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Terapia Nutricional

Enteral e Parenteral

Profa. Iara Abi-Zaid


O que veremos ao longo do semestre?
•Introdução à Terapia Nutricional (TN) enteral e parenteral: conceitos, regulamentação e
Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN)
•Terapia nutricional oral, enteral e parenteral: indicações, contraindicações e vias de
acesso
•Microbiota, permeabilidade, trofismo intestinal e nutrição enteral precoce
•Avaliação, determinação das necessidades nutricionais e planejamento da terapia
nutricional
•Monitorização e complicações da TN (distúrbios da glicemia e síndrome da
realimentação)
•Home care
•Resposta metabólica ao trauma
•Terapia nutricional em trauma, Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) e sepse
•Terapia nutricional em queimados
•Terapia nutricional no paciente cirúrgico e projeto ACERTO (acelerando a recuperação
pós-operatória)
•Terapia nutricional na Insuficiência ventilatória
•Terapia nutricional nas catástrofes abdominais e na pancreatite aguda grave
•Terapia nutricional em oncologia e cuidados paliativos
•Terapia nutricional em lesão por pressão
•Nutrientes específicos (imunomodulação, prebióticos, probióticos e simbióticos)
•Paciente criticamente enfermo
Terapia Nutricional
 Conjunto de procedimentos terapêuticos para a
manutenção ou recuperação do estado nutricional do
paciente por meio da Nutrição Parenteral ou Enteral
 Portaria 337, de 14 de abril de 1999

 O objetivo da terapia nutricional é manter ou melhorar


o estado nutricional e evitar as conseqüências
adversas da desnutrição
 Matarese, L.E.Contemporary Nutrition Support Practice,1998
Equipe Multiprofissional de
Terapia Nutricional (EMTN)
Resolução RDC No 63/2000
(ANVISA)
Portaria SVS/MS No 272/1998 do
Ministério da Saúde
Estabelecem:
- Boas práticas
- Definem a obrigatoriedade
de uma equipe
multidisciplinar de terapia
nutricional (EMTN).
Equipe Multidisciplinar em Terapia
Nutricional (EMTN)

• Constituído OBRIGATORIAMENTE de, pelo


menos, um profissional de cada categoria:
–médico,
–nutricionista,
–enfermeiro,
–farmacêutico.

• Habilitados e com treinamento específico para


a prática da terapia nutricional;
Equipe Multiprofissional de
Terapia Nutricional (EMTN)
Atribuições do Nutricionista em
Terapia Nutricional
1. Avaliar os indicadores nutricionais objetivos e
subjetivos;
2. Identificar riscos ou a deficiência nutricional e
a evolução de cada paciente até a alta
nutricional estabelecida pela EMTN;
3. Avaliar qualitativa e quantitativamente as
necessidades de nutrientes baseadas na
avaliação do estado nutricional do paciente;
4. Acompanhar a evolução nutricional do
paciente;
5- Participar e promover atividades de
treinamento;
6- Elaborar a prescrição dietética;
7- Formular a NE estabelecendo a sua composição
qualitativa e quantitativa;
8- Adequar a prescrição dietética;
9 - Garantir o registro claro e preciso de todas as
informações relacionadas à evolução nutricional
do paciente;
10- Orientar o paciente, a família ou o responsável
legal.
Terapia nutricional oral, enteral e
parenteral: indicações,
contraindicações e vias de acesso.
Terapia Nutricional
 Quem deve receber?

 Como receber?

 Quando deve ser iniciada?

 Avaliar no paciente:

 A capacidade de se alimentar
 O estado nutricional
 O nível de stress e gravidade da doença
 O funcionamento do TGI
Avaliação do TGI
 Se o intestino funciona, use-o?

 Instabilidade hemodinâmica, devemos usar?

 Deve-se avaliar:

 risco de isquemia  pH intramucoso, medicamentos


 motilidade gástrica  distensão, náusea, vômito, volume
residual de dieta
 motilidade do cólon  passagem do bolo fecal e flatus
 motilidade do intestino delgado  auscuta de ruídos
Opções na Terapia Nutricional

 Via Oral
 Preferencial, mais
fisiológica
 Via Enteral
 Via oral insuficiente ou
contra indicada, uso do
TGI possível
 Via Parenteral
 Impossibilidade de uso do
TGI
Nutrição via oral
 Primeira a ser incentivada
 Natural e fisiológica
 TGI funcionante
 Alterações de consistência,
textura
 Uso de suplementos e módulos
 Associação com nutrição
enteral

* Silk, Nutrtrition,1999
Nutrição Enteral

 Alimento para fins especiais, com


ingestão controlada de nutrientes,
na forma isolada ou combinada, de
composição definida ou estimada...

 Portaria 337, de 14 de abril de 1999


 ...especialmente formulada e elaborada
para uso por sondas ou via oral,
industrializada ou não, utilizada
exclusivamente ou parcialmente para
substituir ou complementar a alimentação
oral em pacientes desnutridos ou não...

 ...conforme suas necessidades nutricionais,


em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando a síntese ou manutenção
dos tecidos, órgãos ou sistemas.

 Portaria 337, de 14 de abril de 1999


Indicações Gerais

◦ Capacidade digestiva e absortiva do TGI adequados


◦ Paciente não pode ou não consegue comer o suficiente

 Materese, L.E. Contemporary Nutrition Support Practice, 1998


Indicações Específicas

◦ Desordens psiquiátricas ◦ Radio e quimioterapia


◦ Pacientes neurológicos ◦ Câncer
◦ Severa disfagia ◦ Grandes queimados
◦ Obstrução esofageana ◦ Trauma
◦ Falência de multiplos ◦ AIDS
órgãos
◦ Cirurgia
◦ Síndomes disabsortivas
◦ Desnutrição
◦ Pancreatite*
◦ Fístula de baixo débito
Contra Indicações

 Obstrução intestinal
 Vômitos e diarréia intratáveis
 Ressecção intestinal de grande porte
 Impossibilidade de obter e manter o acesso enteral
Exigências Protéicas

 As diretrizes da Sociedade Americana para Nutrição Parenteral e


Enteral (ASPEN) recomendam que as exigências proteicas devem
estar na faixa de 1,2–2,0 g/kg do peso corporal atual/dia em
pacientes com índice de massa corporal (IMC) <30, e podem
provavelmente ser ainda maiores em pacientes com queimaduras
ou politrauma.
Vantagens da Nutrição Enteral

 Melhores resultados
 Menor custo e mais fácil
 Mais natural e fisiológica
 Retirada precoce da NP, podendo ser usada por
longos períodos
 Redução das complicações sépticas e
metabólicas
 Mais segura e menos complicada
 Mantém a barreira da mucosa intestinal, os
níveis de IgA e linfócitos, prevenindo a
translocação bacteriana, abcessos intra
abdominais e pneumonias em pacientes críticos
Vias de acesso enteral

 Fatores a serem considerados:


◦ Previsão do tempo de terapia
◦ Risco de aspiração

 Vias:
◦ Nasogástrica
◦ Nasoduodenal
◦ Nasojejunal
◦ Gastrostomia
◦ Jejunostomia
Vias de Acesso
Sonda Nasogástrica

Indicações Vantagens Desvantagens


TGI funcionante Volumes maiores Risco de aspiração

Esvaziamento Infusão em bolo


gástrico normal
Sonda Nasoduodenal
Indicações Vantagens Desvantagens
Risco de aspiração Risco de aspiração Dificuldade de
presente reduzido posicionamento da
sonda
Ocorrência de I Infusão contínua
refluxo pode ser
necessária
Gastroparesia
presente
Sonda Nasojejunal
Indicações Vantagens Desvantagens
Risco de aspiração Risco de aspiração Dificuldade de
presente reduzido posicionamento

Ocorrência de Nutrição precoce Infusão contínua


refluxo no pós trauma ou pode ser
cirurgia necessária
Gastroparesia
presente
Cuidados no uso de sondas

 Nível de consciência alterado  Cuidado maior

 Auscuta, verificação do pH, radiografia

 Endoscopia

 Aspiração de resíduo gástrico  > 200 ml (sonda nasogástrica) 


suspender a dieta e observar a próxima administração

 Verificas secreções

 Verificar o posicionamento da sonda antes de iniciar a dieta (EX:


auscuta ou radiografia)
Complicações

-Mecânicas (ulcerações nas vias aéreas superiores, no


estoma,perfuração, broncoaspiração, deslocamento da
sonda, obstrução);

-Metabólicas (desequilíbrio hídrico, hiper/hiponatremia,


hiper/hipoglicemia, etc);

-Gastrintestinais (diarréia*, desconforto abdominal,


distensão abdominal,náuseas e vômitos, retardo do
esvaziamento gástrico, obstipação)
DIARRÉIA – Presença de pelo menos 3 ou mais
episódios de evacuações líquidas/d, por pelo menos
2 dias consecutivos ou volume diário > 500ml de fezes
por 2 dias consecutivos.

Etiologia:

•Parasitas, microorganismos, antibióticos, doenças (DB,


Síndrome da má absorção, doença inflamatória intestinal,
hipoalbuminemia, osmolaridade de medicamento, K e
fósforo e dieta, taxa de administração da dieta,
contaminação da dieta.
Nutrição Parenteral

 Indicada na impossibilidade de
utilização da via enteral
 Contra indicada quando existe uma
expectativa de poucos dias de
suporte nutricional (< 5 dias ) ou
quando o prognóstico não justifica o
uso de uma terapia nutricional
agressiva

Materese, L.E. Contemporary Nutrition Support Practice,


1998

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