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SILOGÍSTICAS E M A R I S T Ó T E L E S *
1.
1
Utilizamos para lais proposições a designação 'proposições silogísticas' de preferência à
designação 'proposições categóricas', a qual tem maior extensão, uma vez que abrange
lambem proposições não-quan ti ficadas (singulares e indefinidas).
textos sem termos singulares, qualquer variável que ocorra numa frase
desse contexto puder ser ligada por um quantificador existencial. 2
vez que 'x' não se comporta na frase como uma variável de quantifica-
ção. E fácil comprová-lo, interpretando a frase mediante um dicionário
apropriado. Suponhamos que lemos o predicado Fx como 'x é marido de
Xantipa', sendo o domínio de 'x' o conjunto dos cidadãos atenienses do
século V a.C. A história ensina-nos que a frase '3x Fx' é então verdadeira
para um único valor de ' x \ aquele em que x = Sócrates. E podemos afir-
má-lo recorrendo ao testemunho da história, porque a frase '3x Fx' é
extensional, de tal modo que as suas condições de verdade são dadas pela
simples referência dos termos. Mas para que valores de 'x' será verdadei-
ra a frase '3xDFx'? Dentro da mesma interpretação, sabemos, por ins-
pecção dos objectos do domínio, que Sócrates foi marido de Xantipa; mas
podemos nós saber, apenas por inspecção dos objectos do domínio, que
Sócrates foi necessariamente marido de Xantipa? Eis por que, nos termos
2
Este segundo critério foi introduzido por Quine nos textos que estiveram na base de
'Reference and Modality', para alargar a regra da extensionalidade a contextos em que
todos os termos singulares foram eliminados. Mas o critério é controverso: cf. Church,
'A Review on Quine', p. 46, e muito especialmente no que toca à modalidade, desde
logo Carnap, Meaning and Necessity, § 44. A exposição canónica da perspectiva quinia-
na sobre esta questão encontra-se no ensaio 'Three Grades of Modal Involvement'.
3 Embora, como se saiba, os desenvolvimentos introduzidos em lógica modal quantificada
pela semântica dos mundos possíveis permitam um tratamento extensional das fórmulas
modais quantificadas.
Sobre a natureza das proposições silogísticas em Aristóteles 17
4
Uma caracterização desenvolvida acerca do que se entende por 'conceito' estaria aqui
fora de tom. Para o efeito, bastará dizer que, do ponto de vista deste trabalho, chamamos
'conceito' ao sentido expresso pelos termos gerais, pelo que os conceitos não são classes
de objectos, mas sim os critérios pelos quais cada classe é definida como tal.
5
Retomamos nos próximos sete parágrafos uma passagem incluída num trabalho acadé-
mico que aguarda publicação: O Indivíduo. Contributos para uma Definição do Concei-
to, § 18.
IS Antônio Pedro Mesquita
6
É curioso observar que o fundador da lógica moderna segue a este respeito (como em
tantos outros) uma intuição aristotélica, ao conceber expressamente as proposições uni-
versais como proposições que não contêm qualquer referência, directa ou indirecta, a
objectos, mas limitam-se a relacionar conceitos: cf. Grundlagen der Arithmetik, § 47,
p. 60. O mesmo é reconhecido em determinado momento por Russell no que toca espe-
cificamente à lógica e à matemática (que são para ele o mesmo): estas lidam 'exclusi-
vely with the relations of universais' e estão 'really concerned only with universais'
Sobre a natureza das proposições silogísticas em Aristóteles 19
Eis por que se torna necessário, como alertámos, traçar uma nova
distinção entre 'intensional' e 'extensional' que permita acolher o sentido
mais estrito que aquele termo obtém no contexto da lógica aristotélica.
Assim, será conveniente utilizar a expressão 'conceptual' para as
proposições genuinamente intensionais da lógica aristotélica, enquanto
que as proposições intensionais e extensionais no sentido da primeira
distinção (isto é, todas as que contenham uma referência, explícita ou
implícita, a objectos) serão ambas abrangidas pela designação mais lata
'proposições objectuais'. Por analogia, as proposições objectuais da lógi-
ca aristotélica, isto é, aquelas que envolvem uma referência explícita a
objectos na linguagem sujeito/predicado, podem chamar-se 'genuinamen-
te extensionais'.
Nestes novos termos, a nossa hipótese é a de que as formas proposi-
cionais da silogística aristotélica introduzem proposições intensionais no
segundo sentido ('conceptuais'), embora, derivativativamente, possam
servir também para veicular proposições extensionais no segundo sentido
('objectuais'), quer por tradução daquelas em linguagem objectual, quer
por construção de proposições genuinamente extensionais (aquelas a que
chamaremos proposições 'enumerativas') e estas possam, por sua vez, ser
traduzidas por fórmulas extensionais no primeiro sentido (isto é, no senti-
do da lógica elementar moderna).
Fácil é perceber que, no contexto histórico-filosófico do sistema
aristotélico, esta concepção repousa no esquema generativo. Mas seria
ainda extemporâneo avançar neste sentido.
De momento, importa, antes, frisar que a afirmação segundo a qual
as formas proposicionais da silogística aristotélica são primariamente
intensionais significa que as proposições que elas introduzem têm tipica-
mente um sentido conceptual, na medida em que afirmam relações entre
conceitos ou, nos termos do esquema generativo, relações entre 'univer-
sais'.
O objectivo da presente comunicação consiste em esclarecer e con-
firmar esta hipótese, projecto que exige a resposta sucessiva às seguintes
questões:
1. ) como interpretar a predicação presente em cada um dos tipos de
a
proposição silogística;
2. ) se essa predicação é de facto uma relação entre universais no
a
directamente extensional.
Abordamos na ocasião os três primeiros problemas, deixando o
quarto para posterior circunstância.
2.
Um primeiro ponto pode desde já ser dado por seguro: as proposi-
ções construídas de acordo com as quatro formas proposicionais da silo-
gística aristotélica envolvem exclusivamente termos universais, porque
predicam universaíiter ou particulariter um predicado universal de um
sujeito e só um sujeito que seja também universal pode ser predicado
universaíiter ou particulariter.
É possível (embora a questão mereça análise mais cuidada) que uma
passagem dos Tópicos constitua justamente a explicitação deste princípio
e não, como tem sido aventado, a invocação da tese dos Analíticos
segundo a qual todo o silogismo tem de ter pelo menos uma premissa
universal, ou mesmo, como sugere um tanto gratuitamente Robin Smith,
a extrapolação dessa tese para a totalidade das deduções. 7
A passagem é a seguinte: 8
Além disso devemos estar sempre atentos aos nossos argumentos para
ver se eles estão apoiados em princípios gerais [et érrl K O L V W
SiaXéyovTai]: é que todos os debates sobre questões particulares são
susceptíveis de generalização [rrávTes yàp oi kv pépei Kai K C Í S Ó X O U
8ietXeyu.évoL] e em toda a questão particular está presente uma
demonstração universal [ K O I èVeoriv èv T f j raTÒ pépos r\ T O Ü
KaGóXou àTTÓ8eL^Lç], pelo simples facto de não ser possível racioci-
nar sobre nada sem recorrer ao universal [Ôià r ò pf| eivai
cruXXoy[oao6aL u.u8èv dveu rãv KaOóXou].
7
Topics, pp. 162-163.
8
Top. V I I I 14, 164a7-11. É com prazer que cito pela primeira vez a partir da tradução
portuguesa, preparada por Segurado e Campos para as Obras Completas de Aristóteles,
ainda inédita, mas com saída prevista para o corrente ano.
9
Veja-se, desde logo, Pácio I , 127, n. ad loc.
Sobre a natureza das proposições silogísticas em Aristóteles 21
10 APr. I I , 24al7-22.
1 1
Uma segunda divergência menor é o facto de o De interpretatione referir apenas pro-
posições universais (de universali universaliter) e indefinidas (de universali non uni¬
versaliter), enquanto o presente passo menciona expressamente também as proposições
particulares; mas é fácil verificar que também naquele tratado ocorrem proposições de
universali particulariter, embora sem vocabulário próprio, ora porque casualmente
englobadas nas proposições de universali non universaliter, que então possuem uma
extensão maior do que as indefinidas stricto (assim em 17M7-18), ora, mais comum-
mente, porque surgem apenas pensadas como contraditórias das proposições universais
(assim em 17b26-27).
22 Antonio Pedro Mesquita
3.
acidente. 13
1 2
A despeito da sua potencial ambiguidade, convertemo-nos aqui à tradução de LSLOÇ por
"propriedade".
1 3
Top. 14-8.
MTop. 15, 102b4-14.
1 5
Não confundir evidentemente estes dois sentidos com as duas definições de acidente
nos Tópicos: só no segundo caso, não no primeiro, há sobreposição entre ambos.
1 6
De notar que, embora a regra da subalternidade seja comummente reconhecida pela
Sobre a natureza das proposições silogísticas em Aristóteles 23
tradição e pelo comentário moderno, Aristóteles não faz cm lado algum qualquer refe-
rência a essa regra, tal como cm lado algum reconhece os modos ditos 'subalternos' ou
'fracos', que a supõem. Para mais, tanto a exposição da conversão per accidens como a
sua utilização no estabelecimento de Darapli e Feiapton não apelam para essa regra e
muito provavelmente não a usam. Finalmente, é curioso que Aristóteles dedique um
capítulo aos silogismos 'com várias conclusões' (APr. I I 1) c não inclua a subalternida-
de como um outro processo de construir mais conclusões para silogismos de conclusão
universal. Tudo isto sugere fortemente que a subalternidade nunca é pensada por Aris-
tóteles como um esquema de inferência.
1 7
Veja-se, a título de exemplo, três obras de escopo muito diferente como as dc Sidgwick
(que é fundamentalmente um epítome dc lógica tradicional: cf. Elementary Logic, p. 9),
Venn (que expõe um sistema de lógica formal de matriz booleana: cf. Symbolic Logic,
p. 180) c Cohen-Nagel (que contém uma introdução à lógica tradicional concebida a
partir da lógica moderna: cf. An Introduction ¡o Logic and Scientific Method, p. 35).
24 Antônio Pedro Mesquita
4.
Chegamos agora ao ponto decisivo: em todos estes casos, não só o
sujeito e o predicado são termos universais, isto é, abreviaturas de genera-
lidades, como a própria proposição expressa uma relação entre sujeito e
predicado enquanto universais.
Sobre a natureza das proposições silogísticas em Aristóteles 21
5.
Se nos distanciarmos agora um pouco da mecânica que temos adop-
tado, torna-se claro que o paradigma das relações que procurámos acom-
panhar e, simultaneamente, o motivo indutor de toda a teoria aristotélica a
este respeito é o esquema generativo, entendido, naturalmente, ele pró-
prio como envolvendo uma relação entre conceitos e não uma relação
entre classes. Pois é isso que espécies e géneros são para Aristóteles:
conceitos, isto é, o conteúdo expresso por termos gerais, qualquer que
seja de resto a sua extensão, plural, singular, ou nula.
Podemos vê-lo recorrendo, uma vez mais, aos quatro predicáveis.
[I] O caso típico (se bem que não o único) de AaB é a relação de
18
1 8
As propriedades também se dizem universalmente do sujeito.
1 9
Por extensão, expressa também o princípio que Aristóteles estipula em Top. II 4,
11 la25-29, e, com a emenda de Boécio dc Sídon, em Caí. 3, 1 b! 6-24: tudo o que per-
tence a uma especie pertence também {por acidente) ao seu género subordinante. Note¬
-se que esta princípio está presente nos silogismos em Darapti. Tome-se, por exemplo:
'Todo o homem c capaz de rir. Todo o homem é animal. Logo, algum animal é capaz
de rir'. Entendendo cada uma das proposições como uma relação entre conceitos e o
silogismo como uma relação entre proposições neste sentido, percebe-se bem que o
esquema em Darapti corresponde à aplicação de um princípio fundamenta] do esquema
generativo de Aristóteles (o princípio referido) e que, por esse motivo, tal esquema dc
modo algum envolve implicação existencial. O que ocorre no silogismo utilizado como
exemplo não é que se conclua que, se todos os homens são capazes de rir e todos os
homens são animais, então existem certos animais capazes dc rir (o que pressuporia
que existem homens), mas sim que, se 'homem' é uma espécie do género 'animal'
(premissa menor) e essa espécie possui determinada propriedade (premissa maior),
então o género possui também (por acidente) tal propriedade (conclusão em AiB), que é
justamente o que o princípio estipula.
Sobre a natureza das proposições silogísticas em Aristóteles 29
6.
Para finalizar, resta-nos sugerir algumas pistas a respeito da terceira
questão colocada no início: em que medida é que as formas proposicio-
nais da silogística aristotélica podem introduzir também proposições não-
-conceptuais?
Eis o que exige a entrada em cena de uma nova noção: a de 'propo-
sição enumerativa'. 20
Ora, quando assim é, AaB não significa 'Todo o A é B ' , mas sim
'Todos os A A são B B ' (naquele domínio), ou, literalmente, que Vx (Fx
-> Gx). 22
2 0
Utilizamo-la no sentido cm que foi cunhada por H. Joseph: cf. An Introduction (o Logic,
pp. 177-179. Aproveitamos desde já para alertar de que é um erro comum, mas não
menos um erro, confundir as proposições enumerativas com as proposições K O T Ò T T C I I T Ó
de Aristóteles, na medida em que estas englobam não apenas aquelas como também pro-
posições estritamente universais. Para um exemplo deste erro, veja-se Patzig. Aristotle's
Theory of the Syllogism, p. 34: The proposition 'All men are asleep', for example, or bet-
ter its Aristotelian equivalent 'Sleep belongs to all men' is Kara ifavTÓ and fulfils the
first condition which all propositions must satisfy i f they are to be 'absolutely' necessary.
But it does not fulfil the second condition, since siccp does not belong to man raO' aÚTÓ,
by virtue of his definition.' É claro que Patzig encara aqui a distinção de APo. I 4 entre
proposições KaQóXou em sentido estrito e em sentido lato (= K O T Ò TTCIKTÓ) como reco-
brindo a distinção entre as proposições que aqui designamos como estritamente universais
e as que aqui designamos como enumerativas (visto que 'Sleep belongs to ali men' é evi-
dentemente um exemplo destas últimas: cf. aliás logo a seguir: since it is only the
objects existing at a particular time (that in which all men are asleep) which make the
proposition true'), que c precisamente o erro que apontámos.
2 1
Nos termos da lógica moderna, uma proposição 'enumerativa' corresponde a urna
proposição quantificada universalmente num domínio finito, caso em que pode ser res-
crita como uma conjunção finita; assim, para um domínio finito O = {o\, 02> o }. n
'Vx (Fx)' é equivalente a 'Foj A F02 A ... A F o ' . Veja-se a este respeito S. Haack,
n
Philosophy of Logics, p. 41: 'Indeed, for a theory for which the domain is finite (eg
where the variables range over the members of the British government) a universally
quantified formula is equivalent to a finite conjunction and an existenlially quantified
formula to a finite conjunction.'
2 2
Sendo evidentemente 'Vx (Fx —> Gx)', para o mesmo domínio finito O = { o | , 02,
o } , equivalente a ' ( F o ¡ A F02 A ... A F o )
n n (Go\ A G02 A ... A G o ) ' .
n
30 António Pedro Mesquita
num certo domínio (isto é, pode não ser estritamente universal), caso em
que a sua verdade depende da enumeração de todas as instâncias, pelo
que não é necessária; nos termos consagrados, não é então semper, mas
apenas cuilibet, naquele domínio. Estas são as proposições assertóricas. 25
Quer isto dizer que o esquema modal AaB constitui a forma lógica
n
2 3
Note-se que este é um argumento contra a tradução directa dos esquemas proposicionais
aristotélicos em linguagem quantificada: na medida em que 'Vx* (porque sempre objec-
tual) não permite distinguir entre as proposições estritamente universais e as enumerati-
vas, ou, de outro modo, reduz sistematicamente aquelas a estas. Para um exemplo para-
digmático dessa redução, veja-se Russell, The Principies of Mathematics, §§ 59-65 e 71.
E, para um exemplo dos efeitos de uma tal redução, veja-se ainda este autor, em An
Inquiry into Meaning and Truth, p. 46: 'Propositions containing 'all' or 'none' can be
disproved by empirical data, but not proved except in logic and mathematics. We can
prove 'all primes except 2 are odd', because this follows from definitions; but we cannot
prove 'all men are mortal', because we cannot prove that we have overlooked no one. In
fact, 'all men are mortal' is a statement about everything, not only about men; it states,
concerning x, that x is either mortal or not human. Until we have examined everything,
we cannot be sure but that something unexamined is human but immortal. Since we can-
not examine everything, we cannot know general propositions empirically.' Curio-
samente, um excelente exemplo da diferença entre proposições universais e proposições
enumerativas ocorre na mesma obra de Russell: 'Let us consider some case where wc
seem more certain of the truth of our general proposition, say 'all dodos arc mortal*. We
know this, it may be said, because all dodos arc dead. It might be objected that perhaps
there are dodos in other planets, or that evolution, having produced the dodo once, may
produce it again, and next time may make it immortal, like the phoenix. We will therefore
amend our general proposition, and say only: 'all dodos living on the surface of the earth
before 1940 were mortal'. This seems fairly indubitable.' (p. 257)
24 Ci.APo.14, 73b25-74a3.
2 5
Note-se que a linguagem dos 'mundos possíveis' pode ser utilizada para aproximar a
esta distinção: uma proposição é necessária se for verdadeira em todos os mundos pos-
síveis (isto é, cuiiiber et semper, independentemente do domínio) e asserlórica (tecni-
camente: contingente) se for verdadeira neste mundo (isto é, no domínio particular que
o mundo actual é, de entre a totalidade dos mundos possíveis).
Sobre a natureza das proposições silogísticas em Aristóteles 31
ABSTRACT
The aim o f this paper is to clarify and support the following hypothesis: the
four propositional forms o f Aristotelian syllogistics (AaB, AeB, AiB, AoB) state
relations between universais, or are primarily conceptual.
W e characterize as "conceptual" those propositions which deal only with
concepts and ignore any reference to objects. I n a conceptual proposition,
therefore, the reference is tacitly present in the simple occurrence of the terms, but
is neutralised or cancelled out, because it is only the intension o f these terms, that
is, the concepts, which are dealt with in the proposition.
On the other hand, we characterize as "objectual" those propositions (whether
extensional or intensional in modern terms) which deal directly or indirectly o f
objects, even when, as it is often the case, a concept has to be assumed in the
determination o f these objects.
I n the present paper we try to confirm this hypothesis, by answering the
following questions:
(i) how to interpret the kind of predication present in each type of syllogistic
proposition;
(ii) i f these predications really express relations between universais in the
given sense and, therefore, i f the propositions that express them are conceptual
propositions i n this sense;
and to what measure can these propositions serve to introduce, also, objectual
propositions.
2 7
Ver a este respeito uma observação de R. J. Hankinson ('Philosophy of science',
p. 115) acerca de uma questão diferente, mas aparentada, e que em todo o caso nos
deve fazer meditar: 'The last sentence [of Metaph.1027Ü20-21] appears to hint at the
possibility that the troublesome sentences of the form for the most part xs are F' may,
in the final version of the science, give way to sentences of the form 'all xs, given con-
ditions C, are F', where the content of C is specifiable independently in a non-circular
way. But this is a hint only, and Aristotle never follows it through. Moreover, there are
reasons for thinking that Aristotle could not subscribe at least universally to such a po-
sition. For the reason why certain things happen only for the most part and not invaria-
bly is, for him, due to their involving matter.'