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ESCOLA SECUNDÁRIA DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

ANO LETIVO 2020/2021

A riqueza da diversidade humana

Disciplina: Psicologia B Trabalho realizado por:

Docente: Dulce Ramos - Joana Fernandes Nº 18 12ºC

Data de entrega: 27/11/2020 - Luís Grade Nº 20 12ºC

- Margarida Rosa Nº22 12ºC


Índice
Introdução....................................................................................................................................3
Diversidade cultural e diversidade humana:................................................................................4
Culturas individualistas e coletivistas:..........................................................................................6
A influência da cultura nas interpretações/perceções sensoriais:...............................................7
Diferenças e semelhanças entre os seres humanos:....................................................................8
Conclusão:....................................................................................................................................9
Bibliografia:................................................................................................................................10

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Introdução
Para introduzir este tema, a melhor forma é relembrar que os seres humanos são
parecidos em bastantes aspetos uma vez que todos têm uma hereditariedade específica
(conjunto de genes que caracterizam uma determinada espécie) que os define. No
entanto, têm também uma hereditariedade individual (património genético que encerra
as particularidades de cada indivíduo) que os torna únicos. A diversidade biológica,
cultural e individual deriva da existência da hereditariedade específica e individual.

Todos nós somos biologicamente diferentes uns dos outros pois possuímos um
genoma que varia de pessoa para pessoa. Deste modo, é possível encontrarmos mais
diferenças genéticas entre indivíduos da mesma população do que entre populações.

A diversidade humana é um conjunto de costumes e tradições adquiridas pelo


Homem ao longo do tempo, de acordo com o meio em que vive, e são transmitidos de
geração em geração. Se no nosso crescimento não tivéssemos a possibilidade de
crescermos num contexto cultural particular e se vivêssemos num meio sem cultura
ficaríamos incompletos e inacabados.

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Diversidade cultural e diversidade humana:
Tendo em conta a diversidade cultural, quando nos deparamos com pessoas de
culturas diferentes, normalmente, apercebemo-nos de que a cultura não está apenas
presente nas nossas formas de agir, pensar e sentir mas também acaba por influenciar os
nossos hábitos, costumes e tradições.

Senso assim, podemos constatar que a cultura é um conjunto de manifestações


materiais (arcos, flechas, arados, máquinas, computadores,…) e manifestações
imateriais (valores, normas, arte, música,…) que reflete a especificidade de um grupo na
sua maneira de sentir, pensar e agir.

Quanto mais afastados no tempo e no espaço estivermos, mais fácil é


reconhecermos os efeitos da cultura no nosso comportamento, já que é dessa forma que
melhor conseguimos identificar que as tradições e costumes podem assumir expressões
muito diferentes. Naturalmente, o que é habitual numa certa cultura não o será,
necessariamente, noutra, podendo até mesmo muitos rituais de passagem ou alguns
hábitos gastronómicos serem considerados bizarros e assustadores para algumas
culturas e não para outras. Portanto, diferentes culturas podem corresponder a diferentes
critérios valorativos e a diferentes atitudes face à diversidade cultural.

Obviamente, ao longo do tempo, os seres humanos reagiram e ainda reagem de


maneiras diversas quando são confrontados com culturas diferentes da sua. Por essa
razão, existem duas formas diferentes de encarar a cultura: a atitude etnocêntrica e a
atitude relativista.

A atitude etnocêntrica corresponde a uma visão autocentrada que tende a avaliar


as outras culturas a partir de si própria, dos seus valores e padrões de comportamento.
Este tipo de atitude tende a impor os seus valores e modelos de comportamento às
culturas minoritárias, promovendo a assimilação da diversidade e podendo mesmo dar
origem ao racismo, à xenofobia, ao patriotismo e a nacionalismos exagerados.

Em contrapartida, a atitude relativista aceita e respeita a diversidade cultural, na


medida em que defende que cada cultura só pode ser avaliada a partir de dentro, ou seja,
a partir dos seus valores, ideias e padrões de comportamento. Este tipo de atitude tende
a promover a separação, o isolamento e a coexistência tolerada.

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De seguida, apresenta-se uma tabela com um resumo destas duas atitudes, sendo
então possível identificar melhor quais as características que as faz diferir uma da outra.

Etnocentrismo Relativismo
Visão centrada ou egocêntrica de uma cultura Aceita e respeita a diversidade cultura; cada
em relação às outras; avalia as outras culturas cultura só pode ser avaliada a partir de dentro,
a partir de si própria, dos seus valores e isto é, dos seus valores, ideias e padrões de
padrões de comportamento. comportamento.
Promove a assimilação Promove a separação
As culturas dominantes tendem a impor os Há diferentes culturas que se toleram, mas que
seus valores e modelos de comportamento às vivem de costas voltadas, sem contacto entre
outras culturas. si, e que tendem a separar-se ou isolar-se.
Possíveis consequências: Possíveis consequências:
- racismo; - podem ocorrer fenómenos de segregação
- xenofobia; (os guetos, grupos isolados, são um exemplo).
- patriotismo;
- nacionalismo exagerado.

Por fim, existe ainda a atitude intercultural, que é a mais razoável, pois pretende
ultrapassar as limitações das atitudes etnocêntrica e relativista, reconhecendo a natureza
plural e diversificada da cultura humana e procurando promover o contacto entre as
diferentes culturas, já que parte do pressuposto de que é possível a compreensão entre
elas, assumindo a universalidade dos direitos humanos. Esta atitude tende a promover a
integração e interacção entre culturas.

Considerando o conceito de diversidade cultural, este diz respeito a uma


coexistência de várias etnias e culturas dentro de uma mesma comunidade, sociedade ou
país. Deste modo, tem vindo a ser defendida uma educação multicultural, multirracial e
multiétnica para que caminhemos para uma evolução positiva da convivência entre as
diferentes culturas, não de assimilação ou subjugação por parte das culturas minoritárias
da cultura numérica e economicamente dominante, mas de respeito mútuo pela
diferença e defesa da diversidade. Nesse sentido, quando se fala de educação
multicultural pretende-se abranger não só a educação no seio das minorias étnicas como
também a educação de todas as crianças ou indivíduos, quer estejam inseridos em
sociedades multiculturais ou uniculturais. Esta educação no respeito pela diversidade

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cultural pretende tornar legítima a pluralidade social e étnica, eliminando os
preconceitos e os ideais racistas.

Culturas individualistas e coletivistas:


A diversidade cultural está constantemente presente no nosso dia-a-dia e faz-se
notar, por exemplo, no modo de concepção do que é certo e errado, bom e mau, bonito e
feio, entre outros. Logo, faz-se notar nas apreciações e valores definidos, o que varia de
cultura para cultura.

Os psicólogos socioculturais e os antropólogos investigam as semelhanças e as


diferenças recorrendo a uma classificação genérica que distingue as culturas
individualistas das culturas coletivistas.

As culturas individualistas valorizam a independência e a confiança; incentivam


a descoberta e expressão do valor pessoal; defendem o “eu”, a conquista e realização
individuais, os direitos e liberdades e a autoestima; estruturam-se em relações
numerosas, muitas das quais pontuais, e aceitam a confrontação de ideias; e, por fim,
atribuem o sucesso ao esforço pessoal e o fracasso a fatores externos.

Por outro lado, as culturas colectivistas valorizam a interdependência e a


modéstia; incentivam a integração e o desempenho de papéis; defendem o “nós”, os
objectivos comuns e a solidariedade, as responsabilidades familiares e sociais;
estruturam-se num menos número de relações, próximas e duradouras, e valoriza a
harmonia de ideias; e, por último, atribuem o sucesso ao dever cumprido em relação aos
outros e o fracasso a fragilidades pessoais.

Apesar disto, não devemos esquecer que a cultura não deve ser considerada
exclusivamente individualista ou coletivista, já que na maior parte dos países coexistem
várias culturas.

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A influência da cultura nas interpretações/perceções sensoriais:
A cultura tem um papel de extrema importância para o desenvolvimento físico e
psicológico de uma pessoa. Ou seja, nós agimos de acordo com as circunstâncias e
experiências que nos moldam, daí agirmos de modo totalmente diferente uns dos outros.
Posto isto, as nossas aprendizagens e experiências produzem diferenças ao nível da
perceção visual, auditiva, olfativa, gustativa, táctil, entre outros.

Sendo assim, o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que


fazem da realidade e não na realidade em si. Por sua vez, a interpretação que cada
pessoa faz da realidade é influenciada pela cultura na qual está inserida e na qual
cresceu.

Deste modo a cultura e a sociedade em que vivemos criam em nós


predisposições percetivas, estereótipos e preconceitos que condicionam as nossas
perceções. Consequentemente, ainda que os processos percetuais básicos e
biologicamente determinados sejam idênticos na interpretação de uma imagem ou na
audição de uma música, indivíduos de diferentes culturas estabelecem significações
distintas. Em várias situações a aprendizagem influência a perceção de sabores, cheiros
e até mesmo texturas.

Temos como exemplo um estudo realizado


por William Hudson em que se identifica que as
nossas aprendizagens e a familiaridade com os
objetos representados condicionam a forma. Se
pensarmos em pessoas oriundas de uma cultura
ocidental e utilizarmos as diferenças de tamanho
como pistas sobre a distância, poderemos afirmar
que o caçador pretende atingir o antílope. Pelo contrário, se formos membros de
algumas tribos africanas que não usam as mesmas pistas em desenhos de duas
dimensões, podemos concluir que a seta vai atingir o elefante e não o antílope.
Ponderando na atribuição de uma intenção ao caçador, cada um de nós será
condicionado por factores internos e pelas características intrínsecas do desenho mas
também pelo contexto cultural envolvente, privilegiando significados mais concordantes
com as nossas experiências e conhecimentos anteriores.

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Diferenças e semelhanças entre os seres humanos:
Neste momento, o nosso planeta é habitado por cerca de 7 mil milhões de
pessoas que são culturalmente e biologicamente muito diferentes entre si. Sendo assim,
existem diversos tipos de diferenças: as diferenças entre indivíduos, as diferenças entre
grupos e as diferenças entre comunidades. Quer estejamos a comprar duas pessoas, dois
grupos ou duas comunidades, estes terão sempre tanto diferenças como semelhanças já
que são imensas as variáveis que podemos comparar (desde as características físicas ou
psicológicas entre duas pessoas até as características da cultura em que estão inseridas).

Pensando nos aspetos que os seres humanos partilham entre si temos o facto de
partilharmos 99,9% do código genético, um cérebro estrutural e funcionalmente
complexo e a capacidade de adquirir, produzir e transmitir a nossa cultura uns aos
outros. Claramente, que tanto as semelhanças e as diferenças são importantes e cruciais
nas relações entre as pessoas e com o mundo e na construção da própria identidade de
cada pessoa.

Tendo em conta as semelhanças, estas fornecem-nos estabilidade, ajudam-nos a


validar os nossos comportamentos, crenças e sentimentos. Por outro lado, as diferenças
conduzem-nos ao questionamento e à dúvida sobre os nossos pontos de referência, daí
tantas vezes as temermos e rejeitarmos.

Sermos diferentes tem vantagens inerentes como, por exemplo, a aceitação pela
diferença. No entanto, como é de conhecimento comum, nem sempre isto acontece uma
vez que existem imigrantes, reclusos, homossexuais, pobre e muitos outros que são
alvos de descriminação pela sociedade. Apesar de hoje em dia as mentalidades serem
ligeiramente diferentes, mais abertas e, portanto, terem evoluído num sentido positivo, o
desrespeito ainda existe.

Por sua vez, do ponto de vista biológico, é possível argumentar que apesar de
existirem diferenças é praticamente impossível classificar uma pessoa como melhor ou
pior que outra. Supondo que duas pessoas apresentam centenas de diferenças entre si,
mas que cada uma tem características que oferecem vantagens e desvantagens num dado
ambiente, isto acaba por revelar que a diferença entre elas fica pequena e tão

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dependente do meio ambiente em que vivem que se torna impossível julgar se alguém é
superior ou inferior. Se imaginarmos que há centenas de características diferentes entre
as pessoas mas que as beneficiam, fica claro que, apesar de cada um de nós ser único, é
impossível afirmar que um indivíduo é superior ou inferior a outro.

Conclusão:
Em suma, o interculturalismo diz respeito à interação entre culturas, favorecendo
o seu convívio e integração, sustentando o respeito pela diversidade e enriquecimento
mútuo.

O interculturalismo propõe-se a compreender a natureza pluralista da nossa


sociedade e do nosso mundo, a complexidade e riqueza das relações entre diferentes
culturas, tanto no plano individual como no comunitário, e a promover o diálogo entre
as culturas.

Os interculturalistas não só aceitam todas as culturas, como as colocam em pé de


igualdade e fomentam a abertura cultural e a implementação do diálogo intercultural.

Tudo isto só pode ser benéfico para os seres humanos, já que estes só ficam
ainda mais enriquecidos a todos os níveis através da diferença cultural. Por exemplo, a
diversidade humana leva a vantagens no emprego, na medida em que uma sociedade
cultural e que tem ideias diferentes é uma mais valia para as comunidades e para as
empresas.

Por fim, concluímos que aprendemos imenso com este trabalho e foi sem dúvida
uma mais valia uma vez que aprofundamos e enriquecemos os nossos conhecimentos
acerca da diversidade humana e no quanto esta é necessária no mundo. O facto de
passarmos a entender que as experiências pessoais de cada um molda a maneira de ver e
interpretar as diferentes situações e os diferentes estímulos (auditivos, olfactiva, visual,
etc.) permitiu-nos entender melhor o porquê das opiniões e as reacções das pessoas
serem tão distintas, e isto é, seguramente, algo positivo e favorável.

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Bibliografia:
https://birdmagazine.pt/2018/05/30/o-interculturalismo-e-a-educacao-intercultural/

https://birdmagazine.pt/2018/05/30/o-interculturalismo-e-a-educacao-intercultural/

https://emais.estadao.com.br/noticias/geral,diversidade-e-igualdade-entre-
humanos,95239

https://pt.slideshare.net/SilviaRevez/psicologia-b-tema-2-percepo-5897639

https://prezi.com/p/bnrnduom-ht6/a-riqueza-da-diversidade-humana/

https://adriana-psy.webnode.pt/cultura/a-riqueza-da-diversidade-humana/

https://www.google.com/search?
q=a+riqueza+da+diversidade+humana&rlz=1C1TEUA_enPT495PT495&source=lnms
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CAUQAw&biw=1517&bih=694#imgrc=Q8Dq5OJHVeIfgM

Pires, Catarina e Brandão, Sara: - “Nós 12”, Areal Editores

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