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REALOCAÇÃO DE
TALENTOS
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) acadêmico(a), é com muita satisfação que apresentamos a você o livro de Iden-
tificação e Realocação de Talentos. O material que será apresentado foi elaborado com
o intuito de demonstrar a importância desse assunto para a Gestão de Recursos Huma-
nos, mas, principalmente, gerar reflexões naqueles que se profissionalizam para atuar
nessa área. Reflexões estas que os impulsionem a buscar sempre a melhor maneira de
conduzir as pessoas nas organizações.
Enquanto profissionais e docentes da área de Recursos Humanos, temos reflexões que
em muitos momentos estão relacionadas também aos anseios de nossos alunos, an-
seios estes que têm como esteio a busca pelo conhecimento sobre a área, como tam-
bém pelas melhores práticas que envolvem o RH.
Sabemos que o atual cenário vivenciado pelas pessoas e pelas organizações é composto
por mudanças aceleradas, que, impulsionadas inclusive pela tecnologia, levam a uma
necessidade constante de atualização de nossas experiências e conhecimento. E este é
um dos propósitos deste material elaborado especialmente para você.
Compreendemos que as organizações precisam sim acompanhar o atual cenário de mu-
dança que vivenciam. É necessário investir em novas tecnologias, novos processos de
gestão, novas estruturas e novos recursos para o bom desempenho organizacional. Mas
acreditamos principalmente que o desenvolvimento de práticas adequadas de gestão
de pessoas impulsiona as organizações a atingirem os seus objetivos de maneira alinha-
da e eficaz.
E são diversas as formas de tratar a gestão de pessoas nas organizações, formas estas
que se traduzem em processos voltados a dar suporte à organização e aos seus cola-
boradores no desenvolvimento das atividades que lhes são atribuídas no dia a dia de
trabalho.
Vamos tratar aqui a respeito das formas de desenvolvimento de uma das mais importan-
tes atividades da gestão de pessoas, que são os processos de agregar e orientar pessoas
na estrutura organizacional. Veremos que esses processos são operacionalizados por
meio das atividades de recrutamento, seleção e socialização de pessoas.
Para isso, os conteúdos deste livro didático serão apresentados da seguinte forma: uni-
dade 1 - Identificação e realocação de talentos e o planejamento de Recursos Humanos;
unidade 2 - Processo de Recrutamento de Pessoas; unidade 3 - Seleção de Pessoas; uni-
dade 4 - Integração e Ambientação de talentos; e unidade 5 - Identificação, alocação e
movimentação de pessoas.
Esperamos que este material o(a) leve a reflexões profundas a respeito das práticas de
RH que aqui serão abordadas, contribuindo assim para a sua formação acadêmica e pro-
fissional. Tenha sucesso em sua jornada!
Bons estudos! Boas reflexões! Boas decisões!
SUMÁRIO
UNIDADE I
13 Introdução
34 Considerações Finais
UNIDADE II
43 Introdução
48 Recrutamento Externo
64 Recrutamento Interno
80 Considerações Finais
09
SUMÁRIO
UNIDADE III
89 Introdução
90 A Seleção de Pessoas
UNIDADE IV
125 Introdução
UNIDADE V
159 Introdução
191 CONCLUSÃO
193 REFERÊNCIAS
195 GABARITO
Professora Esp. Marilicy Maia Guerra Cardoso
Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva
I
IDENTIFICAÇÃO E
REALOCAÇÃO DE TALENTOS
UNIDADE
E O PLANEJAMENTO DE
RECURSOS HUMANOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Abordar a identificação e a realocação de talentos como tarefas
essenciais da Gestão de Recursos Humanos.
■■ Compreender a vantagem competitiva nas empresas como uma
consequência da gestão de pessoas.
■■ Conhecer os requisitos essenciais para o mercado de trabalho.
■■ Compreender os principais aspectos do mercado de trabalho para a
identificação e realocação de talentos.
■■ Entender o planejamento de RH e a sua utilização como ferramenta
estratégica das organizações.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Identificação e realocação de talentos e a Gestão de Recursos
Humanos
■■ Vantagem competitiva por intermédio das pessoas
■■ Requisitos essenciais para o mercado de trabalho
■■ O mercado de trabalho: oferta e procura
■■ Planejamento de Recursos Humanos como ferramenta estratégica
13
INTRODUÇÃO
Introdução
14 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IDENTIFICAÇÃO E REALOCAÇÃO DE TALENTOS E A
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
Iniciando nosso conteúdo, quero convidar você a pensar o que vem a ser a
Identificação e Realocação de Talentos. Para que possamos efetivamente
compreender seu significado, antes proponho uma reflexão sobre os macropro-
cessos da gestão de recursos humanos e a sua operacionalização nos ambientes
organizacionais.
Contextualizando brevemente, pode-se afirmar que a Administração de
Recursos Humanos (ARH) se trata de uma área extremamente importante para
que uma organização alcance sua eficiência e eficácia, pois por meio dela as pes-
soas mobilizam-se para a obtenção dos resultados organizacionais.
As pessoas são importantes dentro da organização porque as organizações
não funcionariam sem as pessoas e também as pessoas dependem das orga-
nizações para atingir seus objetivos pessoais e individuais. Dessa forma, as
empresas são formadas por pessoas e dependem delas para sobreviverem. E para
as pessoas, as organizações são um dos meios para cumprir e alcançar seus obje-
tivos (CHIAVENATO, 2010).
Com a contribuição de alguns estudiosos renomados nessa área de estudo
e aplicabilidade da administração, temos que a ARH pode ser compreendida
como um conjunto de processos que sustentam decisões de maneira integrada
no que diz respeito às relações de emprego, que influenciam diretamente a efi-
cácia de empregados e de organizações (MILKOVICH; BROUDREAU, 2000).
Complementando, Maximiano (2014) afirma que a administração de recursos
humanos é composta por um conjunto de processos, que, por meio de políticas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Gestão de pessoas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ademais, à medida que a economia foi se tornando mais complexa (empresas
maiores, mais numerosas e diversificadas), a Administração de Recursos Humanos
tornou-se um campo específico de atuação e pesquisa (VIZIOLI, 2010). Assim,
ressaltamos que a Administração de Recursos Humanos (ARH) é responsável
por várias e importantes atividades dentro das organizações.
Dentro deste contexto, você poderá verificar que, ao enfatizar o processo de
Identificação e Realocação de Talentos, estaremos automaticamente nos referindo
especificamente ao processo de Recrutamento e Seleção (R&S), enfatizando a
inclusão, remanejamento, recolocação e exclusão dos talentos e das competên-
cias nas empresas, pois gerenciar o movimento de pessoas nas organizações é
uma das atividades mais importantes e influentes da Gestão de Pessoas.
Neste tópico, vamos fazer uma abordagem à vantagem competitiva que as empre-
sas de um modo geral podem tomar diante de seus concorrentes por intermédio
de seus recursos humanos. Em outras palavras, por meio das pessoas que naquele
ambiente assumem papéis, atribuições e competências que farão a diferença dessa
organização em seu mercado de atuação.
A Vantagem Competitiva mais difícil de ser imitada é aquela proporcio-
nada pela atuação das pessoas, ou seja, a forma como a empresa administra seus
recursos humanos e obtém deles comprometimento, lealdade, dedicação e forte
contribuição ao desempenho organizacional. Isto quer dizer que, atualmente, a
vantagem competitiva das empresas não decorre de suas patentes, tecnologia ou
ramo de negócio, mas sim pela forma de administrar seu pessoal. Assim, pode-
mos concluir que as pessoas são fundamentais para que as empresas tomem
vantagem competitiva no mundo dos negócios, e os resultados organizacionais
dependem das competências das pessoas envolvidas.
Ao definir as competências de uma pessoa, estas podem ser compreendidas
como: “repertórios de comportamentos e capacitações que algumas pessoas ou
organizações dominam melhor que outras, tornando-as eficazes em determinada
situação” (LEVY-LEBOYER apud CRAMIGNA, 2007, p. 21). Em contrapartida,
Fleury e Fleury (2001 apud FERNANDES, 2006, p. 50), partindo da pesquisa em
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dicionários, destacam duas definições sobre a competência individual, ou seja:
• Capacidade para resolver qualquer assunto; aptidão; idoneidade
(Dicionário Aurélio);
Desta maneira, a organização que assume esses quatro critérios como princípios
para conduzir seus recursos humanos poderá alcançar a vantagem competitiva
sobre os seus concorrentes, oferecendo diferenciais aos clientes por meio de
algo que o mercado valorize e os concorrentes tenham dificuldade em imitar,
como preço baixo, benefícios que justifiquem preços elevados ou, ainda, servi-
ços diferenciados ou agregados. Tais fatores colocam a empresa à frente de seus
competidores em termos de desempenho.
Neste tópico, você poderá constatar que há uma reciprocidade de interesses entre
as organizações e as pessoas para o alcance dos seus objetivos organizacionais e
individuais respectivamente.
Esta escolha fica evidente quando nos referimos ao processo de recrutamento
que, para Milkovich e Boudreau (2000, p. 162), “é o processo de identificação e
atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns para
posteriormente serem contratados para o emprego”.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No processo de recrutamento, por sua vez, ocorre o que chamamos de escolha
de talentos pelas empresas e, em contrapartida, a escolha por parte das pessoas
pelas empresas às quais desejam trabalhar. Para Chiavenato (2010), essa escolha
recíproca depende de inúmeros aspectos e circunstâncias, como a divulgação,
por parte das organizações, das oportunidades de trabalho existentes, das com-
petências exigidas, das habilidades e das aptidões, para que as pessoas possam
contatar as mesmas, havendo uma relação entre pessoas e a organização.
Contudo, podemos observar que as inteligências mais valorizadas pela nossa
sociedade em geral, segundo Gramigna (2007), ocorrem com a predominância
do racional sobre o emocional e intuitivo, ou seja, a nossa educação privilegia as
inteligências lógico-matemática e a linguística. Contudo, as mutações ambientais
às quais as organizações estão cada vez mais sujeitas influenciam o comporta-
mento destas no momento de identificar e captar talentos para seus quadros de
profissionais, como consequência, isto também ocorre na realocação de talentos.
Como estamos falando de requisitos essenciais para o mercado de trabalho,
a “inteligência” surge como um elemento de suma importância. Para nossa dis-
ciplina, o entendimento de inteligência refere-se à capacidade do indivíduo em
fazer distinções; dado seu conhecimento e afinidade com determinado assunto,
2.Inteligência lógico-matemática: presente * Aquele que possui este tipo de inteligência apresen-
nos cientistas, matemáticos e pesquisado- ta habilidade no desenvolvimento de estratégias, na
res, que usam o racional como elemento avaliação de planos [...] o que influencia na qualidade
norteador de suas ações. de sua tomada de decisões.
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3. Inteligência musical: habilidade daque- * Respeitar ritmos (dos outros e próprios), perceber os
les que são atraídos pelos sons. Com a mú- diversos tons das pessoas, tornar o ambiente harmo-
sica, obtêm ritmos, sons e melodias que nioso e motivador são elementos essenciais na atua-
fazem a história da arte. ção profissional.
realocação de talentos. Por meio deste conhecimento, ele terá condições de ava-
liar comportamentos das pessoas, considerando ou não a sua adequação para as
vagas que deseja preencher.
Como o profissional de recursos humanos pode colaborar para que tais in-
teligências possam efetivamente contribuir com o desenvolvimento dos ta-
lentos humanos na organização?
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O MERCADO DE TRABALHO: OFERTA E PROCURA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ A seleção adota critérios menos rigorosos e mais flexíveis.
■■ A empresa investe muito em treinamento para compensar a falta de qua-
lificação dos profissionais.
■■ As empresas adotam políticas salariais elevadas com o intuito de encon-
trar ou reter profissionais capacitados.
■■ Aumenta os investimentos em benefícios sociais para atrair e reter o capi-
tal humano.
■■ Aumenta a ênfase no recrutamento interno, com o objetivo de promo-
ver e fixar o pessoal existente e agilizar planos de carreira para evitar a
saída de pessoal.
■■ Como as pessoas se tornam um recurso difícil e escasso, merecem cui-
dado especial por parte das empresas.
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influenciam o trabalho realizado pelo gestor de RH no que diz respeito às suas
atividades voltadas a agregar pessoas. Os autores Marras (2001) e Chiavenato
(2010) apresentam algumas consequências do mercado de trabalho em situação
de procura, conforme segue:
■■ Aumento da taxa de desemprego.
■■ Crescimento da economia informal.
■■ Retração da economia formal (queda do consumo).
■■ Aparecimento de oportunidades de subemprego.
■■ Migração de trabalhadores para outros polos.
■■ Rebaixamento da qualidade de vida, de parte da sociedade.
■■ Diminuição de pressões sindicais e trabalhistas sobre as organizações.
■■ Falta de vagas e de oportunidades de emprego no mercado.
■■ Os candidatos concorrem entre si para conseguirem as poucas vagas que
surgem.
■■ Os profissionais fazem de tudo para conseguir se fixar nas empresas com
o intuito de não ficarem desempregados.
■■ As pessoas se tornam menos exigentes, mais disciplinadas, procuram não
se atrasar e nem faltar ao serviço com medo de serem demitidas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PLANEJAMENTO DE RECURSOS HUMANOS COMO
FERRAMENTA ESTRATÉGICA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
organizacionais.
Notamos assim a necessidade do planejamento de Recursos Humanos,
principalmente, porque as empresas precisam constantemente adaptar-se a um
ambiente cada vez mais competitivo e dinâmico e, em virtude das mutações do
ambiente externo, as empresas vêm se preparando e buscando assumir estrutu-
ras mais leves e menos rígidas.
Torna-se necessário conhecer e enfatizar as competências organizacionais e
individuais, ou seja, identificar a diferença entre capacidades e competências das
pessoas que fazem parte da organização. Um indivíduo pode ser muito capaz,
porém pouco competente em uma determinada situação.
Um exemplo dessa questão é apresentado por Godoy (2007, p. 118) ao falar
de jogadores de futebol como Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo. Nenhuma
pessoa poderia alegar que esses jogadores não são capazes, pois todos jogam
futebol e jogam muito bem. Contudo, se suas capacidades não forem revertidas
em gols, de nada adiantará; para que sejam competentes, é evidente que preci-
sam fazer gols. Entendemos assim que o planejamento dos recursos humanos
possibilita à empresa detectar, analisar e definir quais competências organiza-
cionais e individuais precisa ter para obter vantagem competitiva.
Como já falamos anteriormente, você deve estar se lembrando de que a
dinâmica do mercado influencia cada vez mais a quantidade e o tipo de com-
petências necessárias para uma empresa manter-se ou expandir-se. Uma forma
de exemplificar este fato é o tempo de entrega dos produtos como uma das
competências que algumas empresas buscam incansavelmente alcançar. Outro
aspecto que merece atenção, quanto ao planejamento de recursos humanos, é a
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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vantagem competitiva sustentável se levarem em consideração quatro critérios
muito importantes quanto aos seus recursos humanos, ou seja, os recursos devem
ter valor, os recursos devem ser diferenciados, os recursos devem ser difíceis
de imitar e os recursos devem ser organizados.
No entanto, para que se estabeleça vantagem competitiva por meio de seus
recursos humanos, os gestores de pessoas devem estar atentos às variações do
mercado de trabalho para garantir, desta forma, bons resultados no processo de
busca e captação de talentos.
Pudemos verificar que o mercado em situação de oferta contribui para as
empresas, em alguns aspectos, vantagens e, em contrapartida, também apre-
senta algumas desvantagens. Da mesma maneira, ocorre com o mercado em
situação de procura.
Assim, concluímos que é importante o reconhecimento do mercado de tra-
balho por parte do recrutador e ou do gestor de pessoas, que deverá administrar
o referido processo de identificar e de realocar talentos levando em consideração
as variáveis externas e, em alguns momentos, internas, como atitudes, valores,
crenças provenientes da cultura organizacional de cada empresa, em específico.
Finalizando esta unidade, foi exposto que o planejamento de Recursos
Humanos tornou-se uma ferramenta estratégica para a organização, visto que é
por meio deles que os objetivos e as metas organizacionais podem ser alcançados.
Espero que tenha aproveitado nosso conteúdo.
Bons estudos e até a próxima!
Material Complementar
O DESAFIO DE ATRAIR E RETER TALENTOS EM ORGANIZAÇÕES NA
CONTEMPORANEIDADE
Danielle De Rosa Castro
(LATEC/UFF)
Resumo
O presente artigo visa promover a reflexão acerca das ações desenvolvidas nos subsiste-
mas de Gestão de Pessoas, que contribuem para o desafio de atrair e reter talentos nas
organizações. Tem como proposta auxiliar os profissionais da área no que se refere à me-
lhoria dos processos e implantação de políticas na organização para alcançar resultados
positivos por meio do seu capital intelectual.
Palavras-chave: Gestão de Pessoas/Talentos/Organização
Introdução
Na contemporaneidade as pessoas têm sido cada vez mais valorizadas, considerando
que é o maior ativo intangível das organizações. A partir de suas competências, conhe-
cimentos, habilidades e atitudes, as empresas têm alcançado resultados significativos
nas metas organizacionais, garantindo a competitividade e produtividade no mercado.
Nesse novo contexto, marcado pela era do conhecimento, alguns comportamentos pas-
sam a ser requeridos pelas empresas modernas e torna-se evidente a necessidade de
tratar o colaborador como um elemento diferenciado para o alcance de resultados. A
organização busca mais do que a satisfação, a felicidade e a realização dos seus parcei-
ros internos admitindo que, dessa forma, conseguirão atrair e reter os melhores talentos
que serão os elementos-chave para o seu sucesso.
De acordo com SENGE (2004), organizações que aprendem são aquelas “[...] nas quais as
pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que realmente
desejam, onde se estimulam padrões de pensamento novos e abrangentes, a aspiração
coletiva ganha liberdade e onde as pessoas aprendem continuamente a aprender jun-
tas”.
Para uma política de retenção eficaz, cabe às empresas se preocuparem de forma contí-
nua em atingir uma convergência entre os desejos do colaborador e o que a mesma tem
a oferecer, possibilitando assim uma união entre a necessidade da empresa e da pessoa
com sua paixão e seu talento.
Na visão de DRUCKER (2006), há evidências de um crescente desajustamento entre em-
prego e oferta de mão de obra disponível. As oportunidades de emprego ajustam-se
cada vez menos às pessoas disponíveis, em razão das novas exigências qualificativas dos
39
Conclusão
O artigo tem como objetivo principal convidar a reflexão de que a sobrevivência da vida
do indivíduo e organização está intimamente e inseparavelmente interligada, e que a
integração entre pessoas e organizações é complexa, dinâmica e de reciprocidade.
Neste contexto da sociedade do conhecimento o capital intelectual torna-se o diferen-
cial no desenvolvimento e perenidade de uma organização. Sendo assim, no trabalho
o homem tem a oportunidade de realização profissional e pessoal, onde vivencia ao
longo do tempo, diante de suas relações e próprias experiências do cotidiano, as mais
diversas transformações, proporcionando assim o crescimento constante do indivíduo.
Assim, torna-se possível uma conquista de espaço, respeito e autoestima, descobrindo
a satisfação no desenvolvimento de habilidades e competências, que agregam valor a
atividade fim.
A partir dos conceitos apresentados, é possível compreender que na contemporanei-
dade a arte de atrair e reter talentos se tornou um grande desafio para a maioria das
organizações, pois consiste em uma realidade a ser conquistada, porém atingível.
<http://www.excelenciaemgestao.org/portals/2/documents/cneg7/anais/t11_0452_2145.pdf>.
Acesso em: 07 jan. 2015.
Professora Esp. Marilicy Maia Guerra Cardoso
Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva
II
PROCESSO DE
UNIDADE
RECRUTAMENTO DE
PESSOAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as principais concepções acerca do conceito de
recrutamento.
■■ Descrever o que é recrutamento interno e externo.
■■ Conhecer as principais fontes externas para a captação de talentos.
■■ Identificar vantagens e desvantagens do recrutamento externo.
■■ Compreender as diferenças do recrutamento externo e interno.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Recrutamento: o processo de agregar pessoas
■■ Objetivos do recrutamento de pessoas
■■ Recrutamento externo
■■ Recrutamento interno
■■ Estabelecendo um roteiro para a análise de currículos
43
INTRODUÇÃO
de captação de talentos.
O intuito de apresentarmos as formas de recrutamento e suas vantagens e
desvantagens é de que possam proporcionar a você a análise crítica e o julga-
mento para distinguir as condições ideais para se utilizar fontes internas e fontes
externas de recrutamento. Assim, conheceremos também as principais fontes
externas utilizadas para a captação de talentos.
Por fim, apresenta-se a análise dos currículos recebidos pelo recrutador,
cabendo ele verificar os aspectos mais importantes contidos nos currículos, como:
identificação do candidato, requisitos para o cargo X, situação do candidato, salá-
rio, e a conclusão, quando será definida a aprovação ou não do candidato pelo
recrutador, realizando-se assim a triagem dos candidatos.
Boa leitura! Bons estudos e boas reflexões!
Introdução
44 UNIDADE II
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RECRUTAMENTO: O PROCESSO DE AGREGAR
PESSOAS
Neste tópico, você irá estudar e conhecer o que é identificar, buscar e captar talen-
tos para uma empresa. Em outras palavras, vamos conhecer os canais utilizados
pelo recrutador para chegar aos interessados que estão em busca de trabalho
junto às empresas, que tipo de fontes de recrutamento ele pode utilizar, quando
optar por esta ou aquela técnica de captar talentos.
Entretanto, para iniciarmos nosso estudo com propriedade e entendimento
de sua parte, vamos contar com a contribuição dada por Milkovich e Boudreau
(2000, p. 162), quando afirmam que recrutamento “é o processo de identifica-
ção e atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns
para posteriormente serem contratados para o emprego”.
Recrutamento de pessoal é uma atividade de responsabilidade do sis-
tema de ARH (Administração de Recursos Humanos) que tem por
finalidade a captação de recursos humanos interna e externamente à
organização objetivando municiar o subsistema de seleção de pessoal
no seu atendimento aos clientes internos da empresa. O Recrutamento
abrange o conjunto de práticas e processos usados para atrair candida-
tos para vagas existentes ou potenciais (MARRAS, 2011 p. 54).
ONDE??
POR QUÊ??
COMO??
QUEM??
Profª Marilicy 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
OBJETIVOS DO RECRUTAMENTO DE PESSOAS
deve reunir-se com o chefe da área em que esse funcionário ficará lotado para
obter todas as informações pertinentes ao cargo em aberto.
Para facilitar o trabalho do recrutador, de acordo com Ribeiro (2006), segue
um breve roteiro com os principais itens relacionados ao cargo que o profissio-
nal de Recursos Humanos deve saber para buscar um candidato em potencial.
Item Considerações
Denominação da função, contendo informações adi-
cionais, tais como: divisão (região, setor, cidade etc.),
Título do Cargo
departamento, Analista de Cargo, Data de Análise,
Categoria Salarial, Chefia Imediata e Código do Cargo.
Funções e Responsabili- Consistem na formalização de todas as atividades,
dades Essenciais obrigações que cada cargo exige.
Define os pré-requisitos necessários bem como a
Especificações e Respon-
declaração do conhecimento, das habilidades e
sabilidades do Cargo
capacidades exigidas ao ocupante do cargo.
Quadro 2: Roteiro para mapeamento de cargos
Fonte: adaptado de Ribeiro (2006)
O roteiro apresentado traz alguns itens relacionados aos cargos que auxiliam o
trabalho do analista de recursos humanos (recrutador). E, desta maneira, o auxi-
lia na determinação das técnicas de recrutamento interno e externo, aquela que
melhor atenda às necessidades da empresa.
Contudo, as mudanças ambientais, em outras palavras, as contingências às
quais as organizações estão cada vez mais sujeitas, influenciam no comporta-
mento das empresas no momento de identificar e captar talentos e competências
para o quadro de profissionais.
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RECRUTAMENTO EXTERNO
Dando continuidade aos nossos estudos, a partir de agora vamos tratar sobre o
processo que envolve o recrutamento externo, que é aquele realizado para bus-
car talentos fora do ambiente da empresa, ou seja, no mercado de trabalho.
Contribuindo com nosso estudo, Ribeiro (2006) nos diz que, no processo de
recrutamento externo, ocorre a procura de candidatos disponíveis ou não no mer-
cado de trabalho, entre aqueles que melhor atendem às exigências da empresa.
Nesta linha de raciocínio, partiremos para o estudo das fontes de recrutamento
externo. Segundo Vizioli (2010), o recrutador, ao se utilizar dessa modalidade
de recrutamento, pode ou não identificar a empresa em questão.
A opção pelo sigilo será recomendável quando:
a. O cargo em questão é estratégico;
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Recrutamento Externo
50 UNIDADE II
Na sequência, iremos abordar cada uma dessas fontes no intuito de elencar as suas
principais características. Perceba que existem várias fontes para o recrutamento
externo, algumas mais sofisticadas, outras nem tanto. No entanto, podemos dizer
que não existe uma fonte de recrutamento melhor do que outra. O que vale é a
gestão de pessoas identificar aquela que melhor atende a necessidade da organi-
zação. Ainda considerando as fontes de recrutamento, vamos falar na sequência
sobre os bancos de currículos, que representam uma estratégia muito utilizada
pelas empresas no processo de recrutamento externo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
BANCOS DE CURRÍCULOS
■■ funcionários aposentados.
É relevante frisarmos neste momento que uma regra muito importante para o
banco de currículos é estabelecer um tempo de armazenamento máximo, uma
vez que um currículo muito antigo não serve para nada, a não ser atrapalhar o
recrutador na hora da busca.
INDICAÇÕES
Recrutamento Externo
52 UNIDADE II
vêm sendo incentivadas por muitas organizações, pelos bons resultados alcan-
çados, conforme já citamos.
Os estudiosos da área de Recursos Humanos costumam apontar as seguin-
tes vantagens da indicação, segundo Vizioli (2010):
■■ É mais fácil conseguir candidatos que compartilhem os valores da
organização: características pessoais como honestidade e dedicação são
altamente valorizadas pelas empresas e, em geral, mais comuns entre can-
didatos indicados por pessoas da casa; afinal, ninguém quer ter seu nome
associado a um funcionário desonesto ou desleixado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ É mais provável obter candidatos competentes: o raciocínio é o mesmo
para fatores técnicos: ninguém quer ser apontado como o responsável pela
contratação de um colega incompetente.
■■ O conhecimento é maior de ambos os lados: a pessoa que indica nor-
malmente conhece bem o candidato e, por sua vez, este também pode
obter várias informações sobre a empresa e o cargo com seu amigo, evi-
tando surpresas desagradáveis mais tarde.
■■ Os vínculos se estreitam: à medida que um novo funcionário é indi-
cado por outro que já trabalha na empresa, torna-se mais fácil a criação
de vínculos fortes entre as pessoas, o que facilita o trabalho em equipe.
Você poderá constatar que este tipo de fonte é extremamente simples e barato,
sendo geralmente usado para cargos operacionais. É uma técnica muito utilizada
por indústrias e pela construção civil. Resume-se em fixar painéis nas portas das
fábricas ou em locais em que, se supõe, haja muito fluxo/trânsito de profissio-
nais com características parecidas com as que se deseja.
Os candidatos interessados passam a ter o conhecimento por meio dos avi-
sos fixados ou ainda por intermédio dos amigos e/ou terceiros que viram ou
souberam das vagas em aberto (MARRAS, 2011). É preciso levar em conta se o
local onde o cartaz é afixado é de grande circulação e se a empresa terá condi-
ções de atender aos candidatos no próprio local, especialmente se eles vierem
em grande número.
Acreditamos ser importante registrar que cartazes e panfletos (externos)
também costumam ser fixados em clubes, bares e cooperativas com o intuito de
chamar a atenção das pessoas, para que parem e leiam o que está escrito. Essa
fonte de recrutamento traz resultados positivos, exceto nos grandes centros
onde existem muitos cartazes e panfletos fixados, tornando esse recurso inefi-
caz (CHIAVENATO, 2010).
Recrutamento Externo
54 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fissional de determinada área, ou seja, a empresa pode anunciar em revistas
médicas, revistas para engenheiros, administradores, professores e outros. O
anúncio exige da empresa, em especial do departamento de Recursos Humanos,
tempo e criatividade na elaboração de seu conteúdo. O conteúdo do anúncio
deve conter os principais requisitos do cargo com o intuito de conseguir o pro-
fissional que a empresa necessita (CHIAVENATO, 2010).
Uma desvantagem apresentada pelo anúncio refere-se ao fato deste estar tra-
zendo para a empresa alguns problemas que consistem no excesso de pessoas
concorrendo à vaga e ainda, dentre estes interessados, alguns que não apresen-
tam os requisitos necessários para o cargo em aberto.
De acordo com Ribeiro (2006), para que se possa ter uma melhor triagem de
candidatos com o perfil desejado por uma empresa, recomenda-se que o anún-
cio explore os seguintes aspectos:
■■ De que tipo de mão de obra precisa.
■■ A experiência necessária.
■■ O sexo e a idade.
■■ O endereço.
■■ Quem procura.
■■ Seja claro, objetivo e preciso.
■■ Anuncie em horário de noticiário ou de programas de grande audiência
(no caso das emissoras de rádio).
Anúncio Aberto: é aquele elaborado por uma empresa que se identifica nomi-
nalmente, indicando endereço, nome da pessoa para contato e até horário para
atendimento.
Recrutamento Externo
56 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 5: Exemplo de Anúncio Semiaberto
Fonte: Marras (2001, p. 77)
CONSULTORIAS ESPECIALIZADAS
Você poderá verificar que este tipo de fonte de recrutamento possui dois tipos
de serviços prestados por consultorias, sendo o primeiro voltado ao profissional:
consultoria de recolocação, também conhecido como consultoria de replace-
ment, segundo Vizioli (2010).
O profissional paga uma taxa para exibir seu currículo no banco de dados
da consultoria e a empresa contratante, por sua vez, exibe suas vagas gratuita-
mente. São, na verdade, consultorias especializadas em atender pessoas físicas
(profissionais). A recolocação no mercado de trabalho atende exclusivamente o
interesse dos profissionais que a contrataram para este fim. Em média, os hono-
rários deste tipo de consultoria gira em torno de um salário do profissional.
Recrutamento Externo
58 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONTATOS COM SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES DE CLASSE E OUTRAS
ENTIDADES CIVIS
Você poderá conceber neste tópico, caro(a) aluno(a), que vários órgãos da admi-
nistração federal, estadual ou municipal elaboram programas para promover o
emprego, segundo Vizioli (2010).
Um dos mais conhecidos, por sua vez, é o Programa de Atendimento ao
Trabalhador (PAT), mantido pelo governo do estado de São Paulo. As empresas
interessadas podem divulgar gratuitamente suas vagas no balcão de empregos
do PAT — o que representa uma solução econômica, especialmente para car-
gos operacionais.
Também temos as conhecidas Agências de Emprego Públicas, de maneira
que estas mantêm escritórios em várias localidades. Nestas agências públicas, o
desempregado pode se inscrever para conseguir o emprego adequado, pois essas
agências possuem condições de indicar candidatos disponíveis com a qualifica-
ção e os requisitos exigidos pelas empresas.
No Brasil, o Sistema Nacional de Empregos (SINE) possui um banco de
dados informatizado com as vagas disponíveis e também com os candidatos que
estão desempregados, facilitando assim colocar as pessoas certas no lugar certo
(BOHLANDER, 2005).
Para algumas situações mais específicas, é interessante utilizar-se das agên-
cias de emprego públicas. Essas situações compreendem, a título de exemplos:
quando a empresa não possuir um departamento de Recursos Humanos estru-
turado, quando a empresa não se sentir capaz de atrair um número significativo
de candidatos e quando o preenchimento do cargo não possa ser divulgado no
mercado por se tratar de uma informação confidencial.
Contudo, Chiavenato (2010) adverte, quanto a esta fonte de recrutamento:
Recrutamento Externo
60 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ACADÊMICOS E CENTROS DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCOLA
Recrutamento Externo
62 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que as pessoas envolvidas no processo sejam mais justas.
Recrutamento Externo
64 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RECRUTAMENTO INTERNO
Reforçando nosso estudo, temos a participação de Vizioli (2010), quando diz que
recrutamento interno é realizado entre profissionais que já trabalham para a
organização. E essa é uma modalidade de recrutamento que pode trazer gran-
des ganhos para a organização. No tópico a seguir, vamos conhecer um pouco
mais sobre as fontes de recrutamento interno.
O recrutamento interno tem como objetivo dar oportunidade aos colabo-
radores de exercer novas funções na empresa, o que incentiva os profissionais
a procurarem qualificação constante. Esse tipo de recrutamento contempla as
seguintes situações: transferências, promoções, desenvolvimento pessoal e car-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
reira profissional.
No entanto, nem sempre o recrutamento interno pode oferecer candidatos
aptos para a vaga, por isso deve ser bem conduzido para não gerar desmotiva-
ção interna. Para um adequado recrutamento interno, é necessário anunciar as
vagas oferecidas e fazer comunicações internas aos gerentes e encarregados soli-
citando pessoas ou divulgando nomes de colaboradores disponíveis e aptos ao
cargo para iniciar o processo seletivo (LACOMBE, 2005).
Recrutamento Interno
66 UNIDADE II
suas qualificações, habilidades e competências. Este cadastro, por sua vez, deve
ser atualizado periodicamente com a avaliação do desempenho do funcionário.
A avaliação pode ser feita pelo próprio funcionário (autoavaliação) ou ainda por
seu superior ou por outros responsáveis. É interessante para as empresas que
mantenham uma conexão entre este inventário e a análise dos cargos da empresa.
Uma vez elaborado este inventário de talentos, orienta-se que se dê aten-
ção especial aos chamados altos potenciais, uma vez que são profissionais que
apresentam potenciais diferenciáveis para exibir novas competências essenciais
ao plano estratégico e que serão preparados para assumir funções estratégicas
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(de liderança ou não) a médio e longo prazo.
É importante frisar que o alto potencial pode se tornar peça essencial em
áreas que ainda nem existem na empresa, mas estão contempladas em seu pla-
nejamento estratégico, segundo Vizioli (2010).
Para se identificar os altos potenciais dentro de uma organização, não basta
apenas analisar o desempenho atual ou passado dos funcionários, mas também
se valer de instrumentos capazes de avaliar a personalidade e os motivado-
res das pessoas, ajudando-as a desenvolver aquelas competências por meio de
programas adequados, estrategicamente definidos pelo órgão de treinamento e
desenvolvimento da empresa.
Estabelecido o que trata o inventário de talentos, vamos falar agora dos
Quadros de Substituição. Estes, por sua vez, são também chamados de Quadros
de Remanejamento, sendo utilizados em planos de sucessão, mas especificamente
em posições estratégicas. Entenda que, quando o autor Vizioli (2010) menciona
Plano de sucessão, ele quer dizer que este é uma estratégia para substituir rapi-
damente ocupantes de posições-chave da organização.
Entretanto, nem toda posição-chave está localizada na alta direção. Para iden-
tificar uma posição-chave, é plausível que se faça questionamentos da seguinte
natureza:
• Se esse cargo ficasse vago, o alcance dos alvos estratégicos da orga-
nização ficaria prejudicado?
Recrutamento Interno
68 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
feitos por intermédio da intranet, do jornal corporativo ou mesmo do mural da
empresa. Este último pode parecer uma estratégia simplista, no entanto, sabe-
mos que se trata de uma importante ferramenta para o processo de recrutamento.
Por outro lado, os anúncios internos exigem que a organização tenha uma
política de administração de cargos (análise, descrição e especificação) muito
bem estruturada e divulgada, pois, acontecendo de um candidato não ser aceito,
a título de exemplo, o Recursos Humanos deve ser capaz e estar preparado para
explicar devidamente as razões da recusa, conforme Vizioli (2010).
VANTAGENS DO
RECRUTAMENTO INTERNO
Recrutamento Interno
70 UNIDADE II
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empresa que tenham o conhecimento para assumir a nova função.
Recrutamento Interno
72 UNIDADE II
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rem seus cargos.
• Pode provocar barreiras internas:
• Pode provocar um bitolamento
DESVANTAGENS
■■ Idade.
■■ Empregado/desempregado.
■■ Último/atual cargo.
3. Salário
■■ Pretensão salarial do candidato.
■■ Salário oferecido pela empresa.
4. Situação
Alternativas:
■■ Não aproveitável.
■■ Chamar para entrevista.
5. Conclusão
■■ Classifique o candidato em relação ao cargo, anotando se ele está dentro,
acima ou abaixo das exigências.
A análise apurada se faz necessária para que os candidatos que passarem à próxima
etapa, que é a seleção, estejam alinhados com as necessidades da vaga a ser ocupada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ uma decisão estratégica da empresa que exige a rápida busca de novas
competências;
■■ uma expectativa de aumento na produção.
Emissão de
requisição de
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pessoal
DIRETRIZES DA POLÍTICA
DE RECRUTAMENTO
Trata-se de
Não aumento do
quadro?
Sim
Aprovação da
diretoria ou
outro órgão
O recrutamento Não
interno é
suficiente? - Natureza e
importância
Escolha das fontes de do cargo.
Sim recrutamento externo
- Tempo e recursos
Acerto de disponíveis.
promoção ou Acionamento das fontes de
transferência recrutamento externo
Seleção
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E VOCÊ, SABE ORGANIZAR O SEU CURRÍCULO?
8. Carta para meu futuro chefe: uma carta de apresentação deve respon-
der a três perguntas básicas: quem sou, o que quero e o que realizei na
carreira. Termine com um pedido de entrevista. A carta de apresentação
deve ter no máximo 20 linhas.
9. Como devo enviar meu currículo? Não existe consenso sobre qual é a
melhor forma de enviar seu currículo. Você pode enviar um email com
o currículo anexado, mas diga que, por via das dúvidas, vai enviar seu
currículo também por correio.
10. É só? Depois de entrar em uma boa empresa, não esqueça de atualizar seu
currículo sempre que houver uma mudança significativa na sua carreira.
Considerando as concepções de França (2009), você agora detém conhecimento
para elaborar/atualizar o seu currículo pessoal, e, principalmente, analisar os
currículos de candidatos a vagas disponíveis na empresa. O que se torna funda-
mental para a sua vida profissional, mas, principalmente, para a sua capacidade
analítica enquanto gestor de RH em um processo de recrutamento de pessoas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
possibilita a inclusão de novos talentos para as empresas, que poderão trazer
junto com a sua bagagem de conhecimentos novos estilos e tendências do mer-
cado. Contudo, podemos afirmar, de acordo com nossos estudos, que os custos
do recrutamento externo são maiores do que o recrutamento interno. Cabe à
empresa, ao recrutador mais especificamente, verificar qual desses dois tipos de
recrutamento atenderá naquele momento às expectativas da empresa no que diz
respeito à manutenção de pessoas. Recomenda-se que ocorra o recrutamento
externo após a avaliação dos talentos já existentes na empresa. Em outras pala-
vras, uma avaliação sobre a alocação dos profissionais atuantes neste ambiente.
Já o recrutamento interno trata da procura de candidatos dentro de uma
empresa para o preenchimento de uma vaga. Dentre as vantagens apresentadas
por este, destacamos que ele estimula os funcionários a se aperfeiçoarem, em vir-
tude da possibilidade de mudança e de relacionamento com outras pessoas, de
outras áreas, além de estar premiando os “pratas da casa”, criando um sentimento
de justiça e reconhecimento por parte dos funcionários. Em contrapartida, este
tipo de recrutamento apresenta também algumas desvantagens, como a manu-
tenção do status quo, que reduz a possibilidade de novas ideias.
Por fim, a empresa pode optar pela realização do recrutamento misto, ou
seja, buscar talentos fora da empresa (recrutamento externo), como também
aproveitar os talentos já existentes (recrutamento interno).
Os Estagiários
Elenco: Vince Vaughn, Owen Wilson, John Goodman
Duração: 120 minutos
Ano: 2013
País: EUA
Gênero: Comédia
Classificação: 12 anos
Sinopse: Billy (Vince Vaughn) e Nick (Owen Wilson) são grandes amigos e trabalham juntos como
vendedores de relógios. Eles são pegos de surpresa quando seu chefe (John Goodman) fecha
a empresa, por acreditar que o negócio esteja ultrapassado. Com problemas financeiros, eles
conseguem a inscrição em uma seleção de estágio no Google. Mesmo sem terem a garantia de
que serão contratados, eles partem para a sede da empresa e lá precisam lidar com a diferença de
idade entre eles e os demais competidores.
Comentário: a trama do filme, além de divertida, possibilita reflexões acerca de fatos que
ocorrem no recrutamento de pessoas, considerando as características individuais dos candidatos.
Mostra-se uma obra muito recomendada para quem estuda os processos de recrutamento e
seleção.
É sempre importante que a empresa saiba escolher entre as formas de recrutamento utilizadas.
As seguintes questões podem surgir: O recrutamento interno é uma boa opção? Quais são as
vantagens e desvantagens de participar de um recrutamento externo?
Acesse o link abaixo para saber mais sobre as duas formas de recrutamento:
<https://www.youtube.com/watch?v=TLsS32cU170>.
Material Complementar
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DO MERCADO DE TRABALHO: UM ESTUDO SO-
BRE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS
Patrícia R. Silva (CESPAR)
Nilsa Lopes Sambu (G-CESPAR)
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo compreender a forma pela qual o processo de recru-
tamento e seleção pode ser abordado como uma ferramenta estratégica de gestão de
pessoas nas organizações atuais. Foram estudados os autores que apresentam um am-
plo conhecimento sobre as teorias adotadas em recrutamento e seleção de pessoas.
Para a execução do trabalho, foram utilizados artigos e entrevistas. Os dados foram cole-
tados por meio de pesquisa bibliográfica, descritiva, primária e secundária. A partir das
interpretações realizadas, foi possível concluir que o maior desafio hoje em um futuro
próximo é saber lidar com as pessoas. É importante também que a empresa ofereça
recursos para que o funcionário sinta-se valorizado e estimulado profissionalmente, e
em consequência deste entrosamento, poderá se observar uma evolução maior entre
patrão e empregado, o que resulta em grandes vantagens para ambos.
Palavras-Chave: Recursos Humanos. Seleção. Recrutamento.
INTRODUÇÃO
No atual mundo do trabalho, cada vez mais as organizações necessitam de medidas
estratégicas para se manter no mercado. Isto devido a modificações ocorridas nas for-
mas de trabalho, nas empresas e, principalmente, na forma de conduzir as pessoas nas
organizações.
Sob esta perspectiva, falar dos processos de Recursos Humanos em sua abordagem es-
tratégica torna-se um diferencial para as organizações. Iniciando a fala sobre processos
de Recursos Humanos está o recrutamento e seleção de pessoas, que pode ser visto
como o início da passagem do indivíduo pela estrutura organizacional.
Quando se trata do assunto recrutamento e seleção de pessoas, torna-se importante
ressaltar que todo o trabalho do administrador dependerá em grande parte da equipe
que possui, e o recrutamento acaba se tornando de suma importância para o sucesso
das empresas, pois é através dele que as organizações conseguem identificar talentos
que trazem o diferencial neste mercado competitivo.
Segundo Chiavenato (2004, p.112), “recrutamento é um processo de duas mãos: ele co-
munica e divulga oportunidade de empregos, ao mesmo tempo em que atrai os candi-
datos para o processo seletivo”. Sendo assim, buscar os meios de captação adequados,
influencia e muito no desenvolvimento dos demais processos de recursos humanos, já
85
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo principal compreender a forma pela qual o proces-
so de recrutamento e seleção pode ser abordado como uma ferramenta estratégica de
gestão de pessoas nas organizações atuais.
Os principais processos de recursos humanos a que a área dentro do RH responsável
pela busca e contratação de novos colaboradores é geralmente conhecida por Recruta-
mento e Seleção por ser composta de duas principais atividades. A primeira é o recruta-
mento, cujo objetivo é atrair profissionais interessados em juntar-se à equipe da empre-
sa. A segunda é a seleção, ou seja, a identificação entre todos profissionais recrutados
de quais são aqueles com o perfil mais adequado à posição que está aberta na empresa.
Conclui-se ainda que os processos de recrutamento e seleção de pessoas com desen-
volvimento estratégico das organizações são: identificar, captar, encontrar talentos, di-
ferenciar os melhores dentre os identificados.
Por fim, conclui-se que o processo de recrutamento e seleção pode ser visto perante
ferramenta estratégica das organizações como uma área de recrutamento e seleção atu-
ando de forma mais estratégica pode, a partir do entendimento do plano estratégico da
empresa e do acompanhamento dos indicadores de gestão, planejar, antecipadamente,
as demandas em relação ao preenchimento de vagas.
Fonte: Silva e Sambu (2013)
O artigo na íntegra está disponível em:
<http://www.maringamanagement.com.br/novo/index.php/ojs/article/view/134/101>. Acesso
em: 8 jan. 2014.
Professora Esp. Marilicy Maia Guerra Cardoso
Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva
PROCESSO DE SELEÇÃO DE
III
UNIDADE
PESSOAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer os elementos que compõem o processo de seleção de
pessoas.
■■ Descrever as etapas de um processo de seleção.
■■ Visualizar as características que compõem uma entrevista de
emprego.
■■ Conhecer técnicas utilizadas nos processos seletivos.
■■ Compreender o processo de seleção como elemento estratégico do
contexto organizacional.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A seleção de pessoas
■■ Etapas de um processo seletivo e a realização da entrevista
■■ Provas de conhecimento e testes psicológicos
■■ Dinâmicas de grupo e finalização da seleção
89
INTRODUÇÃO
Introdução
90 UNIDADE III
A SELEÇÃO DE PESSOAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Falando em seleção de pessoas, esse é um dos processos mais executados em pra-
ticamente todos os tipos de organizações. Segundo Lacombe (2005), a Seleção
abrange o conjunto de práticas e processos usados para escolher, dentre os can-
didatos disponíveis, aquele que parece ser o mais adequado para a vaga existente.
Como candidato mais adequado, entende-se aquele que tem melhores condi-
ções de se ajustar à empresa e ao cargo, conseguindo o desempenho esperado.
Maximiano (2014) diz que, dentre todos os processos de gestão de pessoas,
seleção é um dos mais antigos e mais desenvolvidos. Para este autor, a seleção de
pessoas tem a sua origem no final do século XIX e início do século XX, quando
foram criados os testes de inteligência e de aptidões, que acabaram sendo uti-
lizados para realocar as pessoas nos postos de trabalho das grandes indústrias.
Percebemos assim que a seleção de pessoas tem grande importância no desen-
volvimento das atividades de RH quanto ao processo de identificação e realocação
de talentos. Para o autor Vizioli (2010), a seleção é uma prática muito intensa
e “nevrálgica” da gestão de RH, ou seja, é uma etapa crucial dentre as ativida-
des realizadas pelos gestores de pessoas nas organizações. Perceba que Seleção
é o processo no qual a organização utiliza estratégias para filtrar e identificar os
candidatos que reúnam as qualificações e competências exigidas para ocupar o
cargo que a empresa oferece. O processo de seleção deve levar em consideração
a eficiência e a eficácia no desempenho pessoal e o capital intelectual que deve
ser preservado e aumentado.
Em outras palavras, o autor citado quer dizer que, quando algo sai errado na
seleção, os prejuízos são grandes para a empresa. Por exemplo, quando ocorre
uma contratação mal sucedida, esta pode gerar os seguintes custos:
Sem falar que uma contratação inadequada causa prejuízo para as duas partes
interessadas. Para a empresa, significa a contratação de funcionário com efi-
ciência menor do que a exigida pelo cargo. Por outro lado, a pessoa que passa
por uma experiência profissional mal-sucedida fica com a autoestima abalada.
Ainda a esse respeito, Limongi-França et al. (2002) afirmam que é necessário
ter cuidado ao selecionar, porque se a empresa admitir um funcionário que tem
um potencial maior do que a capacidade da empresa em oferecer oportunida-
des de crescimento, isso pode gerar uma desmotivação por parte do funcionário.
Por outro lado, a mesma autora diz que, se a empresa contratar um profis-
sional sem as qualidades necessárias para o cargo, isso irá gerar muita ansiedade,
estresse e tensão na empresa e, além disso, ela gastará muito dinheiro em treina-
mento e qualificação desse profissional.
Também não podemos deixar de mencionar possíveis problemas judiciais
que possam vir a ocorrer, neste sentido, o profissional de RH deve estar sem-
pre atento ao aspecto ético de suas práticas e a possíveis implicações jurídicas.
Observamos assim, que a seleção funciona como um filtro que permite que
apenas algumas das pessoas interessadas na vaga possam ingressar na organi-
zação, aquelas que realmente apresentam as características compatíveis com o
cargo disponível.
É o processo de escolher o melhor candidato. Colaborando com a definição
do que trata o processo de seleção, Limongi-França et al. (2002, p. 66) afirmam:
“Seleção é a escolha do candidato mais adequado para a organização, dentre
todos os recrutados, por meio de vários instrumentos de análise, avaliação e
comparação de dados”.
A Seleção de Pessoas
92 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Complementando as discussões, seleção, de acordo com Ribeiro (2006, p. 52),
é a escolha da pessoa certa para o cargo certo, em suma, a escolha entre
os candidatos recrutados, dos mais adequados aos cargos existentes,
com o objetivo de manter ou aumentar, tanto a produtividade quanto
os resultados.
ETAPAS DE
UM PROCESSO
SELETIVO E A
REALIZAÇÃO DA
ENTREVISTA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A ENTREVISTA DE SELEÇÃO
vista de seleção, vamos apresentar os quatro estágios principais que ela deve
compreender, sendo constituída da abertura, pesquisa, troca e fechamento
(LIMONGI-FRANÇA et al., 2002). Assim, temos sobre eles:
■■ A Abertura é a hora em que o entrevistador se apresenta e conhece pes-
soalmente o candidato.
■■ A Pesquisa é o momento no qual o entrevistador obtém as informações
do candidato e pode avaliar seu perfil, inclusive, é neste momento que o
entrevistador tem a oportunidade de comprovar a veracidade do que foi
passado por intermédio do currículo.
■■ A Troca é o estágio em que o candidato faz perguntas ao entrevistador a
fim de obter informações a respeito da empresa.
■■ O fechamento é o momento no qual o entrevistador fornece ao candi-
dato um feedback e informa as etapas futuras da seleção, caso existam.
Desta forma, percebemos que a entrevista deve ser bem planejada, com o intuito
de selecionar o melhor candidato para a vaga. De acordo com Ribeiro (2006),
para que a entrevista seja uma ferramenta eficiente, é necessário ficar atento a
alguns itens:
■■ O entrevistador deve obter o máximo de informações possíveis do
candidato;
■■ relacionar os conhecimentos e experiências do candidato com as exigên-
cias do cargo;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Esses itens citados acabam por auxiliar o gestor de RH para os cuidados que deve
ter antes de realizar uma entrevista durante o processo seletivo. Percebemos, a
partir do que foi tratado até aqui, que é necessário empenho, conhecimento e
planejamento na execução desta ferramenta no processo de seleção de pessoas.
No que diz respeito ao formato, as entrevistas podem ser estruturadas,
semiestruturas e não estruturadas, segundo Vizioli (2010). Vamos conhecer as
características de cada tipo.
■■ Estruturadas: têm um roteiro predefinido que deve ser rigidamente
seguido.
■■ Semiestruturadas: têm um roteiro predefinido, mas admitem improvisos.
■■ Não estruturadas: não têm roteiro predefinido.
Nos processos seletivos, a entrevista feita pelo selecionador (profissional de
RH) geralmente é estruturada ou semiestruturada, enquanto aquela feita pelo
requisitante do cargo tende a ser semiestruturada ou não estruturada. De
acordo com a figura abaixo:
Selecionador
Requisitante
do cargo
Considerando esses pontos que foram apontados sobre o que se pode identificar
em uma entrevista, o Quadro 3 traz algumas questões, na concepção de Willyans
Coelho (apud VIZIOLI, 2010, p. 116), que podem ser utilizadas no momento
da entrevista de seleção.
1. Por que você escolheu essa profissão?
2. Como você avalia seu desenvolvimento profissional até o presente momento?
3. Quais são as suas principais limitações profissionais?
4. Qual é a sua meta profissional de longo prazo?
5. O que mais o irrita no ambiente de trabalho?
6. Qual foi a situação profissional mais difícil que você resolveu? Como?
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7. Em seu último emprego, quais foram as suas realizações mais importantes?
8. Qual objetivo que você não conseguiu atingir em seu último emprego?
9. Dentre os gerentes com quem você já trabalhou, qual foi o melhor e o pior?
Por quê?
10. Por que você saiu (ou deseja sair) de seu emprego atual?
11. O que você sabe sobre nossa empresa?
12. O que o faz querer trabalhar conosco?
©shutterstock
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Reforçando essa ideia, Maximiano (2014) diz que o formato da entrevista no
processo seletivo varia de caso para caso, podendo inclusive estar associado ao
tipo de cargo que se deseja preencher. A entrevista pode ainda ser realizada de
forma coletiva ou individual.
Como mencionamos no início deste tema, você deve estar lembrado(a) de que
afirmamos que a seleção é uma prática muito intensa e “nevrálgica” da gestão de
RH, desta forma, julgamos importante relatar que a entrevista de seleção tam-
bém apresenta como outros processos da Administração de Recursos Humanos
seus prós e contras. A seguir, serão apresentados pontos positivos e negativos
da entrevista na seleção de pessoas:
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PROVAS DE CONHECIMENTO E TESTES PSICOLÓGICOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O autor Gil (2014) fala ainda dos testes práticos que podem ser realizados como
uma forma de avaliar as habilidades dos candidatos nos cargos pretendidos. Neste
caso, são testes de fundamental importância para cargos de natureza operacio-
nal ou relacionados à produção, principalmente àquelas atividades com ênfase
especial aos aspectos psicomotores. “Os testes práticos devem ser preparados e
acompanhados pelo requisitante ou por profissional por ele designado que pos-
sua qualificação suficiente para tal” (GIL, 2014, p. 100).
Assim, notamos que o profissional de RH que esteja envolvido no processo
seletivo precisará do auxílio do gestor específico da área, ou seja, aquele que fez
a solicitação da contratação de um novo profissional. Notamos assim a impor-
tância da realização de um trabalho de parceria no processo seletivo.
No que diz respeito à aplicação de testes psicológicos, a primeira ressalva
é a de que estes podem ser aplicados, exclusivamente, por psicólogos. Mesmo
assim, torna-se importante que os profissionais de RH conheçam os principais
tipos de testes existentes para compreender a utilidade de sua aplicação em pro-
cessos seletivos.
Os testes psicológicos permitem analisar as características psicológicas
dos candidatos de maneira mais rápida e econômica do que usando somente
entrevistas ou dinâmicas de grupo (vamos falar das dinâmicas de grupo poste-
riormente), todavia, recomenda Vizioli (2010) que não devem ser considerados
eliminatórios, e sim uma ferramenta auxiliar de análise. Para Santos (1973 apud
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TESTE DE INTELIGÊNCIA
TESTE DE APTIDÕES
TESTE DE PERSONALIDADE
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1. Teste Psicodiagnóstico Miocinético (PMK): é o famoso psicotécnico. A
pessoa é convidada a realizar sete exercícios sobre folhas grandes encai-
xadas em uma mesa especial. Conforme as instruções do observador,
alterna as mãos e vai desenhando círculos, zigue-zagues, linhas, escadas
etc. O PMK parte do princípio de que é possível conhecer a personalidade
da pessoa por meio de seus movimentos inconscientes, como tremores e
alterações do tônus postural. A avaliação visa detectar traços de agressi-
vidade, emocionalidade, tendência à inibição ou à excitação etc.
2. Análises grafológicas: as análises grafológicas correlacionam a maneira
de escrever com traços de personalidade. Uma série de fatores é levada
em conta, tais como escrita rápida ou lenta, letras angulosas ou arre-
dondadas, falta de pontuação ou de barra nos tt. Um tipo específico de
análise grafológica é o teste palográfico, que pode ser aplicado inclusive
a analfabetos, pois não exige a grafia de palavras. Nesse teste, a pessoa é
convidada a fazer uma série de traços, conforme instruções do observador,
e depois os traços são analisados em termos de quantidade, desenho etc.
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a ficha limpa e ocasionalmente ter contraído dívidas por meio de outra pessoa,
a qual ele é avalista. Algumas empresas optam por obter estas, as referências
profissionais, antes dos testes psicológicos, em virtude dos custos desses testes
serem consideravelmente altos.
O uso de dinâmicas de grupo na seleção de pessoas não é algo novo, mas mesmo
assim é uma técnica de seleção que merece cuidado. De acordo com Maximiano
(2014), a dinâmica de grupo pode ser compreendida como um conjunto de
exercícios vivenciais em que os candidatos são avaliados sob o ponto de vista
comportamental.
Sendo assim, durante a realização da dinâmica de grupo, é possível avaliar
o candidato no que diz respeito à sua capacidade de trabalhar em grupo, como
também às suas competências, que são manifestadas por comportamentos que
se mostram relacionados e importantes para o cargo pretendido pelo candidato
(MAXIMIANO, 2014). Ainda sobre a dinâmica de grupo, esta pode ser vista
como uma técnica que consiste em colocar um grupo de pessoas em movimento
por meio de jogos, brincadeiras e exercícios, tendo como objetivo simular uma
situação e proporcionar sensações da vida real. É muito indicada na seleção de
funcionários que lidarão diretamente com o público, como vendedores e aten-
dentes, segundo Vizioli (2010).
Complementando as nossas discussões, o autor Gil (2014) afirma que para
utilizar a dinâmica de grupo no processo de seleção, é necessário de antemão
garantir que os candidatos participantes dessa etapa apresentem os requisitos
mínimos para ocupar o cargo.
O que o autor quer dizer é que a dinâmica de grupo é uma etapa do pro-
cesso seletivo, a qual se recomenda a sua utilização somente após a realização
de outras etapas que tenham possibilitado obter informações básicas acerca dos
candidatos, por exemplo, a entrevista de emprego e/ou provas de conhecimento.
Sobre a forma de realização da dinâmica de grupo, tem-se que ela pode ser
realizada com as mais variadas formas. Algumas delas, de acordo com Vizioli
(2010), serão apresentadas a seguir:
■■ Simulações: as situações são formuladas com o propósito de conhecer o
candidato nas várias etapas de um processo decisório. Nestas, é testado
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o nível de conhecimento prático e teórico do candidato em situações que
lembram em muito o cotidiano das organizações.
■■ Jogos: é uma dinâmica que trabalha com a criatividade dos candidatos.
Evidenciará o candidato que é possuidor de alta criatividade e de muita
intuição e que seja extremamente rápido em qualquer ação de jogos.
■■ Dramatizações: é fornecido ao candidato um papel no qual ele tem que
se expressar de acordo com o papel que lhe foi atribuído; por se tratar
de uma representação, o candidato expressa seus sentimentos e valores,
é também chamada de representação de papéis. Assim, por exemplo, a
pessoa pode assumir o papel de gerente, funcionário, cliente etc.
Antes de se aplicar a dinâmica de grupo, segundo Vizioli (2010), o selecionador
deve definir e estabelecer os objetivos, pois se a dinâmica estiver sendo usada na
avaliação de competên-
cias, a título de exemplo,
deve-se definir quais
competências serão
avaliadas e por meio de
quais comportamentos.
Em seguida, o sele-
cionador deve pensar em
como medir os resul-
tados, para tanto, este
profissional (ou o observador) pode montar uma tabela com pontos ou escalas;
por exemplo: o candidato fica (muito — pouco — nada) desconcertado quando
contrariado. Deve identificar os participantes, ou seja, a dinâmica deve ser
escolhida em função do cargo, do nível cultural, da idade etc. Também deve ave-
riguar o local e aparelhagem que deverão estar disponíveis.
O tempo também se torna um fator extremamente relevante, neste quesito,
é preciso ser observado que o tempo máximo deve ser de quatro horas, sendo
três horas e meia para o exercício propriamente dito e meia hora para atrasos,
coffee break e despedidas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Observamos assim que as etapas anteriores serviram como um verdadeiro
“pente-fino”, com o intuito de eliminar candidatos que não preenchem os requi-
sitos exigidos para a posição. Feito isso, o momento é de escolha daquele(s) que
entrarão para a equipe da empresa.
A figura 10 mostra de maneira resumida as fases que compõem a realização do
processo seletivo, como também as possíveis razões para rejeição de candidatos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
116 UNIDADE III
da vaga. Evidentemente que cada organização tem o seu perfil de cargo, como
também algumas limitações à realização de todas as etapas da seleção que foram
apresentadas nesta unidade. Sendo assim, cabe destacar a necessidade de ade-
quações quanto à realização do que foi tratado. Algo que comentamos durante
as discussões propostas.
As provas de conhecimento e os testes psicológicos, por exemplo, não são
técnicas utilizadas em todos os processos de seleção de pessoas. O que também
ocorre com a dinâmica de grupo. Vimos que a entrevista acaba sendo uma téc-
nica muito utilizada na maioria dos processos seletivos, independentemente do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tipo e/ou tamanho da organização.
Esperamos que os assuntos aqui tratados sirvam de subsídio para a sua for-
mação profissional e acadêmica, e também como instrumentos de orientação
na prática de gestão de pessoas, quando se fala da operacionalização do pro-
cesso seletivo.
A entrevista de emprego é uma das etapas mais importantes do processo seletivo, tanto para
quem vai realizá-la, quanto para que será entrevistado. O consultor Max Gehringer fala a respeito
da entrevista de emprego no vídeo que está disponível no link abaixo:
<https://www.youtube.com/watch?v=CzCWa4o1bEk>
Material Complementar
SELEÇÃO DE PESSOAS
Kelly Mayana Pacheco de Sousa - Departamento de Psicologia. Faculdade de Ciências Médi-
cas. Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Teresina, PI, Brasil.
Esta leitura complementar traz trechos do artigo apresentado por Kelly M. P de Sousa,
e faz menção a algumas das técnicas de seleção de pessoas utilizadas pelas empresas.
Ao conhecer tais técnicas, torna-se possível visualizar formas utilizadas na seleção de
pessoas, ou seja, como empresas estão admitindo novos talentos.
Segundo a autora, as empresas estão constantemente admitindo novos funcionários, e
isso exige delas um preparo para decisão quanto ao ingresso ou não de um candidato
em sua equipe. Esse processo de admissão deve ser bem planejado, de modo que o
novo funcionário tenha a maior possibilidade de atender as suas expectativas.
Existem diferentes técnicas de seleção, todas com o objetivo de dar subsídios para uma
escolha mais assertiva. Entre elas estão a entrevista, a análise de currículos, os testes
psicológicos, provas situacionais, dinâmica de grupo e o psicodrama.
Entrevista
Segundo Ribeiro (2005), a entrevista consiste em um instrumento auxiliar no processo
de seleção que deve buscar informações sobre fatos profissionais, educacionais e socio-
econômicos relativos ao candidato. Ela é reconhecida atualmente como um dos mais
úteis instrumentos que se dispõe para a seleção de pessoal. Sua eficácia depende muito
de quem a executa, portanto, esta técnica de seleção exige do entrevistador habilida-
des, tais como: deixar o entrevistado à vontade, manter um bom contato com ele, e
obter as informações desejadas (RIBEIRO, 2005). Muitos dos entrevistadores acabam por
reduzir a entrevista a um simples bate-papo, sem que haja um planejamento prévio e
uniformidade, tornando-a limitada enquanto técnica.
121
Análise de Currículos
A análise de currículos é um método útil para a obtenção de informações sobre um can-
didato. No entanto, se utilizada de forma isolada se torna insuficiente para a obtenção de
uma visão ampla e real do candidato.
Testes Psicológicos
Segundo Gil (2009), os testes podem ser usados para a avaliação de potencial intelectual
dos candidatos, de suas habilidades específicas e de seus traços de personalidade. Quan-
do utilizados devem ser manejados com grande perícia, levando-se em consideração se
estão devidamente habilitados e com autorização para serem aplicados.
Técnicas vivenciais
As técnicas vivenciais são as que exigem respostas a situações de forma que os candidatos
interajam e participem ativamente delas.
As provas situacionais são relacionadas às tarefas do cargo, como por exemplo um teste de
digitação. A dinâmica de grupo de grupo consiste em colocar os candidatos reunidos em
grupo diante de situações em que terão de demonstrar sua forma de reação.
Conclusão
A seleção de pessoas é o momento de decisão pela escolha do profissional que apresenta
as melhores condições de acordo com o perfil para o cargo em aberto. É um processo
dinâmico em que se procura conciliar os interesses da organização com os interesses do
candidato.
Esse processo tem por objetivo dar mais segurança à empresa quanto ao profissional que
adentra na sua equipe, pois procura identificar, dentre as opções disponíveis, os mais ap-
tos para ocupar a função.
São várias as técnicas a serem utilizadas, e para diminuir a possibilidade de erro na escolha
de um candidato, é recomendável a utilização de diversas técnicas que se complementem,
visto que dessa forma pode-se conseguir uma percepção mais abrangente do comporta-
mento dos candidatos.
Fonte: Souza (2013, online)
O artigo na íntegra está disponível em:
<https://psicologado.com/atuacao/psicologia-organizacional/selecao-de-pessoas>.
Acesso em: 10 jan. 2015.
Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva
IV
INTEGRAÇÃO E
UNIDADE
AMBIENTAÇÃO
DE TALENTOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender a influência da cultura organizacional no processo de
integração de pessoas.
■■ Caracterizar a cultura organizacional como norteadora dos processos
de socialização e integração de pessoas.
■■ Conhecer os principais componentes da cultura organizacional.
■■ Definir socialização organizacional e ambientação de talentos.
■■ Descrever o processo de socialização de pessoas nos ambientes
organizacionais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Cultura organizacional e os seus componentes
■■ A importância da socialização nas organizações
■■ Tipos de socialização organizacional
125
INTRODUÇÃO
Introdução
126 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CULTURA ORGANIZACIONAL E OS SEUS
COMPONENTES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Em alguns ambientes, percebemos que as pessoas se tratam de maneira mais for-
mal, enquanto em outros a informalidade é mais presente. A própria maneira de
se vestir nos ambientes de trabalho são traços da cultura organizacional. Algumas
empresas exigem o uso do uniforme e outras não. E essas características fazem
parte da sua cultura.
O autor Chiavenato (2010) diz que a cultura de uma empresa representa as
normas informais, ou seja, os procedimentos não escritos do dia a dia de tra-
balho dos membros de uma organização, direcionando as suas atitudes para se
atingir os objetivos organizacionais.
Por outro lado, alguns aspectos da cultura organizacional são formais, ou
seja, explicitados na organização em forma de manuais, medidas de produtivi-
dade, relatórios etc. Desta forma, podemos dizer que a cultura organizacional
possui aspectos formais (abertos) e informais (ocultos). Esses aspectos podem
ser observados na Figura 11 apresentada a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Orientação para a equipe.
■■ Agressividade e não acomodação.
■■ Estabilidade ou manutenção do status quo, em oposição à mudança e ao
crescimento.
Faz-se necessário saber se a cultura de uma empresa é forte ou fraca, pois, desta
forma, o gestor de RH pode avaliar a influência das subculturas na cultura domi-
nante e vice-versa. Essa influência pode ser positiva ou negativa, dependerá dos
valores compartilhados pelos membros. De acordo com Barbieri (2012, p. 20),
“A existência de uma forte cultura se torna um obstáculo quando os valores com-
partilhados não estão de acordo com aqueles que podem melhorar a eficácia de
uma organização”. Essa ideia do autor reforça o que foi comentado anteriormente
sobre a cultura forte e fraca.
Reforçamos assim que a cultura de uma organização é manifestada tam-
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bém pelos comportamentos de seus colaboradores, que muitas vezes são um
reflexo dos comportamentos dos “donos” da empresa, de seus gestores, supervi-
sores e outros que estão em cargos de liderança. Fazem parte também da cultura
de uma empresa a sua missão, visão e valores definidos em seu planejamento
estratégico. Elementos que devem ser fortemente divulgados e trabalhados não
somente com os novos contratados, mas com todos os seus colaboradores con-
tinuamente. Isso porque:
A cultura exprime a identidade da organização. Ela é construída ao
longo do tempo e passa a impregnar todas as práticas, constituindo um
complexo de representações mentais e um sistema coerente de signifi-
cados que une todos os membros em torno dos mesmos objetivos e do
mesmo modo de agir. Ela serve de elo entre o presente e o passado e
contribui para a permanência e a coesão da organização (CHIAVENA-
TO, 2010, p. 172).
©shutterstock
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A IMPORTÂNCIA DA SOCIALIZAÇÃO NAS
ORGANIZAÇÕES
Diante do que vem sendo trabalhado sobre a cultura organizacional, somos leva-
dos a perceber que o conhecimento da cultura organizacional é fundamental
para os colaboradores da organização, principalmente para os novos talentos,
que são o nosso enfoque principal.
Chiavenato (2010) denomina essa etapa de “aprendizagem organizacional”,
pois é nessa fase que, segundo o autor, os colaboradores aprendem a cultura. O
que pode acontecer de diversas formas, como os itens a seguir: histórias, rituais,
símbolos materiais e linguagem. Vamos caracterizá-los, conforme Chiavenato
(2010):
■■ Histórias: contos sobre o processo de fundação da empresa, lembranças
que retratam dificuldades ou eventos especiais, regras de condutas, cortes
e relocação de funcionários. São narrativas que retratam a vida da empresa
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Feito isso, inicia-se um processo de adaptação mútua, em que o novo talento
e a organização começam a interagir e estabelecer laços não somente de trabalho,
mas também afetivos. Neste sentido, as organizações precisam promover a socia-
lização organizacional de forma a integrar os novos membros adequadamente
em suas estruturas (CHIAVENATO, 2010). As características desta adaptação
mútua podem ser observadas na Figura 12, apresentada a seguir.
Socialização Personalização
organizacional
Diante disso, a socialização dos novos talentos pode ser vista como um pro-
cesso de orientação em que o Recursos Humanos tem papel fundamental. Para
Chiavenato (2010, p. 180), esse processo de orientação consiste em:
Posicionar pessoas em suas atividades na organização e esclarecer o
papel delas e os objetivos, ou seja, [...] é determinar a posição de al-
guém perante os pontos cardeais: encaminhar, guiar, indicar o rumo a
alguém; poder reconhecer a situação do lugar em que se acha para se
guiar no caminho.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Percebemos durante as discussões que a socialização dos novos talentos
deveria ser pré-requisito para o início das atividades de trabalho. Mas como
a maioria das organizações conduz esse processo? Como acontece na em-
presa em que você trabalha?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
esperada e alguns elementos que compõem o contrato de trabalho, como:
benefícios, plano de carreira, política de remuneração, dias e formas de
pagamento, períodos de férias etc.
2. Integração: o novo colaborador acompanhado do órgão de RH e do seu
gestor de setor é apresentado e inserido na nova equipe de atuação. Esse
trabalho visa facilitar a integração com a equipe de trabalho, a absorção
e entendimento das normas, políticas e programas da empresa, além de
ter a possibilidade de conhecer as pessoas com as quais irá trabalhar.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conhecimentos ao novo colaborador. O que leva a percepção da necessidade
de planejamento para a realização da socialização organizacional. É necessário
saber exatamente o que será tratado e de que forma será abordado, caso contrá-
rio, os objetivos do programa de socialização, que é integrar o novo membro à
organização, não serão alcançados.
Para facilitar o trabalho de socialização, muitas empresas optam por criar
manuais, nos quais se concentram as informações necessárias ao novo colabo-
rador. Informações estas que vão desde elementos sobre a fundação da empresa,
passando por informações funcionais, como o uso de uniforme, até informações
trabalhistas, como dia e forma em que o pagamento é realizado, benefícios dos
colaboradores etc. É de costume também que estes manuais contenham as nor-
mas de convivência da empresa.
Chiavenato (2010) traz ainda alguns pontos importantes ao se construir um
“Manual do Colaborador” para ser usado na socialização. Esses elementos são
apresentados na Figura 14 a seguir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mesmo com essas informações, algumas dúvidas podem surgir no que diz res-
peito à operacionalização do processo de socialização dos novos colaboradores.
Principalmente porque sabemos que as organizações possuem características
muito diferentes, inclusive de tamanho, estrutura e número de colaboradores.
Chiavenato (2010) reforça ainda que em algumas organizações os programas
de socialização são totalmente desenvolvidos e realizados pelo órgão de treina-
mento, enquanto em outras empresas, são coordenados pelo órgão de treinamento,
mas executados pelos gerentes de linha, ou seja, os gestores dos departamentos.
Para que possa compreender melhor este processo, o Quadro 5, apresentado
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a seguir, trará as respostas para algumas questões que podem surgir sobre os pro-
gramas de socialização de pessoas, em duas perspectivas diferentes – empresas
de médio e grande porte, e empresas de pequeno porte, que podem ser empre-
sas familiares e microempresas – representando orientações sobre a forma de
realização da socialização dos novos contratados.
Percebemos assim que não é necessário ser uma grande organização, com um
setor de RH específico, para se utilizar do Manual do Colaborador e/ou reali-
zar da Socialização do novo colaborador. Cada empresa, independentemente do
seu tamanho ou tempo de vida, tem a sua história, as suas regras, as suas diretri-
zes, a sua cultura, ou seja, é sempre possível realizar a socialização das pessoas
na estrutura organizacional.
Evidenciamos assim que o trabalho dos gestores de RH, quanto à condução
dos talentos na estrutura organizacional, não se resume a operacionalizar alguns
processos de RH, mas a compreender o “formato” da organização para que as
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medidas tomadas estejam condizentes com a sua realidade.
Assim, conhecida a importância de integrar as pessoas adequadamente à
estrutura organizacional, esperamos que as discussões propostas nesta unidade
tenham contribuído para o seu entendimento sobre a socialização de pessoas.
Assim, encerramos esta unidade, que teve como cerne principal discutir os prin-
cipais elementos no que diz respeito à ambientação de pessoas nas organizações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. Segundo Chiavenato (2010), a cultura organizacional é o modo de vida da or-
ganização nos mais diversos aspectos, tais como: costumes, crenças, regras,
normas, valores dominantes e atitudes compartilhadas pelos seus membros.
Assim, considerando as explanações realizadas sobre o assunto, estudar a cul-
tura organizacional, quando se fala na identificação e realocação de talentos, se
faz importante porque:
a) É necessário saber como manipular adequadamente os novos contratados
da organização.
b) Quando se trabalha a cultura organizacional, as pessoas são mais fáceis de
serem controladas.
c) Os gestores das empresas conseguem designar os novos contratados para
realizar as tarefas que outros não gostam de fazer.
d) Faz com que as subculturas tornem-se mais fortes e assim cada setor se
torna independente dentro da organização.
e) A cultura influencia os outros processos de gestão da organização, inclusive
os processos de gestão de pessoas.
2. O autor Pontes (2010) afirma que a socialização de pessoas corresponde a uma
fase de adaptação ao trabalho e à empresa, e pode ser composta de dois está-
gios. Que estágios são esses? Assinale a alternativa correta.
a) Ambientação e integração.
b) Cultura e treinamento.
c) Processo seletivo e integração.
d) Tutoria e processo seletivo.
e) Grupos de trabalho e cultura.
151
Falar em integração na prática pode ser uma dificuldade em muitos momentos. Por esse motivo,
o vídeo apresentado no link abaixo traz de maneira sucinta, porém prática, a operacionalização
do projeto de integração estratégica do TRT da 10º Região em prol da integração organizacional,
explorando a visão sistêmica e o compartilhamento de experiências entre os participantes.
<https://www.youtube.com/watch?v=7Ae6WxdOvUE>.
153
RESUMO
Este artigo trata das estratégias adotadas pela empresa para a socialização do funcioná-
rio recém-admitido. O objetivo é compreender o processo de socialização e constituição
do sujeito organizacional, a partir do treinamento de formação de novos funcionários,
em uma empresa metalúrgica, localizada no Sul de Minas. A fim de alcançar esse objeti-
vo, procurou-se investigar e analisar o processo de seleção dos candidatos para ingresso
no programa de formação de novos funcionários; estudar e compreender o programa
de formação de novos funcionários da empresa, compreender a constituição do sujeito
e a incorporação da cultura da empresa. A metodologia adotada foi o estudo de caso,
sendo a pesquisa de cunho qualitativo. O modelo analítico adotou as seguintes catego-
rias de análise: dependentes, o sujeito socializado; independentes, o processo de socia-
lização e intervenientes, a cultura empresarial. Os resultados comprovam a relação entre
as categorias, tendo os funcionários apresentado um comportamento diferenciado em
consequência da forma como foram socializados na organização e tendo a cultura como
referência. Concluiu-se que as estratégias de socialização adotadas pela empresa for-
mam indivíduos dóceis, servis e integrados à cultura da empresa.
INTRODUÇÃO
O mundo está mudando. E as organizações também. Os novos tempos exigem novas
posturas e novas soluções para problemas que, cada vez mais, envolvem criatividade e
inovação, comprometimento das pessoas envolvidas e, principalmente, liderança, co-
municação e motivação. Novos tempos requerem novos parâmetros para a administra-
ção para enfrentar ambientes de imprevisibilidade e instabilidade exacerbados com a
globalização dos negócios.
Estudar e compreender as estratégias utilizadas pelas organizações para obter maior
comprometimento, qualidade e produtividade do seu funcionário nestes novos tempos
são extremamente importantes. Dentro desse enfoque, um programa de treinamento
de formação de novos funcionários de uma empresa multinacional nos chama a aten-
ção e faz-se objeto deste estudo.
Uma das estratégias utilizadas pelas empresas é o processo de socialização organizacio-
nal, pelo qual o indivíduo aprende valores, normas de comportamentos esperados, que
permitem a ele participar como membro de uma organização. É também aculturação e
persuasão dos indivíduos para que adotem certas atitudes e crenças organizacionais,
por meio de treinamentos e pressões sociais.
Este processo torna-se importante para as empresas, tendo em vista a produtividade e
qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelos empregados, bem como sua submissão e
integração às normas da empresa, seguindo dessa forma um padrão de desempenho
esperado, a fim de obter melhores resultados organizacionais.
Neste artigo, procurar-se-á compreender como um programa de integração de novatos
consegue obter mudanças de comportamento e atitude do empregado, ajustando-o à
cultura da empresa, ou seja, como se dá a constituição do sujeito industrial.
METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se como pesquisa exploratória e descritiva, orientada
para a análise e compreensão das estratégias organizacionais para a socialização do su-
jeito. O método da pesquisa é o estudo de caso.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A cultura da empresa adotada em nossa metodologia como uma categoria de análise
interveniente a cultura organizacional é a balizadora de todas as ações, práticas e com-
portamentos presentes na organização, sendo transmitida no processo de socialização
do novo funcionário. Assim, os processos e estratégias de socialização organizacional
estão norteadas pelo fator cultural, que tudo e a todos envolve com seus valores, cren-
ças, símbolos, ritos, mitos, etc. Ou seja, é o verdadeiro sentido de ser da organização que
é transmitida aos novos membros conforme descrevem Schein (1984) e Fleury (1987).
A intenção não é fazer uma análise profunda e detalhada da cultura da empresa estu-
dada, o que seria extremamente complicado, não sendo o propósito deste artigo, mas
apenas de detectar alguns valores importantes e que vão nortear o processo de sociali-
zação organizacional.
Trata-se de uma empresa multinacional, de origem americana, presente em todos
os continentes, em 39 países, com 300 unidades operacionais, empregando cerca de
127.000 pessoas. A empresa estudada tem 1.020 funcionários, faturando no ano de 2002
algo em torno de U$ 116.855.000,00. Tem como visão ser a melhor empresa do mundo.
Percebe-se, então, a dimensão de seu poderio e de sua grandeza, bem como o seu po-
der de dominação e sedução. A empresa possui vários programas e projetos sociais para
o funcionário e sua família.
155
CONCLUSÕES
Esta pesquisa procurou compreender como as estratégias de socialização dos novos
membros modificam o comportamento do sujeito, a partir de uma análise psicológica e
subjetiva de como se constitui o sujeito industrial.
O curso de formação de novos funcionários, como parte do processo de socialização
na cultura da empresa, apresenta algumas características. É um processo de natureza
formal, seqüencial, em série, com duração fixa de três meses, envolvendo ainda as es-
tratégias de socialização coletiva e de despojamento. Estas estratégias adotadas pela
empresa contribuem para formar um sujeito passivo, disciplinado, seguidor de regras e
padrões, promovendo um alto grau de similaridade nas ideias e ações do grupo.
O sujeito é constituído a partir dos valores transmitidos durante todo o curso pelos ins-
trutores e pelas regras disciplinares do Senai e da Empresa. Após o curso iniciado na
área, os empregados passam a praticar todos os conceitos transmitidos, o que possibi-
lita uma maior internalização propiciada pela prática, concretizando, dessa forma, uma
conduta apropriada à cultura da empresa.
Conclui-se que as evidências levantadas nesta pesquisa sugerem que as estratégias
adotadas pela empresa representam um papel muito significativo, influenciando a con-
cepção do indivíduo sobre seu papel no trabalho. O ponto que deseja-se enfatizar é
que grande parte do controle sobre o comportamento do indivíduo na organização é
resultado direto da maneira pela qual a pessoa é socializada.
V
IDENTIFICAÇÃO, ALOCAÇÃO
UNIDADE
E MOVIMENTAÇÃO DE
PESSOAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender a importância do banco de talentos para as empresas.
■■ Tratar sobre a implantação do banco de talentos e a movimentação
de pessoas na organização.
■■ Identificar o papel da gestão de pessoas frente à implantação do
banco de talentos na empresa.
■■ Descrever a avaliação de desempenho e o treinamento como
método para identificação e movimentação de pessoas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Banco de talentos e suas vantagens
■■ Implantando o banco de talentos
■■ Avaliação de desempenho
■■ Treinamento e desenvolvimento
159
INTRODUÇÃO
Introdução
160 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
BANCO DE TALENTOS E SUAS VANTAGENS
Neste tópico, faremos uma abordagem ao banco de talentos e aos benefícios que
são propiciados por esse às organizações. Para isso, faz-se necessário compreen-
der o que é o talento e como esse elemento é incorporado à prática organizacional
nos dias atuais.
Segundo o autor Chiavenato (2010), o talento é um tipo especial de pessoa,
ou seja, aquele profissional que possui diferencial competitivo que o diferencie
no mercado. Neste ínterim, as organizações precisam se preocupar em gerir o
talento humano em suas estruturas, pois isso tornou-se fator determinante para
o sucesso organizacional.
Os gestores de Recursos Humanos têm papel essencial neste processo, pois
são eles que se tornam aptos a desenvolver e operacionalizar eficazmente fer-
ramentas que possibilitem a gestão do talento humano dentro da organização.
É essa gestão do talento humano que acaba fundamentando o início de nossas
discussões nesta unidade de estudo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O banco de talentos gera para a empresa a praticidade e rapidez em encontrar
as pessoas certas para o lugar certo, ou seja, espera-se que, tanto na captação
de talentos quanto na manutenção desses nas empresas, tenha-se a menor mar-
gem de erro possível.
Isso se faz importante, pois sabemos que uma contratação ou remaneja-
mento realizados equivocadamente podem onerar consideravelmente os custos
de uma empresa, sem falar do desgaste psicológico. Conflitos que porventura
podem ocorrer nessas situações impactam perdas e consequências muitas vezes
desastrosas às empresas e às pessoas envolvidas.
Em outras palavras, conhecer a força de trabalho existente e disponível no
âmbito organizacional contribuirá para que esta possa estar atualizando-se con-
tinuamente, como investindo em tecnologia, reduzindo custos de produção/
manutenção, desenvolvendo seus recursos humanos etc. Essas são estratégias
que contribuem para que as empresas obtenham a vantagem competitiva tão
almejada no mundo dos negócios.
Contudo, é essencial que se tenha conhecimento do potencial de cada colabo-
rador, identificando por meio de indicadores de desempenho seus pontos fortes
e pontos fracos, que porventura mereçam, a título de exemplo, treinamento e
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mento e desenvolvimento, que abordaremos posteriormente.
Complementando as nossas discussões, Marras (2011) afirma que o uso do
banco de talentos pelas organizações está associado também ao desenvolvimento
gerencial, visto como uma prática muito utilizada no dia a dia das organizações.
Segundo o autor, essa prática pode ter como foco os profissionais dos mais dife-
rentes níveis hierárquicos da organização, independentemente do cargo ocupado.
Considerando as ideias propostas por Marras (2011), notamos, que quando
a empresa opta pela utilização do banco de talentos como recursos para a movi-
mentação e alocação de pessoas, o foco não está somente em pessoas que já
exercem atividades específicas.
O que percebemos é que as atividades desenvolvidas pela área de gestão de
pessoas para a criação do banco de talentos podem focar profissionais que tenham
características pessoais e potenciais que contribuem para o futuro da organização.
Desta forma, vê-se, que para a construção e implantação do banco de talentos,
é necessário planejamento e muito empenho do gestor de RH, principalmente.
Marras (2011) destaca ainda que,
quando se trata dos talentos das organiza-
ções, estas realizam investimentos a médio
e longo prazos naqueles que se mostram
“peças-chave” para o seu futuro. Dentre os
diversos fatores que se tornam atrativos para
as organizações e que destacam os talentos
de seus profissionais citados por Marras
(2011), estão:
■■ Quociente de inteligência.
■■ Nível de inteligência emocional.
■■ Qualidade educacional.
■■ Identificação com a cultura da empresa.
■■ Espírito de liderança.
■■ Trajetória estável na empresa.
■■ Nível de motivação.
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IMPLANTANDO O BANCO DE TALENTOS
Vale reforçar que na maioria das vezes em que falamos de talentos nos contextos
organizacionais, o conceito de competência acaba sendo mencionado. Esses são
assuntos muito limítrofes, não sendo possível separá-los de maneira estanque
nas discussões propostas ou uso de ferramentas nos ambientes organizacionais.
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São exemplos de competências individuais mapeadas:
■■ Autodesenvolvimento e iniciativa.
■■ Autoconhecimento.
■■ Interesse em aprender coisas novas.
■■ Capacidade de adaptação.
■■ Flexibilidade diante de novas situações.
■■ Conhecimento aprofundado sobre a função.
■■ Capacidade empreendedora.
■■ Conhecimento de ferramentas específicas para o cargo.
■■ Proposta de soluções e capacidade de negociação.
■■ Criatividade, liderança, motivação.
■■ Relacionamento interpessoal e trabalho em equipe.
Além dessas medidas apresentadas, vale lembrar que os dados obtidos não
devem ser considerados únicos, ou seja, o levantamento dos dados no que se
refere à identificação de competências deve ser uma prática contínua, por meio
da observação diária de desempenho, da aplicação de práticas voltadas para o
treinamento de pessoas, desenvolvimento pessoal etc., que contribuirão para
as tomadas de decisões, estratégicas, táticas e operacionais de uma empresa.
Percebemos assim que a implantação do banco de talentos é requisito essencial
quando se fala em movimentação e alocação de pessoas na estrutura organiza-
cional, pois, dessa forma, é possível visualizar quais são os potenciais existentes
dentro da organização e aproveitá-los adequadamente ao mesmo tempo em que
se atende às suas expectativas.
Vamos conhecer agora duas ferramentas muito trabalhadas nos processos de
recursos humanos e que na movimentação e alocação de talentos nas organiza-
ções se mostram como estratégicas para que o sucesso esperado seja alcançado.
Essas ferramentas são os processos de Avaliação de desempenho e treinamento
e desenvolvimento.
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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Já para Araújo (2006), o essencial é a maneira com que as pessoas dão anda-
mento às suas atribuições; e o desempenho será mensurado a partir dessas
exigências. De acordo com o autor, notamos que as atitudes (saber-ser) exercem
um papel muito importante para a identificação de um potencial, ou seja, saber
demonstrar suas atitudes em um ambiente de trabalho requer algumas compe-
tências referenciais, em outras palavras, ser uma pessoa de muitos recursos, fazer
o que sabe, ter sensibilidade etc.
Dutra (apud ARAÚJO, 2006) faz sua colaboração com tema em estudo,
quando afirma que Avaliar relaciona-se a medir e mensurar o desempenho de
uma pessoa. Desta forma, o mesmo autor define desempenho como: “conjunto
de entregas e resultados de determinada pessoa para a empresa ou negócio”
(DUTRA, 2002 apud ARAÚJO, 2006, p. 144).
Vemos assim que a avaliação de desempenho deve ser utilizada e aplicada
pelas empresas, focando o futuro, ou seja, buscando o desenvolvimento e for-
necendo subsídios que geram a possibilidade de alcance de todo o potencial das
pessoas, gerando resultados positivos.
Um modelo de avaliação que merece destaque em nossas discussões é a
avaliação por competências. A avaliação por competências ocorre na etapa do
processo de administração de RH, que diz respeito à avaliação de pessoas, ou
seja, somente quando o colaborador já foi recrutado, selecionado, já passou por
algum tipo de treinamento (ainda que informal) e, agora, está sendo avaliado.
Contudo, a avaliação de competências, porém, não ocorre apenas nessa etapa.
Um processo de gestão por competências contempla os seguintes passos,
segundo Brandão e Guimarães (1999 apud VIZIOLI, 2010, p. 197):
Avaliação de Desempenho
172 UNIDADE V
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6. Preencher o gap recrutando e selecionando novos talentos e, ao
mesmo tempo, desenvolvendo os já existentes na organização;
Avaliação de Desempenho
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TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
Diante deste conceito, podemos constatar que o autor faz uma referência do
homem à máquina, ou seja, a ênfase dada ao treinamento refere-se especial-
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Treinamento e Desenvolvimento
176 UNIDADE V
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“O que se busca ao desenvolver um talento é o despertar de suas poten-
cialidades, permitindo que essas aflorem e cresçam até o nível desejado de
resultados” (MARRAS, 2000, p. 169).
Treinamento Desenvolvimento
• Visa ao crescimento integral da
• Visa suprir carências específicas de pessoa, de maneira que ela desen-
um funcionário para o desempe- volva ou aprofunde competências
nho de seu cargo. importantes para ela e para a orga-
nização.
• Tem função corretiva: o funcionário
• Tem função preventiva: no futuro,
deveria apresentar determinadas
será bom que a pessoa apresente
competências hoje, mas não as
aquelas competências.
apresenta.
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Treinamento e Desenvolvimento
178 UNIDADE V
Diagnose da Recém-Formados
Organização com Conhecimentos
que Aprende Aquém do Desejável
Modernização Remanejamento
da Organização Processo de Pessoas
de T&D
Comprometimento Falhas na
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da Alta Direção Comunicação
Natureza das
Atividades Identificação Identificação
Desenvolvidas das Metas de Gargalos
pela Organização
Esses pontos citados servem de base para que o gestor de RH possa direcionar as
suas atividades na elaboração e operacionalização de programas de treinamento.
Cabe agora saber de que forma esses programas podem ser implementados nas
organizações.
Chiavenato (2010) destaca ainda que há muitos métodos para se realizar
o treinamento e desenvolvimento de pessoas. Para o treinamento, são utiliza-
das técnicas como: leituras, instruções programadas, e-learning e treinamento
em classe. Já para o desenvolvimento, podem ser utilizadas técnicas mais volta-
das ao desenvolvimento de habilidades pessoais, tais como: rotação de cargos,
supervisão direta de gerentes, aprendizagem prática, participação em cursos e
seminários, exercícios de simulação, coaching, tutoria ou mentoring, dentre outras.
Treinamento e Desenvolvimento
180 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A prática de coaching é considerada uma abordagem comportamental
que traz benefícios às organizações e aos seus colaboradores. Por ser uma
ferramenta que, por meio de um processo, traz à tona problemas e com-
portamentos profissionais inadequados e auxilia em descobrir a forma de
conduzi-los adequadamente, acaba por estabelecer e desenvolver relacio-
namentos profissionais sadios entre os indivíduos e empresa.
Fonte: GOLDSMITH, M.; LYONS, L. (2012)
Treinamento e Desenvolvimento
182 UNIDADE V
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Produção
Quanto
Análise da treinar e Resultados Satisfatórios
Avaliação de desenvolver?
Desempenho
Quem
treinar
e desenvol-
ver?
Resultados Insatisfatórios
Treinamento e Desenvolvimento
184 UNIDADE V
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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do banco de talentos colabora tanto para o alcance dos objetivos organizacio-
nais como também para se atender às expectativas das pessoas em relação às
organizações.
Neste ínterim, os processos de RH que foram tratados – avaliação de desem-
penho, treinamento e desenvolvimento – mostraram-se como ferramentas de
impacto para que os talentos dos profissionais das organizações sejam aprovei-
tados da melhor maneira possível.
Por fim, compreendemos algumas das maneiras pelas quais esses processos
podem ser desenvolvidos bem como as suas etapas, sempre dando ênfase para
a adequação destas ferramentas ao ambiente organizacional e às reais necessi-
dades estabelecidas.
Homens de Honra
Elenco: Robert DeNiro; Cuba Gooding Jr.
Duração: 129 minutos
Ano: 2000
País: EUA
Gênero: Drama
Classificação: 12 anos
Sinopse: Carl Brashear, interpretado por Cuba Gooding Jr., não deixa nada atrapalhar o seu
caminho. Filho de um agricultor de Kentucky, Carl deixa a casa dos pais em busca de uma vida
melhor. “Nunca desista... seja o melhor!” Essas foram as palavras de despedida de seu pai, e Carl
leva estas palavras dentro do coração. Ingressa na Marinha e deseja tornar-se mergulhador de
elite da divisão de buscas e resgates. Billy Sunday (Robert De Niro), oficial da marinha e seu
instrutor de treinamento, não quer saber de Carl e nem de suas ambições. Submete-se às piores
provas de resistência na tentativa de fazê-lo fracassar e desistir. Com a convivência, nasce um
respeito mútuo que os levará a lutar juntos para defenderem a honra e protegerem suas vidas.
Estrelado pelos atores ganhadores do Oscar, Cuba Gooding Jr. e Robert De Niro, Homens de
Honra é uma história inspirada no espírito humano e na determinação de um homem.
Comentário: o filme é baseado em uma história real e gera por meio de sua trama a possibilidade
de reflexão sobre os impactos do treinamento na vida de uma pessoa. Mas, principalmente, como
o talento e determinação podem levar um indivíduo a alcançar os seus objetivos.
O processo de avaliação de desempenho, do qual o feedback faz parte, serve para que um
funcionário tenha conhecimento de se está agindo de acordo com o esperado e também é
fundamental para o crescimento da empresa. Se periodicamente o gestor traz os pontos que
não estão de acordo com o esperado, as chances de melhoria são maiores. O vídeo que é
disponibilizado no link a seguir aponta alguns elementos sobre como a avaliação de desempenho
contribui para o ambiente organizacional.
<https://www.youtube.com/watch?v=K8BdC__WOfE>.
Material Complementar
Gestão de pessoas por competências: o caso de uma empresa do se-
tor de telecomunicações
Joel Souza Dutra; José Antonio Monteiro Hipólito; Cassiano Machado Silva
RESUMO
A gestão de pessoas vem passando por amplo processo de transformação, na medida
em que os sistemas tradicionalmente utilizados como referencial - centrados em cargos
- vêm demonstrando fragilidades diante do ambiente turbulento e mutável pelo qual
vêm passando as organizações, especialmente aquelas insertas em setores de vanguar-
da. A proposta deste artigo consiste na apresentação de um modelo capaz de balizar a
gestão de pessoas de forma integrada, a despeito das pressões ambientais, estruturado
a partir do conceito de competências. A aplicabilidade do modelo é testada a partir
da análise de sua implementação numa empresa do setor de telecomunicações, o qual
passou por profundas alterações nos últimos anos. O artigo começa com o resgate do
conceito de competências, em suas diversas correntes teóricas, seguido pela apresen-
tação do setor e da empresa estudados. Em seguida, listam-se os principais resultados
esperados com a implementação do modelo e realiza-se uma análise do processo de
implementação. A eficiência do modelo é checada a partir da percepção dos gerentes
da organização estudada, que aponta para o sucesso do referencial, enquanto balizador
das decisões inerentes à gestão de pessoas.
Palavras-chave: remuneração; carreira; administração de recursos humanos; compe-
tências; telecomunicações.
INTRODUÇÃO
O que nos motivou a preparar este trabalho foi a possibilidade de estudar o conceito de
competências aplicado à gestão de pessoas em uma empresa nacional do setor público,
vivendo um processo de modernização, em momento particular e ao mesmo tempo
extremamente rico por ser possível passar a limpo a aplicação de um conceito que cria
novas possibilidades para a gestão de pessoas. Além disso o fato de a empresa analisa-
da ser nacional nos permite uma visualização mais abrangente da competência como
referencial conceitual para a modelagem de um sistema de gestão de pessoas voltado à
realidade brasileira. Finalmente, o setor de telecomunicações oferece um pano de fundo
para este trabalho, devido ao ambiente turbulento e ao processo de modernização na
gestão das empresas componentes.
Vamos iniciar este trabalho com uma rápida revisão do conceito de competências apli-
cado à gestão de pessoas, para em seguida discutirmos o setor de telecomunicações, a
empresa analisada e a experiência vivenciada pela empresa. Finalmente apresentaremos
a percepção dos gestores quanto ao modelo de gestão de pessoas em implementação.
189
A QUESTÃO DA COMPETÊNCIA
Que é competência? Ao tentarmos responder a essa pergunta, entramos em terreno mi-
nado, tal é a diversidade das interpretações do termo ao longo dos últimos trinta anos.
O risco vale a pena por se tratar de conceito que, como veremos, tem o condão de es-
clarecer aspectos nebulosos sobre a gestão de pessoas, tais como: carreira profissional x
achatamento da estrutura organizacional; desempenho x desenvolvimento x potencial;
eqüidade salarial; dimensionamento de quadro etc.
Durante os anos 80 e 90, muitos autores contestaram essa definição de competência,
associando-a às realizações das pessoas, àquilo que elas provêem, produzem ou entre-
gam. De conformidade com esses autores, o fato de a pessoa deter as qualificações ne-
cessárias para certo trabalho não assegura que ela irá entregar o que lhe é demandado.
Esta linha é defendida por autores como Jacques (1990), LeBortef (1995), Zarifian (1996),
entre outros, em sua maioria europeus.
Atualmente os autores procuram pensar a competência como o somatório dessas duas
linhas, ou seja, como sendo a entrega e as características da pessoa que podem ajudá-la
a entregar com maior facilidade (McLagan, 1995; Parry, 1996). Outra linha importante é
a de autores que procuram discutir a questão da competência associada à atuação da
pessoa em áreas de conforto profissional, usando seus pontos fortes e tendo maiores
possibilidades de realização e felicidade (Schein, 1990; Derr, 1988).
Dessa forma, vincula-se a ascensão a níveis mais altos (e portanto mais complexos a
serem desempenhados) ao amadurecimento da pessoa, uma vez que se exige uma ca-
pacidade mental, experiência, conhecimento e compreensão do mundo e resistência
mental superiores, de forma a permitir a adição de valor ao trabalho de seus subordina-
dos (Rowbottom e Billis, 1987; Jacques, 1990). Quando ocorre uma boa relação entre o
amadurecimento profissional e a ascensão a níveis mais complexos, há a tendência de
um sentimento de bem-estar, fluência e efetividade na tomada de decisão, ao passo que
um desequilíbrio destes fatores pode provocar de um lado sentimentos de ansiedade,
medo e perplexidade e, de outro, sensação de aborrecimento, frustração e ansiedade. A
figura a seguir procura ilustrar esse fenômeno.
O CASO SERCOMTEL
Contexto e Objetivos da Construção do Sistema
No Brasil, o desenvolvimento do setor ocorre a partir de alguns eventos fundamentais: o
primeiro está associado aos planos de expansão, estabelecidos e operacionalizados nos
anos 60 e 70; o segundo é a aproximação entre empresas de telecomunicações e infor-
mática, a partir dos anos 80; e o terceiro é a abertura do mercado no início dos anos 90
(Fleury e Fleury, 1995). Este setor é marcado no Brasil pelo interesse que despertou nos
anos 60 e 70, por ser considerado estratégico para o desenvolvimento do país e para sua
segurança. Este interesse se materializou em ações diretas e indiretas para reservar parte
desse mercado para empresas de capital predominantemente nacional, visando a que a
tecnologia de produto e de processos produtivos e de qualidade fossem nacionalizadas,
enquanto a operação do sistema ficava diretamente sob a gestão do Estado. Esses fatos
criaram as condições necessárias para o desenvolvimento de competência tecnológica
de gestão e operação do sistema, desenvolvimento de produtos e de processos produ-
tivos e instalação de infra-estrutura e redes.
CONCLUSÕES
O Sistema de Gestão por Competências vem despontando como alternativa real aos
métodos tradicionais de se estruturarem as ações de recursos humanos. Os resultados
obtidos até aqui na Sercomtel apontam para uma forte crença de que ele pode suprir as
principais necessidades emergentes de gestão de pessoas em um mundo competitivo.
Cabe, no entanto, a atenção ao monitoramento do processo de construção e implemen-
tação, de forma a obter a legitimação e comprometimento necessários para a obtenção
dos resultados potencialmente existentes. No caso da Sercomtel, por exemplo, ficou
identificada a necessidade de aprimorar o processo de comunicação com os funcioná-
rios, buscando maior entendimento com relação ao sistema, e focar na desmistificação
dos insucessos anteriores. O desafio de superar este passado pode ser vencido por meio
das características intrínsecas do sistema, como simplicidade e facilidade de compre-
ensão, que obteve média de 4,11 na percepção dos gestores, e por estar integrado aos
processos de mudança pelos quais vem passando a organização (4,21).
Enfim, o caso estudado, embora se apresente em estágio de implementação, sinaliza o
potencial do referencial adotado. No entanto a comprovação de sua eficácia ainda ca-
rece de acompanhamento mais extenso das dificuldades e resultados alcançados neste
caso, bem como de sua replicação em empresas de natureza diversa, também viven-
ciando momentos de transformação.
Fonte: Dutra, Hipólito e Silva (2000)
O artigo na íntegra está disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S1415-65552000000100009&script=sci_arttext>. Acesso em: 13 jan. 2015.
191
CONCLUSÃO
Sucesso sempre!
193
REFERÊNCIAS
UNIDADE I
1) B.
2) A.
3) E.
UNIDADE II
1) C.
2) D
3) E.
UNIDADE III
1. A.
2. C.
3. C.
UNIDADE IV
1) E.
2) A.
3) B.
UNIDADE V
1) D.
2) B.
3) E.