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A auditoria financeira é uma prática que vem ganhando cada vez mais espaço e importância dentro das
empresas. Diante da competitividade acirrada da atualidade, utilizar ferramentas eficazes de avaliação e
controle de todas as atividades de um negócio, principalmente no setor financeiro, é um dos requisitos
básicos para garantir sua permanência no mercado.
Neste artigo nós esclareceremos como funciona uma auditoria financeira e explicaremos as etapas
necessárias para a sua realização, destacando sua importância para aumentar a eficiência por meio do
controle e da melhoria contínua de processos. Ficou interessado? Então, continue a leitura!
A auditoria financeira funciona, portanto, como uma espécie de controle de qualidade — uma vez que
implementa mecanismos que proporcionam uma segurança acerca do estado financeiro, legal e
organizacional da empresa.
Durante toda a Antiguidade é possível observar exemplos de auditoria financeira. Os romanos, por
exemplo, tinham um sistema de auditoria aprimorado para servir como um instrumento de controle do
império e das contas públicas.
No entanto, o conceito, tal como conhecemos hoje, surgiu por volta do Século XIX na Inglaterra. O
advento da contabilidade, como profissão regulamentada, é símbolo da resposta do mercado a um novo
período do capitalismo globalizado.
Muitas empresas familiares tiveram que se profissionalizar e buscar recursos para manter seus produtos
e serviços competitivos em um mercado cada vez mais disputado.
Além do desenvolvimento da economia e da mudança no perfil dos “players” do mercado, muitos outros
fenômenos também deram impulso à sua prática.
Um bom exemplo disso foi a criação da Security and Exchange Comission em 1934 nos Estados Unidos.
A missão da entidade é aumentar a fidedignidade das informações e dos registros
financeiros fornecidos pelas empresas que negociam papéis na bolsa de valores para resguardar o
interesse do investidor e aumentar a transparência das operações.
Outro fator que contribuiu para o desenvolvimento da auditoria financeira foi a implementação de
políticas econômicas keynesianas no período que sucedeu a crise de 1929. A criação de um Estado forte
e intervencionista fez com que as empresas tivessem que se submeter a uma série de novas obrigações
tributárias.
A auditoria, portanto, passou a ser importante também para assegurar que a empresa atua dentro dos
limites impostos pelas leis e pelas regulamentações emanadas pelo Poder Público.
Além de arcar com uma carga tributária maior, de modo a sustentar o chamado “Estado de bem-estar
social”, as empresas também se submeteram a uma regulação mais intensa — que impôs uma série de
obrigações acessórias, como a emissão de notas fiscais e a manutenção de livros financeiros e
contábeis.
No Brasil a auditoria financeira passou a ser enxergada como uma ferramenta essencial à
boa gestão, principalmente após a segunda guerra mundial — momento em que a economia brasileira foi
se abrindo às multinacionais gradativamente.
Com elas vieram também os grandes escritórios de contabilidade, que já trabalhavam com essas
empresas no exterior e já estavam acostumados com os patamares de transparência praticados no
mercado internacional.
Para termos uma ideia da importância do tema na atualidade, basta dizer que, segundo pesquisas, cerca
de 70% de todas as empresas brasileiras já foram vítimas de fraudes. Estima-se que cerca de R$ 2,2
bilhões sejam furtados por funcionários no comércio todos os anos. Lamentavelmente, quem mais sofre
com esses números são os pequenos negócios, que não têm uma estrutura contábil robusta.
Além de fazer com que o investidor se sinta mais seguro, facilitando a captação de recursos para o
negócio, as auditorias também são importantes para diminuir a probabilidade de que a empresa seja
autuada pelas autoridades fiscalizadoras, tendo que arcar com pesadas multas ou até mesmo com a
interdição do estabelecimento.
Essa observância, por parte do auditor, acerca das demonstrações financeiras e da consonância delas
com os princípios e as exigências contábeis regulamentados é fundamental para que a utilização e o
direcionamento de recursos sejam realizados de maneira uniforme e vantajosa para a companhia.
O passo a passo abaixo identifica as etapas de uma auditoria e dá dicas sobre sua aplicabilidade.
Confira!
O objetivo é condensar e esquematizar todos esses procedimentos em um mapa de tarefas. Essa medida
faz com que o fluxo de todos os processos financeiros seja visualizado de forma clara.
Por isso, deve ser realizada uma análise minuciosa da cada tarefa, buscando erros e inconsistências que
não estejam de acordo com o recomendado pelas normas contábeis.
Ao fazer essa identificação, é importante checar as atividades do fluxo de caixa e questionar o gestor da
área sobre o nível de percepção que ele tem quanto ao risco das atividades do setor.
relatórios financeiros;
contratos;
planilhas;
aprovações;
autenticações eletrônicas;
baixas;
conciliações;
revisões;
carimbos.
Como exemplo, vejamos uma rotina de pagamento de fornecedores. Após verificar como uma empresa
paga seus fornecedores, identificamos que um dos riscos que existem nesse processo é o de efetuar
um pagamento em duplicidade. A auditoria fará os seguintes questionamentos:
Nesse caso específico, uma boa prática de controle interno seria um sistema de conciliação de
pagamentos seguido de um registro de caixa que demonstre, em uma forma de consulta clara, que o
pagamento já foi efetuado.
Importa destacar que todos os controles internos do setor financeiro são voltados para a contabilidade.
Também são consideradas como controles internos as ferramentas que auxiliam no dia a dia
operacional do setor, como:
A partir de técnicas e de procedimentos específicos, a auditoria colocará cada um dos controles à prova,
analisando se o processo está, de fato, sendo seguido como esperado e qual é o seu nível de segurança.
Se o auditor verificar que o controle interno não é eficiente ou não é colocado em prática, ele deve
relacionar todos os problemas encontrados e verificar seu impacto — não só no setor financeiro, mas na
empresa como um todo.
No entanto, ao constatar que determinada rotina está errada, é tarefa da auditoria apontar exatamente
onde está o problema, informando como e por que ele está acontecendo. Ao final, o auditor conclui seu
trabalho sugerindo as melhores práticas para solucioná-lo e como estas devem ser implementadas.
O que todo gestor deve ter em mente é que a intenção de uma auditoria financeira não é apenas apontar
erros e culpados. Infelizmente, esse ainda é um pensamento comum, tendo em vista que geralmente só
se realiza uma auditoria depois que falhas nas rotinas financeiras já causaram algum estrago.
A auditoria deve ser valorizada e encarada muito mais como uma ação preventiva, aplicável de forma
periódica e contínua dentro de uma empresa. Seus resultados beneficiam a todos, pois:
Muitas vezes, pequenas perdas podem parecer irrisórias para o negócio, mas na somatória final
representam grandes prejuízos — financeiros e à credibilidade — quando esse tipo de comportamento
não é repreendido e evitado.
A auditoria financeira será, então, essencial para que seja possível identificar e verificar os riscos de
distorção ocorridos na companhia.
Além disso, a auditoria permitirá uma maior compreensão da realidade financeira e da eficácia
organizacional — o que garante melhorias no controle interno da entidade e, consequentemente, uma
base sólida para planejamento e execução de práticas que corrigirão os erros e as deficiências
identificados pelo auditor financeiro.
Todo esse cuidado garante muito mais do que a redução de erros e a eliminação de riscos. A auditoria é,
ainda, uma grande aliada estratégica para qualquer negócio que deseja ter um setor financeiro mais
eficaz e, com isso, crescer de maneira segura e sem transtornos que envolvem complicações tributárias.
Essa é, portanto, uma das maiores diferenças entre ambas. A auditoria, considerada isoladamente,
geralmente limita seu escopo de análise ao passado — ou seja, às vendas que já foram feitas, aos tributos
que já foram recolhidos, aos pagamentos que já foram feitos etc.
A controladoria, por sua vez, olha para frente antevendo os desafios que a empresa pode encontrar no
seu caminho. Vale dizer, portanto, que as duas atividades não se anulam. Muito pelo contrário: elas são
complementares!
Como o próprio nome já indica, uma auditoria contábil tem por finalidade a análise de documentos
contábeis e não financeiros. Assim, seu objetivo é validar os saldos contábeis — o que é feito
comparando as demonstrações contábeis da entidade com a sua situação patrimonial, econômica e
financeira.
Uma das maiores vantagens associadas à auditoria contábil é a avaliação dos controles internos da
empresa, garantindo que os registros contábeis reflitam, de fato, a realidade e não uma ficção alimentada
com o passar do tempo por erros e fraudes, por exemplo.
Sem informações confiáveis nas mãos fica muito mais difícil gerir uma empresa. Sem contar que a
tendência é que a pressão sobre os administradores aumente, já que os sócios ou acionistas também não
se sentirão seguros com as demonstrações contábeis não auditadas.
Esses terceiros podem incluir investidores, sócios minoritários, o Poder Público ou instituições
financeiras — para fins de aprovação de crédito, por exemplo. Nesse caso é importante escolher um
escritório de contabilidade imparcial para ficar à frente do processo.
Por fim, não poderíamos encerrar o artigo sem ressaltar a importância dos controles e das auditorias nas
finanças da empresa, já que erros e fraudes podem custar caro — além, é claro, de expor a organização a
autuações e a sanções previstas em lei.
Ademais, como pudemos ver, realizar uma auditoria financeira na empresa não é difícil quando
seguimos alguns passos fundamentais! Vale lembrar, ainda, que o gestor não deve se sentir sozinho
nessa jornada. Realizar parcerias com escritórios de contabilidade e consultorias em gestão pode ser
o melhor caminho!
E aí, gostou do nosso artigo? Então, baixe agora mesmo nosso e-book gratuito e veja tudo o que você
precisa saber sobre governança corporativa para líderes de sucesso!
Autor: Lucas Clemente
Diretor Financeiro do INEPAD Consulting. Graduado e Mestre em Administração das Organizações
pela (FEA-RP/USP). Atua há 6 anos com consultor financeiro e de governança corporativa, tendo
participado de diversos projetos de Risco de crédito, controladoria, análise de valor e Governança
Corporativa. É professor de finanças e empreendedorismo e ministra aulas, treinamentos e palestras
sobre temas relacionados.
2 COMMENTS
1. Surpresa
19 de maio de 2018 às 18:05
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