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LIGAS Al-Si 1
2
Ricardo Fuoco
Resumo
1
1. INTRODUÇÃO
2
Tabela 1 – Especificações de composições químicas para algumas das ligas Al-Si de maior utilização
comercial.
Liga Processo Si (%) Fe (%) Cu (%) Mg (%) Zn (%)
A356 Gravidade 6,5 – 7,5 0,20 máx. 0,20 máx. 0,25 – 0,45 0,10 máx.
356 / SAE323 Gravidade 6,5 – 7,5 0,60 máx. 0,20 máx. 0,20 – 0,45 0,35 máx.
A413 Gravidade 11,0 – 13,0 0,20 máx. 0,10 máx. 0,05 máx. 0,10 máx.
A319 Gravidade 5,5 – 6,5 1,0 máx. 3,0 – 4,0 0,10 máx. 3,0 máx.
ALSi9Cu3 Gravidade 8,0 – 10,0 0,50 máx. 3,0 – 4,0 0,10 máx. 0,50 máx.
A380 / SAE306 Injeção 7,5 – 9,5 1,3 máx. 3,0 – 4,0 0,10 máx. 3,0 máx.
413 / SAE305 Injeção 11,0 – 13,0 0,50 máx. 0,10 máx. 0,05 máx. 0,50 máx.
383 Injeção 9,5 – 11,5 1,3 máx. 2,0 – 3,0 0,10 máx. 3,0 máx.
Figura 2 – Microestruturas típicas de liga A356 (Al-7%Si-0,3%Mg-0,14%Fe) (a) e de liga A413 (Al-11%Si-
0,13%Fe) no estado modificado com estrôncio. A fração volumétrica de dendritas é de cerca de 50% na liga
A356 (a) e de cerca de 20% na liga A413 (b).
3
A presença de outros elementos de liga, tais como cobre, magnésio e ferro
determinam a formação de fases ricas nestes elementos de liga, formando eutéticos
secundários nos contornos das células eutéticas +.
A Figura 3 apresenta a variação da solubilidade de diversos elementos de liga no
alumínio em função da temperatura. De uma forma geral, as ligas de alumínio apresentam
baixa solubilidade aos diversos elementos de liga na temperatura ambiente. Em
consequência, o mecanismo de endurecimento por solução sólida é pouco efetivo. Por
outro lado, a precipitação de segunda fase é um mecanismo bastante atuante nestas
ligas.
Nas ligas hipoeutéticas (com teor de Si abaixo de 12,7%), a fase é a fase contínua
na microestrutura, sendo a fase determinante das propriedades mecânicas destas ligas. A
fase apresenta solubilidade máxima de silício de 1,5% a 570°C e praticamente
nenhuma solubilidade à temperatura ambiente, como mostra a Figura 3.
4
Sem a presença de outros elementos de liga, a fase apresenta baixa dureza (em
torno de 20HB), baixo limite de resistência (cerca de 80 MPa), baixo limite de escoamento
(cerca de 30 MPa) e elevada dutilidade (alongamento de cerca de 40%).
A fase é formada essencialmente por silício, apresentando elevada dureza (entre
1.000 e 1.100 HV) e comportamento extremamente frágil.
As propriedades mecânicas das ligas com 6 a 12%Si decorrem da mistura entre
estas fases, ou seja, nas regiões de dendritas as propriedades mecânicas são
semelhantes às da fase , enquanto que nas regiões de eutético a fase é a fase
contínua, mas entrecortada pela fase .
A presença de fase distribuída sobre a matriz de fase eleva a dureza, o limite de
escoamento e o limite de resistência das ligas, mas reduz drasticamente a dutilidade,
como mostra a Figura 4.
Tabela 2 – Propriedades mecânicas típicas de alumínio puro (2) e para algumas ligas Al-Si (as ligas
A356 e AlSi10Mg contém pequenos teores de Mg) produzidas em moldes de areia e em moldes
metálicos (coquilha) (3).
Liga Processo Limite de Limite de Alongamento Dureza
Resistência escoamento (%) (HB)
(MPa) (MPa)
Al puro Coquilha 80 30 40 20
A356 Molde de areia 140 80 3 50
Coquilha 170 90 5 60
Al Si10 Mg Molde de areia 150 80 3 55
Coquilha 180 90 5 65
A413 Molde de areia 150 70 4 55
Coquilha 170 80 5 60
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Os dados da Tabela 2 e da Figura 4 evidenciam o efeito da quantidade de fase
precipitada sobre a matriz de fase sobre as propriedades mecânicas das ligas Al-Si.
A maior quantidade de partículas duras de 2° fase precipitadas sobre a matriz tem
um efeito endurecedor e um efeito de redução do livre caminho médio para movimentação
de discordâncias, resultando em aumento da dureza e da resistência mecânica do
material.
Ao mesmo tempo, durante a deformação plástica, a matriz de fase de elevada
dutilidade se deforma, impondo tensões às partículas de 2° fase precipitadas. Em
consequência, estas partículas duras e de baixa dutilidade sofrem descolamento da
matriz ou trincamento, dando início ao processo de fratura pela propagação de micro-
trincas da matriz, como ilustra a Figura 5. Este processo resulta em drástica redução da
dutilidade da liga.
Vale destacar que a propagação das trincas (exceto trincas de fadiga) sempre
ocorre pelas regiões onde há precipitação de segunda fase (região eutética), não se
observando propagação pelas dendritas de fase , devido à elevada ductilidade desta
fase.
6
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5 – Esquema ilustrando a microestrutura de uma liga de alumínio com partículas de silício com
morfologia lamelar (a). Durante a aplicação de um esforço mecânico acima do limite de escoamento, a
matriz de fase se deforma (b) impondo o descolamento das partículas de silício em relação à matriz ou a
fratura das partículas de silício (c). O coalescimento destas micro-fraturas leva à fratura do material (d). As
micrografias (e) e (f) ilustram o processo de descolamento e de fratura das partículas de silício durante um
ensaio de tração de liga A356.
7
Como a presença das partículas duras de silício interfere no resultado final de
dutilidade, quanto mais contínuas forem estas partículas, menor será a dutilidade do
material.
A morfologia natural das partículas de silício em ligas Al-Si é de plaquetas, mas é
possível alterar esta morfologia para fibras através do tratamento de modificação, com
adições de sódio ou de estrôncio às ligas Al-Si, como ilustra a Figura 6.
8
Figura 7 – Valores de alongamento medidos em ensaios de tração em função do teor de estrôncio, para
corpos de prova de liga A356 no estado T6, fundidos em coquilha segundo ASTM B108. Do estado não
modificado (com 0%Sr - silício com morfologia em plaquetas) para o estado modificado (0,006%Sr - silício
com morfologia em fibras) o alongamento aumentou de 4 a 6% para 10 a 12%. Para adições de estrôncio
superiores a 0,006% nota-se um engrossamento das partículas de silício que promove redução do
alongamento (4).
Figura 8 – Micrografia de liga AL-10%Si com 0,30% de ferro no estado modificado. São evidentes as
plaquetas de fases ricas em ferro do tipo -Al5FeSi, que tem efeito fragilizante (6).
9
Figura 9 – Efeito do teor de ferro nos limites de resistência e no alongamento de ligas A356 e A357 (3).
(a) (b)
10
mecânicas das ligas de alumínio. Note que o aumento da velocidade de resfriamento não
altera os valores de limite de escoamento (que só dependem do endurecimento da
matriz), mas afeta os valores de limite de resistência e, principalmente, de alongamento.
Figura 11 – Efeito da velocidade de resfriamento durante a solidificação medida pelo espaçamento entre
braços secundários de dendritas (SDAS) sobre as propriedades mecânicas de ligas de alumínio (3).
11
(a) (b)
Figura 12 - Micrografias de liga 356 modificada com estrôncio apresentando partículas de silício, plaquetas
de Al5FeSi (fase ), Al8Mg3FeSi (fase ) e Mg2Si (6). Aumentos de 250x (a) e 200x (b).
È importante destacar que o efeito da adição de magnésio nas propriedades
mecânicas das ligas Al-Si no estado bruto de fundição é pequeno. Este elemento é
normalmente utilizado em ligas que receberão tratamento térmico de endurecimento por
precipitação.
EFEITO DO COBRE
O cobre é considerado o elemento de liga com maior poder endurecedor das ligas
Al-Si. As adições típicas de cobre são da ordem de 0,8 a 4% e promovem a precipitação
da fase CuAl2.
A Figura 13 apresenta o aspecto típico do eutético secundário entre a fase e a
fase rica em cobre CuAl2 (6) precipitado nas regiões intercelulares.
Figura 13 – Micrografias da região intercelular de liga contendo 3%Cu mostrando a presença de eutético
secundário rico em cobre (fase + CuAl2) e de eutético secundário rico em ferro (fase + Al5FeSi).
Aumentos de 250x.
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Tabela 3 – Propriedades mecânicas típicas de ligas Al-Si sem e com cobre como elemento de liga (7).
Figura 14 – Efeito das adições de cobre sobre o limite de resistência e sobre o alongamento de ligas de
alumínio com teores de silício de até 10% (3).
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4. TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS Al-Si (ENDURECIMENTO POR
PRECIPITAÇÃO)
14
Figura 15 – Efeito do teor de magnésio em ligas Al-Si após o tratamento de endurecimento por precipitação
(T6) (3).
Figura 16 – Efeito do teor de magnésio e das condições de tempo e de temperatura de precipitação nos
valores de limite de escoamento e de dureza em liga A356 e A357 (3).
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As condições de tratamento de precipitação devem ser selecionadas visando as
propriedades mecânicas especificadas, a saber:
1. Para componentes que exigem as melhores combinações de resistência e
dutilidade, como em rodas automotivas, peças de suspensão e componentes de
freio, selecionam-se propriedades à esquerda do pico de máximo limite de
escoamento na Figura 16 (tratamento T6 incompleto);
2. Para componentes que exijam elevada rigidez e elevada resistência à fadiga,
como em suportes de motor, cilindros mestres de freio e componentes
aeronáuticos, especificam-se condições de tratamento térmico (T6 completo) que
resultem em propriedades próximas aos picos de limite de escoamento;
3. Para componentes que estarão expostos a elevadas temperaturas, como pistões
e cabeçotes de motor, especificam-se tratamentos térmicos à direita do pico de
máximo limite de escoamento, na condição de superenvelhecimento (T7), que
confere maior estabilidade dimensional e de propriedades às peças ao longo do
tempo de utilização.
A Tabela 4 apresenta as propriedades mecânicas típicas de ligas Al-Si antes e após
o tratamento de térmico de endurecimento por precipitação para algumas ligas
comerciais.
Tabela 4 – Propriedades mecânicas típicas de ligas Al-Si antes (F) e após tratamento térmico de
endurecimento por precipitação (T6) para algumas ligas comerciais (7).
Liga Tratamento Processo Limite de Limite de Alongamento Dureza
térmico Resistência escoamento (%) (HB)
(MPa) (MPa)
A356 Sem (F) Coquilha 170 90 5 60
(7%Si-0,3%Mg) Com (T6) Coquilha 250 220 5 100
A357 Sem (F) Coquilha 190 100 5 70
(7%Si-0,5%Mg) Com (T6) Coquilha 320 280 4 110
A319 Sem (F) Coquilha 210 130 2 85
(6%Si-3,5%Cu) Com (T6) Coquilha 270 190 1,5 100
16
b
17
Além dos tratamentos térmicos de endurecimento por precipitação (T6 ou T7),
constituído dos tratamentos solubilização e de envelhecimento (precipitação), melhorias
mais modestas nas propriedades mecânicas podem ser alcançadas com variantes deste
processo.
Por exemplo, quando se busca pequenos aumentos nas propriedades de resistência
ou dureza em ligas contendo cobre ou magnésio, o uso de resfriamento brusco em água
logo após a solidificação permite aumentos de 10 a 25 HB após alguns dias devido a
precipitação natural (variante do tratamento T4 em que se utiliza somente a solubilização
seguida de precipitação natural).
Ligas fortemente carregadas em elementos de liga como cobre e magnésio,
apresentam este efeito mesmo após resfriamento natural ao ar. Este fenômeno foi
utilizado no desenvolvimento de uma liga Al-Si-4,5%Cu-0,8%Mg pelo IPT em 1999 e que
foi aplicada na Ford Motor Company na produção de cabeçotes Zetec-Rocam 1.0 e 1.6L
no Brasil e na África do Sul durante a década de 2000 a 2010 (8).
18
uso de moldes metálicos (coquilha) ou em moldes de areia com resfriadores
nas regiões críticas da peça;
4. Baixo nível de microporosidades distribuídas, normalmente obtido com
eficiente tratamento de desgaseificação (para níveis de hidrogênio inferior a
0,25 ml/100 g de Al), eficiente refino de grãos químico e elevada velocidade de
resfriamento durante a solidificação (item anterior);
5. Isenção porosidades de rechupe, normalmente alcançado com solidificação
direcional para os massalotes;
6. Isenção de inclusões de filmes de óxidos, obtido com tratamento de
desgaseificação com rotor (para óxidos velhos) e com preenchimento não
turbulento da cavidade do molde (para óxidos novos) (13);
7. Condições de tratamento térmico selecionadas para alcançar propriedades à
esquerda dos picos de limite de escoamento apresentados na Figura 16,
visando alcançar os valores mínimos de limite de escoamento e de limite de
resistência com a máxima dutilidade;
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0x (a) 50x (b)
50x (f)
Macrografia (e)
Figura 18 – Macro e micrografias dos principais problemas que reduzem a dutilidade das ligas Al-Si:
partículas alongadas ricas em ferro do tipo -Al5FeSi (a), inclusão de filme óxido novo devido a
preenchimento turbulento do molde (b), porosidade de rechupe (c e d) e microporosidades de H (e e f).
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Tabela 5 – Parâmetros de processo que devem ser controlados para a produção sistemática de peças em ligas de alumínio com elevada ductilidade (9-11).
LIGA PROCESSO
Base Liga Composition Liga Grau
DE PROCESSO
PARÂMETROS
Si Cu, Mg Modificação Refino de Residuais Outros Desgaseifica Enchimen- Alimenta- Velocidade Tratamento
Na, Sr, grãos Fe, Zn, Mn, Ni -ção e to ção de térmico
Ti e Ti+B limpeza da solidifica-
liga - %H e ção
inclusões de
óxidos
MICROESTRUTUR
Fração Fração de Morfologia Refino das Fração de Fração de Tamanho Presença Porosi- Refino das Quantidade
de fases do Si dendritas e fases fases das de bolhas dades de dendritas, de fases
eutético duras das frágeis no precipita- Microporosi- de ar e rechupe do eutético coerentes e
EFEITO NA
óxidos
Aumenta
PROPRIEDADE
S MECÂNICAS
21
6. CARACTERÍSTICAS DAS SUPERFÍCIES DE FRATURA EM LIGAS Al-Si
Figura 19 – Aspecto da superfície de fratura de liga Al-Si com comportamento frágil. A superfície de fratura
é constituída de micro-planos. MEV Aumentos de 200x e 300x.
Por outro lado, quando as partículas que geram as micro-trincas são arredondadas
(partículas de silício esferoidizadas e poucas plaquetas de Al5FeSi na microestrutura) a
superfície de fratura é constituída por múltiplos alvéolos, como ilustra a Figura 20. Neste
caso, o aspecto macroscópico da superfície de fratura é opaco (sem brilho). Este tipo de
fratura é considerado do tipo dúctil.
22
Figura 20 – Aspecto da superfície de fratura de liga Al-Si com comportamento dúctil. A superfície de fratura
é constituída de micro-alvéolos. MEV Aumentos de 200x e 300x.
Figura 21 – Aspecto da superfície de fratura de liga Al-Si com porosidades de rechupe por falha de
alimentação (a) e com presença de partículas de silício não esferoidizadas por falha no processo de
modificação (b). MEV Aumentos de 25x e 200x.
23
As superfícies de fratura por processo de fadiga caracterizam-se pela presença de
marcas de praia e de estrias de fadiga. As marcas de praia são observáveis a olho nu,
radiais em relação ao ponto de origem da trinca, indicando que a trinca partiu daquele
ponto. As estrias de fadiga são marcas microscópicas (geralmente observadas em MEV
com aumentos de pelo menos 1.000x) e perpendiculares à direção de propagação da
trinca (11).
A Figura 22 apresenta as principais características das fraturas por fadiga em ligas
Al-Si.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 22 – Aspecto típico de superfície de fratura por fadiga exibindo marcas de praia em pistão
automotivo (a), microestrutura mostrando que a fratura por fadiga evolui pela microestrutura sem regiões
preferenciais (b) e aspecto das estrias de fadiga observadas em MEV (as setas indicam a direção de
propagação da trinca) (c e d).
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6. RELAÇÃO ENTRE PROCESSOS DE PRODUÇÃO E PROPRIEDADES MECÂNICAS
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Considerando-se que a maior velocidade que as ligas de alumínio poderiam estar
expostas sem absorver os filmes de óxidos em sua superfície é da ordem de 50 cm/s (13),
na grande maioria dos casos, com sistemas de canais mal projetados, o preenchimento é
turbulento e gera bolhas de ar preso e inclusões de óxidos, que prejudicam a dutilidade
final das peças fundidas.
Como o projeto de sistemas de canais com cuidados especiais em turbulência não é
uma tarefa frequente nas fundições, foram desenvolvidas variantes do processo de
fundição por gravidade que controlam mais eficientemente o preenchimento das
cavidades - a fundição em coquilha por basculamento e a fundição em coquilha por baixa
pressão. Estas variantes permitem a produção de peças sem problemas associados à
turbulência do preenchimento, sem a necessidade de projetos elaborados de sistemas de
canais.
De uma forma geral, as velocidades de preenchimento das cavidades em coquilha
são relativamente baixas, é possível utilizar pinturas protetoras dos moldes sem o
problema de destacamento da tinta. Com isto, é possível produzir peças fundidas com
ligas de elevada pureza (ligas primárias), que apresentam maior dutilidade, exibindo
alongamentos da ordem de 4 a 10% nas peças fundidas.
Como as velocidades de preenchimento são relativamente baixas, o tempo de
vazamento da cavidade é relativamente longo, da ordem de 10 a 30s, dificultando a
utilização de moldes refrigerados com água, sem problemas de preenchimento
incompleto. Com esta limitação, os moldes normalmente trabalham com temperaturas
entre 300 e 450°C, impondo uma velocidade de solidificação às peças da ordem de
10°C/s, o que resulta em SDAS da ordem de 50 m. Em consequência, as peças fundidas
em coquilha apresentam níveis de resistência mecânica da ordem de 150 a 200 MPa.
Estes valores podem ser bastante aumentados com o uso posterior de tratamento
térmico de endurecimento por precipitação.
Fundição em moldes de areia – Este é o processo de produção menos utilizado
dentre os tradicionalmente aplicados na indústria.
O processo é bastante semelhante ao processo em coquilha, mas por utilizar moldes
de areia de baixa condutividade térmica, apresenta velocidades de solidificação muito
menores, da ordem de 1 a 2°C/s, elevando os valores de SDAS para níveis em torno de
100m. Em consequência, os valores de limite de resistência ficam limitados a 150 MPa e
de alongamento a 3%.
Outro problema das baixas velocidades de resfriamento é a formação de
microporosidades distribuídas, que limita ainda mais a obtenção de elevados valores de
ductilidade nas peças fundidas.
Em determinadas aplicações, como em blocos de motor de elevada complexidade
geométrica, este processo pode ser empregado com a utilização de resfriadores metálicos
nas regiões críticas.
A Tabela 6 resume as principais características dos processos tradicionais de
fundição de ligas de alumínio e das peças produzidas por cada um destes processos,
bem como os níveis de propriedades mecânicas típicos.
Os valores de limite de resistência e de alongamento típicos de peças fundidas em
ligas Al-Si em função dos processos de fundição estão descritos na Figura 23.
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Tabela 6 - Principais características dos processos tradicionais de fundição de ligas de alumínio e das peças produzidas por cada
um destes processos, bem como os níveis de propriedades mecânicas típicos.
Fundição Turbulento Sob pressão Muito alta Alto Baixa Baixa ~1%
sob pressão (250 a 300 MPa) (bolhas de ar (alto Fe e baixa
preso) sanidade)
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Figura 23 – Propriedades mecânicas tipicamente alcançadas para cada um dos processos de
fundição de peças em ligas Al-Si.
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7. RESUMO
29
8. REFERÊNCIAS
30
9. SUMMARY
31