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BALANÇA DE RÉGUA

Proposta
Usando objetos encontrados em casa, determinar a massa de uma caneta.

Questões propostas
O que é preciso saber para montar uma balança aplicando o Princípio das Alavancas e
usando uma régua?
Até que ponto uma balança desse tipo é confiável?
Que fatores afetam essa confiabilidade?
Quais as limitações deste instrumento?
Qual a precisão de um instrumento desses?

Introdução
Em tempos de pandemia e isolamento social, nos quais não se tem acesso a laboratórios
didáticos, torna-se bastante conveniente realizar medidas com instrumentos simples montados
a partir de materiais que temos em casa, desde que se possa confiar nas medidas efetuadas por
meio deles.
Embora a sugestão de montar uma balança de alavanca usando uma régua já tenha sido
apresentada anteriormente (ver, por exemplo: https://labinabox.igc.pt/wp-
content/uploads/2020/03/Lab-in-a-Box-Cabo-Verde-Manual-de-Fi%CC%81sica.pdf), a prática
aqui proposta apresenta uma montagem mais simples, por dispensar furos na régua, suportes,
ganchos ou fios. Por outro lado, o procedimento de medida e a análise dos dados nesta proposta
são mais trabalhosos e sofisticados. Mas, este acréscimo de dificuldade pode ser amenizado por
meio do uso de uma planilha eletrônica.

Balança de alavanca ideal


A figura 1 apresenta o esquema mais simples de uma balança de alavanca centrada no
fulcro. Para determinar o valor de uma massa m2 posicionada a uma distância fixa d2 do fulcro,
desloca-se horizontalmente a massa padrão m1 até a distância d1 para a qual a alavanca
permanece equilibrada na posição horizontal. O valor de m2 pode ser obtido pela aplicação das
𝑚1 .𝑑1
condições de equilíbrio (ΣF = 0 e Στ = 0) que fornece a expressão 𝑚2 = 𝑑2
.

Ao usar a régua como uma alavanca que suporta dois pesos apoiada em um fulcro, é
necessário lembrar que há quatro forças sendo aplicadas sobre a régua. Essas forças não foram
representadas na figura 1, por motivo de clareza da imagem. Essas forças são:
1. Força peso, dirigida verticalmente para baixo, m1 m2
aplicada pelo planeta Terra e considerada de
forma simplificada, como sendo aplicada em um
ponto mais ou menos central, denominado
d1 d2
centro de gravidade da régua.
2. Força normal aplicada pelo fulcro no ponto de Figura 1 – Esquema simples de balança de alavanca
contato entre a régua e o fulcro, dirigida para ideal
cima. Na somatória dos torques, essa força é ignorada pois é aplicada no ponto em torno do
qual o sistema gira.
3. Força normal aplicada pela massa m1 no ponto de contato entre a régua e m1, dirigida para
baixo e equivalente ao peso de m1 (P1 = m1.g).
4. Força normal aplicada pela massa m2 no ponto de contato entre a régua e m2, dirigida para
baixo e equivalente ao peso de m2 (P2 = m2.g).
É importante salientar que a montagem apresentada na figura 1 é um modelo idealizado
extremamente simplista, para o qual se considera que o fulcro foi posicionado exatamente sob
o centro de gravidade da alavanca, ou no caso, régua, de forma que se possa desprezar o efeito
do peso da régua no estabelecimento do equilíbrio do sistema. Outras características desta
idealização são pontos de contato de dimensões desprezíveis, e tanto a régua, quanto o fulcro
e as massas m1 e m2 são corpos indeformáveis.
Infelizmente, modelos ideais também são modelos irreais e a simplificação exagerada
produz algumas dificuldades. Se o contato entre os corpos realmente fosse pontual, seria difícil
obter o equilíbrio, pois este seria obtido apenas para posições muito precisas, sem uma faixa de
tolerância. Nessas circunstâncias, o equilíbrio do sistema seria muito instável, o que dificultaria
a medida.

Balança real usando régua – Determinação da massa da régua


A vantagem de se utilizar uma régua rígida como alavanca é que se pode fazer a leitura
das distâncias entre o fulcro e as massas, diretamente na escala da régua. Como será
demonstrado mais tarde, no procedimento aqui proposto, o valor da massa da régua não afeta
diretamente o resultado das medidas de outras massas, mas afeta a incerteza dessas medidas.
Por isso, o primeiro passo desta prática será determinar o valor da massa da régua a ser utilizada
como alavanca e escala.
Ao realizar uma montagem real deste
sistema, percebe-se que os elementos d1 dr
envolvidos na pesagem são corpos extensos, C
cujas dimensões não são desprezíveis, como m1.g mr.g
representado na figura 2. Isso deve ser a
considerado no processo de medida. Outros Figura 2 - Medição da massa da régua
com balança real
fatores a se atentar são desalinhamentos,
inclinações, assimetrias e as incertezas inerentes a quaisquer instrumentos e processos de
medida.
Pode-se perceber da figura 2 que, como o contato do fulcro com a régua não é pontual,
há uma faixa de valores para a posição da massa m1 para os quais o sistema permanece em
equilíbrio horizontal. Por isso, em vez de simplesmente posicionar a massa padrão de modo a
atingir o equilíbrio, busca-se, ao contrário, os dois pontos para os quais o sistema começa a se
desequilibrar.
Todo instrumento de medida, e a balança não é diferente, necessita de um padrão de
comparação. O valor da massa das moedas nacionais correntes pode ser facilmente encontrado
na internet, com até três algarismos significativos. Com isso, as moedas podem ser usadas como
massa padrão para determinar as massas de outros corpos pequenos. A moeda deve estar em
bom estado de limpeza e conservação para assegurar que sua massa não sofreu mudança
sensível.
No site do Banco Central (https://www.bcb.gov.br/dinheirobrasileiro/segunda-familia-
moedas.html) constam os seguintes valores:

Moeda 5 centavos 10 centavos 25 centavos 50 centavos 1 real


(2002 em diante) (2002 em diante)

Massa (g) 4,10 4,80 7,55 7,81 7,00

Seguem os significados dos símbolos apresentados na figura 2 e nas expressões (1) e (2):
− m1 e mr são, respectivamente as massas da moeda e da régua;
− g é a aceleração da gravidade local;
− d1e e d1d são as distâncias medidas a partir do centro do fulcro do centro da moeda
quando a régua pende à esquerda e à direita, respectivamente;
− dr é a distância entre o centro do fulcro e o centro de gravidade da régua;
− a é a largura do contato entre a régua e a borracha;
− C é a posição central do fulcro.
Nesta análise, consideraremos que:
• os corpos das massas envolvidas no processo de medida têm distribuição simétrica de massa
no sentido longitudinal da régua e seus centros de gravidade estão próximos à superfície sobre
a qual estão apoiados;
• a régua tem massa mr, deformação desprezível e está apoiada sobre um fulcro de largura a
que tem inclinação desprezível e deformação desprezível ou simétrica no sentido longitudinal
da régua;
Estas exigências são facilmente satisfeitas em grande parte dos casos.
A figura 2 apresenta o fulcro como tendo duas extremidades bem definidas. Assim,
serão necessárias duas medidas de posição. Para uma delas, a régua estará apoiada unicamente
(ou quase) na extremidade da esquerda. Na outra medida, a régua estará apoiada (quase)
unicamente na extremidade direita do fulcro.
Aplicando-se a condição de equilíbrio para o sistema quando a régua pende à esquerda,
tem-se:

(1)
Fazendo o mesmo para a posição de m1 que faz a régua pender à direita, obtém-se:

(2)
Subtraindo (1) – (2), e isolando mr, obtém-se a expressão que permite determinar o valor
mais provável para a massa da régua:

(3)
Pode-se perceber de (3) que a medida da massa da régua é proporcional à massa da
moeda e à amplitude de separação entre as duas posições limite da moeda para as quais ainda
há equilíbrio. Há necessidade de medir também a largura da região de contato entre a régua e
a borracha. Essa largura será ligeiramente menor do que
a largura da borracha. Pode-se visualizar isso, por meio
de fotos com grande ampliação do ponto de contato na
situação de limite de equilíbrio. A figura 3 ilustra isso.
Embora o traço que indica 10,8 cm esteja
exatamente sobre a extremidade da borracha, como a
borda é arredondada, o contato ocorre mais para dentro Figura 3 - Ponto de contato entre
da borracha. Medidas de calibração1 realizadas para esta régua e borracha
montagem demonstram que o contato ocorre a cerca de 2 mm da borda desta borracha, logo,
o ponto de contato estaria na posição 11,0 cm, nesta fotografia.
Dentre as diversas medidas a serem coletadas, em primeiro lugar, deve-se determinar
o centro de gravidade da régua que nem sempre coincide com o valor intermediário da escala,
uma vez que as réguas podem não ser uniformes ou podem ter furos.
Para determinar o centro de gravidade da régua, posicione-a atravessada sobre um lápis
redondo na mesa. Gire o lápis até que a régua fique equilibrada sobre o lápis sem encostar na
mesa. Anote o valor da escala que está sobre o ponto de contato entre o lápis e régua. Este valor
deve ser registrado na planilha na célula que registra o valor de CG (centro de gravidade).
Com o intuito de minimizar os erros e incertezas, a balança deve ser montada sobre uma
superfície horizontal firme, sem trepidações. O ambiente deve ser bem iluminado e sem
correntes de ar, pelo menos no momento de realizar as medidas. Recomenda-se usar como
fulcro uma borracha nova para evitar assimetrias devidas a desgastes. Outros corpos de forma
paralelepipédica, como um apontador ou uma pequena caixa, também podem ser usados mas
a borracha tem a vantagem de dificultar o deslizamento indesejado entre a régua e o fulcro.
A régua pode ser de qualquer material e tamanho, mas deve ser rígida o suficiente para
não se deformar de forma perceptível ao suportar as massas a serem utilizadas. Uma régua de
30 cm possibilita boa resolução para as medidas. Os traços e os números da escala devem ter
boa visibilidade e legibilidade.
Além disso, devem-se posicionar os centros dos corpos para que fiquem o mais distante
possível um do outro, dentro dos limites que as características da régua permitem. Isso, porque,
em uma régua com divisões em milímetros, a incerteza da medida de cada posição será um
pouco menor ou maior do que 1 mm. Um erro de 1 mm em uma distância de 1 cm representa
um erro relativo de 10% da medida, enquanto um erro de 1 mm em 15 cm, representa um erro
relativo de 0,7%, ou seja, percentualmente, é um erro 15 vezes menor.
Para assegurar um bom afastamento entre os centros de massa, selecione como massa
padrão, uma moeda que para deslocar o equilíbrio do sistema tenha que ser posicionada mais
próxima à extremidade do que ao centro do fulcro.

1
Essa calibração foi realizada ajustando o valor dos pontos de contato na planilha até que o valor obtido
para a massa da régua coincidisse com o valor obtido pela pesagem em equipamentos mais precisos. No
caso desta borracha, caso se supusesse que o contato ocorre 1 mm para dentro da borracha, em vez de
2 mm, o valor obtido para a massa da régua apresentava um erro de 10% para menos. Isso não é tão
preocupante já este valor não apresenta influência direta nas medidas realizadas pela balança, como
será mostrado adiante.
A planilha eletrônica fornecida foi elaborada considerando que o zero da escala da régua
se encontra à esquerda. Assim, os valores a serem anotados podem ser obtidos diretamente da
posição na escala da régua, sem necessidade de subtrair posições para obter distâncias.
Posicione a régua com seu centro de gravidade sobre o centro do fulcro. Como este
centramento deve ser verificado a cada
medição, é interessante marcar com um lápis, a
linha mediana na face da borracha. Posicione Figura 4 - Montagem para medida da massa da régua
uma moeda de massa conhecida (ver tabela) próxima ao centro da régua e desloque a moeda
para a esquerda até que a régua quase encoste na mesa, como mostra a figura 4.
Anote na planilha fornecida, na aba “Massa da régua”, os valores da posição na escala
do centro da moeda e do contato da régua com a borracha. Lembre-se de que se o fulcro for
uma borracha com canto arredondado, o ponto de contato pode estar a alguns milímetros da
borda.
Confira se o centro de gravidade da régua continua sobre o centro do fulcro. Deslize a
moeda para a direita até que a régua penda para a direita de modo semelhante à situação
anterior. Anote na planilha os novos valores da posição do centro da moeda e do novo ponto de
contato entre a régua e a borracha. Após você ter digitado os valores das medidas realizadas e
de suas incertezas, a planilha fornecerá o valor mais provável para a massa da régua e a incerteza
inerente a este valor.
Os valores das incertezas das medidas a serem inseridos na planilha dependem dos
instrumento utilizado e da habilidade do usuário. A tabela a seguir, extraída de uma medida
registrada na planilha, apresenta alguns valores típicos. Embora as medidas realizadas com a
régua tenham normalmente uma incerteza de metade da resolução, ou 0,05 cm, também há a
incerteza do posicionamento da régua sobre o fulcro e da moeda sobre a régua que aumenta
essa incerteza que pode ser até maior do que 0,1 cm.
Símbolo
Valor
da Incerteza Unidade
medido
Grandeza
CG = 14,9 0,05 cm
m1 = 4,7 0,05 g
ae = 13,1 0,1 cm
d1e = 1,5 0,1 cm
ad = 16,6 0,1 cm
d1d = 27,05 0,1 cm
Tabela 1 - Valores típicos de massa, distância e incertezas

Medindo a massa da caneta (ou outro objeto)


Confira se o centro de gravidade da régua está centrado no fulcro. Posicione a régua
com seu centro de gravidade, cujo valor de escala já foi determinado anteriormente, bem no
centro da região de contato entre a régua e a borracha.
Após posicionar a moeda m1 e o corpo a ser pesado m2 sobre a régua de forma a manter
o equilíbrio na posição horizontal, desloca-se a moeda m1 para a esquerda até que a régua se
incline suavemente. Para determinar o quanto
a régua deve se inclinar, você deverá se d1e d2
acostumar a seu instrumento de medida. Para
𝑃2 = 𝑚2 . 𝑔
isso, pode ser interessante comparar duas 𝑃1 = 𝑚1 . 𝑔

moedas diferentes, de massa conhecidas para


verificar o comportamento do instrumento.
a
Isso está relacionado à calibração do
Figura 5 - Balança equilibrada no limite à esquerda
instrumento que é essencial para melhorar a
exatidão e precisão das medidas realizadas.
d1d d2
Após anotar o valor de d e d , você
1e 2
deve deslocar a moeda m1 para a direita até
𝑃2 = 𝑚2 . 𝑔
que a régua se incline de forma semelhante 𝑃1 = 𝑚1 . 𝑔

para a direita. Esse procedimento deve ocorrer


sem que haja deslizamento da massa a ser
a
medida (m2) sobre a régua, nem da régua sobre Figura 6 - Balança equilibrada no limite à direita
o fulcro. O novo valor da posição do centro da
moeda m1 deve ser anotado como d1d. Caso ocorra algum deslizamento indevido, será
necessário reposicionar a régua, a massa m2 e repetir a medida de d1e.
Os valores anotados podem ser digitados na planilha eletrônica disponibilizada junto
com este texto. Dessa forma podem-se obter com pouco esforço e pouca chance de erro os
valores da massa m2 e de sua incerteza δm2.
Para inserir na planilha o valor da posição de m2, existem dois valores que
correspondem, respectivamente, à posição da borda esquerda e da borda direita do corpo cuja
massa está sendo medida. A planilha considera que sua distribuição de massa seja simétrica, e
atribui para a posição de seu centro de gravidade o valor médio dessas duas extremidades. Isso
pode ser útil para o caso de uma caneta em que não se consegue enxergar o valor de escala para
o centro do corpo. Mas, caso o corpo m2, seja um corpo para o qual seja difícil determinar a
posição de suas beiradas como, por exemplo, uma moeda que fica deslocada em relação à
escala, pode-se digitar duas vezes o mesmo valor referente ao centro de gravidade do corpo. No
caso de uma moeda, digita-se duas vezes o valor de escala do centro da moeda.
A planilha foi elaborada a partir dos cálculos apresentados a seguir.

Cálculo do valor da massa a ser medida (m2)


No limite à esquerda (fig. 5), a condição de equilíbrio conduz a:

(4)
onde:
− m1 é a massa da moeda;
− mr é a massa da régua;
− m2 é a massa a ser medida;
− d1e é a distância entre os centros da moeda e do fulcro, quando a régua pende à
esquerda;
− dr é a distância entre o centro de gravidade da régua e o centro do fulcro;2
− d2 é a distância da massa a ser medida até o centro do fulcro;
− a é a largura do fulcro.
No limite à direita (fig. 6), a condição de equilíbrio conduz a

(5)
onde:
− d1d é a distância entre os centros da moeda e do fulcro, quando a régua pende à direita.
Somando (4) e (5), e definindo d1 como sendo a média aritmética entre d1e e d1d obtém-
se:

(6)
Este resultado é interessante, pois mostra que o resultado da medida não depende da
largura do fulcro. Também é importante ressaltar que, considerando que como o centro de
gravidade da régua deve coincidir com o centro do fulcro (dr = 0), a expressão (3) se reduz à
expressão proposta nos parágrafos iniciais para a balança ideal. A grande diferença reside no
fato de que, para a balança real, d1 é obtido pela média das duas posições medidas para a massa
padrão.

Determinação e análise da incerteza da medida da massa


Falta agora estimar a incerteza da medida de m2. Para isso, é necessário calcular a
propagação das incertezas envolvidas no cálculo de m2.3. Como m2 é função de cinco variáveis,
sua incerteza conterá cinco termos dentro da raiz.

(7)
Após o cálculo das derivadas parciais, a incerteza da medida da massa obtida pela
balança de régua pode ser expressa por

(8)
A expressão (8) é utilizada na planilha previamente mencionada para fornecer a
incerteza da medida. É importante que você seja capaz de montar uma planilha deste tipo.
É possível comparar as contribuições de cada uma das incertezas para a incerteza final,
isso permite avaliar que alterações podem ser realizadas no sistema de forma a minimizar a
incerteza. Essa análise indica, entre outras coisas, que é preferível manter as massas o mais
distante possível do centro do fulcro. Pode-se garantir isso posicionando a massa mais leve na
extremidade da régua. Se a massa mais leve for a massa a ser medida (m2), ela deve ser
posicionada no último valor da escala da régua à direita. Já se a massa mais leve é a moeda, ela

2
Embora a distância entre o centro de gravidade da régua e o centro do fulcro deva ser nula, pois esta é
uma recomendação deste procedimento, aqui ele é considerado a fim do cálculo da incerteza.
3
Explicações mais detalhadas do procedimento de cálculo da propagação de incertezas pode ser obtido
em TAYLOR, J. R. Introdução à análise de erros: O estudo de incertezas em medições físicas. 2.ed. Porto
Alegre: Bookman, 2012, p. 45-92. Disponível na coleção da Minha Biblioteca disponibilizada pela UFPR
no link: https://minhabiblioteca.ufpr.br/mb-login/
deve ser posicionada no zero da escala e a massa m2 será deslocada até que a régua se
desequilibre para a esquerda. Após isso, a massa m2 não é mais deslocada até que se coletem
os valores de d1e e d1d.
A análise das incertezas também mostra que um fulcro mais largo pode produzir
medidas mais precisas. Mas se o fulcro for largo demais, o comprimento da régua não será
suficiente para realizar as medidas, ou será necessária uma massa padrão muito maior que a
massa a ser medida. Isso aumenta a incerteza da medida.
Mas, há um detalhe importante que não pode ser esquecido. É necessário conhecer o
valor da massa da régua para o cálculo da incerteza da medida. Por isso, determinamos o valor
da massa da régua anteriormente. Mas é necessário determinar a incerteza desta medida.
Encerraremos a discussão desta prática com a descrição resumida da determinação da incerteza
da massa da régua.

Incerteza da massa da régua


Como, em nosso modelo, a massa da régua é função de 4 variáveis, como indicado na
expressão (3), o cálculo da incerteza propagada para a massa da régua será constituída dos 4
termos seguintes:

(9)
Mas, as derivadas parciais são, respectivamente

Assim, a incerteza da medida da massa da régua pode ser obtida pela expressão

(10)

Instruções para o Relatório

O relatório deve ser enviado no formato PDF e deve conter de forma clara e concisa:
• Identificação do estudante, do título da atividade, da instituição, local e data;
• Descrição da montagem com foto(s);
• Valores medidos (distâncias e massas) e incertezas para pelo menos três moedas de
massas diferentes;
• Análise da(s) incerteza(s) que mais influenciou os resultados;
• Discussão a respeito da confiabilidade dos resultados e de como estes podem ser
melhorados;
• Breve comentário a respeito do que você aprendeu realizando esta atividade.

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