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VARA DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE FORTALEZA/CE
Autos n. ...
EM CARÁTER DE URGÊNCIA
Brasília-DF | SRTVS 701, Bloco O, 6º Andar, Sala 682, Ed. Multiempresarial, Asa Sul ∙ CEP 71.625-300
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366, do Código de Processo Penal, o qual reza sobre antecipação de provas, suspensão do
prazo prescricional e da prisão cautelar.
Cabe salientar que a citação se deu de forma errada, no endereço errado,
conforme se depreende do doc. anexo (instrumento particular de compra e venda do imóvel
localizado na ...) o qual é prova idônea que o acusado residia no sito imóvel e não no
descrito na denúncia, ou no endereço qual o ilustre oficial de justiça de dirigiu e restou
infrutífera o instituto citatório.
Excelência, meses após o fato da denúncia sem haver a citação valida o
acusado mudou-se para o Novo Gama/GO o qual reside (conforme se atesta pelos
documentos acostados aos autos de comprovação de residência anexo), bem como trás a
baila o comprovante anexo que atesta a locação de uma sala em nome da esposa (certidão
de casamento anexa) do acusado, onde ... desempenhava suas atividades laborais (sito na
QUADRA ...).
Nobre Juíza, o acusado tem uma filha nascitura de 06 (seis) meses de vida
(certidão de nascimento anexa) e outra de 14 (quatorze) anos que se encontra gravida,
sendo ... o arrimo da família, o qual desempenha seu papel de pai, marido, avô, bom
vizinho, com toda honestidade, como se vê pela DECLARAÇÃO DE BOA
CONVIVÊNCIA anexa qual foi assinada por alguns vizinhos e autenticada em cartório
público, demonstrando a veracidade dos fatos narrados aqui.
DA PRIMARIEDADE
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ensinar sobre a “primariedade”:
“Primariedade é a situação de quem não é reincidente. Este, por sua vez, é aquele que
torna a cometer um crime, depois de já ter sido condenado definitivamente por delito
anterior, no País ou no exterior, desde que não o faça após o período de cinco anos,
contados da extinção de sua primeira pena”.(Código de Processo Penal Comentado; 4ª ed.;
ed. RT; São Paulo; 2005; p. 915).
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instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal - art. 312, primeira parte,
CPP)". (As Nulidades no Processo Penal; 6ª edição, ed. RT; 1997; p. 289). (Grifo nosso).
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Nesse sentido a jurisprudência:
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da opressão.” (Código de Processo Penal Comentado; vol. I; ed. Saraiva; 1996; p. 489).
(Grifo nosso).
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utilizada pelo Poder Público como instrumento de punição antecipada daquele a quem se
imputou a prática do delito, eis que, no sistema jurídico brasileiro, fundado em bases
democráticas, prevalece o princípio da liberdade (CF, art. 5, LXVI), incompatível com
punições sem processo e inconciliável com condenações sem defesa.
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Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12.122006).
(Grifo nosso).
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delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido
provada, de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido asseguradas
todas as garantias necessárias à sua defesa”.
A doutrina consagra tal entendimento. Autores de renome como
FRANCESCO CARRARA, Opuscoli di Diritto Criminale, ed. 1889, vol. IV; GALDINO
SIQUEIRA, Curso de Processo Penal, ed. 1930, p. 129; HELENO CLÁUDIO FRAGOSO,
Jurisprudência Criminal, 1973, p. 377; HÉLIO TORNAGHI, Curso de Processo Penal, Ed.
Saraiva, 1980, p. 64; E. MAGALHÃES NORONHA, Curso de Direito Processual Penal,
Ed. Saraiva, 1987, p. 172 e FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO, Processo
Penal, Ed. Saraiva, 1989, p. 412, entre outros, consideram a prisão preventiva como grave
ruína moral ao indivíduo, além de ato de tirania e injustiça, consignando-se também que a
custódia preventiva deve fundar-se em inexorável e imperiosa necessidade”.
O sempre lembrado FRANCESCO CARRARA assevera que: “Prisão
antes da condenação é sempre uma injustiça, e não raramente uma crueldade, porque por
suspeitas falazes, ela se decreta, levando assim a perturbação ao seio de uma família e
privando de sua liberdade cidadãos honestíssimos”.
Trata-se de faculdade do juiz, que, entretanto, não pode ser desmotivada
ou editada arbitrariamente, em prejuízo do direito à liberdade consagrado
constitucionalmente.
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requisito da garantia da ordem pública “é decretada com a finalidade de impedir que o
agente, solto, continue a delinquir, ou de acautelar o meio social, garantindo a credibilidade
da justiça, em crimes que provoquem grande clamor popular”
Não existe, vê-se com clareza, nada que autorize a manutenção da prisão
de ... pelo argumento da ordem pública. Esta não é e não pode ser definida por um critério
subjetivo e temerário de “gravidade de delito”. Não se pode relegar ao nosso lamentável
sistema prisional – representação escancarada e reconhecida de degradação humana –
indivíduo sem qualquer histórico de violação da paz social e de prática de crimes
clamorosos.
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pública tem por escopo impedir a prática de novos
crimes, não se erigindo o fato objetivo de ser o paciente
jovem indicativo de sua necessidade, circunstância,
aliás, que deve recomendar maior cautela no manejo de
excepcional medida. Clamor popular, isoladamente, e
gravidade do crime, com proposições abstratas, de
cunho subjetivo, não justificam o ferrete da prisão, antes
do trânsito em julgado de eventual sentença
condenatória. 2) Ordem concedida.” (Acordão unânime
da 6ª turma do STJ, HC nº 5626-MT, Relator Ministro
Fernando Gonçalves – J. 20/05/97 – DJU 1 16.06.97 p.
27.403 – ementa oficial)
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“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
PRISÃO PREVENTIVA. PRESSUPOSTOS.
FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE. A prisão
preventiva, medida extrema que implica sacrifício à
liberdade individual, concebida com cautela à luz do
princípio constitucional da inocência presumida, deve
fundar-se em razões objetivas, demonstrativas da
existência de motivos concretos, sucetíveis de autorizar
sua imposição. Meras considerações sobre a
periculosidade da conduta e a gravidade do delito, bem
como à necessidade de combate à criminalidade não
justificam a custódia preventiva, por não atender aos
pressupostos inscritos no art. 312, do CPP. Recurso
ordinário provido. Habeas Corpus concedido. .” (RHC
nº 5747-RS, Relator Ministro Vicente Leal, in DJ de
02.12.96, p. 47.723)
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incorre in casu qualquer perigo de ofensa à ordem pública capaz de fundamentar sua
custódia.
“A garantia da ordem pública, fundamento da custódia, tem que residir,
de maneira indispensável, nas razões pelas quais o juiz invoca tal fundamento, indicando os
fatos que serviriam de arrimo para decretar a prisão preventiva”. (RF 252/355).
Neste aspecto, data venia, falece motivo para a custódia preventiva do
paciente.
A respeitável decisão que decretou a prisão preventiva do suplicante, data
vênia, não se encontra nos moldes do direito, pois, que nada demonstra acerca da
necessidade da medida.
2
Muito corretamente ensina FERNANDO CAPEZ (ob. cit) que apenas merece a prisão preventiva ao
fundamento da conveniência da instrução criminal aquele que “visa impedir que o agente perturbe ou
impeça a produção de provas, ameaçando testemunhas, apagando vestígios do crime, destruindo documentos
etc.”.
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preso não tem histórico criminal de nenhuma gravidade, e contra ele não pode militar, sem
qualquer evidência séria e concreta – devidamente demonstrada nos autos – mera
presunção de que, talvez, em liberdade, venha a obliterar a instrução criminal. Fosse assim,
toda a prisão formalizada pelo Estado-Juiz tornar-se-ia fenômeno irreversível, na medida
em que sobre todo cidadão recairia a dúvida quanto à perturbação da demanda criminal
recém-instaurada e à integridade das testemunhas, o que não é razoável.
Ademais, também aqui, carece de qualquer fundamentação a decisão
judicial lançada pelo MM. Magistrado, o que a contamina de ilegalidade:
3
NILTON RAMOS DANTAS SANTOS, ob. cit., p. 34
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da presunção da inocência. Sim, porque se o sujeito está preso sem que haja necessidade
cautelar, na verdade estará apenas cumprindo antecipadamente a futura e possível pena
privativa de liberdade.” 4
4
Ob. cit., p. 228
5
in Direito de apelar em liberdade, Revista dos Tribunais, 2ª Edição, p. 49
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“Em conclusão de julgamento, a Turma, por maioria,
deferiu habeas corpus para determinar a expedição de
alvará de soltura em favor de acusado pela prática dos
crimes de extorsão mediante seqüestro (CP, art. 159, §
1º) e formação de quadrilha (CP, art. 288, parágrafo
único) — v. Informativo 556. No caso, juíza de
primeiro grau decretara a prisão preventiva do paciente
em 26.1.2004, o qual não atendera a chamamento
judicial. Alegava a impetração que o paciente não se
apresentara por estar preso — em decorrência de
diversa conduta delituosa — e ter sido intimado por
edital. Reconhecendo o excesso de prazo e salientando
não caber em informações suplementar o ato atacado no
habeas corpus, concedeu-se a ordem exclusivamente
para desconstituir o decreto prisional que tivera por
único fundamento a voluntariedade do paciente em não
comparecer ao chamamento da Justiça, premissa que se
mostrara equivocada. Vencida a Min. Cármen Lúcia,
relatora, que indeferia o writ ao fundamento de que, em
que pese a irregularidade na citação por edital, a
delonga na instrução processual não poderia ser
atribuída somente ao Estado, mas sim a um conjunto de
fatores que revelariam a complexidade do feito. HC
97399/CE, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o
acórdão Min. Marco Aurélio, 2.2.2010.”.
DO PEDIDO
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REVOGAÇÃO DO DECRETO DE PRISÃO PREVENTIVA, com
fundamento no artigo 316, do Código de Processo Penal;
b) concatenada com a Revogação de Prisão Preventiva, poderá Vossa
Excelência impor uma ou várias medidas cautelares diversas da prisão,
conforme preceitua o artigo 319, do Código de Processo Penal;
c) caso Vossa Excelência prefira, que mesmo impondo as medidas
cautelares diversas da prisão para que o acusado responda ao processo
crime em liberdade, que condicione a liberdade do acusado a sua vinda ao
distrito da culpa para sua oitiva de forma pessoa para depor em Audiência
de Instrução e Julgamento (art. 411, CPP);
d) por fim que coloque em liberdade o suplicante, expedindo-se para
tanto o urgente e competente ALVARÁ DE SOLTURA, o que se pede
como medida de singela homenagem ao Direito e especialmente à
JUSTIÇA!
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
LOCAL..., DATA....
ADV...
OAB/...
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