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Ficha de Apoio – Polinómios (Generalidades)


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POLINÓMIO NUMA VARIÁVEL REAL


Definição (Polinómio): Diz-se função polinomial ou simplesmente polinómio, numa variável 𝑥 a toda a
função P, de ℝ em ℝ, definida por uma equação do tipo:
𝑃(𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 𝑥 𝑛−2 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0
Onde 𝑎0 , 𝑎1 , 𝑎2 , … , 𝑎𝑛 são números reais denominados de coeficientes do polinómio, 𝑛 ∈ 𝑍0+ 𝑒 𝑥 ∈
ℝ.
Cada uma das parcelas 𝑎0 , 𝑎1 𝑥, 𝑎2 𝑥 2 , … , 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 , 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 são monómios, designados de termos do
polinómio.
Num polinómio temos:
𝒂𝟎 é o termo independente, tem grau zero.
𝒂𝟏 𝒙 é o termo em 𝑥, tem grau um.
𝒂𝟐 𝒙𝟐 é o termo em 𝑥 2, tem grau dois.

𝒂𝒏 𝒙𝒏 é o termo em 𝑥 𝑛, tem grau n.
Exemplos de polinómios:
a) 𝐴(𝑥) = 3𝑥 2 + 𝑥 − 7
b) 𝐵(𝑥) = 7 − 2𝑥 5 + 𝑥 4 − 3𝑥 2 + 𝑥 + 0,5𝑥 3
2
c) 𝐶(𝑥) = √5 + 𝑥 − 3𝑥 2 + 3 𝑥 4

GRAU DE UM POLINÓMIO
O grau de um polinómio, numa variável 𝑥, é dado pelo maior expoente de 𝑥 com coeficiente diferente
de zero.
Exemplo:
𝐴(𝑥) tem grau dois
𝐵(𝑥) tem grau cinco
𝐶(𝑥) tem grau quatro

Obs. : Quando um dos coeficientes do polinómio é zero, o termo correspondente também é zero
(termo nulo) e, em geral, é omitido na expressão do polinómio. É o que se pode observar no
polinómio 𝐶(𝑥), falta o termo em 𝑥 3.

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POLINÓMIO COMPLETO
Um polinómio de grau 𝑛 diz-se completo se e só se nenhum dos termos de grau menor ou igual a 𝑛 é
nulo. Caso contrário diz-se incompleto.
Exemplo:
Os polinómios 𝐴(𝑥) e 𝐵(𝑥) são completos. Já o polinómio 𝐶(𝑥) é incompleto, pois falta o termo em 𝑥 3.

POLINÓMIO ORDENADO
Um polinómio diz-se ordenado quando os seus termos se encontram por ordem crescente ou
decrescente.
Exemplo:
O polinómio 𝐴(𝑥) está ordenado por ordem decrescente.
O polinómio 𝐶(𝑥) está ordenado por ordem crescente.
O polinómio 𝐵(𝑥) é um polinómio desordenado.

VALOR NUMÉRICO DE UM POLINÓMIO


Dado um número 𝛼∈𝑅 e um polinómio
𝑛 𝑛−1 𝑛−2
𝑃(𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 + 𝑎𝑛−1 𝑥 + 𝑎𝑛−2 𝑥 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 diz-se valor numérico de 𝑃 𝑒𝑚 𝑥, a imagem de 𝛼
pela função P, isto é,
𝑃(𝛼) = 𝑎𝑛 𝛼𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝛼𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 𝛼𝑛−2 + ⋯ + 𝑎1 𝛼 + 𝑎0 .
Exemplos:
a) 𝐴(2) = 3 × 22 + 2 − 7 = 3 × 4 − 5 = 7 .
b) Calcule 𝐵(−2).

POLINÓMIO IDENTICAMENTE NULO


Diz-se que um polinómio é identicamente nulo ou polinómio zero quando todos os coeficientes dos
seus termos são iguais a zero (termos nulos) e representa-se 𝑃(𝑥) = 0.
𝑃(𝑥) = 0 ⟺ 𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1 = ⋯ = 𝑎1 = 𝑎0 = 0

PRINCÍPIO DE IDENTIDADE DE POLINÓMIOS


Dois polinómios 𝐴(𝑥) e 𝐵(𝑥) são idênticos (iguais) quando e só quando os coeficientes dos termos
semelhantes (homólogos) forem iguais.
Sejam os polinómios:
𝐴(𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 e 𝐵(𝑥) = 𝑏𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑏𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑏1 𝑥 + 𝑏0

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𝑎𝑛 = 𝑏𝑛
𝑎𝑛−1 = 𝑏𝑛−1
𝐴(𝑥) = 𝐵(𝑥) ⟺ …
𝑎1 = 𝑏1
{ 𝑎0 = 𝑏0
Exemplo:
𝐴(𝑥) = 3𝑥 2 + 𝑥 − 7 e 𝐵(𝑥) = 𝑥 − 7 + 3𝑥 2

Exercício 1:
Considere os polinómios:
𝐴(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + (2𝑏 + 3)𝑥 − 𝑐 + 7
𝐵(𝑥) = (2𝑚 + 𝑛)𝑥 2 − (𝑚 − 5𝑛 + 22)𝑥 + 5𝑝
𝐶(𝑥) = 2𝑥 2 − 5𝑥 + 4
𝐷(𝑥) = 7𝑥 − 15
Determine os valores dos parâmetros:
a) 𝑎, 𝑏 e 𝑐 de modo que o polinómio 𝐴(𝑥) seja identicamente nulo.
b) 𝑚, 𝑛 e 𝑝 tal que 𝐵 (𝑥 ) = 0.
c) 𝑎, 𝑏 e 𝑐 de modo que os polinómios 𝐴 (𝑥 ) e 𝐶(𝑥) sejam idênticos.
d) 𝑚, 𝑛 e 𝑝 tal que 𝐵 (𝑥 ) = 𝐷(𝑥 ).
Resolução do item a) e c):

𝑎=0 𝑎=0 𝑎=2 𝑎=2 𝑎=2


3
𝑎) { 2𝑏 + 3 = 0 ⟺ {𝑏 = − 2 𝑐) {2𝑏 + 3 = −5 ⟺ { 2𝑏 = −8 ⟺ {𝑏 = −4
−𝑐 + 7 = 0 𝑐=7 −𝑐 + 7 = 4 −𝑐 = −3 𝑐=3

OPERAÇÕES COM POLINÓMIOS


ADIÇÃO
Dados dois polinómios
𝐴(𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 e 𝐵(𝑥) = 𝑏𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑏𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑏1 𝑥 + 𝑏0
Chama-se soma de A com B ao polinómio
𝐴(𝑥) + 𝐵(𝑥) = (𝑎𝑛 + 𝑏𝑛 )𝑥 𝑛 + (𝑎𝑛−1 + 𝑏𝑛−1 )𝑥 𝑛−1 + ⋯ + (𝑎1 + 𝑏1 )𝑥 + (𝑎0 + 𝑏0 )
Exemplo:
Calcule a soma de 𝐴(𝑥) = 5𝑥 3 + 11 − 7𝑥 2 com 𝐵(𝑥) = −9 + 5𝑥 + 13𝑥 2
Resolução:
𝐴(𝑥) + 𝐵(𝑥) = 5𝑥 3 + (−7 + 13)𝑥 2 + 5𝑥 + (11 − 9) = 5𝑥 3 + 6𝑥 2 + 5𝑥 + 2

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MULTIPLICAÇÃO
Dados dois polinómios
𝐴(𝑥) = 𝑎𝑚 𝑥 𝑚 + ⋯ + 𝑎2 𝑥 2 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 e 𝐵(𝑥) = 𝑏𝑛 𝑥 𝑛 + ⋯ + 𝑏2 𝑥 2 + 𝑏1 𝑥 + 𝑏0
Chama-se produto de A com B ao polinómio
𝐴(𝑥) × 𝐵(𝑥) = 𝑎𝑚 𝑏𝑛 𝑥 𝑚+𝑛 + ⋯ + (𝑎2 𝑏0 + 𝑎1 𝑏1 + 𝑎0 𝑏2 )𝑥 2 + (𝑎1 𝑏0 + 𝑎0 𝑏1 )𝑥 + 𝑎0 𝑏0
Demonstração:
Usando o algoritmo da multiplicação tem-se que:
𝑎𝑚 𝑥 𝑚 + ⋯ + 𝑎2 𝑥 2 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0
× 𝑏𝑛 𝑥 𝑛 + ⋯ + 𝑏2 𝑥 2 + 𝑏1 𝑥 + 𝑏0

𝑎𝑚 𝑏0 𝑥 𝑚 + ⋯ + 𝑎2 𝑏0 𝑥 2 + 𝑎1 𝑏0 𝑥 + 𝑎0 𝑏0
𝑎𝑚 𝑏1 𝑥 𝑚+1 + … + 𝑎1 𝑏1 𝑥 2 + 𝑎0 𝑏1 𝑥
𝑎𝑚 𝑏2 𝑥 𝑚+2 + … + 𝑎0 𝑏2 𝑥 2
….
+ 𝑎𝑚 𝑏𝑛 𝑥 𝑚+𝑛 … + 𝑎0 𝑏𝑛 𝑥 𝑛

𝑎𝑚 𝑏𝑛 𝑥 𝑚+𝑛 + ⋯ + (𝑎2 𝑏0 + 𝑎1 𝑏1 + 𝑎0 𝑏2 )𝑥 2 + (𝑎1 𝑏0 + 𝑎0 𝑏1 )𝑥 + 𝑎0 𝑏0


Exemplo:
Calcule o produto de 𝐴(𝑥) = 5𝑥 − 11 + 7𝑥 2 com 𝐵(𝑥) = 5𝑥 − 7
Resolução:
7𝑥 2 + 5𝑥 − 11
× 4𝑥 − 7

−49𝑥 2 − 35𝑥 + 77
+ 28𝑥 3 + 20𝑥 2 − 44𝑥

28𝑥 3 − 29𝑥 2 − 79𝑥 − 77

DIVISÃO INTEIRA DE POLINÓMIOS


Sejam 𝐴(𝑥) e 𝐵(𝑥) dois polinómios quaisquer, em que 𝐵(𝑥) ≠ 0, a divisão inteira do polinómio 𝐴(𝑥)
pelo polinómio 𝐵(𝑥) consiste em determinar um polinómio 𝑄(𝑥) e um polinómio 𝑅(𝑥), tal que:
𝐴(𝑥) = 𝐵(𝑥) × 𝑄(𝑥) + 𝑅(𝑥)
com o grau de 𝑅(𝑥) inferior ao grau de 𝐵(𝑥) ou então 𝑅(𝑥) = 0.
O polinómio 𝐴(𝑥) diz-se dividendo; 𝐵(𝑥) divisor; 𝑄(𝑥) quociente e 𝑅(𝑥) o resto.
Se 𝑅(𝑥) = 0 diz-se então que a divisão é exata ou que 𝐴(𝑥) é divisível por 𝐵(𝑥).

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Algoritmo da divisão inteira de polinómios
Sendo 𝐴(𝑥) = 6𝑥 3 + 17𝑥 2 + 6𝑥 − 2 e 𝐵(𝑥) = 3𝑥 2 + 4𝑥 − 3. Vamos efetuar 𝐴(𝑥) ÷ 𝐵(𝑥) utilizando o
algoritmo da divisão.
Resolução:
Processo prático:
1. Começa-se por escrever, ordenadamente, o dividendo e o divisor segundo as potências
decrescente de 𝑥, escrevendo também os termos nulos do dividendo.

2. Dividem-se os termos de maior grau do dividendo e do divisor. O resultado é o termo de maior


grau do quociente.

3. Multiplica-se o divisor pelo termo de maior grau do quociente, e adiciona-se ao dividendo o


simétrico desse produto. Obtém-se assim, o primeiro resto parcial.

Repare que o grau do resto parcial é igual ao grau do divisor. Sendo assim a divisão continua. Repete-
se os passos 2 e 3 até que o grau do resto parcial for inferior ao grau do divisor.

6𝑥 3 + 17𝑥 2 + 6𝑥 − 2 = ⏟
Podemos escrever que: ⏟ (3𝑥 2 + 4𝑥 − 3) × ⏟
(2𝑥 + 3) + ⏟
7 .
𝐴(𝑥) 𝐵(𝑥) 𝑄(𝑥) 𝑅(𝑥)
Logo, 𝑄(𝑥) = 2𝑥 + 3 e 𝑅(𝑥) = 7.

Exercício 2:
Consideremos os polinómios:
𝐴(𝑥) = 6𝑥 4 + 3𝑥 3 − 6𝑥 2 + 4𝑥 − 7; 𝐵(𝑥) = 2𝑥 2 − 𝑥 + 5 e 𝐶(𝑥) = 5𝑥 3 + 2𝑥 2 − 3
I. Calcule na forma reduzida e ordenada e indique o grau de:
a) 𝐴(𝑥) + 𝐵(𝑥) − 2𝐶(𝑥)
b) 𝐵(𝑥) × 𝐶(𝑥)
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II. Determine o quociente e o resto da divisão inteira entre os polinómios seguintes:
a) 𝐴(𝑥) por 𝐵(𝑥)
b) 𝐴(𝑥) por 𝐶(𝑥)
c) 𝐶(𝑥) por 𝐵(𝑥)

MÉTODO DOS COEFICIENTES INDETERMINADOS


Consideremos os polinómios: 𝐴(𝑥) = 4𝑥 3 − 2𝑥 2 + 6𝑥 − 10 𝑒 𝐵(𝑥) = 2𝑥 2 + 3𝑥 + 2
Determinemos o quociente e o resto da divisão de 𝐴(𝑥) por 𝐵(𝑥).

1. Determina-se o grau do polinómio quociente (grau do dividendo menos o grau do divisor) e


escreve-se o polinómio quociente com coeficientes indeterminados.

Gr Q(x) = Gr D – Gr d = 3 – 2 = 1 então 𝑄(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏

2. Determina-se o grau do polinómio resto (grau do divisor menos um) e escreve-se o polinómio
resto com coeficientes indeterminados.

Gr R(x) = Gr d – 1 = 2 – 1 = 1 então 𝑅(𝑥) = 𝑐𝑥 + 𝑑

3. Aplica-se a propriedade fundamental da divisão: D = d x Q + R

4𝑥 3 − 2𝑥 2 + 6𝑥 − 10 = (2𝑥 2 + 3𝑥 + 2 ) × (𝑎𝑥 + 𝑏) + (𝑐𝑥 + 𝑑)

4. Calcula-se o produto e a soma dos polinómios no segundo membro e de seguida aplica-se o


princípio de identidade de polinómios.
4𝑥 3 − 2𝑥 2 + 6𝑥 − 10 = (2𝑥 2 + 3𝑥 + 2 ) × (𝑎𝑥 + 𝑏) + 𝑐𝑥 + 𝑑
= 2𝑎𝑥 3 + 2𝑏𝑥 2 + 3𝑎𝑥 2 + 3𝑏𝑥 + 2𝑎𝑥 + 2𝑏 + 𝑐𝑥 + 𝑑
= 2𝑎𝑥 3 + (2𝑏 + 3𝑎)𝑥 2 + (3𝑏 + 2𝑎 + 𝑐)𝑥 + 2𝑏 + 𝑑

2𝑎 = 4 𝑎=2 𝑎=2 𝑎=2 𝑎=2


2𝑏 + 3𝑎 = −2 2𝑏 + 3 × 2 = −2 2𝑏 = −8 𝑏 = −4 𝑏 = −4
⟺{ ⟺{ ⟺{ ⟺ {3 × (−4) + 2 × 2 + 𝑐 = 6 ⟺ {
3𝑏 + 2𝑎 + 𝑐 = 6 … … 𝑐 = 14
2𝑏 + 𝑑 = −10 … … 2 × (−4) + 𝑑 = −10 𝑑 = −2

5. Escreve-se o quociente e o resto da divisão.


𝑄(𝑥) = 2𝑥 − 4 𝑒 𝑅(𝑥) = 14𝑥 − 2 .

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DIVISÃO DE UM POLINÓMIO POR (𝒙 − 𝜶). REGRA DE RUFFINI
Determinemos o quociente e o resto da divisão de 𝐴(𝑥) = 3𝑥 3 + 5𝑥 − 6 por 𝐵(𝑥) = 𝑥 − 2. Vamos ver
um processo prático:

Podemos concluir então que: 𝑄(𝑥) = 3𝑥 2 + 6𝑥 + 17 𝑒 𝑅 = 28.

REGRA DE RUFFINI NA DIVISÃO DE 𝑨(𝒙) POR 𝒂𝒙 − 𝒃 com 𝒂 ∈ ℝ\{𝟎}


Tendo em conta a propriedade da divisão temos que:
𝑏 𝑏 𝑏
𝐴(𝑥 ) = (𝑎𝑥 − 𝑏 ). 𝑄 (𝑥 ) + 𝑅 (𝑥 ) = 𝑎 (𝑥 − 𝑎) . 𝑄 (𝑥 ) + 𝑅(𝑥 ) = (𝑥 − 𝑎) . 𝑎. 𝑄 (𝑥 ) + 𝑅(𝑥 ) = (𝑥 − 𝑎) 𝑄´ (𝑥 ) +
𝑅(𝑥).

Onde Q’(x) é um quociente parcial da divisão.


Q '( x)
Pegando em a.Q( x)  Q '( x) temos então que Q( x)  , com a  0 .
a
Daí que quando 𝑎 ≠ 0 𝑒 𝑎 ≠ 1, depois de obter os coeficientes parciais para o quociente devemos
dividir esses coeficientes pelo valor de 𝑎. Assim obteremos os coeficientes exatos para o polinómio
quociente.
Exemplo:
Divisão de 𝐴(𝑥) = 2𝑥 3 + 4𝑥 2 − 6𝑥 − 10 por 2𝑥 + 4
2𝑥 + 4 = 0 ⟺ 2𝑥 = −4 ⟺ 𝑥 = −2, é o valor que anula o denominador.

Dividindo todos os coeficientes parciais por 2 obteremos assim: Q( x)  x2  3 e R( x)  2 .

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Exercício 3:
I. Usando o método dos coeficientes indeterminados determine o quociente e o resto da divisão
de:
a) 6𝑥 3 − 5𝑥 2 + 10𝑥 − 7 por −2𝑥 2 + 3
b) 𝑥 4 + 2𝑥 3 − 4𝑥 + 3 por 𝑥 3 + 3𝑥 − 2
c) 2𝑥 2 + 5𝑥 − 6 por 𝑥 + 3

II. Usando a regra de Ruffini determine o quociente e o resto da divisão de:


a) 2𝑥 2 + 5𝑥 − 6 por 𝑥 + 3
b) 2𝑥 4 − 5𝑥 3 + 4𝑥 2 + 3 por 2𝑥 − 1

DECOMPOSIÇÃO DE UM POLINÓMIO EM FATORES


Vejamos primeiramente o teorema do resto e zeros ou raízes de um polinómio.
Da divisão de 𝑃(𝑥) por 𝑥 − 𝛼 vem então que 𝑃(𝑥) = (𝑥 − 𝛼). 𝑄(𝑥) + 𝑅 .
Apenas R e não 𝑅(𝑥) porque o resto será de grau zero, logo é uma constante real.
Substituindo 𝛼 a raiz do binómio 𝑥 − 𝛼 na equação acima teremos:
𝑃 ( 𝛼 ) = ( 𝛼 − 𝛼 ) . 𝑄 (𝛼 ) + 𝑅 = 𝑅
Este resultado permite-nos afirmar o seguinte teorema.
Teorema do resto
O resto da divisão de um polinómio 𝑃(𝑥) por um binómio 𝑥 − 𝛼 é o valor numérico do polinómio 𝑃(𝑥)
para 𝑥 = 𝛼, ou seja, 𝑅 = 𝑃(𝛼).

Exercício 4:
Considere os polinómios P( x)  2 x2  3x  5 e B( x)  2x  6 .

Sem efetuar a divisão de 𝑃(𝑥) por 𝐵(𝑥) determine o resto desta divisão.
Solução: 𝑐. 𝑠. = {14}

Zeros ou raízes de um polinómio


Um número 𝛼 é zero ou raiz de um polinómio 𝑃(𝑥) se o valor numérico de 𝑃(𝑥), para 𝑥 = 𝛼, é zero,
isto é, se 𝑃(𝛼) = 0.
Exemplo:
Mostrar que 3 é a raiz do polinómio P( x)  2 x2  7 x  3 .

Resolução:
P(3)  2  32  7  3  3 18  21  3  0 . Logo 3 é raiz de 𝑃(𝑥).

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Teorema:
Seja P( x)  an xn  an1xn1  ...  a1x  a0 um polinómio de grau 𝑛, com 𝑛 raízes reais  1 , 2 , 3, ... n , então
𝑃(𝑥) pode ser fatorizado em
P(x)  an (x  1).(x  2).(x  3). ... .( x  n )

Exemplo:
Decompor em fatores P( x)  2 x2  7 x  3 .

Resolução:
Resolvendo a equação do 2º grau 2x2  7 x  3  0 obteremos 3 e 1/2 como soluções.

 1
Então o nosso polinómio fatoriza-se em P( x)  2( x  3)  x   .
 2
NOTA:
No conjunto dos números reais um polinómio de grau 𝑛 admite no máximo 𝑛 raízes reais.

Seja P( x)  an xn  an1xn1  ...  a1x  a0 um polinómio de grau 𝑛, com 𝑝 raízes reais


 1 , 2, 3, ...  p com p < n , então 𝑃(𝑥) pode ser fatorizado em
P( x)  ( x  1).( x  2 ).( x  3). ... .( x   p ).Q( x)

Exemplo:
Decomponha em fatores o polinómio:
P( x)  2 x3  54

Resolução:
P( x)  0  2x3  54  0  x  3 27  3
Usando a regra de Ruffini obteremos o quociente da divisão de 𝑃(𝑥) por 𝑥 − 3:
Q( x)  2 x2  6 x  18

Este quociente não admite raízes reais visto que   62  4  2 18  108  0

Sendo assim o nosso polinómio fica fatorizado por:


P( x)  ( x  3).(2 x2  6 x  18) .

Exercícios 6:
I. Decomponha num produto de fatores lineares os polinómios:
a) P( x)  9 x3  6 x2  x
b) P( x)  4 x3  8x2  x  2 , sabendo que ½ é uma das raízes.
c) P( x) 18  x4  29x2  9x3  39x , admite 3 como raiz dupla

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II. Determine o valor de 𝑚 de modo que:
a) o resto da divisão de P( x)  2 x2  7 x  3  m por A( x)  x  3 seja 5.
b) M ( x)  2 x2  (5  2m) x  4 seja divisível por N ( x)  2 x 1 .

III. Determine 𝑎 e 𝑏 de modo que P( x)  2 x2  ax  5  2b seja divisível por A( x)  2x  4 e dividido por


B( x)  x  1 dê resto 3.

GRAU DE MULTIPLICIDADE DE UMA RAÍZ REAL


Uma raiz real diz-se raiz simples se é raiz uma única vez.
Uma raiz real diz-se raiz dupla ou de multiplicidade dois se é raiz duas vezes.
Uma raiz real diz-se raiz tripla ou de multiplicidade três se é raiz três vezes.
E assim sucessivamente.
Exemplo:
Verifique o grau da multiplicidade da raiz 2 nos polinómios seguintes (usando a regra de Ruffini):
a) P( x)  2 x2  3x  2
b) P( x)  x4  3x3  6 x2  28x  24

CONSTRUÇÃO DE POLINÕMIOS
Exemplos:
1. Construa um polinómio de grau dois que admite as raízes 1 e – 2 e que dividido por ( x 3) dê
resto 12.

Resolução:

1º Passo: Escreve-se o polinómio na forma fatorizada ou na forma canónica.


P(x)  a(x  1)(x  2 )

2º Passo: substituí-se no polinómio as incógnitas pelos respetivos valores dados.


P( x)  a( x 1)( x  2)

3º Passo: Usa-se a condição de divisibilidade, de acordo com a teorema do resto, para calcular o
valor da(s) incógnita(s) em falta.
P(2) 12  a(2 1)(2  2) 12  4a 12  a  3

3º Passo: Escreve-se o polinómio pedido.


 
P( x)  3( x 1)( x  2)  3 x 2  x  2  3x2  3x  6

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Exercícios 7:
I. Escreva um polinómio que satisfaz as seguintes condições:
a) É do 2º grau e admite (-1) e (-3) como zeros e 3 como coeficiente de maior grau.
b) É do 2º grau e admite raiz dupla 1 e dividido por (𝑥 − 2) dá resto 3.
c) É do 3º grau, admite a raiz 1, o termo independente e o coeficiente do termo de grau 2 são
nulos e o coeficiente de maior grau é 3.
d) É do 3º grau, admite as raízes (-4) e (1) e dividido por 𝑥 e (2𝑥 + 2) dão o resto 16 e 12
respetivamente.

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