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ADMINISTRATIVO- Aula
02
PROFESSOR RODRIGO ZAMBÃO
Julgados do STF
A tese da União é de que todo e qualquer caso a ação de reparação é imprescritível, mas
o STF caminhou para outro lado, e esse caminho do STF foi o adotado na PGE, pois
não são todos os casos que a ação de ressarcimento, dependendo do caso concreto, se é
ato de improbidade ou se foi praticado com dolo ou não.
Com relação a classificação, existe uma separação, mas não é absoluta entre as
três espécies de advocacia pública, sendo definida a partir de um critério de
preponderância. Pois os procuradores possuem legitimidade para atuarem em prol de
hipossuficientes, pois tem legitimidade para ajuizamento de ações coletivas.
Os conceitos não são uniformes na doutrina, pois cada autor valoriza aspectos da
teoria do direito administrativo para formular o seu controle.
Umas das características desse conceito, é que ele atribuiu uma natureza
subsidiária da função administrativa. Essa natureza subsidiaria tem inspiração na
doutrina de um Alemão chamado Otto Mayer e que é acompanhada pelo Diogo de
Figueiredo. Mas porque se dá uma natureza subsidiaria para função administrativa e
atividade administrativa? Em razão da natureza multifacetada da atividade
administrativa. A atividade administrativa é complexa, heterogenia e à medida que as
funções da Administração crescem, se torna mais difícil achar um núcleo do que seja
função administrativa.
Embora esse conceito do Aragão seja bom, o professor entende que existe
um conceito que representa melhor a realidade da administração pública, que o
conceito do Carlos Ari. Para ele o direito administrativo é o direito comum do
Estado, sendo um conjunto de normas (normas constitucionais, legais,
regulamentares) e a cultura jurídica (teorias, praticas, interpretações)
CURSO CEAP: TURMA PGE/PGM 2016.2: D.ADMINISTRATIVO- Aula
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Uma outra característica que decorre desse conceito é que há uma grande
dispersão das normas de direito administrativo. O direito administrativo é composto por
diversas fontes primárias e secundárias, o conceito do Carlos Ari elenca as fontes do
direito administrativo. Mas quais são as fontes do direito administrativo?
É por isso, que é pouco irreal tentar encontrar alguma unicidade das normas que
regem o exercício da função administrativo, pelo contrário, são altamente dispersas e é
isso que de certa forma dificulta o estudo da disciplina. Há uma tendência centralizadora
obviamente na União, mas isso não impede que os demais entes produzam normas de
direito administrativo.
Ainda no estudo das fontes, é preciso deixar claro que o direito administrativo
não é só formado por normas jurídicas. O direito administrativo, portanto, também tem
como fonte a doutrina, que tem um papel relevante na tentativa de conferir algum grau
de sistematicidade ao direito administrativo, e o os autores clássicos do direito
administrativo brasileiro tiveram importância nessa tarefa, com o Hely Lopes Meireles,
Celso Antônio Bandeira de Melo. Muito da matriz principiológica da matéria tem como
inspiração a doutrina, assim como, do que se produz no plano legislativo, a prática
administrativa.
fonte do direito administrativo, efeito vinculante esse que incide diretamente sobre a
administração pública.
Tem um artigo do Floriano Azedo Marques Neto em que ele trabalha com
essa bipolaridade do direito administrativo. Ele elenca três funções principais do
direito administrativo:
Direito administrativo como instrumento de restrição e condicionamento de
direitos em prol da realização de outros direitos - Ele destaca que o exercício do
poder/autoridade da administração pública não é um fim e sí mesmo. Quando a
administração pública atua na restrição e condicionando direitos ela deve estar
almejando a concretização de outros direitos e interesses dotados de relevância. A
administração não desapropria só por desapropriar, ou não deveria, pois quanto se
restringe a propriedade privada por meio da desapropriação a presunção tem como
objetivo é atingir outros interesses objetivos relevantes que ela deve tutelar também
Todas essas três funções tem um núcleo, é a ideia que o Estado de Direito é
essencialmente um Estado de ponderação, de composição de cada mais vezes desses
interesses complexos e difusos nas modernas sociedades, cabendo a administração fazer
um adequado equilíbrio entre eles, e isso passa necessariamente pela valorização do
processo, concesso e sobretudo na ponderação no exercício da autoridade
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Veja que todo o sistema de prerrogativas que de certa forma caracteriza o direito
administrativo pela visão clássica, ele só se justifica quando é usado para proteção de
interesses e direitos tutelados pelo ordenamento jurídico. Exercício de autoridade que
deve se dar de forma ponderada e equilibrada.
Foi dito que o direito administrativo tem intima ligação com o princípio da
legalidade, assim como, a ideia de que tem uma função administrativa preordenada e
limitada por uma vontade heterônoma que seria a vontade do legislador? Mas também
foi falado que as categorias clássicas do direito administrativo surgiram da
jurisprudência do Conselho de Estado, que integra a estrutura da administração pública.
Ora porque se está valorizando o princípio da legalidade? Foi falado que o direito
administrado nascer da ideia da limitação do poder em prol da concretização de direitos
individuais dos cidadãos, mas ele se desenvolve como um direito da exorbitância, que
buscou blindar a administração pública do direito comum, surgindo da presunção de
prerrogativas da administração pública. Que gêneses garantista é essa?
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Contradições
3º: Embora se trabalhe com uma vinculação entre direito administrativo e um Estado de
direito ele nasceu não de categorias desenvolvida pelo legislador, mas sim por
categorias criadas por ela própria, pois essas categorias são fontes autovinculativas da
administração pública.
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PROFESSOR RODRIGO ZAMBÃO
4º: Embora o direito administrativo tenha na sua gêneses a oposição entre direito
público e direito privado a administração pública sempre se valeu e se vale cada vez
mais de instrumentos de direito privado para atual. Para utilizar a expressão de uma
autora Portuguesa chamada Maria João Estorninho, a atuação do direito administrativo
muito passa por um processo de fuga para o direito privado. Importante falar que visão
crítica é muito particular de um certo setor da doutrina.
O professor concorda com o Floriano referente ao artigo citado, pois entende que
inegável essa linha garantista do direito administrativo, no entanto com o passar do
tempo o direito administrativo se desenvolveu a partir de uma lógica de autoridade, não
que suas gêneses tenha sido algo perverso para realocar o poder, muito por razões
históricas com guerras, o que acaba favorecendo um enfoque na lógica de autoridade.
2º- Constitucionalização releitura: é a ideia de que toda ordem jurídica (nosso caso
direito administrativo) deve ser lida e apreendida sobre as lentes da constituição, sendo
a ideia de releitura do direito administrativo a partir da pauta substantiva da
constituição, ou seja, sua carga axiológica, com especial destaque para normas
consagradores de direitos fundamentais. Muito da superação da lógica de autoridade de
direito administrativo passa por essa constitucionalização releitura, da ideia de que as
normas constitucionais possuem uma força expansiva e irradiante sobre todo
ordenamento jurídico.
direito administrativo tem os seus limites definidos pela relação entre a administração
pública e os particulares sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, não se concebe direito
administrativo sem essa interação.
OBS: o Marcelo Novelino fala em eficácia diagonal, que é a incidência dos direitos
fundamentais em relações privadas de poder em que há submissão. O que não deixa de
ser eficácia horizontal.
da sociedade no contexto social em que vivemos. Temos uma releitura nos poderes de
polícia, desapropriação, atuação do Estado no domínio econômico, ganhando uma nova
roupagem a partir da constitucionalização inclusão.
OBS: Gustavo Binenbojm, defendeu a tese de titularidade da UERJ, onde defendeu uma
releitura do Poder de Polícia.
foi longe demais. E para utilizar a expressão do Carlos Ari, é uma constituição chapa
branca, pois o processo constituinte foi todo influenciado por interesses de associações,
sindicados e dentre os segmentos, que acabaram emplacando determinados privilégios e
direitos na constituição, mas que talvez não fossem matérias de direito constitucional.
Diante disso, quando se pretende fazer uma reforma fica quase que impossível, pois
toda reforma no estatuto dos servidores em matéria de previdência é uma reforma
constitucional, mas qual será o custo político disso?
Por fim, se acaba trazendo para o debate os limites dessa chama fuga para o
direito privado. Essa fuga para o direito privado pode ter uma conotação negativa.
Sempre que a administração pública utilizar desses instrumentos para fugir de
determinados limites constitucionais que devem ser observados em todo e qualquer
caso, sempre que se tenha a utilização desses mecanismos acarretar restrição de direitos,
consequentemente diminuindo proteção do administrado.
núcleo de normas do regime constitucional que ela jamais poderá se afastar, porque
essas normas existem para proteger os direitos dos administrados.
Isso tudo tem ligação com a terceira premissa teórica, que é o pragmatismo e
interdisciplinaridade. Para utilizar a expressão do Gustavo, ao lado desse giro
democrático constitucional que nós já vimos, de constitucionalização do direito
administrativo, temos agora um giro pragmático do direito administrativo, que é a
efetiva preocupação dos efeitos da atuação administrativa, não basta agir, pois se quer
efetividade, resultado, com a efetiva concretização das finalidades constitucionais a
cargo da administração pública. Eu tenho um modelo padronizado de contrato
administrativo e vou celebrando ele sucessivamente, mas esse contrato administrativo
não traz bons resultados, não se pode continuar com esse modelo, tem que buscar um
modelo novo que efetivamente ele busque os fins para qual ele foi celebrado.
administrativo, onde ele fala que o moderno operador do direito administrativo ele é
pragmático, não crê na suficiência do direito administrativo para resolver todos os
problemas concretos, não se discute qual a natureza de institutos diversos, e sim qual
são os efeitos concretos de um determinado instituto em um determinado contexto, será
se mudar de um determinado instituto para outro não se irá produzir melhores
resultados, a preocupação é essas.