Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/341516878
CITATIONS READS
0 2,402
1 author:
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Efeitos de um programa de treinamento intervalado de alta intensidade utilizando o peso corporal em parâmetros antropométricos, metabólicos, neuromotores e
psicofisiológicos View project
All content following this page was uploaded by Alexandre Fernandes Machado on 20 May 2020.
AUTOR
ALEXANDRE FERNANDES MACHADO
HIIT BODY WORK: A NOVA CALISTENIA
Conselho Regional de Educação Física
da 4a Região – CREF4/SP
Conselheiros
Ailton Mendes da Silva
Antonio Lourival Lourenço
Bruno Alessandro Alves Galati
Claudio Roberto de Castilho
Erica Beatriz Lemes Pimentel Verderi
Humberto Aparecido Panzetti
João Francisco Rodrigues de Godoy
Jose Medalha
Luiz Carlos Carnevali Junior
Luiz Carlos Delphino de Azevedo Junior
Marcelo Vasques Casati
Marcio Rogerio da Silva
Marco Antonio Olivatto
Margareth Anderáos
Maria Conceição Aparecida Conti
Mário Augusto Charro
Miguel de Arruda
Nelson Leme da Silva Junior
Paulo Rogerio de Oliveira Sabioni
Pedro Roberto Pereira de Souza
Rialdo Tavares
Rodrigo Nuno Peiró Correia
Saturno Aprigio de Souza
Tadeu Corrêa
Valquíria Aparecida de Lima
Vlademir Fernandes
Wagner Oliveira do Espirito Santo
Waldecir Paula Lima
Alexandre Fernandes Machado
2019
Comissão Especial da Coleção Literária 20 anos
da Instalação do CREF4/SP
Responsáveis, junto a diretoria do CREF4/SP, pela avaliação, aprovação e revisão
técnica dos livros
Prof. Dr. Alexandre Janotta Drigo (Presidente)
Profa. Ms. Érica Beatriz Lemes Pimentel Verderi
Prof. Dr. Miguel de Arruda
Editora Revisão
Malorgio Studio Viviane Rodrigues
Dados
DadosInternacionais
Internacionaisde
deCatalogação
CatalogaçãonanaPublicação
Publicação(CIP)
(CIP)
Agência
AgênciaBrasileira
Brasileirado
doISBN
ISBN--Bibliotecária
BibliotecáriaPriscila
PriscilaPena
PenaMachado
MachadoCRB-7/6971
CRB-7/6971
5
Aos meus filhos Matheus Alexandre, Ana Clara e Davi
que com suas alegrias são a fonte interminável de minha energia.
7
Sumário
Apresentação ............................................................................................................ 11
Apresentação da obra .............................................................................................. 13
Capítulo 1
Por que HIIT body work ......................................................................................... 15
Capítulo 2
A Ciência ................................................................................................................... 21
Capítulo 3
Exercícios ................................................................................................................... 31
Capítulo 4
A Sessão ..................................................................................................................... 45
Referências ................................................................................................................ 55
9
Apresentação
11
Por isso insistimos em comemorar, agora os 20 anos do CREF4-SP, ofere-
cendo aos Profissionais de Educação Física, aos estudantes, às instituições de
formação superior, bibliotecas e à sociedade uma nova Coleção Literária com-
posta de 20 obras, uma para cada ano do aniversário. Buscamos permanecer
“orientando o exercício profissional, agindo com excelência, justiça e ética”,
uma das missões de nosso Conselho.
Enquanto Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª
Região (CREF4/SP) apresento a Coleção Literária em Comemoração aos 20 Anos da
Instalação do CREF/SP, composta por livros que procuraram acolher as neces-
sidades do campo profissional, atendendo o quesito de diversificação de con-
textos e de autores, priorizando temas inéditos em relação ao que vem sendo
produzido por este Conselho.
O faço na esperança de que os Profissionais de Educação Física leitores
dessas obras demostrem o mesmo empenho e amor pela profissão que seus
próprios autores dedicaram, oferecendo seu tempo e cedendo os direitos au-
torais dessa edição, tanto em relação ao livro físico quanto à versão digital de
forma voluntária. Com esse gesto entram em conformidade com os pioneiros
do CREF4/SP que assim o fizeram, e de certa forma ainda fazem, afinal não é
por acaso que nosso lema atual é: “Somos nós, fortalecendo a profissão!”
Parabéns para nós Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo.
A elaboração de uma sessão de calistenia segue três princípios, que são: se-
leção, precisão e totalidade. Os princípios são fundamentais para sustentar os
quatro pilares da calistenia, sendo eles: (1) a sessão deve ser de caráter inclusivo,
(2) usar apenas o peso do corpo, (3) ter como objetivo saúde, condicionamento
e ou estética e (4) a seleção dos exercícios para a elaboração de uma sessão deve
obedecer uma regra metodológica. A partir dos princípios da calistenia e com o
uso dos quatros pilares a sessão é construída em três momentos, sendo eles: (1º)
introdutório que são os exercícios de aquecimento; (2º) fundamental que são os
exercícios de extensão, flexão e laterais de tronco, equilíbrio, abdominais, corri-
das e saltos e os (3º) conclusivo, constituídos de exercícios de volta à calma.
O HIIT body work usa os mesmos pilares que a calistenia mas, os princí-
pios para prescrição da sessão de treino são diferentes, sendo eles: (1º) seleção
de exercícios, os exercícios são classificados em simples e complexos, (2º) car-
gas de tempo, as caras de tempo são: tempo total da sessão, tempo de estímulo
e tempo de recuperação devem ser diferenciadas para o perfis diferentes de
praticantes, (3º) número de ciclos por exercício, para indivíduos com menor
nível de condicionamento um número menor de ciclos por exercício.
Mesmo com princípios diferentes o HIIT body work mantém os mesmos
pilares da antiga calistenia, com uma abordagem diferenciada e mais atualiza-
da do treinamento com peso do corpo, mas com os mesmos objetivos. E nesta
obra você leitor entenderá todos os processos que levaram o HIIT Body Work a
ser denominado como a nova calistenia.
13
Hiit Body Work: a nova calistenia
14
Capítulo 1
A calistenia
Desde de muito tempo atrás, o exercício físico com peso corporal já era
praticado com diferentes objetivos: na Grécia antiga, com objetivo de desen-
volvimento da força e dos valores da sociedade da época; na Roma antiga era
praticado como preparação militar (AZEVEDO ; SANTOS, 2015).
A palavra “Calistenia” tem origem nas palavras gregas Kallos, que significa be-
leza e Stehnos, que significa força. A calistenia começou a ser difundida na França
do século XIX pelo suíço Phoktion Heinrich Clias. Em 1827, Marian Mason, que
era discípula de Clias, publicou o livro: On the utility of exercise na Inglatera, que
falava das vantanges do exercício calistênico (CLERK ; CRENN; LISTELLO, 1964).
Em 1829, Clias publicava o livro “Kallisthenie - Exercises for Beauty and
Strength”, a partir do qual a calistenia foi denominada como exercício físico de
forma ritmada, usando apenas o do peso corpo e sem nenhum tipo de equipa-
mento ou apoio (ALIJAS ; TORRE, 2015).
15
Hiit Body Work: a nova calistenia
16
Por que HIIT body work ?
lateral do tronco; (5) equilíbrio; (6) região abdominal; (7) gerais do ombro e (8)
saltos e corridas (AMARAL, 1965).
A Calistenia proposta no século XIX, que eu vou chamar aqui de caistenia
tradicional, tem quatro pilares básicos: usar apenas o peso do corpo; ser de ca-
ráter inclusivo; a seleção de exercícios tem que obedecer a uma regra; objetivo
de saúde; condicionamento e estética.
17
Hiit Body Work: a nova calistenia
18
Por que HIIT body work ?
Nesse ponto, o HIIT body work segue os mesmos princípios da calistenia tra-
dicional e esse é o motivo do HIIT body work ser chamado de “a nova calistenia”.
19
Capítulo 2
A Ciência
As evidências científicas
O Americam College of Sport Medicine (ACSM), sempre no final de cada
ano lança as tendências do universo fitness para o próximo ano. O HIIT não
aparecia na lista das 20 principais tendências para 2013 e de forma assustadora
em 2014 era o primeiro colocado da lista. Desde então vem se mantendo entre
os três primeiros colocados na lista até 2018.
O treinamento com peso do corpo, em 2013, estava na terceira posição e até
a lista de tendências de 2017 se manteve entre as três primeiras posições. Na lis-
ta de 2018, caiu para quarta posição. Mesmo assim, fica clara a grande sinergia
entre a metodologia HIIT e o uso do peso do corpo como ferramenta de treino.
O HIIT ganhou destaque pelos rápidos resultados estéticos, embora alguns
pesquisadores (GILLEN et al, 2016; KEATING et al. 2014) não tenham observa-
do diferenças entre sua eficácia quando comparado aos exercícios com intensi-
dade moderada.
Existe um grande número de evidências científicas que observaram adap-
tações semelhantes e/ou superiores do HIIT, quando comparado ao treina-
mento convencional com baixa ou moderada intensidade, com um volume
na sessão de treino superior ao proposto no HIIT (GIST et al., 2015; GIBALA,
GILLEN, PERCIAVL, 2014; GIST, FREESE, CURETON, 2014; McRAE et al.
2012; GIBALA, LITTLE, 2010), para indicadores clínicos (GIBALA, LITTLE,
2010; GIBALA, GILLEN, PERCIAVL, 2014), condicionamento físico (GIST et
21
Hiit Body Work: a nova calistenia
al., 2015; GIST, FREESE, CURETON, 2014; McRAE et al., 2012) e emagrecimen-
to (GIBALA, GILLEN, PERCIAVL, 2014).
O que fica claro nas pesquisas é sua eficiência, quando comparado com
o treinamento de intensidade moderada, para melhora do condicionamento
físico (GIBALA et al., 2014; ROZENEK et al. 2016) e redução da gordura corpo-
ral usando apenas exercícios com o peso do corpo (McRAE et al., 2012; GIST
et al. ,2014; GIST et al., 2015; MACHADO et al., 2018) ou com uso de ferra-
mentas como o kettlebell (MEIER et al .,2015), uso da bicicleta em não atletas
(ROZENEK et al., 2016) ou esteira (GIBALA, GILLEN, PERCIVAL, 2014).
Embora a maior parte das pesquisas sobre HIIT sejam realizadas em bi-
cicleta e esteira, o que se observa é que o HIIT mais aplicado nas academias,
centros de treinamento ou em espaço abertos é o HIIT com o peso do corpo
(MACHADO et al. ,2018).
Ainda são poucas as evidências científicas que investigam as estratégias
para as sessões de HIIT com o peso do corpo. Embora as já existentes apontem
para a necessidade de uma estrutura metodológica com base nas respostas fi-
siológicas, para a construção de sessões eficientes e seguras.
O uso do HIIT no meio fitness ficou muito conhecido a partir do experi-
mento de Tabata e seus colaboradores (TABATA et al., 1996). No experimento,
os pesquisadores observaram que o protocolo proposto de 4 minutos, com 8
ciclos de 20 segundos de estímulo (170% iVO2 máximo) e 10 segundos de recu-
peração passiva foi mais eficiente quando comparado com atividades de inten-
sidade moderada com duração superior a 30 minutos.
O protocolo proposto por Tabata e seus colaboradores (TABATA et al.,
1996) é realizado na bicicleta ergométrica, mas, em função de sua grande popu-
larização, hoje é reproduzido em praticamente qualquer tipo de ergômetro, fer-
ramentas como Kettlebell e também com o peso do corpo. O que leva a muitos
questionamentos sobre a reprodutibilidade do protocolo e aos seus resultados
(VIANA et al., 2018).
Em 2012, McRae e seus colaboradores (McRAE et al., 2012) adaptaram o
protocolo proposto por Tabata (TABATA et al., 1996) para o uso com exercícios
usando apenas o peso do corpo. Participaram do experimento 22 mulheres
jovens, universitárias e com idade média de 20 anos.
Foram utilizados quatro exercícios, sendo eles: Burpee, Jump Jack, Mountain
Climber e Squat trust. A frequência semanal foi de quatro vezes e a cada dia
elas faziam somente um único exercício. Além disso, a carga de trabalho foi “all
out” em todos os ciclos de todas as sessões. O experimento teve a duração de
quatro semanas, totalizando 16 sessões. No final os pesquisadores observaram
alterações significativas nas medidas de massa corporal e VO2 máximo.
22
A Ciência
23
Hiit Body Work: a nova calistenia
24
A Ciência
Ainda no ano de 2017, foi publicado o artigo com maior impacto na co-
munidade científica sobre prescrição de exercícios com peso corporal, o arti-
go intitulado: High-intensity interval training using whole-body exercises:
training recommenddations and methodological overview, na revista Clinical
Physiology and functional imaging (MACHADO et al. , 2017). Nesse artigo, foi
sugerido uma relação de cargas de treino diferenciada para os diferentes perfis
de praticantes do HIIT com peso corporal.
E ainda em dezembro de 2017, foi publicado o terceiro artigo sobre o
HIIT body work; este, por sua vez, em parceira com o professor Alexandre
Evangelista, o artigo intitulado: Effects of high-intensity calisthenic training on
mood and affective responses, publicado no JEP online (EVANGELISTA et al.,
2017). O foco nesse experimento foram as mudanças de humor durante a ses-
são de HIIT body work.
Logo no início de 2018, é publicado o 1º experimento com o HIIT body
work, um estudo piloto intitulado: Frequência de treinamento no HIIT body
work e redução da massa corporal: um estudo piloto (MACHADO et al, 2018ª).
O experimento observou a resposta sobre a massa corporal em 24 indivíduos
de ambos os sexos, com idade média de 34 anos. Os voluntários foram dividi-
dos em três grupos, sendo eles: grupo 1, HIIT com peso corporal cinco vezes
na semana; grupo 2, HIIT com peso corporal três vezes na semana e grupo 3,
corrida cinco vezes na semana com intensidade moderada.
O grupo 1 acumulou 150 minutos de atividade na semana, o grupo 2 acumu-
lou 90 minutos e o grupo 3 acumulou 300 minutos de atividade na semana. A
partir dos resultados, observou-se que nos três grupos houve perda significativa
de massa corporal após o período de quatro semanas de intervenção dos proto-
colos de treinamento (grupo 1, 2 e 3), porém não houve diferenças significativas
quando comparado entre os grupos a variação da perda da massa corporal.
A grande pergunta que esse experimento deixou foi: Por que o grupo 1, que
treinou HIIT com peso corporal cinco vezes na semana, não obteve um resulta-
do mais expressivo do ponto de vista da perda de massa corporal? A hipótese,
que não foi testada, é que o pouco tempo de recuperação entre uma sessão e
outra interferiu na qualidade de execução dos movimentos, o que afetou dire-
tamente a qualidade da sessão.
Em sequência, é publicado mais um artigo. Este que foi o primeiro a ser
submetido da sequência de artigos sobre o HIIT com peso do corpo é um arti-
go de revisão sistemática. O objetivo do artigo foi descrever as estratégias de
controle de carga e as diferentes adaptações promovidas pela prática do treina-
mento intervalado de alta intensidade com peso corporal, publicado na revista
Brasileira de Medicina do Esporte (MACHADO et al., 2018).
25
Hiit Body Work: a nova calistenia
Dos 288 estudos selecionados, apenas 3 foram incluídos para análise que
são: McRae et al, 2012; Gist et al, 2014 e Gist et al, 2015. Os estudos utilizaram
diferentes tempos de estímulo e recuperação, assim como o tempo total da ses-
são, as chamadas varáveis de tempo, o que pode ter influenciado nas diferentes
adaptações observadas nos experimentos.
Coincidentemente, na mesma revista foi publicado outro experimento do
grupo, este intitulado: Taxa de sudorese após treinamento intervalado de alta
intensidade usando o peso do corpo (MACHADO et al., 2018). O objetivo foi
avaliar a perda de água durante uma sessão de HIIT usando o peso do corpo.
O experimento comparou a perda de água de uma sessão de HIIT com peso do
corpo com uma sessão de corrida contínua de intensidade moderada, em indi-
víduos com diferentes níveis de condicionamento e observaram que a sessão
de HIIT com peso corporal tem maior perda de água, mesmo para os indiví-
duos com maior nível de condicionamento.
Outro experimento muito importante do grupo foi o intitulado: A hi-
gh-Intensity jump-based aquatic exercise program improves boné mineral den-
sity and functional fitness in postmenopausa women (ABOARRAGE JUNIOR
et al, 2018), publicado na revista Rejuvenation Reserarch. Os pesquisadores
observaram que o HIIT com peso corporal realizado na água, com senhoras
com idade média de 65 anos, gerou melhoras na densidade mineral óssea e na
capacidade funcional após o período de 24 semanas de intervenção.
E por último, um dos mais importantes do grupo, o artigo intitulado:
Descrition of training loads using whole-body exercise during high-intensity-
-interval training (MACHADO et al, 2018d), publicado pela revista Clinics. O
experimento descreve o comportamento da frequência cardíaca, percepção de
esforço e percepção de recuperação, além da concentração de lactato e carga
interna pelo método trimp após a sessão de HIIT body work.
26
A Ciência
relação de carga. Nas variáveis de distribuição temos: (6) número de ciclos por
exercício; (7) seleção de exercícios; (8) tipo de recuperação e (9) estrutura da
sessão de treino.
Variáveis de tempo
Tempo total da sessão - refere-se ao tempo total de treino na sessão.
Número total de ciclos – Refere-se à soma de todos os ciclos da sessão. Os ci-
clos são compostos pelo tempo de estímulo mais o tempo de recuperação.
Tempo de estímulo – É o tempo de execução do movimento em cada ciclo.
Tempo de recuperação – É o tempo de recuperação em cada ciclo.
Relação de carga – Refere-se à proporção matemática do tempo de recupera-
ção sobre o tempo de estímulo. Entendido que o tempo de estímulo sempre
será 1 e o tempo de recuperação será proporcional ao tempo de estímulo.
27
Hiit Body Work: a nova calistenia
Variáveis de distribuição
Número de ciclos por exercício – Refere-se à quantidade de ciclos para
cada exercício na sessão. Quanto maior a quantidade de ciclos por exercí-
cio, mais estressante é a sessão.
Seleção de exercícios – Os exercícios podem ser classificados como simples
ou complexos (MACHADO et al., 2017). Os exercícios simples causam
menor impacto sobre o organismo, enquanto que os complexos causam
um maior impacto. A seleção dos exercícios corretos influencia direta-
mente na sessão de treino.
Tipo de recuperação – Existem dois tipos de recuperação: a passiva, que o
aluno deve permanecer parado e a ativa em que eles se mantém em mo-
vimento, porém com uma intensidade bem baixa, que permita com que
ele possa se recuperar.
Estrutura da sessão de treino – A estrutura da sessão diz respeito à orga-
nização da execução, podendo ser de três formas distintas, sendo elas:
bloco, circuito e fracionada.
Vamos usar aqui um modelo padrão de sessão de HIIT body work para
exemplificarmos cada um dos três modelos de sessão de treino.
28
A Ciência
Entre as estruturas da sessão de HIIT body work, a que tem maior impacto
fisiológico é a estrutura em bloco e a que tem menor impacto fisiológico é a
estrutura em circuito.
A classificação dos exercícios em simples e complexo é em referência ao
padrão de movimento. Exercícios com padrão único de movimento são de-
nominados como simples, por exemplo: Jump Jack. E exercícios com padrão
de movimentos combinados são denominados como complexos, por exemplo:
Burpee (MACHADO et al ., 2017).
29
Capítulo 3
Exercícios
31
Hiit Body Work: a nova calistenia
3.3 – Split
32
Exercícios
3.4 – Line Up
3.5 – Squat
33
Hiit Body Work: a nova calistenia
34
Exercícios
35
Hiit Body Work: a nova calistenia
36
Exercícios
3.10 – Burpee
37
Hiit Body Work: a nova calistenia
38
Exercícios
39
Hiit Body Work: a nova calistenia
Este salto é pouco conhecido, mas é tão temido quanto o Burpee por aque-
les que o conhecem. Em sua execução após a etapa D, descrita abaixo nas fotos,
os movimentos da etapa A e B se repetem, mas com as pernas alternadas.
40
Exercícios
41
Hiit Body Work: a nova calistenia
42
Exercícios
Tabela 3.1
Classificação dos exercícios.
43
Capítulo 4
A Sessão
Elaborar uma sessão de treinamento parece fácil, mas requer muito pla-
nejamento e harmonia na organização entre cada um dos momentos da ses-
são, com o objetivo de que a mesma seja uma experiência única para seu
aluno/cliente.
A sessão de treinamento geralmente é dividia em 3 momentos bem dis-
tintos, que são: preparo, treino e relaxamento. Todos com funções especí-
ficas na sessão.
45
Hiit Body Work: a nova calistenia
Modelo 1 - 20 minutos
Para os iniciantes, este modelo é uma excelente alternativa para que pos-
sam experimentar uma sessão de HIIT body work de forma rápida. Como pro-
posta, mesmo sendo um individuo iniciante, mas em função do pouco volume
de treino, é utilizar uma carga de tempo de 30 segundos de estímulo por 30 se-
gundos de recuperação (1:1) e somente dois exercícios simples ou um simples
e outro complexo.
46
A Sessão
Modelo 2 – 25 minutos
47
Hiit Body Work: a nova calistenia
Modelo 3 – 30 minutos
Modelo 4 – 45 minutos
Modelo 5 – 45 minutos
Modelo 6 – 50 minutos
48
A Sessão
49
Hiit Body Work: a nova calistenia
Carga de tempo
A carga de tempo total deve ser progressiva, isso quer dizer que começa-
mos com uma carga menor e vamos aumentando com o aumento do condi-
cionamento. A dica é começar sempre com uma relação de carga maior para
a recuperação e ir diminuindo até que seja menor que o tempo de estímulo.
Tabela 4.1
Exemplos de cargas de tempo para ciclos de 1 minuto.
50
A Sessão
As aulas coletivas
Nas sessões coletivas, a linha de raciocínio não mais exige um maior plane-
jamento do professor em função da seleção das cargas de tempo e seleção dos
exercícios em função da heterogeneidade da turma.
Para as aulas coletivas, minha dica é usar cargas de tempo com relação de
1:1, por exemplo: 20 segundos de estímulo para 20 segundos de recuperação,
30 segundos de estímulo para 30 segundos de recuperação ou 45 segundos de
estímulo para 45 segundos de recuperação.
Para os indivíduos com menor condicionamento, realizar um ciclo sim e
outro não. Com isso, ele terá um tempo maior de recuperação. E sobre a seleção
dos exercícios, selecionar sempre movimentos que os indivíduos com menor
condicionamento e coordenação possam fazer uma versão adaptada, com me-
nor complexidade do gesto.
Outro ponto importante é que, durante a sessão coletiva, mantenha os in-
divíduos iniciantes ou com menor condicionamento juntos e próximos a você.
Os tipos de desafios
Os desafios ganharam nomes para que o treinamento tenha uma um maior
envolvimento dos alunos. Até o momento são três os desafios, sendo eles: DTA,
NO STOP e DUO SET, cada um com uma característica específica.
DTA é o modelo de desafio mais tradicional de HIIT body work, o nome
vem do método de treinamento de força DTA, que significa dor, tortura e ago-
nia. Sua característica é que a recuperação seja passiva, ou seja, parado.
NO STOP, nesse modelo de desafio do HIIT body work a recuperação é em
movimento. Detalhe Importante durante o movimento do tempo de recupera-
ção: a intensidade deve ser baixa, para possibilitar a recuperação. Geralmente
são exercícios simples, como: running ou abdominal remador.
DUO SET é o mais novo desafio de HIIT body work. Ele trabalha com duas
cargas de tempo de estímulo em sequência e somente depois o tempo de recu-
peração (passiva). Veja no exemplo: a carga de tempo é expressa da seguinte
forma 20+20/20, onde se lê 20 segundos do exercício 1, seguidos de 20 segundos
do exercício 2 e a recuperação passiva de 20 segundos.
Nos três tipos de desafios, a execução pode ser realizada no formato bloco
ou formato em circuito. O bloco gera um estresse maior quando comparado
com circuito.
51
Hiit Body Work: a nova calistenia
Desafio DTA
Jump Jack 3 30 30
Squat Jump 3 30 30
Abd. Remador 3 30 30
Split 3 30 30
Burpee 3 30 30
Desafio NO STOP
Burpee / Running 3 30 30
Split / Running 3 30 30
52
A Sessão
53
Referências
55
Hiit Body Work: a nova calistenia
56
Referências
GIL, Saulo et al. Efeito da ordem dos exercícios no número de repetições e na percepção
subjetiva de esforço em homens treinados em força. Revista Brasileira de Educação
Física e Esporte, v. 25, n. 1, p. 127-135, 2011.Disponível em : http://www.scielo.br/pdf/
rbefe/v25n1/12.pdf. Acesso em : 25 set. 2019.
GILLEN, Jenna B. et al. Twelve Weeks of Sprint Interval Training Improves Indices of
Cardiometabolic Health Similar to Traditional Endurance Training despite a Five-Fold
Lower Exercise Volume and Time Commitment. PloS one, v. 11, n. 4, p. e0154075, 2016.
GIST, Nicholas H. et al. Effects of Low-Volume, High-Intensity Whole-Body Calistheni-
cs on Army ROTC Cadets. Military medicine, v. 180, n. 5, p. 492-498, 2015.
GIST, Nicholas H.; FREESE, Eric C.; CURETON, Kirk J. Comparison of responses to two
high-intensity intermittent exercise protocols. The Journal of Strength & Conditioning
Research, v. 28, n. 11, p. 3033-3040, 2014.
GRAY, Stuart R. et al. High-intensity interval training: key data needed to bridge the
gap from laboratory to public health policy. British Journal of Sports Medicine, p.
bjsports-2015-095705, 2016.
GUEDES, Dartagnan Pinto et al. Níveis de prática de atividade física habitual em ado-
lescentes. RevBrasMed Esporte, v. 7, n. 6, p. 187-99, 2001.
GUIRAUD, Thibaut et al. High-intensity interval training in cardiac rehabilitation.
Sports medicine, v. 42, n. 7, p. 587-605, 2012.
HERODEK, Katarina et al. High Intensity Interval Training. Activities in Physical Edu-
cation and Sport, v. 4, n. 2, p. 205-207, 2014. Disponível em : http://fsprm.mk/wp-content/
uploads/2014/11/Pages-from-APES-ZA-NA-EMAIL-28.pdf. Acesso em : 25 set. 2019.
IMPELLIZZERI, Franco M. et al. Physiologicaland performance effectsofgeneric versus
specificaerobic training in soccer players. Internationaljournalofsports medicine, v. 27,
n. 6, p. 483-492, 2006.
JANNIG, Paulo Roberto et al. Influenceofresistanceexercisesorder performance on post-
-exercisehypotension in hypertensiveelderly. Revista Brasileira de Medicina do Espor-
te, v. 15, n. 5, p. 338-341, 2009.
KEATING S.E, MACHAN E.A, O’CONNOR H.T, GEROFI J.A, SAINSBURY A, CATER-
SON I.D, JOHNSON N.A. Continuous Exercise but Not High Intensity Interval Training
Improves Fat Distribution in Overweight Adults. Journal of Obesity, ID 834865, 2014.
KEATING, Shelley E. et al. Continuous exercise but not high intensity interval training
improves fat distribution in overweight adults. Journalofobesity, v. 2014, 2014. Dispo-
nível em :
https://www.hindawi.com/journals/jobe/2014/834865/. Acesso em : 25 set. 2019.
MACHADO, A.F. HIIT manual prático. São Paulo, Ed. Phorte, 2016.
MACHADO, A.F. HIIT: metodologia VO2Pro. São Paulo, VO2Pro, 2015.
MACHADO, AF; BAKER, JS; NUNES, RAM; VALE, RGS; FIGUEIRA JUNIOR, A; BO-
CALINI, DS. Body weight based in high intensity interval training: the new calisthenics
? MTP & Rehab journal, 2017. 15:448. DOI:10.17784/mtprehabjournal.2017.15.448.
MATA, J.D; OLIVER, J.M; JAGIM, A.R; JONES, M.T. Sex differences in strength and
power support the use of a mixed-model approach to resistance training programing.
2016; 38(2):02-07.
57
Hiit Body Work: a nova calistenia
MCRAE, Gill et al. Extremely low volume, whole-body aerobic–resistance training im-
proves aerobic fitness and muscular endurance in females. Applied Physiology, Nu-
trition, and Metabolism, v. 37, n. 6, p. 1124-1131, 2012. Disponível em : https://www.
researchgate.net/publication/230892973_Extremely_low_volume_whole-body_aerobic-
-resistance_training_improves_aerobic_fitness_and_muscular_endurance_in_females.
Acesso em : 25 set. 2019.
MEIR, J; QUEDNOW, J; SEDLAK, T. The Effects of High Intensity Interval-Based Ke-
ttlebells and Battle Rope Training on Grip Strength and Body Composition in College-
Aged Adult. International Journal of Exercise Science, 2015. 8(2) : 124-133.
OLIVEIRA, Bruno RR et al. Continuous and high-intensity interval training: which pro-
motes higher pleasure?.PLOS one, v. 8, n. 11, p. e79965, 2013. Disponível em : https://
journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0079965. Acesso em : 25 set.
2019.
OSAWA, Yusuke et al. Effects of 16-week high-intensity interval training using upper
and lower body ergometers on aerobic fitness and morphological changes in healthy
men: a preliminary study. Open access journal of sports medicine, v. 5, p. 257, 2014.
Disponível em : https://www.researchgate.net/publication/268282213_Effects_of_
16-week_high-intensity_interval_training_using_upper_and_lower_body_ergometers_
on_aerobic_fitness_and_morphological_changes_in_healthy_men_a_preliminary_stu-
dy. Acesso em : 25 set. 2019.
PAULETTO, Bruno. Choice and order of exercises. Strength & Conditioning Journal,
v. 8, n. 2, p. 71-74, 1986.
PINHO, R.W dos S; BRAZ, T.V; CRUZ, W de A; SANTOS, A, B; RIBEIRO, C; GERMA-
NO, M.D; AOKI, M.S; LOPES, C.R. Efeito da carga interna de treinamento sobre o VO2
MAX de mulheres adultas. R. Bras. Ci. e Mov, 2016; 24 (1):43-51.Disponível em : http://
docs.bvsalud.org/biblioref/2017/09/859192/efeito-da-carga-interna-de-treinamento-so-
bre.pdf. Acesso em : 25 set. 2019.
ROZENEK, Ralph et al. Acute Cardiopulmonary And Metabolic Responses To High-
-Intensity Interval Training (Hiit) Protocols Using 60s Of Work And 60s Recovery. The
Journal of Strength & Conditioning Research, 2016.
SANTOS, Diego et al. Analysis of the order of the exercises of the inferior members on
the number of repetitions/Analise da ordem dos exercicios dos membrosinferiorssobre
o numero de repeticoes. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 3,
n. 16, p. 349-354, 2009.
SCHOENFELD, Brad; DAWES, Jay. High-intensity interval training: Applications for
general fitness training. Strength & Conditioning Journal, v. 31, n. 6, p. 44-46, 2009.
Disponível em : https://pdfs.semanticscholar.org/64d7/194779433015a760424de84d4e-
1797ba2c76.pdf. Acesso em : 25 set. 2019.
SEMENICK, Douglas M.; ADAMS, Kela O. SPORTS PERFORMANCE SERIES: The ver-
tical jump: a kinesiological analysis with recommendations for strength and conditio-
ning programming. Strength&ConditioningJournal, v. 9, n. 3, p. 5-11, 1987.
SHIRAEV, Tim; BARCLAY, Gabriella. Evidence based exercise: Clinical benefits of high
intensity interval training. Australian family physician, v. 41, n. 12, p. 960, 2012. Dis-
ponível em : https://www.researchgate.net/publication/233841256_Evidence_based_ex-
ercise_Clinical_benefits_of_high_intensity_interval_training. Acesso em : 25 set. 2019.
58
Referências
SIMÃO R, FARINATTI PTV, POLITO MD, MAIOR AS, FLECK SJ. Influence of exercise
order on the number of repetitions performed and perceived during resistive exercises.
J Strength Cond Res 2005;19:84-8.
SIMÃO, Roberto et al. Influence of exercise order on the number of repetitions perfor-
med and perceived exertion during resistance exercise in women. The Journal of Stren-
gth & Conditioning Research, v. 21, n. 1, p. 23-28, 2007.
STOGGL, T; SPERLICH, Billy. Polarized training has greater impact on key endurance
variables than threshold, high intensity, or high volume training. Front Physiol, v. 5,
p. 33, 2014.Disponível em : https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3912323/.
Acesso em : 25 set. 2019.
TABATA, IZUMI et al. Metabolic profile of high intensity intermittent exercises. Medi-
cine and science in sports and exercise, v. 29, n. 3, p. 390-395, 1997.
TIGGEMANN, Carlos Leandro; PINTO, Ronei Silveira; KRUEL, Luiz Fernando Mar-
tins. A percepção de esforço no treinamento de força. Revista brasileira de medicina do
esporte, São Paulo: SBME. Vol. 16, n. 4 (jul./ago. 2010), p. 301-309, 2010. Disponível em
: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-86922010000400014&script= sci_abstrac-
t&tlng=pt. Acesso em : 25 set. 2019.
TJØNNA, Arnt Erik et al. Low-and high-volume of intensive endurance training signifi-
cantly improves maximal oxygen uptake after 10-weeks of training in healthy men. PloS
one, v. 8, n. 5, p. e65382, 2013.
TUCKER, Wesley J. et al. Physiological Responses to High-Intensity Interval Exercise
Differing in Interval Duration. The Journal of Strength & Conditioning Research, v.
29, n. 12, p. 3326-3335, 2015.
TUCKER, Wesley J.; ANGADI, Siddhartha S.; GAESSER, Glenn A. Excess postexercise
oxygen consumption after high-intensity and sprint interval exercise, and continuous
steady-state exercise. Journal of strength and conditioning research/National Strength
& Conditioning Association, 2016. Disponível em : https://www.fisiologiadelejercicio.
com/wp-content/uploads/2017/06/2016_Excess-postexercise-VO2-after-high-intensity-
-and-sprint-interval-exercise-and-continuous-steady-state-exercise.pdf. Acesso em : 25
set. 2019.
59
Livros da Coleção Literária
1. Fragmentos Históricos da Regulamentação da Profissão de Educação Física e da
Criação e Desenvolvimento do CREF4/SP
2. O Desporto Paralímpico Brasileiro, a Educação Física e profissão
3. Treinamento de força: saúde e performance humana
4. Faculdade Aberta para a Terceira Idade: educação para o envelhecimento e seus
efeitos nos participantes
5. Gestão, Compliance e Marketing no esporte
6. Ginástica laboral e saúde do trabalhador
Saúde, capacitação e orientação ao Profissional de Educação Física
Conselheiros do CREF4/SP
“Somos nós, fortalecendo a Profissão”
ISBN 978-85-94418-47-0