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DEFINIÇÃO

Construção histórica da Segurança do Trabalhador no ambiente de trabalho e Estruturação da


Promoção da Saúde Ocupacional.

PROPÓSITO
Compreender a construção de normas internacionais e nacionais relacionadas a ambientes de
trabalho seguros e à promoção da saúde ocupacional, e a importância desses aspectos na
contínua evolução dos países no que se refere à prevenção de doenças e de acidentes de
trabalho.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Descrever a construção histórica da Segurança e Saúde Ocupacional Internacional

MÓDULO 2

Reconhecer a evolução histórica da Segurança e Saúde Ocupacional no Brasil

INTRODUÇÃO
Muitos trabalhadores passam a maior parte do tempo no seu local de trabalho e, desta forma,
nada mais justo que esse seja um ambiente agradável e seguro. Hoje temos alguns direitos
que foram conquistados ao longo da história, proporcionando ao trabalhador um ambiente de
trabalho com mais conforto e qualidade.

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Abordar esse assunto é importante porque nos mostra como a segurança e a saúde dos
trabalhadores vem sendo conduzida ao longo do tempo. É imprescindível que o ambiente de
trabalho seja seguro e ofereça meios para a promoção da saúde dos trabalhadores.

Mas antes de entrarmos exatamente em nosso assunto, vamos fazer um exercício rápido e
fácil: imagine uma indústria têxtil, pense em todos os setores, imagine a matéria prima
chegando, as máquinas funcionando, o tamanho do ambiente, pense também nos
trabalhadores. Como é esse ambiente? Grande ou pequeno? Fechado? Tem circulação de ar?
Tem local para alimentação? É um ambiente sujo? As máquinas são silenciosas ou
barulhentas? E os trabalhadores? Como estão vestidos? Camiseta? Bermuda? Chinelos?

Fonte: ShutterStock

Pois é, hoje temos roupas apropriadas para ambientes de trabalhos específicos, temos
ambientes limpos, com iluminação adequada, entre outros. Mas será que sempre foi assim?
Talvez você tenha respondido: não sei. Mas como chegamos até aqui? Para entendermos a
padronização que temos hoje em alguns ambientes de trabalho é preciso voltar no tempo e
compreender o que já foi vivido e registrado por outras pessoas, em outras épocas. Então,
vamos para uma retrospectiva sobre como viviam os trabalhadores em outras épocas e o que
foi feito para que possamos compreender algumas regras de hoje.

MÓDULO 1

Descrever a construção histórica da Segurança e Saúde Ocupacional Internacional

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR


NA IDADE ANTIGA E MÉDIA

QUANDO A PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE DOS


TRABALHADORES E SEGURANÇA NOS AMBIENTES DE
TRABALHO COMEÇOU? NÃO SABEMOS AO CERTO, MAS O
QUE ALGUNS REGISTROS NOS MOSTRAM É QUE JÁ NA
ÉPOCA DOS GRANDES FILÓSOFOS EXISTIA UMA
PREOCUPAÇÃO OU PELO MENOS UMA ASSOCIAÇÃO ENTRE
ALGUMAS DOENÇAS COM O TRABALHO QUE AS PESSOAS
EXERCIAM, VIDE OS EXEMPLOS ABAIXO:

Fonte: ShutterStock

Hipócrates (460- 370 a.C.) foi pioneiro na descoberta da origem de muitas doenças, entre
elas, identificou as que são relacionadas ao trabalho. Em seu livro Ares, Águas e Lugares
publicou sobre envenenamento por chumbo e os trabalhadores expostos às minas de estanho.

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Aristóteles (384-322 a.C.), em seus registros, mostra que cuidou do atendimento e da
prevenção de doenças dos trabalhadores de mineração.

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Platão (428-347 a.C.) descobriu algumas doenças do esqueleto humano, comuns a


determinados trabalhadores no exercício de suas atividades.

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Plínio (23-79 d.C.) publicou a obra Naturalis Historiae. Nela, ele aborda a aparência e
deficiências dos trabalhadores expostos ao chumbo, mercúrio e poeiras. Além de identificar as
doenças, também recomendava o uso de máscaras feitas de bexiga de animais para a
proteção desses trabalhadores. Seria esse o embrião do que conhecemos hoje como
equipamento de proteção individual?
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Avicena (980-1037 d.C.) foi um médico árabe que relacionou cólicas, apresentadas por
trabalhadores expostos a tintas à base de chumbo. Muito tempo depois, à intoxicação causada
por exposição ao chumbo, deu-se o nome de saturnismo.

Poucos registros foram encontrados, até que entre os séculos XV e XVI observamos
significativas contribuições para a saúde e segurança dos trabalhadores. Nas obras de Ulrich
Ellenbog são recomendadas medidas de higiene no trabalho após a descrição de
envenenamento por mercúrio e chumbo. Georgius Agricola elabora a descrição de doenças e
acidentes de trabalho em trabalhadores de mineração e refino de metais, sugerindo a inclusão
do uso de ventilação para estas atividades. Paracelso, considerado o pai da Toxicologia,
estudou as infecções que acometiam os mineiros do Tirol e fez as primeiras descrições sobre
doenças respiratórias relacionadas à atividade de mineração.

ULRICH ELLENBOG (1435-1499)

É responsável pelo mais antigo tratado médico ocupacional.


GEORGIUS AGRICOLA (1494-1555)

É considerado o pai da Geologia como ciência.

PARACELSO (1493-1541)

Médico fundador da Bioquímica e da Toxicologia, considerado por muitos como um


reformador do medicamento.

Fonte: Wikimedia Commons

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR


NA IDADE MODERNA
Em 1700, o médico Bernardino Ramazzini publicou a famosa obra intitulada De Morbis
Artificium Diatriba, em português, Doenças dos Artífices. Nesta obra, Ramazzini apresentou um
estudo detalhado sobre aproximadamente 50 doenças relacionadas ao trabalho, tornando-se
mundialmente uma referência na área da saúde do trabalhador e considerado pai da Medicina
do Trabalho.

Fonte: Wikimedia Commons

SAIBA MAIS

A pergunta "Com o que você trabalha?" foi introduzida na entrevista médica por Ramazzini ao
perceber que muitos trabalhadores estavam adoecendo por causa do trabalho, assim, tal
questionamento facilitava a identificação da causa da doença.

Naquela época, não existiam direitos dos trabalhadores, atualmente, é importante que o
médico consiga associar a doença ao ambiente de trabalho (se o trabalhador estiver
adoecendo por causa do trabalho), pois, dessa forma, alguns direitos são garantidos, como
veremos em outro momento.

Para Ramazzini, o trabalho podia ser exercido sem a ocorrência de doenças desde que fossem
tomadas medidas corretas de prevenção. Apesar de suas evidências, não há registros de
qualquer política pública que tenha sido proposta na época para reduzir os riscos a que os
trabalhadores estavam expostos. As vítimas dos acidentes e das doenças relacionadas ao
trabalho eram quase exclusivamente escravas e pessoas com nível socioeconômico baixo.
Porém, a situação estava prestes a mudar.

PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Com a Revolução Industrial (1760-1830), na Europa, outros problemas começaram a surgir.
Segundo Moraes (2009), a Revolução Industrial foi um processo de transformação que iniciou
na Inglaterra devido às condições favoráveis como, por exemplo: muita matéria-prima e amplo
mercado consumidor nas colônias.

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Embora a industrialização tenha transformado profundamente a sociedade na segunda metade


do século XVIII, o aparecimento de novas doenças relacionadas ao trabalho e muitos relatos
de acidentes passaram a fazer parte do dia a dia das famílias que trabalhavam nas fábricas
(sim, famílias: pais, mães, crianças e adolescentes).
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Com o surgimento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão perdeu espaço e
domínio dos meios de produção. As máquinas os substituíram e, para o sustento da família,
muitos foram contratados para trabalharem nas fábricas. As mulheres e crianças, recebendo
salários menores.

Sobre os locais de trabalho, há registros das péssimas condições para as atividades laborais e
inclusive péssimas condições de higiene. Lembra da pergunta lá no início do módulo? Como
você imagina uma indústria têxtil? Na época da Revolução Industrial, as fábricas eram sujas e
a iluminação precária. Não se tinha o conhecimento de que esses ambientes sujos ajudavam
na propagação de várias doenças, também conhecidas como pestes.

Fonte: ShutterStock
EXEMPLO

Agora, vamos pensar na seguinte situação: você foi contratado para trabalhar em uma indústria
como operador de uma máquina que funciona com os comandos em um painel, porém não te
passam as instruções. Você terá que aprender como manusear a máquina sozinho. Para
alguns, talvez seja fácil pelo conhecimento de aparelhos eletrônicos, mas para outros será um
desafio.

Como manusear uma máquina que nunca vi na minha vida? E se eu fizer alguma coisa errada?
Hoje, é mais fácil de resolvermos essas situações, mas na época da Revolução Industrial era
árduo, como veremos agora.

A falta de conhecimento sobre a manipulação das máquinas e ausência de dispositivos de


segurança geravam vários acidentes graves e, como consequência, muitos trabalhadores eram
mutilados ou morriam, afinal, a maior parte deles eram artesãos e não tinham habilidade em
lidar com as máquinas.

Dentro das fábricas, por falta de ventilação, local apropriado para descanso, alimentação e
higiene muitas doenças infectocontagiosas eram transmitidas, além de doenças causadas pela
exposição a agentes químicos e intoxicações. A ausência de medidas de segurança causavam
mortes, inclusive das crianças.

Fonte: Shutterstock
Jovens trabalhando na sala de fiação do Cornell Mill em Fall River, Massachusetts. Foto de
janeiro de 1912 por Lewis Hine

Estamos falando de uma época que não havia qualquer tipo de regulamentação relacionada ao
trabalho, tudo era novidade e, desta forma, o empregador criava e fixava diretrizes, além de
modificá-las conforme sua vontade. Não existia limite de tempo para jornada de trabalho,
muitos trabalhadores iniciavam sua jornada de madrugada e só terminavam no início da noite,
ou dependendo da situação continuavam a noite toda em ambientes inapropriados e pouco
iluminados. Os ruídos emitidos pelas máquinas eram ensurdecedores, dificultando a
comunicação e contribuindo para o aumento do número de acidentes e das perdas auditivas.

Essa situação ficou insustentável. O número de crianças mutiladas, mulheres e homens


morrendo por causa desses ambientes fez com que a população se mobilizasse e cobrasse
uma posição do Estado. Desta forma, o Parlamento Britânico criou uma comissão de inquérito,
que posteriormente conseguiu que fosse aprovada em 1802 a primeira lei de proteção aos
trabalhadores: Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes. Esta lei estabelecia uma jornada de 12
horas de trabalho diário, proibia trabalho noturno, obrigava a ventilação nas dependências das
fábricas para remover gases, poeiras e outras impurezas que poderiam causar danos à saúde
e obrigava a lavagem das paredes duas vezes por ano.

Em 1831, foi publicada na Inglaterra a obra Os efeitos das artes, ofícios e profissões na saúde
e longevidade de autoria de Charles Turner Thackrah, o qual contribuiu para o
desenvolvimento de legislações voltadas aos trabalhadores. Em 1830 surgiu o primeiro serviço
médico industrial do mundo, com a nomeação do médico Robert Baker como o inspetor do
serviço.

CHARLES TURNER THACKRAH

Era um cirurgião inglês. Ele foi pioneiro no campo da Medicina Ocupacional e foi membro
fundador da Leeds School of Medicine.

EM 1833, HOUVE UMA PEQUENA MUDANÇA NAS CONDIÇÕES


DE TRABALHO COM A CRIAÇÃO DA LEI DAS FÁBRICAS, A
QUAL PROIBIA O TRABALHO NOTURNO PARA MENORES DE
18 ANOS, FIXAVA A IDADE MÍNIMA PARA O TRABALHO (13
ANOS) E EXIGIA EXAMES MÉDICOS DAS CRIANÇAS
TRABALHADORAS. EM 1869, NA ALEMANHA, E EM 1877, NA
SUÍÇA, FORAM INSTITUÍDAS LEIS QUE RESPONSABILIZAVAM
OS EMPREGADORES POR LESÕES OCUPACIONAIS.

SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Com o passar dos anos, novas ideias e necessidades da sociedade foram surgindo e, desta
forma, chegamos a Segunda Revolução Industrial, que teve seu início em meados do século
XIX, terminando ao final da Segunda Guerra Mundial. As fases da Revolução Industrial
simbolizam a evolução e transformação dos processos produtivos e, com isso, o aparecimento
de novas doenças ocupacionais. Por outro lado, representam o avanço da segurança dos
ambientes de trabalho e a conscientização dos trabalhadores sobre os seus direitos.

Fonte: ShutterStock

A Segunda Revolução Industrial ainda está fortemente relacionada à indústria, com o


aprimoramento de técnicas, surgimento de novas máquinas e introdução de novos meios de
produção, além de novas matérias-primas, como o aço, a eletricidade e o petróleo. Aqui a
industrialização expandiu-se para outros países, além dos europeus, como Estados Unidos e
Japão.

Essa nova fase modificou as relações entre pessoas, a forma de viver e de trabalhar. Sobre o
trabalho, para a organização industrial, herdeira da Primeira Revolução Industrial, foram
adotados novos processos de trabalho. E o aperfeiçoamento desejado nas indústrias veio com
Taylor e Ford.
Fonte: Wikimedia Commons

Em 1907, nos Estados Unidos, Frederick W. Taylor publicou a obra Princípios de Administração
Científica, na qual apresentou técnicas, mecanismos, estudo de tempos de movimentos,
padronização de instrumentos e ferramentas, padronização de movimentos, conveniência de
áreas de planejamento, sistema de pagamento de acordo com o desempenho e cálculo de
custos.

Em 1910, Henry Ford utilizou os Princípios de Produção em Massa em linhas de montagem,


diminuindo o tempo de duração dos processos, a quantidade de matéria-prima estocada e o
aumento da capacidade de produção, através da capacitação dos trabalhadores.
Fonte: Wikimedia Commons

O período entre a Segunda Guerra e o final do século XX caracterizou-se pelo predomínio de


um modelo econômico voltado para as necessidades internas dos países, com alto grau de
controle estatal e uma legislação trabalhista prescritiva, ou seja, que realmente deveria ser
observada e cumprida, e de princípio protecionista. Nas empresas, estabeleceu-se o modelo
fordista de produção em massa, marcado pela organização do trabalho hierarquizada e força
de trabalho de baixa qualificação, por empregos estáveis e salários fixos. (CHAGAS; SALIM;
SERVO, 2012)

CRIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO
Em 1919, com a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), houve mudanças
significativas no ritmo de trabalho e o enfoque das normas e práticas de proteção à saúde dos
trabalhadores. A OIT é uma grande referência internacional fundada para promover justiça
social. Tem estrutura tripartite formada por representantes de governos, de empregadores e de
trabalhadores que participam em situação de igualdade das diversas instâncias da
Organização.
Fonte: ShutterStock

A missão da OIT é promover oportunidades de trabalho decente em condições de liberdade,


equidade, segurança e dignidade. Os quatro objetivos estratégicos da Agenda de Trabalho
Decente da OIT são:

Definir e promover normas e princípios e direitos fundamentais no trabalho.

Criar maiores oportunidades de emprego e renda decentes para mulheres e homens.

Melhorar a cobertura e a eficácia da proteção social para todos.

Fortalecer o tripartismo e o diálogo social.

Por trabalho decente, a OIT entende: “condição fundamental para a superação da pobreza, a
redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o
desenvolvimento sustentável”. A entidade realiza o seu trabalho através de três organismos
principais compostos por representantes de governos, empregadores e trabalhadores.

A OIT é responsável pela formulação das famosas Convenções e Recomendações, que são
normas internacionais do trabalho. Atualmente, temos um total de 189 Convenções
Internacionais de Trabalho e 205 Recomendações sobre diversos temas. As Convenções e
Recomendações mais conhecidas são:

Limitação da jornada de trabalho a 8 horas diárias e 48 horas semanais.

Proteção à maternidade.

Definição da idade mínima de 14 anos para o trabalho na indústria.


Proibição do trabalho noturno para menores de 18 anos.

Proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação.

SAIBA MAIS

Recomendações

R090 – Igualdade de Remuneração de homens e mulheres trabalhadores por trabalho de


igual valor.

R097 – Recomendação sobre a proteção da saúde dos trabalhadores.

R112 – Recomendação de Serviços de Medicina do Trabalho.

R116 – Recomendação sobre redução de horas de trabalho.

O Brasil é um dos membros fundadores da OIT e participa da Conferência Internacional do


Trabalho desde a sua primeira reunião. Você sabia que vários projetos e programas criados no
Brasil em defesa dos trabalhadores foram criados de acordo com as Recomendações da OIT?
Exemplos: Combate ao trabalho infantil; combate ao trabalho em condições análogas às de
escravo; combate à informalidade; Plano Nacional de emprego e trabalho decente, entre
outros.

ALÉM DA OIT, HÁ A CONFERÊNCIA AMERICANA DE


HIGIENISTAS INDUSTRIAIS GOVERNAMENTAIS, QUE APESAR
DE NÃO TER A MESMA MAGNITUDE DA OIT, É MUITO
IMPORTANTE NO PROCESSO HISTÓRICO E EVOLUTIVO DA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO, COMO VEREMOS A
SEGUIR.

AMERICAN CONFERENCE OF
GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS
(ACGIH)
A Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais (ACGIH) foi criada em
1938 como Conferência Nacional Independente de Higienistas Industriais Governamentais
(NCGIH). Até 1946 os membros da NCGIH eram representantes de 24 estados, 3 cidades, 1
universidade e o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos da América. Em 1946, a
organização passou a ser chamada de Conferência Americana de Higienistas Industriais
Governamentais e ofereceu associação plena a todas as agências e instituições de higiene
industrial, bem como a profissionais higienistas de outros países.

Fonte: https://www.acgih.org/

A ACGIH se expandiu sem perder de vista um dos seus objetivos: incentivar o intercâmbio de
experiências entre profissionais higienistas e divulgar informações que possam ser úteis ao
cumprimento de suas funções. As publicações são referências mundiais na análise de riscos
físicos, químicos e biológicos.

A MAIS CONHECIDA CONTRIBUIÇÃO DA ACGIH PARA AS


EMPRESAS FOI O ESTABELECIMENTO DE VALORES LIMITES
PARA EXPOSIÇÃO A ALGUMAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS, EM
1941. AO EXPOR TRABALHADORES A SUBSTÂNCIAS
QUÍMICAS ACIMA DO LIMITE DE TOLERÂNCIA PERMITIDO
SEM EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA, AS EMPRESAS
OBRIGATORIAMENTE PRECISAM OFERECER MEIOS PARA
QUE ESTES ESTEJAM SEGUROS E NÃO ADOEÇAM.
PERIODICAMENTE, A LISTA COM NOVAS SUBSTÂNCIAS E
NOVOS VALORES LIMITES É ATUALIZADA. O LIMITE DE
TOLERÂNCIA É O ESTABELECIMENTO DE UMA QUANTIDADE
DE SUBSTÂNCIA A QUE O TRABALHADOR PODE FICAR
EXPOSTO POR UM DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO, SEM
EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA.

Fonte: ShutterStock

Ao longo dos anos, a ACGIH desenvolveu trabalhos e manuais sobre saúde ambiental,
segurança e saúde dos trabalhadores, toxicologia, substâncias cancerígenas, controle de
resíduos no local de trabalho, ergonomia, entre outros. Desde a sua criação, o principal
objetivo da ACGIH tem sido proteger os trabalhadores através do desenvolvimento de
diretrizes de exposição ocupacional baseadas em estudos científicos. Essas diretrizes
tornaram-se reconhecidas e utilizadas em todo o mundo.

COMENTÁRIO

Considerada uma referência na área da Higiene Industrial, a Conferência Americana de


Higienistas Industriais Governamentais (ACGIH) se expandiu sem perder de vista o seu
objetivo original: incentivar o intercâmbio de experiências entre trabalhadores de higiene
industrial ou do trabalho e divulgar informações que possam ser úteis ao cumprimento de suas
funções.

A primeira reunião com representantes de alguns países se deu em 1938, e de lá para cá


muitas mudanças aconteceram. Atualmente, os grupos de trabalho se concentram no estudo e
desenvolvimento de ações relacionados a vários tópicos, entre eles: Segurança e saúde
agrícola, instrumentos de amostragem de ar, bioaerossóis, índice de exposição biológica,
ventilação industrial, limite de tolerância para substâncias químicas, limites de intensidade para
agentes físicos, exposição à poeira de algodão, controle de substâncias cancerígenas no local
de trabalho.

TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Terceira Revolução Industrial teve início após a Segunda Guerra Mundial. Com o avanço da
ciência e da tecnologia, essa fase da Revolução Industrial passa a ser conhecida como
Revolução Técnico-Científica.

Aqui, temos o avanço das pesquisas e a criação e transformação de novas formas de trabalho,
como robótica, informática, telecomunicações, eletrônica e, no campo da ciência, a
revolucionária Engenharia Genética.

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A maior parte do sistema produtivo sofreu mudanças, e alguns problemas começaram a surgir,
como desemprego e exigência de mão de obra ultraespecializada. No campo da saúde do
trabalhador, doenças como Lesões por Esforços Repetitivos (LER), que até então não eram
levadas em consideração, começam a fazer várias vítimas, e apesar de novas tecnologias, os
acidentes de trabalho continuam.

LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS


(LER)

A lesão por esforço repetitivo afeta músculos, nervos, ligamentos e tendões. Esse tipo de
lesão pode ser causado por técnica inadequada ou uso excessivo.

POR OUTRO LADO, HÁ AVANÇOS NAS DISCUSSÕES SOBRE


O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA-TRABALHO E A
PARTICIPAÇÃO NAS DISCUSSÕES DOS TRABALHADORES
ATRAVÉS DOS SEUS REPRESENTANTES. NESSA FASE, HÁ
UM REFORÇO SOBRE A CONSCIENTIZAÇÃO DOS
EMPREGADOS ACERCA DA SUA RESPONSABILIDADE COM
SUA SEGURANÇA E SUA SAÚDE, OU SEJA, NÃO BASTA TER
OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO, É PRECISO FAZER USO
DELES.

QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Também conhecida como Indústria 4.0, a Quarta Revolução Industrial foi assim conceituada
por Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial. De acordo com Schwab, a
industrialização atingiu uma fase que transformará a forma como vivemos, trabalhamos e nos
relacionamos. A indústria 4.0 tende a ser automatizada a partir de sistemas que combinam
máquinas com processos digitais. As novas tecnologias mudarão drasticamente a natureza do
trabalho em todos os setores e ocupações.
Fonte: ShutterStock

O próprio Schwab questiona o que fazer para promover resultados mais positivos e ajudar
aqueles que ficarem presos na transição. Sabemos que ao longo da história muitos empregos
foram substituídos por outros e que o ser humano tem uma capacidade incrível de criar novas
formas de trabalhar, talvez nesse momento seja necessário mais estímulos à criatividade.

Por outro lado, esta nova fase nos trouxe outras preocupações no campo social e do meio
ambiente, uma vez que a população está envelhecendo e a cada dia temos mais poluição. As
Políticas Públicas precisam caminhar lado a lado com a evolução tecnológica para que seja
evitado o distanciamento de alguns grupos ao acesso ao novo mercado de trabalho.

autor/shutterstock

No campo da saúde e segurança do trabalho, além dos acidentes e das doenças clássicas
relacionadas a esse ambiente, hoje o mundo do trabalho enfrenta outros inimigos: o suicídio
relacionado ao trabalho, depressão e ansiedade.

DE ACORDO COM A OIT, A TERCEIRA MAIOR CAUSA DE


AFASTAMENTO DO TRABALHO NO MUNDO SÃO OS
TRANSTORNOS MENTAIS. NO BRASIL, ESSES TRANSTORNOS
TAMBÉM OCUPAM A TERCEIRA MAIOR CAUSA DE
AFASTAMENTO SEGUNDO O INSTITUTO NACIONAL DE
SEGURO SOCIAL (INSS). UM DOS PROBLEMAS
ENFRENTADOS PELOS PAÍSES NO COMBATE A ESSAS
DOENÇAS É QUE NÃO ESTÃO PREPARADOS, UMA VEZ QUE
AS DOENÇAS MENTAIS NUNCA ESTIVERAM TÃO EVIDENTES
NO AMBIENTE DE TRABALHO. E SE EXISTIAM, ERAM
IGNORADAS, POIS AS PESSOAS COM ESSE TIPO DE DOENÇA
SEMPRE FORAM ESTIGMATIZADAS.
A Quarta Revolução Industrial carrega um paradoxo: novas e modernas formas de trabalho,
porém com uma população não preparada para esse novo momento. Neste caso, alguns
fatores de risco contribuem para o aumento dos casos de depressão, ansiedade e tentativas de
suicídio relacionados ao trabalho.

Fonte:Shutterstock
Estados emocionais como insegurança e temor de ficar desempregado fazem com que os
trabalhadores se submetam a condições insalubres, assim como horas extras sem
remuneração.

Trabalhos aos finais de semana para completar renda viraram regra, retirando desse
trabalhador momentos de lazer tão importantes para sua produtividade.

Desconhecimento de novas tecnologias gera ansiedade, bem como informações sobre a


substituição do ser humano por robôs podem gerar medo.

Exaustões física e emocional também precisam ser levadas em consideração, uma vez que o
assalariado estressado fica mais vulnerável ao erro. O próprio desemprego é considerado um
fator de risco para o adoecimento do trabalhador.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os transtornos mentais podem causar às


pessoas doentes um grande sofrimento e disfunção, afetando a vida pessoal e profissional. O
futuro do trabalho apresenta uma série de oportunidades e desafios que exigem soluções
comuns alcançadas por meio do diálogo social, isto é, a participação de todos nas decisões no
que diz respeito aos novos modos de produção.
AS 4 REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. “A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) INFORMOU


NESTA SEXTA-FEIRA, 28 DE ABRIL, DIA MUNDIAL DA SAÚDE E
SEGURANÇA NO TRABALHO, QUE CERCA DE 2,3 MILHÕES DE
PESSOAS MORREM E 300 MILHÕES FICAM FERIDAS TODOS OS ANOS
NO MUNDO EM ACIDENTES DE TRABALHO.”

O TEXTO REVELA UMA DAS FACES DO PROCESSO DE


INDUSTRIALIZAÇÃO EM TODO O MUNDO. SOBRE O PROCESSO DE
TRABALHO AO LONGO DO TEMPO, PODEMOS CONSIDERAR COMO
CORRETAS AS OPÇÕES:

I. OS ACIDENTES DE TRABALHO NA ÉPOCA DA PRIMEIRA REVOLUÇÃO


INDUSTRIAL ACONTECIAM PORQUE OS TRABALHADORES NÃO
SABIAM MANUSEAR MÁQUINAS, NÃO TINHAM EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO E NÃO TINHAM REGULAMENTAÇÃO DE CARGA HORÁRIA
DE TRABALHO.

II. AS MOBILIZAÇÕES SOCIAIS E DE TRABALHADORES NÃO FORAM


IMPORTANTES PARA A CRIAÇÃO DE LEIS QUE GARANTISSEM
AMBIENTES DE TRABALHO SEGUROS.

III. É IMPORTANTE A CONSCIENTIZAÇÃO DO TRABALHADOR COMO UM


PROMOTOR DA PRÓPRIA SEGURANÇA, POR ISSO ELE NÃO PRECISA
UTILIZAR OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO QUE SÃO FORNECIDOS A
ELE PELO EMPREGADOR.

A) I, II, III

B) I

C) II, III

D) III

2. AO LONGO DOS ANOS, A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL TEM


APRESENTADO DIVERSAS FASES RELACIONADAS ÀS MUDANÇAS NOS
PROCESSOS PRODUTIVOS E NOS DIREITOS DOS TRABALHADORES.
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A FASE, AS
CARACTERÍSTICAS DESSA FASE E UMA AÇÃO QUE FAVORECE OS
TRABALHADORES:
A) Quarta Revolução Industrial, caracterizada pelo surgimento de máquinas elétricas e a
utilização do petróleo como matéria-prima em algumas indústrias. Foi um período em que os
trabalhadores foram favorecidos pela Recomendação da OIT sobre a limitação da jornada de
trabalho em 6 horas.

B) Primeira Revolução Industrial, caracterizada pela inserção da informática, eletrônica e


robótica, trazendo uma transformação nos meios de produção. Nessa fase, aparecem como
destaque as Lesões por Esforços Repetitivos e uma participação maior dos trabalhadores nas
decisões sobre ambientes de trabalho seguros.

C) Segunda Revolução Industrial, caracterizada pela indústria, porém agora com outras
matérias-primas, como o aço e o petróleo. A inserção da eletricidade nessa fase traz mudanças
no processo de trabalho. Aqui há um avanço relacionado ao ambiente de trabalho seguro.

D) Terceira Revolução Industrial, caracterizada pelo avanço das máquinas, que tendem a ser
automatizadas a partir de processos digitais. Nessa fase, há um aumento da depressão
relacionada ao trabalho e também o envelhecimento da população, além de ambientes mais
poluídos.

GABARITO

1. “A Organização Internacional do Trabalho (OIT) informou nesta sexta-feira, 28 de abril,


Dia Mundial da Saúde e Segurança no Trabalho, que cerca de 2,3 milhões de pessoas
morrem e 300 milhões ficam feridas todos os anos no mundo em acidentes de trabalho.”

O texto revela uma das faces do processo de industrialização em todo o mundo. Sobre o
processo de trabalho ao longo do tempo, podemos considerar como corretas as opções:

I. Os acidentes de trabalho na época da Primeira Revolução Industrial aconteciam


porque os trabalhadores não sabiam manusear máquinas, não tinham equipamentos de
proteção e não tinham regulamentação de carga horária de trabalho.

II. As mobilizações sociais e de trabalhadores não foram importantes para a criação de


leis que garantissem ambientes de trabalho seguros.

III. É importante a conscientização do trabalhador como um promotor da própria


segurança, por isso ele não precisa utilizar os equipamentos de proteção que são
fornecidos a ele pelo empregador.

A alternativa "B " está correta.

A Primeira Revolução Industrial representou um marco na economia de alguns países da


Europa, por outro lado, muitos problemas também surgiram, como doenças e acidentes do
trabalho. Tal fato se deu por causa do despreparo dos trabalhadores para atuarem em um
ambiente desconhecido, além da falta de equipamento de proteção individual e coletiva aliados
a uma carga de trabalho exaustiva. Com o passar do tempo, o trabalhador vai ganhando voz e
mudanças vão acontecendo, como o fornecimento de equipamentos de proteção pelos
empregadores, ambientes de trabalho seguros, dentre outros. No entanto, esses dispositivos
não são suficientes, pois junto a eles existe a necessidade da conscientização dos
trabalhadores sobre a uso correto e o respeito às normas de segurança dos ambientes de
trabalho.

2. Ao longo dos anos, a Revolução Industrial tem apresentado diversas fases


relacionadas às mudanças nos processos produtivos e nos direitos dos trabalhadores.
Assinale a alternativa que apresenta a fase, as características dessa fase e uma ação
que favorece os trabalhadores:

A alternativa "C " está correta.

A Segunda Revolução Industrial representou uma reestruturação do processo de trabalho na


indústria, as matérias-primas usadas da Primeira Revolução Industrial aos poucos foram sendo
substituídas, inclusive a forma de funcionamento dos maquinários. É uma fase na qual ainda
há adoecimento e acidentes de trabalho, mas agora com outras características.

MÓDULO 2

Reconhecer a evolução histórica da Segurança e Saúde Ocupacional no Brasil.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO BRASIL


No Brasil, utilizou-se a mão de obra escrava na mineração e agricultura até o século XIX e, por
isso, não há muitos registros sobre saúde e segurança relacionados ao trabalho desta época.
O surgimento da industrialização no Brasil aconteceu no final do século XIX, basicamente no
Rio de Janeiro e São Paulo, com grande semelhança ao processo de industrialização na
Inglaterra.

Fonte: ShutterStock

Fonte: ShutterStock

Assim como na Europa, o Brasil presenciou no momento da sua industrialização as más


condições de trabalho, jornada longa sem a remuneração adequada, a contratação da mão de
obra feminina e infantil e a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais.
Fonte: ShutterStock

Os ambientes eram mal iluminados, sem ventilação e não dispunham de instalações sanitárias.
Uma das justificativas para tal fato foi o de que as indústrias aqui montadas haviam sido
transferidas da Europa, e no Brasil não havia tradição de trabalho livre, logo era mais difícil
cobrar melhores condições de trabalho aos empregadores. Nem o trabalhador nem o
empregador conheciam outra prática no trato com a força de trabalho que não fosse a chibata.

“(...) AS CONDIÇÕES DE TRABALHO ERAM


DURÍSSIMAS: MUITAS ESTRUTURAS QUE ABRIGAVAM
AS MÁQUINAS NÃO HAVIAM SIDO ORIGINALMENTE
DESTINADAS A ESSA FINALIDADE, ALÉM DE MAL
ILUMINADAS E MAL VENTILADAS, NÃO DISPUNHAM
DE INSTALAÇÕES SANITÁRIAS”.

(DEAN, 1971)

Fonte: Wikimedia Commons


Foto do Primeiro Congresso Operário Brasileiro.

Em 1912 constitui-se a Confederação Brasileira do Trabalho (CBT) durante o 4º Congresso


Operário Brasileiro. A CBT tinha como finalidade promover um programa de reivindicações
operárias, tais como: jornada de trabalho de oito horas, semanas de trabalho com seis dias,
construção de casas para operários, indenização para acidentes de trabalho, limitação da
jornada de trabalho para mulheres e crianças, pagamento de seguro para casos de doenças e
velhice, estabelecimento de salário mínimo.

Fonte: Wikimedia Commons


Venceslau Brás e seu ministério.

Em 1918, o presidente do Brasil Venceslau Braz Gomes cria, através do Decreto nº 3.550, o
Departamento Nacional do Trabalho, com o objetivo de regulamentar a organização do
Trabalho. Em 1919, com o Decreto Legislativo nº 3.724, foi instituída a reparação em casos de
doença contraída pelo exercício do trabalho. O Decreto é conhecido como a primeira lei sobre
acidentes de trabalho.

Fonte: ShutterStock
Carlos Chagas, Primeiro Diretor do Departamento Nacional de Sáude.

A Lei Eloy Chaves (Decreto nº 4.688, 24/01/1923), com a criação da Caixa de Aposentadoria e
Pensões para os empregados de empresas ferroviárias, consolidou a base do sistema
previdenciário brasileiro. Também em 1923, foi criada a Inspetoria de Higiene Industrial e
Profissional, junto ao Departamento Nacional de Saúde, no Ministério do Interior e Justiça.

EM 1930 FOI CRIADO O MINISTÉRIO DO TRABALHO,


INDÚSTRIA E COMÉRCIO. E EM 1934, INTRODUZ-SE A
INSPETORIA DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO, NO
DEPARTAMENTO NACIONAL DO TRABALHO, DO MINISTÉRIO
DO TRABALHO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO. AINDA EM 1934 FOI
DECRETADA A SEGUNDA LEI DE ACIDENTES DO TRABALHO
(DECRETO Nº 24.637, 10/07/1934). EM 1938, A INSPETORIA FOI
TRANSFORMADA EM SERVIÇOS DE HIGIENE DO TRABALHO
E DIVISÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO EM
1942.
Foi fundada, em 1941, no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes
(ABPA) e, em 1943, é aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho-CLT (Decreto-Lei nº
5.452, 01/05/1943), elaborada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, o qual
elaborou também o primeiro projeto de Consolidação das Leis da Previdência Social.
SAIBA MAIS

Você sabe o que é CLT? A Consolidação das Leis Trabalhistas é a unificação de toda
legislação trabalhista que existia no Brasil até o momento da sua aprovação. Em 1944, o
Decreto-Lei nº 7.036, 10/11/1944 promoveu a reformulação da Lei de Acidentes de Trabalho.
Empresas com mais de 100 funcionários deveriam constituir uma Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) baseada na Recomendação 112 da OIT. A legislação brasileira
foi expressa no Capítulo V da CLT.

Em 1953 instituiu-se a Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho/SPTA (Decreto-Lei nº


34715, 27/11/1953), a ser realizada na 4ª semana de novembro de cada ano, e em 1960, a
Portaria 319, de 30/12/60, regulamenta o uso dos Equipamentos de Proteção individual/EPI.

SAIBA MAIS

Você sabia que parte dos acidentes de trabalho que ocorrem dentro das empresas é por causa
do uso incorreto ou o não uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI)? Quais os EPIs
que você conhece? Não se esqueça de que a empresa é obrigada a fornecer os
equipamentos de proteção individual corretos para cada funcionário.

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Na década de 1960, devido ao aumento dos registros de adoecimento e acidentes


relacionados ao trabalho, o governo brasileiro convidou técnicos da OIT para uma avaliação
das condições de segurança e higiene do trabalho em algumas indústrias brasileiras. Ao final
da atividade, os técnicos apontaram a necessidade da construção de um centro de
investigação sobre segurança, higiene e Medicina do Trabalho com o intuito de criarem
estratégias para a proteção física dos trabalhadores. Após a criação de um grupo de trabalho
com representantes de várias instituições nacionais e acompanhada pela OIT, em 1966 era
criada a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho
(Fundacentro), posteriormente conhecida como Fundação Jorge Duprat Figueiredo.

1970

Na década de 1970, o Ministério do Trabalho através das Portarias 3.236 e 3.237 tornou
obrigatória a existência de um serviço de saúde nas empresas com mais de cem empregados.

1976

Em 1976, foi instituído pela Lei nº 6.321, 14/04/1976, e regulamentado pelo Decreto nº 5,
14/01/1991, o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), cujo objetivo é incentivar as
empresas a oferecerem alimentação nutritiva aos trabalhadores. A adesão ao PAT pelas
empresas é voluntária, porém aquelas que participam do programa recebem alguns incentivos
fiscais, como desconto no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.

1978

Em 1978 o Ministério do Trabalho aprovou a Portaria 3.214, que criou as Normas


Regulamentadoras (NRs). As NRs são um conjunto de requisitos e procedimentos relativos à
segurança e saúde dos trabalhadores e são modificadas periodicamente de acordo com a
necessidade de atualização.

1987

Em 1987, pela Portaria 34, tornou-se obrigatório no Brasil, para todas as empresas em regime
de CLT, ter Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT), obedecendo o grau de risco da atividade desenvolvida e o número de trabalhadores.
Porém, as empresas começaram a atender a legislação um pouco mais tarde com a maior
fiscalização.

SAIBA MAIS

Mas o que é grau de risco da atividade? Saiba que risco nas empresas é uma escala de 1 a 4,
em que 1 são atividades que oferecem pouco risco e 4 é o grau máximo, definida pela Norma
Regulamentadora 4, para avaliar a intensidade e os riscos aos quais os trabalhadores estão
expostos.

Durante os anos 1980 surgiram outros centros de estudo sobre saúde e segurança do
trabalhador. Com a Constituição Federal de 1988, ampliaram-se atribuições e
responsabilidades dos estados e municípios na área da Saúde e Segurança do empregado, de
maneira que os Centros de Referência de Saúde do Trabalhador Estaduais e as Vigilâncias
Sanitárias passaram a ter competências para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock

Para a inserção no processo de globalização, o Brasil adotou, no contexto do Programa


Nacional de Qualidade e Produtividade, as normas ISO série 9000, que introduziram uma visão
sistêmica de gerenciamento da Qualidade e que se expandiram em várias áreas nas
empresas, incluindo muitas vezes a da Saúde e Segurança. Por extensão à área da Qualidade
e por serem compatíveis entre si, outras normas começaram a ser adotadas, como a série ISO
14000, para gerenciamento do ambiente, e a norma britânica BS 8800, para sistemas de
gestão da segurança e saúde no trabalho.

Na década de 1990, destacamos a Lei nº 8.218, 24/07/1991 sobre Planos de Benefícios da


Previdência Social, sofrendo posteriormente alterações. Esta lei também estabelece o conceito
legal de Acidente de Trabalho e de Trajeto e a obrigação da empresa em comunicar os
acidentes de trabalho às autoridades competentes.

2002

Em 2002, por meio da Portaria nº 365, 12/09/2002, o Ministério do Trabalho e Emprego instituiu
a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, com o objetivo prioritário de viabilizar
a elaboração do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente
Trabalhador.
2003

Em 2003 foi publicado o primeiro Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo.

2008

Em 17 de abril de 2008, foi aprovado o segundo Plano Nacional para Erradicação do Trabalho
Escravo, introduzindo modificações que decorrem de uma reflexão permanente sobre as
distintas frentes de luta contra a violação dos Direitos Humanos.

2014

Em 22 de maio de 2014 foi lançado, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Plano Nacional
de Combate à Informalidade dos Trabalhadores Empregados, tendo como um dos objetivos
instigar a formalização do trabalho assalariado aos trabalhadores informais da iniciativa privada
no Brasil, tendo como consequência a proteção social do trabalhador e a promoção da justiça
fiscal entre os empregadores.

Mais recentemente, temos a criação da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT),


vinculada à Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, órgão do Ministério da Economia. É
destinada a coletar, registrar, produzir e disseminar conhecimento dirigido às atividades da
Inspeção do Trabalho. Também promove o desenvolvimento de pessoas para o
aperfeiçoamento desta inspeção e busca garantir a efetividade das normas trabalhistas, sendo
referência na geração e disseminação de conhecimento na matéria trabalhista.
Fonte: gov.com.br/eSocial

POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA DO


TRABALHO
FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO
(FUNDACENTRO)
Considerada uma das maiores referências em formação e pesquisas sobre Segurança e Saúde
no Trabalho da América Latina, a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina
do Trabalho foi criada em 1966. Sobre seu papel educativo, entre 1973 e 1986, a Fundacentro
atuou na formação dos primeiros profissionais da área da Saúde e Segurança, como médicos,
enfermeiros e auxiliares de enfermagem do trabalho, engenheiros e técnicos de segurança.
Após 1986, essa atribuição passou a ser executada pelo Ministério da Educação, porém,
mesmo assim, a instituição continuou o seu compromisso com a formação de profissionais,
capacitando-os por meio de cursos, eventos e publicações.
Fonte: Shutterstock
Jorge Duprat Figueiredo: Um empresário envolvido com as questões de SST.

FUNDACENTRO

Em 1978, após a morte do primeiro presidente da instituição, Jorge Duprat Figueiredo, o


até então ministro do trabalho, Arnaldo da Costa Prieto, sugeriu a mudança do nome da
instituição, passando, assim, a se chamar Fundação Jorge Duprat Figueiredo.

A FUNDACENTRO TEM COMO MISSÃO “PRODUÇÃO E


DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS QUE CONTRIBUAM
PARA A PROMOÇÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DOS
TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS,
VISANDO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL,
COMO CRESCIMENTO ECONÔMICO, EQUIDADE
SOCIAL E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
LABORAL.”

(REIMBERG, 2016)

ELA DESEMPENHA UM IMPORTANTE PAPEL ATRAVÉS DA


PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NAS DISCUSSÕES E
ATUALIZAÇÕES DOS TEXTOS DAS NORMAS
REGULAMENTADORAS (PORTARIA Nº 3.214, DE 8 DE JUNHO
DE 1978), DESDE AS PRIMEIRAS REVISÕES. ATUALMENTE, A
FUNDACENTRO ESTÁ PRESENTE EM TODO O PAÍS,
OPERANDO DE ACORDO COM O TRIPARTISMO. A
INSTITUIÇÃO TEM COMO REPRESENTADOS NO CONSELHO
CURADOR: O GOVERNO, OS TRABALHADORES E
EMPRESÁRIOS, POR MEIO DE SUAS ORGANIZAÇÕES DE
CLASSE. ELA FOI DESIGNADA COMO CENTRO
COLABORADOR DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
(OMS), ALÉM DE SER COLABORADORA DA ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT).

PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA E


SAÚDE NO TRABALHO (PLANSAT)
O Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT) articula ações em busca da
aplicação prática da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho instituída pelo
Decreto nº 7.602 de 07 de novembro de 2011. O PLANSAT foi construído a partir da
cooperação entre órgãos governamentais, representantes dos trabalhadores e dos
empregadores.
Fonte: ShutterStock

“A CONVENÇÃO Nº 155 DA ORGANIZAÇÃO


INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT, QUE DISPÕE
SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE DOS
TRABALHADORES E O MEIO AMBIENTE DE
TRABALHO, DE 22 DE JUNHO DE 1981, APROVADA
PELO CONGRESSO NACIONAL EM 18 DE MAIO DE
1992 E INCORPORADA AO ORDENAMENTO JURÍDICO
BRASILEIRO ATRAVÉS DO DECRETO N.º 1.254, DE 29
DE SETEMBRO DE 1994, ESTABELECE O DEVER DE
CADA ESTADO-MEMBRO DE, EM CONSULTA COM AS
ORGANIZAÇÕES MAIS REPRESENTATIVAS DE
EMPREGADORES E TRABALHADORES, FORMULAR,
IMPLEMENTAR E REVER PERIODICAMENTE UMA
POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO, COM O OBJETIVO DE PREVENIR
ACIDENTES E DOENÇAS RELACIONADOS AO
TRABALHO POR MEIO DA REDUÇÃO DOS RISCOS À
SAÚDE EXISTENTES NOS AMBIENTES DE
TRABALHO.”

(BRASIL, 2012)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou em 2007 o Plano de Ação Mundial sobre a
Saúde dos Trabalhadores. No Plano, a OMS aponta a necessidade dos países-membros
formularem uma política de saúde do trabalhador, considerando o disposto nas convenções da
OIT e que estabeleça mecanismos de coordenação intersetorial das atividades da área.

Fonte: ShutterStock

No Brasil, em 2008, os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social


destacam a necessidade da construção de uma Política na área, enfocando-a de forma
coerente e contemplando a articulação entre as ações dos diversos órgãos, além de
observarem a necessidade do enfoque tripartite, de acordo com os princípios e diretrizes da
OIT. Desta forma, instituíram a Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho
(CTSST), tendo como competências (BRASIL, 2012 p. 10):

ARTIGO I
Revisar e ampliar a proposta da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho –
PNSST, elaborada pelo Grupo de Trabalho instituído pela Portaria Interministerial n.º 1.253, de
13 de fevereiro de 2004, de forma a atender às Diretrizes da OIT e ao Plano de Ação Global
em Saúde do Trabalhador, aprovado na 60ª Assembleia Mundial da Saúde ocorrida em 23 de
maio de 2007;

ARTIGO II
Propor o aperfeiçoamento do sistema nacional de segurança e saúde no trabalho por meio da
definição de papéis e de mecanismos de interlocução permanente entre seus componentes;

ARTIGO III
Elaborar um Programa Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho com definição de
estratégias e planos de ação para sua implementação, monitoramento, avaliação e revisão
periódica, no âmbito das competências do Trabalho, da Saúde e da Previdência Social.

POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E


SAÚDE NO TRABALHO

PARA QUE O ESTADO CUMPRA SEU PAPEL NA GARANTIA


DOS DIREITOS BÁSICOS DE CIDADANIA, É NECESSÁRIO QUE
A FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS E
AÇÕES DE GOVERNO SEJAM NORTEADAS POR
ABORDAGENS TRANSVERSAIS E INTERSETORIAIS. NESSA
PERSPECTIVA, AS AÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHADOR EXIGEM UMA ATUAÇÃO
MULTIPROFISSIONAL, INTERDISCIPLINAR E INTERSETORIAL
CAPAZ DE CONTEMPLAR A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES
PRODUÇÃO-CONSUMO-AMBIENTE E SAÚDE. (BRASIL, 2004).
Desta forma, a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho tem por objetivos a
promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de
acidentes e de danos à saúde relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por
meio da eliminação ou redução dos riscos no ambiente de trabalho.

As ações no âmbito da PNSST devem constar do Plano Nacional de Segurança e Saúde no


Trabalho e desenvolver-se de acordo com as seguintes diretrizes (BRASIL, 2011):

a) Inclusão de todos trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e


proteção da saúde;

b) Harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção,


prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador;

c) Adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco;

d) Estruturação de rede integrada de informações em Saúde do Trabalhador;

e) Promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde


nos locais de trabalho;

f) Reestruturação da formação em Saúde do Trabalhador e em Segurança no Trabalho


bem como o estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores;

g) Promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em Segurança e Saúde no


Trabalho.

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Para que os objetivos da PNSST sejam alcançados, deverão ser implementadas, por meio da
articulação continuada, ações de governo no campo das relações de trabalho, produção,
consumo, ambiente e saúde com a participação voluntária das organizações representativas de
trabalhadores e empregadores. (BRASIL, 2011)
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. SEMELHANTE AO QUE OCORREU NA EUROPA, O PROCESSO DE


INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL TROUXE REPERCUSSÕES POSITIVAS
PARA A ECONOMIA, PORÉM PARA OS TRABALHADORES O PROCESSO
TROUXE:

A) Oportunidade de crescimento na carreira com as novas indústrias sendo instaladas no


Brasil.

B) Os trabalhadores adoeciam pelas más condições de trabalho e sofriam acidentes por não
terem habilidades para manusear as máquinas.

C) Ganhavam um salário altíssimo, tinham equipamento de proteção individual, apesar das


más condições de trabalho.

D) As mulheres conseguiram o primeiro emprego, assumindo cargos de chefia e tendo seu


salário compatível com a profissão e igual ao salário dos homens.

2. A POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


(PNSST) TEM POR OBJETIVOS A PROMOÇÃO DA SAÚDE E A MELHORIA
DA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR E A PREVENÇÃO DE
ACIDENTES E DE DANOS À SAÚDE RELACIONADOS AO TRABALHO.
PARA QUE A POLÍTICA PUDESSE SER COLOCADA EM PRÁTICA, FOI
NECESSÁRIA A CRIAÇÃO DO PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA E
SAÚDE NO TRABALHO (PLANSAT), CONSTRUÍDO ATRAVÉS:

A) Da cooperação entre órgãos governamentais, representantes dos trabalhadores e dos


empregadores.

B) Da cooperação entre órgãos governamentais e representantes dos trabalhadores, excluindo


os representantes dos empregadores.

C) Da cooperação entre representantes dos trabalhadores e dos empregadores, sem a


necessidade de representantes do governo.
D) Da cooperação entre órgãos governamentais e representantes dos empregadores, somente.

GABARITO

1. Semelhante ao que ocorreu na Europa, o processo de industrialização no Brasil trouxe


repercussões positivas para a economia, porém para os trabalhadores o processo
trouxe:

A alternativa "B " está correta.

Da mesma forma que aconteceu no processo de industrialização na Europa, os trabalhadores


brasileiros também sofreram acidentes e adoeceram devido às más condições de trabalho,
caracterizadas por ambientes sujos, com pouca iluminação e maquinários sem segurança,
além das dificuldades que os trabalhadores apresentavam para manusear as máquinas.

2. A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) tem por objetivos a


promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de
acidentes e de danos à saúde relacionados ao trabalho. Para que a Política pudesse ser
colocada em prática, foi necessária a criação do Plano Nacional de Segurança e Saúde
no Trabalho (PLANSAT), construído através:

A alternativa "A " está correta.

A criação da PNSST garante aos trabalhadores os direitos básicos relacionados à segurança e


saúde no ambiente de trabalho. A Política traz objetivos importantes, mas para que sejam
colocados em prática, houve a necessidade da criação de um Plano de Trabalho com
objetivos, metas e prazos a serem atingidos. Seguindo as recomendações da OIT, para a
elaboração do plano foi criada uma Comissão Tripartite, constituída por representantes do
governo, dos trabalhadores e dos empregadores.

CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS

BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Política
Nacional de Segurança de Saúde no Trabalho, 2011.

BRASIL. Casa Civil. Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho. Brasília, 2012.

CHAGAS, A. M. R. de; SALIM, C. A.; SERVO, L. M. S. (organizadores). Saúde e Segurança


no Trabalho no Brasil: aspectos institucionais, sistemas de informação e indicadores. 2. ed.
São Paulo: IPEA; Fundacentro, 2012.

DEAN, W. A Industrialização de São Paulo. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1971.

FERREIRA, L. S.; PEIXOTO, N. H. Segurança do Trabalho I. Santa Maria: UFSM, CTISM,


Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil, 2012.

FUNDACENTRO. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004.

MORAES, G. Elementos do Sistema de Gestão de SMSQRS: teoria da vulnerabilidade. 2.


ed. Rio de Janeiro: GVC, 2009. v. 1.

REIMBERG, C. O. Fundacentro: meio século de segurança e saúde no trabalho. São Paulo:


Fundacentro, 2016.

SCHWAB, K. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro, 2016.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:

Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador, por René Mendes e Elizabeth Costa


Dias.

Transformações no mundo do trabalho, da Revolução Industrial aos nossos dias,


por Elisângela Magela Oliveira.

Pesquise:

Sobre as convenções ratificadas pelo Brasil da Organização Internacional do Trabalho,


acesse a página da OIT.

CONTEUDISTA
Raquel Juliana de Oliveira Soares

CURRÍCULO LATTES

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