Você está na página 1de 4

METAPHYSIKON

UNIVERSIDADE LIVRE DE ALTOS E STUDOS


G RUPO DE E STUDOS DE E SOTERISMO TRADICIONAL
ANO I Nº 1 AGOSTO / 2008

ÍNDICE GERAL
Imagem da Capa Informações II
Nativität Kalendrier, 1515 O que é o Agartha, pg. 3

Philosophia Perennis Atividades


Questões Importantes, pg. 2 Módulo I, pg. 3

Informações I Geet
Programa Agartha, pg. 3 Finalidades, pg. 4
PHILOSOPHIA PERENNIS

QUESTÕES IMPORTANTES
Devemos aproveitar esta ocasião para tecer Dois nomes importantes em nossa atualidade se
alguns comentários gerais sobre nossa proposta destacam e a força de suas obras afirma essa
relativa à Philosophia Perennis, a fim de que os importância preponderante no cenário atual.
leitores, sem o prejuízo de menores esclare- Nos referimos aqui a René Guénon (1886-
cimentos, não estabeleçam considerações que 1951) e Frithjof Schuon (1907-1998). As obras
sejam incompletas. Em nossa atualidade, o desses notáveis metafísicos são atualmente o
perenialismo ou tradicionalismo constitui uma que de mais sistemático possuímos como
corrente voltada para uma perspectiva esotérica demonstração do método que se convencionou
universal, que recebe o denominativo de chamar de perenialista. Isto, claro, indepen-
Philosophia Perennis. Este termo, surgido na dente das várias lacunas que suas perspectivas
Renascença e estabelecido por Agostinho apresentam em muitos e variados pontos. Isso
Steuco (1497-1548), se referia a uma sabedoria parece ser inevitável na Idade Sombria!
universal dentro da perspectiva judaico-cristã e Mas o que nos importa aqui é a retomada de
greco-romana. Ela foi utilizada posteriormente uma fórmula antiga no legado do conhecimento
como referência da construção filosófica e da modernidade e desde há muito perdida pela
teológica tomista e assim sendo difundida por degeneração progressiva das civilizações; pode-
seus representantes escolásticos. mos dizer que notavelmente o perenialismo ou
Longe dessa perspectiva limitativa e ainda em tradicionalismo retransmite esta fórmula e vem,
ambiente cristão, essa sabedoria universal já deste modo, iluminar o diversificado campo de
havia sido intuída por muitos do medievo e da sua expressão que, para nossa felicidade, se
antiguidade, desde Nicolau de Cusa, Bernardo torna cada vez mais presente nos debates
de Claraval, Dante Alighieri, Agostinho de acadêmicos e teológicos. Estamos nos referindo
Hipona, entre outros. Em ambiente mulçumano, aqui à abordagem metafísica mais universal
temos Ibn ‘Arabî entoando este canto de associada à proposta de um modo de vida,
universalidade, bem como entre os judeus, um portanto, de uma transformação integral do ser
Abraão Abuláfia estabelecendo relações extra- que se oferece através desse modo de vida e
confessionais. sempre ligado aos arquétipos metafísicos.
Na antiguidade greco-romana, vemos as Munido com todas essas observações, o leitor
valorizações estabelecidas em favor da sabe- consciencioso poderá observar que nessas
doria dos egípcios e proclamadas por Platão. questões importantes desejamos de imediato
Vemos Plotino desejoso de conhecer a sabe- afirmar nossa adesão exclusiva à Philosophia
doria dos persas e hindus. Proclo praticar a Perennis enquanto tal, e não ao grupo de seus
teurgia dos zoroastrianos e Jâmblico consagrar- interlocutores atuais ou passados, pois nos
se aos Mistérios Egípcios. Clemente de Alexan- distanciamos de toda aderência escolástica,
dria, mestre da escola didaskalia, conhecia bem como a que observamos no discurso de muitos
esses Mistérios da antiguidade e se torna o dos vários partidários desses metafísicos. Com
vetor da transmissão da autêntica gnose cristã, isso, não queremos desmerecer as obras destes
longe de todos os gnosticismos heréticos que pois, como dissemos, elas constituem um ponto
pululavam em sua época. de partida e referência singular para questões
Com todas essas observações queremos única e capitais e centrais.
exclusivamente estabelecer que, dada a pers- A Philosophia Perennis não poderá nunca se
pectiva universal da Philosophia Perennis, ela limitar apenas a alguns indivíduos, pois ela
não pode ser considerada como exclusivamente paira inacessível a esses ostracismos. Seu veí-
representada por uma corrente de pesqui- culo fundamental é a Intelecção ou a Reve-
sadores que se digam ou não possuidores lação, não excludentes entre si e sempre vivas
exclusivos de sua expressão atual. nos corações dos Adeptos de todas as Eras.

2 METAPHYSIKON – Nº 1 – AGOSTO / 2008


INFORMAÇÕES E ATIVIDADES

INTRODUÇÃO À CIÊNCIA SAGRADA – PROGRAMA AGARTHA


A Introdução à Ciência Sagrada – Programa Tais ensinamentos – os quais tomam ao sím-
Agartha, representa um baluarte intelectual que bolo, ao mito e ao rito como suporte para a
salvaguarda um legado espiritual perene e ao transmissão das energias espirituais que contém
mesmo tempo se eleva como um farol que – vão abrindo os círculos concêntricos da
emite raios de luz da Verdade, vindo a ser uma consciência, tornando-a límpida e cristalina,
didática e um guia para a Liberação, a verda- como um espelho que reflete sem impedi-
deira, a que não se confunde com a conquista mentos o raio do Intelecto. Eles se alicerçam
de parcialidades e nem se rebaixa a parti- como uma cidadela da Sabedoria; os homens e
cularidades individuais, que por certo nunca mulheres que tem penetrado seu conteúdo são
serão a autêntica Liberdade. as torres de defesa desta construção ideal; em
Suas páginas sintetizam – numa linguagem atu- todos eles está depositado um saber imemorial
al que seria inteligível para todos os habitantes que ao se encarnar ou se experimentar interior-
das cidades do planeta que se entregassem ao mente promove a regeneração do microcosmo e
seu estudo com o mesmo fervor e incondicio- do macrocosmo, a abertura da consciência aos
nalidade como fizeram os homens e mulheres estados múltiplos do ser sintetizados na Uni-
de conhecimento da Antiguidade – um conjunto dade, e também a vivência da Não-Dualidade.
de conhecimentos revelados que, bebendo da O Programa é, pois, uma ponte entre o concreto
fonte da Sabedoria e da Inteligência, tem sido e e material e o sutil e universal, reunidos todos
são os organizadores da vida de qualquer na unidade principal do Ser que é a alavanca até
civilização, forma cultural, usos, costumes e o totalmente indeterminado e incondicionado
modos de ser das sociedades tradicionais. da região do Infinito.

MÓDULO I O QUE É O AGARTHA?


A Introdução à Ciência Sagrada – Programa Segundo René Guénon, o Agartha é a deno-
Agartha compõe-se de três módulos a serem minação dada ao Centro Supremo da tradição
desenvolvidos em seis meses cada. Ele encerra oriental; ele representa o “pólo” ou o “eixo do
simultaneamente teoria e prática e está facil- mundo” e poderia ser denominado de modo
mente adaptado ao estudo e aplicação devido à diverso de acordo com a tradição que o
abordagem concisa de seus temas. Todos os expressa. Ele poderia ser chamado de Salém –
interessados em receberem as lições mensais cidade cujo Rei é Melki-Tzedek, Rei da Justiça
devem fazer seus pedidos através de nosso e- e Rei da Paz, exercendo ao mesmo tempo a
mail de contato que consta na página quatro função de Sacerdote do Deus Altíssimo, El
deste informativo. Devemos observar que este Elyon. Salém (a Paz) foi identificada poste-
programa de estudos e práticas é totalmente riormente à cidade de Jerusalém, a Terra Santa
gratuito e destinado a sinceros buscadores que das religiões abraâmicas.
desejam dele se beneficiar. No primeiro Dante, na Divina Comédia, desce ao Inferno,
módulo já disponível, assentam-se as bases do que se situa exatamente abaixo da cidade de
ensinamento simbólico e analógico, com Jerusalém, passando pelo centro da Terra até
capítulos que fazem o buscador penetrar no uma região sublunar que caracteriza o
coração do legado da Tradição Hermética, que Purgatório para elevar-se ao Paraíso Celeste.
tem transmitido aos homens e mulheres de Portanto, ele realiza sua jornada a partir do
conhecimento do Ocidente as idéias perenes e Centro Supremo, o “pólo” e “eixo do mundo”,
universais da Cosmogonia, suporte da para realizar a ascensão celeste nos ditames da
experiência Metafísica. iniciação do medievo cristão.
METAPHYSIKON – Nº 1 – AGOSTO / 2008 3
G RUPO DE ESTUDOS UNIVERSIDADE LIVRE
DE ESOTERISMO DE A LTOS ESTUDOS
TRADICIONAL DE SÃO PAULO

O G RUPO DE E STUDOS DE ESOTERISMO TRADICIONAL – GEET, vinculado à UNIVERSIDADE


LIVRE DE ALTOS E STUDOS – UNILAE, é uma associação que tem por finalidade reunir os
buscadores interessados na prática da concordância entre as mais diversas tradições com
o objetivo de perscrutar a “tradição primordial” ou philosophia perennis, suma de
conhecimento transcendente e iluminador:
A prática da concordância: “o que é designado dessa maneira não é próprio do esoterismo
ocidental em seu conjunto, mas assinala mais particularmente o início dos tempos
modernos, fim dos séculos XV e XVI, para surgir a partir do século XIX sob uma forma
diferente e conquistadora. Trata-se de uma tendência que consiste em querer estabelecer
denominadores comuns entre duas ou mais tradições diferentes, até entre todas as
tradições, com a esperança de se obter uma iluminação, uma gnose de qualidade superior,
que abrase a abrace num mesmo cadinho as diversas tradições para revelar ao homem de
desejo a imagem do tronco vívido e escondido do qual as tradições particulares seriam
apenas os ramos visíveis, uma Tradição Primordial dominando todas as outras tradições
religiosas ou esotéricas da humanidade.” (O Esoterismo, Antoine Favre)
A philosophia perennis: “a expressão philosophia perennis, que apareceu a partir do
Renascimento, e a qual a escolástica usou amplamente, designa a ciência dos princípios
ontológicos fundamentais e universais; ciência imutável como estes princípios, e
primordial pelo fato mesmo de sua universalidade e sua infalibilidade. Utilizaríamos de
bom grado a expressão sophia perennis para indicar que não se trata de "filosofia" no
sentido corrente e aproximado da palavra – a qual sugere simples construções mentais,
surgidas da ignorância, da dúvida e das conjecturas, e inclusive do gosto pela novidade e a
originalidade; ou também, poderíamos empregar a expressão religio perennis, referindo-
nos então ao lado operativo desta sabedoria, ou seja, a seu aspecto místico ou iniciático.”
(Em busca da religião perene, Frithjof Schuon)
O CÍRCULO MIKHAEL PSELLOS prolonga as atividades do GEET com o objetivo de
organizar grupos de trabalhos avançados que ultrapassam o simples estudo, desen-
volvendo uma perspectiva essencialmente iniciática devido a sua vinculação a ordens
efetivamente tradicionais, distantes das contrafações comuns que podem ser encontradas
em toda parte e que desempenham muito mais a função de organizações contra-
iniciáticas, verdadeiros embustes com fins propriamente financeiros.

correio eletrônico:
geetcontato@gmail.com

Você também pode gostar