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Nome: Guilherme de Paula Azevedo Matrícula: 17002702

Siderurgia II - Parte V & VI


A) Como pôde ser visto a partir dos slides, houve vários desenvolvimentos tecnológicos para
desgaseificação das ações dentro do refino secundário. Sendo assim, faça pesquisas na
internet e elabore um texto com o seguinte tema:

“Efeitos dos gases sobre as propriedades dos aços “

Cite as consequências da presença de (1) hidrogênio (2) oxigênio e (3) nitrogênio, como estes
são incorporados no aço, quais os malefícios e como são removidos, as reações químicas
e/ou físico-químicas que envolvem esses elementos, e qualquer outra informação que julgar
pertinente.

A difusão do hidrogênio no banho metálico se dá através do mesmo em sua forma atômica


através da atmosfera a qual circunda o material líquido e principalmente durante a aciaria onde
na injeção do oxigênio ocorre a difusão do hidrogênio proveniente das matérias primas como
ferros ligas e sucatas, dessa forma o hidrogênio é facilmente retido durante o processo de
solidificação no interior da matriz metálica. Um dos fatores que mais impactam no fenômeno de
difusão do H2 é sua elevada mobilidade na rede cristalina devido seu menor raio atômico em
comparação a matriz de Fe, que propicia o mecanismo de difusão intersticial (Queiroz, 2016). A
presença do hidrogênio na estrutura cristalina dos aços gera efeitos deletérios ao material, como
dito por Okamoto, 2010, as interações do hidrogênio atômico com a estrutura atômica do metal
inibem a capacidade do aço de se deformar antes da fratura diminuindo assim sua ductibilidade.
O Hidrogênio no processo de fabricação pode ser removido através de gaseificadores a vácuo em
reatores tipo VD e RH, porém quando o material já está solidificado a remoção é extremamente
complexa por meio de ciclos térmicos em regime estacionário podendo durar semanas (Carvalho,
2012).

O oxigênio por sua vez apresenta pouca solubilidade no aço liquido durante processo de
produção e seu teor é limitado principalmente pela presença de outros elementos dissolvidos no
banho metálico, a principal etapa onde ocorre essa dissolução do oxigênio é no refino em
convertedores onde há injeção de O2 para a realização da descarburização. Os efeitos danosos da
presença de oxigênio nos aços são: A formação de monóxido de carbono durante a solidificação
do aço resultando em porosidades que atuam como concentradores de tensão fragilizando o
material. A formação de óxidos que por sua vez serão após o resfriamento inclusões não metálicas
que da mesma forma são prejudiciais as propriedades mecânicas dos aços. O controle do teor de
oxigênio nos aços é principalmente através do carbono, manganês e silício que promove a
desoxidação do banho (1). Os óxidos formados a partir dos elementos desoxidantes sofrem um
processo de flotação e são incorporados a escória.

(1) xM + yO = MxOy (Reação de desoxidação)


O nitrogênio quando ligado atomicamente a rede cristalina dos aços acarretam em uma
melhora nas propriedades mecânicas, de resistência a corrosão e abrasão. Porém durante a
solidificação a presença no nitrogênio pode acarretar na formação de porosidades e precipitados
(Nitretos) que são maléficos quanto as propriedades descritas anteriormente. Dessa forma os
efeitos do nitrogênio no aço podem ser caracterizados tanto quanto benéficos ou maléficos, a
caracterização desse efeito é influenciada por variáveis como outros elementos de liga presentes
e teor de N2 dissolvido. A solubilização do nitrogênio no aço ocorre durante as etapas de refino
e fusão, sua origem é através do ferro-gusa, sucatas, impurezas no oxigênio e também o próprio
ar atmosférico. De forma geral tende-se a minimizar a presença do nitrogênio nos aços, essa
redução é também realizada em desgaseificadores como o processo VD.

B-Pesquise e responda: I - Qual o efeito do enxofre nos aços que justifica a utilização de
tecnologias para retira-lo?

O enxofre, quando solubilizado no aço, durante sua solidificação forma precipitados ( FeS), esse
precipitado origina um composto eutético que se distribui ao redor dos grãos de austenita
resultando na redução da coesão intergranular com consequente fragilização em temperaturas de
deformação a quentes, tal fenômeno é denominado fragilidade a quente. Essa fragilização é
extremamente prejudicial em etapas posteriores ao lingotamento como a laminação, podendo
comprometer a integridade do processo e do material.

II – Cite alguma justificativa técnica que possa levar à utilização do lingotamento


convencional e não o lingotamento contínuo na fabricação de um produto de aço.,

O lingotamento convencional é uma técnica de solidificação do aço através de um regime cíclico


estacionário, ou seja, não há produção contínua. O vazamento do aço nos lingotes pode ser direto
ou indireto, sendo o ultimo mais recomendado devido a minimização de efeitos deletérios
oriundos da agitação do banho metálico. Em relação a aspectos produtivos não há justificativa
para a aplicação de um sistema convencional de lingotamento em uma aciaria integrada, porém
quando se olha em relação a aspectos financeiros, mais especificamente em relação a baixos
investimentos pode-se viabilizar uma instalação de um sistema convencional para pequenas
siderúrgicas não integradas em sua maioria contendo somente aciaria, tal como ocorre em
“guseiros” onde o lingotamento do gusa é através de rodas de lingotamento ou esteiras.

Referências:

METALURGISTA INDUSTRIAL. In: O OXIGÊNIO NOS AÇOS E DESOXIDAÇÃO . [S. l.], 2019. Disponível em:
http://www.metalurgistaindustrial.com.br/adm/upload/EngMetais/20191125234118o.pdf. Acesso em: 10 mar.
2021.
METALURGISTA INDUSTRIAL. O NITROGÊNIO NOS AÇOS. In: .. [S. l.], 2019. Disponível em:

http://www.metalurgistaindustrial.com.br/adm/upload/EngMetais/202044184746s.pdf. Acesso em:

10 mar. 2021.

OKAMOTO, MARIANA. DANOS CAUSADOS PELO HIDROGÊNIO EM AÇOS API 5L X65 E X80.

2010. Dissertação (Engenheiro Metalurgista) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, [S.
l.], 2010

CARVALHO , Ícaro. Fragilização por Hidrogênio nos Aços AISI 4340 (AMS 6414K e AMS 6415S)
Temperados e Revenidos. 2012. Dissertação (Mestre em Engenharia Mecânica) - Universidade

Estadual de Campinas, [S. l.], 2012.

METALURGISTA INDUSTRIAL. O ENXOFRE NOS AÇOS. In: .. [S. l.], 2019. Disponível em:
http://www.metalurgistaindustrial.com.br/adm/upload/EngMetais/2019729233910s.pdf. Acesso
em: 11 mar. 2021.

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