PRÁTICA SOBRE O
EMAGRECIMENTO
LEONARDO LIMA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Lima, Leonardo
Treinamento na prática sobre o emagrecimento /
Leonardo Lima. -- 1. ed. -- Londrina, PR : Lazer &
Sport Promoções e Eventos, 2021.
ISBN 978-65-991095-4-6
21-54393 CDD-613.7
Índices para catálogo sistemático:
RESULTADOS PRÁTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
REFEÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
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1. INTRODUÇÃO
Hoje em dia, podemos claramente perceber um aumento de indivíduos com
sobrepeso e vários graus de obesidade. A incidência de doenças relacionadas ao
aumento de peso, sem dúvida é algo preocupante, estando diretamente relacionada
à carência de uma alimentação saudável, bem como ao sedentarismo e a ausência
da prática de esportes. A incidência de obesidade é um problema endêmico de saúde
pública, acarretando várias consequências nocivas e complicações a médio e longo
prazo, atingindo todas as faixas etárias, desde crianças e adolescentes até pessoas
adultas e idosos. Esse alto índice de incidência está relacionado principalmente a
fatores intrínsecos e extrínsecos, tais como a cultura do sedentarismo, amparada
pelas mídias digitais que favorecem a falta de mobilidade entre as pessoas.
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Para utilização do IMC, deve-se assumir que ocorre uma distribuição igual de gordura
no corpo inteiro do indivíduo.
Desse modo, o exercício físico está sendo amplamente difundido e vem ganhando
importância no cenário das academias, escolas, parques ao ar livre e clubes, pois
como poderoso elemento na intervenção não farmacológica para a prevenção e
tratamento da obesidade, sendo comprovado que a prática sistemática do exercício
exerce ação positiva na redução do peso corporal e doenças respiratórias, cardio-
vasculares, câncer e diabetes. Percebemos, pois, que além da inegável prevenção e
tratamento da obesidade, a prática regular de exercícios físicos pode vir a ser bené-
fico para inúmeros outros tipos de doenças visto que, seus benefícios se estendem
aos cardiopatas, e auxilia também no controle de doenças respiratórias, e no combate
a depressão, devido a “alterações na composição corporal ou de atividades enzimá-
ticas”. (FRANCISCHI; PEREIRA; LANCHA JUNIOR, 2001).
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temos tudo sempre á mão, e o advento das novas tecnologias contribuiu sobrema-
neira para essa situação, e por conta disso, é crescente a proliferação de doenças
ligadas ao ganho de peso, visto que a obesidade, aumenta o grau de desenvolvi-
mento de doenças cardiovasculares, diabetes, inúmeros tipos de câncer, hipertensão
arterial, dificuldades respiratórias, distúrbios dos aparelhos locomotor e respira-
tório e circulatório, e dislipidemias além de transtornos psicopatológicos como a
depressão e a compulsão alimentar. Atuando em conjunto, o exercício físico aliado
às dietas hipocalóricas, promovem a diminuição da gordura corporal, o aumento da
massa magra e a atenuação patologias geradas pelo excesso de gordura, compondo
o tratamento clínico da obesidade juntamente com o uso de fármacos específicos.
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2. OBESIDADE E SAÚDE
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as internações no Brasil foram causadas por doenças diretamente relacionadas à
obesidade e a doenças cardiovasculares. Um indivíduo é considerado obeso quando
a quantidade de tecido adiposo aumenta numa proporção capaz de afetar a saúde
composição
corporal (massa
comportamento insenta de gordura
e massa gorda)
SUPLEMENTAÇÃO
alimentar
idade
composição
dietética
saciedade
economia
religião e
cultura
medicamentos
metabolismo
genética
sensibilidade
insulina
resistência hormonal: microbiotica
insulina grelina e intestinal
leptina
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O sobrepeso consiste em aumento excessivo do peso corporal total, que pode ser
gerado devido à modificação em apenas um de seus componentes (músculo, gordura,
osso e água) ou em seu conjunto”. Porém o termo obesidade é “caracterizado pelo
aumento generalizado ou localizado de tecido adiposo em relação ao peso corporal,
associada a elevados riscos para a saúde”. (GUEDES; GUEDES, 1998).
vez mais preocupante, pois tem apresentado um alto índice de mortalidade, bem
maior que outras patologias tais como diabetes e hipertensão arterial. Os indivíduos
sedentários possuem uma maior chance de desenvolver doenças crônicas degenera-
tivas quando comparados à indivíduos que praticam atividades físicas, desse modo o
sedentarismo “apontado como sendo uma das principais causas, e ainda considerado
por muitos autores mais comprometedor do que uma ingestão alimentar excessiva”
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(GENTIL, 2011; MAHAM; ESCOTTSTUMP, 2011).
Diagnóstico
Cálculo de Índice de Massa Corporal
Cálculo de Índice de Percentual de Gordura
Valores de referência
Valores de referência
Homens CC > 102
Mulheres CC > 88
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4. RELAÇÕES ENTRE O EXERCÍCIO FÍSICO E O GASTO
ENERGÉTICO TOTAL
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no organismo, classificadas em agudas e crônicas no GET, e as alterações agudas
são aquelas que estão relacionadas ao próprio gasto energético para a realização
das atividades bem como ao custo energético durante o período de recuperação
muscular, pois a recuperação das chamadas “micro lesões” causadas pelo próprio
exercício nas proteínas musculares.
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5. EPOC E METABOLISMO
HIIT e emagrecimento
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O₂ Debt
O₂ Consumption
Moderate
Intensity
Exercise EPOC
Increased O₂ Debt
HIIT EPOC
24h
Exercise
Time
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de 1920, o modelo de treinamento intervalado, que possui estímulos de alta intensi-
dade, com curtas pausas de repouso. Posteriormente, nas décadas que se seguiram,
este passou a significar o “principal método de treinamento dos esportes relacio-
nados à resistência, como corridas de média e longa distância, ciclismo e natação”
(VOLKOV, 2002). Esse método de treinamento consiste em um breve período de
alta intensidade de exercício, seguida de um período de recuperação que poderá ser
passiva ou ativa. Pode-se perceber através de pesquisas anteriores que existe em
“uma melhora na capacidade de oxidar gordura bem como uma acentuada melhora
na atividade enzimática mitocondrial com o HIIT” (BURGOMASTER et.al, 2005; TRAPP
et.al, 2008). Esse método de treinamento vem demonstrando uma ótima adesão ao
exercício devido ao tempo menor de estímulo e à quebra da monotonia em vista da
atenção para mudança de intensidade (WILMORE; COSTIL, 2003).
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6. RESULTADOS PRÁTICOS
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Alguns estudos realizados com crianças e adolescentes têm demonstrado alte-
rações positivas em seus perfis metabólicos, independentemente da perda de peso
ou até alterações na composição corporal. Segundo Benson et al (2008), ao realizar
uma revisão sistemática com o intuito de investigar o efeito dos exercícios de resis-
tência incidindo sobre o perfil metabólico de crianças e adolescentes. Esta revisão
acabou por incluir doze estudos de intervenção com exercícios de resistência. Os
autores não observaram diferenças significativas para o IMC, ou seja, índice de massa
corporal, e colesterol total. Igualmente, o estudo acabou por demonstrar melhorias
para a glicemia de jejum e sensibilidade à insulina, independentemente de mudanças
na composição corporal.
Outro estudo comparado, realizado por Van der Heijden et al (2009), apontou
para um significativo aumento na massa corporal magra, bem como na força
muscular, e apontou ainda para um aumento na sensibilidade à insulina e na redução
da taxa de produção de glicose, isso considerando 12 semanas de intervenção unica-
mente com exercícios de resistência em adolescentes obesos.
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visto que, os benefícios incidem também em “patologias cardiorrespiratórias, altera-
ções na composição corporal ou de atividades enzimáticas” (FRANCISCHI; PEREIRA;
LANCHA JUNIOR, 2001).
Portanto manter uma dieta saudável e optar pela realização de exercícios físicos
de forma regular, sobretudo os de alto desempenho, ajudam a manter os níveis endó-
crinos saudáveis e controlar o peso ideal. A literatura científica vem comprovando
a eficiência do HIIT na composição corporal, pois ao avaliar indivíduos obesos e com
agravos crônicos percebe-se esta eficiência acentuada conforme estudo de Irving e
colaboradores (IRVING et al., 2008) e em crianças obesas (ARAÚJO et al., 2012).
Um estudo recente conduzido por Racil et al. (2013) realizado com 34 mulheres,
com idade média de cerca 15,9 anos, que praticaram HIIT durante exatamente
12 semanas, obtiveram resultados positivos, pois além da diminuição do peso
corporal, o estudo reportou uma acentuada redução nos valores da CA em 3,5%,
dados estes, que vem a corroborar com o presente estudo. No que tange aos bene-
fícios do HIIT para a saúde dos praticantes, “percebe-se melhora na composição
corporal, bem como em componentes metabólicos e cardiovasculares, mostrando
que este tipo de exercício pode contribuir tanto para qualidade de vida quanto ação
profilática contra muitas doenças” (DEL VECCHIO, 2014). No que se refere à oxidação
otimizada, por meio do treinamento intervalado de alta intensidade, justifica-se pelo
excesso de consumo de oxigênio pós-exercício (EPOC) um marcador fisiológico que
demonstra o aumento da utilização do O2 após a atividade física regular, porém este
consumo pode ser maior ou menor conforme a intensidade do exercício (HAZELL et
al, 2012). Assim, estudos comprovam que os treinamentos de força devem ser orien-
tados a produzir um elevado desgaste nas reservas de glicogênio e/ou nas proteínas
musculares. Então, para o controle da obesidade, a variável mais importante a ser
considerada é a intensidade, visto sua importância na oxidação lipídica em repouso,
o que proporciona uma melhor composição corporal através do aumento da massa
magra e diminuição da massa adiposa (GUTTIERRES; MARINS, 2008; GENTIL, 2011).
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Pesquisas recentes comprovaram os efeitos benéficos do treinamento de força
no que tange à redução da gordura intra-abdominal, bem como aos níveis de leptina
que circulam na corrente sanguínea, visto que, sua concentração é diretamente
proporcional à quantidade de massa adiposa, e mudanças nela, devido à perda de
peso, e correspondem a um declínio da leptina sistêmica (GUTTIERRES; MARINS,
2008). Desse modo, e considerando o que foi exposto acima, o treinamento de força
pode ser compreendido como um componente indispensável para um programa de
aptidão física bem elaborado, que tenha como objetivo à prevenção de doenças e a
manutenção de um estado corporal saudável, e até mesmo a reversão ou redução
de fatores como a obesidade e outras doenças crônicas-degenerativas (GUTTIERRES;
MARINS, 2008).
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente percebemos que o excesso de peso corporal aliado a um estilo de
vida sedentário, significa um dos maiores riscos à saúde, pois se trata de uma condição
que acaba por alterar os níveis saudáveis do corpo ocasionando doenças subse-
quentes e colaborando para a instalação da obesidade em níveis mais elevados. O
presente livro partiu de uma análise de dados, bem como da discussão realizada à luz
da leitura de vários outros estudos, onde pudemos concluir que os exercícios físicos
são extremamente eficientes para o processo de emagrecimento, e verificou-se que
tanto o treinamento aeróbico, quanto o treinamento resistido foram determinantes
para essa manutenção dos níveis saudáveis e na promoção do emagrecimento.
Outro fator importante que foi investigado no presente livro, trata-se da pres-
crição dos exercícios, visto que, além dos aeróbicos é importante introduzir sessões
de exercícios resistidos, uma vez que, além de serem intensos, são exercícios que
promovem à força muscular e mantêm ou, até mesmo podem vir a aumentar os
níveis de massa magra do corpo, melhorando o metabolismo, e maximizando o
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gasto energético total, bem como a taxa metabólica de repouso. Portanto, o estudo
em questão demonstrou que os exercícios, especialmente os de maior intensidade,
são imprescindíveis para promover o emagrecimento, sobretudo em longo prazo.
Contudo, não pode determinar qual dos Métodos seria mais eficaz no processo de
emagrecimento, visto que, todos se mostraram efetivamente eficazes e comprova-
damente positivos para a perda de peso.
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Treinamento na Prática
sobre o Emagrecimento