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J E A P: Ournal of Nvironmental Nalysis and Rogress
J E A P: Ournal of Nvironmental Nalysis and Rogress
01 (2017) 61-71
Journal of Environmental
Analysis and Progress
Journal homepage: www.ufrpe.br/jeap
ISSN: 2525-815X
http://dx.doi.org/10.24221/jeap.2.1.2017.1075.61-71
RESUMO
Disponibilidade de recursos e perturbações antrópicas possuem relevância nas
respostas à atuação dos herbívoros. Ao longo da evolução as plantas desenvolveram
estratégias de defesa contra a herbivoria, como as defesas químicas. O objetivo
deste trabalho foi analisar a relação entre as taxas de herbivoria e caracteres
biométricos de Aspidosperma pyrifolium Mart, e o conteúdo foliar de compostos
fenólicos/taninos, em áreas de Caatinga, com e sem perturbações antrópicas na
microrregião de Itaparica, Pernambuco. Foram realizadas medidas de taxa de
herbivoria, biometria,e conteúdo de carbono, nitrogênio e compostos
60 Itacuruba
50
Floresta
Precipitação (mm)
40
30
20
10
0
J12 A12 S12 O12 N12 D12 J13 F13 M13 A13 M13 J13
Mês / Ano
Figura 1. Precipitação média (mm) nos municípios de Itacuruba e Floresta entre junho de 2012 e junho de
2013.
900 900
A 2 B 2
r = -0 ,0 1 r = -0 ,0 0 2
Compostos fenolicos (g kg )
Compostos fenolicos (g kg )
-1
-1 750 750
p = 0 ,7 3 8 6 p = 0 ,3 7 6 7
600 600
450 450
300 300
150 150
0 0
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 1 2 3 4 5 6 7 8
A lt u r a ( m ) A lt u r a ( m )
900 900
C 2 D 2
r = 0 ,0 2 r = -0 ,0 0 5
Compostos fenolicos (g kg )
-1
Compostos fenolicos (g kg )
750 750
-1
p = 0 ,0 7 3 7 p = 0 ,4 7 7 8
600 600
450 450
300 300
150 150
0 0
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60
D ia m e t r o d a b a s e ( c m ) D ia m e t r o d a b a s e ( c m )
900 900
E 2 F 2
r = 0 ,0 0 1 r = -0 ,0 0 6
Compostos fenolicos (g kg )
-1
Compostos fenolicos (g kg )
750 750
-1
p = 0 ,2 8 6 4 p = 0 ,4 8 5 5
600 600
450 450
300 300
150 150
0 0
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50
D .A .P . (c m ) D .A .P . (c m )
P rese rv a d a s Im p a c t a d a s
Figura 2. Análise de Correlação de Pearson entre os dados biométricos de altura, diâmetro de base (DB) e
diâmetro à altura do peito (DAP) e as taxas de compostos fenólicos de Aspidosperma pyrifolium nas parcelas
coletadas preservadas e impactadas nos meses de fevereiro, abril e junho de 2013, na microrregião de
Itaparica, Pernambuco, Brasil. A, C e E = áreas preservadas; B, D e F = áreas impactadas.
Tabela 1. Conteúdos totais de nitrogênio, carbono e área foliar herbivoradas em folhas de Aspidosperma
pyrifolium de áreas preservadas e submetidas a impactos antrópicos na microrregião de Itaparica,
Pernambuco, Brasil. Médias seguidas da mesma letra não diferiram entre si pelo teste de Tukey (5%).
Variáveis apresentando (*) apresentaram diferença apenas para o parâmetro “Mês”. Médias ± Erro Padrão (n
= 30).
Área foliar
Área Mês *N (g.kg-1) *C (%)
herbivorada (%)
FEV 17,04 ± 0,58 a 25,01 ± 0,70 ab 8,881 ± 9,10 cd
Impactada ABR 10,14 ± 0,34 c 24,01 ± 1,01 b 11,015 ± 8,94 b
JUN 11,96 ± 1,05 b 27,57 ± 1,91 a 12,061 ± 8,11 a
FEV 17,66 ± 0,63 a 24,17 ± 0,34 ab 10,249 ± 10,65 d
Preservada ABR 9,79 ± 0,30 c 22,60 ± 1,18 b 11,36 ± 6,90 bc
JUN 11,50 ± 0,71 b 26,51 ± 1,08 a 9,383 ± 9,49 cd
Nas áreas preservadas, a relação entre as 0,0430) não foi observada (Figura 3AB). As taxas
taxas de herbivoria em Aspidosperma pyrifolium e de herbivoria mostraram diferenças entre as áreas
a quantidade de compostos fenólicos (R2 = 0,14 e e tiveram relação negativa com as taxas de
p = 0,1595) e taninos produzidos (R2 = 0,21 e p = compostos fenólicos (R2= -0,51 e p = 0,0000) e
800 A 2
R = 0,14 C 2
R = - 0,51 800
Compostos fenolicos (g kg )
Compostos fenolicos (g kg )
p = 0,1595 p = 0,0000
-1
-1
600 600
400 400
200 200
0 0
240
120 B 2
R = 0,21 D 2
R = - 0,50
p = 0,0430 p = 0,0000
90 180
Taninos (g kg )
-1
Taninos (g kg )
-1
60 120
30 60
0 0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12 14 16
Herbivoria (%) Herbivoria (%)
Preservadas Impactadas
Figura 3. Regressão linear simples entre as taxas de compostos fenólicos, taninos e herbivoria nas parcelas
coletadas preservadas e impactadas nos meses de fevereiro, abril e junho de 2013, na microrregião de
Itaparica, Pernambuco, Brasil. A e B. áreas preservadas; C e D. áreas impactadas.
Nas áreas impactadas, o mês mais seco para ambas as áreas (Figura 4BC). As avaliações
(fevereiro) apresentou taxas de herbivoria muito realizadas para quantificar as concentrações de
baixas quando comparadas ao mesmo período nas compostos fenólicos e taninos totais presentes em
áreas preservadas, que mantiveram taxas Aspidosperma pyrifolium demonstraram que nas
constantes de herbivoria em fevereiro e abril, áreas preservadas não há relação entre essas
tendo uma diminuição significativa apenas em concentrações e as taxas de herbivoria (Figura
junho (Figura 4A). A situação nas áreas 2AB). Nas áreas impactadas verificou-se relação
impactadas se inverte após o período de chuvas, entre as concentrações de compostos fenólicos e
onde as taxas de herbivoria aumentam em abril e taninos totais em tecidos foliares e as taxas de
junho (Figura 4A), enquanto ocorre uma queda no herbivoria, com uma taxa de herbivoria
conteúdo foliar de compostos fenólicos e taninos negativamente proporcional a quantidade de
em ambas as áreas (Figura 4BC). O mês de compostos fenólicos/taninos presentes nos tecidos
fevereiro foi o período de maior concentração de foliares (Figura 4CD).
compostos fenólicos e taninos nos tecidos foliares
12 Fevereiro A
a a
Abril
10
Junho
b b
Herbivoria (%)
8
6 c
c
4
0
500 a B
Compostos Fenolicos (g kg )
-1
400
b
300
200 c
c c
c
100
0
100 a C
80
b
Taninos (g kg )
-1
60
c
40
c c
c
20
0
Preservadas Impactadas
Figura 4. Taxa de herbivoria e conteúdo de compostos fenólicos e taninos, durante os meses de Fevereiro,
Abril e Junho de 2013, em folhas de Aspidosperma pyrifolium de áreas preservadas e submetidas a impactos
antrópicos, na microrregião de Itaparica, Pernambuco, Brasil. A. Taxa de herbivoria; B. Compostos
fenólicos; C. Taninos. Barras com a mesma letra não diferiram entre si pelo teste de Tukey (5%). Barras: ±
erro padrão (n = 30).
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