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UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES

CURSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E MECÂNICA

PROJETO DE MÁQUINA GERADORA


ROTOR RADIAL

Douglas Welter
Guilherme Augusto Reckziegel
Jean Lucas Somera
Jonas Augusto Welter
Mateus Perondi

Lajeado, junho de 2019


2

PROJETO DE MÁQUINA GERADORA


ROTOR RADIAL

Trabalho apresentado na
disciplina de Máquinas de
Fluidos dos Cursos de
Engenharia Química e
Mecânica, da Universidade do
Vale do Taquari - UNIVATES,
para composição de nota.

Professor: Me. Lober Hermany

Lajeado, junho de 2019


3

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
2 - METODOLOGIA...................................................................................................... 8
2.1 Dados do Projeto............................................................................................... 9
2.1.1 Salto energético .......................................................................................... 9
2.2 Definição do tipo de rotor ................................................................................. 9
2.3 Estimativas de rendimento ............................................................................. 10
2.3.1 Rendimento hidráulico ............................................................................. 10
2.3.2 Rendimento volumétrico .......................................................................... 10
2.3.3 Rendimento de atrito de disco ................................................................. 10
2.3.4 Rendimento Mecânico .............................................................................. 10
2.3.5 Rendimento total....................................................................................... 11
2.4 Cálculo da potência no eixo ........................................................................... 11
2.5 Cálculo do diâmetro do eixo........................................................................... 12
2.6 Fixação do diâmetro do cubo ......................................................................... 12
2.7 Cálculo da velocidade na boca de admissão ou sucção .............................. 12
2.8 Determinação do diâmetro da boca de sucção ............................................. 13
2.9 Cálculo da altura de sucção máxima ............................................................. 13
2.10 Fixação do ângulo de saída das pás do rotor ............................................. 14
2.11 Cálculo provisório do diâmetro de saída do rotor ...................................... 14
2.12 Cálculo do diâmetro de entrada do rotor ..................................................... 15
2.13 Cálculo da largura na entrada do rotor ........................................................ 15
2.14 Cálculo provisório do ângulo de inclinação das pás na entrada ............... 16
2.15 Cálculo do número de pás do rotor ............................................................. 17
2.16 Fixação da velocidade meridiana de saída .................................................. 18
2.17 Cálculo provisório da largura de saída do rotor ......................................... 18
2.18 Fixação da espessura das pás ..................................................................... 19
4

2.19 Correção do ângulo das pás na entrada do rotor ....................................... 19


2.20 Cálculo do salto energético específico ideal ............................................... 19
2.21 Correção da velocidade tangencial na saída do rotor ................................ 21
2.22 Cálculo definitivo do diâmetro e da largura de saída do rotor ................... 21
2.23 Triângulo de velocidade................................................................................ 22
2.24 Traçado das pás no rotor.............................................................................. 22
2.25 Construção do rotor ...................................................................................... 22
3 - MEMORIAL DE CÁLCULOS................................................................................. 23
3.1 Dados iniciais para o projeto ..................................................................... 23
3.2 Definição do tipo de Rotor ......................................................................... 23
3.3 Estimativa de rendimento .......................................................................... 24
3.3.1 Rendimento hidráulico ........................................................................ 24
3.3.2 Rendimento Volumétrico .................................................................... 24
3.3.3 Rendimento de atrito de discos.......................................................... 24
3.3.4 Rendimento mecânico ........................................................................ 24
3.3.5 Rendimento total ................................................................................. 24
3.4 Cálculo da potência no eixo....................................................................... 24
3.5 Cálculo do diâmetro do eixo ...................................................................... 25
3.6 Fixação do diâmetro do cubo .................................................................... 25
3.7 Cálculo da velocidade na boca de admissão ou sucção ......................... 25
3.8 Determinação do diâmetro da boca de sucção ........................................ 25
3.9 Cálculo Altura de sucção máxima ............................................................. 25
3.10 Fixação do ângulo de saída das pás do rotor .......................................... 26
3.11 Cálculo provisório do diâmetro de saída do rotor ................................... 26
3.12 Câlculo do diâmetro de entrada do rotor .................................................. 26
3.13 Cálculo da largura na entrada do rotor ..................................................... 27
3.14 Cálculo provisório do ângulo de inclinação das pás na entrada ............ 27
3.15 Cálculo número de pás do rotor ................................................................ 27
3.16 Fixação da velocidade meridiana de saída ............................................... 27
3.17 Cálculo provisório da largura de saída do rotor....................................... 27
3.18 Fixação das espessuras das pás .............................................................. 28
3.19 Correção do ângulo das pás na entrada do rotor .................................... 28
3.20 Cálculo do salto energético específico ideal ............................................ 28
3.21 Correção da velocidade tangencial na saída do rotor ............................. 29
3.22 Cálculo definitivo do diâmetro de largura de saída do rotor ................... 29
3.23 Triângulo de velocidades na saída do rotor ............................................. 30
5

3.24 Traçado das pás do rotor.............................................................................. 31


3.25 Construção do rotor ...................................................................................... 32
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 33
5 - CONCLUSÃO ....................................................................................................... 35
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 36
6

1 - INTRODUÇÃO

São chamadas de bombas, as máquinas geratrizes que tem por finalidade


realizar o deslocamento de um líquido através de escoamento. Por ser uma
máquina geratriz, ela transforma o trabalho mecânico que recebe para o seu
funcionamento em energia, que é enviada para o líquido em forma de energia de
pressão cinética. A forma pela qual é realizada a transformação do trabalho em
energia hidráulica e o recurso para cedê-la ao líquido aumentando sua pressão
ou sua velocidade é que define o tipo de bomba (MACINTYRE, 2013).
Também conhecida como centrífuga, uma bomba centrífuga radial refere-
se a um sistema onde o fluido entra axialmente no rotor, passando pelos canais
que são formados por pás que possuem curvatura simples e que não causam a
rotação da partícula de fluído. Com isso, o fluido é expulso do rotor em direção
ao raio, por isso a denominação “radial”. Em algumas dessas bombas, quando
bem projetadas, a entrada das pás possui curvatura dupla ou em dois
planos, para que dessa forma a transição de sentido axial para a radial ocorra
com cuidado, ou seja, para que o fluido em questão possa ser admitido para
dentro do canal entre as pás sem a ocorrência de choques e turbulências
(SANTOS, 2007).
E quando se refere a um projeto de rotores de máquinas de fluidos, isto
envolve diversos conceitos, sendo necessária a compreensão de parâmetros
que têm influência no desempenho como a forma, o número e a espessura das
pás e a viscosidade do fluido que será utilizado, por exemplo. E os pontos mais
importantes são conhecer a massa específica, densidade relativa, peso
específico e pressão de vapor do fluido (SILVA, 200; GOMES, 2013).
7

Portanto, para o dimensionamento e entendimento das máquinas de


fluidos, é de extrema importância a compreensão dos parâmetros característicos
dos dispositivos, sendo necessários conhecimentos de massa específica,
densidade, peso específico e pressão de vapor (GOMES, 2013).
Em cima disso, o presente projeto, refere-se a uma máquina de rotor
radial geradora, sendo então uma bomba centrífuga com altura de 56 metros de
recalque, com 0,1 m³/s de vazão e velocidade de 1750 rotações por minuto (rpm)
que tem como objetivo dimensionar uma bomba centrífuga.
8

2 - METODOLOGIA

Para o dimensionamento do rotor da bomba centrífuga, inicialmente


definiu-se a vazão (Q) recalcada como sendo 0,1 m³/s, a altura de recalque 56
m e uma rotação de 1750 rpm. De acordo com a imagem abaixo:

Figura 1: Dados do rotor.

Fonte: Catálogo Técnico (2014)


9

2.1 Dados do Projeto

2.1.1 Salto energético

Como a máquina de fluidos a ser dimensionada é uma bomba centrífuga,


o cálculo do salto energético se dá em função da altura manométrica de
recalque, conforme a equação abaixo.

Y = g.H

Sendo então:

● Y= o salto energético (J/kg);


● H= a altura de recalque (m);
● g= gravidade (m/s2);

2.2 Definição do tipo de rotor

Para definir o tipo de rotor a se utilizar em uma máquina de fluido, faz-se


uso do cálculo da velocidade de rotação específica, segundo equação a seguir.

𝑄 1/2
nqA = 10 3 n 𝑌 3/4

Onde:

● nqA = a velocidade de rotação específica (rpm);


● n =a velocidade rotação (rps);
● Q =a vazão a ser recalcada (m3/s);
10

● Y =salto energético fornecido ao fluido (J/kg).

2.3 Estimativas de rendimento

O rendimento de uma bomba está relacionado com a capacidade de


transmitir a energia produzida pelo motor para o eixo do rotor. Em condições
práticas, máquinas de fluido não possuem um rendimento de 100%, podendo estes
serem estipulados através das dimensões da máquina, pressões de
funcionamento, velocidade de rotação específica e outros fatores construtivos.

2.3.1 Rendimento hidráulico

Na referência, podem ser usados para o rendimento hidráulico (η h) valores


de 0,70 para bombas com nqA= 40 e vazão de 5 l/s, enquanto para bombas com
nqA= 150 e vazão de 1000 l/s, adota-se um rendimento hidráulico de 0,90.

2.3.2 Rendimento volumétrico

Em bombas, o rendimento volumétrico ηv é definido em função da pressão


de trabalho, sendo adota 0,98 para baixas pressões e 0,90 para altas pressões.

Devido à baixa pressão de funcionamento e consequente pouca folga na


carcaça na bomba.

2.3.3 Rendimento de atrito de disco

Pela análise da velocidade de rotação específica, definiu-se o rendimento


de atrito de disco da bomba centrífuga.

2.3.4 Rendimento Mecânico

Os rendimentos mecânicos para as bombas centrífugas variam de 0,96


para bombas de pequenas potências e 0,98 para altas potências, como é o caso
11

da bomba dimensionada no presente trabalho.

2.3.5 Rendimento total

O cálculo dos rendimentos totais se dá pelo produto de todos os


rendimentos definidos anteriormente, conforme equação abaixo:

η t=η hηvηaη m

Onde:

● ηt são os rendimentos totais;


● ηh o rendimento hidráulico;
● ηv o rendimento volumétrico;
● ηa o rendimento por atrito de disco;
● ηm o rendimento mecânico.

2.4 Cálculo da potência no eixo

A potência no eixo é calculada através da Equação:

Onde:
● Pe: potência no eixo (W);
● ρ: massa específica (kg/m3);
● Q: vazão (m³/s);
● Y: salto energético (J/kg);
● ηt: rendimento total da máquina.
12

2.5 Cálculo do diâmetro do eixo

O diâmetro do eixo necessário para o bom funcionamento da bomba


centrífuga pode ser calculado segunda a equação abaixo.

Onde:
● de: diâmetro do eixo (cm);
● Pe: potência máxima no eixo para a rotação de cálculo (kW);
● n: velocidade de rotação de projeto (rpm);
● Ke coeficiente que depende da tensão de cisalhamento admissível τ adm.

2.6 Fixação do diâmetro do cubo

O diâmetro do cubo, de, pode ser adotado normalmente entre 10 e 30 mm


maior que o diâmetro do eixo, no caso de fixação por chaveta.

2.7 Cálculo da velocidade na boca de admissão ou sucção

O cálculo estimativo da velocidade na boca de admissão ou sucção (ca),


pode ser feito segundo a equação.

Onde:
● Ca: velocidade na boca de admissão ou sucção (m/s);
● KCa: coeficiente de velocidade na boca de admissão ou sucção;
● Y: salto energético fornecido ao fluido (J/kg).

Para bombas, o Kca pode ser calculado separadamente através da Equação.


13

A velocidade Ca geralmente está entre a faixa de 2 a 5 m/s para bombas.

2.8 Determinação do diâmetro da boca de sucção

Para o cálculo do diâmetro da boca de sucção, leva-se em conta a


obstrução provocada pelo eixo e pelo cubo do rotor, seguindo a equação:

Onde:
● Da: diâmetro da boca de sucção (m);
● Q: vazão volumétrica (m³/s);
● Ca: velocidade (m/s);
● dc: diâmetro do cubo (mm);
● ηv: rendimento volumétrico.

2.9 Cálculo da altura de sucção máxima

A soma de sucção geométrica, Hsg, e a perda de carga na canalização


de sucção, Hps, são equivalente a altura de sucção máxima (Hsmáx), a qual
pode ser calculada utilizando a equação abaixo.

Onde:
● Hsmáx: altura de sucção máxima (m);
● Hsg: altura de sucção geométrica (m);
14

● Hps: perda de carga na canalização de sucção (m);


● p2: pressão atmosférica (Pa);
● pv: pressão de vaporização da água em função da temperatura (Pa);
● γ: peso específico da água em função da temperatura (Kg);
● σmín: coeficiente de cavitação;
● g: aceleração da gravidade (m/s²);
● H: altura de recalque (m);
● Ca: velocidade na boca da admissão ou sucção (m/s).

O coeficiente de cavitação, σmin, pode ser calculado pela equação a seguir.

2.10 Fixação do ângulo de saída das pás do rotor

De acordo com a literatura, para bombas centrífugas é utilizado valor de


β = 20 a 30°.

2.11 Cálculo provisório do diâmetro de saída do rotor

Para o cálculo do diâmetro de saída do rotor utiliza-se a Equação abaixo.


Para este cálculo inicialmente calcula-se o coeficiente de pressão.

Onde:
● Ψ: coeficiente de pressão;
● nqA: velocidade de rotação específica (rpm).

A seguir, calcula-se a velocidade tangencial de saída do rotor, através da


15

Equação.

Onde:
● u5: velocidade tangencial de saída do rotor (m/s);
● Y: salto energético específico fornecido ao fluido (J/kg);
● Ψ: coeficiente de pressão.

Por fim, é calculado o diâmetro de saída de rotor.

Onde:
● D5: diâmetro de saída do rotor (m);
● u5: velocidade tangencial de saída do rotor (m/s);
● n: velocidade de rotação (rpm).

2.12 Cálculo do diâmetro de entrada do rotor

Através da Equação 14 calcula-se o diâmetro de entrada do rotor.

Onde:
● D4: diâmetro de entrada do rotor (m);
● D5: diâmetro de saída do rotor (m);
● nqA: velocidade de rotação específica (rpm).

2.13 Cálculo da largura na entrada do rotor


16

A largura na entrada do rotor é calculada utilizando-se a equação.

Onde:
● b4: largura na entrada do rotor (m);
● ηv: eficiência volumétrica;
● Q: vazão da máquina (m³/s);
● D4: diâmetro de entrada do rotor (m);
● cm3: componente meridiana da velocidade absoluta na entrada do rotor
(m/s).

A variável cm3 da velocidade absoluta na entrada do rotor, ainda fora do


recinto ocupado pelas pás, deve ser ligeiramente maior do que a velocidade Ca
na boca de sucção, ou seja, cm3 = 1,0 a 1,05 Ca.

2.14 Cálculo provisório do ângulo de inclinação das pás na entrada

Sendo α4 = α3 = 90º, tem-se:

Onde:
● β4: ângulo de inclinação das pás na entrada do rotor;
● c4: velocidade absoluta do fluido na entrada do rotor (m/s);
● u4: velocidade tangencial de entrada do rotor (m/s).

Para definir a velocidade absoluta do fluido na entrada do rotor, aplica-se:


17

Considerando como fator de estrangulamento para a entrada do rotor (fe4),


definido de acordo com autores, usando então 0,8 a 0,9 para bombas.
E para o cálculo de velocidade tangencial na entrada do rotor (u4), utiliza-
se:

Onde:
● D4: diâmetro de entrada do rotor (m);
● u4: velocidade tangencial de entrada do rotor (m/s);
● n: velocidade de rotação (rps).

2.15 Cálculo do número de pás do rotor

Uma das fórmulas mais utilizadas para o cálculo do número de pás do


rotor, N, é a equação abaixo, (de Pfleiderer).

Onde:
● KN: coeficiente de correção para rotores fundidos;
● D4: diâmetro de entrada do rotor (m);
● D5: diâmetro de saída do rotor(m);
● β4: ângulo de inclinação das pás na entrada do rotor;
● β5: ângulo de inclinação das pás na saída do rotor.

Definido as pás como sendo de chapa de inox finas, K= 8.


18

2.16 Fixação da velocidade meridiana de saída

Ao realizar o cálculo da componente meridiana da velocidade absoluta de


saída do rotor de bombas, utiliza-se:

Onde:
● Cm5: Meridiana da velocidade na saída do rotor (m/s);
● u5: Velocidade tangencial de saída do rotor (m/s);
● nqA: Velocidade de rotação específica (rpm).

2.17 Cálculo provisório da largura de saída do rotor

Utiliza-se a equação a seguir, para a determinação da largura provisória


de saída do rotor.

Onde:
● b5: Largura de saída do rotor;
● ηv: Eficiência volumétrica;
● Q: Vazão (m³/s);
● D5: Diâmetro da saída do rotor (m);
● Cm5: Meridiana da velocidade na saída do rotor (m/s);
● fe5: Fator de estrangulamento para a saída do rotor, sendo considerado
1 para cálculos provisórios.
19

2.18 Fixação da espessura das pás

Para bombas de rotor fundido considera-se:

Onde:
● D5: Diâmetro da saída do rotor (mm);
● b5: Largura de saída do rotor (mm).

2.19 Correção do ângulo das pás na entrada do rotor

Geralmente quando o número de pás e sua espessura são conhecidos,


consegue-se confirmar valor do fator de estrangulamento de entrada.

Para encontrar os valores de t4 e et4, são utilizadas as equações.

2.20 Cálculo do salto energético específico ideal

Nesta etapa, primeiramente calcula-se o valor do trabalho específico com


um número finito de pás no rotor, como mostrado na Equação.
20

Depois disso, é calculado o salto energético específico com um número


infinito de pás no rotor.

O fator de deficiência de potência (μ) é determinado também:

E as variáveis Sf e Kp são determinados da seguinte maneira:

Onde:
● μ: Fator de deficiência da potência;
● Kp: Coeficiente de correção experimental;
● Sf: Momento estático do filete médio da corrente com relação ao eixo de
rotação;
● β5: Ângulo de inclinação das pás na saída do rotor;
● r5²: Raio na saída do motor (m).
21

2.21 Correção da velocidade tangencial na saída do rotor

Temos então expressão a seguir que é utilizada para correção da


velocidade tangencial u5, quando a entrada no rotor é de maneira radial, ou seja,
radial α4 é 90°.

Onde:
● Cm5: Meridiana da velocidade na saída do rotor (m/s);
● β4: Ângulo de saída das pás do rotor;
● Ypá∞: Salto energético específico com número infinito de pás (J/kg).

2.22 Cálculo definitivo do diâmetro e da largura de saída do rotor

Nesta etapa é obtido o valor definitivo do diâmetro de saída (D 5) através


do uso do valor corrigido de u5 e, assim, é possível definir o valor real de b5.

Levando em consideração:
22

2.23 Triângulo de velocidade

Nesta etapa é possível definir o triângulo de velocidade na saída do rotor


e, assim, calcular a componente meridiana da velocidade absoluta de saída e a
componente tangencial da velocidade absoluta de saída.

2.24 Traçado das pás no rotor

Para um bom funcionamento de um rotor, torna-se necessário definir o


traçado das suas pás.

Sendo o raio de curvatura (Rc) calculado através da aplicação das


relações dos cossenos nos triângulos OCD e OAD, segundo a equação abaixo:

2.25 Construção do rotor

Depois de dimensionado através dos cálculos, consegue-se criar o


esboço do rotor.
23

3 - MEMORIAL DE CÁLCULOS

3.1 Dados iniciais para o projeto

𝑚³ 1ℎ 𝑚³
𝑄 = 360 . = 0,1
ℎ 3600𝑠 𝑠

𝐻 = 56 𝑚

1𝑚𝑖𝑛
𝑛 = 1750 𝑟𝑝𝑚 . = 29,16 𝑟𝑝𝑠
60𝑠

𝐽
𝑌 = 𝐻 . 𝑔 = 56 . 9,81 = 549,36
𝐾𝑔

3.2 Definição do tipo de Rotor

𝑄1/2 0,11/2
𝑛𝑞𝐴 = 103 . 𝑛 . = 103
. 29,16 . = 81,2633 𝑟𝑝𝑠
𝑌 3/4 549,363/4
24

3.3 Estimativa de rendimento

3.3.1 Rendimento hidráulico

Nh nqA
0,7 40
x 81,2633
0,9 150

Interpolando:
𝑥 = 𝑛ℎ = 0,775

3.3.2 Rendimento Volumétrico

𝑛𝑣 = 0,98

3.3.3 Rendimento de atrito de discos

𝑛𝑎 = 0,93

3.3.4 Rendimento mecânico

𝑛𝑚 = 0,99

3.3.5 Rendimento total

𝑛𝑡 = 𝑛ℎ . 𝑛𝑣 . 𝑛𝑎 . 𝑛𝑚 = 0,775 . 0,98 . 0,93 . 0,99 = 0,699

3.4 Cálculo da potência no eixo

𝜌. 𝐺. 𝑌 1000 . 0,1 . 549,36


𝑃𝑒 = = = 78 592,27 W = 78,59 KW (≅107 CV)
𝑛𝑡 0,699
25

3.5 Cálculo do diâmetro do eixo

3 𝑃 3 78,59
𝑒
𝑑𝑒 = 𝑘𝑒 . √ = 14 . √ = 4,9763 𝑐𝑚 = 49,76 𝑚𝑚
𝑛 1750

3.6 Fixação do diâmetro do cubo

𝑑𝑐 = 𝑑𝑒 + 20 = 49,76 + 20 = 69,76 𝑚𝑚

3.7 Cálculo da velocidade na boca de admissão ou sucção

𝑘𝑐𝑎 = 10−3 . 6,84 . 𝑛𝑞𝐴 2/3 = 10−3 . 6,84 . 81,2633 2/3 = 0,1283

𝑐𝑎 = 𝑘𝑐𝑎 . √2 . 𝑌 = 0,1283 . √2 . 549,36 = 4,2527 m/s

3.8 Determinação do diâmetro da boca de sucção

4.𝑄 4 . 0,1
𝐷𝑎 = √ + 𝑑𝑐 2 = √ + 0,06976 = 0,3167 𝑚
𝜋 . 𝑛𝑣 . 𝑐𝑎 𝜋 .0,98 . 4,2527

3.9 Cálculo Altura de sucção máxima

𝑝2 𝑝𝑣 𝐶𝑎 2
𝐻𝑠𝑚á𝑥 = (𝐻𝑠𝑔 + 𝐻𝑝𝑠 ) = − − 𝜎𝑚𝑖𝑛 . 𝐻 −
γ γ 2. 𝑔

4/3
𝜎𝑚𝑖𝑛 = 2,9 . 10−4 . 𝑛𝑞𝐴

𝜎𝑚𝑖𝑛 = 2,9 . 10−4 . 81,26334/3 = 0,102007

𝑝2 = 𝑝 𝑎𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 = 101,325 𝐾𝑃𝑎


26

𝑝𝑣 = 𝑝 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = 3,159 𝐾𝑃𝑎 (𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑜𝑢 − 𝑠𝑒 25º 𝐶)

γ = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 á𝑔𝑢𝑎 = 9810 𝑁/𝑚³

101325 3159 4,25272


𝐻𝑠𝑚á𝑥 = − − (0,102007 . (56 − )) = 4,3883𝑚
9810 9810 2 . 9,81

3.10 Fixação do ângulo de saída das pás do rotor

Para bombas centrífugas:


𝛽5 = 20° 𝑎 30°
Consideraremos:
𝛽5 = 25°

3.11 Cálculo provisório do diâmetro de saída do rotor

Ψ = 1,1424 − 0,0016 . 𝑛𝑞𝐴 = 1,1424 − 0,0016 . 81,2633 = 1,01238

2. 𝑌 2 . 549,36 𝑚
𝑢5 = √ = √ = 32,9436
Ψ 1,01238 𝑠

𝑢5 32,9436
𝐷5 = = = 0,35949𝑚
𝜋 . 𝑛 𝜋 . 29,16667

3.12 Câlculo do diâmetro de entrada do rotor

𝐷4
= 0,044 . 𝑛𝑞𝐴1/2
𝐷5

𝐷4 = 0,044 . 81,26331/2 . 0,35949 = 0,14259𝑚


27

3.13 Cálculo da largura na entrada do rotor

𝐶𝑚3 = 1,05 . 𝐶𝑎 = 1,05 . 4,2527 = 4,465335m/s

𝑄 0,1
𝑏4 = = = 0,051013𝑚
𝜋 . η𝑣 . 𝐷4 . 𝐶𝑚3 𝜋 . 0,98 . 0,14259 . 4,465335

3.14 Cálculo provisório do ângulo de inclinação das pás na entrada

𝐶𝑚3 4,465335
𝐶4 = 𝐶𝑚4 = = = 4,9614
𝑓𝑒4 0,9

𝑢4 = π . D4 . n = π . 0,14259 . 29,16667 = 13,0655

𝐶4 4,9614
𝛽4 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 = 20,8°
𝑢4 13,0655

3.15 Cálculo número de pás do rotor


𝛽5 = 30º

𝐷5 + 𝐷4 𝛽5 + 𝛽4
𝑁 = 𝐾𝑁 . . 𝑠𝑒𝑛
𝐷5 − 𝐷4 2

0,35949 + 0,14259 30 + 20,8


𝑁 = 6,5 . . 𝑠𝑒𝑛 = 6,45 = 7 𝑝á𝑠
0,35949 − 0,14259 2

3.16 Fixação da velocidade meridiana de saída

𝐶𝑚5 = 0,0135 . 𝑢5 . 𝑛𝑞𝐴1/2 = 0,0135 . 32,9436 . 81,26331/2 = 4,009𝑚/𝑠

3.17 Cálculo provisório da largura de saída do rotor

𝑓𝑒5 = 1
28

𝑄 0,1
𝑏5 = = = 0,02253𝑚
𝜋 . η𝑣 . 𝐷5 . 𝐶𝑚5 . 𝑓𝑒5 𝜋 . 0,98 . 0,35949 . 4,009 . 1

3.18 Fixação das espessuras das pás

𝑒 = 0,3 . (𝐷5 . 𝑏5 )1/3 = 0,3 . (359,49 . 22,53)1/3 = 6,0247𝑚𝑚

3.19 Correção do ângulo das pás na entrada do rotor

𝑒4 0,0602
𝑒𝑡4 = = = 0,1695
𝑠𝑒𝑛 𝛽4 𝑠𝑒𝑛 20,8

𝜋 − 𝐷4 𝜋 − 0,14259
𝑡4 = = = 0,42849
𝑁 7

𝑡4 − 𝑒𝑡4 0,42849 − 0,1695


𝑓𝑒4 = = = 0,6044
𝑡4 0,42849

𝐶𝑚3 4,465335
𝐶4 = 𝐶𝑚4 = = = 7,38804 𝑚/𝑠
𝑓𝑒4 0,6044

𝐶4 7,38804
𝛽4 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 = 29,5°
𝑢4 13,0655

3.20 Cálculo do salto energético específico ideal

𝑌 549,36
𝑌𝑝á = = = 708,85 𝐽/𝑘𝑔
ηℎ 0,775

𝐷5 0,35949
𝑟5 = = = 0,17745 𝑚
2 2
29

𝐷4 0,14259
𝑟4 = = = 0,07129 𝑚
2 2

𝑟5 2 − 𝑟4 2 0,177452 − 0,071292
𝑆𝑓 = == = 0,0132
2 2

𝛽5 25°
(1 + 60° ) (1 + 60°)
𝐾𝑝 = 0,6 . = 0,6 . = 0,64021
𝜋 . 𝑠𝑒𝑛 𝛽5 𝜋 . 𝑠𝑒𝑛 25°

1 1
𝜇= = = 0,7749
2
𝜋 . 𝑟5 𝜋 . 0,177452
1 + 𝐾𝑝 . 𝑁 . 𝑆 . 𝑠𝑒𝑛 𝛽5 1 + 0,64201 . 7 . 0,0132 . 𝑠𝑒𝑛 25°
𝑓

𝑌𝑝á 708,85
𝑌𝑝á ∞ = = = 914,7585 𝐽/𝑘𝑔
𝜇 0,7749

3.21 Correção da velocidade tangencial na saída do rotor

𝑐𝑚5 𝑐𝑚5 2 4,009 4,009 2


𝑢5 = + √( ) + 𝑌𝑝á ∞ = + √( ) + 914,7585
2 . 𝑡𝑔 𝛽5 2 . 𝑡𝑔 𝛽5 2 . 𝑡𝑔 25° 2 . 𝑡𝑔 25°

𝑢5 = 34,84759 𝑚/𝑠

3.22 Cálculo definitivo do diâmetro de largura de saída do rotor

𝑢5 34,84759
𝐷5 = = = 0,3804 𝑚
𝜋 .𝑛 𝜋 . 29,16

𝜋 . 𝐷5 𝜋 . 0,3804
𝑡5 = = = 0,17072 𝑚
𝑁 7

𝑒5 0,060247
𝑒𝑡5 = = = 0,14256 𝑚
𝑠𝑒𝑛 𝛽5 𝑠𝑒𝑛 25°
30

𝑡5 − 𝑒𝑡5 0,17072 − 0,14256


𝑓𝑒5 = = = 0,16495
𝑡5 0,17072

𝑄 0,1
𝑏5 = = = 0,12912 𝑚
𝜋 . η𝑣 . 𝐷5 . 𝐶𝑚5 . 𝑓𝑒5 𝜋 . 0,98 .0,3804 . 4,009 .0,16495

3.23 Triângulo de velocidades na saída do rotor

𝑐𝑚6 = 𝑐𝑚5 + 𝑓𝑒5 = 4,009 + 0,16495 = 4,17395 𝑚


𝑌𝑝á ∞ 914,7585
𝑐𝑢5 = = = 26,25026 𝑚
𝑢5 34,84759
𝑐6 = 𝜇 . 𝑐𝑢5 = 0,7749 .

Figura 2: Triângulo de velocidade na saída do rotor.

Fonte: HERMANY, 2019.


31

3.24 Traçado das pás do rotor

𝑟 5² − 𝑟 4² 0,177452 − 0,071292
𝑅𝑐 = =
2 (𝑟 5 𝑐𝑜𝑠 β 5 − 𝑟 4 𝑐𝑜𝑠 β 4) 2 . (0,17745 . cos 25 − 0,07129 . cos 29,5
= 0,101718

Figura 3 – Traçado das pás do rotor

Fonte: DOS AUTORES (2019)


32

3.25 Construção do rotor

Figura 4: Desenho rotor radial.

Fonte: DOS AUTORES, 2019.

Figura 5: Desenho rotor radial 3D.

Fonte: DOS AUTORES, 2019.


33

4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 1 – Resultados dos cálculos

Vazão de projeto 0,1 m³/s


Velocidade de rotação 1750 rpm
Salto Energético 549,36 j/kg
Rotação específica 81,26 rps
Rendimento hidráulico 0,775
Rendimento volumétrico 0,98
Rendimento atrito de discos 0,93
Rendimento mecânico 0,99
Rendimento total 0,7
Potência no eixo 78,59 KW
Diâmetro do eixo 49,76 mm
Diâmetro do cubo 69,76 mm
Velocidade na admissão 4,25 m/s
Altura de sucção máxima 4,3883 m
Ângulo de saída das pás 25°
Diâmetro provisório de saída 0,3595 m
Diâmetro provisório de entrada 0,1426 m
Largura na entrada 0,0510 m
Ângulo de entrada provisório 20,8°
Número de pás 7
Velocidade de saída 4,01 m/s
Largura provisória na saída 0,0225 m
Espessura das pás 6,02 mm
Correção do ângulo de entrada 29,5°
Salto energético específico ideal 914,76 j/kg
Correção da velocidade tangencial na saída 34,85 m/s
Diâmetro de saída do rotor definitivo 0,1291 m

Fonte: DOS AUTORES (2019)


34

Com base nos cálculos de dimensionamento do rotor, foi possível


dimensionar e determinar as características da bomba centrífuga. Vazão
utilizada de 360 m³/h e da metodologia do presente trabalho, caracterizou-se o
comportamento do rotor durante a admissão e descarga de água.
Com um rendimento hidráulico de 0,775 e um n qA de 81,2633 rps, após
verificar padrões pré-estabelecidos, pode-se caracterizar como uma bomba
centrífuga.
Dentre os parâmetros obtidos, pode-se observar também o parâmetro de
rendimento volumétrico, que com o valor de 0,98, caracteriza a bomba como
uma bomba centrífuga comum de baixa pressão. E devido ao rendimento
mecânico obtido ser de 0,99, pode-se também caracterizar a bomba como uma
bomba de grande potência.
35

5 - CONCLUSÃO

Este presente trabalho facilitou o entendimento e a aplicação dos assuntos


estudados no semestre, pois com os cálculos foi possível relacionar o referencial
teórico que resultaram na obtenção dos dados necessários, valores nominais,
especificações técnicas para construção desse projeto. Melhorando assim o
conhecimento da relação entre fenômenos físicos e diversas variáveis
envolvidas.

A partir dos valores obtidos foi possível desenhar o rotor, facilitando ainda
mais o entendimento, o que auxiliou na fixação do conteúdo, ou seja, a relação
de toda a teoria com a prática.
36

REFERÊNCIAS

BRASIL, Alex N. Máquinas termohidráulicas de fluxo. Universidade Federal


do Paraná, 2006.

BOMBAS KING. Catálogo técnico. Caucaia, 2014.

GOMES, G. A. P. M. Seleção de bomba centrífuga vertical para operação em


um sistema de transferência de enxofre líquido. Rio de Janeiro: Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2013.

HENN, Erico Antonio Lopes. Máquinas de fluido. Editora UFSM. 3 ed. Santa
Maria, 2006.

HERMANY, Lober. Apresentação aula 2. Universidade do Vale do Taquari.


Lageado, 2019.

MACINTYRE, Archibald J. Bombas e instalações de bombeamento.2. ed,


LTC. Rio de Janeiro, 2013.

SANTOS, Sérgio L. Bombas e instalações hidráulicas. LCTE, São Paulo,


2007.

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