Estudo do Controle da Retração em Concretos com Adição

de Fibras
Damando, F. 1; Rigonatto, L.2
Graduandos, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil
Da Silva, R. V. 3
Professor Esp., Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

1
felipedamando@gmail.com; 2 lucas.rigonatto@gmail.com; 3 rvseng@gmail.com

RESUMO: A retração em concretos, tanto a plástica, hidráulica ou autógena, pode ocasionar em patologias que afetam
diretamente a durabilidade da estrutura. Este artigo visa apresentar aspectos relacionados ao diagnóstico e controle da retração em
compósitos cimentícios. A adição de fibras é uma forma de controle da redução de volume do concreto, em que as dimensões e
os tipos de fibras utilizadas, influenciam o controle da retratibilidade do concreto. Para esse estudo foi utilizado o método de
mapeamento literário, por meio de seleção de artigos científicos disponíveis nas bases ScienceDirect, Compendex e Scopus. As
fibras sintéticas de baixa espessura com até 0,5% do volume total de concreto se mostrou eficaz no controle da retração.

Palavras-chaves: concreto, retração, fibras, redução de volume, fissura, polipropileno.

Área de Concentração: Construção Civil.

2 INTRODUÇÃO A medida mais efetiva para se atenuar a retração

O concreto é o material de construção mais usado no
mundo. É certo que o concreto tem um desempenho
mecânico notável, grande versatilidade e uma
eficiência econômica quando se comparado outros
materiais de construção. Porém o concreto possui
fragilidade aos esforços de tração, além disso, o
concreto passa por redução de volume devido à perda
de umidade por hidratação e evaporação. Essa
mudança de volume é denominada retração. (PARK;
YOO, 2012).
O concreto pode sofrer a retração tanto no estado
fresco quanto no estado endurecido, as retrações
denominadas autógena e hidráulica prevalecem no
estado endurecido do concreto, enquanto a retração
plástica ocorre no estado fresco.
A retração no estado fresco do concreto, denominada
retração plástica, ocorre na superfície do concreto, nas
primeiras horas de aplicação. Essa perda de água pode
ocorrer devido a evaporação, podendo ser ocasionada
pela temperatura elevada e baixa umidade do
ambiente, sujeição do elemento em concreto a ventos
fortes, e também devido à sucção de águas pelas
formas e pelos substratos.
plástica é prevenindo a perda de água da superfície do
concreto, com a execução correta da cura. Em alguns
casos, entretanto, a cura sozinha não é o mais
adequado, e medidas adicionais devem ser aplicadas.
Como ter um bom controle de temperatura, proteger a
estrutura de ventos fortes ou a adição de misturas no
concreto para redução da retração. (BANTHIA;
GUPTA, 2006)
Segundo Boshoff, William e Riaan (2013) existem
algumas maneiras de se prevenir a retração no estado
plástico do concreto, pode-se citar as seguintes:
redução da severidade do ambiente em que se está
usando o concreto, diminuição da taxa de evaporação
de água, redução do tempo de aplicação do concreto e
do adensamento e também com a adição de fibras de
pequena espessura, o que leva a um controle
significativo da retração.
As retrações autógenas não estão ligadas a temperatura
e ao ambiente em que se encontra o concreto e sim por
ocorrência de uma redução de água livre nos poros que
fazem a migração devido às reações químicas na
hidratação (BALTHAR, 2014). Com isso a retração
ocorre devido à tensão superficial que contrai a pasta
de concreto.

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Engenharia Civil 2018/1 1

Na retração autógena os materiais usados, os tamanhos
dos poros estão diretamente ligados a contração do
concreto. Quanto menores os poros, maiores serão as
tensões no menisco capilar e maior será a contração
volumétrica. Assim, quanto mais “refinada” a mistura
do concreto, maior será a retração autógena (CEB/FIB,
1991).
O efeito da retração no concreto está relacionado à
evaporação de água na mistura, mas ela pode ocorrer
em diversas fases do processo (cura, pega, vida útil do
elemento estrutural). A retração hidráulica ou por
secagem segundo Bastos e Cincotto (2000) é
ocasionada pelos componentes do concreto e depende
da composição química do cimento e dos agregados.
Essa deformação ocorre nas primeiras 24h após a
aplicação do concreto.
As aplicações do concreto reforçado com fibras são
tão variadas quanto os tipos de fibras que podem ser
utilizadas nessa adição. Bentur e Mindess (1990) diz
onde os diferentes tipos de fibras são utilizados com
mais frequências: as fibras de amianto são utilizadas
em tubos e em telhas onduladas ou planas; as fibras de
vidro são utilizadas em painéis pré-moldados não
estruturais; as fibras de aço são usadas em
pavimentações, em pontes, em barragens, em concreto
projetado e em uma variedade de outas estruturas; as
fibras de polipropileno, que tem uso crescente, estão
sendo usadas para reforço secundário e para o controle
de fissuração causado pela retração.
Segundo Nunes (2006), os principais estudos
relacionados ao concreto com reforço de fibras de aço,
feitos no Brasil são: aplicações de fibras de aço em
elementos de argamassa armada, aplicação de fibras
de aço em concreto projetado, caracterização de fibras
de aço na resistência mecânica, avaliação da
trabalhabilidade, entre outros.
O reforço com fibras de aço pode ser uma alternativa
para combater a fissuração por retração em elementos
de superfície, porém as propriedades que ocorrem uma
melhora de forma mais acentuada, são a resistência à
fadiga, ao impacto, à tenacidade e à flexão. As fibras
de aço funcionam como uma ponte de tensão que
diminuem a concentração das tensões e reduzem a
propagação de fissuras (NUNES, FIGUEREDO 2006).
As fibras de polipropileno são usadas como reforços
em concretos e argamassas podendo se apresentar com
três diferentes formas geométricas: monofilamentadas,
multifilamentadas ou fitas extrusadas. Porem para o
combate de fissuras a forma mais recomendada e
efetiva são as fibras monofilamentadas (LUCENA,
2017).
Segundo Lucena (2017), o uso de elevada fração
volumétrica de fibras de polipropileno como reforço
no concreto é vantajoso pois: inibe fissuras por
Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Engenharia Civil
retração plástica, impede o lascamento, fornece
resistência ao impacto, fornece resistência a abrasão e
aumenta a tenacidade. A adição de elevado teor de
fibras de polipropileno tem pouca interferência sobre
os valores de resistência à compressão e módulo de
elasticidade.
3 OBJETIVO
O objetivo desta pesquisa é investigar o uso das fibras
no controle da retração do concreto, analisar como
esse material pode restringir a redução de volume,
pontuar quais os tipos que são mais utilizados e mais
eficazes, de acordo com artigos publicados sobre o
assunto, selecionados por meio de um mapeamento
literário, verificar a influência da adição de fibras no
controle da retração do concreto e comparar os
resultados encontrados, os métodos utilizados, as
dimensões e os tipos de fibras, conforme pesquisas
selecionadas.
4 CONTEXTUALIZAÇÃO
A norma de desempenho, NBR 15.575-1 (ABNT,
2013) define vida útil de projeto como sendo o tempo
para o qual o sistema projetado deve atender aos
requisitos de desempenho. A Norma traz como tempo
mínimo de vida útil para sistemas estruturais o período
de 50 anos. As deformações causadas pelas retrações
podem fazer com que haja riscos de fissuração da
peça, o que pode criar situações que favorecem a
corrosão da armadura, danificando assim o elemento
estrutural, ou deixando a peça de concreto
desprotegida podendo sofrer com o ataque de
intempéries, sulfatos e de dióxidos de carbono, além
de ocasionar em um desconforto visual para os
usuários.
5 MAPEAMENTO LITERARIO
Por meio do mapeamento literário construiu-se
esquemas de classificação e estruturação de uma área
específica de conhecimento. Conforme da Silva (2009)
a busca por publicações e artigos, pode ser realizada
através de palavras-chaves que se correlacionam com
o tema proposto. A análise dos resultados, no
mapeamento literário, tem como finalidade mostrar a
frequência, tipo e quantidade de publicações,
relacionados a diferentes perspectivas sobre a questão
pesquisada.
Dentro do portal de periódicos da biblioteca virtual do
MEC (CAPES), existem várias bases de pesquisa que
podem ser utilizadas para praticar esse método. As
bases que foram selecionadas para realização desse
2018/1 2
trabalho foram a ScienceDirect, Scopus e Compendex,
por se tratarem de ser as bases mais completas e
compostas por artigos de estimada relevância
científica. Dentro dessas bases, utilizou-se strings
(conjunto de palavras-chaves), relacionadas ao tema
com o qual se desejava pesquisar. Adotou-se a string
composta pelas palavras concrete and shrinkage and
fiber and polypropylene (concreto e retração e fibra e
polipropileno).
5.1 Analise bibliometrica
Trata-se de uma revisão literária, em artigos
encontrados em três periódicos da plataforma CAPES,
sem restrição de idade. Esta pesquisa teve como
objetivo investigar o uso das fibras no controle da
retração do concreto, permitindo um comportamento
no qual haja menor perda de água no seu estado
plástico, resultando em maior preservação das reações
químicas do concreto e sua integridade física.
Segundo classificação proposta por Lacerda et al
(2007), a pesquisa é considerada aplicada, pois se trata
do estudo de adições de fibras no concreto para fim de
reduzir sua característica de retração, objetivando
conhecimento prático sobre tal. É exploratória, pois
utilizou-se a plataforma CAPES para obter
informações sobre o tema, sem necessariamente
propormos hipóteses sobre o tema, utilizando apenas a
pesquisa bibliográfica para obtenção dos dados.
As buscas foram iniciadas no dia 23 de Agosto de
2017, e foram priorizados os artigos contendo o uso de
fibras de polipropileno, por conta da quantidade de
material encontrada. Foram localizados 2341 títulos.
Com esses artigos selecionados, foi feita uma
filtragem pela leitura dos títulos, aonde foram
identificados e removidos os títulos duplicados ou fora
do assunto proposto. Após essa primeira filtragem,
sobraram 138 títulos. Em seguida foi realizada uma
seleção pela leitura dos resumos, a fim de selecionar
somente os artigos pertinentes ao tema proposto,
eliminando-se os artigos que envolviam adições de
fibras referentes a outros fenômenos. Nesta segunda
filtragem foram eliminados 117, totalizando em 21
títulos.
Os artigos selecionados aderentes ao tema foram
analisados a fim de entender qual a influência das
fibras na retração, e a forma com que foram
adicionadas essas fibras no concreto. Buscou-se
identificar o tipo de fibra que foi utilizado, as suas
dimensões, e os resultados dessas adições na retração,
tanto no estado fresco quanto no estado endurecido. A
partir desses estudos, observou-se o quão eficiente são
as fibras no controle da retração.
Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Engenharia Civil
5.2 Analise qualitativa
A seguir são apresentadas abordagens e discussões
relativas ao comportamento de retratibilidade do
concreto diante da adição de fibras. A pesquisa
abordou os artigos selecionados por meio do
mapeamento literário.
5.2.1 Influências das fibras na retração
plástica dos concretos
Segundo Naaman e Wongtanakitcharoen (2005), o uso
de fibras curtas em misturas de concreto ou argamassa
para evitar que as fissuras causadas pela retração
plástica está crescendo de forma continua ao longo dos
anos. Um método de controle das fissurações,
amplamente aceito pela comunidade científica, é o uso
de fibras distribuídas aleatoriamente na mistura
cimentícia, mais especificamente com adição de fibras
sintéticas finas com uma fração de volume adicionado
inferior a 0,5%.
Segundo os estudos de Pelisser e Barros (2010), a
adição de fibras de reduzida espessura, de
comprimento entre 12 mm e 15 mm, com porcentagem
de 0,05% e 0,10%, em relação ao volume de concreto
mostraram-se eficientes no controle das fissuras
causadas pela retração plástica. Para uma fração de
volume de 0,05%, observou-se uma redução do
comprimento das fissuras de 75% para as fibras de
polipropileno; de 68% para as fibras de vidro; de 63%
para fibras de PET e de 51% para fibras de nylon;
enquanto, para uma fração de volume de 0,10%, a
redução no comprimento da fissura foi de 89% para
fibras de polipropileno; 77% para fibras de vidro; 75%
para fibras PET e 63% para fibras de nylon, As fibras
de nylon mostraram baixa eficiência devido a
características distintas no processo de fabricação e
consequentemente na sua interação fibra/cimento.
Além da espessura das fissuras, foi observado uma
diminuição do número de fissuras no corpo de prova.
Segundo Neto e La Rovere (2005), aberturas de
fissuras também poderiam ser avaliadas
quantitativamente, para o uso de uma fração, em
volume, de fibras de 0,10% no concreto, em placas de
argamassa observou-se que podem reduzir
significativamente a abertura de fissuras. Estudos
mostraram que a adição de fibras sintéticas em
quantidades > 0,10% reduzem ainda mais a fissuração.
Uma concentração de 0,10% é amplamente utilizada
para não aumentar excessivamente custos com
aquisição dos materiais.
A análise estatística mostrou um efeito significativo
tanto para fração de volume de fibras quanto para o
tipo de fibra, em relação ao comprimento da fissura.
2018/1 3
Em relação ao padrão da trinca, a maioria das fissuras
foram paralelas, fato também observado por outros
pesquisadores. São indicadas frações de volume de
fibra de 0,10% ou mais nas placas de concreto pois
podem reduzir significativamente as aberturas devidas
à retração plástica. (PELISSER; BARROS 2010)
Segundo Saje e Bandeji (2013), nas primeiras horas de
aplicação do concreto, a contribuição da adição de
fibras de aço para o controle da retração plàstica é
consideravelmente pequena, em relação à mistura
cimentícia de referência.
Segundo Banthia e Yan (2000), as fibras de
polipropileno são altamente eficazes no controle de
fissuras devidas à retração plástica no concreto. Em
geral, as fibras reduzem a área total de fissuração, a
largura máxima da trinca e o número de fissuras. Com
o aumento da fração de volume de fibras adicionadas,
consegue-se melhora na efetividade da contenção das
fissuras.
Após a análise dos resultados das pesquisas
selecionadas, ficou nítido que as fibras influenciam na
retração plástica que ocorre no concreto. Algumas
fibras se mostraram melhores para o controle das
fissuras, as fibras de polipropileno com volume de
0,05% a 0,5% são as que mostraram os melhores
resultados, diminuindo o número de fissuras e também
o seu tamanho. As fibras de aço são as menos
influentes no controle da retração plástica, já que não
alteram os resultados nas primeiras horas de aplicação.
Com relação a trabalhabilidade do concreto com
adição de fibras embaixo volume, não se observou
perda significativa da trabalhabilidade, em relação ao
concreto controle.
5.2.2 Influência das fibras na retração
hidráulica dos concretos
Geralmente, a retração hidráulica ou de secagem em
concretos normais é de aproximadamente 700 micro
strain (micro strain é uma unidade de deformação
adimensional) que podem levar a valores mais altos se
aumentado o teor de cimento e a relação água cimento
(YOUSEFIEH, 2017).
As fibras curtas, assim como para o controle da
retração plástica, se mostram mais eficazes no controle
da retração hidráulica do que as fibras de espessuras
maiores.(SERDAR; BERICEVIC; RUKAVIANA,
2015)
Segundo Noushini e Vessalas, o controle da retração
por secagem é altamente dependente do módulo de
elasticidade das fibras. Em amostras de concreto com
um teor de fibra de 0,1% (em volume), as deformações
Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Engenharia Civil
de retração máxima medidas foram igual a 72, 40 e 30
microstrains, respectivamente, para aço, poliolefina e
fibras de polipropileno. Em concretos as amostras com
fibras de aço, poliolefina e polipropileno, com adição
de de 0,1% de fibras em volume, apresentou
respectivamente deformações médias de 72%, 45% e
32% inferiores quando se comparado com o concreto
de referência.
As propriedades físicas das fibras possuem efeitos
diretos na redução da abertura da fissura. As fibras de
aço mostraram o melhor desempenho devido à sua
terminação em forma de gancho que contribuiu para
uma melhor aderência entre as fibras e a matriz. Fibras
de polipropileno também demonstraram melhora no
desempenho na prevenção do desenvolvimento de
fissuras.
A adição de fibras não só diminuiu a retração
hidraulica, como também adiou o tempo inicial de
aparição de fisuras, fato este observado por varios
pesquisadores. Segundo os estudos de Youselfieh e
Joshaghani (2017), a primeira fissura, aparece após
144 h em concretos com adição de fibras de aço em
vez de 48 h como ocorrido no concreto de controle da
sua pesquisa. O formato das fissuras no concreto
controle foi diferente do concreto com fibras, uma vez
que nesse, se apresentavem mais finas e menores.
Analisando os resultados das pesquisas relacionadas a
retração de secagem, nota se que as fibras tem grande
influencia nas misturas de concreto, diminuindo a
espessura das fissuras significativamente.
5.2.3 Métodos para medição do avanço de
fissuras em concretos
Existem várias técnicas para se estudar as fissuras por
retração induzida em materiais cimentícios. O método
mais utilizado inclui a produção de um corpo de
prova, que exposto à temperatura e umidade
controladas, consegue com o auxílio de microscópio
dar às medidas da retração do concreto.
A aplicação feita por Pelisser et al. (2010), se
enquadra no método citado, no experimento foram
moldados corpos de prova retangulares, para assegurar
relação geométrica entre superfície e volume típico
das lajes de concreto. As placas foram expostas às
mesmas condições ambientais, ou seja, mesma
temperatura, umidade do ar e velocidade do vento,
dentro de uma sala climatizada (Fig.1).
2018/1 4

Figura 1 – sala climatizada, simulando condições de
colocação de concreto em clima quente. Fonte: Pelisser
et al (2010).
Segundo Serdar, Bericevic e Rukaviana (2015), a
amostra pode ser feita linearmente com as bordas
ancoradas, simulando a forma de uma viga (Fig.2).
Pode também ser produzida no formato de anel, onde
a restrição ocorrerá em duas direções ortogonais
(Fig.3).
6 CONCLUSÕES
Figura 2 – Amostra linear para medição da retração no
concreto. Fonte: Serdar, Bericevic e Rukaviana (2015).
Figura 3 – Teste em andamento da forma em formato de
anel. Fonte: Serdar, Bericevic e Rukaviana (2015).
Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Engenharia Civil
Uma técnica para reproduzir simulações realistas foi
desenvolvida segundo Banthia e Yan (2000), nesse
método, uma camada fresca de argamassa é colocada
diretamente sobre uma base firme de substrato (Fig.4).
Essa “base de substrato” tem protuberâncias, o que
aumenta sua rugosidade e, por sua vez, impõe uma
restrição uniforme na base do substrato. Todo o
experimento é exposto a um ambiente seco para
induzir fissuras pela retração do material, que é
medida com o uso de um microscópio de alta
ampliação.
Figura 4 – Base de substrato com proeminências. Fonte:
Banthia e Yan (2000).
Algumas variáveis das pesquisas não foram
analisadas, pois poderiam tomar grandes proporções e
tirar o foco da pesquisa. A diferença entre os métodos
utilizados na medição dos avanços e as diferenças de
medidas de deformações impossibilitou de comparar
alguns resultados encontrados pelos pesquisadores.
Apesar desses contratempos, a análise geral dos
resultados demonstrou uma linha de tendência
coerente com o que foi esperado, sugerindo por
exemplo o uso de fibras com volume de até 0,5% do
volume total de concreto.
A adição de volumes de 0,05% a 0,1% de fibras
sintéticas curtas, apresentaram os melhores resultados
de custo benefício no controle da retração plástica, por
não onerar o custo do compósito cimentício e nem
comprometer de forma significativa sua
trabalhabilidade.
As fibras sintéticas e de aço contribuem no controle da
retração hidráulica, em que fatores relevantes para o
desempenho dessas fibras são o seu formato e o seu
módulo de elasticidade.
Entre os ensaios para averiguação da eficiência da
adição de fibras em concretos e/ou argamassas, no
controle da retração hidráulica e plástica, pode-se
2018/1 5
 destacar como mais eficiente a medição por meio da
indução de uma amostra com ampla superfície às
condições climáticas severas (temperatura, umidade
do ar e velocidade do vento), controladas em ambiente
laboratorial.
7 AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao professor Reginaldo Virgílio da Silva
por nos orientar e por se dispor com seu tempo a nos
ajudar nessa pesquisa.
Aos nossos colegas e familiares que nos apoiaram e
incentivaram na realização desse estudo.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR 15575: Edificações Habitacionais – Desempenho
Parte 1: Requisitos Gerais - Referências -
Elaboração. Rio de Janeiro, 2013.
BALTHAR, V.K.B.L. Retração autógena e evolução de
propriedades mecânicas de pastas pozolânicas. 2004.
128 p. Dissertação (Mestrado) – COPPE, Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.
BANTHIA, N; YAN, C. Shrinkage cracking in polyolefin
fiber-reinforced concrete. ACI Materials Journal.
University of British Columbia, Canada, 2000.
BASTOS, P.K.X.; CINCOTTO, M. A. Retração de
compósitos á base de cimento. 2000.
BENTUR, A; MINDESS, S. Fiber Reinforced
Cementitious Composites. Elsevier Applied Science,
London and New York, 1990.
BOSHOFF, P. WILLIAM & COMBRINCK, RIAAN.
Modelling the severity of plastic shrinkage cracking
in concrete. Cement and Concrete Research, 2013.
COMITÉ EURO-INTERNACIONAL DU BÉTON. CEB-
FIP Model Code 1990 - Design Code. (Bulletin
d’Information No.203). (s.L.), July 1991.
DA SILVA, É. R. P. Métodos Para Revisão E
Mapeamento Sistemático Da Literatura. UFRJ, p.
131, 2009.
F. PELISSER, A. B. da S. NETO, H. L. LA ROVERE, R.
C. de A. Pinto. Effect of the addition of synthetic
fibers to concrete thin slabs on plastic shrinkage
cracking. Construction and Building Materials, vol. 24,
pp. 2171-2176, 2010.
J. J. PARK, D. YOO, S. KIM, and Y. YOON. Drying
shrinkage cracking characteristics of ultra-high
performance fibre reinforced concrete with
expansive and shrinkage reducing agents. Magazine
of Concrete Research, vol. 65, pp. 248–256, 2013.
LUCENA, J. C. T. Concreto reforçado com fibras de
polipropileno: estudo de caso para aplicação em
painel alveolar de parede fina. 2017. 83 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,
São Carlos, 2017.
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto:
microestrutura, propriedades e materiais. 3. ed.
IBRACON: São Paulo; 2008.
NAAMAN AE, WONGTANAKITCHAROEN T,
HAUSER G. Influence of different fibers on plastic
shrinkage cracking of concrete. ACI Mater J
2005;102(1):49–58.
NOUSHINI, A; VESSALAS, K; ARABIAN, G. Drying
Shrinkage Behaviour of Fibre Reinforced Concrete
Incorporating Polyvinyl Alcohol Fibres and Fly Ash.
Centre for Built Infrastructure Research (CBIR), School
of Civil and Environmental Engineering, University of
Technology Sydney, P.O. Box 123, Broadway, Sydney,
NSW, Australia, 2014.
NUNES, N.L. Contribuição para a aplicação do concreto
reforçado com fibras de aço em elementos de
superfície restringidos. 2006. 253 p. Tese (Doutorado)
– Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São
Paulo.
NUNES, N.L.; FIGUEIREDO, A.D. Retração do
Concreto de Cimento Portland. Boletim Técnico. São
Paulo: Escola Politécnica, Universidade de São Paulo,
2006. 59 p.
QI, C; WEISS, J; OLEK, J. Characterization of Plastic
Shrinkage Cracking in Fiber Reinforced Concrete
using Image Analysis and Modified Weibull
Function. Materials and Structures. Purdue University,
West Lafayette, Indiana, 2003; 36:386-395.
SAJE, D; BANDEJI, B; et al. Shrinkage and Creep of
Steel Fiber Reinforced Normal Strength Concrete.
Journal of Testing and Evaluation, Vol. 41, No. 6, pp.
959-969, 2013.
SERDAR, M; BERICEVIC, A; RUKAVIANA, MJ.
Shrinkage Behaviour of Fibre Reinforced Concrete
with Recycled Tyre Polymer Fibres. 2015.
Department of Materials, University of Zagreb Faculty
of Civil Engineering, Fra Andrije Kacica Miosica 26,
10000 Zagreb, Croatia.
. YOUSEFIEH, N; JOSHAGHANI, A; et al. Influence of
fibers on drying shrinkage in restrained concrete.
Construction and Building Materials, vol 148, pp. 833–
845 2016.
Curso de Engenharia Civil 2018/1 6