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PROPÓSITO
Compreender a relação entre trabalho, saúde e qualidade de vida no ambiente corporativo e
apresentar os indicadores usados para mensurá-los.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever os indicadores de saúde no trabalho
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho têm sido uma área com muito destaque
tanto para governos, empresas quanto para a sociedade em geral. Essa afirmação é reforçada
pelos eventos pelo qual o mundo tem passado, com destaque para a pandemia causada pela
Covid-19, e os conflitos raciais decorrentes do assassinato do afro-americano George Floyd,
nos EUA, em 2020.
MÓDULO 1
As perdas originadas pelos acidentes e afastamentos por doenças no trabalho são relevantes e
preocupantes. Somente no Brasil, em 2017, ocorreram 549.405 casos, segundo levantamento
realizado pelo Ministério da Fazenda.
ATENÇÃO
ACIDENTE
É aquele que obrigatoriamente ocasiona uma lesão, estrago ou fatalidade à saúde do
trabalhador
INCIDENTE
Não chega a se transformar em acidente. Por exemplo, em um escritório de contabilidade, um
alarme de incêndio é disparado, todos evacuam de forma emergencial, não havendo feridos
nem equipamentos danificados, caracterizando-se assim como um incidente.
A interligação entre segurança e saúde deixa claro que ambas têm como objetivo proporcionar
proteção e bem-estar aos trabalhadores.
De acordo com Gonçalves e Antônio (2019), a questão da saúde no trabalho tem relação direta
com a redução e prevenção das doenças ocupacionais, que são aquelas que decorrem da
atividade que o trabalhador executa e das condições de trabalho em que se encontra.
SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT), AS
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO
CAUSAM A MORTE DE 2 MILHÕES DE
PESSOAS POR ANO.
OS INDICADORES DE SAÚDE NO
TRABALHO
Para que uma organização possa gerenciar a condição de saúde no trabalho de seus
colaboradores, há a necessidade do monitoramento de indicadores. De acordo com a
Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), indicadores são definidos como:
LAGGING INDICATORS
Lagging indicators (indicadores reativos) se preocupam em mensurar os acontecimentos
passados, por exemplo, o indicador que mede o número de pessoas infectadas pela Covid-19.
LEADING INDICATORS
Leading indicators (indicadores proativos) são os indicadores que apontam para um
desempenho futuro, a fim de dar direção às próximas ações que devam ser tomadas, por
exemplo, um indicador que informe o percentual de colaboradores que foram treinados para
lidar com a Covid-19 no local de trabalho.
Vale ressaltar que os indicadores proativos indicam uma direção para que os gestores e
colaboradores adotem uma atitude voltada para o comportamento seguro, em que todos são
conscientes dos riscos de cada atividade realizada no ambiente de trabalho, e a partir de então
tomem medidas e ações que permitam manter a integridade de todos.
Você sabe a diferença entre indicadores reativos e proativos na saúde do trabalho? Assista ao
vídeo abaixo e conheça um pouco mais:
A seguir, temos as de normas relacionadas à SST de caráter geral com o seu respectivo tema
e indicadores.
NR-4
NR-5
Seu tema apresenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Ela trata da
criação da CIPA para a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Como
exemplo de indicadores, temos o número de participantes da CIPA, o número de treinamentos
realizados por esta, o número de eleições realizadas e seu respectivo período, bem como a
existência de um mapa de risco.
NR-6
NR-7
Esta NR refere-se aos programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Ela
trata da elaboração e implementação do PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação
da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Como exemplo de indicadores, temos o número
de PCMSO realizados, o número de exames admissionais, periódicos e demissionais.
NR-9
NR-15
Esta NR refere-se a atividades e operações insalubres, bem como aos fatores que podem
causar insalubridade e seus limites de tolerância. Como exemplo de indicadores, temos o
número de laudos de insalubridade, o número de planos de ações e o percentual de gasto com
adicional de insalubridade.
NR-16
NR-23
Seu tema refere-se à proteção contra incêndios e diz respeito à implementação de ações e
medidas preventivas a serem tomadas com relação à proteção contra incêndio. Como exemplo
de indicadores, temos o número de equipamentos no combate ao fogo, o percentual de
equipamentos de proteção contra incêndio e o percentual de pessoas treinadas no uso correto
de equipamento de combate ao fogo.
NR-24
Esta NR apresenta as condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, e diz respeito
às exigências mínimas que devem ser seguidas quanto à higiene e conforto no local de
trabalho. Como exemplo de indicadores, temos o número de instalações sanitárias, o
percentual de sanitários masculinos, o percentual de sanitários femininos e o percentual de
atendimento às condições de conservação, limpeza e higiene das instalações sanitárias.
NR-25
Seu tema apresenta resíduos industriais e refere-se à maneira como são gerados,
manuseados, acondicionados, transportados e descartados os resíduos industriais. Como
exemplo de indicadores, temos o percentual de atendimento aos exames exigidos pelos órgãos
competentes, o percentual de resíduos sólidos produzidos, o percentual de resíduos líquidos
produzidos e o percentual de resíduos sólidos de alta toxidade e periculosidade.
NR-26
ÍNDICE DE TURNOVER
O índice de turnover, também conhecido como taxa de rotatividade, é a verificação do número
de entradas e saídas de colaboradores de uma organização em um determinado período,
geralmente, mensurado mês a mês. Veja a fórmula abaixo:
Í Í
Í Í
Caso o seu índice apareça elevado, pode ser um indicativo de que possíveis fatores não
desejáveis possam estar ocorrendo e impactando na retenção de colaboradores, o que
demanda uma maior atenção por parte da organização.
EXEMPLO
Por exemplo, se uma empresa possui 200 funcionários ao iniciar o mês de maio e termina com
180, então foram desligados 20 funcionários e o seu índice de turnover foi de 10%, o que é um
percentual elevado. Considera-se uma taxa de 1% ao mês como sendo ideal para o índice de
turnover.
Ú Ê
Ú Ê
EXEMPLO
Uma empresa verificou que em determinado mês, o total de horas úteis perdidas de seus
funcionários foi de 60 horas. Considerando que o número de horas úteis totais era de 2400,
então o nível de absenteísmo foi de 2,5%.
ÍNDICE DE DORT
Esse indicador mede o percentual de trabalhadores afetados por doenças causadas por
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, o DORT. Sua fórmula é apresentada
abaixo:
Ê
Í É Ê
Fonte: Autor
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Acidente.
B) Não acidente.
C) Ação negligente.
D) Incidente.
A) Índice de motivação.
B) Índice de turnover.
C) Taxa de gravidade.
D) Índice de recall.
GABARITO
1- Um trabalhador que executa uma tarefa no alto de uma edificação, deixa cair uma
ferramenta que atinge o solo sem causar qualquer dano pessoal ou material. Esse
evento é definido como:
MÓDULO 2
TIPOS DE INDICADORES
O tema segurança no trabalho é percebido como relevante para as organizações, pois tem
impacto direto no seu resultado. Evitar acidentes é uma política adequada, uma vez que
funcionário e empresa se beneficiam mutuamente em ambientes seguros, permitindo que o
trabalhador execute sua atividade sem preocupação e, o mais importante, sem prejuízos à sua
saúde. A empresa também se beneficia, pois não perde produtividade em virtude de
afastamento ou ausências e evita gastos com tratamentos ou possíveis ações judiciais.
VOCÊ SABIA
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1919, tem como objetivo promover a
justiça social, além de priorizar ações que incentivem a saúde e segurança no local de
trabalho, sendo um exemplo da organização dos diversos atores sobre o tema. Ela criou um
material gratuito que permite adaptar e implementar uma metodologia que cria modelos que
são usados para intervir de forma efetiva na saúde e segurança ocupacional da cadeia de valor
global e do país, chamado de Occupational Safety and Health in Global Chains Starterkit. Para
tanto, indicadores foram criados para avaliar o seu desempenho, permitindo que ajustes e
correções sejam efetuados, o que reforça a importância de conhecermos mais profundamente
os indicadores, os quais, no caso, serão voltados para a área de segurança no trabalho.
INDICADORES
NORMATIVOS
São aqueles indicadores que obedecem a uma legislação vigente e normas estabelecidas,
como a resolução RDC 319 da Anvisa, que indica as diretrizes gerais de boas práticas de
fabricação de medicamentos.
INDICADORES DE PREVENÇÃO
São aqueles que rastreiam as possíveis causas de acidentes de trabalho de forma preventiva,
geralmente em sintonia com os requisitos normativos, por exemplo, o programa de controle
médico de saúde ocupacional (PCMSO).
O PCMSO tem caráter preventivo e é composto de uma série de exames ocupacionais para
que se possa avaliar as condições de saúde física e mental do trabalhador.
INDICADORES DE DIAGNÓSTICO
Têm como objetivo a identificação de riscos, perigos e agentes que possam causar danos à
segurança do trabalhador, sendo relacionado normalmente a alguma norma como a ISO
45001. Um exemplo disso são os indicadores de riscos operacionais.
INDICADORES DE SEGURANÇA NO
TRABALHO
Os principais indicadores reativos de segurança no trabalho são:
Índice de gravidade.
Taxa de frequência.
Devido à falta de segurança no trabalho, muitos acidentes acontecem, fazendo com que as
empresas utilizem o indicador do tempo perdido com o socorro do funcionário acidentado, para
medir o tempo em que a organização ficou sem produzir. Há situações em que várias pessoas
são acionadas e até por uma questão de sensibilidade por parte dos colegas, estes também
param suas atividades, gerando mais perdas.
Fonte: Halfpoint / Shutterstock
Fonte: Autor
ÍNDICE DE GRAVIDADE
Esse indicador mede o impacto da ausência de cada colaborador devido a algum acidente
ocorrido no trabalho. Ele é calculado somando-se a quantidade de dias perdidos com os dias
debitados por milhão de horas/homem de exposição ao risco e depois dividindo-se pelo
número de horas/homem de exposição ao risco, conforme é orientado na NBR 14280/2001.
Veja a fórmula abaixo:
Fonte: wavebreakmedia/ Shutterstock
G = Índice de gravidade
Esse indicador ajuda na avaliação dos programas e processos voltados para a eficácia da
segurança no trabalho.
EXEMPLO
Imagine que uma empresa possua 300 colaboradores com jornada mensal de 220h. No mês
de junho foram registrados 2 acidentes que resultaram em 8 dias perdidos. Utilizando-se a
fórmula do índice de gravidade, chegamos ao valor de 121,21.
Segundo a OIT, o índice de gravidade até 500 é considerado muito bom, de 500,1 a 1000 é
bom, de 1000,01 a 2000 é considerado regular e acima de 2000 é considerado péssimo.
TAXA DE FREQUÊNCIA
TF = Taxa de frequência
EXEMPLO
Digamos que uma empresa possua 300 colaboradores com jornada mensal de 220h. No mês
de agosto, foram registrados 7 acidentes que resultaram em 16 dias perdidos. Utilizando-se a
fórmula da taxa de frequência, chegamos a um valor de 75,75.
Clima de segurança.
ÍNDICE DE TREINAMENTO
Esse índice verifica o percentual de profissionais que trabalham com segurança ocupacional
em relação ao número total de trabalhadores da empresa.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
CLIMA DE SEGURANÇA
Tal indicador mede o engajamento dos gerentes e supervisores, nos mais diferentes níveis da
organização, em relação à adoção e gerenciamento de programas e ações que sejam voltadas
para a segurança no local de trabalho. Um elevado percentual deste indicador permite uma
construção de confiança dos colaboradores para utilizar práticas e procedimentos de
segurança no trabalho, uma vez que se percebe que segurança é uma alta prioridade da
organização.
Fonte: Flamingo Images/Shutterstock
PORCENTAGEM DE TRABALHADORES
DECLARANDO CONHECIMENTO DA POLÍTICA
DE SEGURANÇA OCUPACIONAL
ATENÇÃO
Caso haja um número elevado neste indicador, significa que ações como cursos, palestras e
dinâmicas devam ser realizadas para que essa lacuna possa ser preenchida, e que acidentes
possam ser evitados devido à falta de conhecimento dessas políticas.
É importante que se faça o monitoramento regular desses indicadores, para que se possa
verificar como anda o desempenho das ações de prevenção aos acidentes de trabalho, bem
como permitir uma rápida resposta às mudanças que sejam necessárias a partir dos resultados
encontrados.
Na maioria das empresas, os indicadores reativos são os mais utilizados, além de fornecerem
informações sobre a eficácia das ações já realizadas, ou seja, após o acidente ter ocorrido. O
número de acidentes de trabalho é o indicador reativo mais usado nas organizações. Já os
indicadores proativos, apesar de serem menos usados, principalmente nas empresas de médio
e pequeno porte, permitem que haja o seu monitoramento e correção no momento, tendo
assim, um caráter preventivo, isto é, antes do acidente acontecer.
RESUMINDO
Os indicadores são ferramentas usadas para medição de desempenho, que têm como objetivo
fornecer informações a respeito dos resultados esperados da qualidade da saúde e segurança
ocupacional de uma organização. A partir da criação desses indicadores, é possível
desenvolver processos que permitam uma gestão eficaz voltada para o tema em questão.
Antes de seguir com o conteúdo, veja algumas explicações sobre índice de gravidade, taxa de
frequência e índice de treinamento no vídeo:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Os indicadores normativos são aqueles que estão vinculados a uma questão legal em
vigência como as NRs.
C) Os indicadores de acidentes e incidentes são aqueles que obedecem às normas como a
ISSO.
GABARITO
QVT
Tradicionalmente, qualidade de vida é relacionada a medidas objetivas, tais como a quantidade
de moradias por região, número de refeições por dia e número de residências com acesso à
água potável, entre outras. A partir da segunda metade dos anos 1970, foram introduzidas
medidas subjetivas na avaliação da qualidade de vida, tais como satisfação e percepção.
Fonte:Bplanet/ Shutterstock
ESSA NOVA ABORDAGEM TAMBÉM FOI
USADA NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE
VIDA NO TRABALHO (QVT).
QVT é um modelo de gestão no qual se consegue uma autoestima por parte dos
colaboradores, conferindo um entendimento de equilíbrio entre saúde, trabalho e desempenho.
Havia um entendimento que o QVT era uma reação do indivíduo ao trabalho, em que o foco
era melhorar a qualidade de vida no trabalho de forma individual, portanto o QVT era entendido
como uma variável.
DE 1969 A 1974
O QVT também foi estudado sob a ótica do indivíduo, mas vinculado a resultados
organizacionais em que se buscava melhorar tanto para o empregado quanto para a direção,
sendo o QVT entendido como uma abordagem.
DE 1972 A 1975
O QVT foi definido como um conjunto de abordagens, método ou técnicas para melhorar o
ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT era vista como
sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas
plantas, com integração social e técnica, sendo entendido como um método.
DE 1975 A 1980
O QVT era uma declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos
trabalhadores com a organização. Os termos “administração participativa” e “democracia
industrial” eram frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT, sendo entendido
como um movimento.
DE 1979 A 1982
O QVT era assimilado como um todo e usado como solução à competição estrangeira,
problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e outras
questões organizacionais.
O entendimento mudou radicalmente, pois havia a interpretação de que o QVT era apenas um
modismo, e que se um projeto de QVT fracassasse, essa seria a sua justificativa.
O modelo QVT leva em conta fatores orientados para a organização e para o trabalhador. O
fator direcionado à organização é chamado de Organizacional e os fatores orientados para o
trabalhador são: o biológico, o psicológico e o social. A esse conjunto de fatores associados ao
trabalhador chamou-se de modelo biopsicossocial.
FATOR BIOLÓGICO
Procura identificar questões como o estado nutricional, fatores de saúde e segurança e
questões hereditárias ou adquiridas. Merecem destaque ações voltadas para programas com
foco na saúde, alimentação e vícios desenvolvidos pelos colaboradores.
FATOR PSICOLÓGICO
Refere-se a características da personalidade, relação afetiva, satisfação e confiança. Sugere-
se programas que incentivem o lazer externo e tratamentos terapêuticos. O fator social trata da
relação das pessoas com o grupo a que elas pertencem, por exemplo, hábitos de consumo,
nível de escolaridade e características similares. Usualmente, realizam-se palestras de
conscientização, programas de reciclagem e ações que promovam a cidadania.
FATOR ORGANIZACIONAL
Tem como destaque ações relacionadas à flexibilidade dos arranjos físicos e adoção de
programas de benefícios, que trazem, como consequência, ganhos de produtividade,
competitividade e qualidade nos produtos e processos realizados.
INDICADORES BPSO
A partir deste entendimento, a doutora Limongi-França construiu, em 1996, o modelo
BPSO-96, no qual foram constatados indicadores para a mensuração e possibilidade de
análise desses fatores.
Shutterstock - Hadrian
Na área social, temos ações que oferecem benefícios sociais obrigatórios e espontâneos e
criam oportunidade de lazer e cultura. A satisfação é percebida quanto ao suporte social de
benefícios legais e espontâneos, como em programas que tratam de direitos legais, de eventos
de turismo e cultura, de atendimento à família e de atividades associativas e esportivas. Como
exemplo de indicadores, temos o percentual de envolvimento da família, o percentual de
assistência à educação formal e o número de eventos esportivos realizados.
Shutterstock - RYUSHI
Na área biológica, temos ações que promovem a saúde, que controlam os riscos ambientais e
atendem às necessidades físicas. A satisfação é percebida quanto aos programas e serviços
que garantem bem-estar físico ou recuperação de doenças e manifestações clínicas, como a
criação de um mapa de risco, a formação da SIPAT, o fornecimento de refeições, uso de
serviços médicos internos e externos, melhorias ergonômicas dos postos de trabalho e na
realização de treinamentos específicos. Como exemplo de indicadores, temos o fator de
conforto físico/insalubre e o fator alimentação.
ATENÇÃO
De acordo com Ferreira (2008), podemos agrupar os indicadores, de acordo com o impacto
que eles podem gerar em relação à produção e aos trabalhadores.
NA PRODUÇÃO
“Erros frequentes na execução de tarefas em virtude, sobretudo, de condições pouco
adequadas de trabalho e formação profissional deficiente (aplicativos de computador com
usabilidade deficitária que induz aos erros).
NOS TRABALHADORES
“Absenteísmo crônico que invade o cotidiano de trabalho, superando taxas administráveis
e agravando as condições daqueles que permanecem trabalhando em virtude, sobretudo,
do aumento da carga de trabalho. Paradoxalmente, em muitos casos ausentar-se
sistematicamente do trabalho termina funcionando para alguns trabalhadores como
estratégia de preservar a própria saúde mental e física.
Acidentes que crescem sem cessar nas organizações e que produzem uma gama de
efeitos nocivos: mutilação de vidas, geração de incapacidades temporárias e
permanentes, afastamentos das atividades laborais e aposentadorias precoces. O custo
individual, coletivo, social, empresarial e estatal dos acidentes, no caso brasileiro, é
colossal, embora sua avaliação e medidas necessitem ser aprimoradas.
Outro modelo usado no tema QVT, é o de Ferreira, criado em 2011, o qual considera diferentes
indicadores e fatores estruturantes na análise do tema. São eles:
Shutterstock - Hadrian
Shutterstock - ArliftAtoz2205
Shutterstock - RYUSHI
Percebemos que os programas de QVT têm como finalidade elevar o nível de satisfação e
bem-estar dos colaboradores, que trazem uma série de benefícios para todos os atores
envolvidos, a partir de um alinhamento das questões empresariais com as perspectivas
humanas.
No estudo sobre os indicadores de QVT, com base em uma visão biopsicossocial, foram
considerados estudos e modelos antes do impacto sofrido com a pandemia da Covid-19. O que
representa que possíveis ajustes ou até mesmo novos modelos devam ser elaborados e,
consequentemente, possam surgir novos indicadores que até o momento não haviam sido
utilizados ou pensados.
Antes de finalizarmos esse conteúdo, entenda mais sobre Modelo BPSO na escolha dos
indicadores de QVT assistindo ao vídeo abaixo:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1 - NO TRABALHO EM TURNO E NOTURNO, OS TRABALHADORES
ESTÃO SUJEITOS À EXPOSIÇÃO DE FATORES PSICOSSOCIAIS QUE
INTERFEREM NOS PROCESSOS SAÚDE-DOENÇA. SEUS EFEITOS NA
SAÚDE DOS TRABALHADORES, ASSIM COMO AS PRINCIPAIS MEDIDAS
DE INTERVENÇÃO QUE VISAM A MINIMIZAR AS DIFICULDADES
ENFRENTADAS PELOS TRABALHADORES QUANTO À SAÚDE E AO
BEM-ESTAR ORGÂNICO E SOCIAL SÃO:
B) Uma das recomendações é a definição de turnos fixos noturnos para que o trabalhador
possa se adaptar, visto que o rodízio de turnos é mais prejudicial.
C) Com relação aos ritmos biológicos, propõe-se que o cronotipo do trabalhador seja
considerado na escolha do tipo de esquema de trabalho.
D) As situações de risco para acidentes, doenças físicas e transtornos mentais são iguais para
os trabalhadores do turno da noite comparados aos demais, pois a demanda de trabalho neste
período é menor.
D) Mapear performance fisiológica e psíquica dos participantes quanto a seu nível de estresse
e qualidade de vida.
GABARITO
O fator biológico procura identificar questões como o estado nutricional, fatores de saúde e
segurança e questões hereditárias ou adquiridas. Merecem destaque ações voltadas para
programas com foco na saúde, alimentação e vícios desenvolvidos pelos colaboradores.
O modelo QVT leva em conta fatores orientados para a organização e para o trabalhador. O
fator orientado para a organização é chamado de organizacional e os fatores que são
orientados para o trabalhador são: o biológico, o psicológico e o social. As questões
psicológicas são as que promovem a autoestima e o desenvolvimento de capacidades
pessoais e profissionais. Satisfação percebida quanto ao atendimento das necessidades
individuais de reconhecimento, autoestima e desenvolvimento.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste estudo que há uma gama de indicadores que são de caráter reativo e que são
impostos por questões legais, como no caso das NRs, e outros de caráter proativo, que se
preocupam em prevenir acidentes e doenças ocupacionais.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, S. M. de. Qualidade de vida no trabalho - Proposta de um modelo integrador do
BPSO com justiça organizacional para o bem-estar de servidores públicos. Tese (Doutorado
em Administração) ‒ Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de
São Paulo, 2016.
MOTA, K. Guia prático: aprenda como definir e utilizar os indicadores de desempenho. 42. ed.
São Paulo: Qualidade, Fundação Nacional da, 2018.
SHEA, T. et al. Leading indicators of occupational health and safety: An employee and
workplace level validation study. In: Safety Science, v. 85, p. 293–304, 2016.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise:
Taxa de gravidade.
Turnover
BPSO
CONTEUDISTA
Fernando Celso Garcia da Silveira
CURRÍCULO LATTES