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CAPITULO 2 -) Anialise de balancos e demonstracées de resultado suas ages s4o negociadas — caso estejam inscritas em uma Bolsa de Valores ~a for- necer informagdes financeiras sobre suas transagdes. A finalidade da contabilidade financeira ¢ coletar, organizar ¢ apresentar, de maneira sistemAtiea, informagdes financeiras de acordo com regras padronizadas conhecidas como principias contitbeis ou padroes de contabilidade. Os produtos formais do processo de contabilidade financeira so as demons- iragdes financeiras. Este capitulo apresenta uma visto geral das duas demonstragdes financeiras mais im- portantes: o balango patrimonial e a demonstragilo de resultado do exercicio (também conhe- cida como demonstragao de lucros e perdas). Os documentos so produzidos para atender as necessidades do usuario dos dados financeiros, ¢ nao as necessidades de seu forecedor. {As palayras ¢ expressdes comumente usadas em contabilidade financeira sto definidas, e ex- plicamos a logica ea relagdo entre o balango e a demonstragto de resultado de uma empresa. ‘Apés a leitura deste capitulo, vocé deverd ser capaz de entender o seguinte: A 5 empresas S80 obrigadas pelas autoridades reguladoras ¢ pelos mercados em que + A terminologia geralmente empregada em contabilidade financeira. + Como 05 balangos ¢ as demonstracdes de resultado sao elaborados e como es- 120 relacionados. + Os principios contabeis mais importantes utilizados na preparagiio de demonstra- des financeiras + Como as deeisdes empresariais e financeiras afetam o balango e a demonstracdo de resuitado. Demonstragoes financeiras Demonstracies financeiras so documentos formais preparados por empresas para fornever informagOes financeiras a respeito de suas transages de negécios c financeiras. As empresas devem produzir regutarmente pelo menos trés demonstragdes bésicas: um balango patri- monial, uma demonstragao de resultado do exercicio ¢ uma demonstragao de fluxos de caixa, Essas demonstragdes podem ser encontradas no relatério anual que as empresas pu- blicam a cada ano," Esse capitulo examina o balango e a demonstragao de resultado, deixando a andlise de fluxos de caixa para 0 Capitulo 4. "Nos Estados Unidos, as companhias abertas slo obrigadas a apresentat mais um telatério, chamado de 10-K, a todos os acionistas que o solicitem, © selatério 10-K é wma versio detalhada das demonstragBes que eparecem no relatdrio anual 30 Financas para executives © objetivo fundamental do balango é determinar o valor do investimento liquido feito pelos pre prietérios (os acionistas) da empresa em uma data especifica, O objetivo da demonstragao de resultad & medir o lucto (ou prejuizo) iquido gerado pelas atividades da empresa durante um periodo conhecid como exercicio contabil (geralmente igual a um ano). O lucro (ou prejuizo) liquido é uma medida ¢ variagao do valor do investimento pelos proprietétios em sua empresa durante esse periodo. Em outr palayras, um Tucro eumenta 0 valor do investimento pelos proprietérios, ao passo que um prejuizo redu esse valor. © balango contém informagdes a respeito do que os acionistas coletivamente possuem ¢ dever na data da demonstragio. A demonstrag’io de resultado contém informagées sobre as atividades ¢ empresa que resultaram em aumentos ¢ redugdes do valor do investimento pelos proprictarios durant certo periodo. Em geral, notas explicativas so actescentadas &s demonstragdes financeiras. Elas fo necem mais informagdes sobre as contas dessas demonstragdes, como sua natureza ¢ o modo pelo qu foram avaliadas : As demonstragées financeiras so elaboradas segundo padrées de contabilidade ou principic contabeis. Ha dois sistemas principais de padrdes de contabilidade: os padrdes americanos, conh cidos como Principios Contabeis Aceitos em Geral, ou U.S. GAAP, ¢ os padrdes internacionais, e« nhecides como Padrdes Internacionais de Divulgacao Financeira, ou IFRS.? Os contadores dispéer de certa liberdade em sua aplicapao, principalmente na avaliagdo de alguns itens do balango ¢ da d monstragao de resultado, Portanto, para que possam ser feitas comparagées validas entre demonstr odes finaneciras de datas diferentes ¢ empresas distintas, € preciso verificar se os padres utilizad © sua aplicasdio sto idénticos de um perfodo a outro ou de uma empresa para outra. Se no o foren alguns ajustes precisaro ser feitos. Para ilustrar como as transagdes de empresas sdo registradas em balangos e demonstragdes de r sultado, e para facilitar o entendimento da légica por trés dessas demonstragées, usamos uma empres ficticia com 0 nome de Office Supplies Distributors (OS Distributors), uma empresa distribuidora ¢ equipamento ¢ material de eseritério em todo o pais, O Quadro 2.1 apresenta os balangos da OS Dist butors no final dos anos de 2003, 2004 e 2005. As notas explicativas dos balangos fornccem inform goes detalhadas a respeito de algumas contas. O Quadro 2.2 contém as demonstragées de resultado ¢ empresa para os anos de 2003, 2004 e 2005, Cada demonstragdo de resultado abrange um ano complet — neste caso, de 1 de janeiro a 31 de dezembro. Dois balancos flangueiam uma demonstragio de rest tade: um balango inicial em 31 de dezembro do ano anterior e um balango final em 31 de dezembro d mesmo ano. Temos um conjunto completo de demonstragdes para a OS Distributors somente para anos de 2004 ¢ 2005. Balango patrimonial A principal finalidade do balango é fornecer uma estimativa do investimento acumulado pelos acioni tas em sua empresa em um dado momento, geralmente ao final do exercicio contabil. Esse investiment € conhecido como patriménio dos acionistas; corresponde & diferenga, em uma data especifica, entre que 0s acionistas de uma empresa possuem em conjunto, ou seja, @ que chamamos de ativos (tais com caixa, estoques, equipamentos e prédios), © o que devem, ou seja, 0 que chamamos de passives (com dividas com bancos e fornecedores): Patriménio dos aci las = Ativos — Passives (2. Muitos outros termos sio usados como referéneia ao patriménio dos acionistas, incluindo eapit prdprio dos acionistas, fundos dos acionistas, valor contabil do capital proprio, patriménio liqu do ¢ valor dos ativos liquidos. 2 Ver 0 Apendice 2.1 Note que 0 balango final de um dado ano & idéntico ao balango inicial do ano seguinte Aniilise de balangos e demonsoracaes de resultado — 31 Valores em milhdes de ddlares iro 2.1 Balangos patrimoniais da OS Distributors —= ivos @ patriménio dos acionistas + Passivos circulantes Dividas de curto prazo Instituig6es financeiras a pagar Parcola corrante das dividas de longo prazo Contas a pagar Despesas a pagar* Total de passivos circulantes * Passivos néo circulantes Divida de longo prazo® Total de passives néo circulantes ‘+ Patriménio dos acionistas® ‘Total de passivos e patriménio dos acionistas $15.0 $7.0 8,0 37,0 2,0 54,0 42,0 42,0 $ 22,0 $14.0 8.0 40,0 40 66,0 ‘3tdedezembro | 31dedezembro | 31 dedezembro de 2003 de 2004 de 2005 ‘= Ativos circulantes Caixa! $60 $ 12,0 $8,0 Contas a recebor 44,0 48,0 56,0 Estoques 52,0 57.0 72,0 Bespesas pagas antecipadamente? 2.0 2.0 1,0 Total de ativos circulantes 104,0 19,0 137,0 = Ativos néo circulantes Ativos financsiras e intangiveis 0.0 00 0,0 Imoveis, instalagdes e equipamentos Valor bruto® $.90,0 $90.0 $93.0 Menos: depreciagao acumulada (34.0) __ 56,0| (39.0) 51,0 (40,0) _53,0 Total de ativos nao circulantes 51,0 53,0 Total de ativos $170.9 0 $ 23,0 $ 15,0 80 48,0 40 75,0 (fr seu valor contabil liquide de $ 2 milhdes, “As desneses a nagar consistem de solérios @ pagar e impostos a recolher, *A.givida de iongo prazo é amortizada ao rtino de $ & milhdes por ano. Nenhuma divida nova de longo prazo foi contraida em ‘281, mas em 2005 um empréstimo hipotecério fol obtido no banca para financiar a ampliagao de um depésito (ver Nola 3). "* Rio periodo de trés anos, néo houve emissao de novas ages ou recompra de agsies ja existentes, "Consist de numerério e contas correntes bancdriae ueadae para facilitar as atividades operacionais, “Sis despesas pages antecipadamente representam aluguel pago antecipadamente (quando reconnecido na demonstracso ste resultado, o aluguel 6 incuide nas despesas gerais, admnistrativas © de venda). "Er 2004, nao houve venda de ativos fixos existentes ou aquisigao de novos ativos fixos, Entretanto, em 2005 um depésito iui ampliado a um custo de $ 12 milhées, e ativos fixos existentes, comprados por $ 9 milhdes no passado, foram vendidos 32 Finangas para executives Quadro 2.2 Demonstragdes de resultado da OS Distributors Valores em milhoes de déiares 2003 2004 2005 + Receita liquida operacional $390,0 100,0% $4200 100,0% — $.480,0 100,0% Custo dos produtos vendidos 328.0 353.0 400,0 * Lucro bruto 62,0 15.9% 67,0 5,9% 80,0 15,7% Despesas gerais, administrativas ede venda 39,8 43,1 48,0 Despesas de depraciagao 50 50 80 ., _* hucro operacional 17,2 4.4% 18,3 4.4% 24,0 5,0% ltens extraordinérios 0.0 0.0 0.0 * Lucto antes de juros e imposto j (LAS) 17.2 4,4% 183 4.4% 24,0 5.0% “ag. Despesas finanoeiras liquidas' 55 5.0 70 Ys) %sei* Lucro depois de imposto (LD!) 11,7 3.0% 13,3 3.2% 17,0 3.5% Yo “+ Acréscimo a lucros retidos 47 5,3 68 vk + Lucro depois de imposto (LD) § 7,0 18% $ 80 09% $§ 102 21% Dividendos $ 20 $ 20 $ 32 + Acréscimo a lucros retidos $ 50 $ 60 $ 70 "Nao ha receita financeira, de modo que as despesas financeiras liquidas sto iguais as despesas financeiras (despesas de jures). O balango da OS Distributors no Quadro 2.1 nao esti no formato mostrado na equagio 2.1. No quadzo, o§ ativos so apresentados em uma seciio ¢ os passivos ¢ 0 patriménio dos acionistas, em outra Entretanto, 0 valor monetario dos ativos ¢ igual 4 soma do valor monetéio dos passivos com o patrimé- nio dos acionistas, pois a equagdo 2.1 também pode ser escrita da seguinte maneira: Ativos = Passivos + Patriménio dos acionistas 2) Segundo a equacdo 2.2, os ativos totais de uma empresa devem valor o mesmo que a soma de seus passivos com o patriménio dos acionistas. Em geral, os balangos obedecem ao formato do Quadro 2.1 e da equagao 2.2. Segundo as convengdes contabeis, os ativos so clasificados em ordem decrescente de liquidez, sendo a liquidez uma medida da velocidade com a qual os ativos podem ser convertidos em caixa, © caixa, como 0 mais liquido dos atives,* é apresentado em primeiro lugar, ¢ os terrenos so apresen- tados em ltimo lugar, pois s4o os ativos menos liquidos. Os ativos sto divididos em duas categorias’ ativos circulantes ¢ ativos fixes (ou no cireulantes), Os ativos circulantes sto aqueles que tenderdo a se transformar em caixa dentro do prazo de um ano, enquanto os ativos fixos possuem duragdes maiores gue um ano Os passives so enumerados em ordem crescente em termos de prazo de vencimento, sendo © prazo de vencimento o tempo até que um passivo precise ser pago. Os passives de eurto prazo sdo apresentados em primeiro lugar, e os passivos de longo prazo sio apresentados em ultimo lugar. Os passivos so seguidos pelo patriménio dos acionistas (que nfo precisa ser restituido, pois representa © investimento feito pelos proprietérios em sua empresa). Os passivos também sao divididos em duas Como 0 mais Liquide dos ativas, 0 caixa também & o meio de troca para atives ¢ passives. Serve de base para medir 0 valor de Lodos os ativos e passives, Anélise de balangas e demonstragies ce resultado — 33, as: passivos circulantes, que so obrigagdes que devem ser saldadas dentro do prazo maximo ano, @ passivos nao circulantes, que vencem em prazos maiores que um ano. Os ativos ¢ passivos geralmente so contabilizados segundo o principio do conservadorismo. acerdo com esse principio, quando em diivida, os ativos ¢ passives devem ser contabilizados a um. que menos provavelmente tenda a superestimar os ativos ou a subestimar os passivos. O patriménio dos acionistas da OS Distributors era de $ 64 milhdes, $ 70 milhdes, ¢ § 77 milhoes de 2003, 2004 ¢ 2005, respectivamente. Em cada um desses Momentos, 0 patrimdnio dos acio- ra igual A diferenga entre os ativos totais e os passivos totais da empresa. Por exemplo, em 31 de ro de 2004, o patriménio dos acionistas era igual & diferenga entre ativos totais de $ 170 milhdes sivos totais de $ 100 milhdes ($ 66 milhdes de passivos circulantes mais § 34 milhdes de dividas liango prazo). Note que o pattiménio dos acionistas é um valor residual. E igual a qualquer valor io restante depois de se deduzirem todos os passivos da empresa do valor total de scus ativos. assivos totais superarem o total dos ativos, 0 patrimdnio dos acionistas seré negativo e a empresa Teonicamente quebrada. As segGes a seguir apresentam uma andlise detalhada da estrutura do :9 patrimonial. MNIVOS CIRCULANTES, OU DE CURTO PRAZO ‘bs ativos circulantes incluem o caixa e aplicagdes financeitas temporditias, contas a receber, estoques € sdbsspesas pagas antecipadamente. ‘Caixa e aplicacées financeiras tempordrias lis saldos de caixa e aplieagées financeiras tempordirias incluem o numetiio disponivel e depositado imeo 2 bancos, bem como investimentos com prazo nao superior a um ano. Esses investimentos de curto Bmzo geralmente so denominados titulos negociiveis. Possuem risco bastante limitado e so de liqui- dez elevada, 0 que significa que podem ser vendidos (¢ transformados em caixa) com variagdo minima de valor, ou seja, com um ganho ou perda de capital relativamente pequeno. Exemplas de titulos ne- gociiveis sao certificados de depésito emitidos por bancos, cotas de fundos de mereado monetario, letras do Tesouro ¢ notas promissdrias mercantis emitidas por empresas de crédito elevado. AOS Distributors possufa $ 6 milhdes em caixa no final de 2003. Esse saldo se elevou a $ 12 milhées no final de 2004 e depois caiu a $ 8 milhdes no final de 2005 (ver Quadro 2.1). O Capitulo 4 ‘©amina em detalhes por que a OS Distributors passou por essas oscilagdes especificas de seus saldos de caixa, Note que 2 OS Distributors nao possufa titwlos negociaveis nas datas dos balangos. Contas a receber A maioria das empresas no ecebe pagamento imediato por seus bens ou servigas. Geralmente, elas permitem que seus clientes paguem suas faturas em uma data posterior. As faturas que ndo tenliam ainda sido pagas pelos clientes na data do balango so registradas como contas a receber, tambémn chamadas de vendas a receber, ou valores a receber. As contas a receber so dividas dos clientes coma empresa ®, por esse motivo, a conta também é conhecida pelo nome de clientes em débito. Esses ativos serio convertidos em caixa quando os clientes pagarem suas contas. O valor geralmente € contabilizado pelo valor liquido de adiantamentos recebidos de clientes ¢ provisées para devedores duvidosos. As contas uvidosas decorrem da expectativa de que alguns clientes nao saldardo suas obrigagdes de pagamento. Os valores a receber da OS Distributors cresceram sistematicamente no periodo de trés anos, ele- ‘thdo-se de $ 44 milhdes no final de 2003 a § 56 milhées no final de 2005 (ver Quadro 2.1). O Capi- culo 3 examina se esse fendmeno justifica alguma preocupagio ou é explicdvel com base no ritmo de atividade da empresa. 34 Finangas para evecutivos Estoques Os estoques representam bens mantidos pela empresa para vendas faturas (produtos acabados) ou pare uso na fabricagao de bens a ser vendidos em uma data futura (matéria-prima e produgdo em andamen- to). Portanto, uma empresa industrial normalmente possui trés contas de estoque: uma pata matéria- -prima, uma para produgao em andamento e uma terceira para produtos acabados. Os estoques sic inseridos no balango ao custo, a menos que seu valor de mercado tenha caido abaixo de seu custo. Se por exemplo, alguns estoques tiverem ficado obsoletos e possuem valor estimado de liquidagao inferior 0 seu custo, entéo a empresa deve informar o scu saldo ao seu valor estimado (inferior). Esse método. chamado de custo ou mercado, 0 que for mais baixo, é um exemplo do principio de conservadorisine mencionado anteriormente. © custo atribuido a materiais que ainda ndo tenham entrado no processo de producto na data de balango é divulgado como estoque de matéria-prima. Além disso, algumas das unidades em produede podem nao ter ainda sido completadas, O custo das matérias-primas usadas na producdo dessas unida- des mais a mao de obra e outros custos aplicaveis a essas unidades ndo completadas formam o estoque de produgao em andamento. Finalmente, 0 custo de unidades completadas, mas ainda no vend na data do balango, constitui o estoque de produtos acabados. Os estoques da OS Distributors consistem de bens adquiridos de fabricantes e guardados em seus depésitos até que sejam vendidos a lojas de varejo. Como as contas a receber, 08 estoques cresceram no periodo de 2003 a 2005; elevaram-se de $ 52 milhdes no final de 2003 a $ 72 milhdes no final de 2005. Mais uma vez, 0 Capitulo 3 examina se esse crescimento deve preocupar ou & justificado pelas operagdes da empresa. O crescimento dos estagues poderia ser causado por um aumento de prego dos artigos comprados pela OS Distributors de seus fomecedores para revenda aos scus clientes. Suponha que ela tenha pa- gado $ 100 por um artigo comprade duas semanas atris, $ 101 pelo mesmo artigo na semana passada © § 102 pelo artigo durante a semana corrente. A OS Distributors possui trés artigos idénticos em seu estogue, mas pagou um prego distinto por cada um deles. Quando vender um desses artigos a um clien- te, surgiré a seguinte pergunta: qual deles tera sido vendido? O primeiro ($ 100). 0 segundo ($ 101) ou o tereciro ($ 102)? Se a OS Distributors usar o método primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) para medir o custo de seus estoques, estaré fazendo a suposigao de ter vendido o primeiro artigo a ser adquirido ($ 100) Se usar o método iltimo a entrar, primeiro a sair (UEPS), estar supondo que vendeu o ailtimo artigo comprado (§ 102). Alternativamente, a OS Distributors poderia usar 0 método do custo médio. Nesse caso, faria a suposigao de que vendeu uma unidade 4 média dos trés preeos ($ 101). A implicagéio € cla- ra: as demonstragdes financeiras da empresa serdo diferentes, dependendo de qual dos trés métodos de avaliagdo for adotado, Apés a venda de um dos artigos, dois restardo em estoque. Com o método PEPS. © valor contabil dos dois artigos remanescentes sera igual a $ 203 (# 101 mais $ 102); com o método UEPS, o valor sera $ 201 ($ 100 mais $ 101); ¢ com o calculo do custo médio, © valor seré $ 202 ($ 101 mais $ 101). Alem disso, se supusermos que a unidade foi vendida a um cliente por § 110, o lucro brute divulgado seré igual a $ 10, com 0 método PEPS (§ 110 menos $ 100), $ 8 com o método UEPS ($ 110 menos § 102) € $ 9 com 0 método do custo médio ($ 110 menos $ 101), Em comparago com 0 método UEPS, o método PEPS superestima tanto o valor dos estoques ($ 203 em vez. de $ 201) quanto o lucto bruto divulgado ($ 10 em vez de $ 8). Despesas pagas antecipadamente As despesas pagas antecipadamente, registradas em um balango, correspondem a pagamentos feitos pela empresa em troca de bens € servigos que ela receberi apds a data do balanco. Um exemple tipico € 0 pagamento de uma apslice de seguro que proporcionara protecao por um periodo que vai akém da data do balango. E regisirado como despesa paga antecipadamente porque 0 pagamento é feito antes de a empresa poder se beneficiar com a cobertura do seguro. Outras despesas pagas antecipadamente Anitise de balangos e demonstractes de resultado — 3S tipicas incluem os pagamentos adiantados de aluguéis arrendamentos, Os balangos da OS Distributors no Quadro 2.1 indica que a empresa tinha $ 2 milhdes de despesas pagas antecipadamente no final de 2003 e de 2004, e $ 1 milliao no final de 2005. O modo pelo qual as despesas pagas antecipadamente so contabilizadas ilustra um prineipi tabil basico, conhecido como principio da confrontagdo. Esse principio diz. que as despesas sio reco- nhecidas (na demonstrac&o de resultado) no quando so pagas, mas no periodo em que efe contribuem para as receitas da empresa. As despesas pagas antecipadamente pela empresa devem ser incluidas no balango como ativo até que se tornem uma despesa reconhecida em sua demonstragao (futura) de resultado. Suponha, por exemplo, que em 12 de janeiro de 2002 a OS Distributors pagasse aluguel por trés anos, incluindo o alugue! para 2002. O aluguel do primeiro ano (2002) seria registrado como despesa na demonstragdo do resultado de 2002, Os dois tercos restantes do valor total pago em aluguéis em 12 de janeiro de 2002, ¢ nao “consumidos” nessa data, seriam registrados como despesas pagas anteci- padamente no balanco ao final de 2002, No balango ao final de 2003, 0 aluguel pago antecipadamente representaria apenas um tergo do pagamento total. Em 31 de dezembro de 2004, 0 pagamento total de aluguéis teria sido completamente “consumido” ¢ nao mais terfamos qualquer aluguel pago antecipada- mente no balanco dessa data, ATIVOS NAO CIRCULANTES, OU FIXOS Os ativos nao circulantes, também chamados de ativos fixos, ou ainda atives de capital, sao os ativos dos quais se espera que produzam beneficios econdmicos por mais de um ano. Esses ativas séo de dois tipos: tangiveis ¢ intangiveis. Ativos tangiveis sto itens como terrenos, prédios, maquinas ¢ méveis, chamados em conjunto de iméveis, instalagdes ¢ equipamentos. Também incluem ativos financeiros de longo prazo, como agdes de outras empresas € empréstimos feitos a outras empresas. Ativos intan- giveis sto itens como patentes, marcas, direitos autorais e goodwill Ativos tangiveis Os ativos tangiveis financeiros sao, em geral, contabilizados ao seu custo histérico, ou seja, o prego que a empresa pagou por eles. A medida que 0 tempo passa, espera-se que 0 valor desses ativos caia. Para levar em conia essa perda de valor, seu prego de compra, registrado no balango como sendo o valor bruto dos ativos fixos, é sistematicamente reduzido (ou rebaixado) ao longo de sua vida dtil esperada.> Esse processo de redugdio de valor periddica e sistemética é chamado de depreciagie. Caso a deprecia- so seja feita anualmente, a quantia pela qual o valor bruto de um ativo fixo sera reduzido ¢ chamada de lancamento ou despesa de depreciacdo anual. Essa quantia é determinada pela duragiio do periodo durante 0 qual 0 ativo deve ser depreciado ¢ pela velocidade com a qual a depreciagao é feita Varios métodos sao empregados para determinar a despesa anual de depreciagao. O mais comu- mente utilizado ¢ 0 método de depreciagio linear. Quando esse método é empregado, os ativos da em- presa sio depreciados por uma mesma quantia a cada ano, Segundo o menos frequentemente utilizado método de depreciagdo acelerada, a despesa é maior nos primeiros anos da vida do ativo e menor nos anos finais. O valor fotal que é depreciado é 0 mesmo, independentemente do método de depreciacto empregado; € igual ao custo de aquisipao do ativo, supondo que o mesmo nfo tenha nenhum valor a0 final do periodo durante 0 qual é depreciado. Para ilustrar 0 efeito de métodos de depreciacao distintos, considere uma empresa que pagou $ 300.000 no inicio do ano para comprar uma maquina que ser integralmente depreciada em um prazo de irés anos. Embora os $ 300.000 tenham sido pagos durante o ano em que o ativo foi comprado, esse montante no é reconhecido como despesa desse ano. Se for aplicado 0 método de depreciagao linear, “Note que instalagoes equipamentes do sistematicamente depreciadlos, mas 0 mesm6 ndo € feito com tetrenos. Supde-se que o valor de uin terreno néo diminua com a passagem da tempo, 36 Financus para execurtvos um tergo do custo do equipamento sera depreciado a cada ano, ¢ a despesa anual de depreciago seré igual a um tergo de $ 300,000, ou seja, $ 100.000. Uma escala de depreciagio acelerada exigiria que metade do custo do equipamento fosse depreciada no primeiro ano, um tergo no segundo ano ¢ um sexto no terceiro ano. As despesas anuais de depreciacao seriam, portanto, de $ 150,000 no primeiro ano (me- tade de $ 300.000), $ 100,000 no segundo ano (um tergo de $ 300.000) e § 50.000 no tetceiro ano (um. sexto de $ 300.000). O valor ao qual um ativo fixo ¢ registrado no balango é 0 seu valor contibil liquido. Se a em- presa aplicar o principio do custo historico ou de aquisigao a avaliagdo de ativos fixos, entio valor contébil liquide de um ativo fixo seré igual ao seu prego de aquisigao menos a depreciaciio acumulada desde a compra desse ative. No exemplo acima, 0 valor contabil liquido do equipamento ao fim de cada ano apés a compra do ativo € caleulado como vemos no Quadro 2.3, segundo os dois métodos de depreciagao. Em alguns peises, como, por exemplo, nos Paises Baixos, as empresas com ages negociadas em Bolsa podem optar por avaliar seus ativos ao seu custo de reposiedo, em vez do custo historico. De acordo com o principio do custo de reposigo, 0 valor contabil liquido de um ativo ¢ igual ao prego que a empresa deveria pagar na data do balango para substituir esse ativo, menos a depreciagao total acumulada, © método de depreciagao ¢ idéntico ao utilizado quando se aplica o principio do custo his- lorico. As despesas de depreciagao, porém, sio diferentes porque o valor dos ativos a ser depreciado no é mais o mesmo. Considere a mquina do exemplo acima. De acordo com o principio do custo de aquisigdo e a es- cala de depreciagaio linear no prazo de trés anos, seu valor contabil liquido era de § 200.000 ao fim do primeiro ano (prego de aquisi¢ao de $ 300.000 menos depreciagao acumulada de $ 100.000). Suponha que custasse $ 330.000 para substitui-la nessa data. Sob o principio do custo de reposicdo, 0 prego-base a0 qual a escala de depreciagao linear deveria ser aplicada nao é mais 0 preco ao qual a maquina foi comprada ($ 300.000), mas sim o seu valor de reposigdo ($ 330.000). Portanto, o Iangamento anual de depreciacao passa a ser de $ 110.000 (um tergo de $ 330,000), ¢ nao $ 100.000 (um tereo de $ 300.000). Em consequéncia, o valor contibil liquido do ativo seria $ 220.000 (prego-base de § 330.000 menos depreciagéo acumulada de $ 110.000), em vez de $ 200.000. Os exemplos anteriores jlustram claramente que os valores de ativos fixos informados no balango podem variar consideravelmente, dependendo do principio de avaliagdo utilizado e do método de de- preciacao aplicado, Portanto, é importante verificar ambos antes de comparar 0 desempenho financeiro de empresas distintas com base em suas demonstragSes financeiras. Ativos intangivei Os ativos intangiveis inciuem patentes, direitos de reprodugao, direitos de propriedade, franquias, li cengas e goodwill, Quando uma empresa adquire os ativos de outra empresa por um preco superior a0 Quadro 2.3 Calculo do valor contabil segundo os dois métodos de depreciacao i. Valores em mithies de délares Método Linear Método ‘Anot Ano2 Ano Ano Ano2 Ano3 Valor bruto (custo de aquisicao) | $300 $300 $300 $300 $300 $300 Despesa anual de depreciacéo |($ 100) ($100) ($100) | ($150) ($100) ($50) Depreciagao acumulada (400) (200) _(300) (150) _(250)_(300) Valor contabil liquide $200 $100 $ 0 $150 $50 $0 Anélise de balangos e demonstractes de resultado — 37 valor cont4bil liquido presente no balango da empresa adquitida, essa diferenga é chamada de goodwill Por exemplo, suponha que a empresa A pague $ 10 milhdes pelos ativos da empresa B e que © valor contabil Iiquido desses ativos seja de $ 7 milhdes. Essa transagdo cria goodwill de $3 milhdes no ba- Jango da empresa A. Os ativos intangiveis so contabilizados pelo seu custo. Como no caso dos ativos tangtveis, seu valor geralmente é reduzido gradativamente com a passagem do tempo. Esse processo de redugao de custo, denominado amortizagio, obedece aos mesmos principios da depreciagaio de ativos tangiveis Lema excegio & 0 goodwill, cuja amortizago nao € obrigatéria. Ao comtrario, as empresas devem reali- zar anualmente um teste de perda por reducio de valor. Se o valor contabil liquido dos ativos adquiri- 0s, incluindo goodwill, ficar abaixo de seu valor de mercado estimado, 0 goodwill devera ser reduzido pela diferenga encontrada, ou seja, pela perda por reduco de valor. No exemplo anterior, se dois anos 3768 a aquisigao dos ativos da empresa B 2 empresa A estimar que o valor de mercado desses ativos & $9 milhoes, ela deverd reconhecer uma perda por reduco de valor de $ 1 milhio, reduzindo o goodwill de $3 milhdes para § 2 milhées ($ 3 milhdes - $ 1 milhao). Ativos nao circulantes da OS Distributors Podemos agora exeminar a estrutura dos ativos fixos da OS Distributors, apresentada no Quadro Eles incluem somente iméveis, instalagdes e equipamentos, Seu valor contibil liquide era de $ 56 mi- thes no final de 2003, $ 51 milhdes no final de 2004 e $ $3 milhdes no final de 2005. Os lancamentos anuais de depreciagdo, registrados como despesas nas demonstragdes de resultado da empresa no Qua~ dro 2.2, foram de $5 milhdes, $ 5 milhdes e $ 8 milhdes, respectivamente ‘No final de 2003, 0 valor contabil dos ativos fixos da OS Distributors, antes da depreciagao (ou seja, seu valor bruto) era de § 90 milhdes. Esse foi o prego pago quando da aquisigao desses ativos. A depreeiagao acumutada era de $ 34 milhdes, de modo que o valor contabil liquido dos ativos fixos da empresa era de § 56 mithdes, a diferenca entre seu valor bruto ($ 90 milhdes) ea deprecingdo acumnulada ($34 milhdes). Fm 2004, nao houve alteragdes dos ativos fixos, de modo que seu valor bruto continuou sendo igual a $ 90 milhdes, (Ver Nota 3 no Quadro 2.1.) Os ativos fixos Kquidos, entretanto, cairam para 551 milhdes, porque a depreciacto acunmulada subiu para $ 39 milhées, ou seja, a soma da deprecia- s40 acumulada no final de 2003 (§ 34 milh6es) com as despesas adicionais de depreciagao em 2004 (85 milhdes), Em 2005, a OS Distributors ampliou seu depésito a um custo de § 12 milhdes. No mesmo ano, @ empresa vendeu um equipamento, que nfo era mais necessério, por seu valor contibil liquide de $2 milhdes. (O equipamento fora comprado alguns anos antes por § 9 milhdes e havia sido depreciado em $7 mithdes.) Qual foi o efeito dessas duas transagdes sobre 0 valor dos ativos fixos liquidos no final de 2005? O valor bruto dos ativos fixos aumentou $ 12 milhdes, quando o depésito foi ampliado, ¢ diminuiu $ 9 milhdes quando 0 equipamento que nao era mais necessério foi vendido. Em conjunto, essas duas transagées elevaram o valor bruto dos ativos fixos de $ 90 milhdes, no final de 2004, a $ 93 milhdes no final de 2005 ($ 90 milhoes mais § 12 milhdes menos $ 9 milhées), como mostrado no Qua- to 2.1. Ao mesmo tempo, a depreciaciio acumulada aumentou $ 8 milhdes (a despesa de depreciagao lancada em 2005) ¢ diminuiu $ 7 milhdes (a depreciagtio acumulada registrada para 0 equipamento vendido durante 0 ano). Portanto, a depreciagfo acumulada subiu para $ 40 milhdes ($ 39 milhdes de depreciagdo acurnulada inicial mais $ 8 milhdes menos $ 7 milhdes). Consequentemente, o valor conté- bil liquido dos ativos fixos da OS Distributors no final de 2005 era igual a $ 53 milhées ($ 93 milhdes menos $ 40 milhdes). Poderiamos ter obtido o mesmo valor contibil liquido de $ 53 milhdes de um modo diferente: comegamos com os § $1 milhdes de ativos fixos liquidos no final de 2004, somamos o custo de $ 12 mi- thdes da ampliagdo do depésito e subtraimos tanto o valor contébil liquido do equipamento vendido (S 2 milhdes) quanto a depreciagao de $ 8 milhdes langada em 2005 ($ 51 milhées mais $ 12 milhoes menos $ 2 milhdes menos $ 8 milhdes é igual a $ S3 milhdes). Em termos mais gerais: 38 Finangas para executives Ativos fixos liquidos no final de um periodo = Ativos fixos liquidos no inicio do periodo + Valor bruto de ativos fixos adquiridos durante 0 periodo — Valor contabil liquido de ativos fixos vendidos durante 0 periodo — Langamentos de depreciagiio no periado PASSIVOS CIRCULANTES, OU DE CURTO PRAZO Os passives circulantes incluem dividas de curio prazo, contas a pagar e despesas a pagar. Dividas de curto prazo As dividas de curto prazo, ou notas promissérias a pagar, incluem saques com cheque especial, saques de linhas de crédito ¢ notas promissorias de curto prazo, A parcela de quaisquer dividas de longo prazo que vence em, 20 xdximo, wm. ano também representa uma obrigagdo de curto prazo e ¢ registrada no balango como divida de curto prazo. As dividas de curto prazo da OS Distributors incluem valores devidos a bancos ¢ a parcela da di- vida de longo prazo paga pela empresa ao ritmo de $ 8 milhdes por ano de 2003 a 2005. No total, as dividas de curto prazo elevaram-se de § 15 milhdes no final de 2003 a $ 23 milhdes no final de 2005. Contas a pagar As contas a pagar, também chamadas de compras a pagar, ou valores a pagar, sio obrigagdes com os fomecedores de bens ¢ servigos da empresa. As contas a pagar decorem do fato de que a empresa geralmente nfo paga seus fornecedores de imediato pelos bens ¢ servigos deles recebidos. Em conse- quéncia, passa-se certo tempo entre o recebimento de bens ou servigos e o pagamento correspondente. Até que 0 pagamento seja feito, a empresa deve reconhecer em seu balango o crédito concedido por seus fornecedores (por esse motivo, as contas a pagar também sfio conhecidas como contas de forne- cedores), As contas a pagar equivalem ao valor monetario das faturas que a empresa recebeu de seus fornecedores, mas ainda ndo pagou na data do balango. Os balangos no Quadro 2.1 mostram que as contas a pagar da OS Distributors aumentaram de $ 37 milhdes no final de 2003 para $ 48 milhées no final de 2005. Esse aumento é justificado? Essa questo ser examinada no préximo capitulo, Despesas a pagar As despesas a pagar so outros passivos, que nao dividas de curto prazo e contas a pagar, associados as operagdes da empresa, Resultam da distincia entre a data em que essas despesas ocorreram e a data em que so pagas. Exemplos incluem impostos, salaries e contribuigdes previdencidrias, devidos, mas ainda ndo pagos na data do balango. Note que a alocagio de despesas & conta de despesas a pagar é outra aplicagdo do principio de controntagdo de despesas As despesas a pagar da OS Distributors atingiam $ 2 milhoes no final de 2003 ¢ $ 4 milhées no final de 2004 ¢ 2005, Eram formadas por saldrios a pagar ¢ impostos a recolher. Os salérios a pagar representam a remuneragiio de dias de férias acumuladas e que ainda nao haviam sido tiradas pelos funcionirios da OS Distributors nas datas dos balangos. A empresa precisa reconhecer sua “divida” com 08 seus fiinciondrios sob a forma de salérios a pagar em seu balango. De maneira andloga, os impostos a recolher representam o valor dos impostos devides nas datas dos balangos. Constituem uma divida com a autoridade de arrecadagao de impostos ¢ so reconhecidos como impostos a pagar no balango até que a empresa pague o que deve. Andtise de balancos ¢ demonstragies de resultado — 39 IVOS NAO CIRCULANTES passivos no circulantes apresentados no balango so passivos com prazos de vencimento supe- a. um ano na data do balango. Exemplos de passivos nao circulantes sto dividas de longe prazo fomecedores de recursos financeiros, obrigagdes devidas ao fundo de pensiio dos funcionérios pagas quando eles se aposentarem) e impostos diferidos, devidos a agéncia governamental que ‘os impostos. Os impostos diferidos decorrem da diferenga entre o valor do imposto devide sobre 0 lucro antes sto apurado pela empresa e 0 valor do imposto cobrado pelas autoridades tributarias. Essas duas 5 de valor do imposto podem diferir entre si, porque as empresas geralmente depreciam seus fixos linearmente em suas demonstracdes financeiras, mas as autoridades tributirias comumente tabelas de depreciagao acelerada aos mesmos ativos para determinar os impostos que a empresa pagar. A depreciagdo é uma despesa dedutivel para fins de imposto, ¢ por isso esses dois enfoques produzir valores distintos para 0 lucro tributavel e, portanto, despesas de imposto diferentes. Considere uma empresa com receitas de § 1.000.000 e despesas de $ 700.000 antes da dedugio de pdlespesas de depreciacdo. Sendo as despesas de depreciacao de $ 100.000, com base no método linear, $ 150.000 com base em um método de depreciagao acelerada, ent&o o hucro antes do imposto sera ‘e $ 200,000 no primeiro caso ($ 1.000.000 menos $ 700.000 menos $ 100.000) e de $ 150.000 no se- wgado (5 1.000.000 menos $ 700.000 menos $ 150.000). Sendo a aliquota do imposto 40%, 0 valor do itmposto seri $ 80.000 (40% de § 200.000), quando for usada a depreciagao linear, ¢ $ 60.000 (40% de 150.000), quando for usada 2 depreciago acelerada. Em outras palavras, a empresa informaré uma «dlespesa de imposto de S 80.000 em sua demonstragao de resultado, mas o imposto efetivamente devido ‘sexi de apenas § 60.000. A diferenga de § 20.000 entre as duas estimativas de imposto representa um stidisorenio, mas no uma eliminacdo do imposto devido ao Fisco. O valor depreciado (o prego de aqui- stigiio do ativo) e o valor total dedutivel sto idénticos nos dois casos; portanto, 0s $ 20.000 precisamn ser ‘tmzonhecidos como passive no balango da empresa. AOS Distributors tinha uma divida de longo prazo, ainda a ser paga, no valor de § 50 milhées a0 fi- ‘taal de 2003. Entretanto, a empresa restitui $ 8 milhdes dessa divida a cada ano, ¢ esse valor é registrado emo divida de curto prazo (parcela corrente de dividas de longo prazo). Em consequeéncia, a divida de iismgo prazo no balango de 2003 era igual a apenas $ 42 milhdes ($ 50 milhées menos § 8 milhdes). No ‘imal de 2004, a empresa havia restituido § 8 milhdes da divida existente, mas ainda devia $ 42 milhées, {BA milhdes dos quais deviam ser pagos em 2005. Consequentemente, sua divida de longo prazo nessa dima era de § 34 milhdes ($ 42 mithoes menos $ 8 milhdes) e a parcela corrente de sua divida de longo (guano era de § 8 milhdes. Em 2005, a empresa captou $ 12 milhdes para financiar a ampliagfo de seu depésito. Como re- suitado, a divida de longo prazo elevou-se a $ 12 milhdes em 2005, ao mesmo tempo em que diminuia vam 2 restituigdo anual de § 8 milhdes. Portanto, a divida de longo prazo no final de 2005 era igual a ‘B38 milhdes (os $ 34 milhdes iniciais menos $ 8 milhdes restitufdos durante o ano mais $ 12 mithoes se movas dividas). Em geral: Divida de longo prazo no final de um periodo = Divida de longo prazo no inicio do periodo ~Parcela da divida de longo prazo restituida durante o periodo + Novas dividas de longo prazo assumidas durante o periodo @4) “flim ce-paragao com o mé:odo de dzpreciagao linear, 25 escalas de depreciayao acelerada superestimam as despesas de depre- tingic \Sabestimnam o lucra antes do imposto) na inicio da vida itil de um stivo 2, em compensegao, subestimam as despesas de ABigneeagZo (superestimam o Iuero antes do imposto) no final da vida Util do ativo. Desse modo, a empresa paga menos imposto ‘mu preizos anos e mais imposto nos Ultimos anos da vids itil do ativo. 40 Finaneas para executives PATRIMONIO DOS ACIONISTAS ‘Como mostrado na equacdo 2.1, o patriménio dos acionistas na data do balango é simplesmente a dife- renga entre os valores contibeis dos ativos e passivos da empresa na mesma data, O valor contibil do investimento feito na empresa pelos proprietérios da OS Distributors é indicado na parte inferior dos balangos no Quadro 2.1, O pattiménio dos acionistas elevou-se de $ 64 milhdes no final de 2003 para $77 milhdes no final de 2005. Na maioria dos balangos, a conta de patrimonio dos acionistas apresenta varios componentes, cada um deles representando uma fonte de capital proprio. Como uma dessas fontes é o lucro da em- presa, adiamos a apresentagio dos componentes do patriménio dos acionistas (e dos motives para 0 crescimento do patrim6nio dos acionistas da OS Distributors) até que seja discutida a demonstragao de resultado da empresa. Demonstragao de resultado A finalidade da demonstragao de resultado do exercicio, também chamada de demonstragio de lucros © perdas, é apresentar um resumo das transacdes operacionais ¢ financeiras que tenham contribuido para a variagao do pattiménio dos acionistas durante o exereicio contibil. O exercicio contabil geral- mente é igual a um ano, mas podem ser produzidas versdes limitadas da demonstragao de resultado com maior frequéncia — trimestralmente, por exemplo. Definimos receitas como sendo as transagSes que aumentam o patriménio dos acionistas ¢ despe- sas como as transagdes que 0 reduzem durante o exercicio contabil.’ Segue-se que a variagdo liquida do patriménio dos acionistas durante esse periodo, conhecida como resultado liquido, lucro liquido, ou, como indicado no Quadro 2.2, Iucro depois do imposto (LDI), é simplesmente igual a Lucero depois do imposto = Receitas~ Despesas (25) Essa relagae ¢ 0 modelo utilizado para construir a demonstragao de resultado de uma empre- sa. As receitas da empresa so registradas inicialmente. Originam-se de muitas fontes, incluindo as vendas de bens ¢ servigos ¢ a cobranga de taxas ¢ rendimentos de aluguel. A seguir so enumeradas as despesas da empresa. Inciuem custos de materiais, lancamentos de depreciagiio, salérios e honorrios, despesas administrativas ¢ de marketing e juros e impostos. As despesas sio deduzidas das receitas em um processo com varias etapas (ver Quadro 2.2). As receitas ¢ despesas relacionadas as atividades operacionais da empresa so apresentadas em primeiro lugar, e depois so apresentadas as relacio- nadas as atividades nao operacionais, como as de financiamento. Por fim, divulgam-se as despesas de imposto. Uma explicagao detalhada da estrutura da demonstracio de resultado de uma empresa & fornecida nas proximas segoes. Dentre os varios principios contabeis utilizados na elaboragao de demonstragdes financeiras, dois sio de importancia especial para que se compreenda a demonstragiio de resultado. O primeiro é 0 prin- cfpio da realizagao, que diz que uma reccita ¢ reconhecida no periodo em que ocorre a transagdo que gera a receita, endo quando o fluxo de caixa associado a transagdo é recebido. Em outras palavras, as receitas da empresa aumentam quando um produto que vende ou um servigo que presta é faturado ow enviado ao cliente, € no quando 0 pagamento em dinheiro é efetuado. As receitas nao so alteradas quando 0 pagamento pelo produto ou servigo é feito. Quando o pagamento ¢ recebido, a empresa ajusta seu balango conforme o necessirio: 0 saldo de caixa se eleva pelo valor recebido, e as contas a receber diminuem pela mesma soma. 7 Hii uma excegdo @ essas definicBes. A emissio de novas ages aumeata o patrimOnio dos acionistas ea recompra de ages existentes o teduz. Essas transagdes, entretanio, no sdo registradas como receita ou despesa na demonstragio de resultado da empresa. Andiise de balancos e demonstragdes de resultado 41 O segundo principio é 0 da confrontagio, que foi explicado na discussdio da avaliagao de despesas ‘pagas antecipadamente. Segundo esse principio, as despesas associadas a um produto ou servigo so re- conhecidas quando o produto € vendido ou o servigo ¢ prestado, ¢ no quando a despesa é efetivamente paga. Por exemplo, considere uma empresa distribuidora que compra uma mercadoria de um atacadista, estoca-a e depois a vende. As despesas crescerao durante o periodo em que a mercadoria for vendida, € 220 quando foi comprada ou a empresa pagou por ela. Os principios de realizagao € confrontagao formam a base do que é chamado de contabilidade por regime de competéncia. Uma consequéncia desse regime ¢ que o lucro da empresa depois do imposto 4 igual A diferenca entre as entradas e saidas de caixa ocorridas durante o exercicio contabil (o fluxo Kiquido de eaixa da empresa). Por exemplo, o fato de a OS Distributors ter obtido um lucro liquido de $ 0,2 milhdes em 2005 nao quer dizer que a empresa gerou caixa no valor de $ 10,2 milhées durante #sse ano, Uma anilise detalhada da relacao entre os lucros e os fluxos de caixa de uma empresa 6 ex- posta no Capitulo 4, RECEITA LiQUIDA OPERACIONAL Para a maioria das empresas, as vendas sao a principal fonte de receitas. As receitas do exercicio con- 8bil, menos quaisquer descontos e devolucdes de produrtos com defeito, formam a conta de reeeita Liquida operacional. As vendas da OS Distributors cresceram a 7,7% em 2004, de $ 390 milhdes em 2003 para $ 420 milhdes em 2004. As vendas cresceram para § 480 milhdes em 2005. Portanto, a taxa de creseimento em 2005 foi de 14.3%. quase o dobro da taxa ocorrida em 2004. © préximo capitulo examina as consequéncias dessa aceleragtio da taxa de crescimento das vendas sobre a demonstragaio de resultado e 0 balango da empresa. Custo dos produtos vendidos © custo dos produtos vendidos (CPV), as vezes chamado de custo das mercadorias vendidas, re- presenta o custo dos bens que a empresa vendeu durante o exereicio contabil. Para uma empresa distri- bedora como a OS Distributors, o custo dos produtos vendidos é igual ao prego de aquisigiio de artigos eswocados € vendidos, mais quaisquer custos diretos relacionados a esses artigos. Em uma empresa jimdustrial, varios custos so incorporados aos bens no processo de transformagao de matéria-prima a produto acabado, como custos de mao de obra e custos gerais de produgio. Esses custos compdem 0 va~ ‘lor do estoque de produtos acabados. Passam a ser 0 custo dos produtos vendidos quando os bens saem ido estoque para ser vendidos, As despesas de depreciagiio de instalagdes © equipamentos comumente ‘so incluidas no custo dos produtos vendidos, embora algumas empresas contabilizem a depreciagdo em taza conta separada em sua demonstraso de resultado, O custo de produtos vendidos da OS Distributors consiste de bens adquiridos de fabricantes para reven- sda a varejistas, (As despesas de depreciagao dos depSsitos da empresa sto apresentadas separadamente.) O ‘easto dos produtos vendidos elevou-se de $ 328 milhSes em 2003 para $ 400 milhdes em 2005. LUCRO BRUTO ‘© lucro bruto é a primeira e mais ampla medida do lucro da empresa apresentada em sua demonstracdo de resultado. Corresponde & diferenga entre a receita liquida operacional da empresa e o seu custo de grodutos vendidos. © lucro bruto da OS Distributors foi de $ 62 milhdes em 2003, $ 67 milhdes em B04 ¢ $ 80 milhdes em 2005. O luero bruto elevou-se de 15,9% das vendas em 2003 para 16.7% das ‘wendas em 2005, porque o custo dos produtos vendidos cresceu mais lentamente do que as vendas. Despesas gerais, administrativas ¢ de venda As despesas gerais, administrativas ¢ de venda (GAV), ou simplesmente despesas gerais, sio os gastos realizados pela empresa e que esto relacionados & venda de seus produtos a condugdo de suas 42 Finaneas para execuiivos operagdes durante o exercicio cantébil, As despesas relacionadas ao treinamento de vendedores cons- titue um exemplo de despesas gerais. Para a OS Distributors, as despesas gerais, administrativas ¢ de venda totalizaram § 39,8 milhdes em 2003, $ 43,7 milhdes em 2004 e $ 48 milhdes em 2005, Despesas de depreciacio As despesas de depreciag’io correspondem aos langamentos de depreciagtio definidos na discussio do balango. Representam a parcela do custo de ativos fixos alocada ao exerefcio contabil. Quando um ativo fixo ¢ adquirido, a empresa tem um custo igual ao prego de aquisigaio. Esse custo é registrado no balango como 0 valor bruto do ativo fixo. Em seguida, ele ¢ baixado (segundo uma escala de depreciagao) a0 longo dos anos durante os quais se espera que o ativo produza algum beneficio. O valor baixado como despesa em cada exercicio contabil é registrado na demonstragao de resultado dentro da conta de des- pesa de depreciacao, Sea empresa baixasse como despesa 0 custo integral de um ativo fixo no mesmo ano em que o ad- quiriu, o principio de confrontagao estaria sendo violado. Um ativo fixo, por definigdo, gera beneficios além do ano em que é adquirido. Portanto, a alocagao integral de seu custo no ano de aquisigdio causaria um desequilibrio entre despesas e receitas por varios anos RESULTADO OPERACIONAL O resultado operacional é uma medida do lucro obtido pela empresa em suas operagdes regulares ¢ que leva em conta todas as despesas registradas em relagao as suas atividades operacionais: seu custo de produtos vendidos, suas despesas gerais, administrativas e de venda e suas despesas de depreciagio. a diferenga entre 0 lucto bruto da empresa ¢ a soma das despesas GAV e de depreciagao, Mede o lucro ge- rado pelas atividades normais ¢ regulares da empresa antes das despesas financeiras, de ganhos e perdas extraordindrios ¢ dos impostos. A OS Distributors gerou um resultado operacional de $ 17,2 milhées em 2003, § 18,3 milhdes em 2004 e $ 24 milhdes em 2005. O resultado operacional, medido relativamente fs vendas, elevou-se de 4,4% em 2003 a 5% em 2005, Ganhos ¢ perdas extraordindrios Essa conta representa o saldo dos ganhos © das perdas que resultam de transagSes infrequentes, nao diretamente relacionadas as atividades regulares da empresa, e ocorridas durante exercicio contabil. Por exemplo, os itens extraordinérios incluem o luero ou a perda com a venda de terrenos ou iméveis © a destntigdio de ativos resultante de um incéndio ou alguma outra calamidade. Esses ganhos e perdas extraordinarios sdo registrados pelo valor liquido do imposto sobre essas transagdes, LUCRO ANTES DE JUROS E DO IMPOSTO (Laji) O luero antes de juros ¢ do imposto, ou Laji, ¢ igual ao resultado operacional da empresa menos quaisquer Iuctos, ganhos ou perdas de capital decorrentes de atividades liquidadas durante o exerei- cio contabil. Como a OS Distributors nao havia feito nenhuma venda de atividades em 2003, 2004 & 2005 (ver Nota 3 do balango da empresa), seu lucro antes de juros ¢ imposto em cada um desses trés anos coincide com 0 seu resultado operacional. O Capitulo 5 mostra que o lucro antes de juros ¢ im posto desempenha um papel importante na anélise da rentabilidade de uma empresa, porque permite @ comparagdo, em termos de rentabilidade, de empresas com politicas de endividamento e obrigagdes tributarias diferentes. Despesas financeiras liquidas As despesas financeiras Iiquidas correspondem a diferenga entre as despesas de juros incorridas pela empresa em suas dividas ¢ quaisquer receitas auferidas em suas aplicagdes financeiras durante o exercicio 2 Andlise de batancos e demonstragées de resultado 43 comtabil. A OS Disitibutors nao teve quaisquer receitas financeiras (ver Nota | da demonstragdo de resultado da empresa); portanto, as despesas financeiras liquidas so iguais as despesas totais de juros, LUCRO ANTES DO IMPOSTO (LAI) ‘Dlucro antes do imposto, ou LAT, é diferenga entre os lucros da empresa antes de juros e do imposto WTLaji) e as suas despesas financeiras liquidas. E a medida dos lucros de uma empresa antes de levar em womta os impostos. Os lucros da OS Distributors antes do imposto foram de $ 11,7 milhées em 2003, $13.3 milhdes em 2004 e $ 17 milhdes em 2005. Em termos relativos as vendas, 0 LAI cresceu de 3% am 2003 a 3,5% em 2005. Essa melhoria dos lucros antes do imposto da empresa, em comparagao com ssazs receitas, é analisada detalhadamente no Capitulo 5. Despesa de imposto de renda “Aconta de despesa de imposto de renda é uma provistio para pagamento de imposto que ¢ calculada dr acordo com as regras contébeis da empresa. Como mencionado anteriormente, essa provisdo para Fagamento de imposto frequentemente difere do imposto de renda efetivo que a empresa deve pagar. A ea & explicada pela conta de imposto diferido no balango. A OS Distributors néo tem impostos ditferidos. As despeses de imposto, portanto, sdo iguais a 40% do lucro antes do imposto da empresa. LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO (LDI) ‘Oucro depois do imposto, ou LDI, é obtido deduzindo a despesa de imposto de renda da empresa de seu lucro registrado antes do imposto, ou lucro antes do imposto (LAD. Trata-se do resultado ou lincro liquido da empresa, ou seja, a linha tiltima da demonstrago de resultado da empresa. Quando o Iucro depois do imposto € positivo, a empresa gerou lucro e se diz que estii no azul. Quando o Iucro depois ‘éx imposto ¢ negativo, a empresa teve prejuizo ¢ se diz que esta no vermelho. Mais precisamente, 0 ucro depois do imposto ¢ uma medida da variagao liquida do patriménio dos acionistes, resultante das teansacdes registradas na demonstragéo de resultado durante o exercicio contébil. © lucro depois do imposto da OS Distributors foi de $ 7 milhoes em 2003, $ 8 milhdes em 2004 & 3.10.2 milhdes em 2005. Relativamente as receitas de venda, cresceu de 1,8% em 2003 para 2,3% em ‘HOS. Os niveis ¢ as taxas de crescimento do lucro depois do imposto da OS Distributors so adequa- sds? A resposta para essa pergunta importante é um t6pico do Capitulo 5. Conciliagaéo do balango com a demonstracdo de resultado @earas wansagdes além daquelas registradas na demonstracdo de resultado afetam o patriménio dos actonistas. Quando uma empresa declara um dividendo em dinheiro a ser pago aos seus proprictitios, valor contibil do patriménio dos acionistas no balango reduz-se pelo montante do dividendo declara- sd Assim, o aumento Ziquido do patriménio dos acionistas é a diferenga entre o lucro depois do imposto ‘25 dividendos. Bssa diferenga é chamada de aeréseimo a lucros retidos, Quando uma empresa vende ‘kemite) novas ages durante o exercicio contabil, o valor captado, menos os custos de emissfo, aumenta -® patrimonio dos acionistas. Inversamente, quando uma empresa recompra algumas de suas proprias saugSes, © montante pago aos acionistas que entregarem suas agdes, menos os custos de transagdo, reduz, ‘aipatrimOnio dos acionistas. Em geral, Variagdo liquida do patrimdnio dos acionistas = Lucro depois do imposto— Dividendos + Valor captado com a emissfio de novas ages ~ Valor pago na recompra de ages (26) 44 Pinancas para executives AOS Distributors nao emitiu on recomprou agdes durante o periodo de 2003 a 2005. (Vera Nota 6 no Quadro 2.1.) Em consequéneia, a variagao do patriménio dos acionistas em cada ano foi exatamente igual ao acréscimo a Iueros retidos daquele ano. Os aeréscimos a Incros retidos sto informados na linha inferior do Quadro 2.2. A OS Distributors reteve $ 5 milhdes de seu Wuero liquido no final de 2003, $ 6 milhdes no final de 2004 e § 7 milhdes no final de 2005, Portanto, o patriménio dos acionistas no final de 2004 era de § 70 milhées, referente 4 soma do patriménio dos acionistas no final de 2003 ($ 64 mi- Thoes) mais o Iucro retido em 2004 ($ 6 milhdes). No final de 2005, o patriménio dos acionistas havia crescido para $ 77 mithdes, referente A soma do patrimdnio no final de 2004 ($ 70 milhdes) mais o Jucro retido em 2005 ($ 7 mithdes). O vinculo entre os balangos € as demonstragdes de resultado de uma empresa ¢ ilustrado na Figura 2.1, para 0 caso da OS Disiributors. No lado esquerdo dessa figura, encontramos o balango da OS Distributors em 31 de dezembro de 2004 e. no lado direito, vemos balango cm 31 de dezembro de 2005. Entre os dois balangos vemos a demonstragao de resultado para o ano de 2005, A identidade do balango, expressa na equagdo 2.2, ¢ ilustrada mostrando-se o valor contibil dos ativos da empresa no lado esquerdo € a soma de seus passivos e patrimOnio dos acionistas no outro lado. A identidade da demonstragao de resultado, expressa na equagiic 2.5, é ilustrada mostrando-se as receitas da empresa no lado esquerdo ea soma de suas despesas com o lucro registrado no outro lado, A OS Distributors gerou vendas de $ 480 milhdes em 2005, usando para esse fim um volume inicial de ativos de $ 170 milhées (tal como indicado no balango ao final de 2004). Deduzindo $ 469,8 milhdes de despesas totais de suas receitas de venda, a OS Distributors divulgou um luero liquide de § 10,2 milhdes no final do ano de 2003. Reteve $ 7 milhdes desse Iucro ¢ declarou um dividendo de § 3,2 milhdes. Como nao havia obtido capital préprio novo em 2005, o patriménio dos acionistas da empresa elevou-se no final de 2005 para $ 77 milhGes, referente 4 soma do patriménio original dos acionistas (§ 70 milhdes) mais o lucto retido de § 7 milhdes. Balance em Demonstragio de Balango em 31 de dezembro de 2004 resultado em 2005 31 de dezembro de 2005 Passivos S109 Passivos Atos $13 $170 Ativos Patriménio dos Reodhres Despesas $190 acionistas $480 $469.8 v0 Patriménio dos acionistas $7 Lucros $10,2 y 37 Dividendos $32 Figura 2.105 Distributors: Vinculo entre os balancos e a demonstragio de resultado. Valores em milhdes de délares e dados do Quadro 2.1 e do Quadro 2.2, Anitise de balancos ¢ demonsiragses de resultado 45 As empresas comumente informam variagdes do patriménio dos acionistas, como pagamen- tos de dividendos em dinheiro, emissdes e recompras de acdes, na demonstragio do patriménio dos acionistas. Estrutura do patriménio dos acionistas Nossa aniilise do patriménio dos acionistas mostrou que as variagdes dese patriménio provém de Ju- stos que sto retidos, ajustados por quaisquer emissdes de novas acdes ou recompras de agdes ocorridas durante 0 exereicio contabil. A conta de patriménio dos acionistas no balango representa a contribuigao acumulada dessas variagdes 20 longo de varios exercicios contibeis, desde a data em que a empresa foi criada até a data do balanco, Para ajudar a esclarecer a origem de seu capital proprio, a maioria das empresas fornece uma decomposigao do pattimdnio dos acionistas em contas separadas que identifi- cam as diferentes fontes de capital préprio, Os componentes mais comuns da conta de patriménio dos acionistas so mostrados no Quadro 2.4, que apresenta uma decomposigao detalhada do patriménio dos acionistas da OS Distributors no final de 2005 A primeira fonte de capital proprio apresentada so as agdes ordindrias. O valor monetério in- dicado corresponde ao niimero de agdes emitidas pela empresa desde a sua criacdo, multiplicado pelo valor par, ou valor declarado, das agdes. O valor. par de uma ag4o ordinaria é um valor fixo arbitrdrio, atribuido a cada ago. Independentemente do prego de mercado de uma aco ordinéria, o valor par é 0 montante fixado por aqueles que criarem a empresa e é declarado no estatuto da empresa. Representa a obrigacio maxima do detentor da ac&o no caso de dissolugdo da empresa. A OS Distributors tinha dez milhdes de agdes no final de 2005 e cada uma delas tinha valor par de $ 1. Portanto, as acées ordindrias estavam registradas a $ 10 milhdes no final desse ano. A segunda fonte de capital priprio indicada ¢ o gio recebido ma emissio de acdes, Essa 6a dife- Tenga entre 0 montante acumulado em dinheiro que a empresa recebeu com agdes emitidas até a data do balango ¢ o que teria recebido se essas agdes tivessem sido emitidas peto valor par. O agio acumulado da OS Distributors era de $ 20 milhdes no final de 2005, indicando que a empresa emitira agdes no passado que haviam sido vendidas a pregos superiores a $1. Suponha, por exemplo, que um milhio de agdes tivesse sido vendido ha cinco anos por $ 5 cada uma. Naquele ano, 0 gio recebido pela OS Distributors teria sido aumentado em § 4 milhdes, ou seja, um milhdo de ages vezes a diferenga entre $5 eo valor par de § 1. A terceira fonte de capital proprio, lueros retidos ou reservas, indica 0 valor total de lucros que foram retidos desde 2 criagtio da empresa, Para a OS Distributors, esse capital “atrecadado” alcangava 3.47 milhées no final de 2005. -{ Quadro 2.4 Patriménio dos acionistas da OS Distributors em 31 de dezembro de 2005 Valores em mithdes de délares 34 de dezembro de 2005 Agées ordinarias $10 10 milhdes de agées ao valor par de $ 1 Agio recebido na emissio de agées 20 Lucro retide acumulado aT (Agdes em tesouraria) (0) Patriménio dos acionistas $77 46 Financas para exeeurivas A tiltima conta, agdes em tesouraria, é subtrafda das contas anteriores. Representa 0 montante gasto pela empresa para recomprar suas proprias ages até a data do balanco. A OS Distributors nao havia recomprado qualquer aco, de modo que essa conta permanece com saldo igual a zero Resumo Esse capitulo explica como sao elaborados 0 balango patrimonial ¢ a demonstragao de resultado do exercicio, que tipo de informagao eles fornecem como estio relacionados um com 0 outto. Os proxi- mos trés capitulos mostram como essa informagao ¢ utilizada para avaliar o desempenho da empresa do ponto de vista econémico ¢ financeiro. A utilidade das demonstrag6es financeiras, entretanto, é frequentemente limitada pela quatidade relativa da informagio que contém, As demonstragdes financeiras sto elaboradas de acordo com prin- cipios e regras que nao s#o necessariamente aplicados da mesma forma e com o mesmo rigor por todas as empresas, Além do mais, as regras contébeis variam de pais para pais, e mesmo de setor para setor no mesmo pais, tornando frequentemente muito dificeis as comparagées entre paises e entre setores. Portanto, para que se possam fazer comparagdes vilidas entre demonstragdes financeiras de datas dife- rentes e entre empresas, é necessério verificar que os padres usados ¢ sua aplicagao so idénticos de um periodo a outro e de uma empresa a outra. Se nfo o forem, sera preciso fazer algum tipo de ajuste. Por tais motivos, as demonstragdes financeiras de uma empresa devem ser interpretadas com vi- sfo critica, Voed nunca deve accitar os valores de Iueros ou atives pelo seu valor de face. Sempre se pergunte como eles foram gerados e que regras foram usadas para estimé-los. Esse ponto é claramente demonstrado no Quadro 2.5, com o caso da Singer Company. Quadro 2.5 Como identificar os remendos na Singer Os investidores adoram uma boa histéria, e a Singer Co. tem todos os motivos para ser um sucesso de bilheteria: uma marca forte, que opera em mercados cujo consumo esti estourando, como a China e 2 india, ¢ tem muitos fas em Wall Street. A Singer, que ¢ sinénimo de maquinas de costura, também usa seu nome para vender televisores, reftigeradores e méquinas de lavar em mais de cem paises. Os analistas apreciam muito os lucros sisteméticos da empresa, que tém aumentado durante 23 trimestres seguidos. James G. Ting, de 44 anos de idade, 0 empresdrio sino-canadense que assumiu ¢ controle da Singer em 1989, deseja que as pessoas considerem a aco da empresa como um papel de primeira linha, assim come ocorre com a Du Pont Co. ou a Coca-Cola Co. A Singer, porém, nao é tudo isso. Sem fazer nada que seja ilegal, e com a bénedo dos auditores da Ernst & Young, a empresa utiliza uma variedade de titivas para embelezar seu lucro. Quase um guintc dos $ 98,5 milhdes que a empresa teve de lucro no ano passado [1994] veio de fontes outras que nao as operagbes basicas: vendas de ativos, ganhos com aplicagdes financeiras ¢ receitas de juros e taxas recebidas de empresas coligadas. Ahistoria da Singer oferece exemplos claros de motivos pelos quais os investidores precisam olhar além da titima linha do resultado para determinar a qualidade dos lucros de uma empresa As ligdes basicas si: + Os Iucros podem ser demasiadamente previsiveis. Wall Street detesta ser surpreendida, e a Singer tem um histérico de cumprimento das expecta- tivas de lucro por aco dos analistas, trimestre apés trimestre, praticamente no nivel do centavo de détar. . Somente a desvalotizagio do peso mexicano fez que a empresa ficasse a 9 centavos de d6lar quando declarou os resultados do quarto trimestre de 1994 — pela primeira vez, os lucros Andlise de balangos e cemonstragdes de resiliado 47 da Singer haviam ficado significativamente absixo das expectativas desde a abertura de se capital, em 1991 Sempre que as projepdes de lucro de uma empresa so t20 completamente corretas, poréin 6s investidores devem se perguntar como ela est conseguindo essa faganha — especialmeme quando estd exposta a variagdes cambiais tio fortes. + As ligacdes familiares podem ser excessivamente préximas. Os investidores também devem verificar quanto das atividades de uma empresa envolve negé cios com empresas coligadas, A Singer tem relagdes proximas com uma holding canadense. 2 Semi-Tech Corp,, ¢ Ting ¢ 0 presidente do conselho das duas empresas. A Semi-Tech (Global) Ltd., uma empresa com sede em Hong Kong, também chefiad por Ting, comprou a Singer em 1989 de um grupo que incluia Paul A. Bazerian, ex-presiden:s do conselho de administrago da Singer, condenado naquele ano por fraude com titulos e ser tenciado a quatro anos de prisio, A Semi-Tech, posteriormente, vendeu a maioria das aces da Singer ao pablico. Quase metade das ages da Singer ainda pertence a Semi-Tech, porém. © apenas dois de seus oito conselheiros nao silo ligados & Semi-Tech. “E uma relagiio muikc Incestuosa”, diz Howard Smith, que preside o Center for Financial Research and Analysis er Rockville, Maryland, A Singer parece utilizar essas relagdes para obter vantagens especiais. Por exemplo. < Semi-Tech Global, uma empresa em gue a Semi-Tech tem participacao elevada, é dona de ur grupo de empresas pouco rentéveis que pertenceram & Singer. Se essas empresas se recupers- Tem, a Singer teré o direito de compré-las a precos baixos — na verdade, ja comprou sete das 12 empresas originais desse grupo. + Os methores lucros so 0s obtidos todos os anos. Dos $ 98,5 milhdes de lucro que a Singer declarou no ano passado, uma elevada proporcac (18%) veio de ganhos extraordinérios: um Iuero de $ 4,7 milhoes em aplicagdes financeiras ganhos cambiais de $ 600 mil, vendas de ativos totalizando § 4,8 milhdes, receitas de juros de 3 5,3 milhes e § 2 milhGes em taxas de consultoria. + Fluxo de caixa é mais importante do que lucro. 1Nas empresas saudveis. 0 fluxo de caixa - que exclui itens ndo monetétios como depreciagae —apcoxima-se bastante do Iuero Ifquido no longo prazo, No relatério anual da Singer, Ting diz que seu fluxo de caixa “permanece forte”, jd que mais caixa entrou ($ 46 milhdes} do que saiu da empresa no ano pasado Essa declaracao seria inquestionavel se todo o fluxo de caixa tivesse vindo das operasdes. Mas, pelo menos $ 132 milhdes vieram de um aumento de empréstimos. Considerando apenas as operagGes, 0 fluxo de caixa da Singer ficou significativamente abaixo do luero declarado + A vista é sempre melhor do que a prazo. Sempre que uma empresa permite que os consumidores comprem seus produtos com prazos gene- rosos, os investidores devem procurar indicios de que os clientes nfo estio pagando suas contas. No caso da Singer, metade de suas vendas veio da Asia e da América Latina, e boa parte de seu Sucesso deve-se permissio de que pessoas com recursos limitados tenham facilidades para comprar produtos, como refrigeradores, a prazo, * Esse artigo foi eserito por Reed Abelson. Foi publicado no linternational Herald Tribune em 15 de maio de 1995. © The \~ York Pimes. NT.; No originel, o tertno utifizado é “seam”, traduaido agui por “remendo”. O autor do artigo se referia & tradugo “cosuss Porque a empresa ¢ conhecida como a principal fabricante de méquinas de costura do mundo, Enttetanto, 0 conteddo do args f= lum jogo de palavres com esse torrmo, ¢a tradugiio escothida foi ontra acep¢4o propasta pat { APENDICE 2.1 _) Reformas da divulgacdo de informacées financeiras’ A profissio conidibil est enfrentando duas revolugdes iniciadas em janeiro de 2005 ¢ que durarao varios anos, A primeira revolugo resultou das crises econémicas e financeiras que comegaram em 1998 em alguns paises asidticos e se espalharam para outras partes do mundo, Ficou claro que havia a necessidade de informagdes contabeis e financeiras confidveis transparentes para permitir a tomada de decisdes seguras por investidores, fomecedores de fundos e autoridades reguladoras. Em consequéncia disso, em 1998 os ininistros da Fazenda dos Estados Unidos, Canadé, Japao, Franca, Alemanka, Itélia e Reino Unido (membros do G7) ¢ os presidentes dos bancos centrais assumiram 0 compromisso de garantir que as instituigdes do setor priva- do em seus paises obedeceriam a principios, padres ¢ cédigos de melhores priticas interna- cionalmente reconhecidos. Apelaram a todos os paises que participam dos mercados globais de capitais que se comprometessem a cumprir esses mesmos cédigos padrdes. A partir de entiio, a Unido Europeia exigiu que todas as empresas com agdes negociadas em Bolsa na Europa estivessem preparando suas demonstragées financeiras consolidadas utilizando os Padres Internacionais de Contabilidade Financeira (IFRS) até 2005. Os paises nao pertencentes a Unido Europeia, incluindo Australia, Rissia, ¢ varios paises do Oriente Médio e da Africa, também concordaram com o cumprimento obrigatério dos IFRS. As em- presas que divulgam informagdes de acordo com os principios contébeis de seus proprios paises sio aquelas que enfrentam 0 maior desafio, pois a transi¢o para os IFRS envolve praticamente a empresa como um todo. A incorporagao dessa nova base de contabilidade financeira ¢ mensuragdo de desempenho a toda a organizagdo é crucial. Os novos padrées globais contém implicagées profundas para as empresas ¢ geram desafios especificos em varios setores, A segunda revolugio resulta do esforeo em eliminar a distfincia entre os padres conta- beis utilizados nos Estados Unidos, conhecidos como GAAP (Principio Contabeis Accitos em Geral), ¢ os IFRS.’ Os dois organismos mais influentes de fixagao de padrdes contabeis no mundo, o Conselho de Padrdes de Contabilidade Financeira dos Estados Unidos (Finan- cial Accounting Standards Board — Fasb) ¢ o Conselho de Padrées Internacionais de Conta- bilidade (laternational Accounting Standards Board ~ Iasb), precisam cooperar. O Iasb ¢ 0 Fasb desejam que seus dois sistemas convirjam em 2007-2008, eliminando assim, a necessidade de conciliagao de principios contdbeis americanos e internacionais. * Esse apdtdice fol eserito por Fake Cohen, professor associndo de contabiidade e controlador no Insead. * Um vesamo das principais diferengas enire GAAP e IFRS pode ser encontrado em Jacob Cohen e S. David Young, The convergence of global accounting standards, Inscad, 2005 APENDICE 2.2 ) Demonstracées financeiras ilustrativas BALANGOS E DEMONSTRACOES DE RESULTADO DA POLO RALPH LAUREN Os balangos e as demonstragdes de resultado que apresentamos até agora — 0s da OS Distri- butors, uma empresa ficticia — foram propositalmente reduzidos & sua forma mais simples para facilitar o entendimento da terminologia e dos principios contébeis basicos. No mundo real, as demonstragées financeiras publicadas pelas empresas sto mais complexas e de leitu- ra mais dificil do que as da OS Distributors, mesmo com a ajuda das notas explicativas que geralmente as acompanham. A finalidade deste apéndice ¢ ajudi-lo a decifrar demonstragdes financeiras reais examinando os balangos ¢ as demonstragdes de resultado extraidos dos re- Jatérios anuais da Polo Ralph Lauren Corp. (RL), uma conhecida empresa que desenha & distribui artigos de moda, O Quadro A2.1 apresenta os balancos da empresa ¢ o Quadro A2.2 contém suas demonstragdes de resultado. extraidos dos relatérios anuais de 2004 ¢ 2005.'" Para evitar duplicagées desnecessarias, exarninaremos apenas algumas poucas contas em ambas as demonstragées, as quais ainda nfo foram discutidas no texto do capitulo, Uma andlise das demonstracdes financeiras da RL serd apresentada nos apéndices dos trés préximos capitulos, visando complementar a andlise feita nesses capftulos, com os dados da OS Distributors. BALANCOS DA POLO RALPH LAUREN Duas contas novas aparecem no lado dos ativos nos balangos da RL (“ativos de impasto diferido” e “outros ativos”) e duas outras contas foram incluidas nos passivos (“impostos de renda a recolher” e “outros passives nao circulantes”), Além disso, a conta de patriménio dos acionistas apresenta mais subcontas do que a da OS Distributors no Quadro 2.4. Ativos de imposto diferido Os ativos de impose diferido sao a contraparte, no lado dos ativos, dos passives de imposto diferido. Representam o valor dos impostos a ser restituidos no futuro, os quais, tal como no caso dos passivos de imposto diferido, resultam de difereneas temporirias entre os valores declarados para fins contiibeis e aqueles declarados pata fins fiscais. 1ss0 corre quando uma empresa declara uma despesa ainda no paga em um dado ano, como uma perda com clientes ou o custo de uma ago judicial pendente, a qual seré reconhecida como despesa dedutivel pelas autoridades tributirias somente quando a despesa for paga em um ano futuro, Até esse ang, 0 valor da dedugao de imposto sera registrado como ativo de imposto diferido. ‘0 possivel obter demonsiragdes mais datalhadas para empresas americans no somente em seus reiatdrios 10-K smuais, como indicado na Nota 2, mas também em seus telat6rios 10-Q trtiestais, Fsses documentos podem ser obtidos diretamente com a empresa ou podem ser acessados gratuitamente em sites financeiros. $0 Financas para executives Quadro A2.2.1. Balancos consolidados da Polo Ralph Lauren Corporation L. Extraidos dos relatérios anuats da empresa em 2004 e 2005 29demarco 3. de abril 2 de abrif de 2003 de 2004 de 2005 ATIVOS Ativos circulantes: Caixa e aplicagoes financeiras temporarias $ 343606 $ 352335 —$ 350.485 Contas a receber, menos provisdes 375.823 441724 455.682 Estoques 363.771 373.170 430.082 Ativos de imposto diferido 15.735 21.565 74.824 Despesas pagas antecipadamente e outros. ativos circulantes 63.615 98.357 102.693 1.162.550 1.287.154 1.413.763 Iméveis e equipamentos, valor liquide 354.996 408,741 487.894 Ativos de imposto diferido 54.386 65.542 36.973 Goodwilt, valor liquide 315.559 341.603 558.858 Ativos intangiveis, valor liquida 11.400 17.640 46.991 Outros ativos 139.931 176.875 183.190 Total de ativos $ 2.038.822 $2,297,552 $ 2.726.669 PASSIVOS E PATRIMONIO DOS ACIONISTAS Passivos circulantes: Empréstimos de curto prazo $ 100.943 $ - $ - Contes a pagar 181.392 188.919 184.394 Imposto de renda a recolher 55.501 77.736 72.148 Despesas a pagar e outros ativos circulantes 162.511 238.545 365,868 500.347 505.200 622.410 Dividas de tongo prazo 248.494 277.345 20.960 Outros passives néo circulantes 81.214 99.560 137.591 329.708 376.905 428.551 Patriménio dos acionistas: Ages ordinarias 1.028 1.083 1.085 Agio recebido na emissio de acdes 504,700 563.457 664.279 Lucros retidos 776,359 921.602 1.090.310 ‘Ag6es om tesouraria (77.298) (78.975) (80.027) Outros resultados abrangentes acumutados 10.787 23.104 29.973 Remuneragao nao recebida (6.179) (14.794) (29.912) 1.208.767 1.415.447 1.675.708 Total de passivos e patriménio dos acionistas $ 2.038.822 $ 2.297.552 $ 2.726.669 Anitise de balancos ¢ demonstragées de remiitada SV Extraidas dos relatGrios anuais da empresa emn 2004 e 2005 Valores om milhées de délates Quadro A2.2.2 Demonstragdes de resultado consolidadas da Polo Ralph Lauren Corporation 29demargo 3 de abril 2de abril Exercicio fiscal oncerrado em de 2003 de 2004 de 2005 Receita liquida operacional $2.189.321 $ 2.380.844 —$ 3.060.685 Receita de licenciamentos 250.019 268.810 244.730 Receitas liquidas 2.439.340 2.649.654 3.305.415 Custo dos produtos vendidos 1.231.738 1.326.335 1.620.869 Lucro brute 1.207.601 1.323.319 1.684.546 Despesas gerais, acministrativas e de venda 902.303 1.032.862 1,382,520 Despesas de reestruturacéio 14.443 19.566 2.341 Outras (receitas) e despesas 629 (2.213) (4.487) Resultado das operagdes 290,326 273.404 304.152 Despesas financeiras, valor liquido 13.502 10.000 6.391 Lucro antes da provisdo para imposto de renda 276,824 263.104 297.761 Provisdo para imposto de renda 101.144 93.875, 107.336 Lucro liquide $ 175.683 $ 169.229 $ 190.425 Em uma nota do balango, ¢ indicado que os valores divulgados refletem o efeito fiscal liquido de iferengas temporétias, envolvendo prineipalmente transferéncias de prejuizos para o futuro, iméveis e equipamentos, ¢ contas a receber, entre as valores de ativos ¢ passivos para fins contabeis e os valores asados para fins tributérios. Note que uma parcela dos ativos de imposto diferido € registrada como ative citculante, Isso indica gue a RL espera beneticiar-se de uma restituigao de imposto nesse Valor no ano seguinte. Outros ativos Outros ativos ineluem itens que variam substancialmente, tais como despesas pagas antecipadamente ¢ velores a receber de longo prazo, ou ativos intangiveis. Imposto de renda a recolher ‘No balango da OS Distributors, os impostos a recolher esto incluidos nas despesas a pagar da empre- sa. No caso da RL, so mostrados separadamente. Outros passives no circulantes Outros passivos nao circulantes (ou de longo prazo) incluem obrigagdes de longo prazo exigindo page- antos futuros, como obrigagdes com fundo de pensdio ou outras modalidades de remuneragao diferida, impostos de renda diferidos e obrigagdes de pagamento de aluguel. 52 Finaxcas para executives Outros resultados abrangentes acumulados A conta “outros resultados abrangentes acumulados” apresenta o valor acumulado de transagdes que afetaram 0 capital da empresa ao longo do tempo, até a data do balango, ¢ que nao esto incluidas no lucro apresentado. Os resultados abrangentes incluem ajustes relacionados a periodos anteriores, como corregies de erros. No caso da RL, inclni ajustes de traduefo de valores em moedas estrangeiras © variagdes do valor de mercado de operages de cobertura cambial durante o exercicio contabil (ver 0 Capitulo 13 para uma diseussto da contabilizagao de operacBes no exterior), Remuneracao nao recebida A remuneragao no recebida refere-se normalmente a remuneragio diferida com acdes, Ela corresponde 20 valor esperado de ag6es que serdo distribuidas aos executivos da empresa no futuro, de acordo com programas de remunerag4o com agées. DEMONSTRAGOES DE RESULTADO DA POLO RALPH LAUREN ‘As demonstragdes de resultado da RI. contém uma nova fonte de receita: “Receitas de licenciamentos”, mais uma nova conta de despesa: “Despesas de reestruturacdo”, mas nao mostram, ao menos em sepa- rado, as despesas de depreciagzio da empresa. Receitas de licenciamento A RL obtém suas receitas de trés atividades: vendas no atacado, vendas no varejo ¢ licenciamentos A receita liquida operacional refere-se as receitas das atividades de venda no atacado e no varejo, e as receitas de licenciamento representam os royalties que a RL recebe de seus licenciados pela venda de produtos com as marcas da RL. Despesas de reestruturacio Em uma nota explicativa demonstragio de resultado, a RL indica que a maior parte das despesas divul- gadlas esti relacionada a consolidagao das atividades européias da empresa, iniciadas em 2003. Em geral, uma despesa de reestruturagdo diz respeito a uma reorganizagio substancial das ativida- des da empresa, Tal despesa pode nao ser informada como item extraordinario quando a reestruturagio € vista como uma atividade regular. Finalmente, note que a despesa de imposto de renda ¢ contabilizada como “provistio pata imposto de renda”. A terminologia ¢ (ligeiramente) diferente, mas o significado é o mesmo. Leituras adicionais 1. Sricxnty, Clype P; Went, Roman L. Financial accounting, South-Western, 2003. Ver Capitulos 1. 203 2. Kiesa, Donald; Weycanp, Jerry; Warts, Terry. Intermediate accounting, \1. ed. John Wiley & Sons, 2004. Ver Capitulos 1 a 4, 5 (segfo Lye 7a 15. Problemas de autoavaliagao 2.1 Elaborac4o de demonstracées de resultado e balangos Com base nas informagdes fornecidas a seguir, prepare as demonstragdes financeiras da CompuStores, uma empresa que monta e distribui computadores pessoais a. Uma demonstragiio de resultado para 0 ano de 2003 Anilise de balangos e demonstracbes de resultado — $3 b. Um balango em 31 de dezembro de 2004, c. Um balango em 31 de dezembro de 2005. va eye 2 oe 10. ue 12. 13, 14. 15, 16. 17, 18. 19. 20. 21 2. 23. 24, 26. 27. 28, As contas a receber elevaram-se § 6.400.000 em 2005. Os Iucros em 2005 foram tributados 4 aliquota de 40%. No final de 2005, os estoques equivaliam a 10% das vendas do ano. © valor contabil liquido dos atives fixos no final de 2004 era de § 76 milhdes. O custo dos produtos vendidos, excluindo as despesas de mao de obra direta relaciona- das a montagem de computadores, representava 70% das vendas em 2008. Ataxa média de juros de empréstimos de curto e longo prazo em 2005 foi de 10% do valor dos fundos que estavam emprestados no inicio do ano. ‘As contas a receber no inicio de 2005 equivaliam a 12% das vendas. As contas a pagar no final de 2004 eram de $ 30 milhdes ‘As despesas de depreciagaio foram iguais a $9 milhdes em 2005. A-empresa devia $ 4 milhdes aos seus funciondrios no final de 2004: um ano mais tarde, devia-lhes $ 1.810.000, As matérias-primas adquiridas em 2005 totalizaram $ 228 milhdes. As despesas gerais, administrativas ¢ de venda em 2005 foram de $ 18 milhdes. As taxas de utilizagdo de uma licenga técnica so de $ 4 milhdes por ano. Os impostos a pagar em 2004 totalizaram § 6 milhdes, ¢ a empresa pagou antecipada- mente o mesmo valor em 15 de dezembro de 2004 O saldo de dividas de longo prazo era de $ 27 milhées no final de 2004, dos quais $ 4 milhdes eram devidos no final do ano. Nao houve emisstio de novas agdes ordindrias ou recompra de agdes existentes em 2005. As despesas de mio de obra direta atingiram 11,25% das receitas de venda, O pagamento de dividas de longo prazo foi de $ 4 milhdes por ano em 2005. Os estoques subiram de § 28 milhdes no final de 2004 para $ 32 milhdes no final de 2005. Eni 2005, um dos depésitos da empresa foi ampliado a um custo de § 14 milhdes, parte do qual foi financiado com um empréstimo de longo prazo de $ 6 milhdes. Em 2005, os pagamentos de dividendos foram de $ 9.360.000. As contas a pagar no final de 2005 igualaram 1,85 vez um més de compras. O capital proprio era de $ 81 milhdes no final de 2004. No final de 2004, a empresa tinha caixa suficiente para pagar imediatamente um quarto das contas a pagar; no final de 2005, poderia pagar um décimo dessas contas. A empresa pagou impostos antecipadamente 20 valor de § 9.600.000 no final de 2004, Esses pagamentos elevaram-se em dois tercos um ano mais tarde. A linha de crédito disponivel & empresa era de $ 3 milhdes no final de 2004. Um ano mais tarde, ela era mais alta em dois tergos. Em 2005, 2 empresa teve um ptejuizo extraordinario de $ 2 milhes em decorréncia do abandono de uma antiga linha de produtos. A empresa pagou antecipadamente $ 1.500.000 de aluguel e seguro, em 2004, e $ 2.085.000 um ano mais tarde. Projecao de demonstragdes de resultado e balangos Tendo preparado as demonstragdes financeiras da CompuStores para o ano de 2005, 0 gestor financeiro da empresa deseja projetar a demonstracao de resultado € 0 balango do proximo ano 4 1. es Finangas para executivos (ou seja, elaborar as demonstragdes projetadas). Prepare esas demonstragGes projetadas utili- zando as seguintes suposigdes ¢ as demonstragdes de 2005 do problema anterior: Espera-se que as vendas crescam 10%, O lucro bruto ¢ 0s componentes do custo dos produtos vendidos, expressos como porcenta- gem das yendas, devem ser idénticos aos de 2005. As despesas getais, administrativas ¢ de venda sofrerdo um aumento de $ 4.280.000. As taxas de licenciamento, as despesas de depreciacdo, os pagamentos de juros e a aliquota de imposto de renda nao devem variar no préximo ano A cobranga de contas a receber, 0 pagamento de contas a pagar e a gestdo de estoques de- vem permanecer no mesmo nivel de eficiéncia do ano anterior. Portanto, as contas a receber deverio ser recebidas com a mesma velocidade de 2003 permanecerio como 12% das vendas do ano. As contas a pagar devem corresponder a 1,85 vez um més de compras, e os estoques continuario equivalendo a 10% das vendas, As despesas pagas antecipadaments e as a pagar nao devem se alterar, A empresa fard methorias em uma de suas linhas de montagem a um custo igual a deprecia- go do ano. Nao haverd novos empréstimos ou emissGes de novas agdes ordindrias, Acempresa deseja manter um saldo de caixa em 2006 idéntico ao mantido em 2005 ¢ pagari um dividendo que Ihe permitira atingir esse objetivo. Problemas de revisado 1. Alocagio contabil de transagdes Indique os componentes do balango e da demonstracio de resultado que sofrerao alteragdes em consequéncia das seguintes transagdes: AG |ANC} PC |PNC| PA |REC|DES| LR 1. Compra de equipamento de fabrica a vista 2. Ragistro de desvatorizagao de goodwill 3. Recebimento de receita financeira 4. Declaragao de dividendo 5. Recompra de agdes 6. Venda de mercadorias a prazo 7. Pagamento de aluguel de dois meses com antecedéncia 8. Compra de matéria-prima a prazo 9. Recebimento de pagamento adiantado de cliente 10. Registro de salarios auferidos por funcionarios AC: Ativos Circulantes ANG: Ativos Nao Circulantes PC: Passivos Circulantes PNC: Passivos Nao Circulantes PA: Patriménio dos Acionistas REC: Receites DES: Despesas LR: Lucros Retidos 55 Anélise de balangos e demonstracoes de resultado ausentes 0s valores ausentes para as trés empresas a seguir. Mostre seus calculos. Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 $ 1.000 i 4.400 3.500 dos acionistas, valor inicial 500 200 i dos acionistas, valor final $4.000 valor final 500 ido exercicio 2.000 600 do exercicio 1.800 180 is do imposto no exercicio 20 700 {com lucros do exercicio} 100 10 0 das agdes emritidas no exercicio 0 50 0 Alteracées do balanco Sao apresentados a seguir balangos incompletos da ABC Corp. (valores em milhées). de ano para contas de balango Ano1 Ano2 Ano 3 Ano4 sircutantes: $16.870 | $18.732 | $19.950 | $ 19.976 no circulantes: 29.920 Bos ativos 48.050 iv9s circulantes 13.466 15.284 16.574 16.080 :V9S ndo circulantes 11.998 18.414 j2 recebido na emissdo de novas agdes 2.298 2.798 retidos 13.438, 15.844 prejuizo) depois do imposto 2.014 (1.312) 5.048 dos 4.580 2.040 2.234 2.480 iménio dos acionistas ge passivos e patriménio dos acionistas | 40.936 51.070 Calcute os valores ausentes e apresente os balangos no final dos anos 1, 2, 3 e 4. Mostre seus caloulos. Que transagses poderiam explicar a variagao dos ativos totais entre os anos 1 ¢ 2? 2. Ea variagdo dos lucros retidos entre os anos 2 ¢ 3? E a variagdo do total de passivos e patriménio dos acionistas entre os anos 3 ¢ 4? 56 Finangus para executivos 4. Alteragdes do balango S40 apresentados a seguir balancos incompletos da XYZ Corp. (valores em milhdes) Final de ano para contas de balango Ano1 Ano2 Ano 3 Ano 4 43vos ciroulantes $ 25.305 $29925 | $29,964 4zivos nao circulantes 44.880 al dos ativos $ 72.075 'assivos circulantes 20.199 22.926 24.861 Atvos circulantes ~ passives circulantes. 5.712 5.844 Passivos nao circulantes 17.997 27.621 /Agio recebido na emissao de novas agdes 3.447, 4.197 sores retidos: 20.187 23.766 =~0r0 (prejuizo) depois do imposto na na (1.968) 7.572 Sividendos na na 3.351 3.720 “oral de passivos e patriménio dos acionistas | 61.404 76.605 a. Calcule os valores ausentes e apresente os balangos no final dos anos 1, 2, 3 ¢ 4. Mostre seus calculos. b. Que transagdes poderiam explicar a variago do total de ativos entre os anos | @ 2? S$. Alteragdes do balango So apresentados a seguir balangos incompletos da OPQ Corp. (valores em milhSes) Final de ano para contas de balango Ano1 Ano 2 Ano3 Ano 4 Ativos circulantes $ 3.092 $ 2.932 Ativos néo circulantes $3 18.160 17.996 | $ 20.286 Total dos ativos 21.094 Ativos circulantes/passivos circulantes 1,023 1,04 Passivos circulantes 2.978 3.002 Passives nao circulantes 9.286 9.830 Patriménio dos acionistas 8.868 8.058 6.084 : Total de passivos e patriménio dos acionistas 21.182 a, Calcule os valores ausentes © apresente os balangos no final dos anos 1, 2, 3 © 4. Mostre seus calculos, b, Comente a respeito da estrutura de ativos ¢ passivos da empresa. Anélise de batancos e demonstrages de resultado 6. Reconstrugao de uma demonstragao de resultado 57 A seguir, sfo apresentadas algumas informagdes da demonstragdo de resultado da empresa DEF. Ano1 Ano2 Ano3 Receita liquida operacional $21,184 $ 49.308 Receilas financeiras 24 | $132 208 Custo dos produtos vendidos 16.916 24.372 Despesas administrativas e de venda 2.380 3.304 4.808 Despesas de pesquisa e desenvolvimento 380 504 816 Despesas de imposto de renda 444 864 1.696 Lucro depois do imposto 2.124 3.776 Prepare uma demonstracao de resultado para cada um dos trés anos. Mostre seus calculos. 7. Reconstrugac te uma demonstracio de resultado A seguir, sao apresentadas algumas informagdes da demonstracdo de resultado da empresa DEF. Ano4 Ano2 Ano 3 Receita liquida operacional $ 21.087 $ 26.613 Despesas financeiras 7 | $ 90 81 Custo dos produtos vendidos 16.182 17.709 Despesas administrativas € de venda 3.966 4.533 5.547 Despesas de imposto de renda’ 324 252 492 Lucro depois do imposto 408 312 Prepare uma demonstragio de resultado para cada um dos trés anos. Mostre seus cdlculos. 8. Reconstrugio de um balango A partir dos dados fomecidos a seguir, reconstrua a demonstragio de resultado do exercicio e 0 balango no final do ano, . Lucro depois do imposto 1 2. Aumento de despesas de depreciagiio 13. 3. Vendas de agdes ordindrias 14. 4, Aquisigao de equipamentos 15. 5, Restituigdo anual de divida de longo prazo 16, 6. Dividendos 17. 7. Aumento do saldo de caixa 18. 8. Aumento de contas a receber 19. 9, Aumento de estoques 20, 10, Aumento de contas a pagar ai 11. Aumento de salérios a pagar 22, 12, Aumento de impostos a recolher No inicio do ano: Caixa Contas a receber Estoques Instalagdes ¢ equipamentos, valor liquido Depreciagio acumulada Divida de curto prazo Despesas a pagar Divida de longo prazo AgGes ordinarias Lucros retidos 9. Reconstrugiio de demonstracbes de resultado balangos. Utilizando as informagdes fornecidas a seguir, prepare as seguintes demonstragdes financeitas para a VideoStores: a. Uma demonstragao de resultado para 0 exercicio de 2005. b. Um balango em 31 de dezembro de 2004. 58 Rinungas para executivos c. Um balango em 31 de dezembro de 2005. 1, As contas a receber sofreram uma elevacdo de $ 6.400.000 em 2005. Os lucros em 2005 foram tributados 4 aliquota de 36%. No final de 2005, os estoques equivatiam a 10% das vendas do ano. O valor contabil liquido dos ativos fixos no final de 2004 era de $ 76 mithdes. O custo dos produtos vendidos, excluindo as despesas de mao de obra direta de montagem de aparelhos de video, corespondeu a 70% da receita de venda em 2005 A taxa média de juros de empréstimos de curto e longo prazo em 2005 foi de 10% do yor lume que estava emprastado no inicio do ano, As contas a receber no final de 2005 equivaliam a 12% das receitas de venda. O saldo de contas a pagar no final de 2004 era igual a $ 30 milhées. As despesas de depreciagao atingiram $ 9 milhdes em 2005. A empresa devia $ 4 milhOes aos seus funcionsrios no final de 2004; um ano mais tarde, devia-thes $ 2 milhoes. 11, Os materiais adquitidos em 2005 totalizaram $ 228 milhdes. 12. As despesas gerais, administrativas ¢ de venda em 2005 foram de $ 18 milhées. 13. Os impostos a recolher em 2004 foram iguais a $ 6 milhdes, e a empresa pagou antecipa- damente o mesmo valor em 15 de dezembro de 2004 14. O saldo de dividas de longo prazo era de $ 27 mithdes no final de 2004, dos quais $ 4 mi- Ihdes deviam ser pagos no final de 2005 15. Nao houve emissdo de novas agdes ordindrias ou recompra de agdes existentes em 2005 16, As despesas com mio de obra direta equivaleram a 11,25% das vendas em 2005. 17, A restituigdo de dividas de longo prazo ¢ feita ao ritmo de $ 4 milhdes por ano. 18, Os estoques cresceram de $ 28 milhées no final de 2004 a $ 32 mithdes no final de 2005. 19. Em 2005, um dos depdsitos da empresa foi ampliado ao custo de $ 14 milhdes, financiados em parte com um empréstimo de longo prazo no valor de § 6 milhées. 20, Em 2005, os dividendos foram de $ 9.200.000. 21. As contas a pagar no final de 2005 equivaliam a dois meses de compras, 22. O patriménio dos acionistas no final de 2004 era de $ 81 milhdes. 23. No final de 2004, a empresa dispunha de caixa suficiente para saldar um quarto de suas contas a pagar; no final de 2005, para saldar 30% dessas contas. 24, A empresa pagou antecipadamente $ 10,800.00 de impostos em 15 de dezembro de 2005. 25, A empresa captou $ 3 milhies em empréstimos de curto prazo no final de 2004. Um ano mais tarde, tomou $ 5 milhoes emprestados no curte prazo. 26. As despesas da empresa pagas antecipadamente atingiam $ 1.500.000 (aluguéis e prémios de seguro pagos antecipadamente), em 2004, ¢ $ 2.200.000 um ano mais tarde. a veep Been 10. Projegao de necessidades de financiamento A Ambex, Inc. espera que as suas vendas creseam a $ 36 milhdes no proximo ano, dos § 27 milhées alcangados no ano em curso. Seus ativos circulantes totalizam $9 milhdes, as contas a pagar so de § 2,7 milhdes, os ativos fixos sfo iguais a $ 9 mithdes, a empresa tem dividas de longo prazo de $ 3,6 milhdes, o patriménio dos acionistas ¢ de $ 11 milhdes, ¢ o quociente entre Iucro depois do imposto ¢ receita liquida operacional é de 5%. Pode-se supot que os ativos circulantes e as contas a pagar crescer’o em proporedo igual A das vendas. Outros passivos circulantes deverao permanecer no mesmo nivel. Os ativos fixos liquidos erescerdo § 1 milho ¢ a enapresa planeja pagar dividen- dos de $ 800.000. a. Quais sdo as necessidades totais de financiamento da Ambex para 0 proximo ano? b. Quanto dinheiro a Ambex precisaria tomar emprestado para cobrir tais necessidades?

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