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OM: 4º B Log PLANO DE SESSÃO: N° 001 DATA: 06/03/2021 e

07/03/2021

HORA: Conforme Qts nº 002


CURSO: Formação do Combatente Básico TURMA: Efetivo variável

PERÍODO: Básico
GRUPAMENTO: 3º e 4º
FASE: 1ª Subfase pelotões

MATÉRIA: 05 – Conduta em Combate

UNIDADE DIDÁTICA: OII B-101/ 102

ASSUNTO: 1. Origem e histórico do DIH e DICA e suas diferenças. 2. Conhecer as bases e a


evolução da legislação internacional sobre os Direitos Humanos. 3. Principais Normas
Internacionais 4. Listagem de Atos Internacionais por assunto, encaminhada pela Divisão de Atos
Internacionais do Ministério das Relações Exteriores (MRE) 5. Regras de engajamento. 6. Regras
de caráter geral. 7. Regras para utilização do armamento. 8. Regras de caráter geral para uso de
arma letal. 9. Regras de caráter geral para uso de arma não letal.

OBJETIVOS:
- Identificar as principais normas internacionais que tratam dos conflitos armados e suas
peculiaridades.
- Identificar o comportamento adequado em relação às Regras de Engajamento, símbolos,
distintivos e protetores, em especial, para tropas em Missão de Paz.
LOCAL DA INSTRUÇÃO: Quadra de Vôlei

TÉCNICA(S) DA INSTRUÇÃO: Palestra, interrogatório e demonstração visual.

MEIOS AUXILIARES:
- Retroprojetor;
- Notebook;
- Caixa de som;
- Cabos de som.
INSTRUTOR(ES): MONITOR(ES): AUXILIAR(ES):
3°Sgt Mendes

MEDIDAS ADMINISTRATIVAS: Limpeza, preparação da instrução.


MEDIDAS DE SEGURANÇA: Caso algum dos instruendos venha a passar mal será encaminhado à
Seção de Saúde, e em casos mais graves será levado ao HGe SM.

FONTES DE CONSULTA: MANUAL DE EMPREGO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS CONFLITOS


ARMADOS (DICA) NAS FORÇAS ARMADAS
VISTO VISTO VISTO:

_________________________ _________________________ _________________________


Mendes- 3º Sgt S/3 _
Cmt Cia Instrução
MAI
TEMPO ATIVIDADES DO INSTRUTOR E
OBS

10 min 1. INTRODUÇÃO

Breve explanação sobre a criação das Organizações das Nações (ONU)


e sobre a sua importância no contexto do Direito Internacional
Humanitário (DIH) e do Direito Internacional dos Conflitos Armados
(DICA). Os Estados procuram celebrar acordos internacionais, visando
a minimizar os efeitos decorrentes dos conflitos armados. Esse
conjunto de regras e normas permitiu o surgimento de um ramo
específico do Direito Internacional Público, o Direito Internacional Projetor
Humanitário (DIH), também chamado de Direito da Guerra ou de Multimídia
Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA). O Direito
30 min Internacional é cada vez mais utilizado como forma de
regulamentação de comportamento, seja em tempo de paz ou de
guerra.

2. DESENVOLVIMENTO

1. Origem e histórico do DIH e DICA e suas diferenças.

Definição: “O Direito Internacional Humanitário é o conjunto de


normas internacionais, de origem convencional ou consuetudinária,
especificamente destinado a ser aplicado nos conflitos armados,
internacionais ou não-internacionais, e que limita, por razões
humanitárias, o direito das Partes em conflito de escolher livremente
os métodos e os meios utilizados na guerra, ou que protege as
pessoas e os bens afetados, ou que possam ser afetados pelo
conflito.”
O conceito de Direitos Humanos refere-se à tutela dos direitos
fundamentais dos indivíduos perante o Estado (relação Estado-
indivíduo), tais como direito à vida, à liberdade e aos direitos sociais,
políticos, culturais e econômicos, que, no conjunto, limitam a
possibilidade de arbitrariedade ou a exacerbação do conceito de
soberania do Estado perante aos seus cidadãos. Já o conceito de DICA
(relação entre Estados) aplica-se somente por ocasião de um conflito
armado. Contudo, o fundamento de ambos é o mesmo: o respeito à
integridade física e moral da pessoa.
O DICA representa o estabelecimento de normas que limitam a
condução das hostilidades, no que se refere aos indivíduos envolvidos
nos conflitos. Trata-se de conjunto de normas de proteção dos
indivíduos e bens nos conflitos armados, que disciplina o
comportamento dos Estados em tais conflitos, no tocante aos
10 min métodos e aos meios permitidos pelo Direito, na condução das
hostilidades.
DICA surgiu em 1864, ano em que foi celebrada a primeira
Convenção de Genebra (Suíça).
30 min
2. Conhecer as bases e a evolução da legislação internacional sobre os
Direitos Humanos.

Direito de Genebra
Objetiva salvaguardar e proteger as vítimas de conflitos armados:
a. membros das Forças Armadas fora de combate;
b. feridos;
c. doentes;
d. náufragos;
e. prisioneiros de guerra (PG);
f. população civil; e
g. todas as pessoas que não participem ou tenham deixado de
participar das hostilidades.

O Direito de Haia
Estabelece os direitos e deveres dos beligerantes durante a condução
de operações militares, impondo limitações aos meios utilizados para
provocar danos aos inimigos. (proíbem ou regulam utilização de
armas).

O Direito de Nova York ou Direito Misto


Entende-se por “Direito de Nova York” o conjunto de normas
originadas no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU). Em
1968, por ocasião do Ano Internacional dos Direitos do Homem, a
ONU convocou a Conferência Internacional dos Direitos do Homem,
que marcaria o vigésimo aniversário da Declaração dos Direitos do
Homem de 1948. No final da reunião, realizada no Irã, adotou-se a
resolução XXIII que, entre outras solicitações, pedia que todos os
signatários auxiliassem para que, em todos os conflitos armados,
tanto a população civil como os soldados fossem protegidos pelos
princípios do DICA.

3. Principais Normas Internacionais:

3.1. Convenção de Genebra (1949) e seus protocolos adicionais;

3.1.1. Protocolo de Haia (1977);

3.1.2. Protocolo de Nova York (1977);

3.2. Convenção de Ottawa (1997);

3.3. Estatuto de Roma (1998);

3.4. Outras normas previstas no DIH.

4. Listagem de Atos Internacionais por assunto, encaminhada pela


Divisão de Atos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores
(MRE).

Ato internacional é todo instrumento pelo qual uma Pessoa de Direito


Internacional Público (Estado ou Organização Internacional, por
exemplo) assume obrigações e adquire direitos, por escrito, sobre
determinada matéria, perante outra ou outras Pessoas de Direito
Internacional.

Os principais são:

a. Tratados
São atos bilaterais e multilaterais aos quais a prática brasileira deseja
atribuir especial relevância e solenidade. Nessa categoria destacam-
se, por exemplo, os Tratados de Paz e Amizade, Tratados de Amizade
e Cooperação e Tratados de Extradição, bem como tratados de
singular importância regional, como o Tratado de Assunção
(Mercosul) o Tratado de Cooperação Amazônica, o Tratado de Itaipu e
o Tratado de Brasília, Constitutivo da União de Nações Sul-Americanas
(UNASUL).

b. Convenção
Designa, na prática moderna do Direito Internacional, os atos de
caráter multilateral oriundos de conferências internacionais, versando
sobre assuntos de interesse geral. São exemplos as Convenções de
Viena sobre Relações Diplomáticas, Relações Consulares, Direito dos
Tratados e Sucessão de Estados; em matéria Direito do Mar; ou ainda
as Convenções sobre Diversidade Biológica ou sobre Diversidade
Cultural.

c. Acordo
O Brasil tem feito amplo uso desse termo em negociações bilaterais
de natureza política, econômica, comercial, cultural, científica e
técnica. Essa denominação admite diversos desdobramentos.

INTERVALO

5. Regras de engajamento.

Em operações militares ou policiais, as regras de engajamento ou


regras de empenhamento (em inglês: rules of engagement ou ROE)
determinam quando, onde e como deve ser usada a força (por
exemplo, um submarino do país A não pode atacar embarcações do
país B sem uma declaração de guerra oficial).
As regras de engajamento devem equilibrar dois objetivos
conflitantes: a necessidade de recorrer à força para completar os
objetivos da missão e a necessidade de evitar o uso de força
desnecessária.
As regras de engajamento podem ser tornadas públicas, como em
situações de lei marcial ou recolher obrigatório, mas tipicamente só
são conhecidas na íntegra pelas forças que as devem cumprir.

Conceitos:

a. Ato hostil: ação agressiva e deliberada com o intuito de provocar


os efeitos lesivos ou danosos contra, respectivamente, pessoas ou
patrimônio.

b. Autodefesa: emprego ponderado, proporcional e legítimo da força


por parte de militar ou da tropa contra oponente, que cometa ato
hostil, com o propósito de garantir e salvaguardar o pessoal, o
material e as instalações.

c. Legítima defesa: uso moderado dos meios necessários para repelir


injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou de outrem,
proporcionalmente à violência sofrida e apenas até cessar a agressão.

d. Reação mínima: menor intensidade de violência, suficiente e


necessária, para repelir ou prevenir o ato hostil, se possível, sem
danos ou lesões.

e. Oponente: todo indivíduo, atuando integrado a uma força adversa


ou isoladamente, que demonstre intenção ou promova ato hostil.

f. Forças Adversas: pessoas, grupos de pessoas ou organizações cuja


atuação comprometa o pleno funcionamento do estado democrático
de direito, a paz social e a ordem pública.

g. Proporcionalidade: Há que ser observada uma correspondência


entre a ação e a reação do oponente, de modo a não haver excesso
por parte dos integrantes da Tropa em operações, a fim a ser
preservada ou restabelecida a segurança do local.

6. Regras de caráter geral.

a. Nenhum cidadão deverá ser considerado ou tratado como inimigo.

b. O uso da força só é aceitável no cumprimento de tarefas


amparadas na legislação brasileira e nas hipóteses nela previstas.

c. A força deverá ser empregada quando esgotadas outras ações e na


medida necessária ao estrito cumprimento da missão.

d. Em todas as situações, antes de empregar a força, a tropa deverá


usar medidas de dissuasão, demonstrando sua firme determinação
em cumprir a missão.

e. Havendo necessidade do emprego da força, esta deverá ser usada


de forma proporcional à ameaça, levando em consideração,
particularmente, os princípios da surpresa, massa, segurança e
economia de forças.

f. Sempre que possível, filmar ou fotografar as ações realizadas para


permitir a identificação dos oponentes e, principalmente, a
comprovação do correto procedimento da tropa.

g. Em operações de controle de distúrbios não poderá ser empregada


munição de festim com o objetivo de intimidar as forças adversas.

h. Os comandos subordinados deverão dedicar especial atenção ao


detalhamento e à descrição das situações que possam constituir
ameaças concretas, de modo a não haver dúvidas por parte da tropa.

i. Poderá ser autorizada a cobertura jornalística das operações por


profissionais da imprensa, desde que isso não coloque em risco o
sigilo, a sua integridade física e que nenhuma responsabilidade caberá
à tropa em virtude de lesões, danos ou morte que, porventura,
venham a sofrer no desempenho de suas atividades.

l. Em todas as ocasiões, antecedendo ao emprego da força, a Tropa


deve usar, ao máximo, medidas de dissuasão mostrando sua firme
determinação em cumprir a missão, mas reservando um espaço que
permita aos oponentes optarem por uma saída sem que haja
necessidade do uso da força.

m. O emprego de munição real só poderá ser feito como último


recurso, para a proteção individual dos integrantes da Tropa, das
instalações sob responsabilidade da Tropa e dos indivíduos e/ou bens
colocados sob custódia da Força e diante de ameaça concreta por
parte de oponentes.

n. Mesmo quando houver necessidade do uso da força para o


cumprimento da missão, a ação necessária não poderá atentar contra
a dignidade do ser humano.

o. A população deverá ser tratada com urbanidade e respeito.

7. Regras para utilização do armamento.

a. O emprego do armamento deve atender os requisitos de


proporcionalidade e de necessidade.

b. A Tropa deve atuar com as armas alimentadas e travadas.

c. O emprego de munição real só deve ser feito diante de


caracterização de ato hostil que representa grave ameaça à
integridade física dos integrantes da Tropa e/ou da população,
sempre como último recurso.

d. A fração só realizará “fogo” mediante ordem do seu Comandante,


ou em legítima defesa própria ou de terceiros, indubitavelmente
caracterizada, devendo:
1) executar tiros de advertência (exemplo, tiros para o alto), se
possível em locais visíveis pela força adversa, de forma a intimidá-la;
2) atirar somente na direção do oponente claramente identificado;
3) buscar ferir e não matar o oponente;
4) direcionar os tiros para os membros inferiores dos oponentes, com
o objetivo de incapacitá-los, ou para o motor/pneus do veículo;
5) tomar todas as precauções razoáveis para não ferir qualquer outra
pessoa além do oponente;
6) atirar somente o necessário, interrompendo o fogo quando o
oponente houver cessado a ameaça;
7) realizar disparos sempre tiro a tiro (fogo automático só como
último recurso).

8. Regras de caráter geral para uso de arma letal

a. Armas letais deverão ser usadas contra forças adversas que estejam
utilizando armas de fogo. O disparo deverá ser realizado com precisão
em alvos claramente definidos como hostis.
b. Em situação de legítima defesa, ainda que contra oponente que
não esteja utilizando arma de fogo, desde que caracterizada a
proporcionalidade e a moderação dos meios utilizados.
c. Ao utilizar o armamento letal, a fração deverá ter a preocupação de
poupar a vida do oponente, alvejando-o em parte do corpo com
menor risco de morte (membros inferiores).
d. A fração deverá cessar fogo imediatamente, caso o oponente pare
de atirar e se renda. A integridade de bens e pessoas deverá sempre
ser considerada antes da execução do tiro, porém esse fator não
deverá impedir a ação defensiva.
e. A coerção verbal deverá ser empregada ao máximo, visando evitar
a utilização do armamento.

9. Regras de caráter geral para uso de arma não letal

a. Em operações na situação de normalidade a Tropa deverá dar


preferência à aplicação de meios não letais, antes de fazer uso das
armas de fogo letais. Esses meios poderão incluir equipamentos de
proteção pessoal, como escudos, capacetes, coletes à prova de bala e
veículos especializados e/ou armas não letais, especificamente
projetadas para fins de coerção e legítima defesa.

b. As regras de engajamento não devem tolher o direito do integrante


da Tropa de proteger sua vida com força letal, quando necessário.

d. Deverão ser respeitadas as distâncias mínimas previstas nos


respectivos manuais técnicos das armas não letais empregadas.

e. O emprego da granada de gás lacrimogêneo deverá observar


medidas de segurança básicas.

g. Não empregar armas e munições não letais contra crianças,


gestantes e idosos.

3. CONCLUSÃO.

Tiragem de dúvidas e uma breve verificação oral do conhecimento


adquirido.

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