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* Introdução

É sabido que todo Estado possui um ordenamento jurídico, que tem por objetivo a
justiça e o bem comum da sociedade, estabelecendo regras e normas obrigatórias a serem
seguidas.

O ordenamento jurídico está em constante modificação. Um ato antijurídico que há


décadas passadas era considerado de maior agravo, hoje, é considerado de menor repressão,
como o caso de infidelidade em casamento, ou mesmo o crime que antigamente era
considerado de menor agravo, como a violência contra a mulher e que nos dias atuais possui
uma maior importância e repressão com a Lei Maria da Penha, dentre outras que possuem
atualmente maior poder de punição ao crime.

* Conceito de História do Direito

HISTÓRIA DO DIREITO:

-Estuda o direito como fenônemo histórico e cultural que se forma e se


desenvolve ao longo do tempo. Ela visa fazer compreender como é que o direito
atual se formou, bem como de que maneira evoluiu no decurso dos séculos. Vale
lembrar, por outro lado,que o objeto de estudo da história do direito não se limita
a descrição dos fatos passados,mas sobretudo,uma visão crítica dos fatos
históricos e das fontes históricas do direito. Acrescente-se ainda que o estudo da
história do direito visa a interpretação do direito, através do estudo das leis,
instituições e institutos jurídicos do passado, para que se possa estabelecer uma
conexão com o direito atual.
Unidade 1. Breve visão da civilização Romana

- Genética Cultural
* Língua
* Política
*Administração
* Direito (Estado de Direito)

- Divisão Política de Roma


* Realeza (da fundação de Roma até 510 a.c)
* República (de 510 a.c até 27 a.c)
* Império (de 27 a.c até 566 d.c)

a) Realeza e suas Instituições Políticas - (da fundação de Roma até 510 a.c)
Fundação de Roma (753 a.c.) - Mito de Rômulo e Remo
Características da Realeza – Vitalícia, eletiva, não hereditária

Havia duas classes bem distintas e opostas entre os habitantes da cidade de Roma: os
patrícios e os plebeus.

Patrícios:
Eram homens livres, descendentes de homens livres, agrupados em clãs familiares patriarcais, que recebiam o
nome de ''gentes'', formando a classe detentora do poder e privilegiada.

Plebeus:

Por sau vez, os plebeus não faziam parte das ''gentes'', estando no entanto sob a proteção do rei.
Durante a Realeza, o Poder Público em Roma era composto por três elementos:
1) o Rei (rex)
2) o Senado (senatus)
3) e o Povo (populus romanus), constituído apenas por patrícios.

O Rei era indicado por seu antecessor ou por um senador. Era detentor de um
poder absoluto, ou imperium,  com atribuições políticas, militares e religiosas, sendo ao
mesmo tempo Chefe de Governo e de Estado.

O Senado, composto por 300 membros (patres), era um órgão de assessoria do


Rei, com função predominantemente consultiva. Era, pois, o Senado detentor
da auctoritas,  sendo ouvido pelo Rei nos grandes negócios do Estado.

O povo romano (somente patrícios, inicialmente) reunia-se em assembleias, que


recebiam o nome de comícios curiatos, com o objetivo de discutir e votar as propostas de
lei, sempre de iniciativa do Rei.

→ Eram duas as principais fontes do Direito Romano na Realeza: o costume e a lei.

OBS: O costume, ou jus non scriptum, uso repetido e pronlogado da norma


jurídica tradicional não proclamada pelo poder legislativo, é a principal delas. A
lei, de menor importância neste período,nascia com a proposta do rei ao
povo,que,reunido em comícios curiatos ou centuriatos,aceitavam ou reijetavam a
iniciativa do rei. Se aceita a regra de direito, depois de ratificada pelo senado,
tornava-se obrigatória. Vale ainda ressaltar que as leis, durante este período,
eram particulares de não gerais, regendo verdadeiros contratos entre patres da
cidade.

b) República e suas Instituições Políticas (de 510 a.c até 27 a.c)


Res + publicae = coisa do povo (pública)

Abolida a Realeza em Roma, foi implantada a República, advinda de uma revolução


chefiada por patrícios e militares, e que se prolongou de 510 até 27 a.C.

Foi um período marcado pela pulverização do poder executivo para as mãos de


muitos, com mandatos curtos (no máximo 1 ano).

Caracterizava-se por ser uma República Aristocrática, onde a administração se


subdividia em várias magistraturas. Os Magistrados detinham o poder executivo, cada qual
cuidando de uma função específica.

→ Condições para concorrer ao cargo de Magistrado:


- Ser cidadão pleno (cidadão romano)
- Ter exercido outra atividade pública (a depender do cargo)
- Cursus Honorum (curso de honra) - Era efetivamente uma escada de cargos
(magistraturas) que os políticos subiam para chegar ao topo. O topo era o
consulado.

→ Subdividiam-se em:

- Magistrados ordinários – eram permanentes e eleitos anualmente

- Magistrados Extraordinários - eram convocados de forma eventual

→ O grande desenvolvimento da população romana fez com que as funções se repartissem


por outras pessoas. Foi assim que surgiram cargos como:

* Cônsules
Eram responsáveis por comandar o exército, presidiam o senado e os comícios, bem como representavam as
cidades nas cerimônias religiosas.

* Questores
Eram responsáveis pela adminstração das finanças. Cuidavam do tesouro público,
cobravam os devedores e os denunciava a justiça, ou seja, atuavam em questões
relacionadas ao dinheiro.

* Censores
Eram encarregados de promover o recenseamento que ocorria de 5 em 5 anos e
também se responsabilizavam por fiscalizar o cumprimento dos costumes

* Pretores
Eram importantes magistrados para o direito, e estavam encarregados da
administração da justiça. Existiam 2 tipos de pretores:um pretor urbana que
atuava na cidade de Roma e o pretor peregríno, que atuava fora da cidade de
Roma.

* Edis curis
Cuidavam da fiscalização do comércio e do policeamento da cidade. EX: Segurança pública, tráfego urbano,
vigiavam o aumento abusivodos preços nos mercados zelavam pela conservação dos edifícios e monumentos
públicos

→ Além dos Cônsules, a organização política de Roma na República ainda era composta pelo
Senado e pelo povo. O Senado, nesta época, era um órgão consultivo e legislativo composto
por 300 patres, nomeados pelos Cônsules. Os atos oriundos do Senado eram os
senatusconsultos (Decreto do Senado)

c) Império - (de 27 a.c até 566 d.c)

O Imperador era a figura principal do governo. Atuava, ou seja, exercia o


“imperium” em todos os aspectos: cível, militar e judiciário. Ou seja, tudo era decidido pelo
Imperador.

Os magistrados ainda subsistem, mas sem a importância anterior. Os atos (editos


c) dos magistrados perdem muita importância neste período, tendo o novo regime
praticamente tirado de fato a independência e o espírito de iniciativa dos pretores, fazendo
com que estes aos poucos passassem a apenas reproduzir os editos de seus antecessores.

OBS: As constituições imperiais (legis) era medida de forma legislativa promulgadas pelo
imperador e elaboradas pelo consilium principis, colégio constituido pelos mais importantes
jurisconsultos da época (índividuo que possue um conhecimento excessivo acerca do direito e
geralmente trabalha fornecendo consultorias e emitindo pareceres sobre questões e assuntos
jurídicos). Gradualmente, esta fonte vai adquirindo maior importância até chegar a constituir
a fonte única do direito romano durante o império

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