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São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2001

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Para Temer, Jader não deve retomar o


cargo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O primeiro movimento público da cúpula do PMDB para


que o peemedebista Jader Barbalho (PA) renuncie à
presidência do Senado foi feito ontem. O novo presidente do
partido, Michel Temer (SP), defendeu que Jader, que não
compareceu à convenção do partido, não reassuma o posto
no dia 17, como tem prometido. "É melhor que ele se
defenda fora do cargo. Se reassumir, haverá uma carga maior
contra ele", afirmou.
A renúncia de Jader é a primeira missão do provável novo
presidente e do grupo que deve aumentar o controle sobre o
PMDB. "Vamos conversar com o Jader [sobre a renúncia".
Sabemos que a decisão cabe a ele. O partido não tem nem
como forçá-lo a renunciar", disse Temer. A operação tem o
apoio do presidente FHC.
A avaliação de dirigentes peemedebistas e do Planalto, que
deu apoio decisivo à eleição de Jader para a presidência, é
que o caso é uma fonte de desgaste eleitoral para o partido e
para o governo.
Para peemedebistas e FHC, a volta à presidência será
interpretada como uma provocação à opinião pública e aos
senadores. Avaliam que ele teria mais chance de se defender
fora do cargo. PFL e oposição jogam pela cassação. Jader
resiste à renúncia pelo temor de que o gesto o enfraqueça.
Quando se licenciou, havia um acordo informal de que as
acusações contra ele seriam enviadas à Justiça, cujo
julgamento é moroso e permitiria a ele encerrar seu mandato
na presidência. Mas as acusações foram remetidas ao
Conselho de Ética, que julga política e sumariamente.
A cúpula do PMDB tem dado sinais de que pode ajudar
Jader se não surgir uma prova definitiva contra ele. "Não
vamos abandonar o Jader. Essa posição do partido, porém,
não significará apoio total. As acusações são pessoais, e é ele
que tem de se defender", disse Temer. Ele também prometeu
examinar o caso do ex-senador Luiz Estevão (cujo mandato
foi cassado). Não falou em expulsão, mas em "discutir o
assunto". (KENNEDY ALENCAR)
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