90º, tendo em vista que estes
valores se alteram para caso o vento esteja perpendicular a uma face permeável ou
impermeável de acordo com o seu coeficiente de pressão interna, os carregamentos
de peso próprio das terças, telhas e contraventamentos e também é levado em
consideração o carregamento gerado pela carga acidental e a força nocional conforme
o item 3.3.2 deste trabalho. O resultado da simulação deste software nos dá vários
dados diferentes, os quais para nossa análise serão importantes os dados de
deslocamento total da estrutura para que seja feita a verificação de acordo com a
Norma NBR 14762 (2010) e a identificação do perfil com menor coeficiente de
segurança juntamente com as cargas que este perfil recebe em cada simulação de
forma que seja possível verificar por meio de cálculos se este perfil realmente está
seguro de acordo com a norma NBR 14762 (2010) de forma a se fazer uma verificação
a mais do resultado da simulação.

4.8 DIMENSIONAMENTO DOS CHUMBADORES DA BASE

Para o dimensionamento dos chumbadores de base que irão fixar o pilar a


fundação é necessário a obtenção dos esforços resultantes de tração e cisalhamento
dos engastes do pilar do pórtico ao solo. Estes dados também são retirados da
simulação computacional e, a partir deles, se encontra qual a maior força resultante
que o chumbador irá receber contando com todos os casos simulados. Assim, se
define como limite de tensão que o chumbador pode receber com 0,33 da tensão
última do material que o chumbador é constituído, de forma que, encontrado a maior
55

força resultante que o chumbador irá receber e com a tensão limite que o mesmo pode
ser solicitado é possível encontrar uma área mínima de seção transversal para que se
encontre o diâmetro especificado do chumbador. Este diâmetro será um valor que se
tenha facilidade em encontrar no mercado e que resulte em uma área de seção
transversal maior que a encontrada analisando a força resultante de solicitação e a
tensão limite de resistência.
56

5 RESULTADOS

5.1 RESULTADOS DO CÁLCULO DA AÇÃO DO VENTO

5.1.1 Obtenção da pressão dinâmica e coeficientes de pressão

A partir das considerações feitas no item 4.2.1 deste trabalho, é possível


se obter os valores da velocidade básica do vento (𝑉0), bem como os fatores de
multiplicação (𝑆1 , 𝑆2 e 𝑆3 ), a velocidade característica do vento (𝑉𝑘 ) e
consequentemente o valor da pressão dinâmica (q). Estes valores se apresentam na
Tabela 9 a seguir.

Tabela 9 - Valores encontrados para o cálculo da pressão dinâmica.

Item Magnitude Observações


Velocidade básica do vento
45 m/s Cidade de Pato Branco/PR
(𝑉0 )
Fator topográfico (𝑆1 ) 1,00 Terreno plano
Fator de rugosidade do Zona urbanizada com cota
terreno, dimensões da 0,76 (h ≤ 5𝑚) média de 10m e maior
edificação e altura sobre o dimensão do galpão ente 20 e
terreno (𝑆2 ) 0,83 (5𝑚 < h ≤ 10𝑚) 50m
Instalações com baixo fator de
Fator estatístico (𝑆3 ) 0,95
ocupação
Velocidade característica do 32,49 m/s (h ≤ 5𝑚)
vento (𝑉𝑘 ) 35,48 m/s (5𝑚 < h ≤ 10𝑚)
647 N/m² (h ≤ 5𝑚)
Pressão dinâmica (q)
772 N/m² (5𝑚 < h ≤ 10𝑚)
Fonte: Autoria própria

Os coeficientes de pressão e forma externos da parede e do telhado foram


obtidos de acordo com as considerações do item 4.2.2 e os resultados estão
mostrados em desenhos que melhor demonstram a ação destes coeficientes
(chamados de bonecos), estes desenhos são simplesmente uma vista superior do
imóvel mostrando onde estão cada coeficiente de pressão e forma os quais estão
dispostos nas Figuras 20 e 21 para os coeficientes de pressão das paredes para vento
em 0º e 90º respectivamente e Figuras 22 e 23 para os coeficientes de pressão do
telhado também para vento em 0º e 90º.
57

Figura 20 - Coeficientes de pressão e forma da parede com vento e 0º.

Fonte: Autoria própria.

Figura 21 - Coeficientes de pressão e forma da parede com vento e 0º.

Fonte: Autoria própria.


58

Figura 22 - Coeficientes de pressão e forma do telhado com vento e 0º.

Fonte: Autoria própria.

Figura 23 - Coeficientes de pressão e forma do telhado com vento e 90º.

Fonte: Autoria própria.


59

Além dos coeficientes de pressão e forma, existe coeficientes de pressão


médios que estão presentes em algumas regiões de maior pressão do vento, estes
valores estão mostrados nas Figuras 24 (coeficiente de pressão médio nas paredes)
e 25 (coeficientes de pressão médio no telhado).

Figura 24 - Coeficiente de pressão médio nas paredes.

Fonte: Autoria própria.

Figura 25 - Coeficientes de pressão médio do telhado.

Fonte: Autoria própria.

O comprimento de ação de cada um dos coeficientes também é obtido pela


NBR 6123 (1988) e os valores destas medidas estão mostradas na Tabela 10 para os
coeficientes de pressão das paredes e Tabela 11 para os coeficientes de pressão do
telhado.
60

Tabela 10- Comprimento de ação dos coeficientes de Pressão e forma das paredes.

Coeficiente Comprimento de ação


A1 e B1 8,75m
A2 e B2 8,75m
A3 e B3 17,5m
C1 e D1 10m
C2 e D2 10m
𝐂𝐩𝐞 4m
Fonte: Autoria própria.

Tabela 11 - Comprimento de ação dos Coeficientes de Pressão do Telhado.

Coeficientes Comprimento de ação


EeG 8,75m
FeH 8,75m
IeJ 17,5m
Fonte: Autoria própria.

Conforme explicado no item 4.2.3 do presente trabalho, para o cálculo das


ações desta estrutura deve-se utilizar dois valores de coeficientes de pressão interno
que estão de acordo com a permeabilidade da face que o vento está agindo
perpendicularmente. Os valores a serem utilizados estão presentes na Tabela 12 a
seguir.
Tabela 12 - Valores dos coeficientes de pressão interna.
Coeficiente Permeabilidade da face
𝐶𝑝𝑖 = 0,2 Vento perpendicular a face permeável
𝐶𝑝𝑖 = −0,3 Vento perpendicular a face impermeável
Fonte: Autoria própria.

5.1.2 Obtenção do carregamento devido ao vento

Em uma análise é possível verificar que entre os pórticos treliçados da


estrutura a ser dimensionada o pórtico treliçado que recebe o maior esforço é o pórtico
2 (uma melhor visualização deste caso na Figura 26), isto ocorre devido ao fato que
no vento em 0º a região com os valores mais críticos de coeficientes de pressão
externa (maiores valores em módulo) é a região onde estão presentes os coeficientes
referentes a A1 e B1 nas paredes, juntamente com E e G no telhado. Também,
analisando os ventos em 90º verifica-se que todas as regiões de influência nos
pórticos têm o mesmo valor de coeficientes de pressão e forma externo. Desta forma,
vemos que apenas os pórticos treliçados 1 e 2 estão sob total influência desta região,
porém, sabe-se que os pórticos de extremidade têm sua região de influência de
61

carregamento reduzida pela metade em comparação aos pórticos que não estão na
extremidade, por isso, a escolha do pórtico treliçado 2 como pior caso se justifica.

Figura 26 -Destaque da região de maior carregamento das forças do vento.

Fonte: Autoria própria.

Após a obtenção dos coeficientes de pressão e de forma e dos valores de


pressão dinâmica é possível obter os valores de pressão efetiva que geram esforços
no galpão (pela Equação 4 do item 3.2.8 deste trabalho), desta forma, sabendo que a
distância entre pórticos é de 5m e que o pórtico com maior carregamento será o pórtico
2 pode-se calcular as cargas distribuídas para este pórtico para cada um dos casos
(Vento em 90º e 0º e coeficientes de pressão interna de 0,2 e -0,3). Os valores
encontrados estão mostrados na Tabela 13 onde ϴ é a inclinação do vento e os itens
C1, C2, C3, C4, C5 e C6 são os carregamentos presentes no pórtico conforme
mostrado na Figura 27.

Tabela 13 - Carregamentos gerados pelo vento no Pórtico 2.

ϴ = 90º ϴ = 0º
𝑪𝒑𝒊 = 0,2 𝑪𝒑𝒊 = -0,3 𝑪𝒑𝒊 = 0,2 𝑪𝒑𝒊 = -0,3
C1 1618 N/m 3235 N/m -3235 N/m -1618 N/m
C2 1929 N/m 3859 N/m -3859 N/m -1929 N/m
C3 -4409 N/m -2480 N/m -3859 N/m -1929 N/m
C4 -2315 N/m -386 N/m -3859 N/m -1929 N/m
C5 -2508 N/m -579 N/m -3859 N/m -1929 N/m
C6 -2103 N/m -485 N/m -3235 N/m -1618 N/m
Fonte: Autoria própria.
62

Figura 27 - Localização dos carregamentos da Tabela 11.

Fonte: Autoria própria.

5.2 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DAS TELHAS

Os carregamentos solicitantes de cálculo para o dimensionamento do


telhado foram obtidos conforme explica o item 4.3 deste trabalho e seus valores estão
presentes nas Tabelas 14 (para o telhado) e 15 (para o fechamento lateral). Vale
ressaltar que a indicação (s) ao lado dos valores de carregamento na tabela indicam
que são esforços de sucção, porém como a resistência da telha é a mesma nesta
direção independente do sentido da flexão esta indicação não terá nenhum efeito nos
cálculos de dimensionamento.

Tabela 14 - Esforços gerados pelo vento no telhado considerando Cpe médio.

𝑪𝒑𝒊 = 0,2 𝑪𝒑𝒊 = -0,3


𝑪𝒑𝒆 = −𝟏, 𝟒 125,9 Kg/m² (s) 86,6 Kg/m² (s)
𝑪𝒑𝒆 = −𝟏, 𝟐𝟑 112,4 Kg/m² (s) 73,1 Kg/m² (s)
𝑪𝒑𝒆 = −𝟏, 𝟐 110,2 Kg/m² (s) 70,8 Kg/m² (s)
𝑪𝒑𝒆 = −𝟏, 𝟎𝟑 96,7 Kg/m² (s) 57,3 Kg/m² (s)
Fonte: Autoria própria.

Tabela 15 - Esforços gerados pelo vento no fechamento lateral considerando Cpe médio.

𝑪𝒑𝒊 = 0,2 𝑪𝒑𝒊 = -0,3


𝑪𝒑𝒆 = −𝟎, 𝟗𝟓 90,5 Kg/m² (s) 51,2 Kg/m² (s)
Fonte: Autoria própria.
63

A partir dos dados das Tabelas 15 e 15 podemos perceber que o


carregamento que causa o maior esforço na telha em todos os casos é o de 125,9
Kg/m², o qual também é maior que a carga acidental (apresentada no item 3.3.2 do
presente trabalho), dito isto, podemos comparar este esforço com a resistência da
telha trapezoidal de espessura 0,5mm presente na Tabela 16 para provar que a
mesma não irá falhar para grandes esforços do vento e definir um limite máximo para
a distância entre terças, as quais são os apoios das telhas.

Tabela 16 - Resistência tabelada pelo fornecedor da telha.

Distância entre apoios (mm)


Espessura Peso Nº de
1750 2000
(mm) (kg/m²) apoios
Cobertura Fechamento Cobertura Fechamento
0,5 4,80 2 159 kg/m² 159 kg/m² 122 kg/m² 122 kg/m²
Fonte: Adaptado de Guerdau (20??).

Fazendo a comparação do valor maior encontrado com os valores


tabelados, temos que para um espaçamento entre apoios de 2000 mm a resistência
fica pouco abaixo do esforço solicitante, porém, para a distância de 1750 mm a
resistência fica acima do esforço solicitante e por isso a segurança é atingida.
Desta forma, será restringido a distância entre terças deste imóvel para um
valor máximo de 1750 mm, assim, mesmo com o valor do esforço solicitante nas
paredes sendo menor que no telhado fixaremos 1750 mm como o limite também para
o fechamento lateral privilegiando assim a segurança e fazendo com que se tenha um
limite único para todo o projeto.

5.3 GEOMETRIA DO PÓRTICO TRELIÇADO

Levando em consideração as informações contidas na Tabela 8 é possível


definir as medidas principais da geometria do pórtico com altura do pilar e inclinação
da tesoura e a partir disto consegue-se obter ou definir outras medidas. Na Figura 26
é mostrado as dimensões principais do pórtico e ser projetado de forma que a
distância da extremidade lateral do pilar até a extremidade lateral da tesoura de
650mm deve-se ao tamanho da aba de 500 mm mostrada na Tabela 8 mais uma folga
de 150 mm relativo a espaço ocupado pela telha de fechamento mais a terça de
fechamento lateral. A medida da altura extremidade da tesoura de 200 mm foi definida
64

de forma que esta altura a mais dos montantes contribuam para uma maior inclinação
das diagonais.

Figura 28 - Medidas principais do pórtico.

Fonte: Autoria própria.

O próximo passo foi decidir a distância entre terças da cobertura e também


do fechamento lateral com base no valor mínimo de 1750 mm definido no item anterior,
encontrando assim, o valor mais próximo abaixo deste limite que proporcione divisões
iguais. A Tabela 17 abaixo mostra a divisão entre terças encontradas para a cobertura.
O comprimento útil do banzo presente na Tabela 17 é o comprimento total do banzo
menos o espaço de 200mm sendo destes 150mm para a folga da primeira terça
pensando em um melhor encaixe da cumeeira e 50mm para o espaço em que será
colocada a última terça.

Tabela 17 - Divisão de terças da cobertura.

Comprimento do Banzo Superior 10703 mm

Comprimento Útil do Banzo Superior 10503 mm


Número de Divisões 7
Distância entre terças 1500 mm
Fonte: Autoria própria.

O mesmo trabalho é feito para as terças de fechamento apresentado na


Tabela 18, onde a Altura útil do pilar é a altura total do pilar menos um espaço de
65

150mm que ficará entre a última terça e o solo para que a mesma não toque o chão e
receba a umidade do solo (que pode acelerar a oxidação do perfil). As distâncias entre
terças encontradas também estão mostradas na Figura 29.

Tabela 18 - Divisão de terças de fechamento.

Altura do pilar 6500 mm

Altura Útil do pilar 6350 mm


Número de Divisões 5
Distância entre terças 1270 mm
Fonte: Autoria própria.

Figura 29 - Representação das distâncias entre terças sobre meio pórtico.

Fonte: Autoria própria.

O próximo passo deste trabalho foi decidir a geometria do treliçado da


tesoura e do pilar, e para isto seguiu-se o que se mostra no item 4.4 deste trabalho,
desta forma, a geometria resultante é a que está presente na Figura 30. Na Figura 31
também está mostrado uma perspectiva em 3-D para a estrutura do presente trabalho.
66

Figura 30 - Representação da geometria de meio pórtico.

Fonte: Autoria própria.

Figura 31 - Estrutura do Galpão.

Fonte: Autoria própria.


67

5.4 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DAS TERÇAS

Os carregamentos presentes nas terças de cobertura e de fechamento


foram obtidos conforme o que está posto nos itens 4.5.1 e 4.5.2 deste trabalho. Desta
forma, os valores encontrados se apresentam nas Tabelas 19 e 20 a seguir.

Tabela 19 – Carregamentos solicitantes nas terças de cobertura.


Tipo de Carga Magnitude Componente x Componente y
Vento -1853,0 N/m -1853,0 N/m ----
Peso próprio das telhas 70,6 N/m 70,2 N/m 7,0 N/m
Peso próprio das terças 66,9 N/m 66,7 N/m 6,7 N/m
Acidental 375,0 N/m 373,1 N/m 37,3 N/m
Vento + Peso próprio -1716 N/m -1716,0 N/m 13,7 N/m
Acidental + Peso próprio 512,6 N/m 510,1 N/m 52 N/m
Fonte: Autoria própria.

Tabela 20 - Carregamentos solicitantes nas terças de fechamento.


Carregamento Valor
Vento (em x) 1127,5 N/m
Peso próprio telhas+terças (em y) 126,6 N/m
Fonte: Autoria própria.

A partir destes carregamentos foi possível obter os momentos e esforços


cortantes solicitantes de cálculo presentes nas Tabelas 21 e 22.

Tabela 21 - Momentos e esforços solicitantes de cálculo nas terças de cobertura.

Momento Componente x Componente y


Momento Solicitante (Vento +PP) 5362 N*m 43 N*m
Momento Solicitante (Acidental +PP) 1594 N*m 159 N*m
Esforço Cortante Solicitante (Vento +PP) 4290 N 34 N
Esforço Cortante Solicitante (Acidental+PP) 1275 N 128 N
Fonte: Autoria própria.

Tabela 22 - Esforços solicitantes de cálculo para as terças de fechamento.


Componente x Componente y
Momento fletor solicitante de cálculo 3523,4 N*m 395,6 N*m
Esforço cortante solicitante de cálculo 2818,8 N 316,5 N
Fonte: Autoria própria.

O perfil escolhido para a composição das terças é o perfil U enrijecido


150x60 conforme se apresentam suas propriedades na Tabela 23.
68

Tabela 23 - Propriedades do perfil escolhido.


h B d e A P Ix Wx ix Iy Wy iy
(mm) (mm) (mm) (mm) (cm²) (kg/m) (𝐜𝐦𝟒 ) (cm³) (cm) (𝐜𝐦𝟒 ) (cm³) (cm)
150 60 20 3,00 8,70 6,83 295,19 39,36 5,82 41,53 10,14 2,18
Fonte: Adaptado de Guerdau (20??).

Após a escolha do perfil foi possível realizar o cálculo dos esforços


resistentes de cálculo para a Flexão (item 3.8 do presente trabalho) fazendo a análise
do início do escoamento da seção, flambagem lateral com torção, flambagem
distorcional e do esforço cortante resistente de cálculo. Os valores obtidos por estas
análises estão presentes na Tabela 24.

Tabela 24 - Esforços resistentes de cálculo para as terças.

Momento fletor resistente de cálculo Valor (em x) Valor (em y)


Início do escoamento da seção efetiva 7872 N*m 2028 N*m
Flambagem lateral com torção 7872 N*m 2028 N*m
Flambagem distorcional 6347 N*m 1635 N*m
Esforço cortante resistente de cálculo 49680 N 19440 N
Fonte: Autoria própria.

A partir destes dados vemos tanto na posição x como na posição y o menor


valor de momento fletor resistente de cálculo e o esforço cortante resistente de cálculo
(Tabela 24) são superiores aos valores solicitantes de cálculo (Tabelas 21 e 22), e,
devido ao fato que os esforços cortantes resistentes de cálculo (Tabela 24) não serem
superiores a 70% do valor resistente de cálculo (Tabelas 21 e 22) a verificação da
Equação 31 do item 3.9.4 não é necessária. A última verificação necessária para
comprovar a adequação do perfil escolhido a norma NBR 14762 (2010) é o cálculo
dos deslocamentos, assim, seguindo as orientações do item 3.8.5 calculou-se o
deslocamento (flecha) máximo gerado pelo maior carregamento em cada componente
(x e y), os quais estão mostrados na Tabela 25 em comparação com o deslocamento
máximo.

Tabela 25 - Deslocamentos encontrados para as terças de cobertura e fechamento.


Deslocamento Magnitude (mm)
𝑥𝑚𝑎𝑥 da teça de cobertura 23,7
𝑦𝑚𝑎𝑥 da terça de cobertura 5,0
𝑥𝑚𝑎𝑥 da terça de fechamento 15,5
𝑦𝑚𝑎𝑥 da teça de fechamento 1,7
Limite máximo de deslocamento admitido
41,7
(L/120)
Fonte: Autoria própria.
69

5.5 CONTRAVENTAMENTO

Os esforços utilizados para o cálculo das forças internas nos cabos de


contraventamento são referentes ao coeficiente de pressão das paredes para vento
em 90º (ver Figura 21) por ser o caso onde se tem o maior valor de pressão efetiva
que cause esforço de tração no contraventamento e com o coeficiente de pressão
interna com a magnitude de 0,2 devido ao fato de ser o que resulta no maior
carregamento somado aos coeficientes de pressão externa encontrados, estes
coeficientes são mostrados na Figura 32.

Figura 32 - Representação dos coeficientes de pressão na parte frontal do Galpão.

Fonte: Autoria própria.

A partir dos valores de coeficiente de pressão juntamente com o valor da


pressão dinâmica, onde foi considerado toda a face frontal do barracão com a mesma
pressão dinâmica para privilegiar a segurança, foi possível descobrir as pressões
efetivas na face frontal do galpão conforme a Figura 33.

Figura 33 - Representação do carregamento na parte frontal do Galpão.

Fonte: Autoria própria.


70

Para encontrar a força axial de tração em cada contraventamento,


considerou-se toda a vista superior da estrutura como uma treliça de forma que cada
elemento (banzo da tesoura, terça e contraventamento) seja uma barra, então, após
isso, foi estipulado uma força resultante em cada nó pertencente ao primeiro pórtico,
as forças estipuladas foram referentes a área de superfície da parede frontal do galpão
de aproximadamente 157 m² e a pressão efetiva da Figura 34. Desta forma foram
encontradas as forças presentes na Figura 34.

Figura 34 - Forças adotadas para o cálculo do contraventamento.

Fonte: Autoria própria.

Assim, conseguiu-se encontrar as forças axiais de tração presentes no


contraventamento que possibilita a escolha do cabo de aço mais adequado. Os
esforços internos se apresentam na Figura 35.
71

Figura 35 - Esforços internos nos elementos estruturais da cobertura.

Fonte: Autoria própria.

Analisando a Figura 36 vemos que o contraventamento que apresenta o


maior valor de esforço de tração na estrutura suporta um valor de 5,4 kN de tração
conforme destacado na imagem. Por isso, foi escolhido para esta aplicação o cabo de
aço tipo 6x7 com alma de aço e 1/8’’ de diâmetro categoria IPS que tem sua carga de
ruptura de 0,66 tf (6,47 kN) conforme a Tabela 26.

Tabela 26- Propriedades do cabo de aço.

Diâmetro (pol.) Massa Aprox. (kg/m) Carga de ruptura (tf)


1/8’’ 0,034 0,66
Fonte: Adaptado de Cimaf (2012).

5.6 DIMENSIONAMENTO DO PÓRTICO TRELIÇADO POR SIMULAÇÃO


COMPUTACIONAL

Para esta etapa do trabalho foi utilizado da ferramenta de simulação


computacional em elemento de barras com o objetivo de tornar mais rápido e viável a
realização do dimensionamento.
O perfil escolhido para a composição do pórtico foi o perfil U dobrado
150x50 com espessura de 4.75 mm conforme a Tabela 27.
72

Tabela 27 - Propriedades do perfil escolhido.

h B e A P Ix Wx ix Iy Wy iy
(mm) (mm) (mm) (cm²) (kg/m) (𝐜𝐦𝟒 ) (cm³) (cm) (𝐜𝐦𝟒 ) (cm³) (cm)
150 50 4,75 11,01 8,64 338,00 45,00 5,54 23,84 6,30 1,47
Fonte: Adaptado de Guerdau (20??).

Os carregamentos estipulados para as simulações computacionais são


aqueles encontrados no item 5.1.2 do presente trabalho que são causados pela ação
do vento, sendo que cada caso mostrado será realizado uma simulação
separadamente, também, será utilizado a ação da carga acidental prevista no item
3.3.2 para a realização de mais uma simulação estrutural. Em cada uma das
simulações realizadas também foi adicionado uma carga permanente referente ao
peso próprio das terças, telhas e contraventamentos. Outro esforço adicionado as
simulações foi a força nocional prevista no item 3.3.2 que foi calculado a partir do
carregamento com a maior magnitude dentre os encontrados. O valor da Força
nocional, do carregamento permanente de peso próprio e do carregamento acidental
estão presentes na Tabela 28 a seguir.

Tabela 28 - Carregamentos para simulação.

Tipo de carga Magnitude


Peso próprio Telhas 235,5 N/m
Peso próprio Terças 44,7 N/m
Peso próprio Contraventamento 0,11 N/m
Total Peso Próprio 280,3 N/m
Acidental 1250 N/m
Força nocional 440 N
Fonte: Autoria própria.

Os carregamentos inseridos na simulação estão mostrados nas Figuras 36,


37, 38, 39 e 40.
73

Figura 36 -Cargas de vento a 0º com Cpi=0,2.

Fonte: Autoria própria.

Figura 37- Cargas de vento a 0º com Cpi=-0,3.

Fonte: Autoria própria.

Figura 38 - Cargas de vento a 90º com Cpi=0,2.

Fonte: Autoria própria.


74

Figura 39 - Cargas de vento a 90º com Cpi=-0,3.

Fonte: Autoria própria.

Figura 40 - Carga acidental mais peso próprio.

Fonte: Autoria própria.

Na Tabela 29 está apresentado os valores da deformação global do pórtico


em todas as situações simuladas.

Tabela 29 - Valores limites de deformação global obtidos nas simulações.

Tipo de ação Deformação (mm)


Vento 0º e 𝑪𝒑𝒊 = 𝟎, 𝟐 29,6
Vento 0º e 𝑪𝒑𝒊 = −𝟎, 𝟑 13,5
Vento 90º e 𝑪𝒑𝒊 = 𝟎, 𝟐 30
Vento 90º e 𝑪𝒑𝒊 = −𝟎, 𝟑 14,5
Carga acidental 13,7
Valor máximo permitido L/250 76
Fonte: Autoria própria.
75

Desta forma, vê-se que em todos os casos os deslocamentos encontrados


estão abaixo do limite permitido. A deformação de maior valor foi de 30 mm, e esta
não ultrapassa o limite de L/250. A Figura 42 mostra o maior deslocamento obtido
pelas simulações.

Figura 41 - Deformação do pórtico para cargas de vento a 90º com Cpi=0,2.

Fonte: Autoria própria.

Segundo os resultados da simulação realizada, o perfil que representa o


caso mais próximo de falhar por flambagem é o perfil destacado na Figura 42 a seguir,
por isso, foi calculado a partir das equações dadas pela norma e a partir da maior
força normal que o mesmo recebe, analisando todos os casos de carga, a sua
resistência a flambagem para que se tenha uma validação da simulação realizada, os
valores estão mostrados na Tabela 30.

Figura 42- Elemento da treliça que apresentou o menor coeficiente de segurança.

Fonte: Autoria própria.


76

Tabela 30 - Valores calculados para flambagem no perfil de pior caso simulado.

Perfil utilizado 150x50 #4,75mm


Comprimento de flambagem 1,65m
Maior Força Solicitante de compressão 78,15 kN
Forças Normais Resistentes de Cálculo para Compressão
Flambagem por flexão em X 193,67 kN
Flambagem por flexão em y 112,28 kN
Flambagem por torção 161,54 kN
Flambagem por flexo-torção 161,65 kN
Flambagem distorcional 131 kN
Maior Força Solicitante de Tração 32,76 kN
Forças Normais Resistentes de Cálculo para Tração
Escoamento da seção Bruta 220,2 kN
Ruptura da seção fora da ligação 326,2 kN
Ruptura da seção na região de ligação 94,18 kN
Fonte: Autoria própria.

5.7 DIMENSIONAMENTO DOS CHUMBADORES DA BASE

Para o dimensionamento dos chumbadores necessários para fixar o pilar a


fundação é necessário a obtenção dos esforços resultantes de tração e cisalhamento
dos mesmos, os quais dependem das forças resultantes nos engastes do pórtico
simulado. Estes valores foram possíveis de serem encontrados pelo resultado da
simulação e estão mostrados na Tabela 31 a seguir.

Tabela 31 - Valores das resultantes nos engastes.

Engaste 1 Engaste 2 Engaste 3 Engaste 4


X (kN) Y (kN) X (kN) Y (kN) X (kN) Y (kN) X (kN) Y (kN)
Vento 0º e 𝑪𝒑𝒊 = 𝟎, 𝟐 1,27 55,9c 4,75 17,72t 4,17 14,53t 1,13 52,59t
Vento 0º e 𝑪𝒑𝒊 = −𝟎, 3 0,64 25,36c 1,84 7,74t 1,35 4,5t 0,58 22,0t
Vento 90º e 𝑪𝒑𝒊 = 𝟎, 𝟐 0,64 129,42c 24,89 89,15t 1,62 7,19c 0,75 18,18t
Vento 90º e 𝑪𝒑𝒊 = −𝟎, 3 1,27 98,91c 21,99 79,18 t 1,19 17,20c 0,2 12,37t
Carga acidental 6,8 36,14t - 19,9c 7,9 23,4c 0,15 39,4t
c- compressão t- Tração
Fonte: Autoria própria.

Portanto, a condição que apresenta o pior caso de resultante para o cálculo


do diâmetro do chumbador é a condição onde se tem um esforço cisalhante de 24,89
kN e ao mesmo tempo um esforço de tração de 89,5 kN, estes esforços combinados
geram uma resultante de 156,4kN, como serão colocados três chumbadores em cada
local de engaste e como a tensão última do aço carbono é 400 MPa e sabe-se que o
esforço do chumbador não pode, ultrapassar 0,33 deste valor, por isso temos que a
área do chumbador deve ser de no mínimo 393,9 mm², por isso serão utilizados
77

chumbadores de 1’’ de diâmetro por apresentarem uma área de seção de 506,7 mm²,
sendo assim superior a área requerida. Na Figura 43 está mostrado o modelo de placa
de base que será utilizado na fixação dos pilares.

Figura 43 - Modelo a ser utilizado para fixação dos pilares.

Fonte: Autoria própria.

5.8 MASSA TOTAL DO GALPÃO

De forma a se ter uma boa ideia dimensional do Galpão foi calculado sua
massa total, que está mostrado na Tabela 32.
Tabela 32 - Valores de massa encontrados para o Galpão.

Massa tesouras 4448 Kg


Massa pilares 4490 kg
Massa das terças de Cobertura 3966 Kg
Massa das telhas 7529 Kg
Massa terças de fechamento 3944 Kg
Massa contraventamento 17 Kg
Massa total da estrutura (Sem as telhas) 19946 Kg
Massa por m² da estrutura 28,5 kg/m²
Fonte: Autoria própria.
78

6 CONCLUSÃO
A realização deste trabalho proporcionou melhor conhecimento na área de
estrutura metálica. Na Primeira etapa, foi possível a realização dos cálculos das ações
de acordo com a Norma NBR 6123 (1988), de forma que se encontrou valores de
carregamentos sucção para o vento conforme esperava-se, as ações da carga
acidental não foram tão influentes como o carregamento do vento neste
dimensionamento, muito devido a superioridade numérica. Percebeu-se também que
a telha TP40 que é bastante utilizada para construção de Galpões industriais é
adequada a esta aplicação, pois sua resistência supera até mesmo grandes rajadas
de vento. Ficou também fácil perceber que no dimensionamento de flexão a
flambagem distorcional será provavelmente a primeira a causar falha. Conseguiu-se
projetar uma geometria de pórtico treliçado de forma que as exigências
preestabelecidas pela NBR 14762 (2010) fossem atendidas. Outra questão importante
foi que um cabo de aço com alma de aço, segundo o dimensionamento, foi suficiente
para suportar os esforços do contraventamentos sem que houvesse a necessidade
da utilização de algum cabo especial. O dimensionamento do chumbador
proporcionou que seja possível a utilização de um chumbador com diâmetro bastante
usual na indústria de construção civil. A estrutura resultante deste dimensionamento
irá possuir uma massa de 28,5 kg/m o que está dentro do que se esperava para esta
estrutura.
79

REFERÊNCIAS

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ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988. 66 p.

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Estruturas de Aço de Edifícios (Métodos dos Estados Limites). Rio de Janeiro,
2008.

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estruturas de aço constituídas por perfis formados à frio. Rio de Janeiro, 2010.
87 p.

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Goiás, Goiânia, 2010.
82

APÊNDICE A – DESENHO DO POSICIONAMENTO DOS PILARES.


83

APÊNDICE B – DESENHO DO POSICIONAMENTO DAS TERÇAS, TESOURAS E


CONTRAVENTAMENTOS.
84

APÊNDICE C – DESENHO DO VISTA FRONTAL E CORTE FRONTAL.


85

APÊNDICE D – VISTA LATERAL E CORTE LATERAL.


86

APÊNDICE E – GEOMETRIA DO PÓRTICO TRELIÇADO.


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APÊNDICE F – MEMORIAL DE CÁLCULO FLEXÃO DAS TERÇAS DE


COBERTURA.
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APÊNDICE G – MEMORIAL DE CÁLCULO FLEXÃO DO PERFIL COM MENOR


COEFICIENTE DE SEGURANÇA DA SIMULAÇÃO.
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