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A epidemia de ZIKA Vírus: um problema de

desenvolvimento
Recentemente, o mosquito aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue,
foi reconhecido também como o responsável pela transmissão de duas novas
doenças, a zika e o chikungunya. Em 2016, a médica brasileira Adriana Melo,
encarregada pelo atendimento de todos os municípios do sertão da Paraíba, foi
a responsável pelo descobrimento das primeiras evidências da correlação entre
zika vírus e microcefalia.
A epidemia de zika que o Brasil enfrentou revelou inúmeras fragilidades do
Brasil no tocante à garantia de direitos e ao acesso a serviços públicos de
qualidade: falta de saneamento adequado, descaso no descarte de materiais
que acumulam a água da chuva e servem como “criadouros de mosquitos”,
precariedade do sistema de saúde pública, desigualdades sociais e regionais,
falta de políticas públicas de saúde com foco nas necessidades das mulheres,
dificuldades de acesso à justiça, etc. Em outras palavras, a epidemia mostrou
que são muitos os desafios a serem superados para que o Brasil possa traçar uma
trajetória consolidada rumo ao desenvolvimento sustentável sem deixarmos
ninguém para trás.
Por serem integrados e indivisíveis, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) refletem a possibilidade de enfrentar os problemas a partir das causas que
os provocam. Os ODS são ferramentas de ação para enfrentarmos o mosquito
aedes aegypti. O combate à epidemia de zika vírus pede esse tipo de ação
integrada. Entende-se que a abordagem das causas estruturais da epidemia de
zika vírus passa pelos seguintes ODS:
• Erradicação da pobreza, entendida na sua multidimensionalidade - ODS 1;
• Garantia de acesso à serviços de saúde de qualidade - ODS 3;
• Acesso universal à saúde sexual e reprodutiva - ODS 5;
• Acesso a saneamento adequados para todos - ODS 6;
• Redução das desigualdades - ODS 10;
• Promoção de cidades mais sustentáveis e inclusivas - ODS 11;
Os ODS são, portanto, ferramentas de ação para enfrentarmos a degradação
das condições de vida nas cidades, garantirmos saneamento ambiental de
qualidade, acesso contínuo a água, coleta de lixo adequada e esgotamento
sanitário, com o objetivo de evitar as condições de desenvolvimento do
mosquito aedes aegypti. Por meio da ação integrada e coordenada dos ODS
podemos construir, de fato, um país resiliente e livre do mosquito aedes aegypti
capaz de enfrentar este e outros problemas do desenvolvimento.

www.br.unpd.org | www.agenda2030.org.br

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