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CONCRETO PROTENDIDO
Bauru/SP
Maio/2015
APRESENTAÇÃO
Esta apostila tem o objetivo de servir como notas de aula na disciplina Concreto
Protendido, do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia, da Universidade Estadual
Paulista – UNESP, Campus de Bauru/SP.
O texto apresentado está de acordo com as prescrições contidas na norma NBR
6118/2014 (“Projeto de estruturas de concreto – Procedimento”), para o projeto e
dimensionamento de elementos em Concreto Armado e Protendido.
A apostila apresenta o estudo inicial de temas de Concreto Protendido. A bibliografia
indicada deve ser consultada para aprofundar o aprendizado, bem como os textos apresentados
na página da disciplina na internet:
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/pag_protendido.htm
Estudo complementar: ler Hanai (2002), item 1.2 – A protensão aplicada ao concreto, p.3 a
11.
P M M+P
σt,p σc,m σc
+ - -
P Ap
Viga
P
+ =
- +
σc,p σt,m 0
Na fibra inferior de uma viga protendida, sob momento fletor positivo, pode resultar
tensão nula, tensão de compressão ou de tração.
1. Concreto Protendido utiliza concretos e aços de alta resistência (aços até 2100 MPa e
concretos até 85 MPa);
2. Em Concreto Protendido toda a seção transversal resiste às tensões;
3. Devido aos itens 1 e 2, elementos de Concreto Protendido são mais leves, mais esbeltos e
esteticamente mais bonitos;
4. Concreto Protendido fica livre de fissuras, com todas as vantagens daí provenientes;
5. Concreto Protendido apresenta melhor controle de flechas;
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6. Concreto Protendido tem melhor resistência às forças cortantes (devido à inclinação dos
cabos próximos aos apoios e a pré-compressão que reduz as tensões de tração diagonais);
7. O aço é pré-testado durante o estiramento.
3.1 EXEMPLO
Laje simplesmente apoiada, h = 30,5 cm, d = ds = 25,4 cm, fcd = 34,5 MPa, fp,ef = 1.104
MPa, fyd = 435 MPa, fc,máx = 13,8 MPa (tensão máxima à compressão permitida no concreto), L =
9,14 m, γconcr = 16,76 kN/m3 (concreto leve), q = 5,11 kN/m2 (ação variável).
A laje será calculada tomando-se uma faixa igual à sua altura (b = 30,5 cm - Figura 8), ao
invés de um metro, de modo que as quantidades de armadura que serão calculadas são relativas à
largura b da faixa. ds = 25,4
30,5
30,5cm
1,56 . 9,14 2
Mg = = 16,28 kN.m = 1.628 kN.cm
8
6M g 6 . 1628
σ=± 2
=± 2
= ± 0,345 kN/cm2 = ± 3,45 MPa
bh 30,5 . 30,5
M q = M g = 1.628 kN.cm
1) Laje não-armada
A tensão final máxima de 6,9 MPa, de compressão na borda superior e de tração na borda
inferior, é menor que a tensão máxima de compressão permitida (fc,máx = 13,8 MPa), porém, é
maior que a resistência à tração na flexão máxima do concreto (módulo de ruptura), o que faz a
laje fissurar e romper.
Μg
+ Μq
=
+ + +
3,45 3,45 6,9
0,8x
x LN
d - 0,4x
εsd
Rst
x2 – 63,5x + 159,25 = 0
Md 4558
As = = = 4,30 cm2
σ sd (d − 0,4x ) 43,5(25,4 − 0,4 . 2,62 )
P CG P
( Μg ) ( Μq ) (P)
3,45 3,45 6,9 13,8
- -
Μg Μq -
+ + = -
+ +
3,45 3,45 6,9 0
Para resultar tensão final nula na face inferior da laje é necessário impor uma tensão de
compressão, proporcionada por uma força de protensão, de tal modo que:
Força de protensão:
P 641,9
Ap = = = 5,81 cm2
f p,ef 110,4
A força de protensão (P) aumentou a tensão de compressão na borda superior para 13,8
MPa, igual à tensão máxima permitida (fc,máx = 13,8 MPa). Uma posição mais conveniente para a
força de protensão pode diminuir esta tensão resultante.
Assumindo a força de protensão no limite do núcleo central de inércia (h/6 para seção
retangular).
Considerando que a tensão na face inferior da laje deve ser nula, a força de protensão
deverá causar uma tensão de compressão de 6,9 MPa na face inferior. A força de protensão,
portanto, deve ser:
P 320,9
Ap = = = 2,91 cm2
f p,ef 110,4
h
6 = 30,5 6 = 5,08 cm
P
P
( Μg + Μq ) (P)
6,9 0 6,9
-
+ = -
Μg + Μq -
+
6,9 6,9 0
Figura 12 – Tensões normais (MPa) na laje com protensão excêntrica, com P posicionada no limite do
núcleo central de inércia.
P P.e P 6e
σ P (base ) = + = 1 +
A c bh A c
2
h
6
emáx = 10,16 cm
P P
5,09
( Μg + Μq ) (P)
6,9 2,3 4,6
- +
+ = -
Μg + Μq
+ -
6,9 6,9 0
Figura 13 – Tensões normais (MPa) na laje com excentricidade máxima da força de protensão.
Assumindo e = emáx = 10,16 cm e σP (base) = − 6,9 MPa (para resultar tensão nula na base da
laje), a força de protensão será:
P 6 . 10,16
− 0,69 = 1 + ⇒ P = − 214,1 kN
30,5 2 30,5
P 214,1
Ap = = = 1,94 cm2
f p,ef 110,4
− 214,1 6 . 10,16
σ P ( topo) =
2
1 − = 0,23 kN/cm2 = 2,3 MPa (tensão de tração)
30,5 30,5
6) Laje em Concreto Protendido: tração igual à máxima permitida
Assumindo que uma tensão normal de tração de 1,46 MPa seja permitida na borda inferior
da laje, sob a carga de serviço, a força de protensão passa a ser:
P 6 . 10,16
(− 0,69 + 0,146) = 1 + ⇒ P = − 168,8 kN
30,5 2 30,5
P 168,8
Ap = = = 1,53 cm2
f p,ef 110,4
No mundo:
No Brasil:
Fôrma
Cilindro Cabo da peça Ancoragem
hidráulico passiva
("macaco")
Pista de
protenção
Bloco de
reação
As peças fabricadas com pós-tração podem ter aderência entre a armadura de protensão e o
concreto da peça, bem como podem também serem fabricadas sem a aderência.
No concreto protendido pós-tracionado, o estiramento da armadura de protensão é
realizado após o endurecimento do concreto, utilizando-se, como apoios, partes da própria peça,
criando-se posteriormente aderência com o concreto de modo permanente.
a) Peça concretada
duto
vazado
Ap
Ap
Figura 23 – Preenchimento da bainha com nata de cimento para criar aderência entre a armadura e o
concreto da peça (Catálogo Rudloff).
É aquele obtido como no caso anterior, mas sem se criar a aderência da armadura de
protensão com o concreto. Geralmente usa-se a cordoalha engraxada como armadura de
protensão.
Estudo complementar:
Ler Hanai, p.17 a 20 e fazer o item 1.6;
Ler catálogo “Concreto Protendido” da empresa Rudloff.
6. MATERIAIS
6.1 CONCRETO
a) as solicitações prévias causadas pela força de protensão podem ser muito elevadas;
b) permitem a redução das dimensões das peças, diminuindo o peso próprio, importante nos
grandes vãos e peças pré-moldadas;
c) possuem maiores módulos de elasticidade (Ec), o que diminui as deformações imediatas, a
deformação lenta e a retração, ou seja, as flechas e as “perdas de protensão” são menores;
d) geralmente são mais impermeáveis, o que é importante para diminuir a possibilidade de
corrosão da armadura de protensão, que, por estar sob tensões muito elevadas, são mais
suscetíveis à corrosão.
6.2.1 Apresentação
a) CP – 175 RN: aço para Concreto Protendido, com resistência característica mínima à
tração (fptk) de 175 kN/cm2 (1.750 MPa) e de relaxação normal;
b) CP – 190 RB: aço para Concreto Protendido, com resistência característica mínima à
tração (fptk) de 190 kN/cm2 (1.900 MPa) e de relaxação baixa.
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A NBR 6118 adota a massa específica de 7.850 kg/m3, e o coeficiente de dilatação térmica
de 10 / C, para intervalos de temperatura entre - 20°C e 100°C. Para o módulo de elasticidade a
-5 °
norma permite adotar 200 GPa (200.000 MPa = 20.000 kN/cm2) para fios e cordoalhas, quando o
valor não for obtido em ensaio ou não for fornecido pelo fabricante do aço.
No item 8.4.6 a norma apresenta características de ductilidade do aço e no 8.4.7 apresenta
a resistência à fadiga.
6.2.6 Acondicionamento
A NBR 6118 (item 8.4.5) especifica que o diagrama tensão-deformação deve ser fornecido
pelo fabricante ou obtido em ensaio realizado segundo a NBR 6349. Na falta deles a NBR 6118
permite, nos estados-limite de serviço e último, utilizar um diagrama simplificado, para intervalos
de temperaturas entre - 20° C e 150° C.
σp
fptk
f pyk
f ptd
f pyd
α εpyk εp
εpyd εpuk
Figura 29 – Diagrama tensão-deformação simplificado indicado pela NBR 6118 para aços de protensão.
tg α = Ep = módulo de elasticidade = 200 GPa para fios e cordoalhas (na falta de dados do
fabricante e de ensaio);
fpyk = resistência característica de escoamento convencional, correspondente à deformação
residual de 0,2 %.
6.3 BAINHAS
São tubos dentro dos quais a armadura de protensão é colocada, utilizados em protensão
com aderência posterior ou também sem aderência. São fabricados em aço, com espessura de 0,1
a 0,35 mm, costurados em hélice. Para criar aderência com a armadura de protensão, as bainhas
são preenchidas com calda de cimento.
A calda, ou nata de cimento injetada no interior da bainha metálica, tem como função
proporcionar a aderência entre a armadura de protensão e o concreto da peça, na pós-tração, e
proteger a armadura contra a corrosão. Utiliza-se cerca de 36 a 44 kg de água para cada 100 kg de
cimento.
A norma NBR 7681 (“Calda de cimento para injeção”) fixa as condições exigidas para as
caldas.
6.5 ANCORAGENS
A forma mais simples e econômica de fixação dos fios e cordoalhas é por meio de cunhas
e porta-cunhas. As cunhas podem ser bi ou tripartidas, e ficam alojadas em cavidades de blocos ou
placas de aço (porta-cunha).
No caso de armaduras pós-tracionadas, existem conjuntos de elementos, que constituem os
chamados “sistemas de protensão”, como Freyssinet, Dywidag, VSL, BBRV, Rudloff, Tensacciai,
etc.
Na Figura 32 até a Figura 49 ilustram-se vários tipos de dispositivos de ancoragem.
A tensão na armadura de protensão deve ser verificada para diversas situações em serviço,
a fim de evitar solicitações exageradas e deformações irreversíveis.
Durante as operações de protensão, a tensão de tração na armadura não deve superar os
seguintes valores-limites:
a) armadura pré-tracionada
0,77f ptk
σ pi ≤ - para aços RN
0,90f pyk
0,77f ptk
σ pi ≤ - para aços RB
0,85f pyk
b) armadura pós-tracionada
0,74f ptk
σpi ≤ - para aços RN
0,87f pyk
0,74f ptk
σpi ≤ - para aços RB
0,82f pyk
0,80f ptk
σpi ≤ - para cordoalhas engraxadas RB
0,88f pyk
0,72f ptk
σ pi ≤ - para aços CP – 85/105 em barras
0,88f pyk
Pi
Pré-tração
∆Panc = perda por escorregamento dos fios e acomodação da ancoragem
Pa
∆Pr1 + ∆Pcs1 { ∆∆PP r1
pr1
= perda por relaxação inicial da armadura
= perda por retração inicial do concreto
{
∆Pr2 = perda por relaxação posterior da armadura
∆Pr2 + ∆Pcs2 + ∆Pcc ∆Pcs2 = perda por retração posterior do concreto
∆Pcc = perda por fluência posterior do concreto
Estiramento da armadura
aplicação da protenção
início da retração
8
Pt
P
do concreto
ao concreto
t
(tempo)
t-2 t-1 t0
P
Pós-tração
Pi
∆Patr = perda por atrito ao longo da armadura
∆Patr + ∆Panc { ∆P perda por escorregamento dos fios na
= ancoragem e acomodação da ancoragem
anc
∆ P0
8
P
t
(tempo)
t0
estiramento
dos cabos
restantes
Se os cabos (conjunto de fios ou cordoalhas para formar uma armadura de protensão) não
forem retos, deve-se acrescentar a perda por atrito que ocorre nos desvios, à ∆Panc (perda de força
de protensão na ancoragem).
9. PERDAS DE PROTENSÃO
Ocorre devido ao escorregamento dos fios e acomodação das cunhas nos furos portas-
cunha, da ordem de 4 a 6 mm, dependendo do tipo de armadura de protensão e da existência ou
não de pistão de cravação de cunhas nos macacos de protensão.
O escorregamento causa perda apenas na ancoragem ativa; na ancoragem passiva a
acomodação/escorregamento vai sendo anulada na operação de estiramento.
O valor da perda de protensão por escorregamento/acomodação depende em grande parte
do comprimento da pista de protensão.
Exemplo:
que pode ser considerado desprezível, porque a pista tem grande comprimento. Se a pista tivesse
25 m a perda de protensão seria de 3,4 %, que já não é desprezível.
∆σ pr (t; t o )
ψ (t ; t o ) =
σ pi
As normas NBR 7482 e 7483 estabelecem valores médios para o coeficiente de relaxação
de fios e cordoalhas, medidos após 1.000 horas à temperatura constante de 20° C (ψ1000), para
tensões variando de 0,5 e 0,8fptk . Para efeito de projeto, os valores de ψ1000 da Tabela 7 podem ser
adotados.
Tabela 7 - Valores de ψ1000 (%), (NBR 6118, item 8.4.8).
Cordoalhas Fios
σpo Barras
RN RB RN RB
0,5 fptk 0 0 0 0 0
0,6 fptk 3,5 1,3 2,5 1,0 1,5
0,7 fptk 7,0 2,5 5,0 2,0 4,0
0,8 fptk 12,0 3,5 8,5 3,0 7,0
Obs.: interpolar para valores intermediários. RN é relaxação normal e RB é relaxação baixa.
Para tensões inferiores a 0,5 fptk , admite-se que não haja perda de tensão por relaxação.
Para o tempo infinito pode-se considerar:
0 ,15
t − to
ψ (t; t o ) = ψ1000 (t em horas)
1000
0 ,15
t − to
ψ (t; t o ) = ψ1000 (t em dias)
41,67
Exemplo:
- tempo curto: entre o estiramento e a aplicação da protensão no concreto = 15 horas;
- cordoalha RN e σpi = − 0,80 fptk
- da Tabela 7: ψ1000 = 12,0 %
0 ,15
15 − 0
ψ (t; t o ) = 12 = 6,4 %
1000
6,4
∆σ pr (t; t o ) = ψ (t; t o ) σ pi =
100
( )
− 0,80f ptk = − 0,0512f ptk
A perda neste caso não é desprezível, e se utilizada cura a vapor, com elevação da
temperatura na armadura de protensão, a perda é ainda maior.
7 % − aço RN
∆PPi →Pa = ∆Panc + ∆Pr1 + ∆Pcs1 ≅
3 % − aço RB
Pré-tração:
Po = Pa - ∆Pe
Pa = força ancorada;
∆Pe = perda da força de protensão devida à deformação imediata do concreto
(encurtamento elástico).
Pa Pa
Ap σcp
∆l
∆εp = εcp
∆σ Pe σ cp
=
Ep Ec
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A perda de protensão é:
Ep
∆σ Pe = σ cp = α p σ cp
Ec
Ep
αp = = razão modular.
Ec
Pa
σ cp =
A ch
Ac = b . h
Ap
h
Acp = αp . Ap
Por simplicidade, em seções onde a quantidade de aço não é alta, faz-se Ach = Ac .
Após o encurtamento elástico, a força de protensão na armadura será:
P
Po = Pa − ∆Pe = Pa − α p a A p
A ch
ep CG
Pa Pa
( Pa ) ( Pa ) ( Mpp )
+ -
- + +
- +
Pa Pa .ep² Mpp ep
Ach Ih Ih
Pa Pa e p 2 M pp e p
σ cp =− − +
A ch Ih Ih
A expressão de σcp é válida quando se pode considerar a protensão aplicada numa única
fibra. Quando a protensão ocorrer em fibras distintas, como no caso de cordoalhas em vários
níveis, a influência de uma sobre a outra deve ser avaliada, conforme processo apresentado em
Hanai (2002).
Perda de protensão:
∆σ Pe = α p σ cp
σ Po = σ Pa − ∆σ Pe → Po = σ Po A p
Exemplo
Calcule a perda de tensão na armadura de protensão na seção 1-1, de uma viga pré-
tensionada, assumindo que, antes da transferência da protensão, a força ancorada era
correspondente à tensão de 0,75fptk . A viga tem os seguintes dados:
vão l = 15,2 m ; peso próprio (gpp) = 7,22 kN/m
concreto C40 ;
fck(i) = 30 MPa
Eci = α E 5600 f ck , com αE = 1,0 (brita de granito ou gnaisse)
l l
2 2
Pa Pa
76 cm
ep
Ap
10 cm
1 38
l = 15,2 m
Resolução
Ep 196000
Razão modular: α p = = = 6,39
E ci 30672
38 . 763
Ac = 38 . 76 = 2.888 cm2 I= = 1.390.091 cm4
12
76
ep = − 10 = 28 cm
2
7,22 . 15,2 2
M pp = = 208,51 kN.m = 20.851 kN.cm
8
Em porcentagem:
∆σ Pe 54,95
100 = 100 = 3,86 %
σ Pa 0,75 . 1900
P
i
Força de
atrito
P i - ∆P atr
α
Nos elementos estruturais com pós-tração, a perda por atrito pode ser determinada por:
[
∆Patr ( x ) = Pi 1 − e −(µ Σα+ kx ) ]
onde: Pi = força de protensão no “macaco” hidráulico;
x = abcissa do ponto onde se calcula ∆Patr , medida a partir da ancoragem, em metros;
Σα = soma dos ângulos de desvio entre a ancoragem e o ponto de abcissa x, em radianos;
k = coeficiente de ondulação = coeficiente de perda por metro provocada por curvaturas
não intencionais do cabo. Na falta de dados experimentais, pode ser adotado o valor
0,01µ (1/m);
µ = coeficiente de atrito aparente entre o cabo e a bainha. Na falta de dados experimentais,
pode ser estimado como a seguir (1/radianos):
Exemplo
1) Qual a perda total por atrito devido à curvatura e à oscilação da bainha metálica flexível, de
uma viga pós-tensionada armada com cordoalhas CP 190 de 7 fios. Dados:
∆P atr
Pi-
Pi
28
l = 15,2 m
Resolução
α m 2m x
tg = = x
2 x x 2
2
α α
m ≅ 2y 2 2
y
m
α 4y
tg = arco
2 x
circular
α = 8y
x
α 4y 8y
= ⇒ α= (rad)
2 x x
8 . 28
α= = 0,147 rad
1520
[
∆Patr ( x ) = Pi 1 − e − (µ Σα + kx ) ]
Força de protensão no “macaco” hidráulico:
[ ] [
∆Patr (15,2) = −1387 ,7 1 − e −(0, 20 . 0,147 +0, 006 . 15, 2 ) = −1387 ,7 1 − e −(0,1206 ) ]
∆Patr (15,2) = −157,7 kN
157,7
Perda percentual: 100 = 11,4 %
1387,7
2) Calcular as perdas por atrito num cabo de uma viga contínua pós-tensionada, nas posições B, C
e D. Considere: µ = 0,20 (bainha metálica com cordoalha); k = 0,002/m.
α(A/C)
9m 9 7 7
Resolução
A perda de protensão por atrito pode ser expressa também como perda de tensão:
σ p ( x ) = σ Pi e −(µ α + kx )
8 y B 1 8 . 0,47 1
α(A / B) = = = 0,104 rad
x 2 18 2
8 y B 8 . 0,47
α ( A / C) = = = 0,209 rad
x 18
α (A / D) = α (A / C) + α (C / D)
8y D 1 8 . 0,185 1
α(A / D) = α (A / C ) + = 0,209 + = 0,262 rad
x 2 14 2
Exercício Proposto
Uma viga contínua com três vãos em a armadura em parábolas sucessivas. Assumindo µ =
0,20, k = 0,0025/m, σPi = - 1.303 MPa, fptk = 1.900 MPa, Ep = 202.000 MPa calcule a tensão na
armadura nas seções A até F.
C 35,3 E
A
32,3
45,7 cm F
B
σpi
te n
∆σp,anc /2
es s ão
co
∆σp,atr
rre ante
ga s d a tr
me o i to
n to
∆σp,anc
g.
o rre
c
es
s o em i to
a pó orag a tr
s ão anc
te n n a
σp
x
0 X
δ
∆σ p ,anc = 2E p (Lei de Hooke)
X
δ = escorregamento/acomodação na ancoragem;
δ
com = ε = perda de deformação média até X.
X
Ep δ
X=
σ Pi λ
Parabólico
σpi b
µa Ep δ
2 +k X=
a b2 σ Pi λ
Circular
σpi µ Ep δ
+k X=
R R σPi λ
Qualquer forma, ou
combinação de formas (modelo
aproximado)
σp (x)
σpi Ep δ
z 1 X=
z
z
l σ Pi
l
x
l
Exemplo
7,32 m 7,32
ancoragem ativa
a = 45,7 cm
parábola
Resolução
µa 2 . 0,15 . 0,457
λ=2 2
+k = + 0,0025 = 0,00506 /m
b 7,32 2
Ep δ 19600 ⋅ 0,0051
X= = = 12,31 m
σ Pi λ 130,3 ⋅ 0,00506
A perda de protensão é:
δ 0,0051
∆σ p ,anc = 2E p = 2 . 196000 = 162,4 MPa
X 12,31
162,4
Perda percentual: 100 = 12,5 %
1303
σp
1303
σpi ant
anc es do
ora esc
gem orr
µ e g. n
a 1221,8 = 1303 - ( 162,4
2 )
∆σp,anc
∆σp,anc
162,4
81,2
o
m ent
ega ∆σp,anc= 0
orr
esc
1221.8
1140,6 apó so
1181.2
X X
2 2
distância (x)
X = 12,31
posição do
"macaco"
Pi P atr
atrito Pi - ∆
no alo
ngam
ento ancoragem
posição do
passiva
"macaco"
(anc. ativa)
atrito n
o esco
rregam
ento
escorregamento
(δ)
O primeiro cabo sofre perda de protensão decorrente da protensão dos n-1 cabos restantes,
e assim sucessivamente, sendo zero a perda do último cabo estirado.
Segundo a NBR 6118 (item 9.6.3.3.2.1), a perda média de protensão, por cabo, é:
∆σ P =
( )
α p σ cp + σ cg (n − 1)
2n
com:
σcp = tensão inicial no concreto ao nível do baricentro da armadura de protensão, devido à
protensão simultânea dos “n” cabos;
σcg = tensão no mesmo ponto, devida à carga permanente mobilizada pela protensão ou
simultaneamente aplicada pela protensão.
Ep
αp =
Ec
1
(
∆σ P = α p σ cp + σ cg
2
)
9.10 RETRAÇÃO E FLUÊNCIA INICIAL DO CONCRETO NA PÓS-TRAÇÃO
A perda de protensão por retração e fluência inicial do concreto ocorre quando os cabos de
protensão são protendidos em instantes diferentes, ou seja, o cabo protendido numa primeira etapa
já vai sofrendo perdas de protensão até o instante de protensão de cada um dos cabos restantes.
As perdas de protensão ocorridas entre as etapas de protensão devem ser somadas à da
relaxação da armadura.
Não havendo necessidade de se considerar um cálculo mais refinado, essa perdas iniciais
podem ser estimadas, ou desprezadas quando forem pequenas.
A força de protensão final (P∞) é aquela existente após ocorridas todas as perdas de
protensão.
Pode ser calculada subtraindo todas as perdas ocorridas após a aplicação da força Po
(perdas progressivas posteriores: retração e fluência do concreto e relaxação da armadura).
A retração no concreto é afetada por muitos fatores: traço, tipo de agregados, tipo de
cimento, tempo de cura, tempo de aplicação da protensão após a cura, dimensões e forma da peça,
condições do ambiente, etc. Aproximadamente 80 % da retração ocorre no primeiro ano.
A perda de tensão na armadura devida à retração do concreto pode ser aproximada por:
∆σ Pcs = ε cs E p
onde:
εcs = deformação específica de retração do concreto ao nível da armadura, no tempo
considerado;
Ep = módulo de elasticidade da armadura de protensão.
A deformação εcs é fornecida pela NBR 6118 (Tabela 8.2, item 8.2.11) do tempo to (dias)
até o tempo final (t∞), podendo ser utilizada onde não for necessária grande precisão.
Quando maior precisão for exigida pode-se aplicar a formulação contida no Anexo A da
NBR 6118. O Anexo A da norma trata do “Efeito do tempo no concreto estrutural”, e informa que
as prescrições “têm caráter informativo que podem, na falta de dados melhores, ser usadas no
projeto de estruturas com concretos do grupo I da ABNT NBR 8953 cobertos por esta Norma.
Outros valores podem ser usados, desde que comprovados experimentalmente, por meio de
ensaios realizados de acordo com Normas Brasileiras específicas, levando em conta variações
nas características e propriedades dos componentes do concreto, ou ainda desde que respaldados
por Normas Internacionais ou literatura técnica.”
onde:
εcs∞ = ε1s . ε2s
33 + 2h fic
ε 2s =
20,8 + 3h fic
2A c
h fic = γ
µ ar
Onde não for necessária grande precisão, o coeficiente de fluência ϕ (t∞ ; to), entre o tempo
to e o tempo final (t∞), pode ser determinado na Tabela 8.2 da NBR 6118 (item 8.2.11), e:
σc (t o )
ε cc ( t ∞ ; t o ) = ϕ (t ∞ ; t o )
E ci, 28
Quando for necessária maior precisão deve-se recorrer ao cálculo conforme descrito no
Anexo A da NBR 6118, como apresentado a seguir.
“A deformação por fluência do concreto (εcc) é composta de duas partes, uma rápida e
outra lenta. A deformação rápida (εcca) é irreversível e ocorre durante as primeiras 24 h após a
aplicação da carga que a originou. A deformação lenta é, por sua vez, composta por duas outras
parcelas: a deformação lenta irreversível (εccf ) e a deformação lenta reversível (εccd).”
εc,tot = εc + εcc = εc (1 + ϕ)
ϕ = ϕa + ϕf + ϕd
σc
εcc (t ; to) = εcca + εccf + εccd = ϕ (t ; t o )
E c, 28
com o módulo de elasticidade tangente inicial para j = 28 dias (Ec,28), obtido em ensaio segundo a
NBR 8522 ou calculado pela expressão Ec,28 = Eci,28 = αE 5600 f ck .
f (t )
ϕa = 0,8 1 − c o , para concretos de classes C20 a C45;
f c (t ∞ )
f (t )
ϕa = 1,4 1 − c o , para concretos de classes C50 a C90.
fc (t ∞ )
onde:
f c (t o )
= função do crescimento da resistência do concreto com a idade, definida no item
f c (t ∞ )
12.3 da NBR 6118;
1
28
2
β1 = exp s 1 −
t
Faz-se:
f c ( t o ) β1 ( t o = t )
=
f c (t ∞ ) β1 ( t ∞ )
ϕf∞ = ϕ1c . ϕ2c = valor final do coeficiente de fluência irreversível para concretos de classes
C20 a C45;
ϕf∞ = 0,45 ϕ1c . ϕ2c = valor final do coeficiente de fluência irreversível para concretos de
classes C50 a C90;
42 + h fic
ϕ 2c =
20 + h fic
hfic em cm;
βd (t) = coeficiente relativo à fluência reversível, função do tempo (t – to), decorrido após o
carregamento:
t − t o + 20
βd (t) =
t − t o + 70
9.15.1 Processo Simplificado para o Caso de Fases Únicas de Operação (Item 9.6.3.4.2)
De acordo com o item 9.6.3.4.2 da NBR 6118, esse caso é aplicável quando são satisfeitas
as seguintes condições:
a) “a concretagem do elemento estrutural, bem como a protensão, são executadas, cada uma
delas, em fases suficientemente próximas para que se desprezem os efeitos recíprocos de uma fase
sobre a outra;
ε cs ( t ; t o ) E p − α p σ c ,pog ϕ( t ; t o ) − σ po χ( t ; t o )
∆σ p ( t ; t o ) =
χ p + χ c α p ηρ p
σ po ∆σ p ( t ; t o )
∆ε pt = χ( t ; t o ) + χp
Ep Ep
σ c ,pog ∆σ c ( t ; t o )
∆ε ct = ϕ( t ; t o ) + χ c + ε cs ( t ; t o )
E ci , 28 E ci , 28
onde:
χ(t ; t o ) = − ln [1 − ψ(t ; t o )]
χ c = 1 + 0,5ϕ( t ; t o )
χ p = 1 + χ( t ; t o )
2 Ac Ap Ep
η = 1+ e p ; ρp = ; αp =
Ic Ac E ci , 28
onde:
σc,pog = tensão no concreto adjacente ao cabo resultante, provocada pela protensão e pela
carga permanente mobilizada no instante to , sendo positiva se for de compressão;
ϕ (t ; to) = coeficiente de fluência do concreto no instante t para protensão e carga
permanente, aplicadas no instante to ;
∆σpo = tensão na armadura ativa devida à protensão e à carga permanente mobilizada no
instante to , positiva se for de tração;
χ (t ; to) = coeficiente de fluência do aço;
εcs (t ; to) = retração no instante t, descontada a retração ocorrida até o instante to ;
ψ (t ; to) = coeficiente de relaxação do aço no instante t para protensão e carga permanente
mobilizada no instante to ;
∆σc (t ; to) = variação da tensão do concreto adjacente ao cabo resultante entre to e t;
∆σp (t ; to) = variação da tensão no aço de protensão entre to e t;
ρp = taxa geométrica da armadura de protensão;
ep = excentricidade do cabo resultante em relação ao baricentro da seção do concreto;
Ap = área da seção transversal do cabo resultante;
Ac = área da seção transversal do concreto;
Ic = momento central de inércia na seção do concreto.
O valor absoluto da perda de tensão devida a fluência, retração e relaxação, com σc,pog
em megapascal e considerado positivo se for de compressão, é dado por:
∆σ p ( t ∞ ; t o ) αp
= 18,1 + [ϕ( t ∞ ; t o )]1,57 (3 + σc,pog )
σ po 47
∆σ p ( t ∞ ; t o ) αp
= 7, 4 + [ϕ( t ∞ ; t o )]1,07 (3 + σc,pog )
σ po 18,7
onde:
σpo = tensão na armadura de protensão devida exclusivamente à força de protensão, no
instante to .”
b) Estado-limite de abertura das fissuras (ELS-W): este estado é alcançado quando as fissuras
têm aberturas iguais aos valores máximos especificados pela norma no item 13.4.2. No caso das
estruturas de Concreto Protendido com protensão parcial, a abertura de fissura característica está
limitada a 0,2 mm, a fim de não prejudicar a estética e a durabilidade;
Situação onde a seção comprimida pela protensão vai sendo descomprimida pela ação dos
carregamentos externos, até atingir o ELS-D.
Esta verificação deve ser feita no estádio I (concreto não fissurado, comportamento
elástico linear dos materiais), item 17.3.4 da NBR 6118.
+
-
Mext
CG -
+ =
ep
P - +
Ap (P) ( Mext ) o
Bainha Região
comprimida
ap
Região
tracionada
a) quase permanentes
m n
Fd,ser = ∑ Fgi ,k + ∑ ψ 2 j Fqj,k
i =1 j=1
b) frequentes
m n
Fd,ser = ∑ Fgi ,k + ψ1 Fq1,k + ∑ ψ 2 j Fqj,k
i =1 j= 2
c) raras
m n
Fd ,ser = ∑ Fgi,k + Fq1,k + ∑ ψ1 j Fqj,k
i =1 j= 2
Observações:
Admitindo que os carregamentos externos causem tração na borda inferior da peça, devem
ser consideradas as seguintes situações.
P∞ ,est P∞ ,est e p
σ bP∞ = +
Ac Wb
8
- - - +
yt
CG
-
+ + + =
ep
yb
+ + + -
8
Figura 65 – Tensões na protensão completa, para a combinação frequente de ações.
-
- - - +
yt
CG
+ + + =
ep
yb
+ + + - +
P∞ ,est P∞ ,est e p
σ bP∞ = +
Ac Wb
e P∞ (valor A):
P∞ ,est P∞ ,est e p
σ bP∞ = +
Ac Wb
P∞ ,est P∞ ,est e p
σ bP∞ = +
Ac Wb
A NBR 6118 não estabelece esta limitação, mas pode ser adotada na estimativa de P∞ .
Para respeitar o estado-limite de descompressão na borda inferior:
P∞ ,est P∞ ,est e p
σ bP∞ = +
Ac Wb
a) a perda de protensão total deve ser arbitrada. Excluída a perda por atrito dos cabos, a perda total
varia entre 20 e 30 %;
b) determina-se a força no “macaco”:
P∞,est
Pi,est =
(1 − ∆Parb )
c) considerando os limites de tensão na armadura de protensão nas operações de estiramento,
determina-se a área de armadura de protensão:
Pi,est
A p,est =
σ Pi,lim
d) com tabelas de aços determinam-se número de fios, cordoalhas ou cabos e a área efetiva, Ap,ef ;
e) aproveitando o máximo da capacidade resistente do aço empregado, determina-se Pi,ef :
Esta verificação deve ser feita porque podem ocorrer tensões elevadas em regiões com
baixas solicitações do carregamento externo. São utilizados dois processos: das “curvas limites” e
do “fuso limite”.
O processo das curvas limites é adequado onde existe variação significativa da força de
protensão ao longo do vão (por eliminação) da aderência em determinados trechos ou pelo
encurvamento e ancoragem de alguns cabos antes dos apoios.
O processo do fuso limite é adequado onde a força de protensão se mantém
aproximadamente constante ao longo do vão (cabos retos ou com curvatura suave, forças de atrito
pequenas), com todos os cabos ancorados juntos aos apoios.
Neste processo pode-se estabelecer limites às tensões provocadas pela protensão, ao longo
do vão da peça.
Considerando todas as combinações de ações, verificadas na seção mais solicitada pelo
carregamento externo, deve-se escolher as mais desfavoráveis, como:
a) estado em vazio: g1 + Po
Atuam somente o peso próprio e a protensão antes das perdas progressivas (“pouca carga e
muita protensão”).
b) estado em serviço: g + q + P∞
Atuam todas as cargas permanentes, a protensão depois das perdas progressivas, e todas as
cargas variáveis, corrigidas pelos fatores ψ (“muita carga e pouca protensão”).
Para esses dois estados são impostos limites às tensões normais causadas pela protensão,
visando respeitar os estados-limites de serviço (descompressão, formação de fissuras, fissuração
inaceitável e compressão excessiva).
Numa seção qualquer da peça, onde σbv,lim e σtv,lim são limites das tensões normais no
concreto (correspondentes a um determinado estado-limite estabelecido para o estado em vazio),
tem-se:
σtv,lim
σtpo σtg1 σtv
+
-
CG + =
-
P0 - +
Na borda superior:
+ - - -
CG + + =
P - +
+
8
+
Ap σbp σbg σbq σbs
8
σbs,lim
(P ) (g) ( q) s = (P + g + q )
8
σ bP∞ σ bs ,lim − σ bg − σ bq
≥ ⇒ Cbs (IIIa)
σ bP∞ ,m σ bP∞ ,m
σ tP∞ σ ts ,lim − σ tg − σ tq
≥ ⇒ Cts (IVa)
σ tP∞ ,m σ tP∞ ,m
Ap = 6 cordoalhas
a
IV
Cts
0 1 2 3 4 5
o) e)
top as
6
b
1
( (
ão ão
ss aç
pre
6
r
1
m T
Co
6
Cbs
1
1
IIIa
(topo)
Ctv Tração
σp IIa Ia
(base) Cbv
σp,m ressão
Comp
A metade do vão da viga pode ser dividida em cinco partes iguais, e para cada uma das
seções definidas devem ser calculados os valores das ordenadas das curvas limites.
As tensões relativas devidas à protensão não podem ser mantidas constantes e iguais a 1
entre a seção do meio do vão e o apoio, porque interceptariam as curvas limites Cbv e Ctv , o que
significa que as tensões limites no estado em vazio estariam sendo alcançadas. Para evitar isso,
pode-se interromper o efeito de alguma cordoalha, em posições adequadas, variando-se assim a
intensidade da força de protensão, mantendo-se constante a excentricidade.
Em pistas de protensão o efeito da protensão de uma cordoalha (ou fio) pode ser
desativado eliminando-se a aderência entre a cordoalha e o concreto, a partir de uma determinada
seção, o que pode ser feito revestindo-se a cordoalha com betume, papel kraft, revestimento com
mangueiras de plástico flexível (espaguetes).
Cada interrupção de uma cordoalha resulta na perda de contribuição dessa cordoalha,
representada pelos degraus no diagrama das tensões relativas, isto é, cada degrau significa a
desativação de uma cordoalha.
No exemplo em questão, quatro das seis cordoalhas chegariam até o apoio.
Outras combinações de ações importantes também podem ser analisadas, ou seja, outras
curvas limites podem ser geradas, embora seja mais prático trabalhar com apenas as duas mais
desfavoráveis.
O processo das curvas limites pode também ser empregado no caso de cabos de protensão
curvos, interrompidos, comuns na pós-tração.
Este processo é particularmente importante no caso onde não ocorre grande variação da
intensidade da força de protensão, isto é, não há interrupção de cabos no vão, sendo todos
ancorados nas extremidades da peça.
No processo das curvas limites são estabelecidos limites para as tensões devidas à
protensão, mas no processo do fuso limite são estabelecidos limites para a excentricidade da força
de protensão.
O fuso limite é uma faixa dentro da altura da peça onde os cabos de protensão devem se
situar, e assim atende-se os limites das tensões normais.
Recordando:
M
em =
P
σc =
P
+P
(
ep − em )
A W
M
CG
= ep - em
-
Centro de
ep
P e
P pressão m
Ap
σtv,lim
σtv
+
Mg1
CG =
ep - emg1
Centro de
ep
P0 emg1 -
P0 pressão
σbv
σbv,lim
Figura 71 – Tensões no estado em vazio, com o momento fletor externo devido ao carregamento
permanente g1 .
M g1
e mg1 =
Po
σ bv =
(
Po Po e p − e mg1
+
)
A Wb
Chamando abv o valor limite de (ep – emg1), isto é, a excentricidade limite do centro de
pressão, que ocorre quando σbv = σbv,lim :
Po Po a bv Po Po A
+ = σ bv,lim ⇒ + a bv = σ bv,lim
A Wb A A Wb
Sendo ekb a excentricidade limite do núcleo central de inércia da seção, com a qual uma
força normal aplicada produz tensão nula na borda inferior, tem-se:
σ bv,lim
a bv = e kb 1 −
σ cgo
CG da seção
abv
( abv+ emg1 )
emg1 = Mg1 / P0
O CG da armadura Ap
deverá estar acima
desta linha
Figura 72 – Limite para o fuso no estado em vazio considerando a borda inferior como crítica.
σ tv =
(
Po Po e p − e mg1
+
)
A Wt
σ tv,lim
a tv = e kt 1 −
σ
cgo
Entre abv e atv deve-se tomar o valor mais desfavorável para determinar o limite para a
armadura de protensão.
P -
8
Mg+q ep - emgq
CG =
ep
ep
P
8
+
Ap σbs
σbs,lim
Figura 73 – Tensões no estado em serviço, com o momento fletor externo devido à
carga permanente total e à carga variável.
σ bs =
(
P∞ P∞ e p − e mgq
+
)
A Wb
σ bs,lim
a bs = e kb 1 −
σ
cg∞
σ ts =
(
P∞ P∞ e p − e mgq
+
)
A Wt
σ ts,lim
a ts = e kt 1 −
σ
cg∞
abs ou ats
CG
emgq
abv ou atv
emg1
Nota-se que a armadura de protensão não poderia ser mantida com excentricidade
constante até o apoio. Seria necessário variar a excentricidade.
O processo do fuso limite é indicado quando toda a armadura de protensão é ancorada nos
topos da peça, e pode-se considerar a força de protensão aproximadamente constante ao longo do
vão, que acontece quando a inclinação do cabo resultante é relativamente pequena, e quando as
perdas de protensão, principalmente por atrito, não inviabilizam a consideração de um único valor
ao longo do vão.
fuso
limite
CARGA
MÁXIMO OU 9
ÚLTIMO
Fissurada
Plástica
ESCOAMENTO
DO AÇO
8
Fissurada
Elástica
LIMITE
7
ELÁSTICO
(concreto ou
aço)
Não fissurada
5
Elástica
DESCOMPRESSÃO P
BALANCEADO 4
S
PESO PRÓPRIO 3
1
2 ∆1ª fiss ∆u FLECHA
ag1
ape
api
9
RUPTURA - SUBARMADA
FISSURAÇÃO 6 (σ ≤ σ )
σp > σpy
p pu
8 ESCOAMENTO
DO AÇO
16.2 PRÉ-ALONGAMENTO
Pnd = Pd + α p A p σ cpd
Pd = γp . P∞
1 ep2
σ cpd = 0,9 P∞ +
Ac Ic
Para melhor entendimento considere uma seção transversal sujeita a momentos fletores
positivos progressivamente aumentados até se atingir a ruptura nos domínios 3 ou 4 (Figura 78):
εcd = 3,5 ‰
Borda Superior C A J L
x
na ruptura
LN M estado de neutralização
CG de Ac D com σcp =0
E
CG de Ap N F G I
Borda Inferior B H
σcpd Pd
Ec Ap Ep
εp1d εpnd
εpd def. de pré-alongamento
- borda superior com deformação de alongamento AC; borda inferior com encurtamento
BH;
- deformação ao nível do CG: Pd / (A . Ec) = segmento DE;
- deformação do concreto ao nível do CG da armadura de protensão: σcpd / Ec = segmento
FG;
- deformação da armadura de protensão:
Pd / (Ap . Ep) = segmento GI.
Para o cálculo do momento fletor último devem ser consideradas as hipóteses básicas
admitidas para o Concreto Armado, como os domínios de cálculo, equações de equilíbrio de
forças e de momentos fletores e compatibilidade de deformações.
0,85 f cd
A's
εcd ≤ 3,5‰
Rsc
ε'sd
0,8x
A'c
d'
Rcc
x
LN
dp
ds
h
εpnd
Ap εp1d ≤ 10‰ Rpt
As
εsd Rst
bw
εpd
Equilíbrio de forças:
Rpt = σpd Ap
Rst = σsd As
f yk f ' yk
Supondo que As e A’s escoaram: σsd = f yd = e σ’sd = f ' yd = (γs = 1,15)
γs γs
Rsc = f’yd A’s
Rst = fyd As
σ pd A p + f yd A s − f ' yd A's
x=
0,85f cd 0,8 b w
Compatibilidade de deformações:
ε cd x
=
ε p1d d p − x
ε cd x
=
ε sd d s − x
ε cd x
=
ε'sd x − d'
Mud = σpd Ap (dp – 0,4x) + fyd As (ds – 0,4x) + f’yd A’s (0,4x – d’)
16.3.2 SEÇÃO T
bf
bf - bw bf - bw
bw bw
0,5hf
2 2 bf - bw
εcd ≤ 3,5 ‰
II I III I
hf
II + III Rcc,m Rcc,n
0,8x
x
dp
LN
ds
h
dp - 0,5hf
Ap εpnd εp1d ≤ 10 ‰ Rpt
As
εsd Rst
ds - dp
bw
εpd
Equilíbrio de forças:
Rpt = σpd Ap
Rst = σsd As
σ pd A p + f yd A s − 0,85f cd (b f − b w ) h f
x=
0,85f cd 0,8 b w
Mud = 0,85fcd (bf – bw) hf (0,4x – 0,5hf) + σpd Ap (dp – 0,4x) + fyd As (ds – 0,4x)
c) por tentativa:
c5) tensão na armadura com a deformação εpd = εp1d + εpnd resulta σpd
- se σpd(1) ≠ σpd : adotar novo valor para a tensão: σpd(2) e refazer os cálculos;
ε cd x
- = com εp1d = 10 ‰ e εcd ≤ 3,5 ‰
ε p1d d p − x
C40 40 cm A's
4
armadura ativa: Ap = 9,87 cm2
(10 cordoalhas CP190 RB φ 12,7 mm;
fptk = 1.900 MPa , fpyk = 1.710 MPa)
Ep = 196.000 MPa
armaduras passivas: As = 25,20 cm2
dp - ds = 73
A’s = 10,00 cm2
80 cm
(CA-50 – fyk = 500 MPa , fyd = 434,8 MPa,
εyd = 2,07 ‰ , γs = 1,15)
ep = 33
σp∞ = − 1.220 MPa Ap
Erro máximo no cálculo de Mud = 1 %.
As
7
Ap
Resolução
Ac = 40 . 80 = 3.200 cm2
b w h 3 40 ⋅ 80 3
Ic = = = 1.706.667 cm4
12 12
Razão modular:
Ep 196000
αp = = = 6,51
Ec 30105
2
P∞ P∞ e p − 1204,1 (− 1204,1) 332
σ cp = + = + = − 1,145 kN/cm2
Ac Ic 3200 1706667
Força de protensão para cálculo da deformação de pré-alongamento:
Pn = P∞ + α p A p σ cp
Pn = − 1204,1 + 6,51 . 9,87 . (− 1,145) = − 1.277,7 kN
Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos
UNESP (Bauru/SP) – 2139 – Concreto Protendido 73
Deformação de pré-alongamento:
Pnd − 1150,0
ε pnd = = = 0,00594 ⇒ 5,94 ‰
Ap Ep 9,87 ⋅19600
f pyk 1710
a) primeira tentativa: σpd(1) = fpyd = = = 1.487,0 MPa
γs 1,15
ε cd x 3,5 25,43
= ⇒ =
ε p1d d p − x ε p1d 73 − 25,43
f pyd 1487
σ=ε.E ⇒ ε pyd = = = 0,00759 = 7,59 ‰
Ep 196000
Como εpd = 12,49 ‰ > εpyd = 7,59 ‰ , a armadura de protensão está escoando, o que
significa que o domínio é o 3. Caso resultasse εpd < εpyd , o domínio seria o 4, e a armadura não
estaria escoando.
Considerando o diagrama σ x ε adotado pela NBR 6118 para os aços de protensão,
mostrado na Figura 82, a tensão na armadura pode ser calculada.
σpd (MPa)
fptd = 1652
1516,4
y
fpyd = 1487
εpd
0 7,59 12,48 35 ‰
4,89
27,41
f ptk 1900
com: f ptd = = = 1.652 MPa
γs 1,15
Do diagrama tem-se:
y 165
= ⇒ y = 29,5 MPa
4,89 27,41
Para εpd = 12,49 ‰ resulta a tensão: σpd = 1487,0 + 29,5 = 1.516,5 MPa
1516,5
− 1 100 = 2,0 % > 1 % ⇒ portanto, fazer nova tentativa para diminuir o erro.
1487,0
ε cd x 3,5 25,78
= ⇒ =
ε p1d d p − x ε p1d 73 − 25,78
σpd (MPa)
f ptd = 1652
1515,6
y
f pyd = 1487
εpd
0 7,59 12,34 35 ‰
4,75
27,41
y 165
= ⇒ y = 28,7 MPa
4,75 27,41
Para εpd = 12,35 ‰ resulta a tensão: σpd = 1487,0 + 28,7 = 1.515,7 MPa
Erro de:
1515,7
1 − 100 = 0,05 % < 1 % ⇒ ok!
1516,5
ε cd x 3,5 25,78
= ⇒ =
ε sd d s − x ε sd 73 − 25,78
portanto, a armadura passiva tracionada As está escoando e a tensão é fyd = 43,48 kN/cm2,
conforme se verifica no diagrama σ x ε do aço CA-50, mostrado na Figura 84.
ε cd x 3,5 25,78
= ⇒ =
ε'sd x − d ' ε'sd 25,78 − 4
portanto, a armadura passiva comprimida A’s está escoando e a tensão é f’yd = 43,48 kN/cm2,
conforme se verifica no diagrama σ x ε do aço CA-50, mostrado na Figura 84.
σsd (MPa)
f yd 434,8 CA-50
εpd
0 εyd 10 (‰)
2,07
Mud = 151,57 . 9,87 (73 – 0,4 . 25,78) + 43,48 . 25,20 (73 – 0,4 . 25,78) + 43,48 . 10,00
(0,4 . 25,78 – 4)
C35 ; γc = 1,4
armadura ativa: Ap = 5,92 cm2
(6 cordoalhas CP190 RB φ 12,7 mm ;
dp = 52
Ep = 196.000 MPa CG
60 cm
Ac = 30 . 60 = 1.800 cm2
b w h 3 30 ⋅ 60 3
Ic = = = 540.000 cm4
12 12
Razão modular:
Ep 196000
αp = = = 6,96
Ec 28161
2
P∞ P∞ e p − 606,2 (− 606,2 ) 22 2
σ cp = + = + = − 0,880 kN/cm2
Ac Ic 1800 540000
Pn = P∞ + α p A p σ cp
Deformação de pré-alongamento:
Pnd − 578,2
ε pnd = = = 0,00498 ⇒ 4,98 ‰
Ap Ep 5,92 ⋅19600
f pyk 1710
a) primeira tentativa: σpd(1) = fpyd = = = 1.487,0 MPa
γs 1,15
ε cd x 3,5 23,74
= ⇒ =
ε p1d d p − x ε p1d 52 − 23,74
f pyd 1487
σ=ε.E ⇒ ε pyd = = = 0,00759 = 7,59 ‰
Ep 196000
Como εpd = 9,15 ‰ > εpyd = 7,59 ‰ , a armadura de protensão está escoando, o que
significa que o domínio é o 3. Caso resultasse εpd < εpyd , o domínio seria o 4, e a armadura não
estaria escoando.
Considerando o diagrama σ x ε adotado pela NBR 6118 para os aços de protensão,
mostrado na Figura 86, a tensão na armadura pode ser calculada.
f ptk 1900
com: f ptd = = = 1.652 Mpa
γs 1,15
σpd (MPa)
1652
165
y
1487
εpd
0 7,59 9,15 35 ‰
1,56
27,41
y 165
= ⇒ y = 9,4 MPa
1,56 27,41
Para εpd = 9,15 ‰ resulta a tensão: σpd = 1487,0 + 9,4 = 1.496,4 MPa
1496,4
− 1 100 = 0,6 % < 1 % ⇒ portanto, σpd = 1.496,4 MPa.
1487,0
ε cd x 3,5 23,74
= ⇒ =
ε sd d s − x ε sd 56 − 23,74
εsd = 4,76 ‰ > εyd = 2,07 ‰ ⇒ portanto, a armadura passiva tracionada As está
escoando e a tensão é fyd = 43,48 kN/cm2,
conforme se verifica no diagrama σ x ε do aço
CA-50, mostrado na Figura 84.
Mud = σpd Ap (dp – 0,4x) + fyd As (ds – 0,4x) + f’yd A’s (0,4x – d’)
Mud = 149,64 . 5,92 (52 – 0,4 . 23,74) + 43,48 . 7,60 (56 – 0,4 . 23,74)
3) Calcular o momento fletor último da viga I pré-tensionada (Figura 87), com aderência
entre a armadura de protensão e o concreto. Dados:
C30
γc = 1,3 (peça pré-moldada)
5,1 10,2
12,7
15,2
10,2
Ep = 196.000 MPa
CG
Ac = 1.136 cm2
61,0
Ic = 499.440 cm4
13,2
ep
15,2
17,8
P∞ = − 718 kN
Erro máximo no cálculo de Mud = 2 %.
10,2 5,1
12,7
30,5
Resolução
Razão modular:
Ep 196000
αp = = = 7,52
Ec 26072
2
P∞ P∞ e p − 718 (− 718) 13,2 2
σ cp = + = + = − 0,883 kN/cm2
Ac Ic 1136 499440
Pn = P∞ + α p A p σ cp
Deformação de pré-alongamento:
Pnd − 687,5
ε pnd = = = 0,00508 ⇒ 5,08 ‰
Ap Ep 6,91⋅19600
f pyk 1710
a) primeira tentativa: σpd(1) = fpyd = = = 1.487,0 MPa
γs 1,15
Cálculo da posição da linha neutra supondo que a seção T poderá ser calculada como
seção retangular com largura bw = bf = 30,5 cm:
0,8 x = 17,17 cm > hf = 12,7 cm, portanto, a seção deve ser calculada como T, e não como
retangular com bw = bf .
σ pd A p + f yd A s − 0,85f cd (b f − b w ) h f
x=
0,85f cd 0,8 b w
3,0
148,7 . 6,91 − 0,85 (30,5 − 10,2)12,7
1,3
x= = 32,60 cm
3,0
0,85 0,8 . 10,2
1,3
ε cd x 3,5 32,6
= ⇒ =
ε p1d d p − x ε p1d 43,7 − 32,6
f pyd 1487
σ=ε.E ⇒ ε pyd = = = 0,00759 = 7,59 ‰
Ep 196000
Como εpd = 6,27 ‰ < εpyd = 7,59 ‰ , a armadura de protensão não está escoando, o que
significa que o domínio é o 4. A tensão na armadura é:
6,27
σ pd = 196000 = 1.229,2 MPa << σpd(1) = 1.487,0 MPa → não ok!
1000
1487,0 + 1229,2
b) segunda tentativa: σpd(2) = = 1.358,1 MPa
2
Da seção T:
σ pd A p + f yd A s − 0,85f cd (b f − b w ) h f
x=
0,85f cd 0,8 b w
3,0
135,81 . 6,91 − 0,85 (30,5 − 10,2)12,7
1,3 433,43
x= = = 27,04 cm
3,0 16,01
0,85 0,8 . 10,2
1,3
ε cd x 3,5 27,04
= ⇒ =
ε p1d d p − x ε p1d 43,7 − 27,04
Como εpd = 7,24 ‰ < εpyd = 7,59 ‰ , a armadura de protensão não está escoando, o que
significa que o domínio é o 4.
7,24
σ pd = 196000 = 1.419,0 MPa, sendo o erro de:
1000
1419,0
− 1 100 = 4,5 % > 2 % → não ok!
1358,1
1419,0 + 1358,1
c) terceira tentativa: σpd(3) = = 1.388,6 MPa
2
Da seção T:
σ pd A p + f yd A s − 0,85f cd (b f − b w ) h f
x=
0,85f cd 0,8 b w
3,0
138,86 . 6,91 − 0,85 (30,5 − 10,2) 12,7
1,3 454,16
x= = = 28,35 cm
3,0 16,01
0,85 0,8 . 10,2
1,3
ε cd x 3,5 28,35
= ⇒ =
ε p1d d p − x ε p1d 43,7 − 28,35
Como εpd = 6,97 ‰ < εpyd = 7,59 ‰ , a armadura de protensão não está escoando, o que
significa que o domínio é o 4.
6,97
σ pd = 196000 = 1.366,1 MPa, sendo o erro de:
1000
1366,1
1 − 100 = 1,6 % < 2 % → ok!
1388,6
Mud = 0,85fcd (bf – bw) hf (0,4x – 0,5hf) + σpd Ap (dp – 0,4x) + fyd As (ds – 0,4x)
3,0
M ud = 0,85 (30,5 − 10,2)12,7 (0,4 . 28,35 − 0,5 . 12,7) + 136,61 . 6,91 (43,7 − 0,4 . 28,35)
1,3
12,5
10
(4 cordoalhas CP190 RB φ 12,7 mm ;
5
fptk = 1.900 MPa , fpyk = 1.710 MPa)
17,5
Ep = 200.000 MPa
15
12
As = 3,20 cm2
52
CG
60
A’s = 2,50 cm2
Ac = 1.120 cm2
ep = 22
17,5
15
Ic = 495.000 cm4
P∞ = − 410 kN
5
ep = 22 cm 12,5
10
Erro máximo no cálculo de Mud = 2 %.
As Ap
30
Resolução
Razão modular:
Ep 200000
αp = = = 7,10
Ec 28161
2
P∞ P∞ e p − 410 (− 410 ) 22 2
σ cp = + = + = − 0,767 kN/cm2
Ac Ic 1120 495000
Pn = P∞ + α p A p σ cp
Deformação de pré-alongamento:
Pnd − 388,4
ε pnd = = = 0,00492 ⇒ 4,92 ‰
Ap Ep 3,95 ⋅ 20000
f pyk 1710
a) primeira tentativa: σpd(1) = fpyd = = = 1.487,0 MPa
γs 1,15
σ pd A p + f yd A s − f ' yd A's
148,7 ⋅ 3,95 + 43,48 . 3,20 − 43,48 . 2,50
x= = = 12,11 cm
0,85f cd 0,8b w 3,5
0,85 0,8 ⋅ 30
1,4
0,8x = 0,8 . 12,11 = 9,69 cm < hf = 12,5 cm, portanto, a seção deve ser calculada como retangular.
Supondo domínio 3 ou 4:
ε cd x 3,5 12,11
= ⇒ =
ε p1d d p − x ε p1d 52 − 12,11
f pyd 1487
σ=ε.E ⇒ ε pyd = = = 0,00744 = 7,44 ‰
Ep 200000
σpd (MPa)
f ptd
1652
165
1531,8
f pyd y
1487
y 165
= ⇒ y = 44,78 MPa
7,48 27,56
Para εpd = 14,92 ‰ resulta a tensão: σpd = 1487,0 + 44,78 = 1.531,8 MPa
0,8x = 0,8 . 12,69 = 10,15 cm < hf = 12,5 cm, portanto, a seção deve ser calculada como
retangular.
ε cd x ε cd 12,69
= ⇒ =
ε p1d d p − x 10 52 − 12,69
ε cd x 3,23 12,69
= ⇒ =
ε sd d s − x ε sd 56 − 12,69
ε cd x 3,23 12,69
= ⇒ =
ε'sd x − d' ε sd 12,69 − 4
Mud = σpd Ap (dp – 0,4x) + fyd As (ds – 0,4x) + f’yd A’s (0,4x – d’)
Mud = 153,18 . 3,95 (52 – 0,4 . 12,69) + 43,48 . 3,20 (56 – 0,4 . 12,69) + 43,48 . 2,50 (0,4 .
12,69 − 4)
5) Para uma viga protendida, qual a quantidade de armadura passiva necessária para a
viga resistir ao momento fletor solicitante. Dados:
C25
γc = 1,4
armadura ativa: Ap = 9,87 cm2
(10 cordoalhas CP190 RB φ 12,7 mm ;
fptk = 1.900 MPa , fpyk = 1.710 MPa)
dp = 110
ds = 115
Ep = 195.000 MPa
120
armadura passiva tracionada As = ?
(CA-50 – fyk = 500 MPa, fyd = 434,8 MPa,
εyd = 2,07 ‰ , γs = 1,15)
P∞ = − 1.100 kN Ap
MSd = 203.200 kN.cm
Erro máximo no cálculo de Mud = 1 %.
As 40
Mud = σpd Ap (dp – 0,4x) + fyd As (ds – 0,4x) + f’yd A’s (0,4x – d’)
203200 = 148,7 . 9,87 [110 − 0,4 (30,22 + 0,8956As)] + 43,48As [115 − 0,4 (30,22 +
0,8956As)]
ε cd x 3,5 44,62
= ⇒ =
ε p1d d p − x ε p1d 110 − 44,62
Razão modular:
Ep 195000
αp = = = 8,19
Ec 23800
2
P∞ P∞ e p − 1100 (− 1100 ) 50 2
σ cp = + = + = − 0,7066 kN/cm2
Ac Ic 4800 5760000
Pn = P∞ + α p A p σcp
Deformação de pré-alongamento:
Pnd − 1041,4
ε pnd = = = 0,00541 ⇒ 5,41 ‰
Ap Ep 9,87 ⋅19500
Deformação total:
Como εpd = 10,54 ‰ > εpyd = 7,59 ‰ , a armadura de protensão está escoando, o que
significa que o domínio é o 3.
Considerando o diagrama σ x ε adotado pela NBR 6118 para os aços de protensão, a
tensão na armadura pode ser calculada.
f ptk 1900
com: f ptd = = = 1.652 MPa
γs 1,15
σpd (MPa)
f ptd = 1652
y
f pyd = 1487
εpd
0 7,59 10,54 35 (‰)
2,91
27,37
y 165
= ⇒ y = 17,5 MPa
2,91 27,371
Para εpd = 10,54 ‰ resulta a tensão: σpd = 1487,0 + 17,5 = 1.504,5 MPa
Erro:
1504,5
1 − 100 = 1,2 % < 2 % → oK!
1487,0
ε cd x 3,5 44,62
= ⇒ =
ε sd d s − x ε sd 115 − 44,62
Quanto maior o grau de protensão, menores são os esforços de tração na alma, sendo
menor a quantidade de armadura transversal necessária.
No caso de vigas protendidas isostáticas, o encurvamento dos cabos nas proximidades dos
apoios produz uma componente de força contrária à força cortante solicitante.
VSd = Vd − Pd sen α
Vd
Pd cos α
α
Pd
Pd sen α
“No valor de VSd , deve ser considerado o efeito da projeção da força de protensão na sua
direção, com o valor de cálculo correspondente ao tempo t considerado. Entretanto, quando esse
efeito for favorável, a armadura longitudinal de tração junto à face tracionada por flexão deve
satisfazer à condição:
Essa condição visa fornecer uma melhor contribuição do concreto na zona (banzo)
comprimida pela flexão, garantindo a rigidez do banzo tracionado.
Banzo de concreto
comprimido
Rcc
Ap
As
Deve-se ter:
VSd ≤ VRd 2
VSd ≤ Vc + Vsw
VRd 2 = 0,27 α v 2 f cd b w d
f ck
com α v 2 = 1 − (fck em MPa).
250
Armadura transversal:
A sw ,α Vsw
=
s 0,9 d f ywd (sen α + cos α)
Na flexo-compressão:
M0
Vc = Vc 0 1 + ≤ 2 Vc0
M
Sd , máx
1
b w − Σφ
2
fywd = fyd ≤ 435 MPa; quando os estribos forem protendidos, consultar a NBR 6118;
M0 = momento fletor que anula a tensão normal de compressão na borda da seção
(tracionada por Md,máx), provocada pelas forças normais de diversas origens concomitantes
com VSd, sendo essa tensão calculada com valores de γf e γp iguais a 0,9, respectivamente;
M0 corresponde ao momento fletor que anula a tensão normal na borda menos
comprimida, ou seja, corresponde ao momento de descompressão referente a uma situação
inicial de solicitação em que atuam:
a) a força normal e o momento fletor (Npd e Mpd) provacados pela protensão, ponderados por
γp = 0,9;
b) as forças normais oriundos de carregamentos externos (Ngd e Nqd), afetados por γf = 0,9 ou
1,0, desconsiderando-se a existência de momentos fletores concomitantes,
(
M o = γ p P∞ + γ f N g +q )W
A
b
+ γ p P∞ e p
c
MSd,max = momento fletor de cálculo, máximo no trecho em análise, que pode ser tomado
como o de maior valor no semitramo considerado, (para esse cálculo, não se consideram os
momentos isostáticos de protensão, apenas os hiperestáticos).
Banzo
comprimido
R cc
Vc
Vp
Rpt
Ap
zona a zona b
f ctk +
Tensões na
borda inferior
Figura 94 – Zona b com fissuração e zona a sem fissuração.
VSd ≤ VRd 2
Vsw = VSd − Vc
Na flexo-compressão:
M0
Vc = Vc1 1 + < 2 Vc1
M Sd ,máx
com:
A sw ,α Vsw
=
s 0,9 d f ywd (cot g α + cotg θ) sen α
18. QUESTIONÁRIO
14) O que é cordoalha engraxada? Em que tipo de estrutura vem sendo aplicada em grande
quantidade no Brasil?
15) O que são barras de aço-liga?
16) O que é relaxação? O que significam as notações RN e RB?
17) Como se prescreve um aço para armadura ativa?
18) O que são fptk e fpyk ?
19) Quais os valores para o módulo de elasticidade do aço de protensão?
20) Desenhe o diagrama tensão x deformação do aço de protensão?
21) O que é ancoragem? Por que é usada no Concreto Protendido?
22) Para que servem a cunha e porta-cunha?
23) O que são ancoragem ativa e passiva?
24) Definir o que é sistema de protensão.
25) O que é a bainha e para que serve?
26) Que tipo de ancoragem é comum no uso da cordoalha engraxada?
27) Definir as forças de protensão Pi , Pa , Po e Pt .
28) Desenhe um diagrama força de protensão x tempo para estruturas protendidas com pré-
tração.
29) Desenhe um diagrama força de protensão x tempo para estruturas protendidas com pós-
tração.
30) O que são valores limites de tensão na armadura de protensão e por que existem?
31) O que é perda de protensão?
32) Definir perda de protensão por escorregamento dos fios na ancoragem. Quando ocorrem
na fabricação dos elementos de Concreto Protendido com pré-tração e pós-tração?
33) Definir perda de protensão por retração e por fluência. Em que fases ocorrem? Como são
calculadas?
34) O que é perda por relaxação da armadura de protensão? Quando ocorre e como é
calculada?
35) O que é perda por deformação imediata do concreto? Quando ocorre e como é calculada?
36) O que é perda por atrito? Quando ocorre e como é calculada?
37) O que são perdas de protensão iniciais e progressivas? Cite exemplos.
38) Como é determinada a força de protensão Pa no caso de pré-tração?
39) Como é determinada a força de protensão Po no caso de pré-tração?
40) Como é determinada a força de protensão Po no caso de pós-tração?
41) O que é e como é determinada a força de protensão P∞ ?
42) Definir os seguintes Estados Limites de Serviço: ELS-D, ELS-DP, ELS-F, ELS-W, ELS-
CE.
43) Para verificação no ELU no ato da protensão, qual é a tensão limite especificada pela NBR
6118 para o concreto comprimido?
44) Definir o que são as combinações: quase-permanente, freqüente e rara. Como são
calculados os valores das ações relativas a essas combinações?
45) Quais as características principais de cada um dos três níveis de protensão?
46) Numa peça em ambiente CAA II e com pré-tensão, qual o nível de protensão indicado pela
NBR 6118?
47) Uma peça em ambiente CAA III e com pré-tensão pode ser projetada com protensão
parcial? Explique.
48) Uma peça em ambiente CAA II e com pré-tensão pode ser projetada com protensão
completa? Explique.
49) Uma peça em ambiente CAA IV e com pós-tensão pode ser projetada com protensão
limitada? Explique.
50) Por que devem ser verificadas as tensões na seção transversal na seção mais solicitada?
Quais as etapas importantes nessa verificação?
51) O que são estados em vazio e em serviço? Qual a importância de fazer verificações de
tensões nesses estados?
52) Por que se deve fazer a verificação das tensões ao longo do vão? Quais os processos
existentes?
53) O que representam as curvas limites e o fuso limite?
54) O que representa o fuso limite?
55) Quando é indicado o uso do fuso limite?
19. BIBLIOGRAFIA
HANAI, J.B. Fundamentos do concreto protendido. São Carlos, Escola de Engenharia de São
Carlos – USP, Departamento de Engenharia de Estruturas, E-Book, 2005. Disponível em:
http://www.set.eesc.usp.br/public/mdidatico/protendido/cp_ebook_2005.pdf
Acesso em: 22/03/11.
LIN, T.Y. ; BURNS, N.H. Design of prestressed concrete structures. New York. John Wiley &
Sons, Third Ed, 1981, 646p.
NAAMAN, A.E. Prestressed Concrete Analysis and Design: Fundamentals. 2nd Edition, Techno
Press 3000, Ann Arbor, Michigan, ISBN 0-9674939-1-9, 2004, 1072 pages.
NAWY, E.G. Prestressed concrete: a fundamental approach. Pearson/Prentice Hall, 2006, 945p.
PFEIL, W. Concreto Protendido. Vol. 1,2,3. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1984.