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Realizada coleta de dados pela Assistente Social Débora Cruz, da UBS – Unidade
Básica de Saúde do Bairro Jardim Pantanal através da metodologia: visita domiciliar,
observação e entrevista, como forma de alcançar dados r elevantes para orientação e
encaminhamento ás instituições responsáveis por cada situação que será apresentada
abaixo.
Na data do dia 05 de abril de 2010, foi realizado visita domiciliar na residência da Sr.ª
Amália Silva Rodrigues de Almeida, na Rua da Floresta, nº 15, no Bairro Pantanal, São
P aulo – SP. Portadora do CPF 333.579.876-63 e RG 32.444.786-9, nascida em
14/07/1972, com idade de 43 anos, é de estado civil casada, do sexo feminino, de
nacionalidade b rasileira e natural de Saboeiro - CE. Possui como grau de escolaridade o
Ensino Fundamental Incompleto, exerce a função de diarista, desempenhando á apenas
duas vezes semanais, com diárias de R$ 50,00(cinqüenta reais). É hipertensa e diabética,
faz uso de medicação contínuo.
A família é composta por seis pessoas, sendo dois adultos, um adolescente e três
crianças, é inscrita no CADÚNICO - Cadastramento Único do Governo Federal e
recebe R$ 175,00 (cento e setenta e cinco reais) do Programa de Transferência de Renda
do Governo Federal - Bolsa Família. A mesma declarou que seu grupo familiar é
composto por 06 pessoas. Seu esposo, o Sr. Petrônio Borges de Almeida Souza,
portador do CPF 044.053.675.42 e RG 47.001.7655-4, nascido em 28/08/ 1970, com
idade de 45 anos, é de estado civil casado, do sexo masculino, de nacionalidade
brasileira e natural de Saboeiro - CE.
Possui como grau de escolaridade o Ensino Fundamental Incompleto, ex erce a
profissão de pintor, porém encontra-se desempre gado, realizan do apenas bicos
esporadicamente, o qual sua renda mensal não ultrapassa os R$ 250,00 (duzentos e
cinqüenta reais). Assim como sua esposa, é hipertenso e faz uso de medicação contínuo.
O filho mais velho, Pedro Rodrigues de Almeida Borges de 17 anos, estudante do
Ensino Fundamental, conseguiu um emprego de empacotador no mercadinho do bairro,
mas logo foi demitido, pois descobriram que o mesmo era usuário de drogas.
Os filhos Romero Rodrigues de Almeida Borges de 9 anos e Rosa Maria Rodrigues de
Almeida Borges de 7 anos são estudantes do CENIF – Centro de Educação Infantil.
A filha mais nova, de 05 anos, Maria Alice Rodrigues de Almeida Borges, é portadora
de deficiência física e mental. Segundo relatos da mãe, a filha faz uso de medicação
contínuo para controle do sistema nervoso, pois apresenta comportamento agressivo.
A casa em que moram é alugada no valor de R$ 300,00 (trezentos reais), possui 04
cômodos, sendo 01 s ala (usada como quarto para as crianças maiores dormi rem), 01
quarto
(do casal e da filha de 05 anos), 01 cozinha e 01 banheiro que não possui chuveiro. A
estrutura da casa é ruim, possui pintura interna e externa em estado ruim , há rachaduras
nas paredes, além de infiltrações. O piso é de cimento, telhado de telha cerâmica velha.
A casa possui água encanada, já a energia elétrica é cedida pelo viz inho, não possui
rede de esgoto e tudo é descartado em um pequeno córrego que passa nos fundos da
casa. O lixo é descartado pelos próprios moradores em um lixão próximo, pois no bairro
não há coleta de lixo. A mobília da casa é de estrutura simples e está em estado ruim.
Devido á falta de saneamento básico no bairro, as crianças acabam contraindo
doenças, necessitando de atendimento médico, além disso, ainda enfrentam os
alagamentos nos períodos de fortes chuvas. Segundo relatos da Dona Amália, o que
ganham mal dar pra comer, ás vezes as crianças de 07 e 09 anos sai pedindo nas ruas, e
na maioria das vezes voltam de mãos vazias. Muitos no bairro vivem em situação
precária, porém para a família de Dona Amália, tudo parece ainda mais difícil por ser
uma família refugiada do Estado do Ceará, devido á falta de trabalho e a seca.
Não basta a situação econômica precária da família, o filho mais velho, como descrito
acima, se envolveu com drogas na escola, e mal está freqüentando as aulas . Possui um
difícil relacionamento com os pais, às vezes até vendendo algum dos poucos objetos da
casa para comprar drogas, outras vezes passa até três dias fora de casa. A família já
procurou a Secretária de Assistência Social de um bairro próximo para receber
orientação e o devido encaminhamento para as instituições responsáveis para o
tratamento do filho, porém ainda não obtiveram resposta. Também já buscaram tra
tamento para a filha mais nova , sem grande sucesso, pois desconhecem seus direitos
conforme escrito no artigo 196 da Constituição Federal de 1988:
A saúde é direito d e todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
...um processo que cria e mantém conexões entre diferentes organizações, a partir da
compreensão do seu funcionamento, dinâmicas e papel desempenhado, de modo a coordenar interesses
distintos e fortalecer os comuns MDS, 2009, p.21).
O objetivo da Assistente Social nesse contexto é fazer a ponte entre a família e a equipe
técnica, facilitando a integração e o desenvolvi mento do trabalho, pois consegue ter
uma visão um pouco mais ampla d a situação. Portanto cada instituição se
responsabilizará pela intervenção que lhe compete proporcionando à garantia dos
direitos e o acesso as políticas publicas.
Parecer Social
O CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, é a porta de entrada dos
usuários da política de assistência social, é o lugar onde possibilita, em geral, o primeiro
acesso das famílias aos direitos socioassistenciais, é, portanto a proteção social básica.
Sendo assim, foi solicitada a inserção das crianças de 07 e 09 anos nos programas
sociais oferecidos pela instituição, como aulas de pintura e leitura com um orientador
social, aulas de capoeira e atividades esportivas. Solicitou também que Dona Amália
fosse inserida nas oficinas desenvolvidas pelo grupo de senhoras do CRAS, visando à
inserção no meio social e o aprendizado de confecção de objetos e produtos que possa
futuramente servir como uma renda extra para a família, além de atividades que
proporcione o bem estar de Dona Amália e de sua família. Ainda dentro das atribuições
do CRAS, com base na renda familiar, a criança de 0 5 anos, Maria Alice Rodrigues de
Almeida Borges , portadora de deficiência física e mental se enquadra dentro dos
critérios do BPC - Regulamento do Beneficio de Prestação Continuada.
O beneficio é destinado a pessoas idosas ou co m deficiência que comprovem baixa
renda conforme regulamentada pelo Artigo 20 Lei Orgânica da Assistência S ocial –
LOAS/nº 8742/93:
renda mensal bruta familiar: a soma dos rendi mentos brutos auferidos
mensalmente pelos membros da família composta por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias,
benefícios de previdência pública ou privada, seguro -desemprego, comissões, pro -labore, outros rendimentos
do trabalho não assalariado , rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do
patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no
parágrafo único do art. 19.
Ainda com base no mesmo decreto, o parágrafo 2º do inciso V I do artigo 4º diz que:
Para fins do disposto no inciso VI do caput, não serão computados como renda mensal
bruta familiar: ...II - valores oriundos de programas sociais de transferência de renda;
Portanto o valor que recebem do Programa de Transferência de Renda do Governo
Federal – Bolsa Família não entrará na soma para a concessão do BPC.
Verificado que os filhos de 05, 07 e 09 anos de idade não possuem CPF e RG,
receberá orientação técnica pela Assistente Social do CRAS para a retirada dos
documentos.
Outro problema enfrentado pela família é o conflito com o filho mais velho por
causa das drogas. O CR EAS – Centro de Referência Especializado da Assistência
Social trata da proteção social especial. Destina-se a proteger as famílias e indivíduos
cujos direitos tenham sido violados e, ou, que já tenha ocorrido rompimento dos laços
familiares e comunitários.
Foi solicitado ao CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social, o
acompanhamento do menor pela Psicóloga em parceria com a Assistente Social para
que haja uma intervenção especializada diante da situação de risco pessoal e social
vivenciada pelo adolescente.