Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
5. CONTEÚDOS
E: INTRODUÇÃO
No dia 05 de setembro de 2019 foi publicada a nova Lei 13.869 que dispõe acerca
do Abuso de Autoridade, definindo os crimes de abuso de autoridade cometidos por
agente público, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do
poder que lhe tenha sido atribuído.
Cumpre ainda salientar que essa inovação legislativa surgiu no ordenamento
jurídico pátrio revogando a Lei 4.898 de 09 de dezembro de 1965 (antiga Lei de abuso de
autoridade) e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940 (Código
Penal).
Importante observar ainda que a Lei 13.869/19 teve um período de vacatio legis de
120 dias, ou seja, embora já tenha sido publicada, somente entrou em vigor 120 dias
após sua publicação.
2: DISPOSIÇÕES GERAIS
Para que o ofendido possa ajuizar a ação privada subsidiária, é necessário que o
membro do MP fique completamente inerte no prazo legal do art. 46 do CPP, ou seja,
que não adote nenhuma das seguintes providencias:
a) oferecer denúncia;
b) requisitar a realização de novas diligências;
c) pedir o arquivamento;
d) requerer a declinação de competência.
Assim, em regra se o delito foi praticado por autoridade (agente público) federal no
exercício dessa função o crime será de competência da Justiça Federal, considerando
que, neste caso, o delito terá sido praticado em detrimento de um serviço público federal,
nos termos do art. 109, IV, da CF/88, senão vejamos:
Cumpre ainda ressaltar que em relação aos militares houve inovação legislativa
com a entrada em vigor da Lei nº 13.491/2017, que alterou o art. 9º, Il, do CPM, de modo
que em relação aos militares esse entendimento sumular encontra-se superado.
Antes da alteração, se o militar, em serviço, cometesse abuso de autoridade ele
seria julgado pela Justiça Comum porque o art. 9º, Il, do CPM afirmava que somente
poderia ser considerado como crime militar as condutas que estivessem tipificadas no
Código Penal Militar. Assim, como o abuso de autoridade não estava previsto no CPM,
mas sim na Lei nº 4.898/65, este delito não podia ser considerado crime militar nem
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM
Rua 252 nº 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: cadçúpm.go.gov.br / cad.apmgo(i gmail.com
podia ser julgado pela Justiça Militar. Isso, contudo, mudou com a nova redação dada
pela Lei nº 13.491/2017 ao art. 9º, Il, do CPM que trouxe para a competência da justiça
militar a responsabilidade pelo processo e julgamento dos crimes praticados em serviço
estando essas figuras típicas previstas ou não no Código Penal Militar.
Desta feita, essa alteração legislativa trazida pela Lei 13.491/2017, a conduta
praticada pelo agente, para ser crime militar com base no inciso Il do art. 9º, pode estar
prevista no Código Penal Militar ou na legislação penal “comum”. Portanto, o abuso de
autoridade, mesmo não estando previsto no CPM pode agora ser considerado crime
militar (julgado pela Justiça Militar) com base no art. 9º, Il, do CPM. Logo, a Justiça Militar
tem plena competência para julgar os crimes previstos na Lei de abuso de autoridade.
5. SUJEITOS DO CRIME
No art. 2º da Lei 13.869/19, definiu o legislador quem será o sujeito ativo do delito
de abuso de autoridade:
Portanto, três serão os efeitos extrapenais de uma condenação por crime tipificado
na Lei de abuso de autoridade, ficando assim dispostos:
Art. 4º...
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos Il e Ill do caput
deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em
De maneira bem simples, duas são as penas restritivas de direitos cabíveis aos
condenados por crime de abuso de autoridade:
e Prestação de serviços à comunidade;
e Suspensão do exercício das funções pelo prazo de 1 a 6 meses, com perda dos
vencimentos e vantagens;
Nesse sentido, a suspensão do exercício das funções é uma pena restritiva de
direitos cabível em substituição à pena privativa de liberdade, e com prazo que varia de 1
a 6 meses. Importante ainda consignar que durante o período de suspensão o servidor
penalidade ficará sem o recebimento de seus vencimentos e /ou vantagens.
Acerca dessa figura típica importante trazer alguns posicionamentos, pois é bem
intrínseca a atividade policial. O art. 22 da Lei de Abuso de Autoridade segue a regra
constitucional prevista ao teor do art. 5., XI, que diz: a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial. O art. 150 do Código Penal já tipificava o crime de violação de domicílio. O caput
do art. 22 da Nova Lei de Abuso de Autoridade, porém trouxe uma modalidade especial
de violação de domicílio.
O tipo penal consagra uma presunção do desejo de não ingresso do agente público
(se o ocupante nada diz, então o agente público não pode entrar em seu imóvel).
Portanto, se há revelia da manifestação de vontade do ocupante do imóvel, presume-se
que o ocupante não quer o ingresso do agente público. Tal presunção tem razão de ser,
porque prestigia o direito à propriedade, vida privada e intimidade.
Por oportuno, cabe ainda esclarecer que o legislador passou a considerar crime de
abuso de autoridade a conduta daquele que cumpre mandado de busca e apreensão
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). Nesse sentido,
no 81º, inciso Ill, do artigo em análise, o legislador estabeleceu um critério objetivo que
Núcleo
de Ensino a Distância e Tecnologia de Informação do CAPM
Rua 252 nº 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: cadçúpm.go.gov.br / cad.apmgo(i gmail.com
confere segurança jurídica ao operador do direito, pois, sendo cumprido o Mandado de
busca e apreensão após as 21h e antes das 5h do dia seguinte, haverá crime.
CAPÍTULO VII
DO PROCEDIMENTO
MÓDULO II
Em 25 de julho de 1990, foi publicada a Lei n. 8.072, conhecida como Lei dos Crimes
Hediondos, que, além de definir os delitos dessa natureza, trouxe diversas outras providências
de cunho penal e processual penal, bem como referentes à execução da pena dos próprios
crimes hediondos e equiparados (tráfico de entorpecentes, terrorismo e tortura).
1 CONCEITO
O tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins, o terrorismo e a tortura não são crimes
hediondos, porque não constam do rol do art. 1º da Lei n. 8.072/90.
Todavia, como possuem tratamento semelhante nos demais dispositivos da lei, são
chamados de figuras equiparadas.
Tal equiparação encontra fundamento no próprio art. 5º, XLII, da Constituição Federal,
que expressamente faz menção a tais infrações penais.
O crime de tráfico ilícito de entorpecentes mencionado no texto constitucional encontra-se
descrito na lei 11.343/2006 (Lei de Drogas).
Já o delito de terrorismo está descrito na Lei n. 13.260/2016.
Por fim, o crime de tortura possui diversas formas, todas tipificadas na Lei n. 9.455/97.
O art. 1º da Lei n. 8.072/90 apresenta um rol taxativo desses crimes, não admitindo
ampliação pelo juiz. Não se admite, tampouco, que o magistrado deixe de reconhecer a
natureza hedionda em delito que expressamente conste do rol.
Atenção! A lei nº 13.964/19, mais conhecida como pacote anticrime, mudou a Lei nº
8.072/90 (Leis dos crimes hediondos), acrescentando alguns dispositivos que merecem
destaque pela sua recente inclusão. Vejamos:
O crime homicídio doloso simples - art. 121, caput, CP, quando praticado em
atividade típica de grupo de extermínio, ou homicídio condicionado, como é chamado pela
doutrina, é hediondo ainda que cometido por um só agente. O homicídio qualificado, por
sua vez, será hediondo independentemente da qualificadora.
Em razão da ausência de previsão legal, não são considerados hediondos o
homicídio simples, que não cometido em atividade típica de grupo de extermínio e o
homicídio privilegiado - art. 121, caput, e 8 1º, código penal.
Conforme expressamente previsto, deve haver o chamado nexo funcional para que
incida a hediondez no caso concreto, isto é, a lesão gravíssima deve guardar relação com
o fato de ser a vítima integrante das forças armadas, sistema prisional ou da força
nacional de segurança pública. Como o texto legal faz menção a parente consanguíneo
até o terceiro grau, abrange irmão, tio e sobrinho, mas não abrange sogra, cunhado e filho
adotivo.
Por fim, vale consignar que a lesão corporal dolosa de natureza grave - 129, 8 1º,
código penal, não possui caráter hediondo.
GRAÇA INDULTO
Destinatário certo Destinatário não certo, por ser
benefício coletivo
Note que a graça não deixa de ser indulto no sentido singular e indulto, não deixa
de ser graça no sentido coletivo, assim a segunda corrente entende que ao se proibir
graça, obviamente o indulto que está ligado à graça, também está vedado.
Graça e indulto excluídos para crimes cometidos antes da Lei 8.072/90, não existe
ofensa à garantia constitucional da lei penal mais grave, consistindo a exclusão, exercício
do poder do Presidente da República de negar o indulto a determinados crimes. Logo, o
Presidente concede a quem bem entender, pois o indulto é discricionário do Presidente.
b) Insuscetível de fiança pela lei 11.464/07, que antes desta além da proibição
da fiança, proibia liberdade provisória, gerando discussão doutrinária sobre a liberdade
provisória.
2º Corrente: entende que liberdade provisória e fiança não se misturam tanto que há
liberdade provisória sem fiança, logo é possível a liberdade provisória.
OBS2.: Hoje para fixar regime inicial fechado para crime hediondo ou equiparado, o
magistrado deve observar a necessidade do regime mais rigoroso com base na
gravidade em concreto do fato somado aos fins da pena (atentar para as súmulas 718 e
719 do STF).
Vale ressaltar que antes da Lei 11.464/07, a progressão de regime, por conta do HC
82959 de 2007 (STF), era de 1/6 da pena (art. 112, LEP). Com o advento da mencionada
lei, surge a progressão diferenciada, com 2/5 da pena se primário ou 3/5 da pena se
reincidente.
PERGUNTA: Há prisão temporária aos crimes não previstos na Lei 7.960/89, mas
hediondos, como: 217-A, 273, tortura e terrorismo?
Se atentarmos para a redação do 84º do art. 2º da lei 8.072/90, logo perceberemos
que o referido parágrafo ampliou não apenas o prazo, mas também o rol dos delitos
possíveis de prisão temporária (Princípio da Posterioridade, ou seja, lei posterior
alterando anterior, alterando o prazo e aumentando o rol).
Previsto no art. 83, V, do CP, incluído pela Lei 13.344/16, estabelece os seguintes
pressupostos:
5. É IMPORTANTE SABER
UVUMANIMI DA AUADENMIA DE PULILIA MILIIAR
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM
Rua 252 nº 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: cadçúpm.go.gov.br / cad.apmgo(i gmail.com
No caso de tráfico de drogas, não se aplica o art. 288 CP, mas sim o art. 35 da Lei
11.343/06, que possui pena de 3 a 10 anos.
PERGUNTAS:
1. A delação premiada (parágrafo único, art. 8º, da Lei) é somente endereçada aos
associados ou alcança não associados que participaram do crime praticado pela
organização criminosa? A delação não se restringe aos associados.
1º Corrente — Não, pois tais benefícios são incompatíveis com a gravidade desses
delitos;
2º Corrente — A vedação de sursis ou penas restritivas de direitos para esses crimes
com base na gravidade em abstrato é inconstitucional, devendo o juiz analisar a
suficiência das penas alternativas (Princípio da Suficiência das Penas Alternativas) com
base no caso concreto (Corrente adotada pelo STF).
Esta lei 12.654/12 alterou a lei 7.210/84 e dispondo no art. 9º- A que os condenados
por crimes hediondos, mas não os equiparados sem violência, serão submetidos,
obrigatoriamente (sem ação ativa do condenado, ex.: cabelos caídos ao chão), a
identificação do perfil genético por técnica adequada e indolor, visando abastecer sistema
de dados do Estado (esta alteração vigerá em 180 dias de 29/05/12).
1. INTRODUÇÃO
O meio ambiente é um bem fundamental à existência humana e, como tal, deve ser
assegurado e protegido para uso de todos. Este é princípio expresso no texto da
Constituição Federal, que no seu art. 225, caput, dispõe sobre o reconhecimento do
direito a um meio ambiente sadio como uma extensão ao direito à vida, seja pelo aspecto
da própria existência física e saúde dos seres humanos, seja quanto à dignidade desta
existência, medida pela qualidade de vida. Este reconhecimento impõe ao Poder Público
e à coletividade a responsabilidade pela proteção ambiental.
2a. SISNAMA
Como os problemas ambientais são setorizados, ou seja, cada região possui suas
próprias peculiaridades, o sistema é composto de órgãos federais, estaduais e
municipais, de forma que a aplicação da lei atenda às circunstâncias locais.
Rd INFRAÇÃO AMBIENTAL
Núcleo
de Ensino a Distância
e Tecnologia da Informação
do CAPM
Rua 252 nº 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: cadçúpm.go.gov.br / cad.apmgo(i gmail.com
* Advertência;
* Multa;
* Embargo;
* Suspensão das atividades;
* Apreensão dos animais; dos produtos e subprodutos da
prática delituosa, inclusive os instrumentos utilizados para a
prática do crime;
* Destruição dos produtos e subprodutos apreendidos.
Constitui crime ambiental todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos
que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio cultural. Por
violar direito protegido, todo crime é passível de sanção (penalização), que é regulado
por lei. O ambiente é protegido pela Lei n.º 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de
Crimes Ambientais), que determina as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Tem origem a partir da Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano, de 1972.
TA EXCLUDENTES
- Corte; (Art.39)
- Incêndio; (art.41)
- Danos diretos e indiretos a UC; (Art.40)
- Destruição; (arts.38 e 50)
- Extração; (art.45 — reclusão:1 a 2 anos)
- Impedimento de regeneração; (art.48);
Penas: detenção de 1 a 3 anos; rec.1 a 5.
1. INTRODUÇÃO
Diferente da Lei 6.368/76, que tinha um foco maior na repressão às drogas, a Lei
11.343/06 trata a questão da droga como questão de saúde pública, punindo de forma
mais severa o traficante, porém “despenalizando” o usuário, focando na ressocialização.
O “uso” de drogas não deixou de ser crime, continua sendo tipificado no artigo 28 da
Lei n. 11.343/06, porém não possui uma pena que restrinja a liberdade do usuário.
Portanto, usar drogas é, sim, crime!
O artigo 1º da Lei 11.343/06 deixa claro que o principal objetivo da Lei de Drogas é
trazer um tratamento diferenciado ao usuário e o traficante de drogas.
2. CONCEITO DE DROGAS
Atenção! Em 2019, entrou em vigor a Lei 13.840/2019, que alterou a Lei de Drogas,
e um dos pontos alterados foi exatamente aqui no artigo 3º, definindo o que seria o
Sisnad (81º) e a previsão de uma atuação conjunta com o SUS e com o SUAS.
Basicamente a Lei 13.840/2019 realizou alterações no Sisnad, apresentando uma
formulação de uma política sobre drogas, não trazendo alterações na seara criminal.
Nos artigos seguintes, verificamos outras definições, como o Plano Nacional de
Políticas sobre Drogas, dos Conselhos de Políticas sobre Drogas, das Diretrizes; enfim,
temos enumeradas diversas ações de prevenção ao combate às drogas.
As alterações trazidas pela Lei 13.840/2019 mais comentadas pela mídia e demais
veículos de comunicação foram as referentes ao tratamento e acolhimento dos usuários
e dependentes de drogas.
O tratamento do usuário deverá ser realizado em uma rede de atenção à saúde,
sendo que de forma prioritária esse tratamento será ambulatorial.
Temos a previsão ainda de que esses tratamentos deverão ser orientados por
protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidências científicas.
No âmbito nacional, caberá à União dispor sobre esses protocolos.
Atenção! De forma excepcional, será admitida a internação em Unidades de Saúde
e hospitais gerais.
SA. INTERNAÇÃO
O art. 28 da Lei 11.343/06 trata do porte de drogas para consumo pessoal, observe
que o legislador trouxe diversos verbos para identificar a conduta; temos o que a doutrina
chama de tipo penal complexo, ou misto.
Ou seja, se o agente praticar qualquer uma dessas condutas, responderá pelo artigo
28 da Lei n. 11.343/06 (adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar) , porém, caso ele pratique mais de uma, isso
nãoquer dizer que ele estará praticando mais de um crime.
Assim, o que houve com o porte de drogas para consumo pessoal foi a
despenalização, ou seja, não temos a cominação de uma pena privativa de liberdade.
Outro ponto importante do artigo 28 é quanto ao parágrafo 1º, que traz a conduta
equiparada ao caput. O que devemos ficar atentos é que esse cultivo deverá se dar para
o consumo pessoal, caso contrário o agente poderá responder pelo previsto no artigo 33.
No dia a dia policial funciona assim: a guarnição da polícia militar conduz o preso
em flagrante até a Delegacia de Polícia, e a substância apreendida é submetida a exame
pericial, sendo juntada ao Flagrante (ou TC no caso do artigo 28) uma cópia do laudo
preliminar da droga.
Atenção! Não é porque a pessoa foi encontrada com um quilo de lidocaína que será
presa por tráfico, pois é necessária a comprovação de que essa substância era destinada
a preparação das drogas.
Atenção! Não confundir essa conduta com a prevista no artigo 28. Naquela o agente
realiza o plantio para consumo próprio, já aqui a finalidade do agente é a circulação
dessa substância entorpecente.
A reincidência de que trata esse parágrafo não precisa ser específica, conforme o
entendimento do STJ no julgamento do HC 393.709/SP, julgado em 20/06/17.
O tráfico de drogas privilegiado é equiparado a hediondo?
Segundo o STF o tráfico de entorpecentes privilegiado não se harmoniza com a
hediondez do tráfico de entorpecentes definido no caput e 81º do artigo 33 da Lei de
tóxicos.
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM O
Rua 252 nº 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: cadçúpm.go.gov.br / cad.apmgo(i gmail.com
No mesmo julgamento, o STF disse ainda que o tratamento penal dirigido ao delito
cometido sob o manto do privilégio apresenta contornos mais benignos, menos gravosos,
notadamente porque são relevados o envolvimento ocasional do agente com o delito. Há
um evidente constrangimento ilegal ao se estipular ao tráfico de entorpecentes
privilegiado os rigores da Lei n. 8.072/90. (HC 118533, de 16/09/2016).
Esse artigo tipifica, excepcionalmente (já que a regra é que atos preparatórios não
sejam punidos), os atos preparatórios para o tráfico de drogas.
Atenção 2! A maioria da doutrina entende que a prática dessa conduta (do artigo 34)
se equipara aos crimes hediondos.
A associação para o tráfico também pode ser considerada uma punição excepcional
de ato preparatório do crime, já que o fato de se associarem duas ou mais pessoas com
o fim de praticar o tráfico já configura o crime, mesmo que o tráfico não ocorra.
Atenção! A associação para o tráfico (art. 35) não é crime equiparado a hediondo.
Essa é a conduta típica do “olheiro”, “fogueteiro”, ou seja, aquele que colabora com
o tráfico de drogas, com o grupo ou organização criminosa.
Portanto, para que seja tipificado no artigo 37, a colaboração deverá ser eventual.
O rol trazido pelo inciso Ill é taxativo, já que não é possível uma interpretação
analógica in malam partem.
Assunto muito em voga atualmente. É importante que saibamos que a Lei 11.343/06
possui a sua própria previsão de colaboração premiada.
5. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
O STJ entende que o princípio da insignificância não se aplica aos delitos de tráfico
de drogas e porte de substância entorpecente para consumo próprio, pois relaciona-se a
de crimes de perigo abstrato ou presumido.
Embora o texto de lei (art. 44) estabeleça que não caberá a liberdade provisória e
também a conversão da pena restritiva de liberdade em restritiva de direitos, o STF tem o
entendimento pacífico de que essa previsão é inconstitucional.
A Lei 11.343/06 não traz apenas a definição de crimes e a cominação de penas ela
também estabelece procedimento próprio, aplicando-se de forma subsidiária o Código de
Processo Penal
Alguns dos delitos são classificados como infração de menor potencial ofensivo e,
portanto, seguem o rito sumaríssimo da Lei n. 9.099/95; é o que ocorre com o porte de
substância entorpecente para consumo, previsto no artigo 28.
Ocorre que a Lei 11.343/06, em seu artigo 48, 82º, veda expressamente a prisão em
flagrante do autor do delito previsto no artigo 28.
| — requerer o arquivamento;
Il — requisitar as diligências que entender necessárias;
Ill — oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e
requerer as demais provas que entender pertinentes.
11.MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
1. INTRODUÇÃO
Ela foi vítima de violência doméstica durante seus 23 anos de casamento, ela era
casada com um professor universitário e economista. Em 1983, seu marido tentou
assassiná-la, simulando um assalto fazendo uso de uma espingarda, como resultado ficou
paraplégica. Pouco tempo depois em uma nova tentativa de assassiná-la, buscou
eletrocutá-la com uma descarga elétrica durante o banho.
Durante todo seu casamento Maria da Penha sofreu muitas agressões. Nunca
reagiu nem denunciou por medo de expor sua vida e de suas filhas. Depois de ter sido
quase assassinada duas vezes resolveram fazer uma denúncia pública.
Mesmo após ter feito a denúncia, nenhuma decisão foi tomada, chegou a ficar com
vergonha de si, achando que era culpada por tudo que havia lhe acontecido.
Em 1991 o réu foi condenado pelo tribunal do júri a 8 anos de prisão. Recorreu em
liberdade e após um ano o julgamento foi anulado. Novamente foi julgado em 1996, o
agressor pegou 10 anos e 6 meses de reclusão. Mais uma vez respondeu em liberdade,
até que em 2002 finalmente foi preso depois de 19 anos após a primeira tentativa de
homicídio.
A Lei Maria da Penha não é uma simples lei, é um precioso estatuto, não somente
de caráter repressivo, mais, sobretudo, preventivo e essencial. Cabe lembrar que antes
da Lei 11.340/06, o registro da violência perante a autoridade policial não gerava
qualquer iniciativa protetiva imediata.
Atenção! Recentemente a Lei Maria da Penha foi alterada pela Lei 13.894/19.
A quem cabe criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos
enunciados?
Não cabe apenas ao Estado criar essas condições e sim à família, à sociedade e ao
poder público como um todo.
5. INTERPRETAÇÃO DA LEI
A interpretação da lei levará em conta os fins sociais a que ela se destina (proteção
da mulher contra violência doméstica e familiar) e condições peculiares das mulheres em
situação de violência doméstica e familiar.
Para fins de aplicação da lei, a violência contra a mulher se configura nos seguintes
âmbitos:
Atenção! Essas relações não dependem de orientação sexual! Ou seja, a lei não
exige que o agressor seja um homem, sendo assim, é possível que a agressora seja a
namorada da mulher por exemplo.
VIOLÊNCIA
O art. 8º traz as diretrizes das medidas que diversos entes públicos (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios) e organizações não governamentais (ONGs), vão adotar
conjuntamente (vão unir esforços) para garantir assistência e proteção à mulher vítima de
violência doméstica e familiar.
Atenção! Essas providências, em regra, serão adotadas pela Polícia Militar, pois é o
braço estatal que primeiro tem contato com a vítima.
e pelo juiz;
e pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
e pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado
disponível no momento da comunicação do crime.
Caso o agressor tenha sido preso e haja risco à integridade física da ofendida ou à
efetividade da medida protetiva de urgência, o magistrado não concederá liberdade
provisória ao preso.
5.6. PROCEDIMENTO
Nos termos do art. 29 da Lei Maria da Penha esses juizados poderão contar com
uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde
Entre outras atribuições devem fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério
Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e
desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas,
voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e
aos adolescentes.
Atenção! As disposições transitórias (art. 33) da Lei Maria da Penha prevê que
enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e
julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.
E tais processos terão preferência no processo e julgamento.
JUIZADO COMPETENTE
Por opção da ofendida é competente (juiz onde pode julgar o caso) o Juizado:
A lei penal (não a Lei Maria da Penha) é quem vai dizer quando a ação penal
pública vai ser condicionada ou incondicionada. Em regra a grande maioria dos delitos é
de ação pública incondicionada.
A Lei Maria da Penha em seu art. 16 estabelece que nas ações públicas
condicionadas caso a vítima tenha realizado a representação ela só pode renunciar tal
representação (só pode arrepender-se, retirar, voltar a trás), na frente do juiz em uma
audiência específica para tal ato e ouvido Ministério Público.
Obs.: Nessa audiência tanto o juiz quanto o promotor de justiça podem tentar
convencer a vítima a continuar com a representação contra o ofensor.
A Lei Maria da Penha veda expressamente como pena o pagamento cesta básica
ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o
pagamento isolado de multa
Atenção! As medidas protetivas podem ser solicitadas pela vítima ou pelo Ministério
Público. Em regra o delegado de polícia não pode solicitar.
Atenção! A prisão preventiva do agressor pode ser decretada pelo juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Após decidir o pedido o juiz ouvirá as partes podendo revogar ou alterar as medidas
protetivas anteriormente concedidas.
O juiz pode aplicar uma medida isolada ou várias medidas ao mesmo tempo e
poderá alterar a qualquer tempo.
Exemplo: O juiz decretou medida para que o agressor não se aproxime a menos de
200 metros da vítima, mas o agressor insiste em ir à casa da vítima, por esse motivo o
juiz decreta a prisão preventiva do ofensor.
Atenção! Tendo o agressor porte de arma garantido pelo caput e incisos do art. 6º
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão,
corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a
restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo
cumprimento da determinação judicial.
MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público sempre atuará nos processos em que seja aplicada a Lei Maria
da Penha, seja como parte seja como fiscal da lei, podendo requerer:
A Lei 13.827/19 acrescentou o art. 38-A à Lei Maria da Penha para estabelecer que
o juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência.
BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental, 12. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris,
2010.
BELTRÃO, Antônio F. G. Direito Ambiental. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: Método, 2009.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral, 17. ed. rev., ampl.
e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.
Belo Horizonte: Ministério Público do estado de Minas gerais, n.8, jan-jun 2007.
CARVALHO, Gilda Pereira de, Cartilha Maria da Penha & Direitas da Muler. Disponível
em: [http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/mulher/cartilha-
CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Violência doméstica: Lei Maria da
Penha comentada artigo por artigo. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
DIAS, Maria Berenice. Lei Maria da penha. 4º ed., São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2015.
FEIX, Virgínia. Das formas de violência contra a mulher. In: Campos,Carmem Hein de
( org.). Lei Maria da Penha: comentada em uma perspectiva jurídico-feminina. Rio de
Janeiro: Lumen Júris, 2011.