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Eslen Delanogare
12 de Janeiro de 2021
Ainda é cedo para saber com precisão o real impacto da covid-19 na saúde mental da
população mundial. As estimativas, porém, já indicam um cenário desfavorável. Dados
de um resumo de políticas sobre a pandemia emitido pela ONU (Organização das
Nações Unidas) em maio de 2020 mostraram que houve aumento do sofrimento
psicológico (https://www.paho.org/bra/index.php?
option=com_content&view=article&id=6170:onu-destaca-necessidade-urgente-de-
aumentar-investimentos-em-servicos-de-saude-mental-durante-a-pandemia-de-covid-
19&Itemid=839) em vários locais do mundo. No Brasil, uma pesquisa mostrou que
ansiedade (81,9%), depressão (68%), raiva (64,5%), sintomas somáticos (62,6%) e
problemas de sono (55,3%) foram os sintomas psiquiátricos mais comuns
(https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022395620309870) na população
ouvida. Esperançosamente, esse número não é 100%.
Se fizermos o exercício de imaginar nossa saúde mental como uma linha ondulada
flutuando entre eixos X e Y, podemos encarar o surgimento da covid-19 como um
desafio capaz de gerar uma queda significativa do nosso bem-estar. Curiosamente,
como observado nos dados acima, algumas pessoas não são psicologicamente afetadas
pela pandemia, isto é, são mais resilientes a ela.
Em termos psicológicos, dizemos que uma pessoa é resiliente quando não apresenta
emoções e sentimentos significativamente negativos, mesmo quando exposto a
situações adversas (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1885202/) . As bases
neurobiológicas da resiliência ainda não são completamente entendidas, mas um
grande avanço na área foi feito em 2019, quando Alexandra M. Rodman e colegas
publicaram um artigo mostrando que técnicas psicoterapêuticas levam ao maior
recrutamento de áreas frontais do cérebro e, consequentemente, à redução da
atividade de áreas envolvidas com o processamento das emoções.