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O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES NA MÚSICA E NA IMPROVISAÇÃO

GÊNEROS MUSICAIS

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O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES NA MÚSICA E NA IMPROVISAÇÃO

Por Turi Collura

A arte da improvisação musical está presente em muitas culturas do mundo. Em nossos dias, a improvisação faz parte
de várias manifestações da cultura musical popular, seja brasileira ou internacional (do samba à bossa nova, do choro
ao blues, do rock ao pop), assim como do jazz, que é, provavelmente, o estilo que, entre todos, mais desenvolveu uma
linguagem sofisticada. Trataremos aqui apenas da forma mais comum de improvisação, a melódica, isto é, a da
criação de novas melodias sobre canções e temas pré-existentes. Não falaremos de “improvisação total”, que é aquela
em que são criados, extemporaneamente e contemporaneamente, todos os elementos que constituem uma música
(sua estrutura formal, seus caminhos harmônicos, sua melodia, suas características rítmicas etc).

A improvisação como composição extemporânea


A improvisação pode ser definida como a arte de criar algo no momento da execução, portanto, em tempo limitado,
com material também limitado. Esse processo implica a necessidade de tomar decisões certas para criar algo que
funcione naquele instante. De certa forma, a improvisação pode ser definida como uma composição extemporânea.
Em comparação à composição musical escrita, a composição extemporânea é limitada, por exemplo, no que diz
respeito à forma: quase sempre, a estrutura harmônica sobre a qual se improvisa é fornecida e o número dos
compassos da composição é pré-estabelecido, assim como são pré-estabelecidos os acordes e suas relações tonais.

O trompetista Louis Armstrong

O que o improvisador deve fazer, nesses casos, é desenvolver a capacidade de analisar os dados do momento e criar
algo que respeite o material fornecido (acordes, estilo, tempo, material temático etc).
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O desenvolvimento das habilidades musicais na improvisação


Quais são as habilidades e as competências que o músico deve desenvolver para improvisar? Podemos pensar em três
diferentes áreas de habilidades musicais a serem desenvolvidas, como mostra a figura a seguir.

Segundo esse modelo, o conjunto das habilidades musicais pode ser representado como o resultado da interação de
três áreas de competências que interagem entre si durante a performance musical e durante o estudo do músico.

O triângulo e as competências/habilidades do músico


Em um vértice do triângulo, encontra-se a área que chamo de mente lógica. Nela, residem os conhecimentos lógico-
racionais, que se referem a:

1. A gramática musical e as regras compositivas (conhecimentos da linguagem harmônica, das tonalidades, do


aspecto rítmico, da fraseologia e da forma musical, dos aspectos estéticos característicos de um determinado gênero
musical);

2. As capacidades de conhecimento/re-conhecimento auditivo (conhecimento e reconhecimento auditivo de


intervalos, acordes, pulsação e elementos rítmicos, contexto harmônico etc);

3. O conhecimento da antologia, das gravações, dos intérpretes, dos estilos etc. Por exemplo, servirá ao músico saber
reconhecer a forma da música que está tocando (se é AABA), onde começam e terminam as frases do tema.

Será útil conhecer a tonalidade da música, seu campo harmônico, entender a função dos acordes, as escalas para
improvisar, ter um ouvido bem desenvolvido etc. Evoluindo na espiral, o improvisador terá grandes benefícios em
improvisar, ter um ouvido bem desenvolvido etc. Evoluindo na espiral, o improvisador terá grandes benefícios em
conhecer, também, a gramática construtivista da composição melódico/harmônica.

Em outro vértice do triângulo, há o desenvolvimento das habilidades fisico-motoras: treinamento de técnica, escalas,
arpejos etc… mas também o estudo de frases, de padrões rítmico-melódicos que ficam guardados na mente e no
corpo do músico, prontos para serem usados “na hora certa”.

No último vértice do triângulo, encontramos o que chamo de mente criativa. Nela residem as capacidades de decisões
de caráter estético/artístico, a capacidade de interagir “em tempo real” com os estímulos externos (vindos de outros
músicos, do público, do contexto em geral). Na educação musical, essa talvez seja a área que mais necessita de
estudos e aprofundamentos.

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Muito além do estudo da improvisação
Talvez a ideia do triângulo e de suas áreas possa ser um instrumento útil não apenas na área da improvisação.
Pensando, por exemplo, em um pianista intérprete de música da tradição europeia, podemos concluir que as primeiras
duas áreas demandam mais atenção do que a terceira. Ao trabalharmos com um grupo de crianças, no entanto, a
área da criatividade poderia ter um espaço maior. Fica o convite ao uso dessa ferramenta, por exemplo, no momento
de entender onde nos situamos em nosso desenvolvimento, quais habilidades dominamos mais e quais áreas
precisamos desenvolver. Podemos analisar se temos, por exemplo, um suficiente preparo teórico e está faltando o lado
da criatividade (“conheço toda a teoria, mas meus improvisos não saem”) ou se, ao contrário, temos muita criatividade
e bom ouvido, mas não sabemos “que escala utilizar”, ou não temos técnica para nossas realizações etc. Vale sempre a
pena lembrar: procuremos sempre fontes de informação confiáveis e consistentes. Procuremos sempre bons
professores e referências seguras para orientar nossa caminhada.

Já pensou “no seu caso”?


A ferramenta do “triângulo das habilidades e competências” do músico lhe permite ter uma noção mais precisa de
quais “ingredientes” você precisa colocar no seu dia-a-dia de desenvolvimento musical. De forma geral, precisamos
desenvolver um trabalho multifacetado: trabalhar o lado técnico; conhecer a gramática musical, treinar nosso ouvido…
e estimular nosso lado criativo. Em meus cursos de improvisação busco levar o aluno ao desenvolvimento das várias
áreas.

Até a próxima!

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05/04/2016  0 v 4    

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TURI COLLURA

Turi Collura é pianista, compositor, músico profissional. Atua como professor em Cursos de Pós-Graduação,
em Conservatórios e Festivais de música pelo Brasil e no exterior. Formado na Itália em Disciplinas da Música
(Bolonha) e na Escola de Jazz (Milão), é Mestre pela UFES, e Pós-graduado pela mesma Instituição. Turi é
Coordenador Pedagógico do Terra da Música e Professor de alguns cursos online. É autor de métodos em
livros e DVD (Improvisação, Piano Bossa Nova, Rítmica e Levadas Brasileiras para Piano), alguns dos quais
publicados pela Editora Irmãos Vitale e com tradução em inglês. Ativo na cena musical como solista,
músico de estúdio e arranjador, tem participado da gravação/produção de diversos discos. Em 2012, seu CD
autoral “Interferências” ganhou uma versão japonesa. Seu segundo CD faz uma releitura moderna de
algumas composições do sambista Noel Rosa.

4 COMENTÁRIOS

PAULA

Artigo maravilhoso! Gostaria de saber em qual data foi escrito?

02/07/2018 AT 20:29 J ACESSE PARA RESPONDER

TURI COLLURA

Olá Paula!! Muito obrigado pela mensagem!


Escrevi o artigo em 2017, sendo que escrevo sobre improvisação há mais de 20 anos! A ideia do
triângulo das habilidades é algo que concebi e sobre o qual comecei a escrever há vários anos atrás,
não saberia dizer, ao certo, quando. Fico feliz que tenha gostado do assunto, fico à disposição para
aprofundarmos essa conversa.

02/07/2018 AT 21:02 J ACESSE PARA RESPONDER

LUCÍA SEIJAS

Achei bem legal o artigo, mas gostaria saber a bibliografía para profundizar o tema do triangulo das
habilidades

02/05/2018 AT 06:23 J ACESSE PARA RESPONDER

TURI COLLURA

Olá Lúcia. A ideia do triângulo das habilidades é algo produzido pelo prof. Turi Collura, autor do artigo.
Não há referência bibliográfica, por se tratar de uma produção intelectual própria. Todavia, podemos
lhe aconselhar a leitura de um libro muito interessante chamado “A mente musical”, de John A.
Sloboda. Existe uma versão em português, esgotada na editora, mas encontra entre livros usados. O
título original, em inglês, é “The musical mind”.

02/05/2018 AT 14:04 J ACESSE PARA RESPONDER


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