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Direito Processual Penal (https://jus.com.br/artigos/direito-processual-penal)
breve estudo acerca dos sistemas de valoração da prova, destacando as suas principais características. Enfoca-se o sistema do livre
SUMÁRIO:1.Introdução; 2.Os sistemas de valoração da prova; 2.1 Sistema da prova legal; 2.2 Sistema da íntima
convicção do juiz; 2.3 Sistema do livre convencimento do juiz; 3.O sistema do livre convencimento motivado do juiz e o
RESUMO
Este artigo tem como objetivo promover um breve estudo acerca dos sistemas de valoração da prova, destacando as suas principais
características. Enfoca-se o sistema do livre convencimento motivado do juiz e suas particularidades no processo penal brasileiro.
1 INTRODUÇÃO
A prova é o meio pelo qual se procura formar a convição do juiz acerca da existência de determinados fatos. O juiz como destinatário
da prova deverá apreciá-la para enfim formar o seu convencimento. Esse exercício apreciativo adere a determinados critérios, a
depender do sistema de avaliação de provas considerado. Desse modo, a forma pela qual o juiz deve proceder à apreciação e
avaliação das provas no processo varia conforme o sistema adotado no ordenamento jurídico.
Os sistemas de avaliação da prova determinam, por meio de suas regras e princípios orientadores, o comportamento da autoridade
judicial diante das provas. Cada sistema alberga uma lógica específica que conforma a valoração da prova empreendida pelo
julgador. Na verdade, busca-se efetuar, em algum nível, um controle sobre a atividade judicante. A adoção de um sistema mais ou
menos rígido quanto a este controle relaciona-se ao grau de preocupação do legislador com o subjetivismo inerente ao ato de julgar.
Busca-se, aqui, proceder à análise do sistema de avaliação da prova adotado pelo processo penal brasileiro, revelando as suas
particularidades e limitações, quer sejam existentes. Todavia, antes de consolidarmos esse objetivo, desenvolveremos uma
juíz e o sistema do livre convencimento motivado, sobre os quais nos debruçaremos adiante.
2 OS SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA (https://jus.com.br/)
Conforme aponta Pacelli (2009), o sistema da prova legal surgiu como superação ao sistema inquisitivo, objetivando mitigar o
excesso de poderes conferidos ao juiz, ao instituir um modelo rígido de apreciação da prova, no qual tanto se estabelecia
determinados tipos de provas para determinados delitos, quanto se valorava previamente as provas.
Segundo esse sistema, aos elementos probatórios é atribuído valor prefixado, que o juiz aplica mecanicamente, por isso também
designado de sistema da prova tarifada ou da certeza moral do legislador. A lei predetermina o valor de cada prova e estabelece
hierarquia entre estas. De acordo com Brum (1980, p. 55apud Hartmann, 2008, p.111), dependendo da natureza do fato ou da
qualidade da pessoa acusada, a lei previa o tipo e a qualidade de provas que deveriam ser consideradas pelo juiz. Ao fazer isto,
ficava o juiz adstrito ao que havia sido previamente determinado, restando a ele atender ao regramento de forma vinculada. Nota-se
que,nesse sistema, pairava sobre a atuação do juiz uma notável desconfiança por parte do legislador.
Como assevera Tourinho Filho (2012), o magistrado devia decidir baseado nas provas existentes nos autos, e a lei exigia que certos
fatos se provassem de determinada maneira, bem como, informava o valor das provas se satisfeitas determinadas condições ou
pressupostos. O brocardo segundo o qual “um só testemunho não tem valor” tinha total aplicação nesse sitema. Assim, se
concorressem duas versões de um fato, uma inverossímel apresentada por duas testemunhas e a outra apresentada por uma
Da inafastabilidade do valor certo da prova decorre que ao juiz não é dada a liberdade de apreciar o manancial probatório segundo
critérios subjetivos, reduzindo, senão exterminando a sua esfera de liberdadena valoração da prova.
Conforme Cintra, Grinover e Dinamarco (2011), exemplo desse sistema édado pelo antigo processo germânico, onde a prova
representava uma invocação a Deus. Não cabia ao juiz examinar o caso levado ao seu conhecimento, mas somente auxiliar as partes
a obter a decisão divina para a sua contenda.Também predominou na Europa, no direito romano (https://jus.com.br/tudo/direito-
A adoção do sistema de prova legal por vários ordenamentos, segundo Coutinho (1998, p. 196 apud Hartmann, 2008, p. 111),
baseava-se no fato de que muitas legislações aceitaram a previsão da possibilidade do juiz incorrer em
erro, no momento de valoração dos meios de prova utilizados, razão pela qual se fixou na lei, uma
hierarquia de valores referentes a tais meios. Veja-se, neste sentido, o sistema processual inquisitório
medieval, no qual a confissão, no topo da estrutura, era considerada prova plena, a rainha das provas
(regina probationum), tudo como fruto do tarifamento previamente estabelecido. Transferia-se o valor do
julgador à lei para evitar manipulações; e, isso funcionava retoricamente como mecanismo de garantia do
arguido, que estaria protegido contra os abusos decorrentes da subjetividade. Sem embargo, a história
demonstrou, ao revés, como foram os fatos retorcidos, por exemplo, pela adoção irrestrita da tortura.
Dentre as incoveniências deste sistema, Hartmann (2008) destaca o fato de que diante da inafastabilidade do valor probatório
previamente estabelecido pelo legislador, acabava o juiz, em algumas situações, decidindo de determinado modo mesmo não
estando convencido pelos fatos retratados pelas provas. As provas previamente valoradas pelo legislador encerravam, nelas
Com o processo de humanização do direito, a lógica do sistema da prova legal foi sendo superada, posto que não mais se sustentava
frente aos novos ideais em voga. Conforme aduz a autora supracitada, “almejava-se, sobretudo a adoção de um processo penal
(especialmente) verdadeiramente justo e democrático, e a prática advinda da adoção do sistema tarifário não correspondia a este
objetivo, pois estava ligada essencialmente à aceitação da tortura como meio de prova”. (2008, p. 114)
Hartmann (2008) registra posicionamentos doutrinários distintos quanto ao surgimento deste sistema. No entendimento de Nilo
Bairros de Brum, o sistema da íntima convicção do juiz teria surgido no século XVIII, após a Revolução Francesa, em reação ao
sistema da prova legal. Enquanto Hélio Tornagui o concebe como sendo o sistema primitivo de todos os povos, a exemplo do povo
romano.
Divergências doutrinárias a parte, o sistema da íntima convicção ou da certeza moral do juiz concede ao magistrado total liberdade
para decidir, sendo, inclusive, dispensado de motivar a decisão. Ao contrário do que impera no sistema anteriormente abordado, a
apreciação feita pelo juiz não depende de critérios legais estabelecidos aprioristicamente. Predomina a valoração secundum
Se o sistema da prova tarifada expressava uma profunda desconfiança do legislador em relação à autoridade julgadora, o sistema da
íntima convicção confiava prontamente no juiz.
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Nota-se também que, enquanto no sistema da prova legal, o valor da provadeterminado previamente na lei e a fixação do meio de
prova vinculavam a apreciaçãodo magistrado não lhe permitindo recorrer a outros meios de prova; no sistema da íntima convicção, a
integral liberdade autoriza o magistrado a decidir como bem entender, a partir de suas impressões pessoais, apesar dos elementos
probatórios ou mesmo contra estes.Como afirma Santos (1985, p.383 apud Hartmann, 2008, p.115),
a conviccção decorre não das provas, ou melhor, não só das provas colhidas, mas também do
conhecimento pessoal do juiz, das suas impressões pessoais, e à vista destas lhe é lícito repelir qualquer
ou todas as demais provas. Além do que não está obrigado a dar os motivos em que funda a sua
Destarte, na lógica desse sistema o juiz não se comprometia a externar as razões que conduziam ao seu convencimento.
O valor atribuído à prova respeitava o seu arbítrio, podendo, inclusive pautar a sua escolha em conhecimentos de origem particular,
Com supedâneo em Moacir Amaral dos Santos, Hartmann aponta como principal defeito desse sistema a ofensa a dois princípios
fundamentais de justiça: o de que ninguém pode ser condenado sem ser ouvido e o da sociabilidade do convencimento.
“O primeiro porque contraria brutalmente o contraditório entres as partes, vital para o processo; o segundo
porque, segundo ele, não pode decorrer simplesmente da apreciação subjetiva da prova pelo juiz: ele deve
ainda demonstrar a todos as razões do seu convencimento, no sentido de que os fatos e as provas
submetidos ao seu juízo, se fossem submetidos à apreciação desinteressada de qualquer outra pessoa
razoável, deveriam produzir, também nesta, a mesma convicção que produziram no juiz.”
O sistema do livre convencimento motivado ou da persuasão racional do juiz começou a delinear-se a partir do século XVI,
Quanto as suas características, esse sistema está entre o sistema da prova legal e o da íntima convicção. O juiz está livre para
decidir e apreciar as provas, mas deve se ater aos elementos probatórios apresentados nos autos. Conforme conhecida parêmia
jurídica, “o que não está nos autos, não está no mundo”. Assim, ao juiz é defeso decidir a partir de elementos inexistentes no
processo.
Como afirma Távora & Antonni (2011, p. 329), a ampla liberdade auferida pelo julgador “lhe permite avaliar o conjunto probatório em
sua magnitude e extrair da prova a sua essência, transcendendo ao formalismo castrador do sistema da certeza legal. Não existe
hierarquia entre as provas, cabendo ao juiz imprimir na decisão o grau de importância das provas produzidas.”Se no sistema da prova
legal o legislador atribuía peso às provas previamente, aqui, o juiz é quem confere o peso às mesmas, à medida que se apropria dos
elementos contidos nos autos. Desse modo, é possível que um único testemunho seja levado em consideração pelo juiz, ainda que
em sentido contrário a dois ou mais testemunhos, desde que apresente conformidade com outras provas.
Ao valorar as provas do processo o juiz deverá pautar-se em critérios críticos e racionais, evitando excessivas abstrações. Nesse
exercício valorativo, juízos arbitrários são inaceitáveis. Nesse sentido, o juiz goza de extensa liberdade na dinâmica de valoração das
provas, desde que o faça motivadamente, fundamentando as razões da formação de seu convencimento, tornando-as aptas
aconvencer também as partes ou, em não o sendo, possam estas confrontá-las.. Por isso refere-se ao livre convencimento do juiz
de modo geral, admitem-se todos os meios de prova. O juiz pode desprezar a palavra de duas
testemunhas e proferir sua decisão com base no depoimento de uma só. Inteira liberdade tem ele na
valoração das provas. Não pode julgar de acordo com conhecimentos que possa ter extra-autos. Se o juiz
verdade, deve ordenar que se carreiem para os autos as provas que se fizerem necessárias.
A exigência de motivação das decisões que opera como um limite ao livre convencimento do juiz, tradicionalmente, era vista apenas
como garantia das partes, com vistas à possibilidade de sua impugnação para efeito de reforma.
Mais modernamente, foi sendo salientada a função política da motivação das decisões judiciais, cujos
destinatários não são apenas as partes e o juiz competente para julgar eventual recurso, mas quis de
populo, com a finalidade de aferir-se em concreto a imparcialidade do juiz e a legalidade e justiça das
pode fundamentar seu convencimento em provas produzidas no processo que não estejam conforme os princípios constitucionais do
contraditório, como, por exemplo, o interrogatório do acusado na fase pré-processual, assim como, não poderá afastar-sedas regras
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legais quanto à forma dos atos jurídicos, sob pena de desobediência aos mandamentos legais do direito processual penal.
O ordenamento jurídico brasileiro adotou como sistema de valoração da prova, expressamente, o livre convencimento motivado do
juiz. É o que se depreende do art. 93, IX da Constituição Federal[3] e do art. 155, do Código de Processo
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos colhidos na investigação, ressalvadas as
Desse modo, entre nós, na aferição da prova o juiz estará livre para compor a sua convicção. Todavia, como vimos, essa liberdade
não equivale a sua formação arbitrária, pois não está o juiz dispensado de motivar a decisão.O magistrado também está impedido de
fundamentar sua decisão nos elementos colhidos na fase pré-processual, uma vez que não foram submetidos ao crivo do
contraditório e da ampla defesa e, portanto, não devem ser valorados na sentença. Nesta só devem ser valorados os atos praticados
A nova redação do artigo 155, introduzida pela Lei 11.690/08, mereceu severas críticas de alguns doutrinadores. Segundo Lopes Jr.
(2012), o grande erro cometido pelo legislador foi ter inserido a palavra “exclusivamente”, pois quando assim o fez, manteve a
absurda possibilidade de os juízes continuarem empregando elementos colhidos no inquérito policial para fundamentarem as suas
decisões, desde que também invoquem algum elemento probatório do processo. Lopes Jr. chega mesmo a defender a total exclusão
física do processo dos atos de investigação, com exceção do corpo de delito e das provas antecipadas produzidas no respectivo
incidente probatório, a fim de combater a inevitável contaminação consciente ou inconsciente do juiz por elementos meramente
informativos. Nesse aspecto, é importante a distinção empreendida pelo autor entre atos de investigação e atos de prova.
Outra questão que se faz presente e, aqui, merece considerações é quanto a suposta manutençãodo tarifamento de provas no
ordenamento jurídico pátrio, bem como a resistência do sistema da íntima convicção presente no Tribunal do Júri.
No que toca à primeira questão, Távora & Antonni (2009) apontam como resquício do sistema da prova tarifada, o teor do art. 158 do
CPP, ao exigir, nos crimes não transeuntes, que a materialidade seja provada com a realização de exame de corpo de delito, não
servindo a confissão como prova subsidiária para suprir eventual omissão (art. 167, CPP). Nesse dispositivo, aduzem os autores, a lei
fixou previamente a prova adequada à comprovação da materialidade, rejeitando a confissão e elegendo a perícia como o meio de
Eugênio Pacelli (2008), enfrenta esse problema admitindo que é perfeitamente possível a exigência de meios de provas específicos
para a constatação de determinados fatos, o que não equivale a dizer que exista uma hierarquia de provas, mas sim o que ele chama
é preciso estar atento ao fato de que toda restrição a determinados meios de prova deve estar atrelada (e,
assim, ser justificada) à proteção de valores reconhecidos pela e positivados pela ordem jurídica. As
restrições podem ocorrer tanto em relação ao meio de obtenção da prova, no ponto em que esse meio
É nesses termos que Pacelli (2008, p. 295) explica, por exemplo, a vedação constitucional quanto à inadmissibilidade de provas
obtidas ilicitamente.A norma que assegura a inadmissibilidade de provas ilícitas com violação de direitos se presta, de um lado, a
operar no “controle da regularidade da atividade estatal persecutória, inibindo e desitimulando a adoção de práticas probatórias
ilegais por parte de quem é o grande responsável pela sua execução.” Cumprindo, nessa condição, uma função pedagógica. E de
outro, presta-se “a tutelar direitos e garantias individuais, bem como a própria qualidade do material probatório a ser introduzido e
valorado no processo”.
Quanto ao segundo tipo de restrição, Pacelli não reconhece qualquer inconveniente. Ambas as restrições decorrem da lei, portanto
não há porque reputá-las como incompatíveis com o sistema do livre convencimento motivado, uma vez que a livre convicção do juiz
encontra limites na própria lei, ou seja, o juiz aprecia livremente a prova enquanto válida, não podendo ignorar as restrições
Nessa perspectiva, a existência de certo grau de especificidade da prova no ordenamento jurídico-penal não implicaria a existência
bastante par sustentar a ocorrência de um fato ou de uma circunstância desse fato. Nada mais.
De fato, o item VII da exposição de motivos do CPP, deixa claro que não é fixada uma hierarquia de provas: na livre apreciação
destas, o juiz formará honesta e lealmente a sua convicção. A própria confissão do acusado não constitui, fatalmente, prova plena de
sua culpabilidade. Todas as provas são relativas; nenhuma delas terá, ex vi legis, valor decisivo ou necessariamente maior prestígio
que a outra. Se é certo que o juiz fica adstrito às provas constantes dos autos, não é menos certo que não fica subordinado a nenhum
Consoante ao exposto, em verdade, não haveria prevalência de um certo meio de prova sobre outro de forma apriorística. Todos os
meios de prova podem ou não mostrar-se aptos para demonstrar a veracidade do que se propõem. Ocorre que, em relação à prova
técnica, preocupou-se o legislador com a idoneidade da prova, para o fim a que se destina.
Quanto ao sistema da íntima convicção, prevalece no processo penal brasileiro nos julgamentos do Tribunal do Júri, em sua segunda
fase. Os jurados respondem aos quesitos de forma binária, sim ou não, sem fundamentar a sua decisão, apenas baseados na
convicção íntima. Para Lopes Jr.(2012), o fato de os jurados julgarem por livre convencimento agrava-se pelo fato de fazê-lo com
base em qualquer elemento contido nos autos do processo, sem distinguir entre atos de investigação e atos de prova. Soma-se a isso
a circunstância de, com exceção do interrogatório do acusado que decorre de imposição legal, na maioria dos julgamentos, não ser
4 CONCLUSÃO
Ante o exposto, verificamos que o juiz procede à apreciação e avaliação das provas no processo conforme os critérios do sistema
adotado em certo ordenamento jurídico. Em qualquer dos sistemas de apreciação da prova abordados, busca-se efetuar, em algum
nível, um controle sobre a atividade judicante. De sorte que um sistema mais ou menos rígido depende do grau de preocupação do
Assim, segundo o sistema da prova legal, os elementos probatórios tem seu valor atribuído previamente pelo legislador, deixando o
juiz vinculado exclusivamente ao regramento. Diametralmente oposto, o sistema da íntima convicção ou da certeza moral do juiz
concede ao magistrado total liberdade para decidir, sendo, inclusive, dispensado de motivar a decisão. Ao contrário do que impera no
sistema da prova legal, a apreciação feita pelo juiz não depende de critérios legais estabelecidos aprioristicamente.
Em posição intermediária, o sistema do livre convencimento motivado define-se pelo fato de juiz estar livre para decidir e apreciar as
provas, mas deve se ater aos elementos probatórios apresentados nos autos, além ter que motivar a sua decisão. Corresponde ao
sistema adotado no ordenamento jurídico brasileiro. Desse modo, entre nós, vigora a liberdade na aferição da prova, mas o juiz não
Inobstante o acolhimento do sistema do livre convencimento motivado pelo processo penal pátrio, há autores que apontam resquício
do tarifamento de provas, bem como a resistência do sistema da íntima convicção presente no Tribunal do Júri. Entretanto, não se
reconhece que haja, entre nós, algum nível de hierarquia de prova. Nem mesmo qualquer incompatibilidade com o sistema do livre
convencimento motivado, uma vez que a livre convicção do juiz encontra limites na própria lei, ou seja, o juiz aprecia livremente a
prova enquanto válida, não podendo ignorar as restrições expressamente determinadas pelo legislador.
REFERÊNCIAS
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo
HARTMANN, Érica de Oliveira. Os sistemas de avaliação da prova e o processo penal brasileiro. In: Revista da Faculdade de
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 10ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
TÁVORA, Nestor; ANTONNI, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. Bahia: JusPodivim, 2009.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal III. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, emdeterminados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes.”
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Autor
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