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Q.

Básica & Experimental – QUI0341AD

Ligações Químicas
(Quando os átomos se encontram)
Ligações iônicas, covalentes e metálicas
Geometria e polaridade das ligações
Q. Básica & Experimental - QUI0341

Ligações Químicas
Ligações químicas é o termo genérico usado para descrever as forças que
mantem os átomos unidos em moléculas ou íons.

Dois tipos de modelos de ligações químicas são propostos: a ligação


iônica, no qual cargas positivas e negativas são mantidas unidas por forças
eletrostáticas, e a ligação covalente, no qual um par de elétrons é
compartilhado entre dois átomos.
Todos os modelos possuem 3 fatores em comum:

I. Átomos formam ligações porque os produto é mais estável que os


átomos isolados;
II. As ligações são caracterizadas pela energia de ligação ou energia
reticular, o qual é a quantidade de energia necessária para dissociar
dois átomos;
III.E a distância internuclear, ou distância de ligação.
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Ligações Químicas
A formação de uma ligação é acompanhada pela diminuição da energia
que ocorre pela atração entre cargas opostas dos íons ou pelo
compartilhamento de elétrons entre núcleos.

A configuração eletrônica de cada átomo controlará como os átomos


conectam-se uns com os outros.

Por que essa informação é importante?

A existência dos compostos químicos é a essencial da ciência, (química,


biológica, materiais) e saber como os átomos se conectam é importante
para o desenvolvimento de novos materiais. Ligas metálicas, substâncias
artificiais, polímeros
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Ligação Iônica
Os compostos iônicos são formados por atrações eletrostáticas geradas pelos
íons (cátions e ânions), em geral, entre os elementos do bloco-s e elementos
do bloco-p (não metálicos).

Ex: Na+ Cl-


Na+ e Cl- possuem menos energia que os átomos de Na e Cl separados.

Um sólido iônico é uma junção de cátions e ânions agrupados em um forma


organizada e alternada nas 3 dimensões.
Sólidos cristalinos  padrão regular
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Ligação Iônica – A formação dos íons


Quando os elementos do bloco-s perdem elétrons, formam cátions que
possuem a configuração de um gás nobre.

X (1A) – 1 e-  [gás nobre] ns2 np6

Ex.: Na ([Ne] 3s1) – 1 e-  Na [Ne]


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Ligação Iônica – A formação dos íons

Para predizer a configuração eletrônica de um cátion monoatômico, remova os


elétrons das camadas mais externas na seguinte ordem np, ns e depois (n-1)d.
Para um ânion monoatômico, adicione elétrons até obter a configuração eletrônica
do próximo gás nobre. A transferência leva a formação de um octeto ou dupleto de
elétrons na camada de valência (configuração de um gás nobre)
 Metais adquirem o octeto (ou dupleto) perdendo elétrons
 Não metais adquirem o octeto ganhando elétrons
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Tabela periódica mostrando os cátions e ânions mais comuns


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Ligação Iônica – A formação dos íons


Porque o cristal de NaCl possui menos energia que os átomos Na e
Cl sozinhos?
Etapas:

1ª etapa: Na(g)  Na+ (g) + e- (g) energia de ionização necessária +494 kJ.mol-1

2ª etapa: Cl(g) + e-  Cl- (g) energia liberada (afinidade eletrônica) – 349 kJ.mol-1
3ª etapa: Na+ (g) + Cl- (g)  NaCl (s) energia liberada = -787 kJ.mol-1
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Ligação Iônica – A formação dos íons


Porque o cristal de NaCl possui menos energia que os átomos Na e Cl sozinhos?
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Ligação Iônica – A formação dos íons

A energia necessária para a formação de ligações iônicas é


fornecida pela atração entre as cargas opostas dos íons.

Veja o vídeo que demostra a formação do NaCl(s) a


partir de Cl2(g) e Na(s)
https://www.youtube.com/watch?v=d2geiGKFveE
https://www.youtube.com/watch?v=oZdQJi-UwYs
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Estruturas de Lewis
A Representação dos elétrons por pontos em torno do símbolo do átomo

Gilbert Newton Lewis


(1875 - 1946)
Ideia original desenvolvida em 1902.

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Estruturas de Lewis
 Ideia proposta por G. N. Lewis para representar os elétrons de valência.
 Os elétrons são representados por pontos em torno do símbolo do
elemento
 Um ponto sozinho representa um elétron sozinho em um orbital
 Dois pontos representam um par de elétrons compartilhando um orbital
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Estruturas de Lewis
Trabalhando com as estruturas de Lewis

O representação de Lewis para o N, representa os elétrons de valência com


configuração: 2s2 2px1 2py1 2pz1

Trabalhando com as representações (formulas) de Lewis


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Estruturas de Lewis
Tabela periódica mostrando as estruturas de Lewis para os elementos do bloco-s
e bloco-p.

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Ligação Covalente
Até 1916, não era compreendido a natureza da ligação entre
elementos não metálicos.
Os elementos não metálicos não perdem elétrons produzindo
cátions, assim, como seria natureza da ligação.
Gilbert Newton Lewis
Lewis propôs, antes da mecânica quântica, que numa ligação (1875 - 1946)

covalente, os elementos compartilham um par de elétrons.

Um uma ligação covalente, os átomos compartilham elétrons até atingirem


a configuração de um gás nobre.
Este princípio foi chamado por Lewis como regra do octeto.
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Ligação Covalente
Por exemplo, N possui 5 e- de valência, e precisa 3 e- para completar o octeto.
Cl, possui 7 e- de valência e precisa 1 e- para completar a regra do octeto.
A representação de Lewis para os elétrons pode ser estendida para descrever
as ligações covalentes.
O par de elétrons o qual é compartilhado pelos átomos é representado por
uma linha

Exemplos: H:H é representado como HH


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Estrutura de Lewis em átomos poliatômicos

Descrevendo a estrutura de Lewis para a molécula de metano


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A carga formal de um átomo em uma ligação covalente


O calculo da carga formal leva em consideração o número de elétrons que
realmente pertencem a um determinado átomo em uma molécula.
Pertencem ao átomo em questão os elétrons não compartilhados, e metade
dos elétrons compartilhados em ligações.

Em que:
V = número de e- de valência
NL = número de e- não ligantes
L = número de e- igantes

A carga formal pode ser utilizada para predizer o arranjo de átomos mais
favorável em uma molécula e a estrutura de Lewis mais favorável
A estrutura de Lewis em que as cargas formais dos átomos individuais for mais
próxima de zero representa o arranjo de menor energia de átomos e elétrons.
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Exercícios:

1) Determine a carga formal dos átomos presentes na molécula de amônia (NH3).

Estrutura de Lewis da amônia

2) Qual a carga formal dos átomos presentes no íons amônio (NH4+)?

3) Calcule a carga formal das possíveis estruturas da molécula de dióxido de carbono


(CO2) e preveja qual será a correta.
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Estruturas de ressonância
Algumas vezes as ligações em algumas moléculas não podem ser
explicadas pelo simples uso da estrutura de Lewis.

Exemplo: a molécula de O3 (ozônio), o qual é um alótropo do oxigênio.

Estruturas de ressonância no íon CO32- e NO2-


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Propriedades das ligações covalentes


Força de ligação – a força de uma ligação é medida por sua energia de dissociação (D),
o qual é a energia necessária para dissociar (separar) dois átomos.

A energia de ligação leva em consideração a quebra


hemolítica da ligação.

.H(g) + .Cl(g)
H-Cl(g)
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Propriedades das ligações covalentes


Distância de ligação – é a distância entre os centros de dois átomos conectados por
uma ligação covalente. Corresponde a distância internuclear com menor potencial de
energia.

 A distância de ligação afeta o tamanho e forma da molécula.


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Energia de
Ordem de Distância de ligação
Composto dissociação
ligação (pm)
(kJ.mol-1)
H3C–CH3 1 153.5 376
H2C=CH2 2 133.9 728
HC≡CH 3 120.3 965
H2N–NH2 1 144.9 275.3
HN=NH 2 125.2 456
N≡N 3 109.8 945.3
HO–OH 1 147.5 213
O=O 2 120.7 498.4
H3C–NH2 1 147.1 331
H2C=NH 2 127.3 644
HC≡N 3 115.3 937
H3C–OH 1 142.5 377
H2C=O 2 120.8 732
O=C=O 2 116.0 799
C≡O 3 112.8 1076.5
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Ligações covalentes polares – Momento de dipolo

Ligações iônicas vs ligações covalentes

Os modelos de ligação iônica e ligação covalente são dois modelos extremos de ligações
química.
Entretanto a ligação química entre muitos compostos apresentam ter propriedades entre
uma ligação iônica e uma ligação covalente
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Ligações covalentes polares – Momento de dipolo

Ligações iônicas vs ligações covalentes

Ligação covalente apolar

Ligação covalente polar


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Ligações covalentes polares – Momento de dipolo

Momento de dipolo elétrico m (letra grega mi)

A unidade do SI para o momento de dipolo é o Debye (D)


Pelo reconhecimento a Peter Debye o qual estudou os momentos de
dipolo

1 D = 3,336 x 10-30 C.m (1 Coulomb.metro = carga de +1C separada Petrus Josephus W. Debye
por um metro de uma carga de -1C ) (1884 - 1966)

m = Qr
Em que:
Q = carga da partícula em Coulombs
r = raio metros
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Ligações covalentes polares – Momento de dipolo

 É possível mediar as cargas parciais em uma molécula como


HCl usando a equação do momento de dipolo:

 Na molécula de HCl, o momento de dipolo medido


experimentalmente é de 1,08 D.
Sabendo a distância da ligação no H-Cl(g) o qual é 127,5 pm
(ou 1,27 Å).

Qual a magnitude da carga em elétrons sobre os átomos de


H e Cl que levam ao momento de dipolo obtido
experimentalmente?

Carga da partícula 1+ = 1.60 x 10-19 C


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Exercícios:

1) Na fase gasosa, o NaCl possui um momento de dipolo de 9,001 D. A


distância entre os átomos é de 236,1 pm. Calcule a porcentagem do
caráter iônica e covalente no NaCl.
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A formação de ligações simples C-H


Orbitais híbridos sp3 e a estrutura do metano

Configuração eletrônica do átomo de C no


estado fundamental
C 1s2, 2s2, 2px1, 2py1, 2pz0
energia

2p Promovendo um elétron (2s) para o sub-orbital 2pz


2s C 1s2, 2s1, 2px1, 2py1, 2pz1

1s
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A formação de ligações simples


Orbitais híbridos sp3 e a estrutura do metano
energia

2sp3 (orbital hibridizado)

1s
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A formação de ligações simples


Orbitais híbridos sp3 e a estrutura do metano
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A formação de ligações simples


Orbitais híbridos sp3 e a estrutura do metano
energia

2sp3 (orbital hibridizado)

1s
Arranjo espacial:
Tetraedro regular

4 orbitais idênticos chamados


orbitais sp3
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A formação de ligações simples


Orbitais híbridos sp3 e a estrutura do etano
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Hibridização no átomo de Nitrogênio e Oxigênio


híbridização sp3
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A formação de ligações duplas


Orbitais híbridos sp2 e a estrutura do eteno

Configuração eletrônica do átomo de C no


estado fundamental
energia

2p C 1s2, 2s2, 2px1, 2py1, 2pz0


2s
Promovendo um elétron (2s) para o sub-orbital 2pz
C 1s2, 2s1, 2px1, 2py1, 2pz1
1s
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A formação de ligações duplas


Orbitais híbridos sp2 e a estrutura do eteno
O carbono no eteno está ligado a três átomos, de modo que ele hibridiza três
orbitais – um s e dois p.

p
promoção
2px 2py 2pz p p p hibridização
sp2 sp2 sp2
1s 2s s orbitais híbridos
Estado fundamental de um
átomo de carbono

Vista frontal Vista superior


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A formação de ligações duplas


Orbitais híbridos sp2 e a estrutura do eteno
O carbono no eteno está ligado a três átomos, de modo que ele hibridiza três
orbitais – um s e dois p.

• O ângulo de ligação no carbono sp2 é 120°

• O carbono sp2 é trigonal plano


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A formação de ligações triplas


Orbitais híbridos sp e a estrutura do etino
O carbono no etino está ligado a dois átomos, de modo que ele hibridiza dois
orbitais – um s e um p.

p p
promoção hibridização
2px 2py 2pz p p p sp sp
1s 2s s orbitais híbridos
Estado fundamental de um
átomo de carbono
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A formação de ligações triplas


Orbitais híbridos sp e a estrutura do etino
O carbono no etino está ligado a dois átomos, de modo que ele hibridiza dois
orbitais – um s e um p.

• Uma ligação tripla consiste em uma ligação s e duas p


• Ângulo de ligação do carbono sp: 180°
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Repulsão dos pares eletrônicos


Estruturas moleculares e ângulos de ligação

dióxido de carbono
CO2

Ânion carbonato
CO22- Metano
CH4
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Repulsão dos pares eletrônicos


O modelo VSEPR (Valence-shell eléctron-pair repulsion model)

As moléculas possuem a forma de figuras geométricas.

linear angular trigonal Trigonal formato T tetrahédrica


planar piramidal

formato quadrado trigonal piramidal octahédrica Bipiramidal


gangorra planar piramidal de base quadrada pentagonal
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Estruturas moleculares e ângulos de ligação


O arranjo eletrônico

hexafluoreto de enxofre heptafluoreto de iodo


Pentacloreto de fósforo SF6 IF7
PCl5
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Moléculas polares e apolares


Moléculas polares apresentam um momento de dipolo maior que zero

Moléculas poliatômicas podem ser apolares mesmo que suas ligações


sejam polares. Ex.: CO2
Dióxido de carbono
CO2
Comparando a molécula de CO2 e H2O
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Moléculas polares e apolares

Exemplos de valores de momento de dipolo


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Moléculas polares e apolares


Moléculas orgãnicas polares e não-polares: observando a geometria das moléculas

cis-dicloroetano trans-dicloroetano
CH2Cl2 CH2Cl2

Triclorometano
Tetraclorometano CCl4
CCl4
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Ligações Metálicas
De forma simplificada podemos descrever as ligações em estrutura cristalina
metálica como sendo núcleos carregados positivamente (cátions) circundados
por elétrons – o modelo de mar de elétrons.

Neste modelo, os elétrons de valência não estão fortemente ligados a nenhum


dos átomos e sim distribuídos uniformemente através da estrutura.

Pouco energia é necessária para remover elétrons de uma estrutura metálica.


Quando um potencial elétrico é aplicado os elétrons podem migrar em direção
a um eletrodo positivo (cátodo) produzindo condutividade elétrica.
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Ligações Metálicas

O modelo de mar de elétrons não explica muitas das propriedades como o


brilho metálico e força de ligação que reflete no ponto de fusão.

Para explicar as propriedades observadas nos metais é necessário uma


análise mais sofisticada do que o simples modelo de mar de elétrons – A
teoria das bandas

A teoria das bandas presume que os orbitais de valência dos átomos em um


sólido metálico interagem, gerando novos orbitais moleculares que se
expandem além do sólido.

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