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Contratos empresariais

APRESENTAÇÃO

Cada segmento do Direito conta com princípios próprios, que podem ser melhor entendidos
como normas jurídicas. Nem sempre estão escritos, portanto devem ser observados de maneira
mais ampla, já que são diretrizes universais de justiça social.

Sob a perspectiva dos contratos, que podem assumir diversas formas e exigir diferentes
requisitos devido à variedade de usos e espécies, os princípios exercem importante função
norteadora, tanto para a constituição quanto para a execução contratual. Os contextos contratuais
mais comuns são na área civil e empresarial, que apresentam substanciais diferenças; os
contratos empresariais, por exemplo, versam sobre atividades comerciais e necessariamente
envolvem empresários, ao contrário dos contratos civis.

Nesta Unidade de Aprendizagem você irá conhecer os princípios aplicáveis aos contratos
empresariais, os requisitos para sua constituição e as principais diferenças entre o contrato civil
e o contrato empresarial.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os princípios aplicáveis aos contratos empresariais.


• Diferenciar contrato civil de contrato empresarial.
• Descrever os requisitos para a constituição de contrato empresarial.

DESAFIO

Os contratos empresariais diferem dos contratos civis em vários aspectos, ainda que os
princípios contratuais e, muitas vezes, o diploma legal que os regem sejam os mesmos.
Você foi recentemente contratado como advogado da loja São Luís Gonzaga e é responsável
pela gestão dos contratos. A fim de organizar o fluxo operacional da loja e considerando suas
relações com a Fixtape Ltda. e com Pedro Paulo, identifique os tipos contratuais envolvidos e
suas principais características.

INFOGRÁFICO

Os princípios do Direito Contratual são regras que auxiliam os juízes na apreciação de


demandas que se referem à existência, à validade e ao cumprimento de contratos. Os mais
importantes são a autonomia privada, a vinculação das partes, o equilíbrio dos contratantes, a
relatividade e a boa-fé objetiva, princípios incidentes tanto nos contratos civis quanto nos
contratos empresariais.

Veja, no Infográfico, os principais aspectos e o exemplo de cada um desses princípios da esfera


contratual.
CONTEÚDO DO LIVRO

Por contrato entende-se o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas,
que estabelecem entre si direitos e deveres que podem ou não versar sobre atividades
comerciais, sendo que, nessa hipótese, estará caracterizado o contrato empresarial.

Para os contratos empresariais são necessários o cumprimento de requisitos específicos e o


atendimento aos princípios contratuais, que são de fundamental importância para a execução dos
contratos e para o cumprimento da finalidade a que se destinam.

No capítulo Contratos empresariais, da obra Direito empresarial III, você verá os principais
aspectos dos contratos empresariais: princípios, requisitos e diferenças em relação ao contrato
civil.

Boa leitura.
DIREITO
EMPRESARIAL III

Cinthia Louzada Ferreira Giacomelli


Contratos empresariais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os princípios aplicáveis aos contratos empresariais.


 Diferenciar contrato civil e contrato empresarial.
 Descrever os requisitos para a constituição do contrato empresarial.

Introdução
Contrato é o documento que sela o acordo entre duas ou mais pessoas
(físicas ou jurídicas) e inclui direitos e deveres dispostos para cada um
dos interessados. Os contratos podem assumir diversas formas e exigir
diferentes requisitos devido à variedade de usos, às espécies contratuais
e ao interesse das partes. Os contextos contratuais mais comuns são
na área civil e empresarial, que apresentam substanciais diferenças.
No entanto, em todos os instrumentos contratuais, independente-
mente do contexto em que estão inseridos, devem ser observados os
princípios. Os princípios são diretrizes jurídicas que objetivam garantir o
atendimento à finalidade das leis e dos contratos; são caracterizados por
um conjunto de padrões de conduta que podem ser ou não explícitas
nos instrumentos legais.
Neste capítulo, você vai ler sobre os princípios aplicáveis aos contratos
empresariais, os requisitos para sua constituição e as principais diferenças
entre o contrato civil e o contrato empresarial.
2 Contratos empresariais

Princípios dos contratos empresariais


O contrato é o instrumento jurídico que formaliza um acordo de vontades
entre duas ou mais pessoas. Existem diversos tipos de contratos, que podem
ser realizados em diferentes contextos, como:

 comerciais;
 familiares;
 administrativos;
 internacionais.

Os contratos possuem uma base jurídica comum, que se aplica em qualquer


situação contratual: são os princípios. Os princípios do Direito Contratual
são normas abrangentes, expressas em dispositivos de lei ou deles extraídas
por reflexão, os quais ajudam a nortear os juízes na apreciação de demandas
que versam sobre a existência, a validade e o cumprimento dos contratos.
São cinco os mais importantes princípios norteadores do Direito Contratual:

 autonomia privada;
 vinculação das partes;
 equilíbrio dos contratantes;
 relatividade;
 boa-fé objetiva.

Os princípios possuem o mesmo valor e, dependendo das circunstâncias de cada


caso, certos princípios prevalecem sobre outros. Por exemplo, em um contrato entre
dois grandes empresários referente a insumos que um deles adquire do outro, a
autonomia privada é o princípio fundamental, de maior envergadura; já, em uma
relação de consumo, o princípio do equilíbrio dos contratantes é o mais importante.

A autonomia privada conceitua-se como o reconhecimento pelo Direito


da eficácia jurídica da vontade dos contratantes. Os contratantes podem dispor
sobre seus interesses mediante acordos livremente negociados e estabelecidos
entre eles, observados os limites da ordem jurídica. O que é avençado entre
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as partes, nessas condições, possui validade para o Direito, podendo, assim,


qualquer um dos contratantes reivindicar ao Estado que obrigue o outro ao
cumprimento do contrato.
A vinculação das partes é decorrência imediata do princípio da auto-
nomia privada. Para atribuir eficácia aos acordos realizados pelos próprios
interessados, o ordenamento jurídico deve impor aos contratantes a obrigação
de cumprir o contrato. Por outro lado, deve disponibilizar aos lesados pelo
descumprimento de obrigações contratuais os meios de acionar o Estado para
minimizar o prejuízo. A vinculação das partes é, portanto, um dos princípios
essenciais do Direito Contratual, sem o qual o conceito de acordo de vontades se
dilui. Em regra, as partes se vinculam ao que contratam e obrigam-se a cumprir
a declaração manifestada nos seus exatos termos, independentemente se, no
momento da execução, o contrato não mais as interesse como na contratação.
Já o equilíbrio dos contratantes prevê que o contratante mais forte não pode
ter vantagens, em detrimento do menos favorecido, em virtude de sua condição
econômica ou qualquer outra. Somente são reconhecidas validade e eficácia ao
acordo de vontades se os contratantes possuírem iguais meios para defendê-las.
Caso contrário, o mais forte acabará fazendo prevalecer seus interesses, e não
se realizará a articulação de interesses amparada na autonomia privada.
Entre os contratantes iguais, o equilíbrio é alcançado pela isonomia. Nesse
caso, nenhum deles pode gozar de um direito contratual que não seja juridi-
camente reconhecido também para o outro. As normas destinam-se a suprir
as eventuais omissões do instrumento contratual livremente negociado entre
as partes. Entre os desiguais, porém, a lei deve atribuir à parte fraca direitos
e prerrogativas não acessíveis à outra parte para equilibrar as condições com
que negociam. Os direitos e as prerrogativas concedidas ao contratante hipos-
suficiente compensam a sua vulnerabilidade, como nos casos que envolvem
relação de consumo.
A relatividade caracteriza-se pela impossibilidade de um contrato criar
obrigações para quem não é parte. Chama-se de princípio da relatividade a
regra que impede a extrapolação dos efeitos atinentes à criação de obrigação
para além dos próprios contratantes. Para Coelho (2016, p. 77), “[...] pelo prin-
cípio da relatividade, os efeitos do contrato atinentes à criação de obrigações
são restritos às partes contratantes. Ninguém pode ser obrigado em razão de
contrato de que não participa”.
No que diz respeito à criação de obrigações, os efeitos são restritos aos
contratantes, pois ninguém pode ser obrigado por declaração de vontade alheia.
Contudo, qualquer contrato pode ser celebrado com o objetivo de gerar direitos
a terceiros, de acordo com o art. 467 do Código Civil: “Art. 467 No momento
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da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de


indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele
decorrentes” (BRASIL, 2002, documento on-line).
O princípio da boa-fé objetiva indica que as atitudes dos contratantes,
demonstradas por meio das informações prestadas e da conduta apresentada,
devem condizer com os conceitos de lealdade, probidade e honestidade. Para
Silva (2009, p. 412):

[...] a boa-fé objetiva, passa a integrar o negócio jurídico por meio dos chamados
deveres anexos de conduta (proteção, cooperação e informação, dentre outros),
os quais visam a consagrar sua finalidade precípua, qual seja o adimplemento
do contrato, devendo ser observados na fase pré-contratual, de execução do
contrato e pós-contratual.

A boa-fé objetiva impõe-se como elemento essencial dos contratos, tendo sido expli-
citada no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e posteriormente no Código Civil.
O objetivo principal é garantir a estabilidade e a segurança dos negócios jurídicos,
regulando a justa expectativa do contraente, que acredita e espera que a outra parte
aja em conformidade com o pactuado, cumprindo as obrigações assumidas.

Diferenças entre contrato civil e contrato


empresarial
Os princípios contratuais se aplicam de maneira geral e irrestrita ao campo
contratual. No entanto, os contratos empresariais apresentam algumas peculia-
ridades, especialmente quando comparados aos contratos civis. Nesse sentido,
ressaltamos a seguinte decisão do Superior Tribunal de Justiça:

1. Contratos empresariais não devem ser tratados da mesma forma que con-
tratos cíveis em geral ou contratos de consumo. Nestes admite-se o dirigismo
contratual. Naqueles devem prevalecer os princípios da autonomia da vontade
e da força obrigatória das avenças. 2. Direito Civil e Direito Empresarial,
ainda que ramos do Direito Privado, submetem-se a regras e princípios pró-
prios. O fato de o Código Civil de 2002 ter submetido os contratos cíveis e
empresariais às mesmas regras gerais não significa que estes contratos sejam
essencialmente iguais (BRASIL, 2012, documento on-line).
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De início, uma característica dos contratos empresariais, que não é exigência


fundamental para os contratos civis, é a onerosidade. Para Martins (2010, p.
60), “[...] os contratos celebrados no exercício da atividade empresarial são
sempre onerosos, pois, tendo o empresário o intuito de lucro nas operações que
pratica, regra geral, não se admite possam existir contratos a título gratuito
celebrados por empresários”. Além disso, o Direito Empresarial e consequente-
mente os contratos empresariais estão vinculados às contingências econômicas.
O contrato é empresarial quando for celebrado entre empresários, situação
em que se aplicam as regras de Direito Comercial. Em todas as outras situações,
o contrato é civil e será regido pelo Código Civil ou por legislação especial.
Assim, inclusive, prevê o Projeto de Lei nº. 1.572/2011, o qual tenta instituir
o novo código comercial no ordenamento jurídico brasileiro:

Art. 297 É empresarial o contrato quando forem empresários os contratantes


e a função econômica do negócio jurídico estiver relacionada à exploração
de atividade empresarial.
Parágrafo único. Não descaracteriza o contrato como empresarial a partici-
pação de co-obrigados não empresários (BRASIL, 2011, documento on-line).

Coelho (2016, p. 360) comenta que “[...] os contratos empresariais podem


estar sujeitos ao Código Civil ou ao CDC, dependendo, uma vez mais, das
condições dos contratantes”. O autor é da opinião que, se os empresários estão
no mesmo nível econômico e podem, por exemplo, contratar advogados e ter
acesso a informações importantes como direitos e obrigações contratuais, o
contrato empresarial está sujeito ao Código Civil.
Por outro lado, se os contratantes forem considerados desiguais, estando um
deles vulnerável economicamente, em relação ao outro, o contrato empresarial
será regido pelo CDC. Contudo, trata-se de uma corrente doutrinária, de forma
que a regra é que os contratos empresariais são regidos pelas regras comerciais.
Veja as principais diferenças entre contratos civis e empresariais no Quadro 1.

Quadro 1. Principais diferenças entre contratos civis e contratos empresariais

Aplicam-se regras de Direito Civil


Contrato civil
É realizado por pessoas comuns

Aplicam-se regras de Direito Comercial


Contrato empresarial
É realizado entre empresários
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O contrato de compra e venda empresarial, por exemplo, era regulamentado


pelo Código Comercial, então chamado de compra e venda mercantil. Com o
advento do Código Civil e a adoção da teoria de empresa, fala-se em contrato de
compra e venda empresarial. Como comenta Negrão (2014), com a unificação do
direito das obrigações, decorrente do Código Civil de 2002, a regulamentação
do contrato de compra e venda é única, disposta nos arts. 481 a 532 do referido
diploma legal, porém a distinção entre civil e empresarial persiste essencialmente
em virtude das partes contratantes: se são ou não empresários.
Outro aspecto importante que diferencia os contratos civis e empresariais
refere-se ao fato de que, em juízo, os contratantes não podem produzir prova
exclusivamente testemunhal, pois, nos termos do art. 1.179 do Código Civil,
os empresários têm a obrigação de manter registradas e documentadas todas
as suas movimentações financeiras:

Art. 1.179 O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir


um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva,
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico
(BRASIL, 2002, documento on-line).

Para Negrão (2014, p. 255), “[...] o exercício regular da atividade empresarial


exige, cada vez mais, a forma escrita ou passível de ser documentada fisica-
mente, como ocorre com os contratos firmados eletronicamente, mediante uso
de senha ou assinatura digital”. Isso não significa, contudo, que o contrato de
compra e venda discutido em juízo não possa contar com prova testemunhal;
o que se veda é a prova exclusiva por meio de testemunhas.

Requisitos
Para ter validade e operar seus efeitos jurídicos e legais, além de observar os
princípios contratuais e demais aspectos citados, os contratos devem atender
a alguns requisitos básicos, previstos no art. 104 do Código Civil:

Art. 104 A validade do negócio jurídico requer:


I — agente capaz;
II — objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III — forma prescrita ou não defesa em lei (BRASIL, 2002, documento on-line).
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Porém, antes da formalização do instrumento contratual, é fundamental a


manifestação de vontade das partes, que poderá ser expressa ou tácita, seguindo
as diretrizes legais cabíveis. Dessa manifestação de vontades, resultam as
fases de formação dos contratos: proposta e aceitação.
A fase de proposta consiste em uma das partes ofertar determinada
condição, de forma que o proponente fica obrigado pelos termos propostos.
Nos termos do art. 428 do Código Civil, a proposta somente deixará de ser
obrigatória em quatro circunstâncias:

Art. 428 Deixa de ser obrigatória a proposta:


I — se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio
de comunicação semelhante;
II — se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente
para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III — se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro
do prazo dado;
IV — se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra
parte a retratação do proponente (BRASIL, 2002, documento on-line).

Feita a proposta, há a fase de aceitação, que consiste na manifestação


de vontade da outra parte sobre o mesmo objeto. Como comenta Coelho
(2016), a aceitação que absolutamente concordar com a proposta realizada,
desde que manifestada em tempo hábil, obriga o aceitante e permite a per-
fectibilização contratual. Por outro lado, a aceitação que altera os termos
da proposta ou é manifestada fora do tempo hábil deverá ser compreendida
como nova proposta.
Outro requisito para os contratos empresariais é a forma. Como regra,
disposta no art. 107 do Código Civil, é permitida qualquer forma contratual,
desde que a lei não indique expressamente uma forma determinada; caso
desobedecida essa norma, o contrato será considerado nulo, nos termos do
art. 166 do Código Civil (BRASIL, 2002).
Nesse sentido, entre os atos que exigem forma especial, estão as sociedades
empresárias, cuja constituição deve ser de acordo com o art. 997 do Código
Civil: “Art. 997 A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular
ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: [...]”
(BRASIL, 2002, documento on-line).
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A compra e a venda de imóveis, valores mobiliários e cotas de sociedades empre-


sárias são exemplos de contratos empresariais que exigem forma específica escrita.
Outro exemplo de contrato empresarial é o contrato de representação comercial.
Para Negrão (2014, p. 291), “[...] trata-se de modalidade específica, contida no gênero
‘agência-distribuição’ aplicável a negócios empresariais específicos, aos quais incidem
as regras previstas no Código Civil, desde que não incompatíveis com o regime próprio
instituído por aquele regime legal (Lei nº. 4.886/65)”. A forma desse tipo contratual é
livre, sendo admitida mais comumente a forma escrita ou verbal; esta última é mais
passível de intercorrências ante a dificuldade probatória dos termos pactuados para
a execução do contrato.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei no. 1.572, de 14 de junho de 2011. Instituí o
Código Comercial. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_
mostrarintegra?codteor=888462&filename=PL+1572/2011. Acesso em: 21 nov. 2019.
BRASIL. Lei no. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da
União, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
l10406.htm. Acesso em: 21 nov. 2019.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (Quarta Turma). Recurso Especial 936.741/GO
2007/0065852-6. Relator: Min. Antônio Carlos Ferreira, 3 nov. 2011. Diário da Justiça ele-
trônico, 8 mar. 2012. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21612065/
recurso-especial-resp-936741-go-2007-0065852-6-stj/certidao-de-julgamento-
-21612068?ref=serp. Acesso em: 21 nov. 2019.
COELHO, F. U. Manual de direito comercial: direito de empresa. 17. ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2016.
MARTINS, F. Contratos e obrigações comerciais. 16. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2010.
NEGRÃO, R. Manual de direito comercial e de empresa: títulos de crédito e contratos
empresariais. 4. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
SILVA, M. C. A doença preexistente no contrato de seguro de vida: o princípio da
boa-fé objetiva e o dever de informação. In: FIUZA, C.; SÁ, M. de F. F. de; NAVES, B. T.
de O. (coord.). Direito civil: atualidades III - princípios jurídicos no direito privado. Belo
Horizonte: Del Rey, 2009, p. 403–450.
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DICA DO PROFESSOR

Os contratos empresariais podem ser de várias espécies e, embora sigam as mesmas regras e
princípios gerais dos contratos, são passíveis de normativas específicas, geralmente
regulamentadas em legislação própria. É o caso, por exemplo, do contrato de franquia
empresarial, comum no cenário econômico brasileiro e mundial, exigindo o atendimento de
requisitos especiais para que se viabilize.

Na Dica do Professor, você verá os principais aspectos do contrato de franquia empresarial e


exemplos de empresas no Brasil que seguem esse regime jurídico contratual.

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EXERCÍCIOS

1) Os contratos são instrumentos que formalizam os negócios jurídicos de qualquer


espécie e garantem sua validade. Para que produzam efeitos, é importante observar
alguns princípios que são fundamentais.

Sobre os princípios dos contratos, assinale a alternativa correta:

A) Devem ser expressamente indicados na lei que regulamenta cada tipo contratual.

B) Podem ser livremente escolhidos pelas partes de acordo com o contexto ao qual se
aplicam.

C) Não podem incidir concomitantemente sobre um mesmo instrumento contratual.

D) Dependendo da situação e das circunstâncias, um princípio poderá prevalecer sobre outro.

E) São hierarquicamente classificados de acordo com as disposições do Código Civil.


2) Entre os princípios que regem as relações contratuais, está o princípio da
relatividade, que se refere às partes que se vinculam ao contrato firmado. Marcos
firmou contrato que gera direitos a Luísa, sua esposa. Considerando o princípio da
relatividade, é correto afirmar que o contrato é:

A) válido. As partes podem estipular obrigações a terceiros, desde que sejam o cônjuge ou o
filho menor.

B) inválido. O contrato pode estabelecer apenas obrigações de pagar a pessoas não vinculadas
a ele.

C) válido. Qualquer contrato pode ser celebrado com o objetivo de gerar direitos, não deveres,
a terceiros.

D) inválido. Os contratos em geral não podem gerar obrigações ou direitos a pessoas alheias e
ele.

E) inválido. A declaração de vontade alheia vincula terceiro apenas em caso de obrigação


tributária.

3) Antes da formalização do instrumento contratual, é fundamental a manifestação de


vontade das partes, que poderá ser expressa ou tácita, seguindo as diretrizes legais
cabíveis. Sobre as fases da formação do contrato, considere as seguintes afirmativas:

I - Mesmo tendo sido feita a proposta, o proponente não se obriga aos termos
propostos e pode adequá-los a qualquer tempo.

II - A aceitação do contrato deve ocorrer em tempo hábil e permite a


perfectibilização do instrumento contratual.

III - Se houver uma alteração nos termos da proposta, considera-se como nova
proposta, da qual decorre prazo para aceitação.

Assinale a alternativa correta.


A) Apenas a afirmativa I está correta.

B) Apenas a afirmativa II está correta.

C) Apenas a afirmativa III está correta.

D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

E) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

4) A validade do negócio jurídico, de acordo com o Código Civil, depende de três


requisitos básicos, necessários para contratos empresariais e não empresariais. Quais
são esses requisitos?

A) Agente capaz, objeto lícito, possível ou determinável, forma escrita.

B) Agente capaz, objeto lícito, possível ou determinável, forma legal.

C) Agente capaz ou relativamente capaz, objeto lícito, forma escrita.

D) Agente capaz, objeto determinável, forma escrita.

E) Agente capaz ou relativamente capaz, objeto lícito, forma legal.

5) O Código Civil de 2002, ao consolidar a Teoria Geral de Empresa, dispõe sobre as


regras gerais atinentes tanto aos contratos empresariais quanto aos contratos civis;
no entanto, algumas diferenças entre esses contratos são substanciais.

Qual é a principal característica dos contratos civis, não presentes nos contratos
empresariais?
A) Os contratantes devem ser empresários.

B) Não se exige caráter econômico no teor do contrato.

C) Deve haver equiparação econômica entre os contratantes.

D) As normas incidentes podem ser de Direito Civil ou de Direito Comercial.

E) A forma contratual deve ser escrita e pública.

NA PRÁTICA

O contrato de comissão empresarial tem a função de aquisição ou venda de bens, em nome do


comissário, à conta do comitente. Nesse contexto contratual, somente o comissário aparece no
negócio e fica diretamente obrigado com o contratante, ainda que o comitente possa alterar as
instruções anteriormente transmitidas, salvo estipulação contratual em contrário.

Veja, Na Prática, um exemplo clássico de contrato de comissão empresarial, bem como seus
desdobramentos jurídicos.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Classificação de contratos empresariais

Este artigo apresenta interessantes considerações sobre classificações de contratos empresariais.


Clique e confira.

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O contrato de comissão empresarial

Aqui você encontrará um artigo sobre os principais aspectos do contrato de comissão


empresarial.

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Contrato de trespasse

Neste vídeo, você terá mais informações sobre o contrato de trespasse, outro tipo de contrato
empresarial.

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Descumprimento de contrato

Aqui você assistirá a um vídeo sobre a decisão do STJ que aborda o princípio do equilíbrio dos
contratantes.

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