Definição do ampere no SI: esta definição é obtida em laboratório com a utilização da “balança de
corrente elétrica”.
Dois condutores retos, compridos e paralelos, separados de 1m no vácuo, quando percorridos por
uma corrente de 1 ampere são atraídos com uma força de 2 x 10 -7 N, por metro dos condutores.
Portadores de cargas elétricas - somente os elétrons −q podem se movimentar na estrutura
molecular dos materiais condutores, semicondutores dopados e no vácuo, mas o estudo da
eletricidade pode ser feito com dois tipos portadores:
• Corrente real: considera-se que a corrente elétrica se dará com cargas elétricas negativas,
que se deslocam do potencial maior (polo negativo da fonte, onde há excesso de elétrons)
para o potencial menor (polo positivo da fonte, onde há escassez de elétrons)
−V → +V .
• Corrente convencional: Considera-se que a corrente elétrica se dará com cargas elétricas
positivas +q ou lacunas, que se deslocam no sentido oposto à corrente real, indo do
potencial maior (polo positivo da fonte, onde há excesso de lacunas) para o potencial menor
(polo negativo da fonte, onde há escassez de lacunas) +V → −V .
As lacunas são portadores virtuais de cargas elétricas positivas.
Nota: a palavra “carga” pode ser utilizada para citar partículas elétricas elementares q (charge,
em Inglês), ou para citar um consumidor elétrico resistivo (resistor de carga) R L , onde L
significa load, em Inglês.
Isso significa que uma determinada forma de energia é empregada para criar a diferença de
potencial elétrico, que por sua vez será convertida em energia elétrica.
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Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto
Circuito elétrico - caminho físico fechado contendo condutores e elementos de circuito conectados
entre si.
Elevação de tensão – voltage raise Vr (Fig. 01-01) - ocorre internamente, entre os terminais de
uma fonte de tensão V f ou de corrente I f que esteja fornecendo potência. No caso da corrente
convencional, a corrente do circuito entra no terminal de menor potencial V ⁻ e sai no terminal
de maior potencial V ⁺ .
Fontes fornecendo potência com o negativo aterrado (0 V) : a tensão e a corrente no circuito serão
algebricamente positivas e a elevação de tensão será negativa:
Fontes fornecendo potência com o positivo aterrado (0 V): a tensão e a corrente no circuito serão
algebricamente negativas e a elevação de tensão Vr será positiva:
• Para fonte de tensão: VrVf = [(V + )−(V − )] ou VrVf = V f .
Queda de tensão – voltage drop Vd (Fig. 01-02) - ocorre internamente, entre os terminais de
um elemento de circuito tipo consumidor, passivo ou ativo. No caso da corrente convencional, a
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queda de tensão ocorre quando a corrente entra no terminal de maior potencial V ⁺ e sai no
terminal de menor potencial V ⁻ .
Tensão e corrente algebricamente positivas Vd será positivo.
• Para elemento passivo: Vd = I . R .
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V f1 12 V
• Corrente da malha 1, dada pela lei de ohm: I1 = I1 = ou I1 = 3 A .
R 4Ω
Na malha 2, a fonte está com o positivo aterrado: a corrente e a queda de tensão na carga são
negativas.
+ −
• Elevação de tensão da fonte: VrVf 2 =[(V ) −(V )] VrVf 2 =[0 V −(−12 V )] ou
VrVf 2 = 12V .
I 2 =−3 A .
Exemplo da associação de duas fontes de corrente provocando tensões opostas nas cargas .
(Fig. 01 - 04)
Dados: duas fontes de corrente de 6 A e dois resistores de 3 Ω
As duas fontes estão na configuração de fornecedoras
de potência, pois as correntes estão no sentido do
menor para o maior potencial.
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Para fonte de corrente, considerar que a elevação de tensão nos seus terminais é determinada pela
aplicação da LTK na malha: Vr If + Vd RL = 0 , e assim, a potência fornecida será negativa:
Para fonte de corrente, considerar que a queda de tensão nos seus terminais é positiva, pois é
provocada por uma corrente inversa (negativa), forçada por outra fonte:
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• Trifásico – quatro terminais de saída, um dos quais é a referência (neutro ou centro estrela)
2π
para os outros três terminais e cujas tensões são defasadas entre si, de 120 ° ou rad .
3
Notas:
1- Diferente das fontes eletroquímicas de CC (baterias e pilhas), os alternadores não devem ser
ligados em série, e para ligá-los em paralelo, num mesmo barramento, devem ter as mesmas
frequências e as mesmas tensões.
Sincronização de dois alternadores em paralelo:
• Dispor de um voltímetro conectado entre os dois alternadores, nas saídas das fases idênticas;
• Colocar um deles operando na frequência nominal, e então ajustar a frequência do outro até
que o voltímetro marque “zero volt”, quando estarão sincronizados e podem ser conectados
ao barramento.
2- Os alternadores veiculares são polifásicos, com uma ponte retificadora de diodos para entregar
CC na sua saída, geralmente 14 V para baterias de 12 V e 28 V para baterias de 24V.
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Domínio do tempo – Ocorre quando trabalhamos com as amplitudes instantâneas das grandezas
sinusoidais, cujos valores são representados na forma a(t ) , onde a é a amplitude
instantânea e t é o tempo, em segundos.
Período ou Ciclo T – é a duração de uma variação completa da amplitude instantânea de uma
grandeza elétrica sinusoidal. Unidade de medida: segundo (s).
Domínio fasorial – (Fig. 01- 07) Se a projeção de um ponto p em movimento circular uniforme
pode ser representada num plano cartesiano (Amplitude A x posição angular instantânea
ω t =θ como uma onda sinusoidal, a recíproca é verdadeira: um ponto (p), que represente a
amplitude angular instantânea a( ω t) de uma onda sinusoidal, pode ser representado pela sua
projeção numa trajetória circular, no sentido anti-horário, cujo raio (r) será a amplitude máxima
A definida: de pico ou RMS.
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Início do período de uma grandeza sinusoidal ou fase inicial (δ ) delta (Fig. 01 – 08) – O
“ponto importante” adotado para o início do período t=zero segundo ou ω t =zero radiano
de uma grandeza sinusoidal, pode ser escolhido como segue:
• Para uma senoide: o ponto em que sua amplitude instantânea cruza por zero volt, subindo
do negativo para o positivo: a( 0)= 0 V .
• Para uma cossenoide: o ponto em que sua
amplitude instantânea alcança o valor de pico
positivo a(0)=+V P .
• Quando uma grandeza sinusoidal é
representada isoladamente, e não está
iniciando no “ponto importante”
convencionado, deve-se levar em conta a
“fase inicial” (delta) δ em radianos
v ( ω t) =Vp . sen ( ω t ±δ v ) e i(ω t) = Ip . sen (ω t±δ i ) onde:
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Relação de fases entre duas grandezas em CA, ou defasagem ϕ (letra grega “fi” minúscula) –
A tensão e a corrente nem sempre vão oscilar simultaneamente num circuito, por isso deve haver
uma referência entre seus instantes iniciais, para se estabelecer a relação angular ou temporal entre
suas respectivas amplitudes instantâneas.
Quando adotamos a corrente do circuito como referência de fase, com δi =0 rd , o ângulo de fase
da tensão representa sua fase inicial: ϕ = δ v .
• Nos circuitos em paralelo, a tensão pode ser tomada como referência fasorial δ v =0 rd e
neste caso, teremos: v ( ω t)=V cos (ω t) .
• Nos circuitos polifásicos, escolhe-se uma das fases como referência angular, ou fase “1”.
• os cálculos de defasagem devem ser feitos em radianos, embora o resultado final possa ser
transformado para graus.
• A faixa da defasagem entre corrente e a tensão de um elemento ideal de circuito está contida
π
no intervalo: ≥ ϕ ≥ (− π ) , o que no plano complexo, representa
2 2
j ≥ ϕ ≥ (− j) .
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π
• + j sen = 0,5
6
π
A = 6 ( cos )+ 6( j sen π ) sendo suas componentes: ℜ= 6(0,866) ou ℜ= 5,196 e
6 6
ℑ= 6( 0,5) ou ℑ= 3 .
j
π
6
Notação exponencial: A=6e .
Notação polar: A = 6 ∠ π rd .
6
−j
π
6
Notação exponencial: C =6 e .
π
Notação polar: C =6 ∠ − rd .
6
Nota: no gráfico trigonométrico usa-se a senoide para representar a corrente do circuito, de forma
que o início do período ω t =0 rd seja a passagem por zero para positiva. Isso permitirá que o
fasor da corrente fique também no eixo horizontal do plano complexo. Por outro lado é mais
conveniente utilizar a função cosseno para a análise, por ser uma função par, o que facilitará a
manipulação algébrica.
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Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto
Significa que o fasor da tensão coincide com o fasor da corrente (referência), portanto não existirá o
ângulo de defasagem ϕ e o fasor da tensão será apenas o módulo: Vd R = Vd R
Como o cosseno é função par, no termo Real é indistinto o sinal do ângulo de defasagem
cos ϕ = cos−ϕ .
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O fasor pode ser representado na forma exponencial complexa, a partir da forma trigonométrica
z = r ( cos ϕ ± j sen ϕ ) , através da fórmula de Euler z = r . e (± j ϕ) onde:
Média de um ciclo (Fig. 01 – 11) - Uma tensão senoidal com fase inicial δ v = 0 rd tem seu valor
instantâneo dado por: v ( ω t)=Vp . sen ( ω t ) onde ωt=θ .
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Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto
2
Assim, S=IP π .
S
A corrente média quadrática I MQ será a altura do quadrilátero equivalente: h= , onde
b
2
S = Ip π e a base b=T =2π :
2 2
S Ip π Ip
I mq = I mq = ou I mq = .
T 2π 2
Por serem positivos, os valores médios quadráticos, senoidais ou cossenoidais, são adequados para
o cálculo dos valores eficazes das grandezas elétricas.
2 2
Ip 5 25
Exemplo com I P = 5 A (fig. 01 – 13): I mq = I mq = I mq = I mq = 12,5 A .
2 2 2
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Análise de circuitos elétricos CC e CA Pedro Barros Neto
Ao ligarmos um resistor em CA , haverá uma circulação de corrente variável, que vai provocar a
dissipação de uma determinada potência pelo efeito Joule: “A potência dissipada num resistor é
proporcional ao quadrado da corrente que o percorre” P=R . I 2 , e a quantidade de calor Qc ,
t2
em Joules, é dada por: QC = R ∫ i ² dt .
t1
O Valor Eficaz ou Valor Médio Quadrático, que em Inglês é denominado de r .m . s . (root mean
square), da tensão e da corrente, será menor do que o valor de pico, e um pouco maior do que o
valor da média do semiciclo.
Um Resistor alimentado por uma tensão CA eficaz r .m . s . vai dissipar a mesma potência
que dissiparia se alimentado com uma tensão CC de mesmo valor. Pela lei de çhm, as correntes
seriam iguais.
O valor eficaz r .m . s . de uma grandeza senoidal simples é dado pela raiz quadrada do valor
médio quadrático dessa grandeza.
I
No caso da corrente, teremos: I = √ I mq ou pela corrente de pico I = P . Ambas levarão ao
√2
mesmo resultado: I = 0,707 Ip .
Outras formas de ondas das correntes alternadas – de acordo com o “perfil” da curva que
representa essas variações periódicas de amplitude ou a polaridade de uma tensão ou corrente,
teremos algumas “formas de ondas” importantes.
• Onda quadrada simétrica: 0 →T /2 =+V a tensão se mantém em um dos níveis fixos
T /2→T =−V
por um tempo T /2 . Se não há simetria no tempo, com T /(n≠2) , recebe outras
denominações.
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• Onda triangular simétrica: a variação entre dois níveis de tensão ocorre de forma linear e
dentro de um tempo T /2 , tanto crescente como decrescente, com transição ao alcançar os
pontos de máximo e mínimo;
• Onda dente de serra: transita instantaneamente do nível máximo positivo para o máximo
negativo, e passa a crescer linearmente até a próxima transição dentro de um tempo T ;
Nota: Existem os pulsos alternados com nível CC , que podem ser positivos ou negativos, ou
com patamares diferente de “zero volt”, isto é, em relação ao eixo t , de forma simétrica ou
assimétrica. Nestes casos, a corrente mantém a mesma polaridade (direção), conforme esteja sob
tensão positiva ou negativa.
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