INTRODUÇÃO
1. DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA 6
2. TERRORISMO NA AVIAÇÃO CIVIL 7
3. AS ALTERAÇÕES APÓS O 11 DE SETEMBRO 8
3.1 Segurança da aeronave 9
3.2 Segurança no controlo dos passageiros 9
3.3 Segurança dos bens dos passageiros 10
3.3.1 Bagagem de cabine 10
3.3.2 Bagagem de porão 12
3.4 Segurança organizacional e funcional do aeroporto 12
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
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INTRODUÇÃO
A escolha deste assunto como tema para desenvolver este trabalho de pesquisa
científica deve-se a diversos motivos, como a sua pertinência e atualidade perante
uma sociedade extremamente globalizada, mas no entanto os motivos de escolha,
numa vertente mais pessoal foram então porque a segurança é á área académica, de
estudo e desenvolvimento que estou enquadrada atualmente e também por a nível
pessoal ter algum conhecimento básico do setor da aviação civil, dado o constante
contacto com o respetivo setor na meu quotidiano.
Para responder á questão acima citada a estrutura do trabalho será a seguinte, a parte
introdutória tem como objetivo fazer um enquadramento temático do que será
abordado, apresentando a justificação do tema e a questão que irá ser a orientação
para o seu desenvolvimento.
No primeiro capítulo irei definir o que é a segurança, dado que existem diversas
definições, é importante numa fase inicial explicitar então este conceito para se poder
compreender o sentido desta palavra chave ao longo do trabalho.
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na aviação civil a nível Europeu na prevenção de atos de interferência ilícita, para
servir de impulsionador para o restante trabalho.
1. DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA
A segurança pode ser definida segundo Manunta (2000) como “a condição imaginada
de ausência de, ou liberdade de, perigo e preocupação, relativamente a um valor. Tal
resulta da implementação de medidas destinadas a evitar, prevenir, minimizar ou
proteger da ocorrência de um dano, que pode ser intencionalmente causado ao valor.”
Segundo Freitas (2019), a segurança tem duas vertentes, que em inglês são definidas
como security e safety, em português proteção e segurança e prevenção e segurança,
respetivamente, sendo que o que as distingue é a existência da vontade de causar
dano, isto é, a intenção, se existe ameaça ou não, pois a safety lida com acidentes
(danos causados sem intenção) de exemplo a segurança rodoviária, alimentar e no
trabalho enquanto que a security lida com incidentes (danos causados com intenção),
por exemplo a segurança física, do pessoal e da informação, sendo que iremos utilizar
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a definição da vertente de security para quando utilizamos a palavra segurança ao
longo do presente trabalho.
Segundo a APAV (2017) o terrorismo “tem como alvo vítimas escolhidas, apontadas
por uma razão precisa: ou porque convém o seu aniquilamento a uma determinada
organização terrorista; ou porque constituem um grupo cuja destruição pode ser vista
como mensagem, como símbolo, pela sociedade (por exemplo, um grupo de
pacifistas, ou um grupo político), procurando intimidar a comunidade ou um grupo
específico, ou coagir determinadas decisões políticas”, sendo que irá ser esta a
definição utilizada ao longo do trabalho quando referimos terrorismo.
Segundo a Sapo (2016), o primeiro desvio de um avião civil na União Europeia, foi
nomeadamente em Portugal, em 1961, numa tentativa de deitar abaixo o regime
autoritário salazarista vigente na altura, com o objetivo de lançar panfletos
antifascistas desde Lisboa até Faro. No entanto ao longo dos anos foram acontecendo
vários ataques terroristas a aviões comerciais, tanto na União Europeia como em todo
o mundo, “no início da década de 70, quatro aviões foram sequestrados por elementos
do Partido para a Libertação da Palestina com o objetivo de chamar a atenção para a
questão que envolvia a referida região do Médio Oriente. Depois de desviarem as
aeronaves para o deserto de Dawson's Field, na Jordânia, e de libertarem todos os
ocupantes das mesmas, os sequestradores fizeram explodir os aviões, exigindo a
libertação de dois elementos (um deles já falecido) ligados à sua causa que haviam
sido detidos por tentativa de sequestro a uma avião da El Al” , “ Em novembro de
1985, elementos do corpo de Comandos do Egipto irrompem por um avião raptado por
elementos ligados à organização terrorista da Abu Nidal. Da invasão e troca de tiros
resultou a morte de mais de 60 pessoas. Os raptores já haviam executado várias
pessoas à porta do avião enquanto estavam estacionados em Malta, onde aterraram e
tinham começado a encetar negociações”.
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O evento que alterou a segurança aeronáutica foi a conhecida data histórica “11 de
setembro de 2001”, dia onde se realizaram nos Estados Unidos da América ataques
terroristas suicidas organizados pelo grupo Al-qaeda, uma organização terrorista do
estado islâmico, que se enquadra no jihad, usualmente chamada de guerra santa, pois
o objetivo é combater os “infiéis” á religião muçulmana á qual seguem cegamente.
Este ataque foi planeado e organizado por Osama Bin Laden, fundador e ex-líder do
Al-qaeda, tendo sido o homem mais procurado pelo FBI desde 1999 até ao ano da sua
alegada morte, 2011.
O ataque foi feito com dezanove terroristas que sequestraram quatro aviões civis
(dois Boeing 757 e dois Boeing 767) , de duas empresas aéreas norte americanas, a
American Airlines e a United Airlines, sendo que colidiram dois aviões contras as
chamadas ‘torres gémeas’ que eram edifícios pertencentes á empresa World Trade
Center sediada em Nova Iorque; um avião contra o Departamento de Defesa Nacional
em Virgínia; E um outro avião caiu em campo aberto na Pensilvânia, acabando por no
total ter feito cerca de 2996 mortes, sendo que o numero de mortes foi um dos
principais motivos para o mediatismo e impacto desta situação
Este incidente apesar de ter ocorrido nos Estados Unidos da América, acabou por ter
impacto na maneira como era vista a segurança da aviação civil na União Europeia,
sendo que a legislação e regulamentação foi alterada baseada no incidente, “Na
sequência dos terríveis atentados de 2001, a UE adotou um conjunto de regras de
segurança para a proteção da aviação civil.” (Parlamento Europeu, 2019).
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bagagens eram inspecionadas por aparelhos de raio X ou cães farejadores” (Pécora,
2011).
Segundo o Instituto Nacional de Aviação Civil [INAV] nos Requisitos de Segurança das
Aeronaves de 2002, é necessário que exista uma porta de acesso para a cabine do
piloto, porta esta que tem de satisfazer os requisitos de resistência á penetração de
projeteis de pequenas armas de fogo, granadas de estilhaço e intrusões de pessoas
não autorizadas e que apenas pode ser aberta de dentro da cabine do piloto. Sendo
que esta porta deve estar fechada e bloqueada desde o embarque até ao
desembarque da aeronave, sendo aberta excecionalmente quando é necessário a
entrada de pessoas autorizadas e é necessário que exista uma monitorização de toda
a área fora da cabine para que se possa de dentro da cabine identificar possíveis
ameaças.
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sendo que para alem disso o operador responsável pode solicitar a retirada de outros
objetivos.
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Pistolas, armas de fogo e outros dispositivos que disparam projéteis, ou seja,
armas de fogo e pressão, suas componentes e até mesmo replicas ou
imitações das mesmas, estando também incluído nesta seção pistolas de
sinais e alarmes, arcos, flechas e fisgas.
Ferramentas de trabalho, que possam ser utilizadas para causar feridos, como
por exemplo pés de cabra, berbequins, serras, maçaricos e pistolas de pregos.
Para alem disso é feito um rastreio também á bagagem de cabine por uns dos
seguintes métodos: revista manual, equipamento de Raio X, sistema de deteção de
explosivos ou cães detetores de explosivos, pois é exigido que os passageiros
transportem os seus LAGS (Líquidos, aerossóis e géis - cremes, loções, misturas
líquidos/sólidos e o conteúdo de embalagens pressurizadas, designadamente pasta de
dentes, gel de cabelo, bebidas, sopas, xaropes, perfumes, espuma de barbear e
outros artigos de consistência semelhante) em recipientes individuais de capacidade
não superior a 100 mililitros ou equivalente, acondicionados num saco de plástico
transparente que possa ser aberto e fechado de novo, de capacidade não superior a 1
litro, em que o conteúdo caiba perfeitamente e que esteja completamente fechado.
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3.3.2 Bagagem de porão
O rastreio de bagagem de porão tem de ser feito por uns dos seguintes métodos:
revista manual, equipamento de Raio X, sistema de deteção de explosivos, sistema de
deteção de vestígios de explosivos ou cães detetores de explosivos , sendo que os
passageiros não podem ter acesso à bagagem de porão já rastreada, apenas de
quando se tratar da sua própria bagagem e se forem vigiados de modo a garantir que
não sejam introduzidos na bagagem produtos proibidos e que não sejam retirados
produtos autorizados no porão mas que são proibidos na cabine.
Se o operador que esta encarregado do rastreio não conseguir determinar se a
bagagem de porão pode ou não conter artigos proibidos, deve recusá-la ou repetir o
processo até obter um resultado positivo.
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autorizações como cartão de embarque, cartão de tripulante ou cartão aeroportuário.
Para impedir o acesso não autorizado às zonas restritas de segurança, os pontos de
acesso devem ser controlados por um sistema eletrónico que limite os acessos ou por
pessoas autorizadas a tal.
É necessário que exista vigilância, rondas e outros controlos físicos para reforçar a
segurança funcional do aeroporto aprovado pela autoridade competente, com o
objetivo de controlar os limites entre o lado terra e ar, as áreas dos terminais e
acessos, a apresentação de documentos identificativos e das bagagens. Sendo que é
necessário fazer uma avaliação de risco para que a frequência e meios utilizados
sejam proporcionais, tendo em conta a dimensão do aeroporto, as suas
funcionalidades, as suas configurações e possíveis limitações, apenas com a
obrigação de que a verificação de documentos identificativos seja aleatória e as
rondas também imprevisíveis, com o objetivo de dissuadir as pessoas a passar sem
autorização.
CONCLUSÃO
Ao longo do trabalho, podemos verificar que o setor da segurança na aviação civil tem
evoluído bastante nos últimos 18 anos, sendo uma das grandes preocupações das
sociedades atuais, sendo que cada vez mais existe uma banalização do transporte
aéreo que é utilizado para reduzir distancias e é utilizado cada vez com mais
frequência, existindo assim a necessidade de dar uma resposta mais eficaz aos vários
riscos e ameaças que ao longo dos tempos tem aparecido.
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evoluir e melhorar os meios utilizados para dar resposta também a paralela evolução
das ameaças.
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BIBLIOGRAFIA
Jornal Oficial da União Europeia. (2008). Regulamento (CE) n.º 300 relativo ao
estabelecimento de regras comuns no domínio da segurança da aviação civil (on line).
Recuperado de: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?
uri=CELEX:32008R0300
Parlamento Europeu. (2019). Transporte Aéreo: Segurança da Aviação Civil (on line).
Recuperado de: http://www.europarl.europa.eu/ftu/pdf/pt/FTU_3.4.7.pdf
Polícia de segurança pública. (s.d). Segurança aeroportuária (on line). Recuperado de:
https://www.psp.pt/Pages/atividades/SegurancaAeroportuaria.aspx
Sapo (2016). Aviões sequestrados: 10 casos que ficaram para a história (on line).
Recuperado de: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/avioes-sequestrados-10-casos-
que-ficaram-para-a-historia
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Silva, D. (s.d). Atentados de 11 de Setembro (on line). Recuperado de:
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/11-de-setembro.htm
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