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1
Texto para meditação: Mateus 16.13-16
“Chegando Jesus à região de Cesaréia de Filipe, perguntou aos seus discípulos: Quem os outros
dizem que o Filho do homem é? Eles responderam: Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias;
e ainda outros, Jeremias ou um dos profetas. E vocês? Perguntou ele. Quem vocês dizem que eu
sou? Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo".
INTRODUÇÃO:
Com o aumento desses grupos aparecem ensinos estranhos à Escritura e também à tradição cristã
que vem se desenvolvendo ao longo da história. Alguns ensinos e manifestações são assustadores e
muitas vezes ofendem a Pessoa de Jesus ou a revelação de Deus.
Podemos perceber que as heresias sempre perseguiram a igreja, onde houver pessoas pensando e se
abrindo a novas revelações aparecerão novas doutrinas ou novas reflexões sobre o texto sagrado. O
problema não está em vivenciar novas experiências, mas fazer dessas experiências doutrinas
sagradas e torná-las axiomas que se desenvolvem separadamente da verdade bíblica e a parte da
igreja de Deus.
Diante de novas revelações e experiências que determinam as doutrinas desses grupos religiosos, se
torna necessário o estudo das heresias, e isso se dá como iniciativa das Escrituras, quando afirmam:
“Amados, embora estivesse muito ansioso por lhes escrever acerca da salvação que
compartilhamos, senti que era necessário escrever-lhes insistindo que batalhassem pela fé de uma
vez por todas confiada aos santos” (Jd 3,8).
a) Devemos estar preparados para saber responder aqueles que pedem a razão de nossa esperança
em Jesus Cristo – 1Pe 3.15-16.
b) Revela aqueles que são falsos mestres, profetas e apóstolos – Mt 24.23-24; Ap 2.2.
c) Quem não acredita em suas palavras, acredita em mentiras que vem do Diabo – Jo 8.43-44.
4. DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
b) Movimento contraditório: Igrejas Evangélicas com confissão bíblica, mas que praticam e
ensinam “coisas” contrárias à tradição cristã e carente de uma boa interpretação e teologia. Os
ensinos não chegam a ser heresia.
c) Heresia (Haireses) – Falso ensino, crença ou exposição que não condiz com a verdade revelada
das Escrituras. Acréscimos na interpretação ou anulação de verdades explícitas.
As seitas crescem cada vez mais e podemos ver muitas pessoas sendo enganadas e enredadas nas
mentiras de homens maus, caluniadores e falsos profetas (2Tm 3; Tt 1,2,3).
Mesmo diante de uma realidade como essa, as Escrituras nos advertem sobre esse fato e nos deixa
em alerta com sua revelação e manifestação da verdade de Deus em Cristo Jesus (2Tm 3.14-17).
Quando nos aproximamos das Escrituras e nos dedicamos à verdade conseguimos discernir aquilo
que vem do Senhor e aquilo que é invenção e engano.
Existem algumas características comuns que fazem que grupos se afastem do cristianismo
bíblico e se tornem seitas:
3. Exclusivismo Absoluto
a) A organização religiosa é a única verdadeira
b) A organização é um meio de salvação
3
c) A organização local foi instituída por Deus
c) Aproximação do Adventismo.
Em 1869, tem um contato com o Adventismo, o qual se identifica e desenvolve amizade com
N.H.Barbour, mas logo se separam por divergências em relação à expiação. Russel inicia um grupo
de estudos na Pensilvânia. Esse grupo cresce e se torna um novo movimento religioso.
Esse grupo predisse a volta de Cristo para 1874. Russel junto com N.H Balbour confirmou a volta
de Cristo (espiritual) e estabeleceram que nesse mesmo ano se iniciou o milênio.
"Como que por acaso, certa noite visitei uma sala poeirenta e mal-iluminada, onde eu ouvira
dizer que se realizavam cultos religiosos, para ver se o punhado de pessoas que se reunia ali
tinha algo mais sensato a oferecer do que as crenças das grandes religiões. Ali, pela primeira
vez, ouvi algo sobre os conceitos dos adventistas (Igreja Cristã do Advento), sendo o
Sr. Jonas Wendell o pregador… Assim, reconheço estar endividado com os adventistas e com
outras denominações. Embora a exposição bíblica feita por ele não fosse inteiramente clara,
…foi o suficiente, sob a orientação de Deus, para restaurar minha abalada fé na inspiração
divina da Bíblia e para mostrar que os escritos dos apóstolos e dos profetas estão
indissoluvelmente vinculados. O que ouvi me fez voltar à minha Bíblia para estudá-la com
mais zelo e cuidado do que nunca antes, e serei sempre grato ao Senhor por esta orientação;
pois, embora o adventismonão me tenha ajudado em nenhuma verdade específica, ajudou-me
grandemente a desaprender erros, e assim me preparou para a Verdade."2
1
In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Taze_Russell - 28/01/2014
2
In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Testemunhas_de_Jeov%C3%A1_-_Proclamadores_do_Reino_de_Deus – 28/01/2014.
4
O grupo de estudos de Russel passou a defender que a doutrina da Trindade não era bíblica, mas
que somente Jeová é o Deus e Criador Todo-poderoso (Dt 6.4), que Jesus Cristo é a Sua primeira
criação e o seu Filho unigénito (At 7.55, 56) e que o espírito santo não é uma pessoa, mas é a força
ativa, invisível, de Deus. Também defendia que a alma não é imortal, mas mortal (Ez 18.4,20; Sl
22.29,78.50.) Sendo que a esperança dos mortos está na ressurreição (At 24.15) e que a punição
pela maldade impenitente não seria um tormento eterno, mas o aniquilamento.
Professavam que um ensino básico da Bíblia é que Jesus deu a sua vida em resgate pela
humanidade. Consideravam que primeiro seriam remidos da terra 144.000 homens e mulheres, para
serem co-herdeiros de Cristo no reino celestial. Creêm ainda que, por meio do resgate de Jesus,
muitos outros, incluindo os ressuscitados dentre os mortos, atingiriam a perfeição humana, com a
perspectiva de vida eterna na terra, sob o governo do Reino. (Rev 21.3,4).
Em 16 de Fevereiro de 1881, junto com outros associados, ele fundou uma sociedade bíblica sem
fins lucrativos. Foi chamada de Sociedade Torre de Vigia de Tratados de Sião (Zion’s Watch
Tower Tract Society). Após o registro legal, Charles Taze Russel torna-se o seu primeiro Presidente.
A sociedade é oficializada em 1896 com o nome Sociedade torre de vigia de Bíblias e tratados. O
crescimento possibilitou a divulgação de suas revistas e escritos.
"Os seis tomos de Estudos das Escrituras constituem praticamente a Biblia. Não são
meramente um comentário acerca da Bíblia, mas praticamente a própria Bíblia... Não se pode
descobrir o plano divino estudando a Bíblia. Se Alguém coloca de lado os Estudos, mesmo
depois de familiarizar-se com eles e se dirige apenas à. Biblia, dentro de dois anos volta às
trevas. Ao contrário, se lê os Estudos das Escrituras com as suas citações, ainda que não
tenha lido sequer uma página da Bíblia, ao cabo de dois anos estará na luz"3
Russel tinha sérias dificuldades com a interpretação da Bíblia, isso o colocou em grandes problemas
com as denominações cristãs. O artigo abaixo relata muito bem essas questões:
3
The Watch Tower" de Setembro de 1910, p. 298 (em inglês).
5
quando ele mentiu sob juramento sobre seu conhecimento da língua grega. No
final Russell admitiu que as declarações sobre si mesmo no panfleto eram
verdadeiras. (5) Em 1906 a esposa de Russell o processou com sucesso para o
divórcio por causa de "sua vaidade, o egoísmo, a dominação e a conduta imprópria
em relação a outras mulheres", e ganhou um acordo de $6.036 dólares. (6) O
tribunal censurou a Russell severamente e chamou a sua
conduta "insultante", "dominador" e "arrogante" a um grau que tornou a
vida intolerável para uma mulher sensível e cristã. (7)
Em 1913, Russell sem sucesso processou a The Brooklyn Daily Eagle por difamação
quando o jornal expôs suas tentativas fraudulentas de vender trigo comum ao
preço exorbitante de US$ 60,00 por bushel (unidade de medida usada no passado),
alegando que era "Trigo Milagroso". (8) Apesar destes
contratempos, Russell continuou a atrair as pessoas com a sua fantástica
interpretação profética e alerta dramático que o Armagedom ia acontecer em
1914. Quando 1914 veio, passou, e nada aconteceu ele mudou a data para 1915”.4
h) Morreu em 31/10/1916.
Depois de muito enfermo faleceu em um trem em Pampa – Texas.
a) Origem
Filho de pais batistas, nasceu numa fazenda no Condado de Morgan, Missouri, EUA. Quando tinha
16 anos, seu pai permitiu que cursasse a Faculdade de Direito, na condição de que arcasse com as
despesas para isso. Depois de concluir seu curso, passou 2 anos sob tutela do Juiz E. L. Edwards.
Aos 20 anos, tornou-se Escrivão Oficial do Tribunal da 14.ª Jurisdição Judicial de Missouri. Em 5
de maio de 1892, obteve da Ordem dos Advogados do Missouri licença para exercer advocacia em
Boonville. Em 1894, teve o seu primeiro contato com os escritos de Charles Taze Russell. Serviu
ainda durante 4 anos como Promotor Público. Mais tarde, tornou-se Juiz Especial da 8.ª Jurisdição
do Tribunal de Missouri. Os regristos do Tribunal provam que Rutherford serviu em mais de uma
ocasião como Juiz substituto.
c) Advogado da organização.
Rutherford se tornou advogado do grupo e defendeu Russel em muitos processos. Ele entendeu que
Deus tinha uma organização visível na terra e isso fez com que defendesse com afinco o grupo de
estudos e trabalhasse para organizar e desenvolver o grupo. Foi mais promissor e excedeu Russel
em sua liderança e trabalho.
4
http://buscandoverdade.weebly.com/charles-t-russell.html
6
"Esta revista é publicada para o benefício de todos os membros da família.
Mostra como enfrentar os problemas de nossos dias. Apresenta notícias,
histórias de pessoas de vários países e matérias de natureza religiosa e
científica. Mas faz mais que do isso. Ela analisa a fundo os acontecimentos
atuais e identifica o verdadeiro significado por trás deles. Ainda assim, é
sempre politicamente neutra e não exalta nenhuma raça como superior a
outra. O mais importante é que esta revista aumenta a confiança na
promessa de que o Criador em breve substituirá o atual mundo perverso e
anárquico por um novo mundo pacífico e seguro."
5
BAALEN, Jan Karel Van. O caos das Seitas. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1986, pág. 181.
6
SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS. O homem em busca de Deus. pág. 225.
7
i) Morre em 1942.
1. A questão Trinitária
a) Dizem ser Satanás o autor da doutrina da Trindade (seja Deus verdadeiro, pg 81).
b) Enxergam a trindade como um monstro de três cabeças.
c) A palavra trindade não está na Bíblia.
d) Invenção religiosa de Tertuliano.
5. Outros assuntos
a) O Espírito Santo – Força Ativa
A Bíblia ensina que Ele é Deus e uma pessoa, At 5:3-4, Rm 8:26.
e) A volta de Cristo – “O apóstolo Paulo servia de ponta de lança na atividade missionária cristã.
Ele também lançava o alicerce para uma obra que seria terminada em nosso século 20”.7 Cristo
voltou em 1914, “o tempo do fim para os gentios” e em 1918 veio para o seu templo, que são os
14.000, com os quais constitui a Igreja”.8 Cristo não volta como humano, mas somente em espírito.
Porém foi criado na ignorância, pobreza e superstição. Ainda moço, decepcionou-se com as igrejas
que conhecera. Foi nesse tempo que diz ter recebido a sua primeira visão, segundo a qual aparece-
ram-lhe o Pai e o Filho, denunciando a falsidade de todas as igrejas, com as seguintes palavras:
"Eles se chegam a mim com os seus lábios, mas seus corações estão longe de mim; eles ensinam
mandamentos dos homens como doutrina, tendo aparência de santidade, mas negando o meu poder"
(O Testemunho do Profeta Joseph Smith, p. 4).
2. As visões
a) Primeira visão – Deus pai em forma humana e o Filho aparecem a ele em 1820. A famosa
pergunta! “Qual de todas as seitas é a verdadeira, a fim de saber a qual unir-me? Foi me respondido
7
SILVA, Esequias Soares da. Provas documentais. São Paulo: Candeia, 1996, pág.26.
8
BAALEN, Jan Karel Van. O caos das Seitas. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1986, pág.191.
9
Encontrado In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Smith_Jr. Em 17/03/2014
9
que não me unisse a nenhuma delas, porque todas estavam erradas, que todos os seus credos eram
uma abominação a sua vista” (Pérola de Grande Valor, 2.5;10-11;15-20).
3. As Placas10
Conforme a segunda visão, Morôni teria indicado a Joseph Smith o lugar onde as placas foram
escondidas, e emprestou-lhe umas pedras especiais, um certo tipo de lentes, chamadas "Urim" e
"Tumim", com as quais Joseph Smith poderia decifrar e traduzir os dizeres dessas placas.
Depois de conseguir as placas de ouro e as lentes, Smith, sentado por trás de uma cortina, teria
ditado a um amigo a tradução do que estava escrito nas placas. Depois devolveu as placas e as
lentes a Moroni. Uma vez traduzida, a obra foi publicada pela primeira vez em 1829, recebendo o
título de O Livro de Mórmon.
Uma série de "revelações" de Joseph Smith foi desenvolvendo a doutrina dessa igreja,
transformando-a, através dos anos, numa forma de politeísmo. Os crentes deveriam edificar uma
teocracia, isto é, teriam o assessoramento de doze apóstolos. As pretensões de domínio de Smith
eram tão elevadas que ele chegou a lançar-se candidato à presidência dos Estados Unidos.
Smith e seus seguidores sofriam não poucas perseguições, razão por que eram levados a peregrinar
de um a outro ponto da América, procurando onde estabelecer uma colônia e fundar o reino de
Deus. Encontraram acolhida em Illinois, onde erigiram a cidade de Nauvoo. Ali, acusado de
grosseira imoralidade e falsificação, Smith foi preso, e uma turba enfurecida invadiu a cadeia e, a
tiros, matou Smith e seu irmão, Hyrum.
Depois da morte de Joseph Smith, sua igreja se dividiu. A primeira facção seguiu a liderança de
Brigham Young, fiel discípulo do "profeta" Smith. Como ainda eram muitas as perseguições que
sofriam nessa época, Young e aqueles a quem liderava, após penosa peregrinação, em julho de
1847, chegaram ao Estado de Utah, na época território mexicano não ocupado, e, ali, onde hoje é a
cidade de Salt Lake City, fundaram a sede da igreja, uma espécie de quartel-general, de onde o
mundo seria alcançado pelos apóstolos do mormonismo.
A maioria, no entanto, decidiu ficar sob a liderança de um filho de Joseph Smith, e separou-se dos
demais, permanecendo no Estado de Missouri. Reorganizaram a igreja e estabeleceram sua sede em
10
OLIVEIRA, Raimundo de. Seitas e Heresias. São Paulo: CPAD, 2004.
11
Ibid, pág. 102 – Nota: As letras em Times é do texto citado; as letras em Arial são acréscimos do Prof.Glauco
10
Independence, Missouri. Chamaram-na "Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias". Esta igreja tem prosperado e ainda permanece, embora seja menor que a de Utah.
Das várias facções que surgiram depois da morte de Joseph Smith, outra digna de menção é a
"Igreja de Cristo do Lote do Templo", com sede em Bloomington, Estado de Illinóis. Segundo as
"revelações" recebidas por alguns líderes dessa facção, convenceram-se de que Sião, o lugar do
regresso de Cristo à Terra, está em Bloomington, e não em Israel. Crêem que Ele terá o seu templo
em certo lote da área onde está a sede dessa igreja.
1. O livro de Mórmon
a) O que fala?
O documento contém a história de três migrações do povo de Deus para as Américas. Os jareditas
receberam ordem, há quatro mil anos para abandonar o hemisfério oriental e viajar ao novo mundo.
Sob a liderança de Jarede, eles navegavam em balsas, chegaram com sucesso ao continente
americano e fundaram uma grande civilização, que durou aproximadamente 2000 anos. Foi
destruída devido a conflitos internos.
A segunda migração aconteceu durante o reinado do Rei Zedequias, chamado Muleque. Este deixou
Jerusalém depois que o reino de seu pai foi devastado e chegou ao fim. Seus descendentes uniram-
se a Lei e, juntos, os dois grupos cresceram para formar uma grande nação. Os mórmons acreditam
que esse povo é ancestral dos índios americanos.
No seu todo, O Livro de Mórmon soma um total de 239 capítulos e 6553 versículos. Nele são
encontrados capítulos inteiros da Bíblia. Por exemplo: Ia Nefi 20 é igual a Isaías 48; 2a Nefi 12 e 24
são iguais a Isaías 2 e 14; 3a Nefi 24 é igual a Malaquias 3; 3a Nefi 12 e 14 são iguais a Mateus 5 e
7; Moroni 10.7-20 é igual a 1 Coríntios 12.
2. Governo
a) Presidente – Deus fala por meio dele através do processo de revelação continua.
b) Abaixo do presidente está o conselho dos Doze Apóstolos.
c) Outros cargos: Sacerdotes, Bispos, Diáconos, Patriarcas, Apóstolos, Élderes.
d) Os Élderes cuidam dos assuntos espirituais nas igrejas.
3. Bíblia
a) “Cremos ser a Bíblia a Palavra de Deus, o quanto sua tradução seja correta; cremos também ser o
Livro de Mórmon a Palavra de Deus”.
b) Além do Livro de Mórmon existe “Doutrina e Pactos” e” A pérola de grande valor”.
4. Deus
a) Existem deuses no universo.
b) Deus tem carne e osso (imagem e semelhança).
c) Jesus é criado e inferior ao Pai.
d) Jesus foi polígamo (Maria, Marta e Maria Madalena).
11
5. Igreja
a) Segundo revelação a IJSUD é a verdadeira igreja restaurada nos últimos dias através de Joseph
Smith.
b) A igreja prática Batismo por procuração para Salvação dos mortos.
c) O Casamento é eterno.
6. Os reinos
a) Celestial – reservado para os fiéis e justos, serão deuses e procriarão com suas esposas.
b) Terrestrial – reservado para os menos fiéis em algum outro planeta específico.
c) Telestial – localizado em outro planeta, aonde irão aqueles que não estão nos outros reinos, bem
como os ímpios que sofrerão nas mãos de Satã e depois lhes será oferecida a Salvação.
7. Os artigos de Fé
O próprio Joseph Smith, fundador do mormonismo, escreveu aquilo que até hoje é aceito como
"Regras de Fé d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias", as quais se seguem:
• Cremos em Deus, o Pai Eterno, e no seu Filho, Jesus Cristo, e no Espírito Santo.
• Cremos que os homens serão punidos pelos seus próprios pecados e não pela transgressão de
Adão.
• Cremos que, por meio do sacrifício expiatório de Cristo, toda a humanidade pode ser salva pela
obediência às leis e regras do Evangelho.
• Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do Evangelho são: primeiro, fé no Senhor Jesus
Cristo; segundo, arrependimento; terceiro, batismo por imersão, para remissão dos nossos pecados;
quarto, imposição das mãos para o dom do Espírito Santo.
• Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, por profecia e por imposição de mãos por
quem possua autoridade para pregar o Evangelho e administrar ordenanças.
• Cremos na mesma organização existente na igreja primitiva, isto é, apóstolos, profetas, pastores,
mestres, evangelistas, etc.
• Cremos no dom de línguas, na profecia, na revelação, nas visões, na cura, na interpretação de
línguas, etc.
• Cremos ser a Bíblia a Palavra de Deus, quando for correta a sua tradução; cremos também ser O
Livro de Mórmon a Palavra de Deus.
• Cremos em tudo o que Deus tem revelado, em tudo o que Ele revela agora, e cremos que Ele ainda
revelará muitas grandes e importantes coisas pertencentes ao Reino de Deus.
• Cremos na coligação literal de Sião, na restauração das Dez Tribos; que Sião será construída neste
continente (o norte-americano); que Cristo reinará pessoalmente sobre a Terra, a qual será renovada
e receberá a sua glória paradisíaca.
• Pretendemos ter o privilégio de adorar a Deus, o Todo-Poderoso, de acordo com os ditames da
nossa consciência, e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar, como
ou o que quiserem.
• Cremos na submissão aos reis, presidentes, governadores e magistrados, como também na
obediência, honra e manutenção da lei.
• Cremos ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os
homens. Na realidade, podemos dizer que seguimos a admoestação de Paulo. Cremos em todas as
coisas e confiamos na capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável e
louvável, nós a procuraremos.
12
8. ESPIRITISMO – BREVE HISTÓRIA
1. Definição de Espiritismo.
a) O contato com espíritos dos mortos, diretamente ou por mediunidade.
b) O conceito de espiritismo já sugere a ideia de comunicação e reencarnação.
3. O Espiritismo Moderno.
a) Margareth e Kat Fox (irmãs Fox) – 31/03/1848.
b) Ruídos e Objetos se mexendo.
c) Primeira experiência de comunicação - Margareth Fox.
d) Aprendeu a se comunicar e manipular os espíritos –Kat.
e) Em 1888 relatou diante da academia de música de NY que tudo era uma farsa.
2. Reencarnação.
a) “A reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição...A reencarnação é
a volta da alma, ou espírito, à vida corporal, mas em outro corpo novamente formado para ele que
nada tem em comum com o antigo”(O evangelho segundo o espiritismo, PP.24,25).
13
b) É um círculo sem fim, morre e volta em outro corpo.
c) A reencarnação tem haver com a lei do CARMA.
- O que a Bíblia diz: Todos os ressuscitados na Bíblia voltam no mesmo corpo.
- Em Lc 16:19 não há reencarnação.
- Em Hb 9:27 está o plano determinado por Deus em relação a morte.
- Em Ap 6:9 temos os mártires na vida eterna.
3. Acreditam:
a) Que a Bíblia tem erros e é um livro de homens – ler II Tm 3:16; II Pe 1:21.
b) Que “todos” vão ao céu ou mundo dos espíritos(candomblé) – Ap 21:8.
c) Cultuam imagens e os espíritos guias e anjos – Ex 20:3; Cl 2:18.
d) Jesus é um espírito evoluído, foi um homem especial- Jo 1:1; Fp 2.
A palavra Islã o qual deriva o Islamismo significa “submissão”. O seguir da religião é chamado de
muçulmano, palavra que ignifica “submisso” ou “aquele que se submete”.
O fundador do Islã foi Maomé, nascido em 570d.c em Meca. Foi criado pelo tio-avó e educado para
ser pastor de ovelhas, tornou-se posteriormente condutor de camelos na rota comercial entre a Síria
e a Arábia. Casou-se aos 25 anos com uma viúva rica e influente chamada Khadija, uma ex-patroa e
quinze anos mais velha. Dada a influência de Khadija, Maomé, foi elevado a uma posição de
destaque nos círculos ricos e sociais de Meca.
Nos quinze anos subsequentes, Maomé tivera contato com judeus e cristãos, em suas viagens
comerciais, indignava-se da falta de postura moral dos adeptos destas duas religiões, ele era um
homem profundamente religioso e vê por outra encontrava-se em retiro para meditação nos
arredores de Meca.
Aos quarenta anos, alegou ter recebido uma suposta visita do anjo Gabriel, o qual revelara a
existência de um único Deus, denominado Alá, e que ele Maomé fora chamado para pregar uma
mensagem contra a imoralidade e idolatria humana. Maomé sofreu grande oposição de seus
compatriotas.
Pouco tempo depois da primeira visão, Gabriel reapareceu a Maomé e acrescentou mais revelações.
A oposição continuou, mas em um nível muito perigoso. Sua mensagem contradizia o politeísmo
em voga; porém, o que era mais importante, ia contra o hedonismo e a crença geral da época, de que
a riqueza era a prioridade da vida. Maomé conquistou cerca de setenta seguidores.
Com a morte de Khadija em 619, a oposição aumentou e Maomé teve que fugir. O ano do início
oficial do Islã é marcado por essa fuga. Em 622 Maomé foge de Meca para Medina e inicia suas
pregações de uma nova revelação de Deus. A chamada hégira (fuga), marcou esse momento
decisivo e o início da religião.
Oito anos em Medina provaram ser o tempo sufi ciente para Maomé reunir forças ao redor de sua
causa. De 624 a 630, seus seguidores atacaram e conquistaram as vilas na região ao redor de
Medina. Em 628, tentou fazer uma peregrinação a meca com 1600 seguidores. Os clãs de meca
estavam determinados a impedir que ele entrasse na cidade. Maomé e seus homens foram
interceptados em Hudaybiah. Depois de alguns dias, as tensões cessaram e foi assinado um tratado
de paz entre Maomé e os cidadãos de Meca. Parte do acordo estabelecia que os muçulmanos tinham
14
a permissão para fazer a peregrinação no ano seguinte, ou seja, 629. O poder de Maomé crescia
mais a cada dia e o estado moral, econômico e social em Meca estava em franco declínio. Nos anos
de 629, o tratado de Al Hudaybiyah foi quebrado, devido a complexas guerras entre os clãs.
Finalmente, em janeiro de 630, Maomé, seguido por dez mil homens, marchou contra Meca. Alguns
dos líderes da cidade foram ao encontro e renderam-se com pouca resistência. Maomé concedeu
uma anistia geral e posteriormente perdoou generosamente seus antigos inimigos, de modo que
diversos moradores de Meca foram conquistados por sua causa e muitos passaram a segui-lo em
outras campanhas. Embora nem toda a cidade de Meca estivesse convertida ao Islamismo, Maomé
expurgou a cidade de centenas de seus deuses pagãos, a fim de estabelecer uma religião monoteísta.
Em pouco tempo ele se tornou a figura religiosa mais conhecida de toda a Arábia. Conseguiu
formar uma federação de tribos árabes que posteriormente conquistaria os impérios bizantino e
persa, até o norte da África e de Bizâncio.
Maomé morreu em 632. Após sua morte, muitas foram as disputas pela liderança do movimento.
Dois de seus sogros assumiram previamente a sucessão, Califa Abu Bakr até 634 e Omar deste ano
em diante. Isto preparou caminho para a longa sucessão de califas durante a história do islamismo.
Por volta de 750, o islamismo encontrava-se na China e estendia-se para o Ocidente, onde chegou
no Marrocos e na Península Ibérica. Nos oito séculos seguintes ultrapassou as fronteiras de seu já
enorme império. Na época da Reforma Protestante na Europa, os turcos otomanos muçulmanos,
liderados pelo famoso sultão Suleiman, o magnífico, chegaram às portas do Santo Império Romano,
a fim de pressionar a própria capital, a cidade de Viena. Os cristãos viam a expansão do islamismo
com grande temor. Alguém observou o fenômeno como “uma chama que cresce a cada dia, a qual
consome tudo o que está ao redor e ainda segue em frente”. Carlos V, imperador do Santo Império
Romano, insistiu com os Luteranos, para que se unissem aos católicos contra o inimigo comum, os
turcos.
A expansão do islamismo durante os primeiros mil anos sofreu uma divisão em três impérios
distintos. O primeiro foi o Otomano, formado principalmente pelos turcos. Como já mencionamos
acima, foram eles que forçaram o caminho para a Europa, em direção ao Ocidente, no século 16. O
segundo foi o império mogul, que se estabeleceu na Índia e era formado principalmente pelos
árabes muçulmanos, os quais foram para a Índia liderados por Akbar, em 1500. Ele tinha intenso
interesse pelas religiões. O terceiro império muçulmano distinto foi o Safavid, assim como a Mogul,
também foi estabelecido em 1500. Sob a liderança de Abbas I, que reinou de 1587 a 1629, o
Império Persa cresceu em poder e proeminência.
Muçulmanos Xiitas – ou “guerrilheiros”, acreditavam que o genro de Maomé, Ali, fosse seu
legítimo herdeiro. Esta seita, extremamente pequena, foi popularizada por Safavid, na pérsia.
Atualmente, constitui aproximadamente 10% da população do mundo muçulmano, mas certamente
compõe a mais expressiva de todas as facções islâmicas. Os líderes são chamados de imãs e
exercem autoridade absolutista política e espiritualmente. Um exemplo óbvio de nossos tempos foi
a liderança do Aiatolá Khoemini (1900-1989), nos anos 80. Ele chegou ao poder em 1979, através
15
de um golpe contra o Xá Mohamammad Pahlevi. O início de sua permanência no poder, que durou
uma década, foi marcado pelo sequestro de um grupo de norte americanos por 444 dias.
Escrituras
Apesar de os muçulmanos crerem que Deus se revelou na lei judaica(tawrat), nos Salmos(zabur) e
nos evangelhos9injill), afirmam que a Bíblia de hoje está corrompida ou tahriff. Afirmam que o
Alcorão é a palavra final de deus. Este livro está dividido em 114 capítulos ou suratas e tem
aproximadamente o tamanho do NT.
Os muçulmanos também acreditavam na JIHAD, ou guerra santa, que alguns grupos radicais têm
exaltado ao nível de doutrina fundamental. Embora isso possa envolver a morte de infiéis por causa
se sua fé, para os muçulmanos mais moderados Jihad é esforço sagrado com a palavra, não
necessariamente com a espada.
Outros Assuntos:
1. Vida após a morte: O islamismo ensina que o homem tem uma alma que sobrevive para uma
vida futura. O Alcorão diz: “Alá recolhe as almas no momento da morte e, os que não morrem,
ainda (recolhe) durante o sono. Ele retém aqueles cuja morte tem decretada” (Surata 39:42). Ao
mesmo tempo, a surata 75 é totalmente dedicada à Alquiáma(Ressurreição, ou levantamento dos
mortos), “pelo dia da ressurreição... porventura, crê o homem jamais reuniremos seus ossos?
Perguntaram: Quando acontecerá o dia da Ressurreição?... Não será Alá capaz de ressuscitar os
mortos?” (Surata 75: 1, 3, 6 e 40).
16
Segundo o Alcorão, a alma pode ter diferentes destinos, que pode ser um jardim celestial
paradisíaco ou a punição num inferno ardente. Como diz o alcorão: “Perguntaram: Quando chegará
o dia do juízo final? Será o o dia em que forem torturados no fogo! Ser-lhe-ás dito: Sofrei a vossa
tortura! Eis aqui o que pretendes ungir!” (Surata 51:12-14). “Sofrerão [os pecadores] um castigo na
vida terrena; porém, o do outro mundo será mais severo ainda e não terão defensor algum diante de
Alá” (Surata 13: 34). Outra descrição declara: “Em verdade o inferno será uma emboscada... onde
permanecerão séculos, até milênios, em que não provarão do frescor nem de qualquer bebida, a não
ser água fervente e uma paralisante beberagem” (Surata 78:21,23-25).
Os muçulmanos crêem que a alma dos falecidos vai para o Barzakh, ou “barreira”, o lugar de estado
em que as pessoas estarão após a morte e antes do julgamento. (Surata 23: 99, 100). A alma está
consciente neste lugar, sofrendo o que se chama de “Punição do túmulo” se a pessoa foi má, ou
desfrutando a felicidade, se foi fiel. Mas, os fiéis, também tem que sofrer algum tormento por causa
de seus poucos pecados enquanto vivos. No dia do juízo, cada qual encara seu destino eterno, que
finda aquele estágio intermediário.
Em contraste, aos justos se oferecem jardins celestiais paradisíacos. “Quanto aos crentes que
praticam o bem, introduzi-los-emos em jardins abaixo dos quais correm rios, em que morarão
eternamente”(Surata 4:57). “Naquele dia os moradores do Paraíso em nada pensarão a não ser na
felicidade. Junto com suas esposas, reclinar-se-ão sob arvoredos sombreados em sofás macios.
Antes disso nós escrevemos nos Salmos depois da mensagem 9dada a Moisés): Meus servos, os
justos herdarão a terra”. (Surata 36: 55,56). A menção do termo esposas leva-nos ao encontro de
uma das mais polêmicas questões da religião islâmica: a Poligamia.
2. Casamento
Embora o Alcorão permita a poligamia, muitos muçulmanos têm apenas uma esposa. Devido às
numerosas viúvas resultantes de custosas batalhas, o Alcorão fez concessão para a poligamia: “Se
temerdes ser injustos para com as órfãs, podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouver
entre outras mulheres. Mas, se temerdes não poder ser equitativos para com estas, casai, então com
uma só, ou conformai-vos com o que está ao alcance de vossas mãos” (Surata 4:3). Uma biografia
de Maomé, feita por Ibn-Hisham, diz que após a morte de Khadija, Maomé casou-se com muitas
mulheres. Ao morrer deixou nove viúvas.
Outra forma de casamento islâmico é chamada de Mutah. É definido como “contrato especial
celebrado entre um homem e uma mulher através da oferta e aceitação de casamento por um
período limitado e com dote de especificação, semelhante ao contrato de casamento permanente. Os
sunitas chamam-no de casamento por prazer, e os xiitas, um casamento a ser encerrado num período
específico. Os filhos de tais casamentos são considerados legítimos e têm o mesmo direito dos
filhos de um casamento permanente. Parece que esta forma de casamento temporário era praticado
nos dias de Maomé, e ele permitiu que continuasse. Os sunitas insistem que foi proibida mais tarde,
ao passo, que os imamis (um dos maiores grupos xiitas), crêem que ainda vigora. Muitos,
efetivamente, o praticam em especial quando um homem se ausenta de sua esposa por um longo
período.
3. A Mesquita
Um outro elemento indispensável presente na religião muçulmana é a Mesquita(masjad, em árabe) é
o local de adoração dos muçulmanos, que eles classificam a “pedra fundamental para invocar a
Deus”.
17
O islamismo define a Mesquita como, local de oração, estudo, atividades legais e judiciais,
consultas, pregação, orientação, educação e preparação... A Mesquita é o coração da sociedade
muçulmana. Com a expansão da religião islâmica, a figura mesquita é hoje presente em quase todo
mundo. Um dos templos mais famosos da história é a Mesquita de Córdoba na Espanha, que por
séculos era a maior do mundo. A sua parte central é agora ocupada por uma catedral católica.
1- NA ÍNDIA
Quando a "Luz da Ásia" surgiu brilhantemente na Índia Central foi assinalado um dos maiores
acontecimentos que marcaram época na história espiritual da humanidade; ou em outras palavras,
quando a Fonte da Grande Sabedoria e compaixão aí se transbordou, enriqueceu a mente humana,
através dos séculos, até os dias atuais.
O Buda Gautama mais tarde conhecido como Sakyamuni ou o "Sábio do clã Sakya" pelos adeptos
budistas, abandonou o aconchego do lar, tornou-se um monge mendicante e dirigiu-se rumo ao sul,
até Magadha, onde, presumivelmente, nos meados do século V a.c, estando em meditação sob a
árvore BO (Bodhi-Ficus Religiosa), alcançou a iluminação. A partir desse momento começou Sua
árdua e difícil missão, continuando-a, incansavelmente, no decorrer de longos quarenta anos, até a
Sua "Grande Morte", com a qual entrou no Nirvana, pregando a Sabedoria e Compaixão. Após a
sua morte, muitos e grandes templos budistas continuaram a aparecer em reinos e em várias tribos
da Índia Central.
Durante o reinado do Rei Asoka (268-232 a.C.), o terceiro governante do Reino de Mauria, o
ensinamento do Buda Gautama disseminou-se por toda a Índia, chegando mesmo a se propagar para
além das fronteiras do país.
O reino Mauria foi o primeiro estado monárquico a se consolidar na Índia. Este reino, no tempo de
seu primeiro governador Candragupta (316-293 a.C. aproximadamente) já ocupava um vasto
domínio, que se limitava com as montanhas do Himalaia, ao norte, ao leste com o Golfo de
Bengala; a oeste, com as montanhas Hindu kush, e ao Sul, com as montanhas Vindhya. O Rei
Asoka expandiu, posteriormente, este domínio até o Planalto do Deccan, conquistando o reino de
Kalinga e de outros.
Este rei era tido como muito furioso por natureza e era chamado de Candasoka (o Furioso Asoka)
pelo povo; mas seu caráter mudou completamente e ele se tornou sincero devoto do ensinamento da
Sabedoria e Compaixão após testemunhar as devastações causadas pela guerra, na qual Kalinga foi
conquistado. Após esse episódio, ele fez muitas coisas como crente budista, entre as quais se
destacam dois empreendimentos dignos de honra.
12
A Doutrina do Buda, 3ª edição, Bukkyo Dendo Kiokai, Japão, 1982, pgs.539-557.
18
"estabelecer o maravilhoso ensinamento nesta bela e tranqüila Lankadvipa (Ceilão)", iniciando,
assim, a propagação do budismo em direção sul da ilha.
Quando, como e por quem esta "nova Onda" foi iniciada? Ninguém ainda pode dar a resposta
definitiva a estas questões. Quanto a isso, apenas podemos dizer que: Primeiro, esta tendência deve
ter surgido no seio da escola Mahasanghika, e trazida à luz pela maioria dos sacerdotes
progressistas da época; segundo, o fato é que já havia alguns fragmentos importantes das escrituras
mahayanas, durante o período que vai desde o primeiro ou segundo século a.C. até o primeiro
século da Era Cristã. E quando o magnífico pensamento de Nagarjuna, endossado pelas escrituras
mahayanas, desenvolveu-se, o budismo mahayana apresentou-se vigorosamente no primeiro plano
do palco da história religiosa.
O papel desempenhado pelo budismo mahayana foi muito grande e significativo na longa história
do budismo. Assim, o budismo na China e no Japão desenvolveu-se, sofrendo muitas influências da
doutrina mahayana. Isto não parecerá estranho, pois já se desenvolvia um novo ideal para a
salvação das massas, considerando os novos santos como Bodhisattvas para pôr em prática este
ideal; e, para ratificar usso, os resultados intelectuais nos domínios metafísicos e psicológicos
trazidos pelos pensadores mahayanistas, foram realmente magníficos. Desta maneira, embora, de
um lado, estivessem relacionados à doutrina de Buda Gautama, por outro, muitos novos aspectos da
Sabedoria e Compaixão lhe foram acrescentados. Com estes acréscimos, o budismo cresceu em
ardor e energia e chegou a enriquecer os países do leste, como as impetuosas correntes de um
grande rio.
3- NA ÁSIA CENTRAL
Foi através dos países da Ásia Central que a China veio a aprender o budismo. Portanto, para se
falar da disseminação do budismo da Índia para a China, é necessário que se diga algo sobre a Rota
da Seda. Esta rota, aberta durante o reinado do Imperador Wu, da Dinastia Han (140-87 a.C.),
atravessava infindáveis territórios da Ásia Central e ligava o ocidente ao oriente. Por esta época, o
domínio de Han se estendia para o oeste, e em países vizinhos como Fergana, Sogdiana, Tokhara e
mesmo na Parthia, o espírito mercantilista inspirado por Alexandre, o Grande, ainda estava
vigorosamente ativo. Ao longo desta importante rota que passava por estes países, a seda
desempenhava o mais importante papel no intercâmbio comercial, daí o nome de Rota da Seda.
Pouco antes ou depois do Início da Era Cristã, a Índia e a China iniciaram os seus novos contatos
culturais, através desta rota do comércio. Assim, esta rota pode ser considerada também como a rota
da expansão do budismo.
4- CHINA
19
A história do budismo chinês tem início na época em que se aceitaram e se traduziram as escrituras
budistas. A mais velha obra da qual se tem conhecimento parece ser a "Ssu-shih-êr-châng-ching"( O
Sutra em Quarenta e Duas Seções Pregado por Buda.) feita por Kasyapamatanga e outros durante a
era Ying-P'ing (58-76 AD) do Imperador Ming, da Dinastia Han posterior; mas hoje é considerada
como uma duvidosa história legendária. A abalizada opinião dos estudiosos atribui esta tradução a
Na-shin-Kao, que era tradutor em Lo-yang, de 148 a 171 a.D., aproximadamente. Desta época até a
era da Dinastia Sung Setentrional (960-1129 a.D.), os trabalhos de tradução continuaram durante
quase mil anos.
Durante os primeiros anos, os responsáveis pela introdução e tradução das escrituras foram os
monges vindos, em sua maioria, dos países da Ásia Central. Por exemplo, Na-shin-Kao, acima
mencionado, veio da Parthia; K'na-sêng-K'ai, originário de uma região de Samarcanda, chegou a
Lo-yang por volta do século III, e traduziu o Sukhavativyuha (O Livro da Vida Ilimitada). Além
disso, Chufa-hu ou Dharmaraksha, que é conhecido como o tradutor de Saddharmapundarika", veio
de Tokhara e se estabeleceu em Loyang ou Ch'ang-an, em fins do século III até os princípios do
século IV. Quando Kumarajiva, veio de Kucha, no início do século V, os trabalhos de tradução
atingiram o seu auge.
Nesta época, os monges começaram a desenvolver suas reais atividades, ao empreenderem viagens
à Índia, para estudar o sânscrito e a doutrina budista. O pioneiro deles todos foi o monge Fa-hsien
(339-420? a.D.). Saindo de Lo-yang em 399 a.D., foi à Índia, de onde retornou 15 anos mais tarde.
O mais notável desses monges que viajaram até a Índia dói Hsuan-Chuang (600-664 a.D.), que
partiu para a Índia em 627 a.D., aí permanecendo durante 19 anos e daí voltou em 645 a.D. Mais
tarde, I-ching (635-713 a.D.), (não confundir com o livro I-ching) foi à Índia, por mar, em 671 a.D.
e regressou pela mesma rota, vinte e cinco anos depois.
Estes monges visitaram a Índia, por livre vontade, para aprender o sânscrito e trazer para casa as
escrituras por eles escolhidas, e tiveram papel importante nos trabalhos de tradução das mesmas. O
mais importante deles foi Hsuan-chuang, cuja notável habilidade lingüística e cujo eficaz e
consciente trabalho fizeram com que os trabalhos de tradução das escrituras, na China, alcançassem
outro apogeu. As obras dos primeiros tempos feitas por aqueles representados por Kumarajiva são
chamadas as "Velhas Traduções", e as obras de Hsuan-chuang e dos últimos tradutores são
chamadas as "Novas Traduções" pelos estudiosos budistas nos últimos períodos.
Baseando-se nos inúmeros volumes das escrituras budistas que foram traduzidas do sânscrito, a
tendência do pensamento e das atividades religiosas desses homens letrados foi pouco a pouco se
adaptando à cultura chinesa. Daí a clara manifestação da natureza racial, das necessidades e das
esperanças do povo chinês. Os vacilantes ensaios que os monges empreenderam no campo
metafísico em relação à "não-substancialidade" e principalmente no que diz respeito ao Prajna
(Sabedoria) dos Sutras, foram uma manifestação desta tendência. Posteriormente, abandonaram o
assim chamado "Hinayana"ou o Veículo Menor, e voltaram sua atenção ao "Mahayana", o Grande
Veículo. Além disso, com a escola Tendai, esta tendência ganhou importância e notabilidade, e com
o aparecimento da escola Zen, ela alcançou o seu auge.
A escola Tendai, aperfeiçoada por Tendai Daishi Chih-i (538-597 a.D), seu terceiro patriarca,
alcançou a sua plenitude, na China, na última metade do século VI. Tendai Saishi foi um dos mais
ilustres vultos do pensamento budista, e sua classificação crítica da Doutrina de Buda em Cinco
Períodos e Oito Doutrinas exerceu, durante muito tempo, grande influência sobre o budismo da
China e do Japão.
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Um meticuloso exame mostrará que, na China, os vários sutras foram trazidos, sem a preocupação
cronológica de sua origem, e foram traduzidos à medida que chegavam. Diante da numerosidade
desses sutras, tornou-se problemático saber a sua origem e avaliação. Conseqüentemente, foi
necessário considerar o budismo como um todo e mostrar como alguém deveriam portar-se de
acordo com sua própria compreensão desta doutrina. Quanto à avaliação dos sutras, deve-se levar
em conta, antes de tudo, a tendência do pensamento chinês. A avaliação feita por Chih-i foi, acima
de tudo, a mais sistemática e a mais persuasiva. Mas, modernamente, com o desenvolvimento do
trabalho de pesquisa sobre o budismo, mesmo esta dominante influência parece ter chegado a um
fim.
Na história do budismo chinês, a escola Zen foi "a que chegou por último". Seu fundador foi
Sramana, um monge de um país estrangeiro, chamado Bodhidarma (523-528 a.D); mas as sementes
por ele lançadas floresceram gloriosamente apenas depois da época de Hui-Neng (638-713 a.D.), o
sexto patriarca desta escola. Depois do século VIII, a Seita na China teve uma série de talentosos
mestres que fizeram o Zen prosperar durante vários séculos.
O budismo na China apresentava um novo modo de pensar, que estava profundamente arraigado na
natureza de seu povo. Outro não era senão o budismo matizado com o modo de pensar chinês. A
doutrina do Buda Gautama, agora acrescida com esta nova corrente, adquiriu vigor, tornou-se
impetuosa como um grande rio e chegou a enriquecer países no oriente.
5- NO JAPÃO
A história do budismo no Japão teve início no século VI. A introdução do budismo no Japão
verificou-se, pela primeira vez, em 538 a.D., quando o Rei de Pochi ( ou Kudara, Coréia) enviou
um embaixador para apresentar uma imagem budista e um rolo de sutras a Corte do Imperador
Kinmei. A história religiosa do Japão tem, portanto, mais de 1.400 anos.
Nesta história, o budismo japonês se prende a três focos. O primeiro deles deve ser situado no
budismo dos séculos VII e VIII. Para atestar essa assertiva, deve-se fazer referências à construção,
que se realizava nesta época, de vários templos como Templo Horyuji (607 a.D.) e o Templo
Todaiji (752 a.D.). Fazendo-se em retrospecto desta época, depara-se com um fato que não deve ser
omitido, isto é, o fato de que a maré de cultura surgiu inusitadamente alta através de toda a Ásia.
Durante este período, enquanto a civilização ocidental estava mergulhada em profunda escuridão, a
oriental desenvolvia um movimento surpreendentemente ativo e magnífico, Na China, na Ásia
Central, na Índia e nos países dos Mares do Sul,as atividades nos campos intelectual, religioso e no
das artes desenvolviam-se vigorosamente. Unindo-se a estes movimentos, o budismo banhava o
mundo oriental com sua vasta corrente de humanismo. O novo movimento de uma cultura japonesa,
testemunhado pela construção do brilhante Horyuji e do magnífico Todaiji e pelas atividades
religiosas e artísticas que surgiram com estes eventos, é notável por mostrar, no extremo oriente,a
brisa da maré cultural que cobria vastas áreas da Ásia.
O povo deste país que por muito tempo esteve mergulhado na ignorância, agora banhado pela
corrente de uma grande cultura e civilização, desenvolveu-se de repente. Tal foi a reviravolta da boa
fortuna que favoreceu o povo deste país nestes séculos. E o principal fator, responsável pelo
surgimento desta cultura, outro não foi senão o budismo. Conseqüentemente, os templos budistas da
época tornaram-se centros de brilhante cultura, e os monges foram os líderes deste novo saber. Aí se
desenvolveu uma cultura mais propriamente que uma religião. Este era o estado em que se
encontrava o budismo, nos primórdios de sua introdução no país.
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No século IX, dois grandes mestres. Saicho (Dengyo Daishi, 767-822) e Kukai (Kobo Daishi, 774-
835), apareceram em cena e fundaram duas escolas budistas que, juntas, são conhecidas como o
Budismo Heian. Com isso se estabeleceu definitivamente o budismo japonês. Eles adotaram o
budismo em seu estado e práticas originais, e fundaram mosteiros no Monte Hiei e no Monte Koya,
respectivamente. Durante três séculos depois de sua fundação até a Era Kamakura, estas duas
denominações esotéricas - Tendai e Shingon - prosperaram principalmente entre os aristocratas e
nas cortes imperiais.
O segundo foco deve ser situado no budismo dos séculos XII e XIII. Nesta época, o Japão produziu
grandes e ilustres mestres, como Honen (1.133- 1.212 a.D.), Shinran ( 1.173-1262 a.D.), Dogen
(1200-1253 a.D.), Nichiren (1222-1282 a.D.), e outros mais. Mesmo hoje, quando se fala do
budismo japonês, é imprescindível que se mencionem os nomes destes grandes mestres. Por que
somente estes séculos em questão produziram tão notáveis instrutores? Foi pelo fato de terem
enfrentado um problema comum. E qual foi este problema comum? Este problema surgiu, talvez,
porque o budismo tenha sido aceito na maneira japonesa de pensar.
Isto nos leva a indagação "Por quê? Não era certo que o budismo foi aqui introduzido muito tempo
antes desta época?" Assim é historicamente. Mas também é verdade que foram necessários vários
séculos para que o povo japonês pudesse sistematizar e remodelar esta religião importada e faze-la
completamente sua. Em síntese, foi a partir dos séculos VII e VIII que se iniciaram os movimentos
para a aceitação do budismo, e como conseqüência desses esforços e pela influência dos mestres
dos séculos XII e XIII, a aceitação do budismo se completou.
Depois disso, o budismo japonês, firmado sobre o alicerce construído por aqueles mestres, mantém
suas glórias até os dias atuais. Desde a época em que apareceram aqueles notáveis instrutores, a
história do budismo japonês não conheceu mestres de têmpera daqueles já mencionados. Entretanto,
já um fato que atrai a nossa atenção e que é o fruto da pesquisa sobre o budismo original feita nos
tempos modernos.
Desde a época de sua aceitação, o budismo japonês foi, de modo geral, o budismo mahayana
influenciado pelo budismo chinês. Especialmente, depôs do aparecimento dos grandes mestres nos
séculos XII e XIII, a doutrina mahayana formou a principal corrente, tendo os fundadores de seitas
como seu centro difusor, assim continuando até hoje. Na história do budismo japonês, o estudo do
budismo original começou, aproximadamente, depois da Era Meiji. A figura do Buda Gautama
reapareceu brilhantemente diante daqueles que se esqueciam do fato de que houve um fundador do
Budismo, ao lado dos fundadores de escola, e isso se tornou claro para aqueles que nunca deram
atenção a nada a não ser à doutrina mahayana, e que se esqueceram de que havia também um credo
sistemático do budismo. Estas novas fases permanecem ainda na esfera de saber escolástico e ainda
não estão fortes bastante para despertar entusiasmo religioso. Mas o conhecimento do povo japonês
em relação ao Budismo parece, finalmente, estar atingindo uma grande reviravolta. É intenção do
autor deste artigo considerar esta fase como a última dos três focos acima mencionados.
6. Prática de fé
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cessação do sofrimento seguindo o caminho óctuplo, controlando a conduta, o pensamento e a
crença da pessoa.
O caminho óctuplo
1. Compreensão correta: a pessoa deve aceitar as quatro verdades e os oito passos de Buda.
2. Pensamento correto: A pessoa deve renunciar todo prazer através dos sentidos e o pensamento
mal.
3. Linguagem correta: A pessoa não deve mentir, enganar ou abusar ninguém.
4. Comportamento correto: a pessoa não deve destruir nenhuma criatura, ou cometer atos ilegais.
5. Modo de vida correto: O modo de vida não deve trazer prejuízo a nada ou a ninguém.
6. Esforço correto: a pessoa deve evitar qualquer mal hábito e desfazer de qualquer um que o
possua.
7. Desígnio correto: A pessoa deve observar, estar alerta, livre de desejo e dor.
8. Meditação correta: ao abandonar todos os prazeres sensuais, as más qualidades, alegrias e
dores a pessoa deve entrar nos quatro graus da meditação, que são produzidos pela
concentração.
7. Missões do Budismo
Um dos grandes generais hindus, Asoka, depois do ano 273 a.C, ficou tão impressionado com os
ensinos de Buda, que enviou missionários para todo o subcontinente indiano, espalhando essa
religião também na China, Afeganistão, Tibete, Nepal, Coréia, Japão e até Síria. Essa facção do
Budismo tornou-se popular e conhecida como Mahayana. A tradicional, ensinado na Índia é
chamado de Teravada.
O Budismo Teravada possui três grupos de escrituras consideradas sagradas, conhecidas como “Os
Três Cestos” ou Tripitaka:
O primeiro, Vinaya Pitaka (Cesto da Disciplina), contém regras para a alta classe.
O segundo, Sutta Pitaka(Cesto do Ensino), contém os ensinos de Buda.
O terceiro, Abidhamma Pitaka(Cesto da Metafísica), contém a teologia de Buda.
O Budismo começou a ter menos predominância na Índia desde a invasão muçulmana no séc. XIII.
Hoje, existem mais de 300 milhões de adeptos em todo o mundo, principalmente no Sri Lanka,
Mianmá, Laos, Tailândia, Camboja, Tibete, Nepal, Japão e China. Ramifica-se em várias escolas,
sendo as mais antigaso Budismo Tibetano e o Zen-budismo. O maior templo budista encontra-se na
cidade de Rangoon, em Burma, o qual possui 3500 imagens de Buda.
8. Teologia do Budismo
A divindade: não existe nenhum Deus absoluto e pessoal. A existência do mal e do sofrimento é
uma refutação da crença em Deus. Os que querem ser iluminados necessitam seguir seus próprios
caminhos espirituais e transcendentais. É UM ATEÍSMO RELIGIOSO
Antropologia: o homem não tem nenhum valor e sua existência é temporária.
Salvação: as forças do universo procurarão meios para que todos os homens sejam iluminados
(salvos).
A alma do homem: a reencarnação é um ciclo doloroso, porque a vida se caracteriza em transições.
Todas as criaturas são ficções.
O caminho: o impedimento para a iluminação é a ignorância. Deve-se combater a ignorância lendo
e estudando.
Posição ética: existem cinco preceitos a serem seguidos no Budismo:
23
a. Proibição de matar
b. Proibição de roubar
c. Proibição de ter relações sexuais ilícitas
d. Proibição de falso testemunho
e. Proibição do uso de drogas e álcool
No Budismo a pessoa pode meditar em sua respiração, nas suas atitudes ou em um objeto qualquer.
Em todos os casos, o propósito é se livrar dos desejos e da consciência do seu interior. Tem um alto
nível de moralidade.
11. O NEOPENTECOSTALISMO13
Uma importante precursora dos grupos neopentecostais foi a Igreja de Nova Vida, fundada pelo
canadense Robert McAlister, que rompeu com a Assembléia de Deus em 1960. A Nova Vida foi
pioneira de um pentecostalismo de classe média, menos legalista, e investiu fortemente na mídia.
Foi também a primeira igreja pentecostal a adotar o episcopado no Brasil. Sua maior contribuição
foi ter sido um “estágio” para futuros líderes. Trabalhou com homens um pouco mais cultos e
conhecedores do mundo que os líderes da primeira e segunda ondas, e sugeriu-lhes um modelo
pentecostal mais culturalmente solto. Deu-lhes também uma formação indispensável para que se
tornassem independentes: segundo um ex-pastor, “a primeira coisa que aprendi na Nova Vida foi
como levantar uma boa oferta”. Em sintonia com isso, a mensagem devia ser sempre positiva. Era o
transplante do que havia de mais recente na religião americana, no estilo dos novos pregadores
televisivos. A Vida Nova foi berço de três grupos da terceira onda: a IURD, a Igreja Internacional
da Graça de Deus (fundada por Romildo R. Soares, cunhado de Edir Macedo, após um cisma na
IURD) e a Igreja Cristo Vive.
13
Nota: A parte histórica foi extraída do artigo do Dr. Alderi In: http://www.mackenzie.com.br/7090.html e a
introdução da segunda parte do Dr. Solano Portela. In: http://www.monergismo.com/solano-portela/pentecostalismo-
neopentecostalismo-e-o-trabalho-do-espirito-santo. Em 10/02/2014.
24
protestantismo brasileiro nas últimas décadas: a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). A
igreja foi fundada por Edir Macedo (nascido em 1944), filho de um comerciante fluminense.
Macedo trabalhou por 16 anos na Loteria do Estado do Rio de Janeiro, período em que subiu de
contínuo até um cargo administrativo. De origem católica, ele ingressou na Igreja de Nova Vida na
adolescência, deixando essa igreja para fundar a sua própria, inicialmente denominada Igreja da
Bênção. Em 1977, deixou o emprego público para dedicar-se integralmente ao trabalho religioso.
Nesse mesmo ano surgiu o nome Igreja Universal do Reino de Deus e o primeiro programa de
rádio.
Macedo residiu nos Estados Unidos de 1986 a 1989. Quando retornou ao Brasil, transferiu a sede da
igreja para São Paulo e adquiriu a Rede Record. Em 1990, a IURD elegeu três deputados federais.
Macedo esteve preso por doze dias em 1992, sob a acusação de estelionato, charlatanismo e
curandeirismo. O acontecimento que deu maior publicidade à IURD nos últimos anos foi o episódio
do “chute na santa,” quando, em um programa de televisão transmitido em 12 de outubro de 1995, o
bispo Sergio von Helde referiu-se de modo desairoso à virgem Maria, dando alguns chutes numa
imagem da mesma.
Outro grupo neopentecostal que também dá grande ênfase à teologia da prosperidade e tem
despertado muito atenção da imprensa nos últimos meses é a Igreja Renascer em Cristo, fundada em
1985 pelo “apóstolo” Estevam Hernandes e sua esposa, a bispa ou “episcopisa” Sônia Hernandes. À
semelhança de outros líderes pentecostais, Estevam teve uma origem humilde como filho de um
jardineiro de cemitério e começou a trabalhar aos 7 anos, fazendo carreto em feiras livres. Mais
tarde, desiludido com o catolicismo, filiou-se a uma igreja pentecostal, onde conheceu a futura
esposa. Sete anos depois, casaram-se e decidiram fundar sua própria igreja, que hoje conta com
cerca de 50 mil fiéis e mais de 200 templos. À semelhança dos pastores da IURD, o casal
Hernandes tem grande habilidade em conseguir contribuições dos fiéis; todavia, ao contrário de
Edir Macedo, ostenta com orgulho sinais de riqueza, como roupas caras, jóias e automóveis
importados. O casal é proprietário da rentável Rede Gospel de Comunicação e procurou assumir o
controle da Rede Manchete de televisão.
CARACTERÍSTICAS DO NEOPENTECOSTALISMO
Todavia, os grupos neopentecostais distinguem-se da sua matriz ou por darem uma ênfase incomum
a determinados aspectos da herança pentecostal (por exemplo, curas, revelações e exorcismo), ou
por adotarem novas idéias e práticas, muitas delas provindas dos Estados Unidos (como batalha
espiritual, o “evangelho” da prosperidade, maldição hereditária e assim por diante). Aliás, um dos
traços mais marcantes do neopentecostalismo é sua criatividade, sua capacidade de inovação. No
esforço de manter o interesse dos fiéis e evitar a rotina, continuamente são apresentados novos
25
slogans, ensinos e práticas. O melhor exemplo é a Igreja Universal do Reino de Deus, com suas
correntes de oração e suas campanhas de prosperidade (por exemplo, a “fogueira santa de Israel”).
É curioso como a América do Norte continua a ser a fonte de inspiração para os neopentecostais
brasileiros, assim como o foi e continua sendo para os pentecostais clássicos. Autores e pregadores
como Kenneth Hagin, Morris Cerullo e Benny Hinn têm exercido poderosa influência através dos
seus livros, vídeos, programas de televisão e visitas ao Brasil. Benny Hinn tem sido especialmente
influente por encarnar alguns dos valores mais apreciados em muitos círculos neopentecostais,
como o sucesso e a prosperidade, apesar de muitos de seus ensinos serem questionados por
diferentes observadores. Há alguns anos os fenômenos ocorridos na famosa Igreja do Aeroporto de
Toronto, no Canadá, também despertaram enorme curiosidade e desejo de imitação. Essa igreja
inicialmente estava filiada ao ministério Vineyard, fundado por John Wimber na Califórnia, sendo
depois desligada do mesmo devido aos seus excessos. A chamada “bênção de Toronto” incluía
práticas como gargalhadas incontroláveis (o “riso santo”), cair no Espírito, ficar estendido no
carpete, emitir sons de animais (urros, latidos), tudo supostamente como conseqüência da presença
do Espírito Santo.
“O neopentecostalismo, entretanto, abraçou vários ensinamentos próprios – esses nem sempre com
respaldo ou analogia bíblica. No neopentecostalismo, é básica a adesão ao espetacular e
extraordinário, como sendo características inerentes ao próprio exercício da fé cristã, mas existem
outras peculiaridades doutrinárias, tais como”:
14
ROMEIRO, Paulo. Super Crentes. São Paulo: Mundo Cristão, 1998.
26
emocional e espiritual, além da prosperidade material. Pobreza e doença são resultados visíveis do
fracasso do cristão que vive em pecado ou que possui fé insuficiente.
Outros ensinos pouco ortodoxos caracterizam a confissão positiva, conhecida também como
"evangelho da saúde e da prosperidade'', ' 'palavra da fé'' ou ainda como "movimento da fé". Seus
líderes apregoam que os humanos possuem a natureza divina, que consultar médicos ou tomar
remédios é pouco recomendável para o cristão, que Jesus foi milionário e que a soberania de Deus é
limitada pela vontade humana.
Muitas pessoas no movimento da confissão positiva consideram Kenneth Hagin como o pai deste
ensino. Paul Crouch, presidente da maior rede evangélica de TV do mundo, conhecida como Trinity
Broadcasting Network (TBN), com sede na Califórnia, E.U.A., refere-se a Hagin como "papai
Hagin". Outros proeminentes pregadores do evangelho da prosperidade consideram-se de fato
discípulos de Kenneth Hagin. Entretanto, quando se investiga o desenvolvimento histórico do
movimento, chega-se à conclusão de que o verdadeiro pai da confissão positiva é Essek William
Kenyon.
Kenyon nasceu no condado de Saratoga, Nova York, Estados Unidos, em 1867. Sua conversão deve
ter acontecido quando ele tinha entre 15 e 19 anos de idade. Aos 19 anos, pregou o seu primeiro
sermão numa igreja metodista. Em 1892, mudou-se para Boston, onde freqüentou várias escolas,
entre elas a Faculdade Emerson de Oratória, fundada por Charles Emerson. É importante saber
quem foi Charles Emerson para se compreender a hermenêutica (ciência que trata da interpretação
bíblica) de Kenyon. Em seu livro A Different Gospel, McConnell comenta que Charles Emerson foi
um colecionador de religiões, um eclético, no sentido mais verdadeiro da palavra:
Baxter estava engajado no Shepherding Movement, movimento que ensinava a necessidade de cada
novo membro no grupo ter um líder espiritual, um discipulador, a quem contaria todos os seus
pecados, fantasias ou qualquer outro problema do passado e do presente. Chegava-se ao cúmulo de
o discipulador poder decidir sobre a carreira, o curso na faculdade e até sobre com quem o discípulo
deveria se casar, tolhendo, assim, a liberdade cristã do novo membro e assumindo o papel do
Espírito Santo em sua vida.
Ern Baxter, que conheceu e conviveu com Kenyon, declara que ele sem dúvida foi influenciado por
Mary Baker Eddy, fundadora da seita norte-americana Ciência Cristã. Veja o que Baxter tem a dizer
sobre isto:
Minha razão principal para afirmar isto não se baseia apenas no que apanhei das coisas metafísicas
que ele dizia em nome do cristianismo, mas também de uma certa tarde em que me fez uma visita,
como já fizera em várias ocasiões. Ele estava sentado lendo, num canto da sala onde eu tinha uma
prateleira com alguns livros, um dos quais era Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, que eu
tinha para fins de referência, sendo estritamente contra quase todos os seus pontos de vista. Mas eu
o encontrei lendo o livro e sorri enquanto passava, não querendo interrompê-lo. Voltei uns 30 ou 40
minutos depois e ele ainda o estava lendo. Então fiz um comentário e ele respondeu, positivamente,
27
que havia muito que se poderia aproveitar de Mary Baker Eddy. Aquilo me despertou. Não posso
dizer que me surpreendeu, mas me alertou para o fato de que ele provavelmente não estava
formulando suas posições de fé inteiramente baseado em sola Scriptura, mas foi influenciado pelos
metafísicos.
Mary Baker Eddy15 - Filha de Mark Baker e Abgail Barnard Ambrose, Mary Baker Eddy era a
caçula de uma família compostas de três irmãos - Samuel, Albert e George Sulivan - e de duas
irmãs - Abigail e Martha - tendo sido educada num lar cristão puritano. A família pertencia à Igreja
Congregacional Trinitária, à qual Mary filiou-se aos 12 anos de idade. Na ocasião, numa entrevista
com o pastor, declarou-lhe não aceitar a doutrina da predestinação - um dos artigos de fé
do Calvinismo.
Estimulada pelo segundo marido, Patterson, Mary Baker pesquisou a cura pela homeopatia. Em
1862, aconselhada pela irmã, submeteu-se a um tratamento pela hidroterapia no Instituto
Hidroterapia do doutor Vail. Na sequencia chegou ao conhecimento de Patterson alguns relatos
sobre um certo Phineas P. Quimby, o qual começava a fazer curas na cidade de Portland, no Maine.
Mary Baker foi conhecê-lo. Sua saúde melhorou, nas primeiras consultas, mas logo em seguida
voltou ao estado inicial. A conclusão a que ela chegou, com essa experiência, foi de que as curas
operadas por Quimby eram baseadas no hipnotismo. Como resultado de suas próprias investigações
das pseudo-curas operadas por Quimby, Mary Baker concluiu que ele não sabia explicar como as
curas aconteciam; ela também observou que Quimby não tinha nenhuma inclinação
religiosa. Conclusão que é reforçada pela historiografia registrada pelo filho de Quimby.
Em uma noite fria de fevereiro de 1866, as ruas estavam cobertas de gelo. Mary Baker dirigia-se a
pé para uma reunião da Liga Feminina Antialcoólica, da Legião dos Bons Templários de Linn, da
qual era presidente. Ela então escorregou e sofreu uma queda violenta. Foi levada inconsciente para
uma casa nas proximidades. O médico que a atendeu diagnosticou uma contusão cerebral, lesões
internas e um comprometimento da coluna vertebral. No dia seguinte ela dispensou o uso dos
remédios recomendados e solicitou ser levada para sua casa em Swampscott.
Os jornais da época noticiaram seu estado crítico de saúde. No domingo, um pastor foi visitá-la, não
encontrando nela nenhuma esperança de recuperação. Tendo ficado sozinha, voltou-se para a Bíblia
e abriu-a no 3.º capítulo de Marcos. Ao ler a cura da mão ressequida, feita por Jesus Cristo, sentiu
imediatos efeitos curativos por todo o seu corpo. Levantou-se e as pessoas que estavam presentes na
sala ficaram muito surpresas. Diante de uma súbita recaída, ela novamente abriu a Bíblia no
capítulo 9.º de Mateus, na cura do paralítico. Aquela ordem de Jesus dada ao paralítico: "levanta-te
e anda!", teve efeito imediato em sua mente e no corpo, e ela curou-se completamente. Depois
dessa cura, dedicou os três anos seguintes a estudar profundamente a Bíblia e ao desenvolvimento
da Ciência Cristã, tendo curado todos os casos de pacientes que vinham até ela - normalmente
quando todos os outros recursos haviam falhado e não havia mais esperança de
restabelecimento. Mary Baker estava convencida de que a doença tinha basicamente uma causa
mental, e que poderia ser curada através de uma clara compreensão de Deus perfeito e homem
perfeito.
Em seguida, começou a curar e a ensinar o método de cura, recém descoberto e experimentado por
ela mesma, em sua cura completa. Consta na historiografia oficial que foi um médico que sugeriu
15
Consultado In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Baker_Eddy. Em 12/03/2014.
28
Mary Baker que escrevesse um livro para explicar seu recém-descoberto método de cura - isto após
ele ter presenciado, pessoalmente, uma cura de tuberculose realizada por Mary Baker, em uma
paciente que ele havia desenganado. Esta cura está descrita no livro Ciência e Saúde pág. 184-185.
Ela então escreveu e publicou, pela primeira vez em 1875, o livro Ciência e Saúde com Chave das
Escrituras (Science and Health with Key to the Scriptures), disponível em português. Mary Baker
fundou sua igreja, estabeleceu a Ciência Cristã como um movimento religioso e trabalhou,
incansavelmente, para disponibilizar o conhecimento universal da cura cristã, para toda a
humanidade, restabelecendo o método empregado por Cristo Jesus.
Em 1879, fundou A Igreja de Cristo, Cientista, com seus primeiro alunos evangélicos que passaram
a ser chamados de "cientistas cristãos", em Boston, Massachusetts. Em 1892, por inspiração
divina, transformou a igreja local anteriormente criada numa organização internacional denominada
"A Primeira Igreja de Cristo, Cientista – A Igreja Mãe", já plenamente imbuída do caráter
universal da Igreja de Cristo.
Mary Baker Eddy é responsável pela cura da mente e também pelo positivismo nas palavras (pensar
positivo ou declarar algo).
“A Mente governa tudo. Que nós existimos perfeitos em Deus, não há dúvida alguma, pois as
concepções da Vida, da Verdade e do Amor devem ser perfeitos e mediante esta verdade básica
vencemos a doença, o pecado e a morte. Muitas vezes, para vencer a fé do paciente em
medicamentos e higiene pessoal, isto requer tempo; mas, estando ele um vez convencido da
inutilidade destes métodos materiais, o progresso é rápido”.
“Em nenhuma outra coisa apareceu Jesus de Nazaré mais divino do que na sua fé na imortalidade
de suas palavras. Ele disse: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”, (Mat.
24:35); e não passaram. Os ventos do tempo varrem a fundo os séculos, mas não conseguem levar
as suas palavras ao esquecimento. Ainda vivem e amanha falarão mais alto do que hoje. Hoje, elas
são como uma voz que prega no deserto, clamando: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as
suas veredas para a saúde, a santidade, a harmonia universal e subai até aqui”. A grandiosidade da
palavra, o poder da Verdade, está novamente expulsando os males e curando os doentes; e sussurra:
“Isto é Ciência”.”16
Hoje é muito fácil identificar as práticas positivistas: cura pela mente; há poder em suas palavras;
declarar ou determinar; negação do natural; etc.
b) A doutrina da cura17
O movimento neopentecostal desenvolveu ao longo do anos uma doutrina nova e bem peculiar.
Chamarei essa doutrina de “Doutrina da Cura”. E os textos abaixo revelarão seu conteúdo:
Usando o texto de Isaías 53:4-5, os pregadores da fé afirmam que a cura divina já está totalmente
garantida na expiação. (Esta passagem de Isaías seria citada mais tarde em Mateus 8:14-17 e em 1
Pedro 2:24.). A ideia é que a morte de Cristo na cruz trouxe direitos de cura total para todos os
crentes, o qual através de uma vida de fé não podem permanecer enfermos. Os crentes precisam
tomar posse da promessa e viver saudavelmente, com qualidade de vida (prosperidade).
O Pr. Jorge Tadeu declara que "Deus promete curar todas as enfermidades", citando Isaías 53:4, 5 e
1 Pedro 2:24. Ele vai um pouco mais além dizendo que "Deus promete partos normais às senhoras",
16
Textos extraídos de ESCRITOS MISCELÂNIOS de Mary Baker Eddy.
17
ROMEIRO, Paulo. Super Crentes. São Paulo: Mundo Cristão, 1998.
29
citando Êxodo 23:26 e Deuteronômio 28:4.22. Outra afirmação desse homem é atribuindo a doença
ao Diabo. “Deus só pode dar o que Ele tem. Para Deus lhe dar uma doença teria que pedi-la
emprestada ao diabo, o que é uma idéia absurda”.
Obs: Fazer um exercício exegético na sala de aula - Isaías 53.4-6 – Mateus 8.16-17; 1Pedro
2.24.
Morei bem próximo da construção do templo de Salomão em São Paulo e tenho me perguntado,
haverá sacrifícios? Pois na obra de Cristo nem acreditam mais! Há muitas bandeiras de Israel sendo
apresentadas em Igrejas, mas o Maguen David não é um símbolo místico? O símbolo religioso e
que a Igreja em Jerusalém usava não era a Menoráh, com o peixe para diferenciar do judaísmo?
Tenho muitos conhecidos e amigos indo a Israel, ouço que vão a boates, dança do ventre, etc... Ué,
pensei que todos viajavam para pesquisas, estudos bíblicos e tal! Tenho ouvido de muitos que se
rebatizam no rio jordão. O batismo não é único? Há poder especial nas aguas do jordão?
No mais há um uso excessivo do Antigo Testamento sem considerar o novo e a obra de Cristo. O
uso de objetos sagrados é muito comum. Por exemplo: O óleo da unção, representações de culto
(fogueira santa), o palco como altar, entre outros.
Em Atos dos Apóstolos houve esse problema, a igreja decidiu não impor aos gentios a lei de Moisés
e nem encargo algum – At 15. Na carta de Colossenses e Hebreus vemos claramente o cumprimento
de todas essas coisas em Cristo. Toda expressão não autoridade é idolatria, conforme Êxodo 20.
d) O movimento “apostólico”
Quando ligamos o rádio e televisão em nossos dias pode-se ver um movimento que surgiu
recentemente e cresce a cada dia. O movimento é conhecido como “Movimento Apostólico”.
A ideia desse movimento é de resgatar o ofício Apostólico como era praticado na Igreja Primitiva,
ouve-se da necessidade de resgatar o dom descrito em Efésios 4.11. Já ouvi e participei de um
congresso, onde os argumentos eram lançados e com muito entusiasmo as pessoas estão
reconhecendo essa restauração como algo possível.
É claro que a tentativa de argumentar bíblicamente cai por terra sem muito esforço, mas quando são
questionados sobre seus fundamentos sentem a necessidade de abrir mão da Bíblia e partir para a
experiência. A partir de então os argumentos são baseados em novas revelações do Espírito, os
sinais que os acompanham e a autoridade como anjo da igreja.
30
Após várias conversas com amigos sobre isso, resolvi escrever um pouco. Tenho percebido muitas
dúvidas e alguns amigos aderindo a esse movimento estranho e sem fundamento na Bíblia.
A Bíblia é muito clara e objetiva quando trata do ofício dos Apóstolos. O ministério desses irmãos
foi fundamental para a existência e bases da Igreja de Deus. Por isso aqueles que foram chamados
pessoalmente por Jesus tinham que:
4. Realizar sinais e prodígios como testemunho do chamado - At 15.12; Rm 15.19; 2Cor 12.12.
5. Transmitir a verdade oral e canônica de Cristo conhecida como doutrina dos Apóstolos - At
2.42; 1 Cor 15.3.
Através de uma reflexão sincera e íntegra com o texto sagrado, percebe-se que o ofício apostólico
não é permanente, portanto não tem sucessão apostólica no sentido de oficio (1Co 3.11; Ef 2.20).
Os critérios, bem como as exigências do Nosso Senhor não podem ser aplicadas a nenhum
indivíduo em nossos dias. Os Apóstolos de Jesus Cristo ou Apóstolos do Cordeiro são somente os
doze, como nos afirma Jesus em Apocalipse 21.14.
“... depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo. Pois sou o menor
dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus”. 1Cor
15.8,9.
Já ouvi alguém usando esse texto para provar que haviam outros Apóstolos entre eles. Diante de
todo o contexto a única possibilidade aqui é que esses irmãos andavam com os Apóstolos.
Muitos andavam com Jesus, entre os discípulos e nem por isso podemos dizer que eram Jesus ou
discípulos. Em nossas reuniões de pastores há muitos entre nós que são missionários, diáconos,
cozinheiros, amigos, não são pastores por isso!
No texto acima Epafrodito é chamado Apóstolo. A palavra que é traduzida por mensageiro vem da
palavra “απστολον”, apóstolo. A tradução está adequada, com certeza!
No caso de Epafrodito, bem como de Barnabé a palavra apóstolo é usada no sentido simples.
Sempre que é usada para alguém que não pertence ao grupo dos doze + Paulo, é usada para designar
uma missão. Tanto Barnabé, como Epafrodito foram enviados para uma obra específica, assim se
aplica essa palavra, portanto não tem nada haver com ofício e autoridade da Igreja.
Minha conclusão é que não há respaldo Bíblico para um resgate do dom apostólico e nem mesmo
para uma sucessão através do episcopalismo, seja Romano ou Protestante. A sucessão apostólica
deveria ser caracterizada unicamente pela Igreja, quando a mesma cumpre sua missão e persevera
na doutrina recebida por aqueles que andaram com Jesus e receberam inspiração do Espírito.
O ministério apostólico em seu aspecto comunitário ou universal envolve todos aqueles que
pertencem ao corpo de Cristo, a Igreja é Apostólica.
O ministério apostólico hoje é muito usado para promover status em alguns homens em destaque,
esses para se diferenciar dos demais reclama para si esse título, mas sem cumprir os requisitos
necessários, pois para ser apóstolo seria necessário ter andado como o Cristo encarnado e hoje os
apóstolos nem ao menos desenvolvem um ministério transcultural, veja se existe algum apóstolo
moderno no meio de um povo não alcançado e se ao menos já foi pioneiro em alguma etnia. Os
apóstolos de hoje gostam de carros do ano, apartamentos em Miami, congressos, política partidária,
etc. O que temos é uma auto-ordenação, talvez o texto que mais se aplique a isso seja Apocalipse
2.2.
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Tentei ao máximo fazer uma exposição do ensino bíblico, talvez alguns possam discordar de
minhas opiniões, mas espero que a palavra de Deus aqui seja a autoridade como nossa regra de fé.
Também fico tranqüilo de saber que após reflexões por alguns anos a grande maioria dos
evangélicos conservadores concordariam com meu entendimento bíblico.
Se de alguma forma fui influenciado pelo pensamento reformado, e talvez seja mesmo, foi tudo
conscientemente e sempre minhas decisões teológicas tem como princípio, o partir das Escrituras.
Que possamos retornar a simplicidade das Escrituras e ouvir os Santos Profetas do A.T e Apóstolos
do N.T que foram levantados na Igreja para nos trazer a revelação de Deus – Efésios 4.11.
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