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HADDON ROBINSON
Copyright - S h e d d P u b l i c a ç õ e s
Título do original em inglês: B ib lical preaching: the development
an d delivery o f expository messages
Publicado pela Baker Academic, 2 0 0 1- 2a Edição
ISBN 9 78 -8 5 -8 8 3 15 -17 -3
Printed in Brazil / Impresso no Brasil
ISBN: 978-85-88315-17-3
P refácio à S eg u n d a E d iç ã o ....................................................... Ç
P refácio à P rim e ira E d iç ã o ...................................................... 1 3
1. O A rg u m en to a fav o r da P regação E x p o sitiv a ............. 1 7
2■ Q u a l é a C irande id é ia ? ............................................................. 3 5
3. F erram en tas do O fíc io .................................................................. 5 5
4. O C am in h o do Texto ao S e rm ã o ........................................ 7Ç
5. A F lech a e o A lv o ............................................................................ 1 1 1
6. A s F o rm as q u e o s S erm õ es A ssum em ................... 1 2 3
7. D ando Vida ao s O ssos S e c o s ................................................. 14Ç
8. C om ece com um E stron do e T erm ine com Tudo
C o m p leto .............................................................................................1 7 7
Ç. A V estim enta do P en sam en to .................................................. 1 Ç 7
1 0 . C om o P re g a r p a ra q u e a s P esso as O uçam .. 215
U m a Ú ltim a P a la v ra ................................................................... 2 3 5
A p ên d ice n o . 1 : R e sp o sta s a o s E x e rc íc io s .. 241
A p ên d ice n o . 2 : M o delo de S erm ão e a
A v a lia ç ã o do S e rm ã o ........ 245
N o tas ...................................................................................................... 2 6 3
B ib lio g rafia ........................................................................ 2 6 9
á c io à S e g u n d a E d ição
O A rg u m e n to a F a v o r d a
P reg ação E x p o sitiv a
O A rg u m e n to a fa v o r d a P re g a ç ã o
A despeito da maledicência contra a pregação e os pregadores,
ninguém que leva a sério a Bíblia ousa descartar a pregação. Para
os escritores do Novo Testamento, a pregação destaca-se como o
evento através do qual Deus opera. Pedro, por exemplo, lembrou
seus leitores de que “foram regenerados, não de uma semente
perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e
permanente” (lPe 1.23 n v i ) . Como foi que esta palavra veio a
afetar a vida deles? Pedro explicou: “Essa é a palavra que lhes fo i
anunciada ’ (1.25; “que foi pregada a vocês” Bíblia Viva). Através
da pregação, Deus os havia remido.
Paulo era um escritor. Da sua pena, temos a maioria das cartas
inspiradas do Novo Testamento e, encabeçando a lista de suas
cartas, há aquela aos Romanos. Medida pelo impacto que tiveram
sobre a história, poucos documentos se comparam com ela.
Mesmo assim, quando Paulo escreveu esta carta à congregação
em Roma, confessou: “Anseio vê-los, a fim de compartilhar com
vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los, isto é, para que eu
evocês sejamos mutuamente encorajados pela fé” (Rm 1.11-12).
Paulo reconhecia que alguns ministérios não podem ser realizados,
de forma alguma, sem o contato face a face. Nem a leitura de
uma carta inspirada serve de substituto: “Estou disposto a pregar
o evangelho também a vocês que estão em Roma” (1.15). Através
da palavra pregada vem um poder que nem mesmo a palavra
escrita pode substituir.
Além disto, Paulo relatou a história espiritual dos tessalo-
nicenses que “voltaram-se a Deus, deixando os ídolos, a fim de
servir ao Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus seu Filho”
(lTs 1.9-10). Aquela reviravolta ocorreu, explicou o apóstolo,
porque “vocês o aceitaram, não como palavra de homens, mas
conforme ela verdadeiramente é, como palavra de Deus, que atua
com eficácia em vocês, os que crêem” (2.13). A pregação, no
pensar de Paulo, não consistia em alguma pessoa discutir religião.
Pelo contrário, o próprio Deus falava através da personalidade e
20
lugar algum, sem fazer isso. Não entendemos o que estamos lendo
a não ser que possamos expressar claramente o sujeito e
complemento da seção que estamos estudando. E aqueles que
nos ouvem, não entendem o que estamos dizendo, a não ser que
possam responder às pergunta básicas. Sobre o que nós estávamos
falando hoje? O que estávamos dizendo sobre aquilo do qual
falávamos? Mas domingo após domingo, homens e mulheres saem
da igreja sem ser capazes de declarar a idéia básica do pregador,
porque este pregador não se deu ao trabalho de declará-la no
sermão. Quando as pessoas saem envoltas numa neblina mental,
eles estão assumindo o risco espiritual.
Pensar é difícil, mas consta como a obra essencial do pregador.
Que não haja mal-entendido algum sobre a dificuldade da tarefa.
Freqüentemente é lenta, desanimadora, opressiva. Mas quando
Deus chama os homens para pregar, chama-os a amá-lo com suas
mentes. Deus merece esse tipo de amor, e assim também as pessoas
às quais ministramos.
Em certa manhã fria e sombria um pregador trabalhou com
seu sermão desde o café da manhã até o meio-dia, com pouca
coisa para mostrar pelo esforço feito. Impaciente, largou sua caneta
na mesa e olhou desconsolado pela janela, sentindo pena de si,
porque lhe custava fazer os sermões aparecerem. Foi então que
raiou na sua mente um pensamento que produziu um efeito
profundo sobre seu ministério, a partir de então. “Seus irmãos
cristãos”, ele pensou, “dedicarão muito mais tempo a esse sermão
do que você. Vieram de mais de uma centena de lares. Viajam
mil quilômetros, no cômputo global, para estarem no culto.
Passarão trezentas horas participando do culto e escutando o que
você tem a dizer. Não se queixe das horas que está passando no
preparo, nem da agonia que sente. O povo merece tudo quanto
você pode dar-lhe”.
50
N o vo s C o n ceito s
Idéia
Dois elementos essenciais na declaração de uma idéia:
* sujeito
* complemento
D efin içõ es
Idéia. - uma destilação da vida que abstrai das experiências
particulares o que eles têm em comum e os relaciona entre si.
C om plem en to —a resposta à pergunta, “O que estou dizendo
exatamente sobre aquilo do qual estou falando?”
Sujeito - a resposta completa e definitiva à pergunta: “Sobre
o quê estou falando?”
E x e rc íc io s
Determinar o sujeito e complemento dos seguintes pará
grafos;
1. Um bom sermão deixa você pensando como é que o
pregador conhecia tudo sobre você?
Sujeito:______________________________________
Complemento:________________________________
Complemento:________________________________
51
Complemento:________________________________
Complemento:________________________________
Complemento:________________________________
Complemento:.
52
Complemento:________________________________ _
Complemento:_________________________________
Sujeito:_________________________________ _____
Complemento:
53
Complemento:________________________________
F e rra m e n ta s do O Íício
E ta p a s n o D ese n v o lv im e n to ã e M e n sa g e n s E x p o siliv a s
1. E scolhendo a P assagem
2. E studando a P assagem
3. D e s c o b r in d o a I d é ia E x e g é t ic a
anotações
p a r t e s e n t r e s i , p a r a d e t e r m in a r a IDÉIA e x e g é t ic a
E SEU DESENVOLVIMENTO.
O C am in h o do Texto ao S e rm ão
E ta p a s n o D esen v o lv im en to J e M e n sa g e n s E x p o sitiv a s
1. S e l e c io n a n d o a P assagem
2. E studando a P assagem
3. D e s c o b r in d o a I d é ia E x e g é t ic a
4. A n a l is a n d o a I d é ia E x e g é t ic a
p e r g u n t a s d e d e s e n v o l v im e n t o .
exortações que Paulo fez aos escravos, tinham aplicação direta aos
escravos cristãos no século 1 e àqueles no decurso da história. Muitos
dos princípios abordados a respeito do relacionamento entre o
senhor e o escravo também podem reger os relacionamentos entre
empregadores e empregados hoje em dia, mas desconsiderar o fato
de que os empregados não são escravos de seus empregadores levaria
à aplicação grosseiramente falsa destas passagens. Por exemplo,
denunciar a participação num sindicato de trabalhadores, porque
os escravos devem “obedecer” a seus “senhores” (Ef 6.5) seria
desatender a diferença entre empregados e escravos.
Os problemas se multiplicam, quando aplicamos textos do
Antigo Testamento a auditórios contemporâneos. Na realidade,
a falsa aplicação do Antigo Testamento tem tido uma história
constrangedora. Uma abordagem insatisfatória consiste em
empregar estas passagens como um teste Rorschach santificado.
Os intérpretes alegorizam as histórias do Antigo Testamento, para
descobrir nelas significados ocultos que não estavam enterrados
no texto, e sim em suas próprias mentes.
Orígenes, por exemplo, alegorizou o relato da batalha por
Jericó (Js 6). Sustentou que Josué representava Jesus, e a cidade
de Jericó representava o mundo. Os sete sacerdotes que levavam
trombetas ao redor da cidade representavam Mateus, Marcos,
Lucas, João, Tiago, Judas e Pedro. Raabe, a prostituta, representava Etapa 4
a Igreja, que é composta de pecadores; e o cordão vermelho que
ela exibiu para se livrar com toda sua casa, era o sangue de Cristo.8
Os comentaristas que fazem uso de alegoria merecem nota alta
pela criatividade, mas nota baixa, por abordarem o relato bíblico
como literatura.
Outro método inadequado de manusear o Antigo Testamento
emprega-o somente como exemplo ou ilustração da doutrina do
Novo Testamento. Aqui, a autoridade para aquilo que é pregado,
não advém nem da teologia do Antigo Testamento, nem da
intenção do escritor vetero-testamentário, mas sim, inteiramente
da teologia do expositor, atribuída ao texto. Se aqueles que fazem
isso forem questionados acerca da sua interpretação ou aplicação,
apelam, não à passagem diante deles, e sim a alguma passagem
no Novo Testamento, ou a uma teologia que supõem que eles
compartilham com seu auditório.
Como podemos proceder, então, ao responder à terceira
pergunta de desenvolvimento: “E daí? Que diferença faz?” Em
primeiro lugar, a aplicação deve vir do propósito teológico do
escritor bíblico. John Bright afirma o argumento em prol de
determinar a intenção do autor: “...o pregador precisa entender
não somente o que o texto diz, mas também aquelas preocupações
que o levaram a ser dito, e dito daquela exata maneira. Suas labutas
exegéticas não estão completas, portanto, até que tenha dominado
a intenção teológica do texto. Antes de ter feito isso, ele não pode
interpretar o texto, e poderá dar-lhe uma interpretação clamoro
samente errônea, se atribuir a suas palavras uma intenção bem
diferente daquela do autor”.9
Não poderemos entender ou aplicar uma certa passagem,
quer do Antigo Testamento quer do Novo, até que tenhamos
estudado seu contexto. Por exemplo, lançar-nos a uma análise de
um parágrafo ou capítulo de Eclesiastes, sem primeiramente
obtermos uma apreciação do livro inteiro, poderia levar a muitas
idéias indignas e aplicações devastadoras para as pessoas dos nossos
dias. Somente depois de dominar a passagem maior é que achamos
os indícios para entender o significado das passagens menores e
por que foram escritas.
Seguem-se algumas perguntas que nos ajudam a descobrir o
propósito teológico do autor:
1. Há n o texto quaisquer in dicações d e propósito, com entários
editoriais, ou declarações interpretativas feitas acerca dos
even tos? No Livro de Rute, por exemplo, a matéria em
4.11-21 fornece uma conclusão feliz para uma história
com um começo sombrio, e afirma a gloriosa orientação
de Deus nas vidas das personagens envolvidas. Rute
demonstra a providência de Deus. E o tema da orientação
amorosa de Deus, focalizada na conclusão, é subentendido
em todas as partes do livro, especialmente nas sete orações
de bênção e no modo comum e corriqueiro como cada
oração foi respondida. A operação de Deus é tecida na
tapeçaria dos eventos de todos os dias, de modo tão perito
que, na primeira leitura, talvez nem sequer o percebamos
na sua atuação. E somente mediante reflexão que tomamos
consciência de que Deus estava continuamente agindo,
para satisfazer as necessidades e as esperanças de pessoas
simples.10 O que você não poderia pregar legitimamente,
a partir de Rute, é um sermão sobre “Como Tratar de
uma Sogra Difícil”. Embora Rute reflita tensões entre uma
sogra e sua nora, o livro não foi escrito para resolver
problemas entre parentes por casamento. Um sermão
sobre o tópico, usando Rute, poderia oferecer algum
aconselhamento prático sobre como tratar de conflitos
em família, mas ele não teria autoridade bíblica nenhuma.
Isso ignora por completo o que o autor pretendeu. Pior
ainda, leva os ouvintes a crer que qualquer conselho
salpicado de versículos bíblicos pode ser considerado como
sendo o que Deus diz sobre o assunto.11
2. São feito s quaisquer ju lg a m en to s teo ló g ico s n o texto?
Comentários tais como “Naquela época não havia rei em
Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo”, feito duas
vezes no livro de Juizes (17.6; 21.25), indicam por que
estas narrativas sórdidas são registradas como parte da
história de Israel. A narrativa do pecado de Davi com Bate-
Seba e do seu assassinato de Urias foi registrada de modo
meramente fatual pela pena do historiador, até chegar à
declaração em 2Samuel 11.27: “Mas o que Davi fez
desagradou ao Senhor”. Essa sentença única é a declaração
teológica que põe em perspectiva o evento e aquilo que
segue em 2Samuel.
3. As passagens narrativas da Bíblia oferecem dificuldades
especiais ao intérprete. Além das perguntas normalmente
levantadas, devemos perguntar: Esta história é dada co m o
exem plo ou advertência? Se fo r assim, d e que maneira? Este
in cid en te é uma regra ou uma ex ceção? Quais lim itações
d evem ser postas sob re a passagem narrativa? Por exemplo,
na história de Raabe (Js 2.1-7) nao se podem derivar
quaisquer lições sobre a moralidade do engano, mas à luz
de várias passagens do Novo Testamento (Hb 11.31, Tg
2.25), pode-se concluir que Raabe era uma mulher de fé
vibrante.
4. Qual a m ensagem pretendida para aqueles que originalm ente
receberam a revelação, e também para as gerações subseqüentes
q ue o escritor sabia que a leriam?
5. Por que o Espírito Santo inclui nas Escrituras esta narrativa?
Se nao estivesse na Bíblia, algo teria sido perdido?
Existem outras perguntas que devemos fazer, a fim de aplicar
a Palavra de Deus a um auditório contemporâneo, que vive numa
situação diferente daquela das pessoas a quem a revelação foi
originalmente dada.
1. Qual fo i a situação am biental em q ue a Palavra d e D eus
originalmente veio? Q ue peculiaridades os hom ens e m ulheres
d e h o je têm em com u m co m aquele auditório original'1Por
exemplo, Deuteronômio foi falado por Moisés a uma
nova geração do outro lado do Rio Jordão. Os membros
do seu auditório acreditavam em Javé e faziam parte de
uma teocracia estabelecida pela aliança de Deus. Deus
celebrara com eles um tratado que dispunha, em detalhe,
as recompensas e os castigos pela sua obediência ou
desobediência. Todos eles tinham saído do deserto com
Moisés, e estavam antegozando a entrada na terra que
Deus prometera a Abraão.
Os cristãos de hoje não podem ser diretam ente
identificados com aquela nação. Somos, porém, crentes
em Javé, e somos, nesta era, o povo de Deus, escolhido
mediante sua graça, para sermos testemunhas diante do
mundo. Além disto, como eles, temos da parte de Deus
uma revelação a que ele espera que obedeçamos.
2. C om o p o d em o s identificar-nos co m os h om en s e m ulheres
bíblicos, à m edida q ue escutavam a Palavra d e D eus e
correspondiam , ou deixavam d e corresponder, na situação
d ele s ? Embora não possamos identificar-nos com os
israelitas, em realmente entrar na terra de Canaã, ou com
Davi reinando como rei em Jerusalém, ou com a situação
da vida de um hebreu debaixo da lei, temos participação
na humanidade destes homens e mulheres. Podemos
identificar-nos com suas reações intelectuais, emocionais,
psicológicas e espirituais, diante de Deus e do seu próximo.
Faríamos bem em lembrar-nos da observação de J. Daniel
Baumann: “Somos muito semelhantes às pessoas do
mundo antigo. E somente nalguns pensamentos
superficiais, crenças racionais, e disposições mentais que
somos diferentes. Em todas as realidades básicas do coração
somos iguais. Ficamos diante de Deus exatamente como
pessoas de todas as eras ficaram diante dele. Todos nós
tivemos experiência da culpa de Davi, da dúvida de Tomé,
da negação de Pedro, da apostasia de Demas, talvez até
mesmo do beijo do traidor Judas. Estamos vinculados,
através dos séculos, pelas realidades e ambigüidades da
alma humana”.12 Em todos as narrativas bíblicas, Deus
confronta os homens e as mulheres, e nós mesmos
podemos entrar nas respostas que as pessoas dão a Deus e
a outras pessoas como indivíduos, num grupo, ou am
bos. Aquele mesmo Deus cuja Pessoa e caráter nunca
mudam, dirige-se a nós hoje, em nossas situações, e os
princípios e dinâmicas envolvidos nestes encontros
permanecem sendo bem semelhantes, no decurso da
história.
3. Q ue discernim entos adicionais ja tem os adquirido acerca das
m aneiras d e D eus lidar co m seu p ovo, através d e revelação
adicional? O escritor de romances policiais freqüentemente
encaixa, no primeiro capítulo da sua história, incidentes
que parecem irrelevantes ou perplexos. A significância
desses eventos se torna óbvia em capítulos posteriores.
Visto que a Bíblia fica inteira e completa, nenhuma
passagem deve ser interpretada ou aplicada isoladamente
da totalidade daquilo que Deus tem falado. Cada texto
deve ser interpretado dentro do livro no qual aparece. Mas
cada um dos livros da Bíblia constitui uma parte da
revelação toda. Por vezes, o que podemos negligenciar no
começo das Escrituras, torna-se uma dica a uma revelação
mais plena.
4. Q uando en ten d o uma verdade eterna ou um p rin cíp io
orientador, que aplicações específicas e práticas isso tem para
m im e para minha congregação? Quais as idéias, sentimentos,
atitudes ou a ções q ue isso d ev e afetar? Eu m esm o vivo em
ob ed iên cia a esta verdade? P retendo ob ed ecer? Quais os
obstáculos que im pedem m eu auditório d e reagir co m o deve?
Q ue su gestões poderiam ajudá-lo a reagir, co n fo rm e D eus
deseja quereajam ?
Normalmente você começa seu estudo com uma única
passagem da Escritura, e sua aplicação surge daquela passagem.
Se você começar com uma necessidade específica na sua
congregação, e voltar-se para a Bíblia, em busca de soluções, deve,
então, resolver quais passagens dizem respeito às questões
levantadas. Mediante a exegese daquelas passagens separadas,
portanto, o assunto é explorado. Quando a Bíblia fala diretamente
destas questões, numa variedade de textos, a aplicação e a
autoridade advêm diretamente da Escritura.
A aplicação se torna mais complexa, no entanto, quando
devemos lidar com problemas que os escritores bíblicos nunca
enfrentaram. Visto que Jesus Cristo existe como Senhor de toda
a história, os cristãos devem responder às preocupações éticas e
políticas da atualidade, a partir da perspectiva divina. Tomamos
por certo que o Espírito Santo tem sua vontade a respeito de
assuntos tais como o aborto, os bebês de proveta, proteção do
meio ambiente, a fome do mundo, o emprego da tecnologia ou
os programas governamentais de assistência social. A Bíblia, no
entanto, não pode falar e não fala sobre todas as situações políticas
101
Etapa 4
lhes apontaria essa passagem e essa verdade? Os ouvintes
sentem que um sermão é relevante, quando podem dizer:
“Eu consigo v er como isso se aplicaria na minha vida”.
Para ser eficaz, os sermões precisam relacionar a verdade
bíblica à vida. Os sermões mais eficazes são os que fazem isso de
modo específico, e não geral. Se você não aplicar a Bíblia à
experiência de vida das pessoas, você não pode esperar que eles o
façam. Tiago avisou-nos sobre o perigo de “ouvir a Palavra”, mas
não a pôr em prática. Os ouvintes são enganados, se simplesmente
conhecerem a Palavra de Deus, mas não a praticarem. Como
pregadores, não ousamos contribuir para esta ilusão. Nossos
ouvintes precisam tanto da verdade para crer, como de maneiras
específicas, que formatem sua vida, para aplicá-la.
104
E x ercício s
Determinar o sujeito e complemento dos seguintes exercícios.
Além disso, indique qual a pergunta funcional que você acha
que cada autor responde.
1. “A razão pela qual não se pode ensinar truques novos a
um cachorro velho não é que ele seja incapaz de aprendê-
los. E que ele está bem satisfeito com seu domínio dos
truques velhos, e pensa que aprender truques novos é só
para filhotes. Além disso, está ocupado em pagar as
prestações do seu canil” (John Gardner).
Sujeito: ____________________________________
Complemento: _______________________________
Complemento: _______________________________
Complemento: _______________________________
Complemento: _______________________________
Complemento: _______________________________
Complemento: ______________
Complemento: _______________________________
Complemento: _______________________________
A F le c h a e o A lv o
E ta p a s n o D esen v o lv im en to d e M e n sa g e n s E x p o sitiv a s
1. S e l e c io n a n d o a P assagem
2. E studando a P assagem
3. D e s c o b r in d o a I d é ia E x e g é t ic a
4. A n a l is a n d o a I d é ia E x e g é t ic a .
5. F orm ulando a I d é ia H o m il é t ic a
6. D e t e r m in a n d o o P r o p ó s it o d o S ermão
Etapa 5
E tapa 5 : À luz d o c o n h e c im e n t o e e x p e r iê n c ia d o
O P o d e r d e um P ro p ó sito
O notável pregador A. W. Dale foi, evidentemente, um
homem que estava tão seguro como a Rocha de Gibraltar. Todo
sábado à noite ele pregava seu sermão a sua esposa. Um dia, depois
que havia feito este treino, sua esposa perguntou: “Diga-me, por
que você está pregando esse sermão?
Essa pergunta óbvia enfrenta a todos nós, enquanto nos
preparamos, e recebe muitas respostas inadequadas. Por exemplo:
“Quando chegar a hora certa no domingo, esperam que eu diga
algo religioso”. Ou então: “Na semana passada eu passei Gênesis
21, por isso esta semana vou pregar sobre Gênesis 22”. Por vezes
nossa resposta à pergunta, “Por que você está pregando esse
sermão?” é tão clara como uma neblina espessa: “Estou pregando
este sermão, porque quero dar ao povo um desafio”. Tais respostas,
em geral subentendidas em vez de declaradas, produzem sermões
que parecem uma torta de limão que se deixa cair, salpicam tudo
de creme e suspiro, mas não atingem nada com muita força. Falta-
lhes propósito!
Por mais brilhante ou bíblico que seja um sermão, se não
tem propósito definido, não vale a pena nós o pregarmos. Não
temos idéia adequada da razão de estar falando. Imagine perguntar
a um treinador de hóquei: “Qual o propósito de seu time de hóquei?
E melhor ele saber a resposta. Ali todo tipo de atividade acontece
sobre o gelo: a patinação, manobras de bastões, bloqueios, passes,
mas o propósito do time de hóquei tem que ser marcar mais pontos
do que o adversário. O time que não conserva isto firmemente
em mira, joga só para fazer exercício. Por que pregar este sermão?
Fazemos uma variedade de coisas, quando estamos diante da
congregação. Explicamos, ilustramos, exortamos, fazemos exegese,
gesticulamos, para enumerar algumas poucas. Mas somos dignos
de dó, se deixamos de entender que este sermão específico deve
mudar vidas, de alguma maneira específica. A. W. Tozer traz uma
palavra perceptiva a todos nós:
Não existe quase nada tão enfadonho e sem sentido quanto a
doutrina bíblica ensinada por amor a ela mesma. A verdade
divorciada da vida não é a verdade no sentido bíblico, mas sim,
é algo diferente e algo menor.... Nenhuma pessoa fica melhor
por saber que Deus, no princípio, criou o céu e a terra. O diabo
sabe disso, bem como Acabe e Judas Iscariotes. Nenhum homem
ficará melhor, por saber que Deus amou o mundo dos homens
de tal maneira que deu seu Filho unigênito para morrer, a fim
de redimi-los. No inferno há milhões que sabem disso. A verdade
teológica é inútil até que seja obedecida. O propósito por detrás
de toda a doutrina é garantir ação moral.1
O propósito por detrás de cada sermão individual é garantir
alguma ação moral. Precisamos saber qual é essa açao.
E t a p a 6 : D e t e r m in a n d o o p r o p ó sit o d o s e r m ã o .
ter? Então você vai pedir a Deus a coragem para fazer esse
contato e tomar esse passo para resolver este assunto?”
* “Seu trabalho é a vontade de Deus para você. Amanhã,
quando você chegar ao trabalho, pegue um papel de recados
(um ‘post-it’ adesivo, talvez) e escreva, “Deus me colocou
aqui para servi-lo hoje’, e coloque-o na sua mesa ou no seu
armário, num lugar onde você pode vê-lo com facilidade.
Toda vez que você olhar para esse recado, pense numa
oração. ‘Senhor, estou trabalhando neste serviço para o
Senhor. Ajude-me a fazê-lo de modo que lhe agrade’. Desta
maneira você pode guardar o dia de trabalho, para fazê-lo
santo”.
Você pode até mudar a conclusão, mais tarde, no seu preparo,
mas você já determinou aonde tem o propósito de ir. Você
concentra seu pensamento com maior eficiência, se, quando
começa, já sabe o que pretende realizar.
N o vo s C o n c e ito s
Resultados mensuráveis
Propósito
D efin içõ es
P ropósito - o que a pessoa espera que aconteça no ouvinte
como resultado de ouvir o sermão
R esultados m ensuráveis —o propósito do sermão declarado
em termos de comportamento observável.
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A s F o rm a s q u e
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2. E studando a P assagem
3. D e s c o b r in d o a I d é ia E x e g é t ic a
4. A n a l is a n d o a Id é ia E x e g é t ic a
5. Fo r m u lan d o a I d é ia H o m il é t ic a
6. D e t e r m in a n d o o P r o p ó s it o d o S ermão
7. D e c id in d o c o m o R e a l iz a r e s t e P r o p ó s it o
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mais amplos do sermão. Assim como qualquer declaração que
fazemos, se desenvolve, ao ser explicada, comprovada ou aplicada,
as idéias do sermão, também, exigem explicação, validação ou
aplicação.
Os sermões dedutivos, portanto, assumem três formatos
diferentes.
D isp o siç õ e s D e d u tiv a s
U m a I d é ia para S e r E x p l ic a d a
d e s e n v o l v id a p a r a r e a l iz a r s e u p r o p ó s i t o , f a ç a o
ESBOÇO DO SERMÃO
E ta p a s n o D ese n v o lv im e n to J e M e n sa g e n s E x p o sitiv a s
1. S e l e c io n a n d o a P assagem
2. E studando a P assagem
3. D e s c o b r in d o a Id é ia E x e g é t ic a
4. A n a l is a n d o a I d é ia E x e g é t ic a
5 . Fo r m u lando a I d é ia H o m il é t ic a
6. D e t e r m in a n d o o P r o p ó s it o d o S ermão
7. D e c id in d o c o m o R e a l iz a r e s t e P r o p ó s it o
m a t e r ia l d e a p o i o q u e e x p l i q u e , c o m p r o v e , a p l iq u e
ou a m p l ie o s p o n t o s .