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Mecânica
1 \7 Editora
www.VestSeller.com.br
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
CIP-Brasil. Catalogaçào-na-fonte
Sindicato Nacional do.s Editores de Livros, RJ.
Luís, Adir Moisés, 1942-
L978m Mecânica/ Adir M. Luiz, Sérgio L. Gouveia.
— Fortaleza: Editora VcstSclícr, 2006.
(Coleção Física)
Apêndice : exercícios e tabelas.
ISBN 85-265-0165-8 - 85-265-0164-X (cole-
çâo)
1. Mecânica. I. Gouveia, Sérgio Lins, 1944 - II.
Título. III. Série.
CDD —531
89-0050 CDU -531
9
susceptíveis de medição, os quais denominamos grandezasfísicas. No caso da pedra e
da folha de papel, poderiamos comparar os dois fenômenos mediante a introdução da
grandeza velocidade média. A velocidade média de um móvel é o quociente entre a dis
tância que ele percorre num certo intervalo de tempo e este intervalo de tempo,
ás
V = ------
At
onde As é a distância e Ar é o intervalo de tempo.
Poderiamos agora dizer que a velocidade média da pedra na queda é maior do que .
a velocidade média da folha de papel numa queda no mesmo local. A velocidade média .
exprime a rapidez com que a queda se processa.
Grandezas Escalares
São perfeitamente definidas por um número (quantidade') e por um significado
físico (unidade). A soma de grandezas escalares segue a regra da soma algébrica. Con
fronte a soma algébrica com a soma vetoria! (ver mais adiante). Exemplos. Se no mo
mento dissermos que temos apenas 20 segundos para completarmos a leitura desta pá
gina, já sabemos que deverão passar 20 unidades (quantidade) do padrão tempo (se
gundo) durante a nossa leitura.
Se, por outro lado, dissermos que a massa de um homem é 90 quilogramas, esta
mos dizendo que a massa desse homem é 90 vezes (quantidade) o padrão (quilograma).
Observação: Consulte o Glossário no final deste Livro quando você desejar ob
ter definições resumidas sobre os principais assuntos tratados neste Livro.
Grandezas Vetoriais
Toda grandeza vetoria! possui três características: (a) um módulo ou imensidade
(que fornece uma grandeza escalar), (b) uma direção no espaço e (c) um determinado
sentido. Neste Livro utilizaremos uma flecha sobre a letra para designar uma grandeza
vetorial. Por exemplo, o símbolo v~ indica o vetor velocidade.
Para saber se uma grandezafísica é escalar ou vetorial basta verificar se ela neces
sita de uma direção e de um sentido. Por exemplo, quando afirmamos que um automó
vel C possui uma velocidade de 80 km/h estamos apenas especificando o módulo do
vetor velocidade. Para definir completamente o vetor velocidade é necessário dizer a di
reção da velocidade; além da direção, é necessário especificar o sentido do vetor. Cada
direção admite dois sentidos. N flecha associada ao vetor indica o sentido-, a direção é
dada pela reta suporte do vetor e o módulo do vetor é dado pelo comprimento do seg
mento representativo do vetor. Na Seção 1.2 faremos um estudo mais detalhado sobre
vetores.
Unidades e Dimensões
Chama-se Sistema de unidades o conjunto de unidades usadas para medir todas
as grandezasfísicas. Na organização de um Sistema de Unidades, escolhem-sc, arbitra-
riamente, algumas grandezas cujas unidades são também arbitradas. As unidades das
demais grandezas são obtidas através de suas definições em função das grandezas arbi
tradas. As grandezas arbitradas e suas unidades são denominadas FUNDA MENTA IS.
As demais grandezas e suas unidades são chamadas DERIVADAS.
As grandezas fundamentais são também chamadas de dimensões.
10
Em Mecânica, há três grandezas fundamentais, a saber:
— comprimento (L)
— massa (M)
— tempo (T)
As grandezas derivadas podem ser obtidas mediante combinações adequadas das
dimensões ou grandezasfundamentais. Por exemplo, como a velocidade média é um vetor
cujo módulo fornece a razão As/Ar, concluímos que a dimensão de velocidade é igual
à dimensão de espaço sobre tempo. Ou seja,
[v] = [espaço/tempo] = LT"'
onde L representa a dimensão de comprimento e T representa a dimensão de tempo. Uma
equação dimensional ou relação dimensional (ou simplesmente dimensional) é uma re
lação que fornece as dimensões de uma dada grandeza física. A relação anterior forne
ce a dimensão de velocidade. Denomina-se A nátise Dimensional o estudo das dimensões
das grandezasfísicas. No Capítulo 2 descreveremos os principais tópicos da Análise Di
mensional.
Sistema Internacional de Unidades (SI)
Neste Livro vamos adotar somente as unidades do SI. As unidades fundamentais
da Mecânica no Sistema Internacional de Unidades são:
— comprimento (L) — metro — símbolo (m)
— massa (M) — quüograma — símbolo (kg)
— tempo (T) — segundo — símbolo (s)
A definição destas unidades será apresentada no Apêndice D. Os prefixos dos múl
tiplos c submilltiplos das unidades do Sistema Internacional são apresentados no Apên
dice C.
Todos os prefixos indicados no Apêndice C podem ser aplicados em todas as uni
dadesfundamemaise em todas as unidadesderivadasào Sistema Internacional, com ex
ceção da massa, cuja unidade fundamental é o quüograma (kg); neste caso, o prefixo
k (mil) antecede grama (g). Logo, I kg = 10*g.
Observações:
1 — Quando escritos por extenso, os nomes das unidades começam com letra mi
núscula, mesmo quando estas unidades possuem nomes de cientistas (exemplos: new-
ton, joule, volt, ampère, etc.). Exceção:, grau Celsius e grau Kelvin.
2 — Na expressão do valor numérico de uma grandeza física, a respectiva unida
de pode ser escrita por extenso ou representada por um símbolo. Por exemplo: 5 new-
tons (ou 5 N). Não são admitidas combinações de partes escritas por extenso e partes
escritas por meio de símbolos.
3 — Os prefixos do SI não devem ser justapostos a um símbolo. Por exem
plo, useo prefixo pico (p) cm vez de v-/ para designar o fator 10“ Exceção: 1 m/x =
1 nm (1 nanometro = 10" v m).
Notação Científica
É um número expresso na forma N. 10", scndo:|7; —. inteiro ; 1 á N < 10 |
De acordo com a definição anterior, quando tivermos 37.000, devemos colocar
3,7 x !0J e nào 37 x 10'1 por que 1 < 3,7 < 10.
II
Regras:
|10a.10b= io(a+b)| ; 110a/10b = io(a~b)|
Exemplos.- 10J X 10a = 10ra*aa = 10’
0,004 + 0,0005 = 4 x 10’a - 5x 10'* = |x 10-J-''-<7= |x 10'
3,0 X 10ó X 1,5 X 10a7 = 4,5 x 10aa
Observação: Algumas vezes se uriliza um ponto (.) para designar produto. Note
que o ponto também pode ser usado para separar três algarismos (da direita para a es
querda). Contudo, na notação científica não é necessário usar nem ponto nem a sepa
ração entre os algarismos. Exemplo: 37 000 000 = 37.000.000 = 3,7 x 107
Ordem de Grandeza
É a potência de 10 que dá o valor aproximado de uma grandeza.
Exemplo: Qual a ordem de grandeza em kg da massa de um homem adulto?
A massa de um homem adulto oscila entre 70 kg e 100 kg; logo, a ordem de gran
deza será 107 kg.
Potências de Dez
Já vimos que a notação cientifica i feita utilizando-se potências de dez. Quando
a grandeza é muito pequena ou muito grande (em relação ao padrão de medida), o nú
mero de zeros pode se tornar muito grande.
Exemplos. Velocidade da luz no vácuo: 300 000 000 m/s.
Volume da Terra: 1 000 000 000 000 000 000 000 mJ.
Como esses números são difíceis de ler e escrever, convém escrevê-los de forma
mais simples, usando potência de dez.
1° caso: Expoente maior ou igual a zero. Exemplos:
REGRA:
— Quanto a vírgula é deslocada para a direita, o expoente de 10 é negativo e igual ao
número de casas deslocadas.
12
0,000567 = 5,67 X 10 ~4 (4 casas deslocadas)
0,00000056 = 5,6 X 10"7 (7 casas deslocadas)
Algarismos Significativos
Os algarismos significativos resultantes da medida de uma grandezafísica são os
algarismos lidos. Por exemplo, quando dizemos que um lápis possui um comprimento
de 14,1 cm queremos dizer que a nossa medida forneceu um valor entre 14,05 eme 14,15
cm. Dizendo que o comprimento do lápis vale 0,141 m èstamos apenas mudando de
unidade mais nada acrescentamos à informação precedente. Contudo, se disséssemos
que o comprimento do lápis é de 14,13 cm estaríamos dando mais um algarismo signifi
cativo', ou seja, isto só seria possível se usássemos um instrumento de precisão maior
do que o instrumento de medida usado para obter o valor 1-4.1 cm.
Observações:
1 - Os zeros à esquerda não são significativos, mas os zeros à direita são significati
vos. Exemplo: quando dizemos que um lápis possui 15 cm de comprimento, usamos
somente dois algarismos significativos; quando afirmamos que um lápis possui 15,00
cm queremos dizer que medimos com precisão até décimo de centímetro e estimamos
centésimo do centímetro (portanto, neste caso, fornecemos 4 algarismos significativos).
2 - Nas transformações de unidades, usando múltiplos ou submúltiplos, utilizamos
a notação científica, mantendo o número de algarismos significativos.
3-/1 soma de grandezasfísicas homogêneas deve conter apenas um algarismo du
vidoso (depois de realizar a soma). Isto é, o resultado contém o mesmo número de alga
rismos significativos da parcela de menor precisão.
4 - O produto ou divisão de grandezasfísicas não pode ter mais algarismos signifi
cativos do que qualquer dos fatores.
Erro Absoluto e Erro Relativo
Denomina-se erroabsoluto a diferença entreo valor real e o valor médio resultan
te da medida de uma dada grandezafísica. O valor médio de uma medida é normalmen
te obtido mediante o cálculo da média aritmética das medidas (ver mais adiante).
O erro relativo £, é a razão entre o erro absoluto £, e o valor real x de uma grande
za física, ou seja, | f = £,/x~|
onde E, = x„ - x, sendo x„ o valor médio da medida da grandeza cujo valor verda
deiro é igual a x. O erro relativo E, pode ser expresso sob forma de uma porcentagem.
Veja a noção de porcentagem e de proporção no Apêndice E.
Média Aritmética
Em laboratório, na maioria dos fenômenos a serem estudados, o verdadeiro va
lor das grandezas envolvidas não é conhecido. Como se busca a máxima precisão pos
sível, efetua-se sempre um mínimo de cinco medições de cada grandeza e, na maioria
das vezes, obtemos valores diferentes entre si. Consideramos, então, como valor mais
provável da grandeza, a média aritmética dos “n” valores obtidos.
Exemplo. Fazendo a medição de determinado comprimento AB, um estudante
encontrou com 3 algarismos significativos os seguintes valores:
1.* medição — 6,35 dm
13
2? medição — 6,36 dm
3? medição — 6,34 dm
4? medição — 6,37 dm
5.' medição — 6,32 dm
O valor mais provável do comprimento A B será a média aritmética:
6,35 + 6,36 + 6,34 + 6,37 + 6,32
M. = = .6,35 dm
5
Desvio
Chamamos desvio a diferença entre o valor mais provável (média) e a medição.
No exemplo considerado, temos:
D, = 6,35 - 6,35 = zero
D; = 6,35 - 6,36 = - 0,01 (por excesso)
D> — 6,35 — 6,34 = + 0,01 (por falia)
D, = 6,35 — 6,37 = - 0,02 (por excesso)
D, = 6,35 — 6,32 = +0,03 (por falta)
Desvio Médio
É a média aritmética entre os módulos dos desvios.
D, + D; + Dj + D, + D, 0,00 - 0,01 + 0,01 - 0,02 + 0,03
Dm -
n 5
Logo:
D„ = 0,012
Isto significa que o valor real da grandeza é situado no intervalo
(6,35 ± 0,012) dm
Desvio Relativo
É a relação entre o desvio médio e o valor mais provável (média aritmética).
D>, = 0,012
D»
Ma 6,35
D. = 0,00188 ou 0,18%
Sucessão e série
14
Progressão aritmética
Denomina-se progressão aritmética uma sucessão de valores tal que cada termo
se forma do anterior mediante a adição de uma razão constante., Seja da razão de uma
progressão aritmética. De acordo com a definição acima, temos:
o, = a ; a.. = a + d-, . . . ; a„ = a + (n - l)d (1.1)
A soma dos termos de uma progressão aritmética constitui uma série aritmética'.
S, = a, + a, + . . . + a, (1.2)
Das relações (1.1)e (1.2) decorre a seguinte expressão para a soma dos n primei
ros termos de uma progressão aritmética'.
S. — n(2a + nd - d)/2 (1-3)
Progressão geométrica
Denomina-se progressão geométrica uma sucessão de valores tal que cada termo
se forma mediante a multiplicação do termo anterior por um fator r constante. Seja r
a razão entre dois termos consecutivos; pela definição acima, temos:
o, = a ; a: = ar ; . . . ; a. = o/"" " (1.4)
A soma dos termos de uma progressão geométrica constitui uma série geométri-
ca:
S. = o, + o, + . . . + a. (1.5)
Das relações (1.4) e (1.5) resulta a seguinte expressão para a soma doszi primeiros
termos de uma progressão geométrica:
S. = a - l)/(r - 1) (1.6)
Na relação (1.6), quando r for menor que um, o limite da soma S" quando n
tende a infmito é dado por:
limite S. = o/(l - r) (1.7)
n — -
Exemplo 1.1 Indique num sistema cartesiano ortogonal os seguintes pontos: A(2,3);
5(2, —3); C( —3,2); 0(0,5); £(4,0). Use uma unidade arbitrária.
Solução. Caso você disponha de uma folha de papel millmetrado marque as coor
denadas de cada ponto usando a mesma unidade. Por exemplo, para o ponto A, temos x =
2 unidades; y = 3 unidades. Escolha, por exemplo, cada unidade igual a 1 cm. Caso você
não disponha de uma folha de papel milimetrado, trace retas paralelas aos eixos a partir
de cada ponto sobre o eixo OX e sobre o eixo OY, conforme indicado na Fig. 1.2.
16
A
Y
5<iD
4..
3------------- * A
c I
I
1 I
I 1 -• I
I I E
-l----- 1----- 1—b- -4---- + ----b ♦ 4-
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 X
-1 • -
-2..
-3------------ è B
-5..
Pi P2
Xi X1
Ax 4
17
Y
A
y3
y>
o * x3 X
partir do lado positivo do eixo OX para a reta (zj no sentido trigonométrico (isto é, no
sentido oposto ao do giro dos ponteiros do relógio). Na parte (a) da Fig. 1.5 mostramos
uma reta (r) que forma um ângulo agudo com o eixo OX. Na parte (6) da Fig. 1.5 mos
tramos a situação na qual uma reta (r) forma um ângulo obtuso com o eixo OX. Quan
do 9 é um ângulo agudo, de acordo com a Fig. 1.4 e pela relação (1.9), concluímos que
a tangente de 9 t positiva. Quando 9 é um ângulo obtuso, concluímos que a tangente
de 6 é negativa.
Y (r) (A
A
e
X X
o o
/ 6 agudo e obtuso
(a) (*)
Fig. 1.5 (a) Reta (r)formando um ângulo agudo com o eixo OX. (b) Reta (r)formando um ângu
lo obtuso com o eixo OX..
Equação da Linha Reta
Consideremos uma reta (r), no plano OXY, interceptando o eixo OY no ponto
H (O, h). Seja P(x, y) um ponto pertencente a (r). Existirá alguma relação entre y e
x que caracterize o fato de P pertencer a (r)? Vamos mostrar que sim.
18
Na Fig. 1.6 ilustramos uma linha reta (r) cortando o eixo OY no ponto H. Seja
m o valor da tangente do ângulo 9 entre a reta (/•) e o eixo OX. Podemos escrever:
Y
A r
P(xy)
(O,y)
áy = y — h
H(O,h)
S Ax = x
N O (x.O)
Ax x
y - h = mx —|,y = mx + Ã~| d • >0)
Um ponto qualquer P(x, y) pertence à reta (r) se, e somente quando, as coorde
nadas x e y do ponto P satisfazem à equação do primeiro grau(\.10). Denomina-se equa
ção linear ou dependência linear toda função y(x) que satisfaz a equação <1.10).
Observações:
1 - Quando a equação da linha reta é escrita na forma (1.10), o ponto H onde a
reta corta o eixo OYé obtido fazendo-se x = Ona relação (1.10). A abscissa x, do pon
to A onde a reta (r) corta o eixo OX pode ser determinada fazendo-se y = 0 na relação
(1.10), ou seja, Xe = — h/m, onde h i a ordenada do ponto H.
2 - A equação de uma reta vertical (paralela ao eixo O Y) é dada por: x = c, onde
c é a distância constante entre a reta vertical considerada e o eixo O Y.
3 - Se m for menor do que zero, o ângulo 6 é obtuso. Se m for positivo, o ângulo
9 é aguda Quando m = 0, a reta é horizontal (paralela ao eixo OX). A equação de uma
reta horizontal é dada por: y - h, onde h é a distância constante entre a reta horizontal
considerada e o eixo OX.
4 - O número m da equação (1.10) denomina-se coeficiente angular da reta (r). Das
relações (1.9) e (1.10) concluímos que o coeficiente angular m é dado por:
m = tg 9.
5 - Se h = 0, a reta passa na origem O do sistema.de coordenadas.
19
Gráfico de uma Função
Na Fig. 1.2 mostramos como se localiza um ponto P(x,y) num sistema de coorde
nados cartesianas. Na Fig. 1.6 mostramos o gráfico de uma linha reta no plano CWK Ou
seja, podemos dizer que a linha reta indicada na Fig. 1.6 é o gráfico de umafunção linear.
O gráfico de umafunção não i sempre Hnear, de um modo geral, qualquer curva no pla
no OXY pode ter uma representação gráfica através de uma dada função y(x). Uma curva
Xx) ou uma/unpõo y (x) é representada graficamente no plano OXYfornecendo-se valo
res para x e calculando-se os respectivos valores indicados na equação da curva conside
rada. Por exemplo, atribuindo-se valores para x na equação (1.10) e calculando-se os res
pectivos valores dey, podemos construir o gráfico da linha reta.
Representação Gráfica de um Fenômeno Físico
Todo fenômeno físico ou toda Lei Física pode admitir uma representação gráfi
ca, desde que se escreva a equação da referida Lei Física (ou do fenômenofísico consi
derado).
Exemplo 1.2 Um automóvel se desloca em linha reta com uma velocidade cons
tante igual a 40 km/h. Escreva a distância s percorrida pelo automóvel em função do tem
po e faça uma representação gráfica da funçãoscontrar. Utilize as seguintes unidades no
gráfico: s èm quilômetros (km) e t em horas (h).
Solução. Como o automóvel se desloca em linha reta com velocidade constante, con
cluímos que o espaço percorrido s é proporcional ao tempo t (contado a partir de um ins
tante inicial t = 0). Logo,
s = vt (1)
onde v = 40 km/h é a velocidade do automóvel. Dando valores para t na equação acima,
podemos escrever:
s(km)
160 ■
120-
80
40
0 10 20 10 /(h)
20
r = 10 h; s - 40 km; f = 20 h; s = 20 km; t = 30 h; s = 12C km
Com estes valores de te des podemos construir o gráfico de s contra t indicado na
Fig. 1.7. Comparando a relação (l.lO)com a expressão (1) vemos queo gráfico descontra
t representa uma Unha reta passando pela origem; v i o coeficiente angular desta reta.
Derivada ou Taxa de Variação
Considere uma dada funçãoy(x). Suponha que a curva representativa desta função
não seja uma linha reta. A derivada da função y(x) (ou taxa de variação de y em relação
a x) i definida através da seguinte passagem ao limite:
= tim — (1.11)
dx 0
Qual é o significadofísico da derivada? Na Física utilizamos uma derivada toda vez
que uma grandeza é definida através da taxa de variação formada pela razão entre duas
outras grandezas contínuas-, a passagem ao limite indicado na definição (1.11) permite obtei
a derivada da grandeza física considerada. No estudo da Cinemática (que será feito mais
adiante) teremos oportunidade de exemplificar a aplicação do conceito de derivada na Fí
sica.
Qual é o significado geométrico da derivada dy/dx num ponto x<í! Comparando a
relação (1.11) com a equação (1.9) você poderá notar que a derivada dy/dxfornece a tan
gente do ângulo 0 entre o eixo OX e a reta que tangencia a curva no pontoxo. Na Fig. 1.8
ilustramos a interpretação geométrica da derivada.
Y
CURVA
Nota: No caso particular em que a curva XO i uma liha reta dada pela equação (l. 10),
de acordo com a interpretação geométrica da derivada ilustrada na Fig. 1.8, concluímos
que a derivada dy/dx fornece uma tangente constante para o ângulo 9 entre a linha rela
(1.10) e o eixo OX. Neste caso, a derivada dy/dx t dada pelo coeficiente angular in da li
nha reta considerada.
21
1.2 Noções de cálculo vetorial
Já vimos que as grandezasfísicas podem ser escalares ou vetoriais. O cálculo en
volvendo grandezas escalares é relativamente simples. Contudo, quando estudamos gran
dezas vetoriais é necessário desenvolver cálculos especiais. Denomina-se Cálculo Veto
rial a parte da Matemática que estuda as propriedades dos vetores e as operações entre
vetores. Nesta Seção vamos apresentar as noções básicas de Cálculo Vetorial. Estas no
ções são imprescindíveis no estudo da Mecânica e das demais partes da Física.
Vetor
Tomemos sobre uma reta L um segmento AB e orientemos este segmento de A
para B como mostra a Fig. 1.9. O ponto A chama-se origem, e o ponto B, extremidade
do segmento orientado AB. Um segmento orientado, quando utilizado para represen
tar uma grandeza vetorial, toma o nome de vetor. Um vetoràeve ter comprimento pro
porcional ao valor numérico da grandeza vetorial que representa; deve também, como
é óbvio, ter a direção e o sentido da mesma.
v = AB
Fig. 1.9
22
dança de posição de seu ponto de aplicação vier a produzir mudança no efeito do ve
tor. Vamos a um exemplo, para que possamos compreender este conceito:
— suponhamos que um homem pretenda empurrar um caixote bastante alto, de forma
que este escorregue pelo assoalho. Ao empurrão que o homem aplica denominamos/or-
ça. A força,como veremos mais adiante, é uma grandeza vetorial. AFig.L 10 mostra o
vetorforça f. Pois bem, com o objetivo de fazer o caixote deslizar, esta força não po
de ser aplicada em qualquer ponto. Se o homem aplicá-la no topo do caixote, há perigo
de fazê-lo girar em torno da aresta que passa por ,4. O efeito do vetorforça f" muda,
se mudarmos o seu ponto de aplicação-, f é, neste caso, um vetor ligado.
m//
A
Fig. 1. 10 A força f aplicada ao caixote i um vetor ligado..
b. Vetor Deslizante
É aquele que pode ser deslocado ao longo de uma linha de ação.
Exemplo-. O vetor força f que o operário aplica através da corda pode ser dese
nhado em qualquer ponto desta. Ver a Fig. 1.11.
//,
£ Fig. 1.11 A força f é u/n vetor deslizante.
23
c. Vetor Livre
É aquele que pode ser deslocado para qualquer ponto de uma região do espaço.
Exemplo. A velocidade de escoamento das águas de um rio, cuja corrente é uni
forme (todas as partículas de água têm a mesma velocidade), pode ser desenhada em
qualquer ponto do rio.
d. Vetores Equivalentes ou Equipolentes
Vetores equivalentes ou equipolentes são aqueles que pdssuem a mesma direção,
o mesmo sentido e o mesmo módulo. Por exemplo, um campo vetorial uniforme é uma
região do espaço na qual associamos a todos os pontos vetoresequipolentes. Exemplo:
o campo gravitacional da Terra pode ser considerado uniforme numa pequena região
próxima da superfície terrestre; o vetor g~ (aceleração da gravidade) é o mesmo em to
dos os pontos; ou seja, podemos dizer que são equipolentes todos os vetores associados
a este campo uniforme.
e. Vetores Colineares
Dois vetores são collneares quando eles possuem a mesma reta suporte. Dois ve
tores colineares podem possuir o mesmo sentido ou então sentidos contrários. Na Fig.
1.12 mostramos dois vetores colineares de mesmo sentido.
Ê
Fig. 1.13 Exemplo de vetores
Fig. 1.12 Os vetores u" e paralelos não equipolentes.
v são dois vetores coli
neares de mesmo sentido.
ü>
v
---- ►
24
f. Vetores Paralelos
São os que têm a mesma direção. Ver as Figs. 1.13 e 1.15
g. Vetores Concorrentes
São aqueles que têm origem comum. Ver a Fig. 1.14.
h. Vetores Simétricos
Dizemos que dois vetores são simétricos quando eles possuem o mesmo módulo
e a mesma direção, mas possuem sentidos contrários. Na Fig. 1.15 mostramos dois ve
tores simétricos.
I. Vetores Coplanares
Vetores coplanares são aqueles que pertencem a um mesmo plano. Na Fig. 1.16
indicamos três vetores coplanares.
Fig. 1.11 Ovetorr é o vetor resultante da soma vetorial do vetor a comovetorb" ecomovetor
c . Este método gráfico é conhecido pelo nome de .regra do polígono.
25
Observação: Fazendo uma construção semelhante à indicada na Fig._l.l7, mas
alterando a ordem das parcelas vetoriais, você notará que o vetor resultanter é sempre
o mesmo. Ou seja, na soma vetorialo vetor resultante não depende da ordem das par
celas vetorlais.
Regra do Paralelograma
O método é exposto é conhecido como método do polígono. Um método equiva
lente é o método do paralelograma. Vamos ilustrá-lo para o caso de dois vetores: Para
adicionar dois vetores, façamos coincidir suas origens. A seguir, pela extremidade do
primeiro, tracemos uma paralela ao segundo e, pela extremidade do segundo, uma pa
ralela ao primeiro. O vetor resultante tem origem comum aos dois vetores, c extremi
dade na interseção das retas auxiliares traçadas. A série de figuras ilustra o método,
etapa oor etapa.
~^F
F = a + b
Fig. !. 18 Esquenta paru ilustrar o método do paralelograma utilizado para obter a resultante da
soma de dois vetores ã" e b. Ver também a Fig. 1.19.
A sequência de desenhos indicados na Fig. 1.18 ilustra o método do paralelogra
ma (ou regra do paralelograma}. Mais adiante mostraremos como se utiliza a regra do
paralelograma para a determinação do módulo da resultante r.
Observação: Q método do paralelograma (ou regra do paralelograma] deve ser
utilizado somente para a determinação do vetor resultante r~ da soma de dois vetores.
Quando você precisar determinar a soma vetorial de três ou de mais de três vetores não
é aconselhável a regra ou método do paralelograma-, neste caso, é mais conveniente uti
lizar o método da decomposição num sistema cartesiano ortogonal, conforme mostra
remos mais adiante. No caso de mais de dois vetores, o método do paralelograma é apli
cado do seguinte modo. Aplique o método do paralelograma para achar a resultante
~ da soma vetorial dos dois primeiros vetores; a seguir, aplique o método do paralelo
grama para determinar a resultante r? da soma de zf com o terceiro vetor, e assim por
diante, até o último vetor. Note que este método é mais trabalhoso do que a regra do
polígono (ou método do polígono) ilustrado na Fig. 1.17.
Determinaremos, analiticamente, o valor da resultante e sua direção. Tomemos
dois vetores ü~ e v" que formam entre si um ângulo a e apliquemos o método do parale
lograma. Ver a Fig. 1.19.
Prolonguemos, agora, a direção de v*, e, da extremidade de ~, baixemos uma
perpendicularsobre essa direção. Fica formado o triângulo OBA, doqualréahipote-
nusa. Então, pelo Teorema de Pitágoras, tem-se: r2 = OB2 + BA2, onde OB = V +
CB.
Observemos que BCA = «, pois estes ângulos são correspondentes..
Como o triângulo CBA é retângulo, podemos escrever:
26
Fig. 1.19 Regra do paratetogramo para a determinação do módulo, da direção e do sentido do
vetor resultante r .
CB = CA . cos a
Como CA = u, CB = u cos a.
Por outro lado:
BA = CA . sen a
Como CA = u. BA = u sen a.
Levando estes valores na expressão de r, tem-se:
r2 = (v + u cos a)2 + (u sen a)2 .'.
A fórmula (1.12) fornece o módulo r da resultante r~. O ângulo a entre dois veto
res u e v é o menor ângulo formado entre os dois segmentos de reta que representam
os vetores. Note que quanoo a for um ângulo agudo, cos a épositivo e a resultante pos
sui módulo r maior do que (u2 + v2)'22. Contudo, de acordo com a relação (1.12), quando
a for um ângulo obtuso, o módulo ri menor do que (u2 + v2)122 porque cosa t negati
vo quando a i maior do que 90°.
O ângulo <t> formado entre o vetor resultante ~ e o vetor v" pode ser determinado
mediante o triângulo OAB indicado na Fig. 1.19. Podemos escrever para a tangente
de <t> a seguinte expressão:
tgó = ^ tg0 = u sen a
OB v + u cos a
r= + 2/,/: cos a
>/ 202 + 302 + 2.20.30 -cos 60°
r = VTÕÕÕ .-. r s 44 N
27
_____ __
r /
/
* /
/
Ã
Fig. 1.20
Exemplo 1.4 Um barco tenta atravessar uma corrente usando sua força máxima.
Sua velocidade em águas paradas.com força máxima, éde4m/s. A velocidade da corren
teza é de 3 m/s. Sabendo-se que o barco aproa perpendicularmente à corrente, qual será,
na verdade, a velocidade com que atravessa o rio e em que direção o faz?
Solução. Na Fig. 1.21 mostramos o esquema das velocidades. A velocidadedo bar
co é designada por b , a velocidade da correnteza i indicada por C . A velocidade resul
tante do barco é indicada por v*.
c
Fig. 1.21
De acordo com a fórmula (1.12), o quadrado do módulo da velocidade resultante
é dado por:
28
(a) ot = 0o ; (d) cr = 180° ; (c) a = 90°
Solução. Na Fig. 1.22 mostramos um esquema para a aplicação da regra do parale
lograma (ou método do paralelograma}. Em qualquer um dos três casos, podemos escre
ver:
Fig. 1.22
v u2 + V2 + 2 UV COS Ot
u sen a
tg 0 =
v + u cos a
(d) a - 180°
= xíü2 + v2 + 2uvcos 180° r = 4 u2 + v2 — 2uv
Logo: r = V (xz - v)‘ r= u - v
u sen 180° tg 0 = 0 = —~= 180° ou 0°)
tg 0 =
v + u cos 180° V— U —1
(c) a = 90°
r - v ir + v2 + 2 uv cos 90° r = u2 + r'
u sen 90°
<2 <t> = 0 = arc tg-íí
v + u cos 90° v
29
A multiplicação de um vetor v~ por um número negativo — N fornece um vetor
cujo módulo é Nvezes maior áo que o módulo do vetor v*, porém o vetor - Nv possui
sentido contrário ao do vetor v", apesar de possuir a mesma direção do vetor v .
Como exemplos, na Fig. 1.23 indicamos um vetor õ" e os vetores 2a , - 3a <
- ã”. Note que o vetor — õ" é o vetor simétrico do vetor íF.
- 3a
Fig. 1.23
Subtração de vetores
A subtração ou diferença de dois vetores consiste na obtenção da resultante da
soma vetorial do primeiro vetor com o vetor simétrico do segundo vetor. Na Fig. 1.24
indicamos os vetores v] e v? . Desejamos determinar a diferença vetorial entre estes
dois vetores.
Fig. 1.24
áv" = >7 - v?
30
Av
Fig. 1.25
Aplicando o mesmo método de cálculo utilizado na dedução da regra do soma
vetoríal podemos mostrar que:
Av = Vvf + vé - 2v, v, cos «
- V, sen a
tg <t> =
V, - V, cos a
vL = v cos a
L
Fig. 1.26
b. Projeções Ortogonals de um Vetor
Seja v* = (JX um vetor; Oxe Oy são dois eixos perpendiculares entre si. Os veto
res i\ e v" indicados na Fig. 1.27 são as projeções ortogonais ou componentes do ve
tor v" segundo os eixos ortogonais Ox e Oy.
Da Fig. 1.27 é evidente que:
v, = v cos a
v, = v sen a
31
y
c ,k A
«"I
I
I
V I
I
v, I
I
I
I
a I
O x
Fig. 1.27 Os vetores v. e v", são as projeções ou componen
tes ortogonais do vetor v .
c. Teorema
"A projeção da resultante de um sistema de vetores sobre um eixo é igual à resul
tante das projeções dos diversos vetores sobre o mesmo eixo."
Na Fig. 1.28 ilustramos a aplicação do teorema anterior.
Fig. 1.28
d. Soma Setorial pelo Método da Decomposição
Desejamos obter a soma vetorial ã" + C + c* dos i rês vetores indicados na Fig.
1.29.
32
a
Na Fig. 1.30 ilustramos o procedimento para se obter uma soma vetorial median
te o método da decomposição. O vetor ã~ deve ser desenhado de modo que sua origem
coincida com a origem O do sistema Oxy. A partir da extremidade de õ* desenhamos
o vetor 5", e assim sucessivamente. Utilizando o método do polígono para obter a re
sultante r* e aplicando o teorema anterior, podemos obter facilmente o vetor resultan
te ~ que possui componentes r\ erj , conforme ilustrado na Fig. 1.30.
y
- b, Õ a b
a> I,"
l <
i i
c,
1C
l
i
r. i
i
i
t
0 a. x
Fig.1.30
Observamos que: r, = a. + b, - c,
r, = a, + o - c„ pois b, = 0.
Podemos generalizar o método da decomposição para um número qualquer de
vetores. Neste caso, os componentes r, e r, do vetor resultante r são dados por:
r, = E v,
r, = E v,
onde o somatório se estende para o número total de componentes dos vetores. Na Fig.
1.31 representamos apenas a resultante ~ e os componentes desta resultante (r, e r,).
Da Fig. 1.31 concluímos facilmente que:
33
y n
i
6 i
0 ■*
O A x
Fig. 1.31
Produto escalar
Sejam iZ eZ dois vetores. O produto escalar ác ü~ com ~é um número c defini-
do por:
c = uv cos 6
onde u é o módulo do vetor ã, v é o módulo do vetor ~ e S é o ângulo entre iZ eZ.
Normalmente, o produto escalar entre dois vetores é designado por um ponto (.) entre
os vetores. Podemos, então, definir o produto escalar de dois vetores mediante a fór
mula:
íZ .v = uv cos 6 (1.13)
Conhecendo-se o produto escalar u.v = c, podemos calcular o ângulo entre dois
vetores. Da relação (1.13) obtemos:
34
cos0 = (u .v )/uv
Da definição (1.13) concluímos que o quadrado do módulo de um vetor iT pode
scr obtido pelo produto escalar do vetor u* por ele mesmo, ou seja,
U.Ü-- U2
Observação: o quadrado do módulo de um vetor denomina-se norma do vetor.
Produto vetorial
O produto vetorial de dois vetores u ev é um terceiro vetor w simbolizado pela
notação:
w = ü Xv
onde o sinal de multiplicação (X) indica o produto vetorial. O vetor ív possui as seguin
tes caracteristicas:
(a) O módulo do produto vetorial de dois vetores é dado por:
w = 17 X TI = uv sen 8 (1.14)
onde 6 i o menor ângulo entre os dois vetores. Existem dois ângulos entre dois vetores;
o menor dos dois ângulos vale 8 e o maior vale 360° — 8. Como sen (360° — 8) = —
sen 8 i conveniente escolher sempre o menor ângulo entre os dois vetores para que o
módulo w seja positivo. Observe que na definição do produto escalar (1.13) tanto faz
escolheromenorânguloflquantoomaior ângulo (360° — 8), uma vezquecosfl - cos
(360°- 8).
(b) A direção do vetor w é sempre ortogonal a ü" e a v*.
(c) O sentido do vetor w é dado peta regra do saca-rolhas. Fazendo-se girar um
saca-rolhas no sentido de u para v* o avanço da rosca direita do saca-rolhas ocorre
no sentido positivo de w . Um parafuso de rosca direita girando no sentido de i7 para
v* (através do menor ângulo 8), avança no sentido positivo de ív . Outra regra equiva
lente para se obter o sentido do produto vetorial é a chamada regra da mão direita. Co
loque os dedos da mâo direita (com exceção do polegar) envolvendo os vetores ü" e v",
de modo que os dedos indiquem uma rotação de ü" para v* (descrevendo o menor ân
gulo entre estes dois vetores); neste caso, o dedo polegar indicará o sentido positivo do
vetor iv . Note que o sentido de >v decorre da convenção acima explicada.
Observação: O produto vetorialde dois vetores não é comutativo, ou seja, quan
do trocamos a ordem dos fatores da multiplicação vetorial, o vetor >v muda dc sinal.
Logo,
Vetor Axial
É claro que o sentido do vetor w resulta de uma convenção de “rosca direita" ou
da regra da "mão direita". Justamente por esta razão, todo vetor w obtido pelo produto
vetorilde dois vetores è chamado de vetor axial ou pseudovctor. A palavra "pseudove-
tor" decorre do fato de que o vetor w tem um sentido convencional ao passo que um vetor
* * verdadeiro" (denominado vetor polar) possui um sentido único que não depende de ne
nhuma convenção. No Capítulo 5 voltaremos a fazer comentários sobre os vetores pola
res (vetores "verdadeiros") e sobre os vetores axiais (ou "pseudovetores").
35
Duplo produto vetorial
O duplo produto vetorial envolvendo três vetores , v* e u> ,éum vetor t definido
do seguinte modo:
= u X (v X w) = (u .w )v" — (u ,v )>v
A> + HB AB = 2u AB 2 CD = — AB
CD 3 2
. Cl + 4D CD = 3 u
Fig.1.34 Medida de dois comprimentos ABe CD tomando-se como base um padrão de compri
mento igual a 1 u.
Também podemos comparar tempos. Escolhemos um fenômeno, de preferência
repetitivo, como o oscilar de um pêndulo para servir de padrão de tempo. Por exem
plo, suponha que na Fig. 1.33 desejamos comparar o tempo de queda da bola B com
o tempo de queda de A. Para tanto fazemos com que o início das oscilações de um pên
dulo coincida com o momento em que a bola A foi largada e contamos quantas oscila
ções o pêndulo executou até a bola A tocar o solo. Admitamos que tenham, sido duas.
Repitamos o mesmo procedimento para a bola B e suponhamos que o mesmo pêndulo
executou três oscilações durante a queda de n. Poderemos escrever:.
tA = tempo de queda de A = 2 oscilações^! {
t, tempo de queda de B = 3 oscilações ) ______ 2
É claro que estamos admitindo que todas as oscilações do pêndulo são iguais en
tre si. No Capítulo 2 faremos uma discussão mais detalhada sobre medidas e sistemas
de unidades.
O conceito de sistema de referência está associado à situação de Um observador
que afirma que algo se move ou que está em repouso. Um sistema de referência é um
corpo ou um conjunto de corpos relativamente aos quais este observador é considera
do fixo (ver Fig. 1.35) J~
37
O movimento de um corpo é visto de forma diferente por observadores ligados
a referenciais diferentes. Imagine que no ônibus da Fig. 1.36 há um passageiro brin
cando com uma bola, quicandoabola no piso do ônibus. O observador ligado ao refe
rencial ônibus vê a bola descrever uma linha reta para cima e para baixo. Um observa
dor fixo na superfície da Terra vê a bola descrever uma linha como a indicada na Fig.
1.37. __________________ -—
o
O' ò
(o)
38
U/t/fW
1,25
Fig. 1.38 Podemos associar uma ''unidade de tempo*' a cada oscilação completa do pêndulo;
sendo assim, cada ponto da trajetória descrita pelo pêndulo corresponde a um ' 'instante de tem
po”.
39
Unidade de Comprimento
A unidade de comprimento é um comprimento arbitrariamente escolhido. A uni
dade internacionalmente adotada é o melro, símbolo “m”, que corresponde aproxi
madamente a 1 /40.000.000 do comprimento do equador terrestre. No Apêndice D apre
sentaremos uma definição mais rigorosa do metro.
Posição
Consideremos um ponto M que observado de um certo sistema de referência des
creve a trajetória C. Ao sistema de referência fixamos um par de eixos perpendiculares
entre si, Ox e Oy, como mostra a Fig. 1.39. Suponhamos que num certo instante t o
ponto encontra-se em M. A posição do móvel no instante t é dada pelo vetor de origem
O e extremidade M que designaremos por r , ou seja, r* = DAT?
y
Trajetória C
yj ,r Xl '
K\
I
I 7 - ÕM
I
I
r I
I
-çj------------------
o T xi
r é o vetor posição de M
no instante t. __
r = xi + yj
Fig. 1.390 vetor posição de um ponto M é o vetor que liga a origem
0 do sistema de coordenadas com o ponto M considerado.
40
c
M
Trajetória
s
3
2
/ 7
O
sé a posição escalar do
móvel no instante t.
Fig. 1.40 Podemos localizar um ponto M sobre uma curva C di
zendo qual é a distância s entre o ponto M e um pontofixo 0 si
tuado sobre a trajetória C.
Dissemos anteriormente que a Cinemática é a descrição do movimento. Pois bem,
descrever um movimento é dizer de que modo sua posição (yetorial ou escalar) varia à
medida que os instantes se sucedem, à medida que o tempo passa. Se pudermos dizer,
para cada instante, qual é a posição do móvel estaremos dando uma descrição do movi
mento.
Exemplo 1.6 Um móvel desloca-se de tal forma que seu vetor posição tem módulo
constante e igual a 2 m e o ângulo 0 do vetor posição com o eixo Ox varia com o tempo de
acordo com a equação
0 = irt/2
6- 3x72
A
M
Fig. 1.41 Esquema do
Exemplo 1.6.
Exemplo Z.7Um móvel desloca-se de tal forma que seu vetor posição varia com o
tempo de acordo com r - 2t i , onde t se exprime em segundos e r* em metros. Qual
a trajetória do móvel? Indique a posição em t - 3 s.
41
Solução. Temos:
xF r yf
Pelo enunciado:
“ = 2tF
Comparando as duas relações anteriores, como v = O. vemos que a trajetória c o
eixo Ox. Ver a Fig. 1.42.
M
O 1 2 3 4 5 6
Comox- 2r,parat = 3s. concluímos que o móvel se encontra num ponto .W dado
por:
X = 6 metros.
Exemplo 1.8 Sobre a curva da Fig. 1.43. um móvel se desloca de acordo com a equação
s = 2/ + I. Indiquesuaposicãoemr = 2econstruaográficosX I. Considerescm melros
c t em segundos.
5(m)
s = 2l + 1
s (cm metros)
/ 1
Z0 (a)
i (b)
I
I Z(s)
Fig. 1.44 7
42
Velocidade
A velocidade é a grandeza que informa como o móvel muda de posição à medida
que o tempo passa, se o faz muito depressa ou se o faz devagar. A velocidade é a rapi
dez com que a posição muda. Para conceituá-la de modo mais exato vamos estabelecer
algumas idéias auxiliares.
(a) Variação de posição (ou vetor deslocamento)
Considere um móvel que no instante t está em Mc num instante posterior t’ está
em M'(ver Fig. 1.45). Chama-se vetor variação de posição ou vetor deslocamento à di
ferença entre o vetor posição r~< no instante t' e o vetor posição r no instante t. Ou
seja.
= r - (1.15)
onde Ar* c o vetor deslocamento entre M e M’.
y
M'
Ar
M
7
t f
75 x
43
M*
s*
M
As
r
s
t
O
' As = — í - arco MM’
(Variação de posição escalar no
intervalo de tempo de t a H
Fig. 1.46 Ilustração para mostrar a variação da posição es
calar ao longo da trajetória entre dois pontos M e M\
um deslocamento Ar* é o vetor definido por Ar* /Ar (ver a Fig. 1.47). Ou seja, a veloci
dade média é um vetor dado por:
= Ar /Ar (1.16)
onde Ar* é ò vetor deslocamento definido pela equação (1.15) e Ar é o intervalo de tem
po, ou seja: Ar = t’— t.
Ár* M’
M
t
M
t As
v, = A*
AZ
Fig. 1.48 Esquema para ilustrar
a definição de velocidade escalar
média.
44
Observe que vm tem o mesmo sinal de Aí visto que Af é positivo. Quanto a uma
comparação entre os módulos de vZ e vm podemos verificar que:
| v*.| s |v. | (1.18)
É claro que no caso de um movimento retilíneo, vale a igualdade na relação (1.18),
porque |á~| = |Aj|. Contudo, se o movimento não for retilíneo |i£| é sempre me
nor do que |v„|.
(c) Velocidade instantânea
Vetor velocidade instantânea em t é o vetor para o qual se aproxima o vetor velo
cidade média entre t e t’ (t‘ > t) quando t’se aproxima de t, isto é, quando át tende a
zero. Ou seja, levando em conta a relação (1.16), temos:
— _ limite £sr~ (1.19)
tst-ü âr
Exemplo 1.9 Um automóvel segue uma trajetória retilínea de A até B com uma ve
locidade constante de 40 km/h e retorna de B até A com uma velocidade constante igual
a 60 km/h. Calcule a velocidade escalar média do automóvel ha viagem de ida e volta.
Solução. Quando um estudante resolve pela primeira vez um problema deste tipo,
normalmente ele confunde a velocidade média com a média das velocidades e fornece a
sguinte resposta errada: 50 km/h. Vamos mostrar que a velocidade média neste exemplo
não é 50 km/h. .
Seja d a distância entre A e B. Seja h o tempo que o automóvel leva para ir de A até
B com velocidade constante v( = 40 km/h e h o tempo que o automóvel leva para voltar
de B até A com uma velocidade constante v2 = 60 km/h. Pela definição de velocidade ins
tantânea, no caso de um movimento retilíneo e uniforme, temos:
v = x/t
ondexé o espaço percorrido e/éo tempo do percurso. Logo, o intervalo de tempo total
para ir de A até B e voltar de B até A é dado por:
A/ = r, + 6 = (d/v.) + {d/v2) (D
onde d é a distância de A até B.
45
Substituindo as relações (2) e (3) na definição de velocidade escalar média (1.17),
obtemos:
vm 2v,v;/(r, + v?) (4)
Substituindo os dados v, = 40 km/h e v2 = 60 km/h na relação (4) achamos o se
guinte valor para a velocidade escalar média:
v,„ = 48 km/h
F.stc exemplo mostra claramente que o vetor velocidade média é uma grandeza com-
plciamemcf//7OT,i/eda velocidade escalar média. Além disto, a média aritmética das ve
locidades não tem nenhuma relação com a velocidade média nem com o vetor velocidade
média.
Observações:
1 - A velocidade instantânea nos dá a cada instante a capacidade de um móvel pa
ra varrer distâncias. Quando dizemos que um automóvel tem, num certo instante, uma
velocidade de 80 km/h estamos dizendo que ele poderia, na próxima hora, percorrer
80 km.
2 - Suponha que um corpo, apoiado sobre uma mesa horizontal, esteja preso a
um fio cujo outro extremo é ligado a um ponto fixo da mesa. O corpo movimenta-se
em trajetória circular. Se o fio se rompe o corpo tende a seguir uma trajetória retilínca,
tangente à circunferência no ponto em que o fio se rompeu. A velocidade tem, a cada
instante, a direção tangente à trajetória. Esta conclusão decorre da própria definição
de velocidade. Na Fig. 1,49 ilustramos esta importante propriedade característica do
vetor velocidade.
Fig. 1.49 Ilustração para mostrar que a velocidade é um vetor tangente à trajetória (em cada um
de seuspontos), (a) Uma partícula descreve uma trajetória circular, (b) Quando o fio que prende
a partícula se rompe, a partícula é projetada numa direção tangente à trajetória.
46
o pedacinho que encosta cm meia circunferência da roldana. Chamemos L a este compri
mento dc corda pendente.
s, + Su - L ; no instante t (D
7////////
O
__
A-
A "• j
"te
B I- s
ASh _
---- + — = 0 : ou < vx> H)
Ar Ar
limite-^-' + limite = 0
Ar —0 A/-0 •*'
47
Logo,
Va + VB = 0 VA = — VB
Observe que os sinais diferentes vA e vB originam-se nos sinais diferentes de As\ e As»
e indicam movimentos de sentidos contrários. Como os dois movimentos são relilineos,
as duas velocidades possuem a mesma direção (da própria corda), mas possuem sentidos
contrários. Na Fig. 1.52, mostramos o resultado final.
Resumo da solução:
(a) Estabelecemos uma relação entre as posições, conforme indicado em (1).
(Z>) Obtivemos uma relação entre as variações de posição, conforme indicado na re
lação (3).
7T
0 l ■■
0
Fig. 1.52 Esquema para o resu
mo da solução do Exemplo 1.10.
(c) Em seguid,a, passamos para uma relação entre as velocidades médias, conforme
o resultado (4).
(d) Finalmente, imaginando que Aí-> 0, obtivemos a relação final entre as velocida
des: _____________
VA = - VH
48
M’ c M' c
v
-/
O
49
s
r *’
AS = s'- S ’
u 5
O
t
Át = t’~ t
Fig. 1.56 Esquema para a solução do Exemplo 1.13.
Observações:
1 - Quando empregamos a expressão “velocidade" estamos nos referindo ao ve
tor velocidade instantânea.
2 - A velocidade instantânea não pode ser medida diretamente; contudo, o módu
lo da velocidade instantânea pode ser determinado com boa aproximação medindo-se
a velocidade média num intervalo de tempo suficientemente pequeno.
Aceleração
A aceleração i a grandeza criada para informar como a velocidade de um móvel
varia (se lentamente ou se rapidamente). A aceleração é a rapidez com que a velocidade
muda, ou melhor,’ a aceleração é a taxa de variação da velocidade. Para conceituar a
aceleração é necessário definir algumas quantidades auxiliares.
(a) Variação de velocidade.
A variação do vetor velocidade no intervalo de tempo de t a t ’(f‘ > t) é a diferença
entre os vetores v’e v, velocidades instantâneas correspondentes aos instantes z'e t. Ou
seja,
] A~ = v’- v |
Na Fig. 1.57 ilustramos como se obtém a variação da velocidade.
50
Denomina-se variação da velocidade escalar no intervalo de tempo de t a t ’ (t' >
/) a diferença entre a velocidade escalar v'correspondente ao instante l’e a velocidade
escalar v no instante t. Logo,
Av = V - v
Do triângulo indicado na Fig. 1.57 concluímos facilmente que:
lAv"l Z lAvI
Note que a igualdade indicada na relação anterior só ocorre no caso de trajetória
retilínea (sem inversão no sentido da velocidade). Compare o resultado anterior com
a equação (1.18).
(b) Aceleração média
Vetor aceleração média no intervalo de tempo de t a t' é o quociente da variação
do vetor velocidade ocorrida no intervalo de tempo At = t’ — t:
— Av"
(1.21)
~ bt
51
(c) Aceleração instantânea
Vetor aceleração instantânea no instante ré o vetor para o qual se aproxima o ve
tor aceleração média entre os instantes t e t'(t’> f) quando t' se aproxima de t, isto é,
quando AZ tende a zero. Ou seja, levando em conta a relação (1.21), vem:
5" - limite Av~
AZ-0 AZ (1.23)
Aceleração escalar instantânea no instante Z é o valor para o qual se aproxima a
aceleração escalar média (1.22) entre os instantes t e Z* (Z'> Z), quando Z’ se aproxima
de Z, isto é, quando AZ = t‘ — Z tende a zero. Logo,
a = limite Ag (1.24)
A/-0 Aí
flt
an
Raio de curvatura
r
Centro de curvatura
C
O vetor a tem um componente tangencial e
um componente normal à trajetória
Fig. 1.59 O vetor aceleração instantânea
pode ser decomposto em dois componen
tes ortogonais (ã' = õ“ + ).
Observações:
1 - O vetor a geralmente possui módulo maior que o módulo da aceleração esca
lar. No caso de movimento retilíneo o vetor ã* possui módulo igual ao módulo da ace
leração escalar. Logo,
|r|> |o |
2 - A direção do vetor <F depende do tipo de movimento do ponto. E conveniente
decompor o vetor ã" em duas posições previamente escolhidas e perpendiculares entre
52
si, a saber, a direção tangente à trajetória no instante t (direção de v")e a direção nor
mal (perpendicular) à trajetória no mesmo instante. O vetor p denomina-se acelera
ção tangencial e o vetor ã", é a aceleração norma! (ou aceleração centrípeta). Estes ve
tores gozam das seguintes propriedades:
(a) O módulo de cT é sempre igual ao módulo da aceleração escalar instantânea.
Ou seja, õy = a
(b) O módulo de a, t sempre igual ao quociente entre o quadrado da velocida
de instantânea e o raiode curvatura, r, no instante considerado.
|í| = S/r (1.25)
(c) O vetor a, sempre aponta para o centro de curvatura e está sempre sobre o
raio de curvatura', ele é frequentemente denominado aceleração centrípeta (que aponta
para o centro) ou aceleração radial (que tem a direção do raio). Ver a Fig. 1.59.
(d) O vetor õ" pode ser expresso pela soma vetorial de e ã~„ , ou seja,
ã = a, + í
(e) O módulo da aceleração total é dado por:
a = s/a,2+ ai (1.26)
f) O ângulo ó entre a aceleração <T e a velocidade V ê obtido mediante a relação:
tgó = í í (1.27)
(g) O vetor descreve como varia o módulo de v . Se p tem o sentido de v*, en
tão o módulo de v é crescente Se p tem sentido oposto a jT, então v é decrescente.
(h) O vetor õ". descreve apenas as variações de direção do vetor v". No caso de
um movimento retUíneo ã~„ = 0.
u—
a.s
0
Fig. 1.60 Esquema do Exemplo
1.14.
53
Solução. No Exemplo 1.10 havíamos mostrado que num instante r qualquer:
£+ %=0 (1)
Num instante posterior
+V 0 (2)
Subtraindo (1) de (2), vem:
6? - \ ) + <*? - »í > = °
Ou então,
Ava + âvn = 0
Dividindo a relação anterior por Ar, obtemos:
= õ-
Ar Ar
Exemplo 1.15 Sobre uma reta OX um ponto se move de tal forma que sua veloci
dade varia com o tempo deacordo com v = At + 1. Calcular sua aceleração, sabendo que
/ se mede em segundos e v em metros por segundo. Calcule o valor da aceleração do mó
vel.
Solução. No instante t: v = At + 1 (1)
No instante v’ = At* + 1 (2)
Subraindo (2) — (1): v'- v = 4(z*— r) .'. Av = 4Ar
Logo,
-^=4
Ar
Exemplo 1.16 Sobre uma reta OX um ponto se move de tal Ibrma que sua veloci
dade varia com o tempo de acordo com v = 2t* + 2, onde i se exprime em segundos e v
em m/s. Calcule a aceleração em t = 3 s.
Solução. No instante t ‘ v - 2P + 2 (D
No instante t* : v* = 2r’* + 2
Fazendo — t = Ar e t‘ = t + Ar, vem:
v* = 2(r + Ar)2 + 2 v’ = 2t2 + 4r Ar + 2(Ar)2 + 2 (2)
Subtraindo (2) — (1), vem:
v' — v = 4/Ar + 2AZ2 Av = 4/Ar + 2Ar’ :.
-⣠= At + 2AZ
Ar
54
Quando tst tende a zero, obtemos:
a = 4r
Para t ~ 3 s, vem:
a — 12 m/s'*
Fig. 1.61 Um ônibus se desloca com velocidade igual a 10 m/s em relação a um observadorOfixo
na Terra. O menino se desloca em relação ao ônibus com uma velocidade relativa igual a 2 m/s
(no mesmo sentido da velocidade).
55
ônibus tem. Assim sendo, como essas velocidades têm mesmo sentido, a “velocidade
verdadeira” (em relação a 0) do menino será 10 + 2 = 12 m/s, conforme mostra a Fig.
1.62.
12 m/s
///////////////'////// /7
10 m/s 2 m/s
////////7//A ////////7>
Fig. 1.62 Esquema para determinar a velocidade do meni
no em relação ao observador 0, indicado na Fig. 1.61.
Vamos generalizar o raciocínio do exemplo anterior. Seja 5 um sistema de referê-
ciafixo na Terra (este sistema é também chamado na Mecânica Clássica de1 'sistema ab
soluto”). Seja S’ um sistema de referência fixo num corpo que se desloca com veloci
dade em relação ao sistema S. A velocidade do sistema S’ em relação a S deno
mina-se velocidade de transporte ou velocidade de translação. O vetor posição de um
ponto em relação a S é igual a r* e em relação a S’ é igual a r> .O vetor posição do cen
tro O’ do sistema S'em relação a Sé igual aí*. Logo, obsevando a Fig. 1.63, podemos
escrever:
r
O'
s
O S
Fig. 1.63 Um ponto Ppossui vetor posição T> em relaçõa a S' e
r* em relação a A- O vetor posição de 0’ em relação a S é igual
as~.
r~ = m + s*
Logo,
Ar* = Ar> + As* (1.28)
Dividindo ambos os membros da relação (1.28) por At, fazendo At tender a zero
e lembrando a definição de velocidade instantânea, obtemos a regra para transformar
a velocidade em relação a um sistema S’ para a velocidade em relação ao referndial ab
soluto S: _____________
7 = v, + v, (L29)
56
onde v* é a velocidade do ponto P indicado na Fig. 1.64 em relação a S, v*« é a velo
cidade do ponto P em relação a S’ e v", é a velocidade deiranslação de S’em relação
a S.
Na Fig. 1.65 ilustramos a soma vetorial indicada na relação (1.29).
v.
S’
S
Fig. 1.64 O ponto P se desloca com velocidade v", emrelação
a S'. A velocidade de S' em relação a Sé igual a C . Qual é
a velocidade de P em relação a S?.
Velocidade relativa
A equação (1.29) mostra que só tem sentido físico falar de uma velocidade quan
do especificamos osistema de referência emrelação ao qual desejamos determinarare-
iocidade. A equação (1.29) é conhecida como “ transformação de Galileu para as velo-
cidades". A transformação de Galileu é baseada num dos postulados fundamentais da
Mecânica Clássica. Na Seção anterior dissemos que o tempo é absoluto, isto é, um in
tervalo de tempo At no sistema S é igual ao intervalo de tempo At' no sistema S ’. Na Lei
tura Complementar, no final deste Capítulo, mostraremos que este postulado não i aceito
na Física Moderna-, consequentemente, a relação (1.29) só vale na Mecânica Clássica.
Mostraremos, na Leitura Complementar, que a velocidade relativa na Física Moderna
57
não é calculada pela equação (1.29). Contudo, na esmagadora maioria das aplicações
práticas, como asvelocidades envolvidas são muito menoresdoque avelocidade da luz
no vácuo, verifica-se que a fórmula (1.29) fornece resultados que concordam com os
dados experimentais.
Vamos explicar a velocidade relativa vÇ dada pela equação (1.29):
| yj = 7 - vf [ (1.30)
Seja v* = = velocidade de P em relação aS. Seja {T = yT = velocidade do
referencial S’ em relação a S. Seja Ç = A - velocidade de B em relação a A. Po
demos escrever a regra da velocidade relativa (1.30) do seguinte modo:
|r „.a = | (>-3i)
A equação (1.31) fornece a regra para se obter a velocidade relativa de B em rela-
çãoaA, sendo B e A dois corpos determinados. Por exemplo, no caso da relação (1.30),
Bi o ponto Pe A i o corpo no qual fixamos o referencial S’; i a velocidade ví
do ponto P em relação a A. A velocidade é a velocidade do corpo B em relação ao
referencia!fixo na Terra e é a velocidade de A (ou do sistema S0 em relação ao re
ferencial fixo na Terra. A seguir, vamos exemplificar o uso da equação (1.31).
Exemplo 1.17 Um homem caminha pela rua com velocidade de 3 m/s. A chuva
cai verticalmente com velocidade de 4 m/s. Como o homem vê a chuva cair?
Solução. Na parte (o) da Fig. 1.66 mostramos as velocidades em relação a um ob
servador fixo no solo.
3 m/s
3 m/s
( vc = 4 m/s
4 m/s
$ VR - VC,A
(a) (b)
Fig. 1.66 Esquema do Exemplo 1.17.
Na parte (ò) da Fig. 1.66 indicamos um referencial S'fixo no homem (corpo A) e
um referencial S fixo no solo. O índice C maiúsculo indica chuva c o índice A refere-se ao
homem. Portanto, vÇ A - velocidade da chuva em relação ao homem. De acordo com
a relação (1.31), temos:
= ''C.A = VC ~ _ C’
onde vt é a velocidade da chuva em relação ao referencial S fixo no solo ei; é a veloci
dade do homem em relação ao referencial S. Na parte (c) da Fig. 1.66 mostramos a dife
rença velorial indicada na equação (1). Como o triângulo indicado na parte (c) da Fig. 1.66
é um triângulo retângulo, temos:
vR = y/ vl + vi = V 47 + 37
vR = 5 m/s
58
tg 4
*A 3
O homem vê a gota cair a 5 m/s numa direção inclinada de um ângulo <t> em relação
à horizontal, sendo:
0 = arc tgA
3
Fig.1.68
59
Levando em consideração o triângulo da Fig. 1.68, obtemos:
v„ — -Jvc + v(— 2vcvb cos 135°
Aceleração relativa
De acordo com a equação (1.31), temos:
Aik. = ~ ai;
Dividindo ambos os membros da equação anterior por AZ e fazendo Az tender a
zero, encontramos a seguinte expressão da aceleração relativa'.
Õ’>.^= ã~, -ã\ (1.32)
onde ÕJ.A é a aceleração relativa de B em relação a A, ã", ia aceleração de B em rela
ção a um referencial fixo na Terra e ã~B é a aceleração de A em relação a um referen
cial fixo na Terra.
60
a
v
v= k
a = 0
0 t
0 t
0 t
61
gativa). Vamos considerar, aseguir, um movimento retilíneo uniformemente acelerado
(a> 0). Para estudar um movimento retilíneo uniformemente retardado basta substituir
a por —a nas equações que serão deduzidas a partir de agora. Tudo que afirmamos a
sguir sobre o m.r.u.v. também vaie para o m.u.v. de um modo geral.
b. Equação da Aceleração e Gráfixo ax t
A equação da aceleração do m.u.v. é
fõ = Ar |
onde k é uma constante não nula. Assim sendo ojgráfico a x t terá a forma indicada na
Fig. 1.72.
J I 0
a = k
0 t
Fig. 1.72 Gráfico a X t no movimento uniformemente
acelerado.
Observação: O movimento uniformemente variável pode ser retilíneo ou curvilí-
neo. No caso do movimento retilíneo uniformemente variável, o vetor aceleração tf é
constante (isto é, possui módulo, direção e sentido constantes). No caso de uma trajetó
ria curvilínea com movimento uniformemente variável somente o módulo da acelera
ção a permanece constante, pois a direção do vetor õ* varia. Além disto, no caso do mo
vimento curvilíneo uniformemente variável, além da aceleração tangencial existe uma
aceleração normal à trajetória. Contudo, no movimento retilíneo uniformemente variável
não existe aceleração normal à trajetória. O tratamento que será feito a seguir vale para
qualquer movimento retilíneo uniformemente variável ou então para a velocidade esca
lar e para a aceleração escalar (isto é, ao longo da trajetória) num movimento curvilíneo
uniformemente variável. Como exemplo de um movimento curvilíneo uniformemente
variável estudaremos o movimento circular uniformemente variável (ver mais adiante).
c. Gráfico vxt e Equação da Velocidade do M. U. V.
No m.u.v. a aceleração é constante, logo o gráfico vxt é uma reta inclinada em
relação ao eixo dos tempos. Assim sendo, a equação da velocidade em função do tem
po será da forma: v = At + B. Béo valor de v para t = 0, que denominaremos v„, A
é o coeficiente angular tg a. Mas como tg a = aceleração (a), vem:
|v = Vo + ar | (1.33)
Na Fig. í .73 mostramos o gráfico da velocidade v contra o tempo t no movimento
uniformemente acelerado. No caso de um movimento uniformemente retardado basta
trocar a por — a na equação (1.33)
62
v = v0 4- at
vo
a
*• t
0
~ ■Sin V, + v„ + at . s - So 2v„ + at . s - s,
= Vc + [at:.
t 2 " t 2 " t
63
s — s, = v„z + -!■ ar
Donde se conclui que: 2
1 ,
s = s,, + v„z + —ar (1.37)
Vamos obter agora o gráfico s X z. Note que a equação horária (1.37) é uma equa
ção do segundo grau da forma:
y = ax2 + bx + c
Portanto, como toda função dada por um polinômio do segundo grau representa
uma parábola, concluímos que é parabólica a forma da curva do espaço percorrido s
em função de Z. Supondo a maior do que zero {movimento uniformemente acelerado)
e v» maior do que zero (velocidade inicial no mesmo sentido de a), podemos construir
o gráfico indicado na Fig. 1.74. Faça como exercício a construção de gráficos de s con
tra Z nos seguintes casos: (a)s, = 0, a>0, v„>0; (b)s„ = 0, a>0, v„<0; (c) s;,< 0, a>0,
v„<0; (d)s„ = 0, a<0, v„>0; (e)s„<0, a<0, v„<0.
a t
tg a = Vo
64
s = s„ + v„z + — at2 t = V - V.
2 a
,v +1o(ÍLe^2 ...
s = st, + v„ (—
a 2 a
O s
vi
2a
65
vilínea devemos considerar que a aceleração é a aceleração tungencial escalar ao longo da
trajetória. Vamos imaginar uma trajetória curvUínea, conforme ilustrado na Fig. 1.76.
A = M
A
M -
O SOM = 0 pOA = 0 fsA = SM
V0M = 40 m/í J VOA = 20 m/,
t
l0 = 0 L'o = 0
Fig. 1.76 Trajetória do Exemplo 1.19.
O movimento do automóvel é uniforme e o movimento da motocicleta é uniforme
mente retardado. Utilizando c índice/I paraoou/ozndve/eoíndice M para a motocicleta,
podemos escrever as seguintes equações horárias:
Sa = 20 + 20 t
A, = 40 í -1. 10 r’
2
su = ÓM
20 + 20 t = 40 t - 5 t3
5 t3 - 20 t + 20 = 0
Obtivemos uma equação do segundo grau no tempo (. A solução desta equação for
nece o instante no qual os veículos se encontram. Logo,
\/l 6 - 16
t1 - Al + 4 = 0 :. t = 1= 2s
2
60
20
t(s)
66
(b) Para resolver o caso (b) basta fazer um raciocínio semelhante ao feiro na solu
ção do item (o).
Sa = 20 + 20 t
Sm 40 í - L 7,5 d
20 + 20 t = 40 t - —7,5 d
2
40 + 40 t = 80 t - 7,5 d
7,5 d - 80 t + 40 t + 40 - 0
40 ± V 1600 - 1200 40 ± 20
l = ------------ — t -------
15 15
h= 4s
h = 1,33 s
Os locais de encontro são:
Sa, = 100 m; íAj = 46,6 m.
Na Fig. 1.78 mostramos os diagramas das equações horárias dos respectivos veícu
los. As interseções entre as duas curvas indicam as soluções possíveis.
100te__
X
\
\
46,6 \
20 U 1
I l
t(s)
O 1,33 15
Fig. 1.78 Gráfico s X t para a parte (b) do Exempto 1.19.
67
VÁCUO
I h
I
l
I
I
í s„ = H
h ✓ v« * 0 e v <0
I I
I I | h = 0
I I
I I
I I
I I g<0
I I H
I s = h
I
I
I
I
I
I
I
I
I
l" v<0
t
h
l I
Fig. 1.79/4 experiência mostra que, no vá
cuo, todos os corpos caem com a mesma Fig. 1.80 Movimento de um corpo lança
aceleração g (aproximadamente igual a 9,8 do verticalmente de cima para baixo com
m/s1). uma velocidade v„.
68
No nosso caso o movimento será acelerado (velocidade e aceleração terão mes
mo sinal) e como orientamos o eixo Oh para cima, consideraremos v0 e g negativos:
v = - Vo - gt |v = - (Vo + gf)|
onde o sinal negativo indica apenas que v tem sentido oposto a Oh.
A equação horária do m.u.v. é:
h = H - vd -—gt2
2
A Equação de Torricelli no m.u.v. é:
v2 — vi + 2a (s — si)
Logo, a Equação de Torricelli assume a forma:
[7= vj+ 2g(H- ft)|
| v = v» - gT] h = vd - j-gt2 |
___________ j
e a Equação de Torricelli fica:
| v? = vi - A|
v
s=h
t g<0
h Vo * 0 e 0
Jo = 0
Fig. 1.81 Movimento de um corpo lançado
O to ~ 0 verticalmente de baixo para cima com uma ve
locidade inicial Va.
69
Observação importante: QUando um corpo é lançado cm qualquer direção dife
rente da direção vertical, verifica-se que ele não descreve uma trajetória retilínea verti
cal, Demonstra-se, neste caso, que a trajetória descrita é uma parábola. O movimento
de um corpo lançado numa direção qualquer nas vizinhanças da superfície terrestre de
nomina-se “ movimento de um projétil". O movimento de um projétil num campo gra-
vitacional uniforme é estudado no Livro "Gravitação, Oscilações e Ondas" de Adir M.
Luiz e Sérgio L. Gouveia.
Exemplo 1.20 Determine o tempo de queda (rq) de um corpo lançado de uma al
tura H.
Solução. Se o corpo é simplesmente largado, sua velocidade inicial é nula (v0 = 0).
Fazendo t0 = 0 no instante em que o corpo é largado, obtemos:
0 = H - gtl/2
Portanto,
/, = -JlH/g
Exemplo 1.21 Um corpo é lançado verticalmente de baixo para cima com veloci
dade inicial v0. Determine a expressão da altura máxima //atingida pelo corpo, despre
zando-se a resistência do ar.
Solução. Quando um corpo é lançado verticalmente de baixo para cima, de acordo
com a Equação de Torricelli, temos:
v3 = vi - 2gh
Para h - H (altura máxima), a velocidade final é nula (v = 0). Logo,
vi = 2gH | H = vj/2g |
Exemplo 1.22 Um corpo é lançado de baixo para cima com velocidade inicial vn.
Mostre que:
(a) o tempo que leva subindo é igual ao tempo que leva descendo;
(d) a velocidade com que chega ao solo tem o mesmo valor numérico que a velocida
de com que foi lançado;
Solução, (a) Quando o corpo atinge a altura máximo H, sua velocidade é nula. Fa-
zendç v = 0 quando t = r, na equação v = v0 - gt, vem:
0 = v0 - gt.
Vo = -J 2gH\ logo:
A =
fq = Í2H/S
70
Assim (r,_=
(6) O corpo vai cair de uma altura Hsem velocidade inicial para descer. Usando a
Equação de Torricelli:
v2 = v}+2g(H -hl
h - 0, vem:
v^ = 0 + 2gH :. v = f2gH
Mas como H i a altura máxima atingida por um corpo lançado com velocidade ini
cial v«, vem:
v„ = -JlgH
Assim: | v = Kl
Movimento circular uniforme
a. Velocidade Angular
Consideremos uma partícula deslocando-se em movimento uniforme de trajetó
ria circular. Ver Fig. 1.82.
Tomemos o ponto A como origem da trajetória. Suponhamos que, no instante 6,
a partícula se encontre num ponto R, tal que OP» faça com OA um ângulo 90, e que, no
no instanteZ.se encontre em um ponto P, tal queOPfaçacom OA um ângulo 9. Deno
minemos o ângulo 9 ângulo de fase. Chama-se velocidade angular média o quociente
entre a variação de fase A9 = 9 - 90 e o intervalo de tempo em que tal variação ocor
reu. Ver Fig. 1.82.
t
Po
9
9o
A
O
OA = R
71
Definição do módulo da velocidade angular média:
ÁÕ~
w -------
Ál
Exprimimos a velocidade angular média em radiano por segundo:
[unidade de gj = rad/s |
Define-se a velocidade angular instantânea como limite para o qual tenda a velo
cidade angular média, quando o intervalo de tempo em que é medida tende para zero.
lim A 6
u = ----
Át—0 Ál
I As = /?! /
z
6 = 1 rad
(«)
<*)
Fig. 1.83 (a) Definição de ângulo em radiano. (b) Proporcionalidade entre As e A8
72
b. Período (T)
Período de um movimento circular uniforme é o tempo gasto pelo móvel para efe
tuar uma rotação completa.
No movimento circular uniforme
=—
T
1/=^ Cst
73
A relação anterior denomina-se equação de fase de um movimento circular uni
forme. Ela fornece o ângulo central (ou fase) em radianos em função do tempo t cm
segundos, sendo que a velocidade angular w deve ser expressa em radianos por segun
do. Ver Fig. 1.84.
•» to
t
0
I 0o
I
I
O 1--------- 1a
l I
Exemplo 1.23 Uma roda gigante gira com frequência de 2 r.p.m. Num certo ins
tante a cadeira de Joãozinho está no ponto mais próximo do solo. Qual a sua posição an
gular 10 s depois?
Solução. Na Fig. 1.85 mostramos o esquema do enunciado deste problema.
74
O ângulo Afl que a cadeira girou é dado por:
A0- ~ o>Ar .'. A0 = 2*fM
Se trabalharmos com AZ em segundos, devemos exprimir/em r.p.s
f = 2 r.p.m. =— r.p.s.
60
A0 = 120°
Resposta: 120° a partir do ponto mais baixo.
e. Velocidade no M.C. U.
A velocidade no M.C.U t constante em módulo, mas é variável em direção. As
sim,
kl = V Voltar
Dividindo por R:
s 5° J. v A ,
— - — h—Ar
R R R
Comparando com a equação s= R9
v
6 = 0o + ãt
T
Logo:
0 = 0o + wAr
75
_ uR1 .1 7“
ou, como v = u R, aH = ----- .. R
R '------------
r =v i5;r.+ |rN| 2
tg =
|r„|
Kl
76
V
ax
\a
d>
a = a N + a t
tg</> «= tfN/aT
an
Leitura Complementar
A MECÂNICA CLÁSSICA EA FÍSICA MODERNA
77
valo de tempo Aí assume diferentes valores em relação a sistemas de coordenadas que se
movem comdiferentes velocidades. Denomina-se Mecânica Relativística a Mecânica Mo
derna baseada na Teoria da Relatividade. As fórmulas da Mecânica Relativística concor
dam com as fórmulas da Mecânica Clássica quando as velocidades envolvidas forem mui
to menores do que a velocidade da luz no vácuo (dada por c = 300.000 km/s). Como todos
os corpos macroscópicos se deslocam com velocidades muito menores do que c, concluí
mos que os dois postulados citados, bem como todas as conclusões da Mecânica Clássi
ca, concordam muito bem com os resultados experimentais. Contudo, no estudo do mo
vimento de partículas microscópicas (qvaxióo as velocidades envolvidas nâo forem muito
menores do que c), verifica-se que os dois postulados mencionados, bem como todas as
fórmulas da Mecânica Clássica, não concordam com os dados experimentais. O leitor in
teressado em comparar a Mecânica Clássica com a Mecânica Relativística pode consultar
o Livro ''Ótica e Física Moderna1' de Adir M. Luiz e Sérgio L. Gouveia.
As fórmulas (1.3l)e (1.32) só podem ser usadas no limite dc validade da Mecânica
Clássica, isto é, quando as velocidades envolvidas forem muito menores do que r; caso con
trário, a transformação de Galileu (1.31) deve ser substituída pela seguinte equação:
- vh ~ va
onde o ponto indica produto escalar ec é a velocidade da luz no vácuo. Quando as veloci
dades envolvidas forem muito menores do que c, a expressão anterior se reduz ao caso da
fórmula da velocidade relativa indicada na expressão (1.31). Note que, de acordo com a
relação anterior, não pode existir nenhuma velocidade relativa maior do que c. Conside
re, por exemplo, doisfótons (partículas de luz) se movendo em sentidos contrários. Neste
caso, substituindo vB = c e vA = -c na equação (1.31), obtemos: í^ A = 2c . A
experiência mostra que a transformação de Galileu não vale para a luz nem para o movi
mento de partículas com velocidades próximas da velocidade da luz. Pela relação anterior,
podefnos concluir que:
v5-
Questionário
1.1 As grandezas da relação abaixo foram medidas sem erro até o penúltimo algarismo
significativo. Especifique o erro relativo máximo e o número de algarismos signifi
cativos de cada uma destas grandezas:
(a) 0,0093 m; (b) 0,08275 m
1.2 O que é acréscimo ou variação de uma grandeza?
1.3 (a) O que é coeficiente angular de uma linha reta? (d) Como se determina o coefi
ciente angular de uma linha reta?
1.4 Dê 5 exemplos de grandezas escalaras e 5 exemplos de grandezas vetoriais.
1.5 (o) A soma de dois vetores de módulos diferentes pode ser igual a zero? (b) A soma
de três vetores não-coplanares pode ser igual a zero? (c) Em que condições a soma
vetorial de um número N de vetores fornece um vetor nulo?
1.6 Um vetor unitário pode possuir unidade ou dimensão?
78
1.7 Escreva uma equação vetorial envolvendo dois vetores: (a) ortogonais, (ò) parale
los.
1.8 Seja a equação vetorial ã" .b = a .c". Podemos concluir desta equação que b~ é
umv etor equipolente ac?
1.9 Uma Lei Física deve ser válida qualquer que seja o sistema de coordenadas utiliza
do para descrever a referida Lei. Além disto, as equações que representam Leis Físi
cas são dimensionalmente homogêneas. Seria possível dispensar os sistemas de re
ferência e os sistemas de unidades para descrever os fenômenos físicos?
1.10 (a) O módulo do vetor deslocamento é sempre igual ao deslocamento escalar? (6)
O módulo do vetor velocidade média é sempre igual à velocidade escalar média? (c)
O módulo do vetor aceleração média é sempre igual ao módulo da aceleração ins
tantânea? (d) O módulo do vetor velocidade instantânea é igual ao módulo da velei
dade escalar instantânea?
1.11 O que indica o velocímetro ou tacômetro de um automóvel?
1.12 Diga quais das situações seguintes são possíveis e quais são impossíveis: (a) um cor
po com um vetor velocidade orientado de Leste para Oeste e um vetor aceleração
orientado de Oeste para Leste, (d) um corpo com velocidade nula e aceleração dife
rente de zero, (c) um corpo com um vetor aceleração constante e um vetor velocida
de constante, {d) um corpo com um vetor aceleração de módulo constante e uma ve
locidade escalar constante, (e) um corpo com um vetor aceleração constante e um
vetor velocidade variável. (J) um corpo com uma velocidade escalar constante e um
vetor aceleração tangencial diferente de zero, (g) um corpo com um vetor velocida
de constante e um vetor aceleração variável, (Ti) uma partícula com vetor aceleração
variável e velocidade escalar constante, (z) uma partícula com vetor velocidade de
Leste para Oeste e vetor aceleração de Norte para Sul, (j) uma partícula com veloci
dade escalar constante e vetor velocidade variável, (Ar) uma partícula com vetor ve
locidade constante e velocidade escalar variável, (/) um corpo cuja velocidade esca
lar instantânea está aumentando e cuja aceleração escalar instantânea está diminuin
do, (m) um corpo cuja velocidade escalar está diminuindo e cuja aceleração escalar
está aumentando, (n) uma partícula com velocidade instantânea diferente de zero
mas com aceleração instantânea nula, (o) uma partícula com velocidade escalar média
diferente de zero, mas com vetor velocidade média igual a zero.
1.13 Um estudante está sentado num trem do metrô, numa posição semelhante à do ma
quinista, isto é, olhando para a frente. O estudante arremessa uma bola verticalmente
para cima. Verifique se a bola cairá na frente do estudante, atrás do estudante ou
na mão do estudante, nos seguintes casos: (a) o trem se desloca com velocidade cons
tante, (b) o trem está acelerando, (c) o trem está desacelerando.
1.14 Descreva a trajetória da bola mencionada naquestão anterior em relação a um ob
servador fixo na Terra. Repita a descrição para um observador em repouso dentro
do trem.
1.15 Um menino deixa cair um livro no interior de um elevador. Diga qual é o módulo
da aceleração do livro em relação ao menino quando: (a) o elevador se move com
velocidade constante, (h) o elevador está subindo com aceleração constante, (c) o
elevador está descendo com aceleração constante.
1.16 Considere um observador fixo naTerra. Qual seria o módulo da aceleração do livro
nos três casos mencionados na questão anterior?
79
Exercícios
P 4- 4- 4 4- 4- 4- 4- 4- -4- 4
1 2 3 5 < 7 a 9 10
1
Fig. 1.87
1.27 Um terreno tem lados de 25 m e 35,45 m. Sua área é melhor expressa por:
(A) 886,3 m. (B) 886 m\ (C) 886,25 m. (D) 890 m*. (E) 900m'.
1.28 Se um automóvel percorreu 78 km em 4,0 horas, a sua velocidade média é melhor
expressa por:
(A) 19,5 km/h. (B) 19,50 km/h (C) 19,00 km/h. (D) 19 km/h (E) 25 km/h
1.29 (CESCEM) A figura abaixo mostra três vetores-4 , B e 5. De acordo com esta fi
gura, podemos afirmar qúe é verdadeira a seguinte relação:
(A) Ã + s * +• z?
” 0. (D) Â
(D) â- - Bs == ?.
?.
(B) X -c. (E) ? - ff = X.
(C) b - ã = ?.
80
Fig. 1.88
1.30 Dois vetores têm módulos iguais a ve formam entre si um ângulo de 120°. A resul
tante entre eles tem módulo:
(A) v. (B) v/2. (C) vV3. (D) O. (E) 2 v.
1.31 Três vetores coplanares têm módulos iguais ave formam entre si ângulos iguais.
Sua resultante é:
(A) v. (B) v/2. (C) v VI (D) O. (E) 2 v.
1.32 O módulo da soma de dois vetores é igual ao módulo da diferença. Pode-se afirmar
com certeza que:
(A) os vetores são iguais;
(B) o ângulo entre os vetores é de 90° e eles têm o mesmo módulo;
(C) os vetores têm o mesmo módulo;
(D) o ângulo entre os vetores é de 90°;
(E) o ângulo entre os vetores é nulo.
1.33 A projeção de um vetor sobre um eixo que forma com ele um ângulo de 60° é 12.
O vetor mede:
(A) 12. (B) 6. (C) 24. (D) 3 (E) 36
1.34 (CESCEM) A velocidade vetorial média de um corpo que parte de um ponto P, per
corre o segmento de reta PQ e volta, pelo mesmo caminho, à origem P no intervalo
de tempo At, é:
81
v (m/s)
IÔ
I
I
l
I
I
I
I
0 2,0 6,0 10
/(s)
Fig. 1.89
Atf(m/s“)
l
8,0 -I
l
I
I
2,0 I
I
I
I
4,0 8,0
Fig. 1.90
1.38 Um carro faz 1/3 de um certo percurso a 60 km/h e o restante a 40 km/h. A sua ve
locidade média foi em km/h igual a:
(A) 50. (B) 35. (C) 0. (D) 45. (E) 20.
1.39 Um automóvel desenvolvendo velocidade constante de 60 km/h costuma fazer de
terminado percurso em certo tempo. Um dia pára durante meia hora no ponto mé
dio do percurso e, tendo completado o trajeto com velocidade dupla, chegou adian
tado adiantando 10 minutos. Podemos dizer que o tempo em que completava o per
curso anteriormente era de:
(A) (2/3) h. (B) (1/3) h. (C) (4/3) h. (D) (5/6) h. (E) (1/2) h.
1.40 (GAMA FILHO-RIO) Um ponto móvel está em x = 10 m, quanto/ = 0; em x =
— 14m,quando/ = 12s;eemx = 4,0m,quando/ = 20 s. Qual a velocidade média
do ponto no decurso dos primeiro 12 segundos e no percurso total?
(A) 2,0 m/s e 0,30 m/s. (B) 4,0 m/s e 8,0 m/s.
(C) 2,0 m/s e 3,0 m/s (D) 6,0 m/s e 8,0 m/s.
(E) 3,0 m/s e 0,30 m/s.
1.41 (UNI V. SÃO PAULO) Um certo tipo de foguete, partindo do repouso, atinge a ve
locidade de 12 km/s após 36 s. Qual a aceleração média em km/s2 nesse intervalo
de tempo?
(A) zero. (B) 2.0. (C) 3.0. (D) 4,0. (E) 1/3.
1.42 (CESGRANRIO) Um corpo em queda vertical no vácuo, a partir do repouso, pos
sui uma velocidade v após percorrer uma altura h. Para a velocidade ser 3 v, a dis-
82
tância percorrida será de:
(A) 2 h. (B) 3 h. (C) 4 h. (D) 7 h. (E) 9 h.
1.43 (NUNO LISBOA - RJ) Uma bala foi impelida verticalmente no vácuo de baixo pa
ra cima com a velocidade de 250 m/s. A que altura ela se encontra ao completarem
os primeiros 30 segundos do movimento?
(A) 250 m. (B) 3000 m. (C) 30 000. (D) 300 km (E) 250 km
1.44 Um corpo é lançado para cima de um ponto situado a 25 metros acima do solo e atinge
o mesmo 10 s após o lançamento. Sua velocidade inicial foi de:
(A) 40 m/s. (B) 47,5 m/s.
(C) 51,5 m/s. (D) 38 m/s.
(E) NRA.
1.45 (FEI-SP) Sabendo-se que a aceleração total (resultante) de um móvel é nula, pode-se
afirmar que:
(A) sua velocidade é nula;
(B) seu movimento é circular e uniforme;
(C) seu movimento é uniforme, qualquer que seja sua trajetória;
(D) seu movimento só pode ser retilíneo e uniforme.
(E) Nenhuma das anteriores é correta.
1.46 (CESCEM) Um satélite está em órbita circular em torno da Terra. Desta situação,
afirma-se:
I — o vetor velocidade é constante;
II — o período é constante:
III — o vetor aceleração é constante.
Dessas afirmações está(estão) correta(s):
(A) apenas II. (B) apenas III.
(C) apenas I e II. (D) apenas I e III.
(E) I. ile III.
1.47 (USP) Em um movimento circular e uniforme:
(A) a aceleração total não é nula;
(B) a velocidade aumenta com o tempo;
(C) o período é inversamente proporcional à aceleraçãõ;
(D) a aceleração angular não é nula;
(E) a aceleração tangencial não é nula.
1.48 (CESCEM) Um relógio funciona durante um mês (30 dias). Nesse período, o pon
teiro dos minutos terá dado um número de voltas igual a:
(A) 3.6 (B) 720. (C) 3600 (D) 7200 (E) 72
1.49 (CESGRANRIO) A Fig. 1.91 mostra 3.fotografia estrosbocópica do movimento de
uma partícula. A aceleração da mesma, no ponto P da sua trajetória, é melhor re
presentada pelo vetor:
(A) 1; (B) II; (C) III; (D) IV; (E) V
I
P
V
II
IV III
Fig. 1.91
83
1.50 (FU VEST) Um móvel executa movimento uniforme numa circunferência de raio r
= I m, sobre um plano horizontal liso, no sentido indicado na figura, com veloci
dade angular w = 2 rad/s e velocidade escalar v. Num determinado instante (no ponto
P), o fio sc rompe e o móvel passa a se mover livremente sobre o plano. Ver Fig. 1.92.
Fig. 1.92
Fig. 1.93.
As velocidades dos meninos, vA e vB, com relação aos trilhos, serão respectivamente:
(A) 6 m/s e U m/s. (C) 0 m/s e 9 m/s. (E) 0 m/s e 6 m/s.
(B) 3 m/s e 3 m/s. (D) 9 m/s e 0 m/s.
84
Problemas
85
dos. A partir deste instante, o motorista pisa no freio e o automóvel entra em movi
mento retilíneo uniformemente retardado até parar, sendo a = 0,5 m/sí Supondo
que na primeira parte do movimento a aceleração seja constante, calcule o valor desta
aceleração. Determine o tempo que o automóvel leva até parar depois de o motoris
ta frear.
1.70 De um ponto situado a uma altura h — 60 m lançamos verticalmente, de cima para
baixo, um corpo com uma velocidade inicial vu = 10 m/s. Calcule o tempo quc.o
corpo leva para atingir o solo.
1.71 Uma pessoa anda, em linha reta, 5 m de Leste para Oeste; a seguir, caminha 4 m dc
Sul para Norte e finalmente, sempre em linha reta, anda 2 m para Nordeste. Calcule
a distância entre a posição inicial e a posição final desta pessoa. Qual e o ângulo for
mado entre a direção horizontal (Leste-Oeste) e o vetor posição do ponto final da
trajetória?
1.72 Numa noite de São João, um balão está a uma altura de 300 m. Neste momento,
ele pega fogo. Desprezando a resistência do ar, calcule o tempo que a bucha leva pa
ra atingir o solo nos seguintes casos: (a) o balão está subindo com velocidade igual
a 5 m/s; (b) o balão está caindo com velocidade de 5 m/s; (c) o balão está parado.
1.73 Um corpo é largado, sem velocidade inicial, do alto de um edifício de uma altura.
H. No último segundo de sua queda, de percorre um terço da altura H. Calcule: {a)
a altura H\ (b) o tempo total da queda livre.
1.74 Um rio tem 1 km de largura. A velocidade da corrente é de 2 km/h. O barco tem
velocidade constante de 4 km/h em relação à água, (a) Determine o tempo que um
homem leva, num barco a remo, para ir c voltar diretamente de uma margem a ou
tra (numa direção ortogonal à margem), (b) Calcule o tempo que o homem leva pa
ra remar 1 km rio acima e voltar ao local de partida.
1.75 Um barco percorre um rio retilíneo no sentido contrário ao da corrente. Num dado
instante, uma bóia caido barco. Um minuto e meio depois da queda, o dono do barco
nota a ausência e volta para resgatá-la. A bóia é regatada a 900 m a jusante do ponto
onde caiu. Calcule a velocidade da corrente do rio.
1.76 Um barco leva um tempo / = 30 s para ir de um ponto A a um ponto B situado sobre
a mesma margem de um rio, em sentido contrário ao da corrente. Quando ele volta
do ponto B ao ponto A, o tempo gasto é a metade de /. A velocidade do barco em
relação à água é constante e igual a 10 m/s. Calcule a distância AB.
1.77 Um barco se move numa direção perpendicular às margens retilíneas e paralelas de
um rio. A velocidade do barco em relação à margem do rio vale 7,2 km/h. A largura
do rio é igual a 0,5 km. Devido à ação da corrente, o barco, em vez de atingir o pon
to da margem oposta obtido pela interseção da normal traçada do ponto de parti
da, atinge um ponto situado 150 m a jusante deste ponta (a) Calcule a velocidade da
corrente; (b) quanto tempo o barco leva para atravessar o rio?
1.78 Um barco se desloca com velocidade cm relação à corrente de um rio de largura
d. \ água se move com velocidade vr em relação à margerm. (a) Determine o tem
po t necessário para que o barco, saindo de um dado ponto na margem do rio, atin
ja a margem oposta num ponto situado na perpendicular à margem baixada do ponto
de partida, e depois retorneao mesmo ponto, (b) Calcule o tempo /'necessário para
que o barco percorra uma distância d no mesmo sentido da corrente e após retorne
ao mesmo ponto.
1.79 Um piloto mede o ângulo entre a direção do vento e a direção do movimento do
avião e encontra o valor 6 = 60°. O módulo da velocidade do vento medido por um
86
observador no solo é V| - 50 km/h. O módulo da velocidade do vento em relação
ao avião vale vu = 40 km/h. Calcule o módulo da velocidade do avião em relação
ao solo.
1.80 Num dia de chuva, um automóvel se desloca com velocidade v2 = 60 km/h. A chu
va cai numa direção vertical em relação ao solo, com velocidade v, = 3 m/s. Cal
cule: (a) o módulo da velocidade da chuva vt.2em relação ao automóvel; (ò) a dire
ção da queda das gotas em relação a uma pessoa situada dentro do automóvel.
Respostas do Questionário
1.1 (a) 2 algarismos significativos, erro relativo: 5%; (6) 4 algarismos significativos, er
ro relativo: 0,06%
1.2 Acréscimo ou variação de uma grandeza é a diferença entre o valor final e o valor
inicial da grandeza.
1.3 (o) É a tangente do ângulo entre a reta e o eixo Ox\ (b) se a reta está representada
graficamente, basta medir os catetos de um triângulo cuja hipotenusa coincide com
qualquer segmento da reta considerada; quando a reta está representada analitica-
mente na forma y = mx + h, o seu coeficiente angular é dado pelo número m.
1.4 Grandezas escalares: massa, comprimento, tempo, energia, temperatura. Grande
zas vetoriais: deslocamento, velocidade, aceleração, força, torque.
1.5 (a) Não; (ó) não; (c) se N = 2, os vetores devem ser simétricos; se /V for maior do
que 2{ para que a soma vetorial forneça resultante nula, é necessário que os vetores
formem uma linha poligonal fechada.
1.6 Não, porque o vetor unitário é obtido dividindo-se um dado vetor pelo módulo do
próprio vetor.
1.7 (o) seu* e v* são vetores ortogonais, então: m*. v* =C;(ò)seü” e v* são vetores pa
ralelos, èntão, u X v* = Õ*.
1.8 Não, podemos concluir apenas que ab cos 0 = ac cos <t>, onde 9 é o ângulo entre ã"
eb e 0 é o ângulo entre a ec . Ou seja, a relação mencionada implica apenas na
igualdade b cos 9 = c cos </>.
1.9 Para descrever a maior parte das grandezas físicas necesitamos de um sistema de re
ferência', contudo, umaLe/ Física possui, necessariamente.uma./b/vHr/ invarianfe.
Medir uma grandeza física significa compará-la com outra (que serve de unidade);
portanto, para descrever as grandezas físicas é necessário utilizar sempre um siste
ma de unidades e um sistema de referência.
1.10 (a) O módulo do deslocamento escalar é quase sempre maior do que o módulo do
vetor deslocamento; contudo, no caso de uma trajetória retilinea estes dois valores
são iguais, (d) A velocidade escalar média é geralmente maior do que o módulo do
vetor velocidade média; contudo, no caso do movimento num trecho retllíneo estes
dois valores são iguais, (c) Nâo. (d) Sim.
1.11 O tacômctro (ou taquímetro) indica o módulo da velocidade do automóvel. Na
realidade, trata-se da medida de uma velocidade média num intervalo de tempo muito
pequeno (igual ao tempo necessário para uma rotação do eixo do tacômetro).
1.12 São impossíveis: (c), (/), (g), (k); as demais situações são possíveis.
1.13 (a) A bola cairá na mão do estudante; (2?) a bola cairá atrás do estudante; (c) a bola
caira na frente do estudante.
1.14 Para um observador.fixo na plataforma, a bola descreve uma trajetória parabólica
nos três casos. Para um observador em repouso dentro do trem: (o) a bola descreve
87
uma trajetória retilínea; (b) a bola descreve uma trajetória parabólica atrás do estu
dante; (c) a bola descreve uma trajetória parabólica na frente do estudante.
1.15 (a) a’ = g; (b) a’ = g + o; (c) a' = g - o.
1.16 Nos três casos, o módulo da aceleração em relação a um observador fixo na Terra
t igual a g.
88
1.77 (a) vc = 0,6 m/s; (*) t = 250 s
2d/v* 2d/v*
1.78 (a) Z =
\Jl - (V./v*)2 - (y./^2
89
Capítulo 2
DINAMICA
2.1 Leis de Newton
Em nossa vida diária executamos ações descritas pelos seguintes verbos: puxar,
empurrar, sustentar, comprimir, esticar, etc. Quando pretendemos mover um objeto que
está parado, damos ao mesmo um puxão ou um empurrão. Também é através de pu
xões ou empurrões que paramos um objeto que se move ou que desviamos a sua trajetó
ria. Chamamosforças a estes puxões ou empurrões. Nossa vivência diária parece indi
car uma íntima relação entre forças e movimentos. A Dinâmica é a ciência que estuda
as relações entre forças e movimentos.
A compreensão de que entre forças e movimentos deve existir uma relação do ti
po causa-efeito parece remontar à Antigüidade Clássica com os trabalhos dos filóso
fos gregos, em particular com o trabalho de Aristóteles. No entanto, a solução do pro
blema do movimento só foi conseguida nos séculos XVII e XVIII com os trabalhos de
Kepler, Galileu e Newton, responsáveis pela formulação dos três axiomas fundamen
tais da Mecânica, hoje conhecidos como Leis de Newton. O objetivo deste capítulo é
travar um primeiro contato com os axiomas fundamentais da Mecânica.
Princípio da Inércia — Primeira Lei de Newton
O Princípio da Inércia, também conhecido como Primeira Lei de Newton, afirma
que: “Uma partícula permanecerá em repouso ou em movimento retilíneo uniforme
se for nula a resultante das forças que agem sobre ela.”
Ç v* = constante = F — repouso
Se E F = F
< v" = constante * tf — MRU
onde MRUsignifica movimento retilíneo uniforme. A primeira afirmação indicada na
chave anterior, ou seja, o fato da somadas forçasser igual a zero implicar no repouso,
não nos surpreende, pois a nossa experiência diária nos diz que um corpo não entra por
si só em movimento. Para que um corpo passe do estado de repouso para o estado de
movimento é preciso que sobre ele se faça uma força. Sob esse aspecto não há discor
dância entre as afirmações dos pensadores gregos e dos pensadores dos séculos XVII
eXVIIl.
90
A segunda afirmação indicada na chave anterior, is-o é, EF = 0* implicar na
possibilidade de existência de um movimento retilíneo e unif.t-me não é tão fácil de acei
tar, como no caso da primeira hipótese (v = 0 ou repouso). Neste caso existe uma dis
cordância entre as opiniões dos gregos e dos pensadores modernos. Com efeito, nossa
experiência diária de empurrar cadeiras, mesas, etc, patece-nos indicar que para man
ter um objeto em movimento é preciso manter sobre ele uma força resultante não nu
la. Esta era a opinião de Aristóteles, que admitia ser a velocidade de um corpo umaíun-
ção da força resultante que nele estivesse agindo. Kepler e Galileu conceberam uma ar
rojadíssima idéia: a manutenção de um movimento sem a presença de umaforça. Real
mente, quando arremessamos sobre um plano horizontal áspero um bloquinho com
uma velocidade v0, após percorrer uma certa distância, ele parará. Se formos gradati
vamente aumentando o grau de polimento do plano, verificaremos que a distância per
corrida até parar irá gradativamente aumentando, ou seja, à medida que reduzimos o
atrito entre as duas superfícies, menor se toma a aceleração retardadora do bloquinho,
é lícito suporque num plano perfeitamente liso a velocidade do bloquinho não mais so
freria variações. Ver Fig. 2.1 e Fig. 2.2.
vo .------- v = 0 Vo v = O
yàtrí'o
(O) («
Fig. 2.1 A força de atrito no caso (b) é menor do que o atrito no caso (a). Quanto menor for o
coeficiente de atrito entre o bloco e o plano, maior será a distância percorrida peto bloco até ele
parar.
Vo Vo
91
////////ZZ-Z/////////////// / Z//////////ZZZ
pl
Al
Fig. 2.3 As forças são grandezas vetoriais que se somam de acordo com a
regra do paralelogramo.
A A
<
(«) (*) (0
Fig. 2.4(oj Uma bolinha está inicialmente em repouso em relação ao ônibus que se des
loca com MRU. (b) O ônibus estáfreiando. (c) o ônibuspára mas a bolinha continua com
MRU (desprezando o atrito entre a bolinha e o piso do ônibus).
Solução. Como nào cxisje atrito entre a bolinha e o piso do ônibus, verificamos que a boli
nha e o ônibus s^.deslocam, inicialmente, com a mesma velocidade, ou seja, a bolinha e
O ônibus se deslocam para a direita em MRU (ver a parte (a) da Fig. 2.4). Em (b) o ônibus
está sendo freiado pelas forças indicadas; a bolinha, sobre a qual as forças que freiam o
ônibus não estão agindo, continua movendo-se em MRU. Em (c) o ônibus já parou, e a
bolinha continua em MRU, caminhando para a parede dianteira do ônibus.
Na Fig. 2.5 mostramos que depois do ônibus parar, a bolinha colide com a parede
direita do ônibus. A força exercida pela parede do ônibus sobre a bolinha freiará a boli
nha.
92
A
rt-
Como se vê, a bolinha não pára por si mesma. Só pára quando alguém ou alguma coi
sa (no caso a parede dianteira) exerce uma força sobre ela. É justamente esse comportamen
to da bolinha que entendemos por inércia.
Exemplo 2.2 Suponha que o ônibus e a bolinha mencionada no Exemplo 2.1 este
jam cm repouso. Quando o ônibus arranca, o que ocorre com a bolinha? Ver Fig. 2.6.
Solução. Vamos continuar supondo que não há atrito entre o piso e a bolinha. O
ônibus arranca devido à ação de forças exercidas pelo chão sobre ele (não estranhe, mais
tarde analisaremos com cuidado estas forças). A bolinha, sobre quem não agem estas for
ças, fica em repouso e só se movimenta quando a parede traseira a alcança, empurrando-a
para a direita. Observe a posição da bolinha em relação ao poste enquanto o ônibus arran
ca. Ver Fig. 2.6.
(C)
&
Definição:
Denomina-se referencial inercial todo sistema de referência em relação ao qual vale o
Princípio da Inércia (ou Primeira Lei de Newton).
Mas adiante, quando estudarmos as forças inerciais vamos aprofundar o concei
to de referencial inercial. A Terra não é um referencialinercial. Contudo, como o movi-
93
mento de rotação da Terra afeta muito pouco os movimentos usuais, podemos consi
derar a Terra como um referencial inercial. As experiências comuns mostram que o Prin
cípio da Inércia é válido para um referencialfixo no solo, conforme vimos no Exemplo
2.1 e no Exemplo 2.2. Daqui por diante, utilizaremos qualquer referencial fixo na Ter
ra como umreferencialinercial. Às vezes utilizamos aexpressão referencial do labora
tório para designar um referencial fixo na Terra.
Princípio fundamental da dinâmica — Segunda Lei de Newton
O Princípio Fundamental da Dinâmica pode ser enunciado do seguinte modo: “A
aceleração que uma partícula adquire tem a direção e o sentido da força resultante que
age sobre ela e o seu módulo é proporcional ao módulo da resultante.”
O Principio Fundamental do Dinâmica é conhecido também como a Segunda Lei
de Newton. A Segunda Lei de Newton pode ser expressa matematicamente do seguinte
modo: , ,
EÃ = ma I
__________ (2.1)
onde Ft t aforça resultante do conjunto de forças que atuam sobre a partícula de mas
sa m e í" é a aceleração da partícula (cm relação a um referencial inerciat). Na relação
(2.1), como F, é a força resultante, temos:
F, = SF
onde o símbolo E(sigma) indica soma. A relação (2.1) mostra que a aceleração a é pro
porcional à força resultante F„ (ou a força F» é proporcional à aceleração ã~.
Fk = = ma
Fig. 2.7
A «>
Oa
Fig. 2.8 Umaforça F atua sobre uma esfera de ferro A; uma força F atua sobre outra esfera
B, sendo m, maior do que mA.
94
As esferas indicadas na Fig. 2.8 estão inicialmente em repouso em relação a um
referencialinercialS. No início não existe nenhuma força atuando sobre as esferas. Apli
camos a mesma força F sobre cada uma das esferas. Qual das duas esferas de locomo
verá com maior aceleração? A esfera menor, naturalmente. Realmente, a esfera menor
terá uma aceleração maior. Diremos que ela tem menor tendência a permanecer em seu
estado mecânico (no taso, o repouso), ou que tem “menor inércia”. Apliquemos ago
ra a Segunda Lei às duas esferas, A (menor) e B (maior).
Vem:
esfera menor: F = mA aA
esfera maior: F = m, a,
Como aplicamos a mesma força às duas, temos:
. a* mi
mA x a, = m,x a» .’. — = ——
a, mA
Mas, como vimos, aA>as e — > 11 logo: m» > m*.
a»
Assim, a esfera menor, que tem “menor inércia”, tem também a menor massa.
Por isso, dizemos que a massa de um corpo é a medida da sua inércia.
Observação:
Unidade SI de força.
A equação F - ma permite definir a unidade de força do Sistema Internacional
de Unidades.
A unidade de massa deste sistema é o quilograma, que se define como sendo a massa
igual à do quilograma internacional que é um bloco de platina mantido na Repartição
Internacional de Pesos e Medidas, em Sévres, próxima a Paris. Simboliza-se por kg.
A unidade de aceleração é a aceleração de um móvel que varia sua velocidade de
1 m/s a cada segundo. Simboliza-se por m/s3.
Pois bem, a unidade deforça é o newton que se define como sendo a força capaz
de acelerar um bloco de 1 kg com 1 m/s3. Simboliza-se por N. usando a equação F =
ma obtém-se a equação de definição do newton.
|F — mg|
1 N = 1 kg .—
s3
Na Seção 2.2 voltaremos ao assunto.
95
(h) O gráfico pedido pode ser feito facilmente; lembrando que depois de 2 segundos
nào existe nenhuma força aplicada, o movimento subsequente será um MRU. Na Fig. 2.9
mostramos o gráfico de v (em m/s) contra / (em segundos).
lv(m/s)
8 -----
I
I
4
I
I
£
1 2 t
Fig. 2.9 Esquema da solução do Exemplo 2.3.
Exemplo 2.4 Uma partícula executa um movimento circular uniforme de raio R
= 2 m e velocidade v = 2 m/s. Sendo m = 2 kg, determine a força resultante que atua
sobre ela.
Solução. De acordo com o Princípio Fundamental da Dinâmica podemos escrever:
Fr = EX = ma
Num movimento circular uniforme só existe a aceleração centrípeta cujo mó
dulo vale:
aN = v^/R
Logo,
a n = (9/2) m/i2
Fu = maN — Fk = 9 N
A relação anterior fornece o módulo da força resuitante Fu. A força resultante Ff
possui a mesma direção e o mesmo sentido da aceleração centrípeta ou aceleração normal
ãs, conforme indicado na Fig. 2.10.
96
Exemplo 2.5 Uma partícula de massa m = 2 kg desloca-se numa circunferência
com uma aceleração tangencialconstante a, = 2 m/s2. O raio da trajetória vale R = 2 m.
Num dado instante, a velocidade vale v - 2 m/s. Determine a força resultante.
Solução. A componente nonnal da aceleração é dada por:
u -
aN = —
R
= 2 m /s2
97
Princípio da ação e reação — Terceira Lei de Newton
O Princípio da Ação e Reação, também conhecido como Terceira Lei de Newton,
afirma que: “Se uma partícula exerce força sobre outra, esta outra reage sobre a pri
meira com uma força de mesmo módulo e direção, mas de sentido oposto.”
Na Fig. 2.12 mostramos um homem dando um soco na parede. O homem exerce
sobre a parede umaforma de módulo F. A parede reage sobre o homem com uma for
ça — F . Ou seja, a força de “ação” atua sobre o outro corpo. A força que atua sobre
o homem só produz efeitos sobre o homem. A força que age sobre a parede só produz
efeitos sobre a parede. Não tem sentido físico somar vetorialmente a força de “ação ”
coma força de “reação". Por exemplo, se você somar a força — F que a parede exerce
sobre o homem com a força F, você chegaria ao resultado absurdo de que não existe
nenhuma força atuando sobre o homem. Como é óbvio, se você desse um soco na pa
rede você sentiría a força — F que a parede exerce sobre você.
—F F
Outro ponto que precisa ser esclarecido é o seguinte. Como as forças atuam so
bre corpos diferentes, os efeitos são diferentes. Porexemplo.se você der um soco numa
parede de papelão, a parede se quebra mas sua mão não sofre praticamente nada. Con
tudo, se você der um soco na parede de uma casa, a parede permanece intacta, mas a
sua mão pode quebrar. Outro exemplo: se uma bola de borracha se choca com uma bo
la de aço, a força que a bola de borracha exerce sobre a bola de aço é igual (em módulo)
à força que a bola de aço exerce sobre a bola de borracha. Contudo, os efeitos são dife
rentes'. a bola de aço não se deforma, ao passo que a bola de borracha sofre uma grande
deformação (no momento da colisão).
Vamos agora esclarecer assuntos relacionados com os conceitos de sistema, for
ça interna a um sistema e força externa a um sistema.
a. Definição de sistema.
A Fig. 2.13 mostra uma cadeira sobre a qual há uma bola e na qual há um homem
apoiado. Suponha que pretendamos analisar a cadeira, isto é, verificar, por aplicação
àãPrímeira e à&Segunda Leis, se ela permanecerá em repouso ou se será acelerada. Pa
ra tanto, precisamos saber que forças agem sobre a cadeira. Diremos que a cadeira é
o sistema que pretendemos analisar.
98
y/////////////////)/7//7//, "/////////////////////
Fig. 2.13 Ilustração para definir “sistema”, “força interna” e “força externa”.
Exemplo 2.6 A Lei da Inércia afirma que um corpo não pode por si só alterar seu
estado de repouso ou de MRU. Um homem anda quando bem lhe apraz. Nào seria isto
uma negação à Lei da Inércia?
Solução. A expressão por si só significa ser capaz de exercer força sobre si mesmo
e mover-se por meio de tal força. Ora, nesse caso o homem é o sistema e qualquer força
que o homem pudesse exercer sobre si mesmo seria interna, não podería mover o homem.
Mas, então, como é que o homem se move?
A resposta é simples. Com o pé o homem empurra o chão com uma força f. O chão
reage sobre ele com uma força —f. Esta força, que éexterna ao sistema homem, é que
o movimenta. Assim sendo, ele não se move por si só, precisa do empurrão do chão para
fazé-lo. Ver Fig. 2.14.
Exemplo 2.7 Como se move um foguete?
SoluçãoAJm foguete é uma carcaça que contém no seu interior um gás. Faz-se o gás
explodir no interior da câmara C. Uma certa massa de gás sai pela abertura A. A massa de
gás que sai é empurrada para fora com uma força F pelo sistema carcaça + massa de gás
99
que fica. É a reação - F da massa de gás que sai sobre o sistema carcaça + massa de gás
/í\
que fica, que impulsiona o foguete. Ver Fig. 2.15.
-f
Exemplo 2.8 Um burro puxa uma carroça. Exerce sobre ela uma força F . Se é vá
lida a Terceira-Lei, a carroça reage com uma força - F sobre o burro. Mas, então, como
é que o burro consegue mover a carroça?
Solução: Vamos considerar o sistema “ burro + carroça”. A força X que o burro
exerce sobre a carroça é interna ao sistema e é, portanto, anulada pela força - X da carro
ça sobre o burro. Estas forças não são responsáveis pelo movimento do sistema {burro +
carroça).
Quem coloca o sistema em movimento é a força com que o chão reage ao empurrão
que o burro dá no chão. Ver Fig. 2.16.
tf
-7
JSL
11 ■ B
777777777777777. 7////////7
f
Fig. 2.16/4 força -f é a força motriz, ou seja, a força que
produz o movimento do sistema “burro-carroça". Para apli
car a Segunda Lei de Newton utilize a componen te h orizontal
desta força (componente na direção do movimento).
100
Vamos agora analisar o sistema "burro". A força — F i a reação da força F exer
cida pelo burro sobre a carroça. Ou seja, a força — F é a força que a carroça exerce sobre
o burro. Portanto, vemos que a força — Fé externa ao burro. Para mover-se ele precisa
empurrar o chão com uma força cuja projeção horizontal seja maior que — F , a fim
de que a reação do chão sobre ele tenha projeção horizontal maior que — F .Se /, =
— f cos a > —F , o burro entra em movimento. Ver Fig. 2.17.
-F <
f
Fig. 2.17 Diagrama dasforças que atuam sobre o sistema ' 'burro *\
Para o sistema “ carroça", F é externa. Não é anulada por — F, visto queesta não
age na carroça. É F que movimenta a carroça.
Repare que uma/orça pode ser externa para um sistema e interna para outro siste
ma, dependendo do sistema considerado. Por exemplo, para osistema burro + carroça,
F é uma força Interna, ao passo que para o sistema carroça F é uma força externa.
101
das dimensões e das unidades das grandezasfísicas. Uma das maneiras de verificar a va
lidade de uma equação na Física é examinar as dimensões de cada um dos seus termos.
O princípio da homogeneidade dimensional afirma que cada um dos termos de uma
equação que descreve um fenômeno deve possuir a mesma dimensão física. Em outras
palavras, a dimensão do membro esquerdo de uma equação deve ser iguai à dimensão
do membro direito. Este princípio deve ser usado pelo aluno no estudo da teoria e na
resolução de problemas, não só para testar a validade dos resultados obtidos como tam
bém para compreender melhor o conteúdo físico das relações utilizadas. Outra vanta
gem da Análise Dimensional consiste na procura de uma relação envolvendo grande
zas físicas. Se, por exemplo, uma grandeza G depende de duas outras PeQ, verifica-se
que G está relacionada com PeQ através de uma equação da forma:
G = kP’Q‘
onde k é uma constante dimensional e x e y são expoentes que devem ser determinados,
com a condição de que a dimensão do membro esquerdo da equação seja igual ã dimen
são do membro direito.
Outra noção importante intimamente ligada com o estudo da Análise Dimensio
nal é o conceito de similaridade. Em muitas situações físicas, principalmente nas apli
cações práticas na Engenharia, se costuma fazer um modelo em miniatura do protóti
po real. Usando-se escalas convenientes e o princípio da homogeneidade dimensional,
é possível obter resultados corretos para o protótipo em função de dados experimen
tais obtidos com o modelo. A similaridade deve ser pesquisada em função das grande
zas que devem ser modeladas. Por exemplo, quando reduzimos todas as dimensões de
um protótipo através de uma dada escala, dizemos que existe similaridade geométrica
entre o modelo e o protótipo. Quando existe uma escala constante entre o campo de
vcloeidads do modelo c o campo de velocidades do protótipo, dizemos qeu existe simi
laridade cinemática entre o protótipo e o modelo. Ocorre similaridade dinâmica entre
o modelo e o protótipo quando as diversas forças que atuam sobre o protótipo forem
proporcionais á respectivas forças que atuam sobre o modelo.
O Sistema Internacional de Unidades e a Unidade de Força
Um sistema de unidades é um conjunto de convenções que nos permite estabelecer
as unidades de medidas de todas as grandezas físicas. Arbitrariamente, definem-se as
unidades de um certo número de grandezas e, mediante as fórmulas de definição das
outras grandezas, estabelecem-se suas unidades. As grandezas cujas unidades são de
finidas arbitrariamente são ditas grandezas fundamentais, as restantes são ditas gran
dezas derivadas. O sistema que estudaremos aqui é o Sistema Internacional de Unida
des (Si) que, em Mecânica, utiliza três grandezasfundamentais: o comprimento, a mas
sa e o tempo. Representaremos o comprimento por L, a massa por M eo tempo por T.
As unidades fundamentais do SI são:
L — é o metro, símbolo m.
M — é o quilograma, símbolo kg.
T — é o segundo, símbolo s.
O metro define-se como sendo o comprimento igual a 1.650.763,73 comprimen
tos de onda da radiação eletromagnética emitida pelo isótopo SÓKr na sua transição en
tre os estados 2p„, e 5d,.
102
O quilograma é a massa igual a do quilograma Internacional que é um bloco de
platina mantindo na Repartição Internacional de Pesos e Medidas.
O segundo é o intervalo de tempo equivalente a 1/31556925,975 da duração
do ano trópico de 1900.
Unidade SI de área:
A área é uma grandeza calculada através do produto de dois comprimentos. In
dicamos tal fato escrevendo [A] = L2e definimos a unidade SI de área como se segue:
A unidade SI de área é o metro quadrado, símbolo m2, que é a área igual à de um
quadrado de 1 m dc lado.
Unidade SI de volume:
Para calcular o volume fazemos um produto de três comprimentos, o que é ex
presso pela equação [V] = LJ (equação dimensional de volumei. Definimos a unidade
dc volume como se segue:
A unidade SI de volume é o metro cúbico, símbolo mJ, que é igual ao volume de
um cubo de 1 m de aresta.
Unidade SI de velocidade.
A dimensional de velocidade év = L/T; sua unidade é o metro por segundo, sím-
bo m/, que se define como sendo a velocidade média de um móvel que percorre um me
tro no intervlo de tempo de um segundo.
Unidade Si de aceleração.
Vamos obter a dimensional de aceleração lembrando que aceleração média é o quo-
ciente entre a variação de velocidade que um móvel experimenta e o intervalo de tempo
em que ocorreu a variação.
Av
a =— ; [a] = LT-2
Ar
onde Fé a força aplicada à mola, k.é a constante elástica da mola, exé o comprimento
da deformação produzida por F.
Quando se conhece a constante elástica de uma mola pode-se usá-la para medir
umaforça. Para tanto, monta-se um dispositivo em tudo equivalente ao da figura e apli-
ca-se a força ao extremo da mola de modo a alongá-lo ou comprimi-la. Lê-se a defor
mação produzida e calcula-se o valor da força utilizando a relação F - kx. Na prática
já se gradua a escala em unidades de força a fim de simplificar a operação de medida.
O instrumento assim construído recebe o nome de dinamômetro.
Observação: A dimensional de k pode ser facilmente obtida partindo-se da dimen
sional de força-.
F LMT~* ; [*] = L°MT"2 = MT"’
* = x ~ M =
L
A unidade áeké, portanto:
1 kg.s-2
A constante elástica k é normalmente expressa em newton por metro (N/m), logo:
1 N/m = 1 kg.s-2.
104
yz/iz/zzz^/zz/z^
s
i i
I
I
0
1
2 I 0
I'
I
3 3
(o) (*)
Fig. 2.18 Esquema para ilustrar o funcionamento de um dlnamômetro. (a) Quando a mo
la está em em equilíbrio sob a ação do seu próprio peso, definimos a posição do ZERO
de uma régua; (b) Se o bloco de massa m, ésustentado pela mola, a deformação x, da mola
indicará o módulo da força externa (peso do bloco de massa mt).
Exemplo 2.9 Na extremidade de uma certa mola pendura-se um bloco. O bloco pro
duz na mola uma deformação x - 0,25 m, quando o sistema atinge o equilíbrio. A cons
tante elástica da mola vale k = 1 kN/m. Qual é o peso do bloco?
Solução. No lado esquerdo da Fig. 2.19 mostramos o esquema do enunciado do pro
blema. No lado direito desta ilustração mostramos as forças que atuam sobre o bloco. O
pesop* t a força gravitacional exercida pelaTerra, a forçai éa força exercida pela mola
sobre o bloco.
F = fcjr
— O = posição inicial
105
Como o bloco está em repouso, de acordo com a Primeira Lei de Newton, obtemos:
F-p
Porém, de acordo com a Lei de Hooke, o módulo da força exercida pela mola vale
F = kx. Logo,
p — kx
Substituindo os valores numéricos concluímos que o peso do bloco vale:
p = 250 N
Exemplo 2,10 Determine a dimensão do produto pgh.
Solução. A densidade, ou massa específica, é definida pela equação:
P = dm/dV (1)
e quando a densidade do material for consatnte (corpo homogêneo), a definição (1) se re
duz à relação comum:
p « m/V
Para determinar a dimensão dep, podemos usar a relação (1); o símbolo de deriva
da não tem dimensão, loço:
[P] = [m/V] = ML'3
A dimensão de g é a dimensão de aceleração, ou seja,
k) = LT-'
e a dimensão de h é a dimensão de comprimento (L). Logo:
[P«A] = ML"'T'3 (2)
Para saber o significado físico do produto pgh, basta lembrar que a dimensão de
força é dada por:
= MLT-2 (3)
A dimensão de uma área S é dada por:
(S) = L3 (4)
Dividindo as relações (2) e (3) obtemos:
(FZS) = [pressão} = ML-/T“2 (5)
Comparando a relação (5) com a dimensão de pgh dada pela equação (2), vemos
que este produto representa fisicamente uma pressão. Este produto fornece a diferença
de pressão barométrica entre dois pontos de um fluido separados por uma diferença de
altura h.
Exemplo 2.11 Um estudante esqueceu a fórmula do período Tde um pêndulo sim
ples de comprimento L. Porém, ao fazer uma prova de múltipla escolha, ficou na dúvida
se o período do pêndulo simples é dado por 2t(L/^)í/7ou por 2t(^/£)‘/2. Qual é a opção
correta?
Solução. Basta aplicar o Princípio da Homogeneidade Dimensional. A dimensão
da aceleração da gravidade g é dada por:
te) = lt-’ (D
Como o fator 2x é adimensional, temos:
(2r(L/g)1/2l = LWtgP'* (2)
Das relações (1) e (2) decorre que a dimensão do membro esquerdo da equação (2)
é tempo (7). Como a dimensão de período também é tempo, concluímos que a fórmula
106
correta do período de um pêndulo é dada por:
T = 2rJ~L7g~
Exemplo 2.12 Suponha que a velocidade de propagação isotérmica de uma onda
sonora dependa somente da pressão Pe da densidade do meio p. Use a Análise Dimensio
nal para determinar a expressão da velocidade do som, sabendo que não existe nenhuma
constante adimensional entre estas grandezas.
Solução. Como não existe nenhuma constante adimensional ligando as variáveis,
de acordo com o teorema fundamental da Análise Dimensional podemos escrever:
*= (D
ondexcy são expoentes a determinar, impond-se que a dimensão do membro esquerdo
da equação (1) deve ser igual à dimensão do membro direito. A dimensão da velocidade
é dada por:
[vj = LT“' (2)
De acordo com a definição de pressão, a dimensão de pressão é igual à dimensão
de força dividida pela dimensão de área:
[P] = [F\/L2 - (3)
Comop = m/Ve a dimensão de volume é[P] = LJ, a dimensão de densidade é da
da por:
[P| = ML-’ (4)
Substituindo as relações (2), (3) e (4) na equação (1), encontramos:
LT"' = l/"*
Para que esta equação seja dimensionalmente homogênea, devemos ter:
- x — 3y = 1
— 2x = — 1
Da última relação obtemos: x = 1/2. Substituindo o valor x = 1/2 na outra equa
ção, encontramos: y = 1/2. Portanto, a fórmula procurada é a seguinte:
v = -Jp/p
Esta é a fórmula procurada para o cálculo da velocidadede propagação isotérmica
do som, supondo Pep constantes.
107
Das forças produzidas por uma ‘ 'ação à distância’ ’ estamos interessados apenas nas for
ças gravitacionais. Outros exemplos deforça de ação à distância: a força elétrica e a for
ça magnética. Asforças inerciais são forças de “ ação à distância” nem forças de conta
to. As forças inerciais serão discutidas na Seção 2.5, na Leitura Complementar deste
Capítulo e no Apêndice A.
(a) Forças de ação à distância
A única que nos interessará por agora é a força gravitacional ou peso de um cor
po. Como sabemos, a Terra atrai todo e qualquer objeto que esteja em suas proximi
dades. A força com que a Terra atrai o objeto denomina-se peso do objeto. As caracte
rísticas do peso são:
direção — vertical, ou seja, direção reta que une o corpo ao centro da Terra;
sentido — apontamento para o centro da Terra;
módulo — o módulo do peso é inversamente proporcional ao quadrado da distância
entre o corpo e o centro da Terra.
Na maioria dos problemas de Mecânica, trabalharemos com objetos que ao se mo
verem o fazem nas proximidades da superfície da Terra. Nestas condições as variações
do módulo do peso são pequeníssimas e não serão levadas em conta. Sendo assim, na
maior parte dos casos consideraremos o peso como uma força de módulo constante,
vertical e atuando no sentido de atração entre o corpo e a Terra.
E a reação ao peso, existe? Sim, o peso é uma força exercida pela Terra sobre o
corpo que está próximo dela; o corpo reage exercendo sobre a Terra uma força de mes
mo módulo e direção, porém de sentido oposto, que admitiremos aplicada no centro
da Terra (veja a Fig. 2.20).
108
Observação: Uma unidade de força freqüentemente usada na prática é o quilo-
grama-força, símbolo kgf ou kg*. A relação entre o quilograma-força e o newton é
1 kgf = 1 kg* = 9,8 N.
Aceleração da gravidade
Consideremos dois objetos de pesos diferentes largados no mesmo instante de uma
mesma altura h, no vácuo (Fig. 2.21). A prática mostra que os dois objetos caem lado
a lado e chegam ao solo no mesmo instante. As variações de velocidade sofridas pelos
dois objetossão as mesmas em iguais intervalos de tempo, ou seja, eles caem com a mes
ma aceleração. Esta aceleração se denomina aceleração da gravidade e se representa por
g.
T.I h
Pt
_<_______
T
c
7
////V ///////7///////
Fig. 2.21 Não existe ar no interior da campãnula
C. Verificamos que todos as objetos caem com
a mesma aceleração no vácuo.
Se a massa dos dois corpos da Fig. 2.21 são m, e m,, pode-se escrever:
Pi = m,g
Pi = mg
Dividindo membro a membro:
P_ m,
P>
ou seja, os pesos dos objetos são proporcionais às suas massas.
A aceleração da gravidade varia com a altitude h; no entanto, para pequenas va
riações de h, consideraremos g como constante e com valor 9,8 m/s2, desde que h seja
pequeno em comparação com o raio da Terra.
Observações:
1 — Conforme ilustrado na Fig. 2.21, a experiência mostra que todos os corpos (in
dependentemente das respectivas massas) caem com a mesma aceleração g no vácuo.
2 — NoQuestionário deste Capítulo vamos pedir para você explicar a diferença en
tre peso e massa.
109
3 — No momento estamos considerando o peso como sendo a forçu gravitacional
exercida pela Terra sobre um corpo (ver Fig. 2.20). Contudo, e necessário fazer uma dis
tinção entre o peso aparente e o peso. O peso aparente ia força resultante medida por um
dinamômetro ou por uma balança de mola. Conforme veremos na Seção 2.5, caso exis-
\am forças inerciaisptesenles, concluímos que aforça resultante mediàape\o dinamôme
tro (ou por uma balança de mola) fornece o peso aparente. No Exemplo 2.28 mostrare
mos que o peso aparente p ou peso efetivo pode ser definido do seguinte modo:
p = P +
onde E^i significa a soma dasforças inerciais eP é o peso (isto é, aforça gravitacional
exercida pela Terra sobre o corpo). Comoestamos desprezando esforças inerciais, temos:
P = ?
ou seja, o peso efetivo é igual ao peso definido anteriormente (isto é, P é aforça gravita
cional exercida pela Terra). O leitor interessado em aprofundar seus estudos sobre a ques
tão do peso efetivo e sobre as forças gravitacionais deve ler o Livro ^Gravitação, Oscila
ções e Ondas" de Adir M. Luiz e Sérgio L. Gouveia.
A T
\
*1
Jl
\
Fig. 2.22 Um bloco está em repouso submetido a uma tra I
ção 7* através da corda. P
110
A primeira força é o peso P. A segunda é a tração T sobre o bloco. A terceira
força é a reação de apoio do solo sobre o bloco. Para determinar a direção e o sentido
de P (reação de apoio) lembremo-nos de que o bloco está em repouso. Então a resul
tante das três forças deve ser nula. Para que a resultante se anule, a reação de apoio P
deve ser capaz de anular a resultante de 7* e P, que aparece tracejada na Fig. 2.22. Lo
go P deve ter a direção e o módulo de T + P e sentido oposto. Note que P não é nor
mal ao plano de apoio.
Observação: Na prática não é costume trabalhar com a reação de apoio P ■ Cos
tumamos, em geral, decompor P em duas direções previamente escolhidas, uma nor
mal ao plano de apoio e outra paralela ao plano de apoio. À projeção de P no eixo de
nominamos componente normal da reação P e à projeção no eixo paralelo denomina
mos componente de atribo ou força de atrito. Procedendo assim para o exemplo prece
dente teríamos o esquema de forças da Fig. 2.24. Na Fig. 2.24 a componente P é a
força de atrito. —
R N
"eixo
normal
. I
eixo1
paralelo)
> T
£
/ 777'/'/ 'À''77 77'/
p
Fig. 2.24
Exemplo 2.13 Faça o esquema das forças que atuam sobre um bloco apoiado num
plano horizontal.
Solução. A primeira força é o peso (orientado verticalmente de cima para baixo).
Trace agora um eixo ortogonal ao plano inclinado e um outro eixo paralelo ão plano incli
nado. Coloque a força N sobre o eixo normal e a força 7^ sobre o eixo paralelo. Note
que/L deve se opor à componente do peso paralela ao plano. Ver a Fig. 2.25.
111
eixo N
normal
eixo
paralelo
P X.
'Z '/ 'Z;Z z7//-'/’
Fig. 2.25 Esquema para a solução do Exemplo 2.13.
/'P? >/’/’/>/
Fig. 2.26 Desenho do enunciado do Exemplo 2.14.
Solução. A primeira força agindo é o peso (lembre-se: sempre vertical). Agora tra
cemos um eixo normal à superfície (aqui será um eixo que passa pelo centro da circunfe
rência e pelo centro do bloco); coloquemos sobre ele a componente normal. Trace agora
o eixo "paralelo” (aqui será um eixo paralelo à tangente à circunferência no ponto de con
tato entre ela e o plano); coloque/; sobre ele. Ver a Fig. 2.27.
Exemplo 2.15 Na Fig. 2.28 mostramos uma viga A B apoiada sobre o canto de uma
parede. A viga está em repouso. Faça o esquema das forças que atuam sobre a viga.
Solução: O peso da viga é uma força aplicada no centro da viga. O centro da viga
é o centro de massa ou centro de gravidade da viga (no Capítulo 4 explicaremos estes con
ceitos). Desenhe no ponto B uma força normal ao plano da parede e uma/orç? de atrito
tangente à parede (contrária à tendência do movimento). Analogamente, no ponto A existe
uma força /VA ortogonal ao solo e uma força de atrito f[ paralela ao solo c com sentido
contrário à tendência do movimento. Ou seja, se a viga escorregasse, a extremidade A se
deslocaria da direita para a esquerda; logo, a força de atrito é orientada da esquerda
para a direita. Ner a Fig. 2.29.
112
o
f. eixo
normal
N
\eixo TTWTTTV
paralelo
P
Fig. 2.27 Esquema da solução do Exemplo 2.14.
A A
Fig. 2.28 Desenho do enunciado do Exemplo Fig. 2.29 Esquema da solução do Exemplo
2.15. 2.15.
113
Origem da Força de Atrito
Considere a situação decrita na Fig. 2.22. Por que a força de reação R se inclina
em relação à horizontal quando tentamos arrastar um bloco? É o mesmo que pergun
tar: qual é a origem da força de atrito f, indicada na Fig. 2.24? Imagine que olhásse
mos para a região da extremidade do bloco através de uma lente de aumento, confor
me mostramos na Fig. 2.30. As superfícies do bloco e do solo apareceríam cheias de
rugosidades, conforme indicado na Fig. 2.31. Em alguns pontos pode ocorrer até mes
mo o encaixe entre uma saliência e uma reentrância das superfícies que estão em conta
to: Fixemos nossa atenção no encaixe da região indicada pela letra a na Fig. 2.31.
R
2
////////////r///. 7////Z/Z
p
Fig. 2.30 A tentativa de arrastar o bloco é contra Fig. 2.31 Ampliação da extremida
riadapor umaforça de atrito que se origina nos en de direita do contato entre o bloco
caixes entre as rugosidades das superfícies em con e o solo.
tato. Ver a ampliação indicada na Fig. 2.31.
Quando o bloco é tracionado para a direita, a saliência do bloco força o chão para
a direita e para baixo. O chão reage com uma força de mesma direção e sentido oposto
sobre a saliência do bloco. Se aumentarmos a tração para a direita, mais o bloco em
purrará o chão pára adireita, ou seja, as forças indicadas na Fig. 2.31 mais se inclinam
para a direita. Suas reações, que agem sobre o bloco, mais se inclinam para a esquerda.
A força R i a resultante de todas as pequenas forças que agem sobre o bloco nos pon
tos de contato; se estas se inclinam para a esquerda R também se inclina.
Se continuarmos a aumentar o módulo da tração T, as forças de encaixe entre
as rugosidades não serão suficientes para suportar a tração e o equilíbrio se rompe, de
modo que o bloco A se deslocará no sentido da tração. Portanto, durante a aceleração
do bloco, você deverá notar que a. força resultante Fí na direção horizontal possui mó
dulo dado por:
Fi = T — f.
No equilíbrio, T = /A. Então, pelo Princípio da Inércia, ou o bloco A está em re
pouso (se já estava antes da aplicação de T) ou então o bloco descreverá um movimen
to retilíneo uniforme (caso o bloco possuísse uma velocidade v~ antes da aplicação da
força T).
114
Atrito Estático
Na parte (<z) da Fig. 2.32 mostramos um bloco em repouso apoiado sobre um pla
no horizontal; neste caso, a reação do apoio 1? só tem componente normal, ou seja,
a força de atrito é nula. Na parte (b) da Fig. 2.32 indicamos uma tração T aplicada so
bre o bloco; neste caso, a reação 77 se inclina e dá origem à componente horizontal de
nominada força de atrito estático (porque corresponde ao equilíbrio estático, uma vez
que o bloco está em repouso).
N =R rJ
I
e
I
I
à ■> T
iiiiiiiiiiiiinnj/i/f//// 7//////////////////,//////////////////
V P P .r
R máx
(o)
I
'A 77 (6)
0 míx
I
I
I T
►
7777777777777777777777777777777777777
w y p
Fig. 2.32 (a) Quando não existe nenhuma força de tração aplicada ao bloco, não existeforça de
atrito estática (b) Aplicando-se uma tração horizontal T surge uma força de atrito f, . (c) De
pois de aumentar suficientemente o valor da tração T, 0 bloco começará a deslizar sobre o pla
no horizontal.
Aumentando-se o valor de T, o módulo f„ também aumenta, de modo a manter
o bloco em repouso. Entretanto, a força de atrito f„ não pode crescer indefinidamen
te Existe um valor máximo para(que depende das rugostdades do corpo e do solo).
Quano o valor de T superar o valor máximo f„„u_, o bloco começará a deslizar sobre
o plano, conforme indicado na parte (c) da Fig. 2.32. Neste caso, a reação Tt também
atingiu seu valor máximo e o ângulo 6 também atingiu sua inclinação máxima (a partir
da vertical 6 = 0). O válor 6^,, denomina-se ângulo critico ou ângulo de atrito. A for
ça máxima de atrito denomina-seforça máxima de atrito estático ou, simplesmente, atrito
máximo.
Há, para um mesmo par de superfícies, uma razão constante entre a força máxi
ma de atrito estático e a normal.
115
A Fig. 2.33 mostra vários blocos de mesmo material e pesos diferentes apoiados
numa mesma superfície. Todos os blocos estão a ponto de se mover sob a ação das tra
ções a eles aplicadas. Assim a força de atrito em cada um é a máxima.
♦ fih
f J.mix
/"l.mix ---- |r. ♦ 75
rrrrrrTTTn7 ///////7//////////// ///Z ////Z/ Z/////////////////////
▼3
Fig. 2.33 Os três blocos indicados nesta ilustração são de um mesmo material, apoiados
sobre a mesma superfície horizontal.
A experiência mostra que a razão entre o componente horizontal de J? (a força
de atrito máximo} e o componente normal é constante, para um mesmo par de superfí
cies em contato, ou sjea, na Fig. 2.33, temos:
116
N
I
I
I
I '^máx — Oc
I
I
7«.nulx T
Fig. 2.34 Esquema para mostrar que o coeficiente de atrito estático édado
pela relação (2.4).
f*. = /a/N
De um modo geral o coeficiente de atrito de deslizamento é menor que o coeficien
te de atrito estático, o que explica porque é mais fácil manter um corpo deslizando do
que iniciar o seu movimento.
Exemplo 2.16 Coeficiente de atrito estático. Descreva uma experiência simples para
a determinação experimental do coeficiente de atrito estático fu- Escreva a expressão usada
para a determinação deste coeficiente.
Solução. Um método simples para a determinação do coeficiente de atrito estático
de um material é o seguinte. Coloca-se um bloco do material sobre um plano Indicado, ar
ticulado de tal modo qu e sua inclinação em relação à horizontal possa aumentar continua
mente e partir da posição horizontal. Eleva-se o plano até que ele atinja uma inclinação
critica e o corpo comece a deslizar sobre o plano. Considere a Fig. 2.35. Levando em conta
o esquema de forças indicado nesta figura, e de acordo com a definição da força de atrito
dada pela equação (2.3), encontramos:
F* = /a, N = mg cos ã, (1)
Quando o corpo está na iminência de se deslocar ou quando ele se desloca com velo
cidade constante, podemos aplicar a primeira lei de Newton. Igualando a força de atrito
com a componente do peso ao longo do plano inclinado, temos:
= mg sen 8, (2)
117
N
p sen 0e
p cos Ôf t
ee
P
Fig. 2.35 Esquema de forças para a solução do
Exemplo 2.16 e do Exemplo 2.7 7.
e, usando as relações (1) e (2), resulta:
| /^ = tg 0. | (3)
A equação (3) pode, então, ser usada para a determinação do coeficiente de atrito
estático em função do ângulo limite 0, medido cxperimentalmente.
Exemplo 2.17 Coeficiente de atrito cinético. Descreva uma experiência para a de
terminação do coeficiente de atrito cinético
Solução. No problema anterior, vimos que o ângulo limite abaixo do qual o corpo
permanece em repouso e acima do qual ele se desloca é dado por: 0c = arc tg Para de
terminar o coeficiente de atrito cinético podemos fazer a seguinte experiência: coloca-sc
o corpo sobre um plano inclinado, de tal modo que o ângulo de inclinação do plano seja
maior do que 6r. De acordo com a seunda Lei de Newton, e levando em conta a figura do
problema anterior, podemos escrever:
mg sen 8 — ^mg cos 6 = ma
ou seja, explicitando o coeficiente de atrito cinético,
= tg 0 — (a/g cos 0).
Observações:
1 — As forças de atrito descritas anteriormente referem-se ao atrito entre duas su
perfícies sólidas, sem levarem conta a possibilidade derolamento. No Capítulo 5 analisa
remos o papel desempenhado pelo atrito no rolamento.
2 — Considere \im fluido {líquido ou gás) em contato com um sólido ou com outro
fluido). O movimento relativo entre o sólido e o fluido (ou entre doisfluidos) é impedido
pelo atrito viscoso. As leis que governam o atrito viscoso são completamente diferentes
das leis que governam o atrito entre superfícies sólidas. O leitor interessado em saber as
noções básicas sobre a Mecânica dos Fluidos deve ler o Livro “Elementos de Termodinâ
mica' ’ de Adir M. Luiz e Sérgio L. Gouveia.
2 - Força de Tração
A,força de tração num/zo (numa corda ou numa viga) produz uma solicitação que
tende a esticar ofio (a corda ou a viga). A força de compressão numa viga é uma força
que tende a encurtar a viga através de uma compressão. A seguir, vamos descrever so
mente as forças de tração.
118
Considere um blocozl suspenso por um fio preso ao teto, conforme indicado na
parte (o) da Fig. 2.36. O fioé flexível e de peso desprezível. O fio exerce sobre o bloco
uma força de tração T. Na parte (b) da Fig. 2.36 isolamos o bloco para fazer o esque
ma das forças que atuam sobre o bloco.
///////////////Z////Z A T
A
(a)
V?
Fig. 2.36 (a) Um bloco A ésuspenso por um fio inextensível de massa desprezível, (b) Esquema
das forças que atuam no bloco A.
Sobre o bloco atuam duas forças: o peso p' e a tração T. Conforme indicado na
Fig. 2.36, o sentido da tração T só pode ser oposio ao do pesop~, uma vez que o bloco
A está em repouso.
Observações: (a) Note que a tensão ou tração T não é a reação do peso p .A rea
ção do peso j5* é uma força — p exercida sobre a Terra e aplicada no centro da Terra,
(b) Qual é a reação da tração T que o fio exerce sobre o bloco Al É uma força — T
exercida pelo bloco sobre o fio; esta reação faria o fio se romper ou esticar (caso esta
força de reação ultrapassasse certos limites). Note que o módulo de — T é igual ao mó
dulo de p , mas não podemos dizer que — T é a reação do peso p’ (ver a observação
do item anterior).
Exemplo 2.18 Faça um esquema das forças que atuam sobre o bloco A Indicado
na Fig. 2.37.
z/z Z Z Z/Zz Z Z ZZZ/Z
119
▼p
Fig. 2.38 Esquema da solução do Exemplo 2.18.
Solução. As três forças que atuam sobre o bloco A são esquematizadas na Fig. 2.38.
3 - Reação de Apoio
Já vimos que a força de atrito é o componente tangenciai da reação de apoio. As
forças de reação de apoio surgem toda vez que um corpo está em contato com outro corpo
ou com um&superficie qualquer (plana ou não-plana). Quando não existe nenhuma outra
força externa aplicada ao corpo, o módulo de reação do apoio R é numericamente igual
ao módulo do peso. Contudo, para que o corpo esteja em repouso é necessário que R
= — p~, confortpe ilustrado na Fig. 2.39.
♦ *
▼ ?
/ 7'/'/'/'/'/'/'/'/'/'/'/
Fig. 2.39 Quando não existe nenhuma outraforça externa (exceto o peso) a reação do apoio R tem
que ser igual contrária ao peso p (para que o corpo permaneça em repouso).
120
pio, se o bloco indicado na Fig. 2.39 está em repouso, a componente normal R é orto-
gona ao plano inclinado (dirigida de baixo para cima) e a componente tangencial é aforça
de atrito fs orientada ao longo do plano e que equilibra a componente tangencial do
peso p sen 0, onde & é o ângulo entre o plano inclinado e o plano horizontal.
4 - Reação de uma articulação
Um tipo especial de reação de apoio é a reação que ocorre numa articulação ou-
numa junta (ou Junção) entre dois materiais. A seguir, estudaremos apenas o caso da
reação de uma articulação. Na Fig. 2.40 mostramos uma articulação A.
/////////////, // ////
(A)
haste
pino
(*)
Fig. 2.40 (a) Uma haste A B está presa ao teto por um fio
e articulada no ponto A. (b) Detalhe para mostrar a arti
culação do ponto A.
Consideremos uma haste AB fixada a uma parede de forma que se segue. No ex
tremo A existe um orifício na haste. Através desse orifício passa um pino que é fixado
à parede. Chama-se reação de articulação à força que o pino exerce na haste. Em geral
trabalha-se com esta força imaginando-a decomposta em duas componentes, uma ho
rizontal e outra vertical. Às vezes imagina-se a reação 77 de articulação decomposta
de uma direção normal ã haste e em uma direção paralela à mesma.
Na Fig. 2.41 ilustramos as técnicas usuais para a decomposição da força de rea
ção da articulação R. Na parte (c) decompomos a reação da articulação num compo
nente normal à superfície de apoio e em outro componente tangencial à superfície de apoio.
Na parte (b) da Fig. 2.41 mostramos a decomposição de R num componente ortogonai
à haste AB e num componente paralelo à haste AB.
121
Fig. 2.41 ItuslruçSo para mostrar os principais tipos de decomposição da reação de uma articu
lação.
Exemplo 2.19 A esfera da Fig. 2.42 pesa 100 kgf e está em equilíbrio. Não existe
atrito entre a esfera e as superfícies que estão em coniato com ela. Determine as reações
do apoio. A parede 1 é vertical.
122
Fig. 2.42 Desenho do Exemplo 2.19.
Soluçãa As forças que atuam sobre a esfera são: o peso p , a reação N, da parede
número 1 e a reação Ã?_, da parede 2. Como não há atrito, a reação N, é ortogonal à pa
rede I e N 2 é ortogonal à parede 2. Todas as três forças que atuam sobre a esfera passam
pelo centro da esfera, conforme indicado na Fig. 2.43.
N,
7v, 2
60"
P ▼
60"
123
Podemos considerar um sistema cartesiano Oxy com origem O no centro da esfera,
sendo Ox um eixo horizontal e Oy um eixo vertical. As forças que atuam sobre a esfera
podem então ser decompostas conforme indicado na Fig. 2.44.
*2
.. Nj/3
I ' k ~2~
I
I
I
I
M/2 N1
Como a esfera está em equilíbrio, de acordo com a Primeira Lei de Newton, con
cluímos que são nulas as resultantes R, e R, (onde /?, é a soma vetorial das forças ao lon
go do eixo Ox e R, i a resultante ao longo do eixo Oy). Donde se conclui que:
N, - N,/2 (1)
M = 2p3'Zi (2)
Substituindo os dados numéricos em (2) e (l), obtemos os resultados aproximados:
N, = 57 kgf; N, = 114 kgf
Exemplo 2.20 O coeficiente de atrito estático entre o bloco da Fig. 2.45 e o plano
inclinado vale 0,7. Determine o módulo da menor força (paralela ao plano) que deve ser
aplicada ao bloco a fim de que o bloco escorregue para a parte inferior do plano inclinado.
O peso do bloco í igual a 100 kgf.
y
A.mix.
P/2
F
P/T
2
X
\3o° \
✓//////////////////////////////////
Fig. 2.46 Esquema dasforças que atuam sobre o bloco do Exem
plo 2.20.
N = <3 p/2 (D
F - fiMto. - p/2 (2)
onde:
A-u. - (3)
Substituindo os dados numéricos nas relações (1), (2) e (3), achamos o módulo da
força Fno equilíbrio:
F = 11 kgf
Portanto, qualquer força Fcom módulo maior do que II kgf é suficiente para fazer
o bloco escorregar para baixo.
Exemplo 2.21 Na Fig. 2.47 mostramos dois blocos A e B que se movem sobre um
plano horizontal sem atrito. A força externa F indicada na Fig. 2.47 possui módulo igual
a 16 N. A massa do bloco A vale = 3,0 kg e a massa do bloco B vale m9 = 1,0 kg. De
termine: (tf) a aceleração do sistema, (n) a força FAB que o bloco A exerce sobre o bloco
B.
Solução, (tf) Considere como sistema o conjunto formado pelos blocos A e B. Neste
caso, os forças externas ao sistema são indicadas na Fig. 2.43.
De acordo com a Segunda Lei de Newton (2.1), podemos escrever:
FrcuIlaMr “ X tf úMrma (I)
125
F
A
B
a N.
AÃ7, a
Pa Pb
Fig. 2.48 Esquema das forças externas que aluam sobre o sistema.
A força resultante é igual à força externa F , uma vez que o peso do bloco A (pA)
é anulado pela reação N^e o peso do bloco B (pH) é anulado pela reação 7?A massa do
sistema é dada por:
= znA + ma (2)
Designando pela letra a, de acordo com as relações (1) e (2), temos:
F » (wA + m^a
Logo,
a = F/(m* + m„) (3)
Substituindo osíiados numéricos na equação (3), encontramos a seguinte resposta
para o item (a):
a = 4,0 m/s}
(d) Para determinar a força FAB que o bloco A exerce sobre o bloco B é necessário
conhecer as forcas que atuam sobre o bloco B e fazemos um esquema das forças que atuam
sobre o bloco B.
Note que a força pH (peso do bloco B) é anulada pela reação A6. Sendo assim.a força
resultante que atua sobre o bloco B é a força FAB. Portanto, aplicando a Segunda Lei de
Newton ao bloco B, achamos a seguinte resposta para o item (Z>):
Fah = mua = 4,0 N
126
a
F.»
'////////////// '////////////
Y p&
Fig. 2.49 Esquema das forças que atuam sobre o bloco B.
Exemplo 2.22 Máquina de Atwood. Na Fig. 2.50 mostramos dois blocos de massa
m\ e nu, ligados por uma corda inextensível de massa desprezível. A polia também pos
sui massa desprezível. Determine o módulo da aceleração de cada bloco, a tensão na cor
da e a tensão no cabo de sustentação da polia. Supor mz maior do que m,.
//////////////////////////////////////
T'
i--------
i
12
ni\
J
jpl
I—
V
P m\ 15
T T
1712
J
Fig. 2.50 Esquema da máquina de Atwood (Exemplo 2.22). P-
127
As forças que atuam sobre o bloco de massa mt estão indicadas no canto direito su
perior da Fig. 2.50. Aplicando a segunda lei dc Newton a este bloco resulta:
T - p> = irtia (2)
onde a tensão Tque atua sobre o bloco de massa nu é igual à tensão que atua sobre o bloco
dc massa m: porque a polia possui massa desprezível. Somando membro a membro as
equações (1) e (2) explicitando a aceleração, encontramos:
(W; - mt)g
a = (3)
IHi + Ifíi
A tensão Tna corda pode ser calculada tanto pela equação (l) quanto pela relação
(2). Usando as relações (2) e (3), encontramos:
2jntmig
T= (4)
nu + m-
As forças que atuam sobre a polia estão indica