Você está na página 1de 78

GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Sumário

PORQUE GRUPO NOS LARES? ............................................................................................ 3

1- Ambição Pessoal: A chave para o desastre ................................................................................... 5

2- Programa de reeducação divino ................................................................................................. 11

3- Vendendo o programa para a Igreja ........................................................................................... 15

4- Contra-ataque de Satanás: Os sete obstáculos ........................................................................... 19

5- A segurança dos grupos de células .............................................................................................. 25

6- Células: a chave para o evangelismo ........................................................................................... 29

7- Um novo tipo de missionário ...................................................................................................... 35

8- A igreja do milagre ...................................................................................................................... 39

9- Autoridade com amor ................................................................................................................. 43

10- Crescimento da Igreja internacional ....................................................................................... 47

11- Como começar grupos de células ........................................................................................... 51

12- A importância da comunhão com o Espírito Santo ................................................................. 57

13- Motivando os líderes leigos.................................................................................................... 63

14- Pregando a uma igreja em crescimento ................................................................................. 67

15- A possibilidade de crescimento ilimitado ............................................................................... 73

1
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

2
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Prefácio

Porque grupo nos lares?

Por anos tenho viajado ao redor do mundo, compartilhando em conferências e seminários,


as histórias do milagre que Deus operou em nossa igreja in Seoul, Coréia. De uma pequena tenda
missionária em uma região pobre da cidade, em 1958, nos tornamos a maior igreja de congregação
única, do mundo.

De qualquer modo, para que isso acontecesse Deus teve que fazer mudanças em mim e em
minhas atitudes. O modelo tradicional de crescimento e liderança das igrejas simplesmente não
funcionam em larga escala. Mas Deus tem um método que funciona. Ele tem um segredo para o
sucesso, e Ele deseja que cada igreja o tenha. E ele nos deu isso para que possamos compartilhar
com outros.

Hoje, o mundo necessita desesperadamente da mensagem de Jesus como Senhor e


Salvador. Nossas igrejas e nossas cidades precisam de avivamento, não apenas de tempos em
tempos, mas os 365 dias. Eu sei que tal avivamento é possível, porque em nossa igreja, está
acontecendo agora mesmo, Igreja Central do Evangelho Pleno. Isso vem acontecendo porque
tenho aplicado princípios que irei descrever nas páginas deste livro.

Não é a intenção de Deus que eu guarde este segredo de sucesso para mim. Na verdade,
em 1976, ele me levou a fundar a Church Growth International, para que eu pudesse
compartilhar as novas e o conhecimento de crescimento de igrejas a pastores e leigos ao redor do
mundo. Mas apenas um número limitado de pessoas pode participar do seminário. A informação
precisa estar disponibilizada a muitos, muitos cristãos. Estes princípios não são meus, são de
Deus. Ele nos tem dado para o benefício de muitos.

Creio que o crescimento de igrejas será um dos maiores mover do Espírito Santo na década
de 80. Este livro trata do crescimento da igreja, embora esse não seja o título ou o assunto
principal. O crescimento da igreja é um subproduto. O verdadeiro segredo são os grupos de
células domésticas.

Muitas igrejas foram fundadas baseadas em personalidades, ainda que estas estejam
morrendo. Visitei muitas catedrais magníficas onde apenas um punhado de crentes continuam
adorando. Pregadores famosos estiveram em seus púlpitos, mas os pastores morreram e as
ovelhas se dispersaram. Não era para ser assim. Igrejas não devem depender de um grande
pastor.

Tem um outro jeito. Grupos caseiros (células) dá a cada membro uma oportunidade de
participar no ministério de sua igreja e trazer avivamento à sua própria vizinhança. Nossos
membros encontraram esse tipo de envolvimento muito recompensador, e por conta disso,
evangelismo multiplicou.

Mas certas diretrizes devem ser seguidas para que os grupos caseiros de células tenham
sucesso. O crescimento da igreja e o evangelismo não são subprodutos automáticos. Várias igrejas
tentaram e falharam, porque desconsideraram certos princípios básicos.

Seguindo as diretrizes que apresentei aqui, você pode levar os milagres dos grupos de
células domésticas e o crescimento da igreja à sua própria congregação. Ao ler, pergunte ao
Espírito Santo qual deve ser seu papel. Os resultados são limitados apenas pela falta de abertura
para Ele.

Dr. Paul Yonggi Cho, Pastor - Full Gospel Central Church, Seul, Coréia, Nov, 1980

3
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

4
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

1- Ambição Pessoal: A chave para o desastre

Em 1961 em decidi construir a maior igreja na Coréia. Naquela época, eu achava estar
fazendo isso para Deus, mas percebo que estava fazendo apenas por ambição pessoal. O que se
provou ser um desastre. Deus me permitiu falhar para que eu pudesse me virar totalmente para
Ele e permitisse que Ele edificasse a sua Igreja – da sua própria maneira.

Naquela época, tínhamos uma igreja com 600 membros, uma igreja que eu havia começado
3 anos antes. Havíamos nos mudado do local de origem da “igreja tenda” em Taejo Dong, uma
favela de Seul, para uma melhor localização na área de Sodaemoon (ou West Gate) no centro da
cidade. Era uma igreja em crescimento e eu tinha orgulho do trabalho que havia realizado em
apenas três anos. Na verdade, eu me tornei muito confiante. Se consegui obter 600 membros em
apenas três anos, pensei, por que não consegui construir a maior igreja da cidade?

Naqueles dias, a Igreja Presbiteriana de Yong Nak era a maior igreja de Seul. Tinha cerca
de 6.000 membros, e isso provou ser um grande desafio para mim. Para falar a verdade, um dia,
sem que ninguém mais soubesse, peguei uma trena e fui até a igreja presbiteriana para tomar
suas medidas exatas. Eu determinei o comprimento e a largura do edifício e contei o número de
bancos. Sentadas davam mais de 2.000 pessoas.

Deus já havia me mostrado anteriormente, a importância de traçar metas e objetivos


ministeriais e de ter fé para crer que Ele podia prover o crescimento que eu almejava. Ele me
ensinou a orar especificamente por minhas necessidades. E quando Ele me deu um ministério
crescente, ensinou-me a visualizar o número de pessoas que viriam à minha igreja. Enquanto eu
orava e meditava, o Espírito Santo confirmou para mim, frequentemente através das Escrituras,
que Ele me daria o número de membros que eu havia solicitado.

No primeiro ano, pedi a Deus 150 membros e consegui 150 membros. No segundo ano,
pedi a Ele que dobrasse a quantia e consegui 300 membros. No terceiro ano, pedi novamente que
ele dobrasse a filiação e, no final daquele ano, tínhamos 600 membros.

Dessa vez, decidi pedir ao Senhor cinco vezes mais membros do que tínhamos e isso em
um período de até três anos. Isso daria à nossa igreja 3.000 membros em 1964 - era nesse número
que eu sentia que tinha fé para acreditar.

Ao orar, recebi a confirmação de que, de fato, Deus construiria uma igreja através de mim
maior que a Igreja Presbiteriana de Yong Nak. Eu estava animado! Não esperei mais nenhuma
revelação sobre como o Senhor queria que eu fizesse isso; simplesmente comecei a trabalhar ainda
mais para atrair novos membros.

Eu achava que Deus estivesse aprovando o que eu estava fazendo. Afinal, Ele estava
abençoando nosso trabalho com milagres e curas; foi isso que levou as pessoas à igreja. Mas eu
estava convencido de que Deus havia tornado Yonggi Cho alguém especial. Ele estava fazendo
todo esse trabalho através de mim! Sem mim, nada havia acontecido na igreja.

Depois de mudar a igreja de seu local original, onde era conhecida como Igreja do
Evangelho Pleno de Taejo Dong, renomeamos como Igreja Central do Evangelho Pleno. Eu era o
pastor. Eu era o administrador. Eu estava de frente da Escola Bíblica Dominical e, sim, muitas
vezes eu era o zelador. A Igreja Central do Evangelho Pleno simplesmente não poderia funcionar
sem o Reverendo Paul Yonggi Cho, pensei. Eu era o pivô em torno do qual toda a igreja girava.

Isso não era algo que eu fazia propositadamente. Fui criado durante a ocupação japonesa
na Coréia e fui forçado a viver em uma situação de extrema pobreza. Eu quase morri de
tuberculose. Como resposta à minha formação, tive uma tremenda ambição de me tornar famoso
e bem-sucedido, e de ganhar muito dinheiro. De fato, antes de conhecer Jesus Cristo como meu
Salvador, pretendia me tornar um médico.

5
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Então, quando entrei no ministério, em meu coração havia um objetivo oculto de se tornar
um pregador famoso e bem-sucedido. Eu amava a Deus e queria trabalhar para ele, mas meu
motivo oculto sempre foi o caminho para o sucesso. Eu era muito egoísta e queria fazer tudo do
meu jeito.

Deus teve que destruir tudo isso; caso contrário, a igreja teria sido meu trabalho, não dele.
Deus teve que me quebrar para que eu fosse digno de liderar Seu rebanho. Na época, eu não sabia
que, e em todos os meus esforços pelo Senhor, eu estava sempre correndo assustado. Não só isso:
eu estava começando a me cansar.

Em 1964, estávamos atrasados, se comparado ao meu pedido a Deus de 3.000 membros.


Nossa congregação havia aumentado para 2.400, mas eu já estava com um grande problema. Eu
ainda achava que estava realmente realizando grandes coisas para o Senhor, correndo de manhã
cedo até tarde da noite, mas meus nervos estavam começando a se desgastar. Eu sofria de fadiga
constante, mas continuava me forçando a manter a igreja em movimento. Preguei, aconselhei,
visitei os doentes, bati nas portas - estava sempre em movimento.

A crise ocorreu um domingo após o segundo culto da manhã. Estávamos programados


para batizar 300 pessoas (de acordo com nosso costume, realizamos o batismo dos crentes apenas
duas vezes por ano). O Dr. John Hurston, um missionário americano que estava me ajudando a
pastorear a igreja, estava lá para me ajudar. No entanto, por causa da atitude que desenvolvi,
acreditando que tinha que fazer tudo sozinho, havia dito a John que batizaria cada novo membro
pessoalmente. Considerando-me um "vaso especialmente escolhido por Deus", pensei que Deus
somente pudesse abençoar essas pessoas somente através de mim.

Mas John viu que eu já estava cansado, quando entrei na água para receber o primeiro
membro.

"Cho, é melhor você deixar eu lhe dar uma mãozinha", disse ele.

"Não, não, eu estou bem", protestei.

Mas nem me atrevi a pensar na enorme multidão de pessoas esperando para serem
batizadas. Eu os peguei um de cada vez, gritando: "Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo", quando os jogava na água. Então, é claro, tinha que levantá-los novamente.

Eu fui bem com as primeiras pessoas, mas depois vieram algumas mulheres um pouco
‘cheinhas’ e realmente foi preciso muito esforço para apoiá-las e tirá-las da água. Não demorou
muito até eu realmente começar a sentir a exaustão, e eu podia sentir os músculos dos meus
braços começarem a tremer.

Naquele momento, John Hurston disse: "Cho, você parece um pouco pálido. Você está
bem?"

"Eu estou bem", eu disse, acenando vigorosamente para enfatizar minha determinação.

"Não! Acho que você precisa descansar um pouco", ele insistiu. "Saia da água e deixe-me
assumir até recuperar suas forças."

Eu disse com firmeza: "Eu disse que estou bem”

Ele continuou com dúvida. Eu sabia que ele não estava convencido. Em minha mente, pedi
ao Senhor que me fortalecesse.

Até hoje eu não sei se Ele realmente fez ou se eu simplesmente me forcei a ficar de pé com
pura força de vontade, mas eu aguentei todos os 300 batismos. Quando a última pessoa saiu da
água, eu estava tonto e quase delirante.

Eu estava tão exausto e meu trabalho não havia terminado. Naquela tarde, eu estava
programado para encontrar um evangelista dos Estados Unidos, já que naquela noite eu seria seu
intérprete.

6
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Mais uma vez, John ficou preocupado com minha saúde e me disse: "Você parece tão
cansado. Por favor, descanse esta tarde e eu irei para o aeroporto".

Eu neguei com minha cabeça. "Ele está me esperando", eu disse. Eu não queria desistir de
nenhuma das minhas responsabilidades como pastor.

Então, mesmo sem almoçar, dirigi para o aeroporto, cumprimentei o evangelista e o levei
para o hotel. Todo o tempo minhas pernas tremiam sempre que eu me levantava. Então eu
consegui descansar um pouco antes de ter que buscá-lo e levá-lo à igreja.

No início do culto da noite, alguns dos diáconos se juntaram a John Hurston para expressar
preocupação com minha saúde. "Pastor Cho", disse um deles, "você parece tão abatido. Você não
pode interpretar esta noite. Deixe-me encontrar outro intérprete."

Mas pensei: quem poderia interpretar a mensagem desse homem em vez de mim? O poder
de Deus estava fluindo através de mim, e eu era o único que podia interpretar corretamente.

"Não, eu ficarei bem", assegurei a eles.

Então o evangelista começou a falar, e imediatamente eu sabia que estava em apuros. Ele
era um típico pregador pentecostal de fogo e começou a pular e gritar muito que, como intérprete,
tive dificuldade em segui-lo. Ele tinha a unção, e eu não.

Para compensar minha própria falta de unção, comecei a tentar colocar um pouco mais de
expressividade em minha voz, e não demorou muito para que eu estivesse gritando a
interpretação para cada frase. O evangelista olhou para mim pelo canto do olho, e então ele
também começou a gritar e berrar. Logo estávamos ambos gritando e gritando, e pulando por
todo o pódio.

Cerca de meia hora depois, em sua mensagem, comecei a sentir cãibras terríveis em volta
do meu coração. Eu não conseguia respirar. Meus joelhos tremiam. Finalmente, meu corpo não
aguentou mais e, contra todo esforço de minha vontade, eu simplesmente comecei a ceder.
Embora eu ainda pudesse ouvir o evangelista gritando quando meus joelhos começaram a
desabar, parecia que meus olhos haviam subitamente desligado. Tudo ficou preto.

Ao descer, lembro-me de dizer a Deus: "Senhor, por que você está me punindo
publicamente? Você poderia ter feito isso comigo em particular, no meu escritório".

Meus olhos clarearam enquanto eu estava lá, olhei para John e disse: "John, estou
morrendo". Meu coração parecia estar tremendo e lutei por respirar - todo o meu sistema parecia
estar clamando por oxigênio. Finalmente perdi a consciência.

Enquanto isso, a congregação estava orando por mim, mas o evangelista visitante foi
deixado ali no pódio, momentaneamente esquecido. Envergonhado, ele simplesmente olhou
impotente. Não havia nada que ele pudesse fazer; ele havia perdido o bocal.

Quando recuperei a consciência, esforcei-me para me levantar e, fracamente, voltei ao


pódio. A única coisa que sabia fazer era dispensar o serviço, e o fiz. Então os diáconos me levaram
para uma ambulância, e eu fui levado ao hospital.

Na sala de emergência, senti-me humilhado. Eu era o pastor que orava pelos enfermos, e
os enfermos eram curados. O que eu estava fazendo aqui? Meu ego simplesmente não podia
aceitá-lo. Comecei a reivindicar minha cura; era o que eu pensava que deveria fazer. Eu esperava
que o Senhor fizesse um milagre e me mandasse para casa do hospital.

"Me tire deste hospital", eu gritei. "Estou confiando na Palavra de Deus! Pelas suas
pisaduras estou curado! Não aceitarei nenhuma injeção. Não me dê nenhum remédio."

Os médicos finalmente desistiram e os diáconos me levaram para casa.

7
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Mas Deus não estava pronto para me curar. Continuei reivindicando todas as promessas
de cura na Bíblia. Se alguém alguma vez reivindicou a Palavra de Deus, eu o fiz. Eu era solteiro
na época, e me sentava na minha cama no meu apartamento e reinvindicava todas as Escrituras
que encontrava sobre a cura. Continuei citando-os e citando-os, dizendo: "Deus, esta é sua
promessa. Você não pode negar a si mesmo! Eu reivindico! Em nome de Jesus, estou curado!"

Mas eu não melhorei. Meu coração continuou apertado, e lutei para respirar. Havia vários
médicos entre os diáconos da nossa igreja, e eles se ofereceram para ajudar, mas eu recusei. "Estou
de pé na Palavra de Deus", eu disse.

Ao olhar para trás agora, percebo que naquele momento eu só tinha fé na cabeça, não no
coração. A fé na cabeça não pode reivindicar nada. Eu estava reivindicando apenas os logos, que
é a Palavra geral de Deus. Desde então, aprendi que é somente quando o Espírito Santo dá uma
confirmação específica (rhema, a Palavra de Deus revelada a um indivíduo) que podemos
reivindicar qualquer uma dessas promessas como nossas. Então nossa fé se torna fé no coração,
e com esse tipo de fé podemos mover montanhas.

Eu não sabia disso, então continuei reivindicando essas promessas, usando aceitação
mental. Eu tentei ignorar os sintomas. Não importa o fato de eu não conseguir nem sair da cama.
Tentei ignorar a presença de morte que senti no meu quarto. Eu não desistiria.

No domingo seguinte, pedi aos diáconos que me levassem à igreja para poder pregar. Eu
estava tão fraco que não podia sair de casa por medo de desmaiar e precisava de uma governanta
para cuidar de mim, mas ainda insistia em cumprir minhas responsabilidades como pastor da
igreja. (Na minha ausência, o Dr. John Hurston e a mulher que se tornaria minha sogra, Rev. Jashil
Choi, estavam cumprindo muitos dos deveres pastorais).

Depois que os diáconos me ajudaram a subir ao pódio, fiquei na frente da congregação


ansiosa. Meu corpo tremia por todo o lado. Comecei a pregar com uma voz muito fraca, falando
devagar e parando após cada poucas frases. Isso foram apenas oito minutos. Então eu desmaiei.

Os diáconos me levaram ao meu escritório e, quando acordei, comecei a reivindicar as


promessas de Deus novamente: "Pelas suas pisaduras eu sou curado ... (ele levou minhas
enfermidades e levou minha doença) ”. Tentei exercitar a fé cega, mas em meu coração não tinha
confirmação do Espírito Santo de que seria curado.

"Leve-me para o segundo culto", disse aos diáconos. "Vou depender do Senhor para me
dar forças."

No segundo culto, fiquei de pé fracamente no pódio e orei: "Senhor, agora estou exercendo
fé, confiando na tua Palavra. Fortalece-me".

Desta vez, eu era capaz de pregar por apenas cinco minutos antes de desmaiar. Mais tarde,
depois que os diáconos me levaram para casa, finalmente tive certeza de que realmente estava
morrendo.

Mas então algo aconteceu dentro de mim. Deus parecia estar tentando me alcançar,
dizendo que eu não poderia continuar reivindicando todas essas promessas cegamente. Eu nunca
perguntei a Ele qual era a sua vontade na minha situação. De fato, até então, eu nunca havia
considerado a possibilidade de Deus escolher não me curar.

"Pai", eu disse, "você nos deu todas essas promessas. Mas eu as reivindico e você não me
cura. Você não vai me curar?"

Então fiquei surpreso com a voz muito distinta de Deus: "Filho, eu vou curá-lo, mas a cura
levará dez anos".

Não era uma voz audível, mas era tão claro que eu sabia que não havia me enganado. Eu
fiquei abalado. Era como se Deus tivesse proferido sentença sobre mim, e ainda assim havia um

8
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

tipo de paz no meu coração trêmulo. Eu queria discutir, mas sabia que não podia discutir com
Deus.

Nos dez anos seguintes, de 1964 a 1974, senti como se estivesse morrendo a cada momento.
Tornou-se claro para mim que um homem arrogante paga um preço muito alto - um coração
endurecido é muito difícil de quebrar. Eu queria ser quebrado em um instante; em vez disso,
levou dez anos para destruir "o Grande Cho", como eu passara a me considerar.

É difícil descrever o sofrimento que sofri. Todas as manhãs, quando eu acordava,


imediatamente sentia meu coração palpitar. Havia um sentimento ardente de morte que
começava a surgir dos meus dedos, e eu dizia para mim mesmo: "Oh, eu não acho que vou
conseguir fazer isso hoje". Mas então eu pensava na promessa de Deus para me curar e sabia que
não iria morrer naquele dia. Então eu saía da cama, suando, tonto e ofegando por ar, e tomava o
remédio que agora sabia que precisava.

Meu sonho de ter a maior igreja da Coréia passou diante dos meus olhos. Como eu poderia
alcançar um número tão grande de pessoas? Como eu poderia alcançar tamanho objetivo, eu me
perguntava, já que não estava conseguindo pastorear uma igreja de 2.400 membros?

Mas Deus disse que ia me curar, então eu não estava pronto para desistir. Embora eu
estivesse fraco demais para subir a plataforma e pregar um sermão, insisti aos diáconos me
ajudassem a subir na plataforma para poder sentar-me ali enquanto John Hurston pregava.

Enquanto eu continuava nesse estado desesperado, gradualmente percebi que Deus


poderia ter um propósito maior em meu sofrimento, e sabia que precisava me tornar mais aberto
à Sua liderança. Foi só então que Ele pôde começar a desenvolver seu plano para mim e para a
Igreja Central do Evangelho Pleno.

9
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

10
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

2- Programa de reeducação divino

Foi cerca de um mês após o meu colapso, quando Deus começou a chegar até mim,
mostrando que eu estava errado nos métodos que estava usando para pastorear nossa igreja.

Eu estava deitado de costas no meu apartamento. Eu estava determinado a não desistir do


meu ministério, mas não conseguia. John Hurston e a sra. Choi estavam carregando lidando com
tudo, mas com 2.400 membros não puderam atender a todas as necessidades do povo. João não
era fluente em coreano e, portanto, conseguia aconselhar e orar com muito poucos membros.
Como a sra. Choi era uma mulher, os homens relutavam em procurar seu conselho.

Além disso, a Coréia ainda era um país pobre e nossos membros estavam tendo
dificuldades para pagar as despesas financeiras de nossa crescente congregação. De alguma
forma, eu sabia que precisava mobilizar mais pessoas e envolver mais membros leigos no
ministério da igreja, mas não sabia como. Além disso, eu não sabia se era justificável pedir isso a
eles.

No meu estado de exaustão, não parecia haver muita coisa que eu pudesse fazer. Eu estava
na cama a maior parte do tempo, dentro e fora da depressão, me sentindo como uma pilha de
lixo. Eu não podia deixar meu apartamento sem ajuda por medo de desmaiar na rua.

Eu estava naquela rotina de oração e cochilos, orar e cochilar, lutando contra aquela
sensação de estar rastejando para a morte e meditando no propósito de Deus em me deixar
naquela situação. Isso me levou a um número intenso de estudos bíblicos que deveriam me
preparar para o tempo em que Deus poderia começar a me usar.

Antes que ele pudesse me revelar por completo, de qualquer forma, fui levado a dois
estudos bíblicos preliminares. O primeiro deles foi sobre Cura Divina. Eu preguei cura divina
com verdadeira convicção e vi muitos serem curados. Ainda assim parecia que eu não estava apto
a desenvolver a fé para curar a mim mesmo. Percebi que eu não tinha profundidade bíblica acerca
do assunto.

O segundo assunto era a necessidade de relacionamento íntimo com o Espírito Santo.

Estudar ambas matérias me levou a escrever livros. O primeiro intitulado, Jesus Cristo, o
curandeiro divino e o segundo simplesmente chamado de O Espírito Santo. Através desses estudos
desenvolvi minha própria fé e entendimento. O estudo sobre o Espírito Santo foi particularmente
revelador.

Por exemplo: estudando a bíblia, descobri, que apesar de nos dizerem que temos que ter
comunhão com o Pai e o Filho, na verdade temos que ter “comunhão” com o Espírito Santo (2
Cor. 13:14). Eu aprendi que comunhão vai muito além de relacionamento. Um dicionário define
comunhão como “relacionamento íntimo dotado de profunda compreensão”. Outro dicionário
diz que comunhão é “o ato de dividir pensamentos e emoções mutuamente”. Em minha
necessidade, Deus me falou sobre o quão importante era que eu tivesse comunhão com o Espírito
Santo, que tivesse relacionamento íntimo com Ele, a ponto de compartilhar meus pensamentos
mais ocultos e emoções, com Ele.

“Pense no casamento” – O Senhor me disse – “quando um homem se casa com uma


mulher, não basta apenas trazê-la para morar na mesma casa e deixa-la. Ele não a trata como um
objeto dentro da casa. Ao invés disso, ele a ama e compartilhar a vida com ela, intimamente. É
esse o tipo de relacionamento que você precisa ter com o Espírito Santo”.

Entre 1964 e 1965 eu continuava terrivelmente doente, passava a maior parte do tempo na
cama, mas, durante esse período meu relacionamento com o Espírito Santo começou a ficar mais
intenso e a se parecer com comunhão. Eu terminei de escrever ambos os livros e eles se tornaram
best sellers na Coréia e, depois no Japão. Mas estes estudos foram apenas introdução para a real

11
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

revelação do que Deus queria me dar. Esta seria a revelação mais poderosa e efetiva no meu
ministério. Não havia dúvidas: Deus queria que eu delegasse responsabilidade na igreja.

Enquanto eu estava prostrado na cama, pensando em como eu poderia novamente voltar


a gerenciar a congregação do Igreja Central do Evangelho Pleno (agora maior ainda), perguntei
ao Espírito Santo: “O que eu posso fazer? ”. De repente eu senti o Espírito Santo falar ao meu
coração: “Deixe o meu povo crescer”. Ficou admirado e confuso. O que aquilo significava? Então,
ele continuou: “Deixe meu povo sair do reino de Yonggi Cho, deixem-nos crescer”. “Que negócio
é esse de deixá-los crescer?”, eu perguntei. “Ajude-os a andar com as próprias pernas. Ajude-os
a tocar o ministério”. Isso realmente me fez procurar nas Escrituras. Eu cheguei na carta de Paulo
à Igreja de Éfeso, e isso me encorajou. Em Efésios 4:11 diz que Deus “deu alguns para apóstolos,
uns para profetas, uns para evangelistas e uns para pastores e para mestres, para preparar o povo
de Deus para a obra do ministério, para que assim o corpo de Cristo possa ser edificado”.

Então eu captei. Servos de Deus (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres)


foram dados à Igreja para leigos, de forma que eles pudessem tocar o ministério, tanto dentro
quanto fora da Igreja.

Depois eu li em Atos 2:46-47 que haviam dois tipos de reuniões na Igreja primária. Os
discípulos não somente se reuniam regularmente no templo, mas também se reuniam
diariamente nas casas para partir o pão e terem comunhão. Eu sabia que nos primórdios da Igreja
haviam cerca de 100 mil cristãos em Jerusalém, de uma população de 200 mil. Quem poderia lidar
com todo esse povo, uma vez que eram apenas 12 apóstolos? Como eles poderiam sustentar o
ministério casa a casa? Bom, tinham que haver líderes de pequenos grupos – de comunhão nos
lares. Junto com os 7 diáconos (Atos 6), os líderes leigos deviam dividir a responsabilidade de
conduzir o ministério de casa em casa.

Até então, minha ideia de igreja estava restrita a um prédio público. Nunca havia
considerado a possibilidade de transformar uma casa em uma igreja. Apesar da bíblia clara e
explicitamente mencionar a reunião da igreja nas casas. Então pensei comigo: estou aqui
estressado apenas o ministério do templo. Não temos ministério nos lares. Apenas tenho dito as
pessoas para virem à igreja as quartas e domingos. Estava faltando algo.

Meu estudo me levou ao capítulo 6 de Atos, onde os Apóstolos haviam escolhido sete
diáconos para ministrar as necessidades físicas da congregação, enquanto os apóstolos se
limitavam à oração e a pregação da Palavra. Mas após o apedrejamento de Estevão, um dos
diáconos, a igreja se dispersou. Nesta ocasião, os diáconos também se tornaram pregadores, o
que é evidente na missão do Evangelista Filipe à Samaria, em Atos 8. Os Apóstolos não somente
delegaram autoridade para ministrarem as necessidades físicas, mas também para pregar.

Pesquisando Atos, vi que além dos 3 mil que foram agregados à Igreja no Pentecoste, mais
5 mil foram acrescidos no dia seguinte. Ainda assim só haviam somente 12 apóstolos e 7 diáconos.
Então, a única forma dos crentes serem cuidados era em reuniões nos lares e, cada um desses
grupos (ou células) precisavam de ter um líder. Então a igreja estava sendo organizada para
atender às necessidades de uma congregação em constante crescimento.

“É isso!”. Eu disse a mim mesmo! Isso fazia sentido. De que outra maneira a igreja poderia
ter absorvido 3 mil convertidos no primeiro dia, quando o Espírito Santo desceu sobre eles no
andar superior no dia de Pentecostes? Então aquelas pessoas eram cuidadas nos lares, não no
templo.

Conforme continuei lendo, eu vi que outras igrejas foram mencionadas por suas reuniões
nos lares – na casa de Lídia (Atos 16:40), a igreja na casa de Priscila e Áquila (Romanos 16:3-5) e
a igreja na casa de Filemom (cap. 2). Então haviam registros suficientes para as reuniões nos lares.

A partir dai eu fui levado a Êxodo 18 e a luta de Moisés tentando julgar os israelitas no
deserto. Ele se sentava diante deles desde a manhã até a noite, ouvido as suas questões e julgando
os seus casos. Seu sogro, Jetro, viu que isso era pesado demais para ele, e mostrou a Moisés como
delegar autoridade para que ele não se descabelasse tentando solucionar o problema de cada um.

12
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

NAA Êx 18:21-22: "21 Procure entre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens que
amam a verdade e odeiam a corrupção. Coloque-os como chefes do povo: chefes de mil, chefes
de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez, 22 para que julguem este povo em todo tempo.
Toda causa grave trarão a você, mas toda causa pequena eles mesmos julgarão; assim será
mais fácil para você, e eles o ajudarão a levar essa carga."

Eu comecei a ver delegação de autoridade como sendo definitivamente parte da vontade


de Deus. Aos poucos esta ideia começou a tomar forma em minha mente: Digamos que eu libere
os diáconos para abrirem suas casas como igreja nos lares. E se eles ensinarem as pessoas, orarem
para que elas sejam curadas e ajuda-los, e digamos que estas mesmas pessoas ajudem outras da
mesma forma nos grupos celulares. A igreja poderia florescer nas casas, e os membros poderiam
evangelizar através de convidar seus amigos e vizinhos para as reuniões. Então, nos domingos
eles poderiam trazê-los ao templo para o culto de adoração. Isso me isentaria desse trabalho de
visitar e aconselhar e outros que consomem tanto tempo. EU estaria livre para ser o pastor – para
ensinar e pregar equipar os líderes para o ministério.

No decorrer de três semanas eu fiz todo um planejamento novinho para a nossa igreja. Mas
eu sabia que ainda seria necessário fazer com que o corpo diaconal aceitasse isso. Para isso eu
precisaria de uma boa apresentação. Os líderes ainda se preocupavam com a minha liderança.

Não muito depois disso, eu consegui me levantar da cama. Mas estava fraco e ainda fazia
muito esforço para me manter de pé. Fui ao médico, que me disse “seu coração está muito fraco
e o seu sistema é debilitado. Você está sofrendo de uma exaustão nervosa e a única coisa que eu
poderia te aconselhar é para largar o ministério”.

Perguntei se havia algum remédio que eu poderia tomar. Ele disse que não.

“Na verdade, não há nada de errado com o seu físico. O problema é que você tem trabalho
demais. As palpitações e a fraqueza são consequência do excesso de trabalho. Essa enfermidade
é totalmente psicossomática. Não posso te dar remédios. Isso não te faria bem. Você vai ter que
encontrar outra profissão que não exija tanto de você emocionalmente”.

Isso me soou como uma sentença de morte para o meu ministério, mas eu não estava
disposto a recuar. Deus havia prometido construir uma igreja através de mim, e Ele havia
prometido me curar, apesar de que isso levaria 10 anos. Então, preferia crer em Deus ao invés de
no médico.

13
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

14
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

3- Vendendo o programa para a Igreja

Eu estava com 28 anos de idade, mas meu corpo estava um bagaço. O médico havia me
dito para largar a pregação e escolher alguma outra profissão. Apesar da condição do meu corpo,
eu sentia uma tremenda animação. Deus havia falado comigo na sua Palavra durante aqueles
dias acamado. Ele havia me desvendado um plano completo para a reestruturação da nossa igreja
de forma que eu não teria que tocar o ministério sozinho. Eu estava desejoso por colocá-lo em
prática, eu estava convicto de que isso iria funcionar.

De qualquer maneira, eu não podia simplesmente voltar à igreja e ordenar que os membros
implementassem o plano. Nossa igreja tinha 2400 membros, e havia um corpo diaconal que
precisaria aprovar qualquer mudança estrutural ou ministerial, na igreja.

“Este plano é teu, Senhor”, eu orei. “Como não poderiam aceita-lo, já que é teu”?

Eu estava confiante de que não haveria oposição.

Um mês após sair do leito, eu reuni a equipe diaconal e disse “como vocês sabem, estou
um bocado doente, e não consigo lidar com toda a operação da igreja, especialmente
aconselhamento e visita nos lares. Também não consigo orar pelos enfermos e nem para que as
pessoas recebam o batismo com Espírito Santo”.

EU contei a eles as coisas que Deus havia me mostrado nas Escrituras e disse que os estava
liberando para cumprir o ministério. Disse que eles precisam andar com as próprias pernas. Então
apresentei o plano que Deus me dera.

Eu mostrei aos diáconos como funcionaria as reuniões nos lares e, expus toda base bíblica
para este novo sistema.

“Sua fundamentação bíblica é boa”, um diácono disse. “Esse tipo de mudança pode até ser
do Senhor. Mas nós não fomos preparados para fazer o tipo de coisas que você faz. Por isso que
você é pago para ser nosso pastor”.

“Eu sou um homem ocupado”, disse outro diácono. “Quando chego do trabalho, estou
cansado e eu quero te privacidade em casa. Eu não tenho condições de ter reuniões na minha
casa”.

Não houveram muitos outros comentários. Todos concordaram que a ideia fosse baseada
na bíblia, mas não conseguiam vislumbrar como isso se aplicaria na Igreja Central do Evangelho
Pleno. Parecia que eu não conseguiria motivá-los de forma alguma. Ninguém ficou com raiva.
Apenas estavam convencidos de que não daria para fazer.

Depois desta reunião, comecei a ter todo tipo de dúvidas sobre o meu ministério. De novo.
Eu tinha certeza de que sabia o que os diáconos estavam pensando, apesar de que eles não haviam
se expressado durante a reunião. Eles estavam pensando que me pagavam para fazer um trabalho
e agora eu os estava pedindo para fazer. Comecei a temer que eles me ressentissem por tentar
convencê-los a fazer meu trabalho, usando minha doença como desculpa.

Eles pareciam não ter compaixão. Era o que eu achava. Ninguém havia falado nada sobre
quere um novo pastor, mas eu comecei a ouvir alguns relatos de segunda mão dos membros da
congregação de que os diáconos não recusariam minha demissão caso eu quisesse pedir.

Eu estava muito fraco e suscetível a desmaios, e a reação dos diáconos era um verdadeiro
transtorno. O que eu deveria fazer? Procurei a única pessoa em quem sempre senti que podia
confiar, senhora Choi. Então contei a ela toda a história.

“Temos que buscar ao Senhor”, foi tudo o que ela disse. “Vamos orar juntos”

15
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Depois de um tempo orando e buscando na Palavra, Senhora Choi e eu conversamos sobre


as várias alternativas para implementar o plano de Células e juntos tivemos a ideia de usar as
mulheres da igreja.

Conforme continuávamos orando acerca disso, eu derramava meu coração diante do


Senhor. Senhora Choi disse: “Eu creio que Deus revelou essa maneira porque é a Sua maneira.
Eu creio que devemos convocar as diaconisas e apresentar o plano a elas”.

Eu balancei a cabeça. Como seria possível? Quem aceitaria uma coisa dessas? Aqui é a Seul,
Coréia, não são os Estados Unidos da América. Não haviam movimentos feministas na Coréia,
nós temos uma cultura oriental onde as mulheres têm um papel de subordinação, na sociedade.
Por milhares de anos as mulheres coreanas estavam em sujeição a seus maridos. Nunca tinham
grandes empregos, nem na sociedade, muito menos na igreja. Jà era difícil demais para mim,
pensar em delegar autoridade a mulheres. Como poderiam liderar reuniões nos lares? Os homens
iriam surtar! Além disso, a bíblia não diz que as mulheres devem ficar em silêncio na igreja? Foi
isso o que Paulo escreveu em sua carata à Timóteo (1 Tm. 2:11).

Como oriental, eu tinha uma interpretação particular da instrução de Paulo a Timóteo.


Paulo devia estar sob influência de cultura oriental. Quando li sua advertência de que as
mulheres deveriam ficar caladas, relacionei-a à nossa própria sociedade coreana. Em muitas
igrejas coreanas era normal separar homens de mulheres nos cultos. Os homens sentavam à
direita da entrada da igreja e as mulheres sentavam-se à esquerda. Uma enorme cortina era
baixada no meio de modo a impedir inclusive que se vissem.

Mas quando um culto estava prestes a terminar, algumas das mulheres ansiosas
começavam a sussurrar através da cortina para seus maridos: "Você está aí?

Você está pronto para ir? Encontre-me do lado de fora logo após o culto! "Às vezes, as
mulheres causavam tanto alvoroço que o pregador precisava dizer:" Senhoras, por favor, fique
em silêncio até que você esteja fora da igreja!

E quando Paulo falava sobre Sara chamar Abraão de senhor, eu também sabia do que ele
estava falando. Até hoje na sociedade oriental, uma mulher se refere a seu marido como seu
‘senhor’. Se ela não fizer assim, estará insultando-o. Se você perguntar a uma coreana como o seu
marido está, ela irá responder, “Meu senhor, vai bem. Obrigada”.

Quando pensei sobre a utilização de mulheres na igreja, todas estas coisas surgiram em
minha mente e eu orei, “Senhor, você vai mesmo destruir nossa igreja com esse tipo de ideia”? Se
eu tentar mobilizar as mulheres e incentivá-las a gerenciar os negócios da igreja, toda a igreja vai
se voltar contra mim. Toda a sociedade coreana se voltaria contra mim. Eu seria totalmente
despejado”.

Notoriamente o Senhor me respondeu: “Sim, esta é a sua ideia. Minha ideia é usar as
mulheres”

“Senhor, se tu queres usar mesmo as mulheres, vai ter que me provar isso nas Escrituras”,
eu disse.

Então, eu precisava descansar por causa da fraqueza. Voltei para casa.

Durante os próximos dias eu consistentemente busquei nas escrituras e pedi a Deus para
me revelar os textos que fundamentariam o uso de mulheres no ministério. Aos poucos uma nova
imagem foi tomando forma. Comecei a ver, que afinal de contas, Paulo não era um machista.
Frequentemente ele usava mulheres no ministério, desde que elas estivessem debaixo de sua
autoridade. A tradução literal de Romanos 16:1 identifica Febe como uma diaconisa da igreja de
Cencreia. Isso mostra que ela tinha posição de responsabilidade na igreja – mas sob a autoridade
de Paulo. Ao recomendá-la à igreja de Roma, ficou claro que ele a recomendava não apenas como
serva, mas como pregadora. Paul havia delegado a ela a autoridade para pregar, e para mim isso
significava que ela estava livre para ministrar.

16
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Em Romanos 16:3, Paulo menciona Priscila e Áquila e a “igreja que está em sua casa” (v.5).
Quem seria o pregador naquela casa? Novamente voltando à cultura oriental, onde o líder sempre
é citado em primeiro lugar. Mencionar Priscila antes de Áquila, não tem nada a ver com “primeiro
as damas”. Quando um ocidental vai à casa de um oriental, se ele cumprimentar a esposa antes
do marido, ele está desonrando aquela casa. Na verdade, é costume, ao entrar em uma casa
coreana, mesmo que o marido não esteja em casa, o visitante dizer primeiro à esposa: "Como está
seu marido?" Então o visitante pode perguntar à esposa: "Como vai você?" O marido sempre vem
em primeiro lugar; ele é o chefe da casa.

Na Coréia também não dizemos “senhoras e senhores”. Isso geraria um problema. Ao


invés disso dizemos “senhores e senhoras”. Na Coréia, o homem não aguarda e segura a porta
aberta para uma mulher, mas a mulher espera e segue o homem pela porta. Este é um costume
oriental.

Quando Paulo diz “Priscila e Áquila”, a ordem usada precisa ser apreciada na cultura
oriental na qual ele estava inserido. Priscila era a esposa de Áquila, mas já que o Espírito Santo
levou Paulo a mencioná-la primeiro, indica que Priscila era a líder daquela igreja na casa. Priscila
era a pastora e, Áquila seu assistente, e ela pode pastorar aquela igreja no lar, porque Paulo havia
delegado autoridade a ela, não à Áquila.

O versículo 6 diz, “Saudai Maria, que trabalhou duro por vocês”. Maria foi mencionada
em meio aos obreiros de Deus. Isso não quer dizer que ela estava cozinhando para eles ou
cuidando do fraldário. As mulheres mencionadas por Paulo estavam contribuindo com ele na
pregação do evangelho. Isso inclui Trifena e Trifosa, mencionadas no versículo 12, que são
chamadas de “trabalhadoras no Senhor”, não ajudantes na cozinha. No mesmo versículo Paulo
menciona Pérside, “a qual trabalhou muito no Senhor”.

Como as pessoas trabalham no Senhor? Testemunhando, orando com as pessoas, pregando


e ajudando espiritualmente.

Claramente vejo que Deus estava usando mulheres no Novo Testamento, mas sempre
debaixo de uma autoridade masculina. Por exemplo, Paulo escreve que quando uma mulher
profetizar (1 Cor. 11:5) ela tem que ter a cabeça coberta; do contrário ela desonra seu marido. Isso
quer dizer que a mulher é livre para profetizar e profetizar é uma forma de pregação. Mas neste
profetizar ela precisa demonstrar que está sob a autoridade de um homem.

O Senhor começou a falar comigo: “De quem eu nasci? ”

- “De uma mulher, Senhor”, respondi.

- “E no colo de quem fui nutrido”?

- “Mulher, Senhor”.

- “Quem esteve comigo durante a caminha e me ajudou nas necessidades”?

- “Mulher”

- “Quem ficou até o último minuto da minha crucificação”?

- “Mulher”

- “Quem veio ungir meu corpo no sepulcro”?

- “Mulher”

- “Quem foi o primeiro a testemunhar minha ressurreição”?

- “Mulher”, eu disse.

- “A quem foi dada a primeira mensagem pós ressurreição”?

17
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

- “A Maria Madaglena, uma mulher”

- “Para todas as perguntas você respondeu ‘mulher’. Por que você está com medo de mulheres?
Durante meu ministério terreno eu estive Cercado de queridas e maravilhosas mulheres. Por que o meu
corpo, a Igreja, não poderia ser cercado e assistido por mulheres também? ”

O que mais eu poderia dizer? O Senhor me deixou claro que era a sua vontade usar
mulheres na igreja. Na semana seguinte eu convoquei uma reunião com a Associação Missionária
Feminina e, cerca de 12 mulheres, todas diaconisas, desejaram ouvir o que eu tinha para falar. Eu
expliquei a elas a situação, falando honestamente sobre meu problema de saúde e explicando as
revelações nas escrituras que Jashi Choi e eu havíamos recebido.

Na reunião anterior com os diáconos, os homens tinham sido tão racionais em suas
repostas, mas agora as mulheres eram compassivas. Todas estavam preocupadas com minha
saúde e de forma unanime concordaram em seguir minhas instruções. Senhora Choi aceitou a
responsabilidade de organizar as tarefas, porque eu estava fraco demais para isso. Debaixo de
sua liderança, a cidade de Seul foi dividida em 12 distritos, um para cada mulher que aceitou
liderar as reuniões de grupo caseiro.

Eu fiz uma exigência às mulheres. Pedi à Sra. Choi e a todos os líderes que usassem bonés
para indicar que estavam sob minha autoridade, assim como Paulo havia ordenado que uma
mulher tivesse a cabeça coberta quando profetizasse. Para todos na igreja, isso indica que as
mulheres não estão falando por sua própria autoridade, mas pela minha.

Voltei ao meu apartamento aquela noite, doente do mesmo jeito, mas com um sentimento
maravilhoso dentro de mim de que Deus estava promovendo algo em nossa igreja. Eu estava
começando a pensar que finalmente meus problemas acabaram.

Deus estava fazendo algo em nossa igreja, mas certamente meus problemas não estavam
no fim. Eu não estava preparado para o contra-ataque do Inimigo.

18
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

4- Contra-ataque de Satanás: Os sete obstáculos

No domingo que se seguiu à reunião com as mulheres, eu descortinei o plano para a


congregação. Outra vez eu contei toda a história de como Deus havia me levado às Escrituras
para me mostrar como estabelecer os grupos caseiros. Eu expliquei versículo a versículo que
mostravam que era bíblico delegar autoridade a mulheres para liderar as reuniões.

“Não é o meu plano para a Igreja, mas a vontade de Deus”, eu enfatizava. “Mas é necessário
que todos participem. A igreja será dividida em 12 distritos, e cada um de vocês irão a reunião na
célula do seu distrito, esta semana”.

Distribuímos papeis a cada um, indicando a eles onde e quando aconteceriam as reuniões
de células.

Talvez eu fosse ingênuo, mas realmente pensei que a maioria das pessoas iria cooperar
participando da primeira reunião. Eu estava errado. Acabou havendo muita oposição. Muitos
argumentaram que não tinham tempo para uma "reunião extra". Os homens protestaram por ter
que sentar sob os ensinamentos de uma mulher, mas eu esperava isso. O que eu não esperava era
a relutância de muitas mulheres também. Afinal – eles disseram – não fomos sempre ensinados
que eram os homens que estavam em posição de autoridade? Eles esperavam ser ensinados por
homens.

Naquela primeira semana, parecia que todo o inferno estava pipocando na minha igreja,
de tão grande que foi a rebelião. Dos cerca de 2400 membros, apenas uns 400 a 600 compareceram
as 20 células na redondeza. Cerca de 20 a 30 pessoas estiveram em cada reunião. Ninguém sabia
exatamente o que esperar ou como agir, e as mulheres tiveram que preparar suas próprias lições
para ensinar nos grupos (eu não tinha dado a elas nenhum roteiro, simplesmente por que eu não
tinha nenhum. Eu apenas tinha dado duas sugestões: cuide para que os crentes não se desviem,
e saiam pela vizinhança para ganha-los para Jesus).

As maiores relutâncias vieram dos homens, é claro. Eles se negavam a deixar as mulheres
imporem as mãos neles para cura ou mesmo para receber o batismo no Espírito Santo. Uma
mulher quase apanhou do marido, por causa disso. Eles também reclamavam que as reuniões
eram desorganizadas.

No domingo seguinte, eu enfatizei ainda mais veementemente que as mulheres estavam


sob minha autoridade, e que elas estavam falando por mim nas células. Isso pareceu acalmar os
ânimos de muitos membros e depois disso aqueles que estavam verdadeiramente
comprometidos com a fé em Cristos, se sujeitaram ao programa. Obviamente ainda tinham
alguns descontentes que relutavam contra tudo o que tinha a ver com células. Eles tentaram
minar o plano instigando outras pessoas a ficarem longe das reuniões. Muitos, tenho certeza,
achavam que eu tentando ser autoritário na igreja.

Na segunda semana, o número de pessoas que compareceram aumentou. Ainda que eu


não tivesse dado nenhum roteiro a seguir e eu estivesse exercendo uma liderança indireta, as
pessoas estavam vendo propósito nas reuniões. Mas sem direcionamento aquelas mulheres
estavam tendo grande dificuldade para se acharem. Eu não estava preparado para algumas coisas
que elas estavam fazendo.

Bom, eu não tinha treinado as mulheres para ensinar; eu não tinha firmado elas na sã
doutrina. Tinha uma das líderes que se quer compreendia a doutrina da trindade. Acontece que
ela estava ensinando que os cristãos adoravam três deuses: O Pai, o filho e o Espírito Santo. Ela
achava que Jesus e o Espírito eram deuses inferiores ao Pai. Tinha outra que estava ensinando
que uma pessoa não está salva, a menos que ela falasse em línguas. E uma outra ensinava que
não importava a forma de batismo (nossa denominação pratica o batismo por imersão).

Então, as mulheres estavam fazendo o que bem entendiam, e toda a igreja estava em
confusão.

19
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

“Exatamente como eu esperava”, eu disse. Eu estava convicto de que nossa igreja seria
devastada, justo como eu havia dito ao Senhor que aconteceria.

Ainda assim, ouvi o Espírito Santo falando comigo gentilmente: “Sim, está um caos, mas
lembre-se de que toda a Terra estava em caos. Tudo de bom eu tirei do caos. Persista nisto”.

Também descobri que algumas mulheres estavam fazendo um ótimo trabalho. Elas saiam
pela vizinhança procurando atender à necessidade das pessoas e elas estavam se dando muito
bem trazendo-as para as células e ganhando-as para Jesus. Elas estavam organizando ótimas
reuniões e fazendo um bom serviço. Eu chamei estas líderes bem-sucedidas ao meu gabinete e
perguntei qual era o segredo. Eu descobri que elas tinham algum tipo de treinamento.

“Pastor, não dá para simplesmente mandar as mulheres liderarem sem dar a elas nenhum
tipo de treinamento”, uma delas me disse. “Você tem que treiná-las. Você tem que delegar sua
autoridade a nós, bem como os seus sermões. Nenhuma de nós deveria ter que pregar a sua
própria mensagem”.

Sabe? Ela estava certa. Naquele mesmo dia comecei a fazer anotações dos meus sermões e
passa-los para as líderes de célula. Eu marquei uma reunião com os líderes todas as quartas, e
nessas reuniões eu lhes entregava as anotações e explicava a elas o que eu queria que fosse
ensinado. Também comecei a preparar uma ‘ordem de culto’ para as células. Tinha oração inicial,
música, seguida de uma oração em grupo, pregação da Palavra para encorajamento (usando as
notas dos meus sermões) e oferta. A reunião se encerrava com testemunho, oração por cura e
batismo no Espírito Santo e, uma oração final.

Menos de um mês após o início das células na Igreja Central do Evangelho Pleno,
estávamos começando a ter ordem nas reuniões. Eu achei que todos os problemas haviam
acabado. Mas não! Um a um, seis problemas maiores surgiram. Certamente Satanás não estava
querendo que tivéssemos sucesso, não sem luta, e ele começou a semear todo tipo de obstáculos
à comunhão eficiente.

A segunda fase de problemas se deu por conta da falta de disciplina. As reuniões estavam
crescendo, as líderes estavam seguindo o meu programa, ensinando a Palavra, oração pelas
necessidades e provendo verdadeira comunhão, mas elas não sabiam quando parar. Logo, as
reuniões estavam parecendo uma festa. Os membros estavam alternando os anfitriões. Cada
semana estava acontecendo em uma casa. Em uma casa eram recebidos com arroz e kimchi
(legumes quentes em conservas, bem apimentado), na semana seguinte o anfitrião colocava peixe
no cardápio, na outra semana eles tinham filé. Começou uma competição para mostrar quem era
melhor anfitrião. Rapidamente alguns ficaram desanimados e entristecidos, com medo de ter as
reuniões em suas casas porque não podiam se dar ao luxo de servir uma comida mais sofisticada
do que os anfitriões anteriores.

Como se não bastasse isso, “as festinhas” estavam tão longas que as esposas estavam
negligenciando suas obrigações do lar, e os maridos estavam chegando atrasado no trabalho. O
ministério e a mensagem estavam sendo perdidos em todas as festas. Por fim, estabeleci outra
regra: os líderes deveriam seguir a ordem de serviço que eu havia prescrito e concluir a reunião
em uma hora. As reuniões precisavam ter horário para começar e para terminar. A comida devia
ser limitada a chás e biscoitos.

As coisas melhoraram, mas as reuniões continuavam longas. Os biscoitos e chás eram


serviços no início da reunião, e os líderes pareciam nunca conseguir terminar a tempo.
Finalmente, depois de seis meses, pedi para que o lanche fosse apenas no final. Isso parece ter
restaurado a ordem.

Mas outros problemas começaram a aparecer. A maioria não eram grandes coisas, como
os problemas iniciais com relação ao ensino e a falta de disciplina, e também não afetaram todas
as células. Mas eram sérios o suficiente para que precisassem de ação corretiva.

20
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

A terceira fase dos problemas envolvia mensageiros de fora. De tempo em tempo as líderes
queriam ser abençoadas pela visita de evangelistas e outros, então os convidavam para ministrar
nas células. Muitos destes pregadores tinham o seu próprio ministério auto propagável e tinham
que receber ofertas onde quer que fossem. Então as células precisavam levantar uma oferta para
cada um deles sem me consultar ou ao corpo diaconal. Além disso, eu se quer sabia quem estava
sendo convidado, já que ninguém me consultava, e comecei a descobrir que não concordava com
alguns ensinamentos que eu ouvia como oriundos desses pregadores.

Então, a única coisa que eu podia fazer era dizer aos líderes de célula que eles não deveriam
convidar pregadores de fora sem me consultar, e que não levantassem oferta para nada que não
fosse trabalhos da própria igreja.

Apenas os líderes deveriam ensinar, baseando as lições nas anotações que eu fornecia a
elas semanalmente.

Apesar do problema com os pregadores convidados ter sido resolvido em tempo hábil, de
vez em quando ainda acontece. Porém, agora eu tenho um sistema de controle na igreja, e essas
coisas não acontecem sem o meu conhecimento.

Depois veio a quarta fase de problemas e mais uma vez envolvendo dinheiro. Em algumas
células, alguns irmãos começaram a pegar dinheiro emprestado uns com os outros, e eles estavam
cobrando juros. Não bastasse isso, alguns irmãos começaram a apresentar oportunidades para
investimentos. Então tínhamos irmãos investindo dinheiro em negócios pertencentes a outros
membros e, vira e mexe eles perdiam todo o investimento porque não tinham prática para
negócios. Foi outra coisa que precisei intervir. E assim eu fiz.

A quinta crise no desenrolar dos grupos caseiros tinha a ver com o rápido crescimento.
Conforme as células começaram a crescer, tínhamos alguns grupos com 30, até 50 famílias.
Durante as reuniões os irmãos lotavam, não somente a sala, mas os quartos e até o quintal. Um
único líder não conseguia cuidar de tantas pessoas.

Evidentemente algo deveria ser feito para dividir as células em grupos menores. Então
desenvolvi um plano para treinar líderes assistentes para cada comunhão, e assim dividimos os
grupos de maneira que não tivesse mais do que 15 famílias em cada célula.

A princípio as famílias se mostraram relutantes com a divisão. Muitos haviam se tornado


apegados ao líder. Mas eu disse que eles precisavam entender que o maior propósito das células
era evangelizar a vizinhança, provendo a eles um lugar onde amigos e vizinhos pudessem vir e
serem apresentados a Jesus Cristo.

Finalmente isso teve que virar uma regra: As células precisavam ser divididas sempre que
o número de famílias excede a quinze. Não era fácil, mas aos poucos os membros começaram a
cooperar; apesar de que alguns continuavam frequentando a nova célula, fruto da divisão, e a
célula originária, por terem desenvolvido certa lealdade ao líder.

A sexta fase de problemas foi um tanto complicada. Uma oferta era recolhida em cada
reunião de célula, e algumas vezes os líderes se sentiam tentados a usar o dinheiro, como um
empréstimo, já que eles não tinham que prestar contas na igreja, antes de domingo. Mas, nem
todo o dinheiro que era tomado emprestado, encontrava o caminho para a tesouraria da igreja.

Quando fiquei sabendo disto, eu soube que era hora de trazer um pouco mais de
organização formal aos grupos caseiros. Eu indiquei um escrivão e um tesoureiro em cada célula.
Conforme as ofertas eram recolhidas semanalmente, o escrevente tinha a responsabilidade de
contabilizar e registrar. O tesoureiro era responsável por guardar o dinheiro até que fosse
depositado na tesouraria, no domingo. Dessa forma eu sempre tinha alguém se certificando de
que haveria total transparência.

A essa altura, vi a necessidade de uma organização estrita e de um sistema de conferência,


para poder acompanhar o que estava acontecendo nas células. Fiz um formulário que deveria ser
preenchida por cada líder de célula após a reunião semanal. Nela, os líderes registravam o nome

21
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

do orador, a presença, a quantidade de conversões, quantos se desviaram e o valor da oferta.


Dessa forma pude ver com mais clareza o rumo que as reuniões nos lares estavam tomando.

Na realidade, organização se tornou uma necessidade. As células estavam crescendo tão


rapidamente que a senhora Choi não conseguia mais realizar a administração. Ela ainda estava
muito à frente porque eu ainda estava bastante doente. Rapidamente as células cresceram para
150, e decidimos que era hora de contratar ministros auxiliares. Contratamos três para que cada
um pudesse administrar 50 células.

Por incrível que pareça, apesar dos problemas com minha saúde e dos problemas com
nossa igreja, eu consegui uma brechinha para pensar em uma esposa. Senhora Choi tinha uma
filha adorável, Sung Hae Kim, que era formada na Universidade Feminina Ewha, a maior
universidade cristã para mulheres do mundo. Era também era uma talentosa musicista e
costumava se apresentar na igreja. Eu me senti muito atraído por ela, e eu estava contente por
saber que a atração era mútua. Nos casamos no dia 1 de março de 1965.

Apesar de que nosso casamento tem sido maravilhoso, eu tenho que confessar que o dia
da cerimônia, particularmente para mim, não foi uma boa experiência. Eu continuava muito
doente e eu tinha medo de desmaiar durante a cerimônia. Eu tive que pedir ao Senhor uma força
especial. Eu estava muito nervoso.

Havia mais de 3 mil pessoas na igreja para a cerimônia. Tínhamos pedido a um missionário
para conduzir a cerimônia. Ver todas aquelas pessoas o deixou muito entusiasmado, e ele
realmente se empolgou na pregação. Ele pregou por mais de uma hora enquanto eu e minha
esposa permanecemos de pé. Como eu me esforcei para não desmaiar. Tudo o que eu me lembro
é do quanto eu me esforcei para me manter de pé. Nem me lembro de ter feito os votos.

Na lua de mel, minha esposa passou o tempo todo cuidando de mim.

Pelo ou menos eu sentia que a maioria dos problemas com os grupos caseiros já tinha sido
solucionados. Os grupos começavam a mostrar indícios de sucesso. Os membros convidavam os
vizinhos para as reuniões e estes conheciam a Jesus Cristo como salvador pessoal. As células
estavam crescendo e se dividindo, e semanalmente mais pessoas eram agregadas à igreja. Não
estávamos mantendo um registro de membros e a última contagem oficial que eu me lembro era
de 2400 membros em 1964. Por conta do número de células, eu sabia que estávamos muito além
desta contagem, mas eu não conseguia verificar o número exato. Na verdade, eu mal conseguia
me concentrar em alguma coisa. Minha memória estava tão ruim naquela época que, às vezes, eu
nem conseguia me lembrar os nomes dos meus filhos.

Parecia que eu mal conseguia viver. Me parecia estar às portas da morte. Todos os dias eu
dizia “Senhor, me deixe pregar mais um sermão, antes de morrer”.

Mesmo naquela condição, o Senhor me enviou. As notícias sobre o crescimento em nossa


igreja começaram a se espalhar. Não apenas estava se tornando bastante divulgado na Coréia,
mas a nossa denominação, Assembleia de Deus, estava muito empolgada com isso. Eu fui
indicado como Superintendente Geral das Assembleias de Deus em Seul, e servi no comitê de
consultoria da Conferência Pentecostal Mundial, realizada no Brasil e em Seul.

Além disso, nossa igreja estava envolvida em um grande programa missionário, e eu


estava ajudando a estabelecer grupos caseiros nos campos missionários atendidos por nossos
missionários.

Logo eu estava desmaiando em lugares inesperados. Uma vez desmaiei no aeroporto de


Tóquio. Uma outra vez desmaiei em uma Assembleia de Deus nos Estados Unidos, e também na
Sede da Denominação em Springfield, Missouri. Me vi desmaiando nos hotéis. Minha vida estava
horrível.

Mas eu continuava orando pelos enfermos e muitos eram curados. Todas as vezes em que
eu presenciava uma cura, eu interiormente rogava ao Senhor: “Por favor, cure-me também! ”.

22
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Mas Deus tinha dito 10 anos e 10 anos seriam. Durante todo esse período eu sofri dores
excruciantes. Eu sabia que não tinha mais controle de coisa alguma. E como poderia estando tão
enfermo? Antes eu queria ser bem-sucedido e importante, bem como ter controle sobre todas as
coisas na igreja. Eu queria construir a maior igreja na Coréia. Mas nada disso importava mais. Eu
havia me tornado totalmente dependente do Senhor a cada dia da minha vida, para cada instante,
para cada respirar – Deus foi misericordioso para comigo.

Eu entendi que naquele tempo Deus estava me quebrantando. É essencial que um líder seja
quebrantado. Se assim não for, ele nunca estará pronto a pastorear o povo de Deus, como um
pastor conduz as ovelhas, do contrário ele sempre estará fazendo por medo. Ele estará sempre
pensando em dinheiro ou poder, por que ele terá medo de perder sua autoridade ou prestígio.
Ele nunca vai conseguir confiar em pessoas e delegar autoridade para as pessoas, porque tem
medo de perder poder ou autoridade. Ele terá medo de que cada erro que eles cometam possa
refletir nele. Ele fará um monte de coisas para o Senhor, mas Deus não tem como usá-lo, porque
ele tem medo de ouvir.

Deus irá usar as pessoas de acordo com o seu quebrantamento. Hoje eu sei que Deus não
podia me usar até que eu estivesse completamente quebrantado, até que eu não mais confiasse
na minha própria força. Então, após 10 anos de sofrimento, eu me tornei nada além de pó. Eu
estava desamparado.

Passados estes 10 anos, nossa igreja recebeu a visão de construir um novo prédio. Isso seria
na recém desenvolvida Ilha Yoido no Rio Han, onde novos apartamentos e prédios do governo
estavam sendo construído. Tínhamos comprado alguns terrenos lá e concluímos as obras em
1973.

Foi nesta ocasião que eu descobri quantas pessoas nós tínhamos, de fato. Quando chegou
a hora da mudança, haviam 18 mil membros na Igreja Central do Evangelho Pleno, todos
envolvidos com células. Nem todos quiseram deixar o templo anterior em Sodaemoon.
Permitimos que 8 mil ficassem lá. A denominação indicou um novo pastor para cuidar da igreja.
Então nos mudamos para as novas instalações da Igreja Central do Evangelho Pleno com 10 mil
membros. Continuávamos menores que a Igreja Presbiteriana de Yong Nak, mas estávamos
crescendo, e eu sabia do potencial virtualmente ilimitado por causa do sistema aberto de grupos
caseiros.

Para mim, o mais impressionante, foi que durante a mudança que a cura prometida por
Deus finalmente se tornou real. Eu não consigo dizer a data ou a hora exata, mas lentamente a
cura que eu sabia que seria minha começou a tomar conta do meu coração e ele ficou
completamente curado. As palpitações pararam e as forças foram recobradas. Eu já não tinha
mais aquela sensação de morte eminente.

De qualquer forma, ainda hoje, não posso dizer que esteja completamente curado. Minha
mente ainda tem a tendência, toda vez que estou exausto, de lotar meus pensamentos, de maneira
que minha memória falha. Vira e mexe ainda tenho dificuldade em lembrar o nome dos mais
próximos. Mas o processo de cura continua em atuação no meu corpo, e eu estou dependendo de
Deus para tudo. Agora aquele “grande Cho” está morto. Eu não corro atrás de dinheiro, fama ou
poder. Todo o desejo por estas coisas foram tiradas de mim. Por experiência própria eu descobri
que estas coisas são como uma grande bolha prestes a estourar, a qualquer momento.

No entanto, com a cura, ainda tenho um grande problema diante de mim - o sétimo e
último grande ataque de Satanás, para tentar quebrar nossa próspera igreja. Mas esse problema
não se desenvolveu por mais alguns anos.

No primeiro ano, na nova instalação, na Ilha Yoido, ganhamos 3 mil membros. Eu comecei
a incentivar as células a buscar mais membros, usando como método, sair pela vizinhança e
compartilhar as boas novas do que Deus havia feito por eles. Eu comecei a estabelecer metas para
cada célula, e para cada distrito que havia sido criado para os grupos celulares.

23
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Enquanto eu continuava sonhando com novos membros, Deus me deu confirmação


(rhema) e eu corri atrás do crescimento – ano após ano, mês após mês. Depois de alguns anos,
cerca de 3 mil pessoas se convertiam, todos os meses.

Quando o sétimo ataque de Satanás se levantou contra nós, foi bem pior do que eu poderia
imaginar. Um que nenhuma das mulheres na igreja poderiam considerar. As mulheres estavam
100% comigo. Mas alguns dos líderes homens deixaram suas responsabilidades e autoridade
subir à cabeça. Três dos ministros licenciados (aqueles que tinham 50 células sob sua
responsabilidade) começaram a achar que os membros fossem fiéis a eles ao invés de mim ou a
igreja.

Estes decidiram convocar o seu rebanho de 50 células cada, para se desligarem da Igreja
Central do Evangelho Pleno e iniciarem novas igrejas. Estas igrejas tinham potencial para se
tornarem enormes, pois cada um deles tinham mais de 2 mil expectadores.

Eu disse claramente aos homens que não aprovava o que estavam fazendo. Eles estavam
roubando minhas ovelhas! Mas eles se recusaram a me ouvir e enviaram uma mensagem a todos
os grupos de células para não mais ir ao culto na Igreja Central do Evangelho Pleno, aos domingos
pela manhã. Em vez disso, eles teriam seus próprios cultos em seus próprios distritos da cidade.
É claro que enviei uma mensagem aos grupos de células que não aprovava essa divisão.

A “divisão” durou por cerca de 6 meses. Quando começaram as reuniões separadas de


domingo, cada um destes ministros licenciados descobriu que tinham entre 300 e 500 membros,
ao invés dos 2 mil que eles esperavam. Mas eles insistiram com as reuniões separadas,
considerando terem iniciados novas igrejas.

Enquanto isso, para cuidar do remanescente de nossa congregação nestes distritos, eu


indiquei novos membros licenciados para os grupos de células que permaneceram leais a Igreja
Central do Evangelho Pleno.

Lentamente, os membros que haviam deixado a igreja começaram a voltar. Após seis meses
estes três ministros estavam com tão poucas pessoas que se viram forçados a desistir e até mesmo
sair da cidade. Cada um deles atualmente presidem pequenas igrejas em algum lugar da Coréia,
mas não foram abençoados como eles projetaram no início.

O erro cometido por esses homens foi achar que, só porque eu havia delegado minha
autoridade a eles, as pessoas os estivessem seguindo. Eles estavam errados. As pessoas estavam
seguindo a mim.

Desde então eu tenho tomado algumas medidas para prover aqueles que têm ambição
entre os homens de nossa igreja. Se um líder de célula doméstica quiser se tornar um ministro
licenciado, pagarei suas despesas na escola bíblica, com a condição de que, após a formatura, ele
passe pelo menos três anos como um dos ministros licenciados de nossa igreja. Se após isso, ainda
assim ele quiser abrir sua própria igreja, eu o ajudarei. Vou dar a ele um salário e o dinheiro
necessário para começar a sua igreja onde for. Mas tem que ser uma igreja que conquiste novos
membros, não que tome membros da igreja mãe.

Bem mais do que 75 igrejas e trabalhos missionários começaram a partir de membros da


Igreja Central do Evangelho Pleno só através deste método. Espalhados por todo mundo,
inclusive Japão, Austrália, Estados Unidos, América Latina e Europa.

24
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

5- A segurança dos grupos de células

Um dos maiores problemas da sociedade atual é a despersonalização dos seres humanos.


Com o aumento populacional, todos se tornaram apenas mais um rosto na multidão. Muitos
livros têm sido escritos acerca da dificuldade que as pessoas estão tendo ao enfrentar esta
despersonalização, na qual eles se veem apenas como números. Elas se sentem alienadas,
solitárias, sem propósito.

Esse problema também se infiltrou em muitas igrejas, especialmente nas maiores. A


maioria das grandes igrejas foram construídas sobre o ministério pessoal de um pregador ungido
de Deus, cujos ensinos e encorajamento eram tão requisitados pelos seus paroquianos. As pessoas
estão famintas da Palavra de Deus e pela certeza de que Deus as considera mais do que a
números. Mas enquanto elas estiverem ouvindo palavras de encorajamento dos púlpitos, elas não
estão experimentando nada diferente na igreja do que no mundo. Elas se tornam simples
espectadores.

É verdade que em muitas destas igrejas alguns dos membros da congregação estão
envolvidos de alguma forma em algum grupo de relacionamentos ou atividades que tenha
significância. Tem grupos de estudos bíblicos e oração, mas apenas um pequeno percentual da
congregação está envolvido nestes grupos. E, às vezes, nestes grupos, aparecerem pequenas
oportunidades para um desenvolvimento pessoal, especialmente se o grupo for uma classe de
estudo bíblico formal. O entusiasmo com que os novos membros começam, aos poucos vai se
perdendo, e eventualmente se tornam apenas crentes domingueiros – mesmo nas igrejas mais
‘avivadas’.

Por outro lado, grupos de células, providenciam uma oportunidade real para pessoas
assim encontrarem um envolvimento significativo na vida da Igreja. Nem todos serão presbíteros
ou diáconos em grandes igrejas; nem todos poderão ensinar na Escola Dominical ou
aconselharem. Mas no grupo de células existe oportunidade para todos se envolverem.

Gosto de descrever a Igreja Central do Evangelho Pleno como a menor igreja do mundo
bem como a maior igreja do mundo. É a maior por que, como está no livro de registro, nossa
congregação marca mais de 150 mil pessoas. Mas também é a menor igreja do mundo, porque
cada membro faz parte de uma célula com 15 famílias ou menos.

A cada semana estes membros se reúnem nas células da vizinhança, onde eles têm a
oportunidade de adorar ao Senhor, orarem juntos, aprende da Palavra, experimentar a operação
dos dons do Espírito Santo, ver milagres e curas e desfrutar de um relacionamento amoroso com
seus companheiros cristãos. No grupo de célula eles não são apenas números; eles são pessoas,
indivíduos. Aquele que vem ao grupo de célula descobre ser um “eu” e não um isso. Os líderes
de célula se tornam uma espécie de pastor para eles, apesar de haver um responsável pela igreja.
O líder conhece cada membro do seu grupo e pode ter empatia às suas alegrias e problemas com
aquela familiaridade que o pastor presidente não pode desenvolver.

Os cultos dominicais em nossa igreja são bem organizados, bem tradicionais. Cerca de 15
mil pessoas participam e obviamente isso limita que individualmente eles possam cantar hinos
durante o período separado para o louvor. Mas do que isso, eles estão lá para receber instrução
da mensagem, para receber cura ou confiança da parte de Deus. Eles estão lá para celebrar e
ofertar ao Senhor.

Mas nos grupos caseiros, cada um tem uma oportunidade de ser usado por Deus para
ministrar aos outros no grupo. A bíblia diz que o Espirito Santo distribui dons como ele quer (1
Cor. 12:11). Nas células, por mais que o líder ensine a Palavra de Deus, baseado no roteiro
aprovado pela igreja, os outros irmãos têm a oportunidade de trazer uma palavra de profecia,
línguas e interpretação, uma palavra de sabedoria ou de conhecimento. Todos podem orar pelos
enfermos e confiar de que Deus ouvirá suas orações em favor daquela pessoa.

25
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Acima de tudo, cada um pode estar envolvido no avivamento da sua vizinhança. Eu falarei
melhor sobre isso no próximo capítulo, mas deixe-me dizer aqui que nossos membros acharam
muito recompensador compartilhar o seu amor com não crentes na vizinhança ou nos
apartamentos, especialmente quando os vizinhos alegremente aceitavam o convite para a célula.
Cada um dos nossos membros então se tornaram missionários para a sua própria vizinhança e
um agente de avivamento naquela redondeza.

Os membros da Igreja Central do Evangelho Pleno são animados. Eles têm experimentado
avivamento a cada dia do ano. Toda igreja precisa desse tipo de avivamento, e nossos membros
estão experimento isso por estarem ativamente envolvidos.

Nenhum avivamento tem que se o resultado de uma personalidade. Eu não me considero


o responsável pelo avivamento que ocorreu em nossa Igreja. Na verdade, o avivamento continua
estando eu lá ou não, e no momento eu passo metade do ano viajando para fora da Coreia. A
igreja vive avivamento estando eu lá ou não, porque o Espírito Santo pode usar qualquer irmão,
nas células. Isso mostra que o avivamento não vai acabar após o meu tempo de vida, pelo ou
menos não enquanto a igreja ficar nos princípios das células, debaixo da liderança do Espírito
Santo.

Há muita segurança para os membros nas células. Cada um se torna um membro da família
com outros do outro em um tipo de comunidade de relacionamento, que é mais do que uma
comunidade. No grupo cada pessoa é livre para falar do seu problema, buscar conselho e orar
por eles. O relacionamento vai além de aconselhamento e oração; os irmãos realmente cuidam
uns dos outros.

Um bom exemplo do cuidado que eles têm uns pelos outros é o caso de uma família em
que o marido estava sem emprego há um bom tempo. Os irmãos da célula providenciaram para
eles alimentação o tempo todo, e quando necessário, até mesmo vestimentas. O grupo até mesmo
arrecadou dinheiro para custear os estudos das crianças.

Os irmãos das células fizeram faxinas nas casas de mulheres do grupo que estavam
doentes. Fizeram visitas nos hospitais, onde oravam por cura e também trouxeram grande
encorajamento. E quando acontece um óbito na família de algum dos membros, é como se alguém
do próprio grupo tivesse falecido. Todos os membros tomam partido e cuidam da família que
sofreu a perda, choram com eles e cuidam de suas necessidades.

É uma vida maravilhosa em unidade. Cada um ajudando o outro. Quando um membro faz
parte da célula, ele sabe que é amado e cuidado, e este tipo de segurança muitas pessoas nunca
encontram em igrejas que não tem grupos caseiros.

Esta segurança aumentou e muito porque a maioria deles são mais do que apenas grupos
na vizinhança. Eles são muito melhores que isso. Muitos de nossos grupos são de mulheres da
vizinhança. Na Coreia, no geral são os homens que trabalham, enquanto as mulheres cuidam dos
filhos e da casa. Então elas têm tempo para se reunirem durante o dia. Entre 15 e 20 esposas se
reúnem nas casas ou apartamentos de cada membro semanalmente, e uma delas lidera.

Normalmente os homens trabalham muitas horas por dia, e eles se sentem muito cansado
para participarem das reuniões na semana. Então a maioria das células de homens acontecem aos
sábados a noite, e estas são lideradas por homens. Claro que os grupos não são exclusivos para
homens ou mulheres. Os homens participam nos grupos das mulheres, quando eles têm folga
durante a semana, ou quando estão se recuperando de algum procedimento; e as esposas
participam com os seus maridos nos encontros de sábados à noite, mesmo já tendo participado
de uma célula com mulheres durante a semana.

Também temos células para crianças e jovens – todas são variações das reuniões de células
projetadas para a idade deles.

Também temos encontros bem específicos em escritórios e fábricas, durante o dia. Em uma
área da cidade onde havia uma concentração extraordinariamente grande de secretárias, as

26
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

mulheres descobriram que a melhor hora para uma reunião de célula era durante a hora do
almoço. Então, eles arranjaram um lugar em um dos prédios de escritórios, e todas as semanas
eles se encontravam para estudar a Palavra de Deus e ter comunhão e oração. Além disso, essa
reunião é o lugar ideal para as mulheres convidarem uma colega de trabalho, porque elas têm
muito em comum.

Em outra área de Seul, os trabalhadores de uma das maiores fábricas de chocolate da


cidade decidiram que também queriam uma reunião de célula durante o dia de trabalho.
Procuraram a gerência e disseram o que desejavam, mas no início os supervisores mostraram-se
relutantes, pois sentiram que não havia tempo suficiente durante o horário de almoço e temiam
que os funcionários se atrasassem para voltar ao trabalho.

Mas os funcionários não estavam prontos para desistir. Eles oraram sobre isso e,
apresentaram um plano ao gerente:

"Dê-nos uma hora extra após o almoço para que possamos ter nossa reunião de grupo de
células", disse o líder, "e trabalharemos uma hora extra no final do dia. Cumpriremos a
quantidade necessária de tempo de trabalho, então não haverá perda de produção e você não terá
que nos pagar a mais por um dia de trabalho mais longo."

O gerente não estava levando fé, mas decidiu deixá-los provar seu valor. Depois de
algumas semanas, ele ficou surpreso. Não apenas os trabalhadores da Igreja Central do
Evangelho Pleno estavam cumprindo sua parte do acordo, mas na verdade estavam produzindo
mais chocolate por trabalhador do que os outros funcionários. Ele ficou tão satisfeito que ligou
para o escritório da igreja e pediu para falar comigo.

"Pastor Cho, é impressionante o zelo de seus membros!", ele disse. "Eles são os melhores
trabalhadores em nossa fábrica. Por favor, se você tiver mais membros como esses, envie-nos.
Teremos o maior prazer em emprega-los!"

Isso realmente diz algo sobre o entusiasmo dos membros de nossa igreja. Eu atribuo tudo
isso aos grupos de células. Nosso povo está realmente empolgado e essa é a melhor forma de
evangelismo que temos.

27
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

28
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

6- Células: a chave para o evangelismo

O corpo humano precisa se renovar e reabastecer constantemente ou irá morrer. Da mesma


forma é para a Igreja, o Corpo de Cristo. Uma das exigências para uma igreja crescente e dinâmica
é o evangelismo. Se a igreja não estiver envolvida de verdade no evangelismo, ela vai permanecer
estagnada ou vai morrer.

Mas do que isso é a ordem de Jesus Cristo: evangelizem! Vão por todo o mundo, pregue o
evangelho, façam discípulos.

Quando Jesus disse a Seus discípulos que eles seriam Suas testemunhas depois que o
Espírito Santo viesse sobre eles, Ele disse que primeiro seriam testemunhas ali mesmo em sua
cidade natal - em Jerusalém. Só depois de evangelizarem Jerusalém é que deveriam seguir pela
Judéia e Samaria e, finalmente, até os confins da terra.

Cada uma de nossas igrejas precisa estar envolvida em evangelismo como esse. Precisamos
de evangelismo que comece bem em nossas próprias vizinhanças, em nossas cidades e vilas, onde
quer que o Senhor nos tenha plantado. Esse é o tipo de evangelismo que praticamos na Igreja
Central do Evangelho Pleno em Seul, e essa é a razão do tremendo crescimento que
experimentamos.

Mas nossa igreja não segue o padrão mais conhecido de evangelismo porta a porta. Em
muitos aspectos, esse é um tipo de evangelismo de confronto; incita à resistência. É o mesmo tipo
de resistência que um cristão oferece quando um membro das Testemunhas de Jeová ou
mórmons bate à sua porta. É verdade que muitas pessoas são salvas por meio do testemunho
cristão de porta em porta, e o Espírito Santo às vezes motiva os cristãos a empreender esse tipo
de evangelismo em áreas onde Ele já preparou os corações dos descrentes. Mas, em geral, o
evangelismo de porta em porta se torna frustrante para o testemunho cristão, porque ele vê uma
taxa de produtividade muito baixa.

Nossa igreja, no entanto, realiza evangelismo principalmente através do sistema de grupo


de células domiciliares. Cada grupo de células se torna um núcleo de renascimento em sua
vizinhança, porque o grupo de células é onde a vida real pode ser encontrada naquela vizinhança.
Quando uma reunião de célula familiar é cheia de vida, e quando as pessoas estão felizes e
compartilham sua fé e testemunham o que o Senhor fez em suas vidas, outras pessoas são atraídas
a elas. Os incrédulos ficam curiosos. Eles querem saber por que esse pequeno grupo de cristãos
fica tão alegre quando ao seu redor há tantos problemas.

Agora, embora esses grupos se tornem ímãs em seus bairros, nossos membros ainda
precisam trabalhar na evangelização. Incrédulos raramente batem nas portas para descobrir o
que está acontecendo. Nossos membros precisam sair à procura de potenciais novos convertidos.
Mas temos outras maneiras de ajudá-los a se tornarem evangelistas atenciosos.

Uma maneira é através do que chamamos de "espionagem". Nossos líderes de célula


instruem os membros de seu grupo a ficarem atentos a qualquer um que esteja tendo problemas.
Muitos de nós ouvimos conversas todos os dias em que alguém fala sobre os problemas de sua
vida. Sempre que ouvimos essas conversas, devemos imediatamente perguntar ao Espírito Santo:
"Existe alguma maneira de testemunhar para esta pessoa? Existe alguma maneira de apresentá-
la a Jesus, que pode realmente resolver seus problemas?"

Em um caso que me foi reportado, uma mulher de nossa congregação deu testemunho a
uma mulher que conheceu no supermercado da vizinhança. Ela ouviu a mulher, uma descrente,
contando a uma amiga sobre os problemas com seu casamento. Ela estava à beira do divórcio.
Acontece que esta irmã teve alguns problemas muito semelhantes, mas o Senhor Jesus salvou seu
casamento por meio da oração e do ministério da comunhão familiar.

Do lado de fora do mercado, nosso membro conversou com a outra mulher e disse: "Não
pude deixar de ouvi-la discutindo seu problema com sua amiga. Tive um problema muito

29
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

semelhante. Gostaria de tomar um chá enquanto eu lhe conto como superei esse problema e
recuperei meu casamento? "

Para sua surpresa, a mulher aceitou na hora. Durante o tempo de compartilhar, nosso
membro contou como ela e seu marido estavam a ponto de quase concordar com o divórcio,
quando encontraram o Senhor e suas vidas mudaram. Ela não exortou imediatamente a mulher
a aceitar a Cristo como seu Salvador, mas relatou o quanto as reuniões do grupo de células
familiares significavam e convidou a mulher para a próxima. Ela garantiu a ela que havia muitas
mulheres da vizinhança compreensivas no grupo que seriam capazes de se identificar com os
problemas dessa mulher.

Quando ela compareceu à reunião da célula pela primeira vez, a mulher ficou
imediatamente impressionada. Embora ela tivesse um pouco de dificuldade com o canto
entusiasmado, as palmas e assim por diante, ela viu que as mulheres eram todas parecidas com
ela. No entanto, havia uma serenidade sobre eles que ela desejava ter. Ela não entregou seu
coração a Jesus naquele primeiro encontro, mas foi atraída de volta. Então, algumas reuniões
depois, ela entregou sua vida ao Senhor e logo se filiou à igreja. Pouco depois, seu marido também
começou a ir à igreja. Por fim, ele encontrou o Senhor e o casamento foi salvo.

Esta história ilustra o fato de que o evangelismo de mulher para mulher é muito importante
em nossa igreja. Temos mais mulheres do que homens, o que é característico da maioria das
igrejas cristãs, mas essa não é a razão de enfatizarmos o evangelismo de mulher para mulher.
Descobrimos que, quando uma mulher se torna cristã e é atraída para a comunhão da igreja, seus
filhos logo a seguirão. Esta é quase uma lei natural. Onde as mulheres vão elas levarão seus filhos.

Sei que os homens devem ser os líderes espirituais de suas famílias, mas geralmente não
são os primeiros entre os descrentes a se interessar pelas coisas espirituais. Na maioria das vezes,
a esposa é a primeira a se abrir para o evangelismo, e geralmente é a primeira a entregar sua vida
a Jesus Cristo. Frequentemente, o marido é o último a vir. Ele vê sua esposa e filhos indo à igreja,
e ele vê que eles estão ganhando algo com isso. Normalmente ele irá com eles eventualmente,
apenas para descobrir do que se trata. Se ele também puder ser atraído para uma reunião de
célula familiar, descobrimos em nossa igreja que ele logo se envolverá tanto quanto o resto da
família.

Hoje, uma das maiores necessidades da igreja é evangelizar nossas cidades. Não é verdade
que as igrejas têm que ficar somente nas cidades centrais. Eu percebo que o materialismo mantém
muitas pessoas longe da igreja e as impede de abrir seus corações e mentes para o evangelho.
Mas nossa igreja tem muito sucesso no evangelismo no centro de uma das maiores cidades do
mundo. Seul tem mais de oito milhões de habitantes. Ainda assim, nos últimos sete anos,
ganhamos 140.000 membros, e também ganhamos milhares de outros para o Senhor e os
enviamos a outras igrejas. Nosso quadro de associados é agora quinze vezes maior do que em
1973, quando nos mudamos para a Ilha Yoido.

Temos os mesmos problemas em tentar evangelizar Seul que qualquer igreja urbana tem.
Existem muitos prédios de apartamentos altos. Torna-se difícil conhecer novas pessoas em tais
circunstâncias. Os cristãos simplesmente não podem bater nas portas de um prédio de
apartamentos. (E, além disso, esse não é o nosso estilo de evangelismo.)

No entanto, uma de nossas líderes de célula familiar propôs um método. Todos os sábados
ela passava algumas horas subindo e descendo no elevador de seu prédio. Em muitas dessas
viagens de elevador, ela encontrou oportunidades de ajudar as pessoas. Uma mãe precisava de
alguém para carregar seu bebê; uma mulher mais velha precisava de ajuda para carregar suas
compras para o apartamento. Sempre nossa líder de célula estava lá para oferecer ajuda.

Aos poucos, essa líder empreendedora fez amizade com muitas das pessoas que ajudou no
elevador. O tempo todo ela estava secretamente "plantando" uma reunião de grupo de células
domiciliares em seu prédio. Enquanto ela ajudava essas pessoas e fazia amigos, ela orava
silenciosamente por elas. Por fim, ela obteve os números de telefone deles e ligou para convidá-
los para uma reunião do grupo de células em seu apartamento.

30
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Ela teve tanto sucesso que hoje, se você for a qualquer um dos prédios de apartamentos
próximos à nossa igreja em uma tarde de sábado, encontrará nossos líderes de célula nos
elevadores, subindo e descendo, subindo e descendo. . . .

"Você gostaria que eu o ajudasse a carregar suas compras?"

"Oh, por favor, deixe-me segurar a porta para você."

"Sua torneira está vazando? Meu marido é muito bom consertando torneiras."

E por aí vai; o tempo todo, sementes estão sendo plantadas para grupos de células caseiras.

Nosso povo está tão entusiasmado com esse tipo de evangelismo que, mesmo quando se
muda de Seul, não quer deixar nossa igreja e nosso sistema de células. Quatro anos atrás, um
casal mudou-se para Inchon, que fica a cerca de trinta quilômetros de Seul. A esposa era uma de
nossas líderes de célula. Quando conversamos, eu disse: "Bem, acho que você deveria se unir a
uma boa igreja em Inchon."

"Oh, não, pastor Cho, não é isso que queremos fazer", respondeu a mulher. "Acho que
vamos abrir nossa casa para uma reunião de célula. Então, no domingo, vamos todos nos reunir
e vir a Seul para a igreja."

Ela já havia começado a sonhar com o grupo de célula doméstica bem-sucedido que teria
em Inchon.

"Bem, depende de você", disse eu, e dei-lhe minha bênção.

Depois que o casal se mudou para Inchon, eles fizeram exatamente como planejado. Em
pouco tempo, eles tinham um grupo de células caseiras próspero, e nas manhãs de domingo, eles
e seu grupo iam todos para a igreja em um ônibus fretado! Isso foi há quatro anos. Hoje, esse
grupo de células cresceu para 130 células com 2.000 membros em Inchon. Todos os domingos,
todos eles fretam ônibus para ir à igreja.

Uma célula começou a se propagar e se dividir. Hoje Inchon é um distrito de pleno direito
de nossa igreja, com um ministro licenciado pastoreando-o.

Isso é bastante notável. Sem nenhuma campanha evangelística, sem nenhuma "reunião de
avivamento", sem qualquer alarde, mas apenas com o entusiasmo de um jovem casal coreano,
temos 2.000 membros em Inchon. Em todo esse tempo, não fui uma única vez a Inchon para
pregar; todos os membros vieram a Seul para me ouvir. Foram 2.000 homens, mulheres, jovens e
crianças que encontraram o Senhor Jesus Cristo por meio do zelo daquele casal.

Hoje em dia existem cerca de 100 ônibus trazendo membros para a nossa igreja todos os
domingos. Muitos visitantes de Seul dizem: "Oh, Yonggi Cho tem uma empresa de ônibus. Esse
deve ser o segredo de seu sucesso. Veja quantos ônibus ele tem!"

Não, eu não alugo um único ônibus. Todos os grupos de células caseiras fazem por conta
própria - para trazer membros e recém-chegados à igreja. Não tenho absolutamente nada a ver
com isso. Mas admito que estou feliz por isso estar acontecendo.

Isso é evangelismo. Este é o crescimento da igreja. No final de 1980, tínhamos 10.000 grupos
de células domiciliares. Eu acredito firmemente que quando qualquer igreja adotar este sistema
de grupos de células caseiras, ela vai crescer. Se a igreja já é grande, as células familiares são uma
necessidade real para os membros que já estão nela; caso contrário, o pastor terá um colapso
nervoso apenas tentando cuidar das necessidades de sua congregação, especialmente se ele tiver
mais de 2.000 membros.

Na verdade, perguntaram-me quantos membros sinto que poderia pastorear com sucesso
sem um sistema de células. Não acho que poderia cuidar de mais de 500. Como agora, tenho que
me relacionar apenas com um número relativamente pequeno de líderes. Esses líderes têm outros

31
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

sob eles que pastoreiam os líderes de célula, e são os líderes de célula que realizam a maior parte
do ministério em nossa igreja.

A Igreja Central do Evangelho Pleno não está simplesmente no prédio que abriga seus
escritórios e santuário; nossa igreja está nas casas e prédios de apartamentos, nos escritórios e
fábricas de Seul e seus subúrbios. O ministério está acontecendo lá fora. Evangelismo está
acontecendo lá fora. O prédio central da igreja é o centro de adoração onde as pessoas vêm aos
domingos e em outras ocasiões para celebrar e adorar, e para receber incentivo, educação e
edificação.

Nossa igreja se tornou um organismo vivo. Os grupos de células caseiras são células vivas
e funcionam de maneira muito semelhante às células do corpo humano. Em um organismo vivo,
as células crescem e se dividem. Onde antes havia uma célula, tornaram-se duas. Depois, há
quatro, depois oito, depois dezesseis e assim por diante. As células não são simplesmente
adicionadas ao corpo; eles são multiplicados por progressão geométrica.

Isso é exatamente o que está acontecendo com nossos grupos de células caseiras. Quando
uma célula familiar atinge a membresia de mais de quinze famílias, ela se divide em duas. Depois
disso, as duas novas células convidam novas pessoas até que ambas tenham mais de quinze
famílias novamente, e então se dividem em quatro.

Já mencionei que no início do nosso ministério de grupo de células muitas pessoas estavam
relutantes em se dividir. A divisão teve que ser forçada. Isso ainda acontece ocasionalmente, mas
a maioria dos membros da Igreja Central do Evangelho Pleno percebe que a vida do grupo e da
igreja depende da divisão celular constante. Ocasionalmente, temos que enviar um dos pastores
para persuadir uma célula a se dividir, mas geralmente a divisão ocorre espontaneamente quando
o grupo tem mais de quinze famílias. Essa é a regra em nossa igreja, e a maioria dos membros
obedece sem reclamar.

Sim, muitas vezes há lágrimas quando os amigos precisam se separar para assistir a
reuniões diferentes, mas não é uma situação de vida ou morte. Todos os grupos de células são
limitados a áreas geográficas específicas. Se os amigos não conseguem mais se ver na reunião da
célula, eles ainda se encontram em outros momentos da semana, como todos os amigos,
naturalmente. Além disso, há atividades distritais frequentes, onde vários grupos de células se
reúnem para um piquenique, uma grande reunião de oração ou algum outro evento.

Há mais uma coisa que precisa ser dita sobre evangelismo. O outro lado do evangelismo é
a porta dos fundos da igreja. Muitas igrejas reclamam que perdem muitas pessoas pela porta dos
fundos, quanto são ganhas nas reuniões de avivamento, e essas igrejas não estão crescendo. Bem,
não há praticamente nenhuma porta dos fundos para nossa igreja. A razão é que cada grupo de
células caseiras é como um círculo familiar. Por meio desses círculos familiares, as pessoas têm
um sentimento de pertencimento e são mantidas na igreja. Além disso, cada líder de célula zela
por seu pequeno rebanho, assim como uma galinha zela por seus pintinhos. Ele está
constantemente cuidando das necessidades de seu rebanho. Mas, ao mesmo tempo, se um
membro de seu grupo de célula "foge" da igreja, no dia seguinte o líder liga para descobrir se algo
está errado. Se houver alguma coisa, ele pode ir e cuidar disso imediatamente. Talvez a pessoa
esteja doente ou tenha algum outro problema que pode ser resolvido por meio de oração e
ministério. E se ele está realmente se afastando, o líder pode determinar a origem do problema e
discutir com ele.

Portanto, uma vez que uma pessoa entra em nossa igreja por meio do sistema de células, é
pouco provável que a percamos. Alguém está sempre cuidando dele, ajudando-o.

Um dia, um homem e sua esposa entraram em meu escritório. Eles se apresentaram como
novos membros da igreja. Então o marido riu, balançou a cabeça e disse: "É impossível escapar
desta igreja."

"O que você quer dizer?" Eu perguntei.

32
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

O marido começou a me contar a história de como seu filho havia se tornado um hippie.
"Estávamos muito preocupados com ele", disse ele. “Mas então uma senhora muito simpática
desta igreja veio a nossa casa. Ela era uma de nossas vizinhas. Bem, ela começou a lidar com meu
filho. Ela conversou com ele e orou com ele, e depois de um tempo meu filho mudo
completamente.

"Nós realmente apreciamos o que ela fez. Ela foi tão gentil e legal.

"Então ela nos convidou para uma visita em sua casa, dizendo: 'Temos uma reunião
semanal maravilhosa em nossa casa. É um momento maravilhoso de comunhão, servimos chá e
biscoitos e conversamos sobre religião. Por que não vem, por favor?'

"Fomos então por gratidão. Devo admitir que também nos divertimos muito. Ouvimos os
cânticos e os testemunhos foram muito empolgantes. A mensagem era boa e até agradecemos a
preocupação das pessoas quando oraram por nós e nosso filho.

“Mas depois que a reunião acabou, não pensamos muito sobre isso. Não achamos que era
nada mais do que uma noite agradável com alguns de nossos vizinhos.

"Mas então, na semana seguinte, essa senhora nos convidou novamente. Então, pensamos
que não haveria problema em irmos novamente, porque nos divertimos da primeira vez. Mas
nunca pensamos em nos comprometer com nada regularmente.

“Então, no sábado, ela nos ligou de novo e disse: 'Amanhã é domingo. Não quer vir comigo
para nossa igreja mãe? Temos um pastor maravilhoso. Ele sempre tem uma boa mensagem.
Vamos!'

"No dia seguinte, ela entrou no carro e tocou a buzina. Então fomos.

"Devo dizer com toda a franqueza que ficamos chocados quando chegamos à igreja. Nunca
tínhamos visto um lugar assim! Era avassalador, tão grande! Mas o que realmente nos chocou
mais foi como era barulhento. Nunca vi pessoas orando em voz alta assim antes, louvando a Deus
e batendo palmas.

"Depois que tudo acabou e voltamos para casa, disse à minha esposa: 'Bem, essa era uma
boa igreja, eu acho, mas era muito barulhenta. Acho que algumas daquelas pessoas estavam
histéricas. Eu não acho devemos ir mais lá. "

Eles não perceberam na época, mas já haviam sido fisgados por nosso sistema celular. Na
semana seguinte, o líder da célula foi até lá e os convidou novamente para virem à reunião.
Depois disso, ela disse: "Vou buscá-lo novamente no próximo domingo para a igreja".

"Tentamos dar desculpas", disse o marido, "mas ela educadamente se recusava a aceitá-las.
Então, semana após semana, íamos às reuniões de célula e íamos à igreja com o líder. No entanto,
o tempo todo nos sentíamos presos e desconfortáveis. Ficamos tão incomodados que decidimos
vender a casa e nos mudar! "

Chamaram um corretor de imóveis, venderam a casa e saíram do bairro, tudo sem o


conhecimento do líder da célula. Fixaram residência em uma parte distante da cidade, e o marido
disse à esposa: "Finalmente estamos livres daquela senhora!"

Então, na semana seguinte, quando o líder foi convidá-los para a reunião da célula, ela
encontrou uma casa vazia. Mas ela não estava pronta para desistir deles. Ela desceu até a
prefeitura e encontrou o novo endereço, anotou e levou-o ao departamento pastoral da igreja. Lá,
os funcionários procuraram o novo endereço e o entregaram ao líder da célula daquela área.

"Não pude acreditar", disse-me o marido. "Lá estávamos nós na sexta-feira à noite
desfrutando de nossa liberdade, quando alguém bateu na porta. Eu abri, e havia uma senhora
que disse: “Bem-vindo à nossa área! Eu sou o líder de célula da Igreja Central do Evangelho Pleno,
e você foi transferido para minha seção. Esta noite iremos à sua casa para comemorar! ”

33
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

"Então eles vieram e fizeram um culto em nossa casa. Novamente cantamos e oramos, e o
grupo orou por nós em nossa nova casa. Depois que tudo acabou e todos foram embora, eu disse
a minha esposa: 'O que vamos fazer para fazer? Para evitar esta igreja, teremos de emigrar para
a América ou para o céu! '

"Então minha esposa disse: 'Bem, se não podemos evitá-los, acho que a única coisa a fazer
é nos juntar a eles.'

"Então, no domingo seguinte, viemos à igreja, batemos palmas e gritamos como todo
mundo. Agora, até nos tornamos membros da igreja."

Desde então, aquele casal se tornou uma família notável em nossa congregação. Tudo por
causa da persistência dos líderes de célula (Devo acrescentar que tudo foi feito de uma forma
muito boa, e as pessoas não ficaram nem um pouco ofendidas. Na verdade, estou convencido de
que o tempo todo eles estavam sob a convicção do Espírito Santo. Eles não estavam apenas
tentando fugir de nossa igreja ou de nosso líder de célula; eles estavam realmente tentando fugir
de Deus. Quando descobriram que não podiam escapar dele, eles se renderam).

É claro que nem todos os nossos líderes são tão persistentes, e nem todos têm tanto sucesso
em persuadir os descrentes a irem às reuniões. Mas há sucesso suficiente para que nossa igreja
esteja crescendo.

Precisamos permitir que os pecadores venham às nossas igrejas e encontrem Jesus Cristo;
precisamos que eles sejam salvos. Então, nunca devemos deixá-los partir. A única maneira de um
membro deixar a igreja é transferindo-se para uma nova igreja ou sendo enterrado em um caixão.

Em nossa igreja, é impossível para mim ter contato pessoal com todos os 150.000 membros.
Mas, por meio dos líderes de célula, tenho contato secundário com eles. Tenho certeza de que
nossos membros são devidamente cuidados, devidamente discipulados, alimentado
corretamente - e corrigido adequadamente quando necessário.

É por isso que temos evangelismo real em nossa igreja! Nossos líderes entusiasmados estão
constantemente trazendo incrédulos e, depois que os obtêm, estão atendendo às suas
necessidades tão bem que muito poucos se perdem na porta dos fundos.

34
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

7- Um novo tipo de missionário

Pelo que vimos até agora deveria estar claro que o sistema celular da Igreja Central do
Evangelho Pleno é algo que irá funcionar em qualquer lugar. E, de fato, funciona! Está em
operação em outras igrejas que adotaram o programa e em igrejas missionárias fundadas por
ministros de nossa própria congregação, tanto na Coreia quanto fora dela.

Desde que a Igreja Central do Evangelho Pleno começou a ficar conhecida pelo seu rápido
crescimento dado ao sistema celular, eu tenho sido convidado para pregar em reuniões e
conferências por todo o mundo. Muitas igrejas estão perdão membros. Quando não estão
perdendo membros, não estão crescendo. Todos querem aprender como reverter esta tendência.

Muitos anos atrás eu fui convidado para ir a Austrália, pela Assembleia de Deus para
discursar sobre crescimento da igreja. Quando eu cheguei, os líderes da denominação que me
recepcionaram no aeroporto me alertaram para que não esperasse muitas pessoas na reunião.

“Os australianos não costumam mais frequentar igrejas”, me disseram. “Eles são
mundanos. Austrália é rica em minerais e muitos australianos conseguiram sucesso material sem
ter que trabalhar duro para isso. Então, eles estão mais interessados em prazeres do que em
Deus”.

O que eu vi pelo caminho saindo do aeroporto, confirmava o que eles me disseram.


Prosperidade parecia me cercar. Na verdade, parecia que os australianos estivessem vivendo
muito melhor que os americanos. Isso justificava a razão daqueles líderes da igreja não terem
muita fé de que nossos princípios para crescimento iriam funcionar. Mas eles quiseram ouvir
assim mesmo.

Eu sabia que precisaria construir fé em alguns dos australianos quando eu cheguei ao hotel
em que deveriam me hospedar. Deixaram para trás os hotéis Sheraton e Hilton. Quando o carro
parou, não acreditei no que vi. Era a JOCUM! Percebi logo que era o único homem convidado ali.
Quando entrei no saguão, todas as meninas olharam para mim e me senti como um daqueles
animais em observação em um zoológico. Depois no restaurante, mais uma vez eu era o único
homem.

Imediatamente meu coração se distanciou daqueles oficiais da igreja. Para poupar alguns
dólares eles me puseram na JOCUM. Eles pregaram e oraram, e fizeram todo tipo de campanha
evangelística, mas sem sucesso. Não era de se admirar que a fé deles estivesse fraca.

Desci até a cozinha para ligar para a minha esposa na Coreia. Ela me perguntou “onde você
está? Como consigo entrar em contato contigo? ”

“Não dá para me contatar”, eu disse. “Eu estou na cozinha da JOCUM e cercado por
mulheres para todo o lado”.

“Saia já daí e consiga um hotel por conta própria”, ela gritou.

“Não posso sair”, eu disse a ela. “Eu não quero ferir os membros da comitiva que me
trouxeram aqui”.

A partir daquela noite comecei a compartilhar sobre fé e crescimento com aqueles líderes.
Eu bati na tecla de estabelecer metas, baseado na experiência de minha própria igreja, e descrevi
nosso sistema de células caseiras.

“Como, exatamente, podemos estabelecer metas como estas que você está nos contando? ”
– Um dos ministros me perguntou. “Nos últimos dez anos registramos apenas 2% de crescimento
nas Assembleias de Deus da Austrália”.

35
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Dois por cento, eu pensei: Porque isso seria considerado crescimento? Isso era um
decréscimo! A igreja não estava nem se quer acompanhando o crescimento populacional, então
tinham menos membros em proporção ao tamanho da população que eles tinham dez anos antes.

Então eu disse: “se vocês não começarem a estabelecer metas e aplicar os princípios de
crescimento da igreja, usando este sistema celular, as Assembleias de Deus irão morrer na
Austrália”.

Então pedi a cada um que estabelecesse uma meta antes do fim da conferência. Eu
enfatizei a importância de exercer princípios de fé. Eu os disse para estabelecerem células.

Eu com muita alegria posso reportar que os ministros se sujeitaram aos princípios e
tiveram sucesso. Nos próximos três anos a membresia nas Assembleias de Deus na Austrália,
aumentou 100%. Eles ficaram maravilhados! Nos anos anteriores eles tinham crescido apenas 2%
usando métodos tradicionais de evangelismo; mas usando os princípios de crescimento da igreja,
eles dobraram em apenas 3 anos. A Assembleia de Deus na Austrália está se espalhando como
incêndio na floresta.

Atualmente tenho concentrado 60% de minha atenção ao Japão. Muitos ministros e


missionários consideram o Japão morto. Os pastores no Japão estão muito desanimados. Se um
ministro japonês tiver trinta ou quarenta membros na sua congregação, ele estará tirando onda.
Muitos pastores ficam a vida inteira com apenas 20 membros. É até compreensível que com o
salário garantido, muitos deles se acomodem em uma rotina tranquila e desistam de evangelizar.

Quando fiz uma conferência sobre crescimento da igreja no Japão há dois anos atrás e
disse a eles que eles precisavam estabelecer metas, me responderam: “não precisamos estabelecer
metas aqui. Aqui é o Japão. Você vai encontrar um punhado de igrejas que tenham mais do que
100 membros aqui”.

Eles não estavam me ouvindo. “Sim, igrejas irão crescer na América, na Coreia, na
Austrália, mas isso não é possível no Japão”.

Por fim, eu estava cansado. “Eu vou lhes provar que estão errados”.

Preciso dizer que no Japão o povo coreano é desprezado. Nosso povo esteve sob o
domínio japonês durante a Segunda Guerra Mundial, até que fomos libertos pelos americanos.
Estivemos sob ocupação japonesa por trinta e seis anos. Portanto, os japoneses passaram a se
considerar um povo superior aos coreanos.

Além disso, no Japão, bem como em todo o oriente, mulheres são serventes dos homens,
e normalmente são tratadas como inferiores. Mais ainda, mulheres não tem vez no ministério, no
Japão.

Eu estava tão determinado a prover meus princípios no Japão que voltei para a Coreia e
escolhi uma das mulheres de nossa igreja para ser uma missionária no Japão. Na verdade,
selecionei uma mulher bastante conhecida entre os ministros licenciados e disse-lhe que a estava
mandando para o Japão. Para minha surpresa, ela me disse que já havia sentido um chamado
para o Japão!

Então eu disse a ela: “Você sabe que os japoneses nos desprezam, além do fato de você
ser mulher. Não será fácil. Mas estou te enviando justamente para o centro de Tóquio, te
desafiando a começar uma igreja e fazê-la chegar a 1000 membros. Eu te dou cinco anos para
atingir esta meta. Use todos os princípios de crescimento que você aprendeu. SE você não atingir
a meta, não retorne a Coreia”.

Kamikaze, pensei.

Isso foi há dois anos. Ele foi para o Japão com a meta de 200 pessoas para o primeiro ano.
Ela organizou seu primeiro grupo de células e começou a atender à necessidade das pessoas. A

36
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

maioria dos japoneses apenas zombaram dela. Foi justamente como pensamos. Puseram os olhos
nela e disseram “ela é mulher e ainda por cima japonesa. Quem vai dar ouvidos a ela? ”

Mas nós acreditamos e oramos por ela. Enquanto isso ela orou e jejuou. Ao final do seu
primeiro ano no Japão, fomos visita-la e participar de algumas reuniões. Foi uma grande alegria
ter sido recebido em sua nova igreja. Ela havia ultrapassado a meta e estava com 250 membros –
tanto japoneses quanto coreanos.

Eu a enviei com uma provisão salarial de 6 meses. Após um ano, ela me deu uma oferta
da sua congregação no valor de US$ 2mil para ser destinado ao fundo de construção da igreja
sede em Seul. Ela havia alugado um salão com 100 lugares em um edifício comercial, e todos os
domingos ela estava fazendo três cultos. Até o fim de 1980 ela estava prevendo uma quantia de
500 membros. Desse jeito, sei que ela não terá dificuldade em alcançar a marca de 1000 membros
em 5 anos.

Quando estive pregando em sua igreja, fiquei contente em ver empresários japoneses,
tanto homens como mulheres, bem vestidos, de boa educação, enchendo a igreja nos três cultos
dominicais. Tremenda a animação deles.

Agora, quando vou ao Japão participar da Conferência de Ministros, simplesmente me


estico o melhor que posso e digo a eles: “Essa tarefa de colocar meta para as igrejas no Japão, o
que vocês achavam ser impossível, foi atendido em apenas um ano, e não somente por uma
coreana, mas uma mulher. Aqui está ela no Centro de Tóquio com 250 membros. É uma das
maiores igrejas cristãs da cidade. Que vergonha para vocês”.

Todos baixaram a cabeça porque sabiam que era verdade.

Atualmente no Japão, muitas igrejas estão começando a ‘incendiar’ por causa de uma
missionária coreana de nossa igreja. Os japoneses têm que correr atrás do prejuízo. O raciocínio
deles é que, se uma mulher pode fazer isso e fazer bem, então os homens deveriam ser capazes
de fazer melhor. Esse é o pensamento oriental.

Seria óbvio então que com o sistema de células eu posso enviar um missionário a
qualquer lugar no mundo e que ele pode começar uma igreja. Tudo o que ele precisa fazer é
buscar as necessidades, amar as pessoas e ajuda-las e muito breve tem formado o núcleo de uma
célula. Conforme as células crescem e se dividem, logo se tem uma igreja!

Isso funcionou muito bem na Coreia. Além de nossa igreja e seus 10 mil grupos de células,
55 outras igrejas começaram por todo o país por nossos membros. Elas agora estão funcionando
como igrejas autossustentáveis dentro da denominação das Assembleias de Deus, e estão todos
crescendo através de grupos de células caseiras.

Nossas igrejas missionárias estão florescendo por todo o mundo. Existem agora mais de
50 igrejas iniciadas por nossos membros fora da Coreia e mais de 40 delas estão na América do
Norte e América do Sul. A maior tem mais de 500 membros em Nova York. Também temos 10
igrejas na Europa.

Na maioria dos casos as igrejas começaram para atender as necessidades da comunidade


coreana local. Muitos coreanos imigraram para os Estados Unidos, Europa e América do Sul.
Alguns deles foram membros de nossas igrejas na Coreia ou ouviram sobre, ou foram a alguma
das igrejas missionárias que são parte do ministério de alcance da Igreja Central do Evangelho
Pleno. Eles sentiam a necessidade de igrejas em suas próprias comunidades e nos pediam para
enviarmos alguém para os liderar.

Em cada um desses casos, enviei um missionário - sempre alguém que enviei pela escola
bíblica e depois treinei como ministro licenciado em nossa própria igreja. Certifico-me de que eles
têm pelo menos três anos de experiência antes de enviá-los. Mas quando eles estão prontos e há
um chamado, eu lhes dou um salário de seis meses a um ano e os deixo começar uma igreja.

37
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Em todos os casos, a quantia de dinheiro que forneci foi suficiente. Depois de seis meses
a um ano, cada uma dessas igrejas missionárias tornou-se autossustentável. Não preciso
continuar enviando dinheiro a eles indefinidamente, como algumas igrejas e denominações
ocidentais têm feito por seus missionários. As próprias congregações locais fornecem tudo o que
é necessário, incluindo o salário do missionário.

38
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

8- A igreja do milagre

Eu expliquei que o crescimento de nossa igreja é baseado no estabelecimento de metas e


de células caseiras. De longe eu alcancei todas as metas estabelecidas. No início de 1980, tínhamos
100.000 membros na Igreja Central do Evangelho Pleno. Agora estabeleci 500.000 como minha
meta a ser alcançada até 1984, ano em que celebramos o 100º aniversário do Cristianismo na
Coréia.

Quando as pessoas souberam que eu tinha estabelecido uma meta de 500.000 para 1984,
muitos me perguntaram: "Você vai fazer uma grande campanha? Vai ter um programa de ganhar
almas em toda a cidade?"

Não preciso de nenhuma dessas coisas, porque tenho uma filosofia de evangelismo
completamente diferente. Antes de conhecer a maneira bíblica de evangelizar, pensei que a única
coisa a fazer era ter uma grande reunião de avivamento com todos os tipos de palestrantes e
programas especiais. Mas com o sistema celular, não precisamos de nenhum programa especial.
Estamos tendo avivamento todos os dias, e dificilmente requer qualquer esforço.

Para ilustrar como o avivamento está acontecendo em nossa igreja, deixe-me voltar a
junho de 1980. Naquela época, nossa congregação tinha chegado a 120.000. Tínhamos 8.000
grupos de células. Apenas seis meses antes, tínhamos estabelecido uma meta de 30.000 novos
membros em 1980. Mas em menos de seis meses nossa congregação de 100.000 membros havia
crescido para 120.000, dois terços de nossa meta. Portanto, aumentamos a meta de 1980 para
150.000. Eu disse a cada um dos grupos de células que eles precisavam levar apenas uma família
cada a Cristo pelo resto do ano.

Com 8 mil células significaria 8 mil novas famílias até o fim do ano. O tamanho médio
familiar é de 4 pessoas. Então, somando 8 mil famílias para nossa igreja, na realidade traria 32
mil novos membros durante os seis meses restantes, em 1980.

Isso é um grande avivamento! E não há alarde, não há necessidade de empurrãozinho,


nem de propaganda. Eu simplesmente motivo os líderes de célula. Cada grupo de célula tem que
ganhar apenas uma família para Cristo. Isso não é problema. As dez a quinze famílias em cada
grupo de célula selecionam uma família incrédula e começam a orar por eles e testemunhar para
eles. Não é difícil entender que muitos desses grupos de células levarão mais de uma família a
Cristo durante esse tempo; eles vão levar duas ou três.

Logo fica fácil de ver porque terminamos o ano de 1980 com 150 mil membros e 10 mil
células. Agora eu aumentei a meta para 1981 – quatro famílias por célula. Isso representará 80 mil
novos membros na primeira metade do ano e mais 80 mil na segunda metade. Até o fim do ano
teremos 310 mil membros. Fica fácil contemplar como alcançaremos 500 mil membros até 1984 –
sem problemas, sem alardes, sem apelo na tv, sem distribuição massiva de panfletos, apenas
contato pessoal através das células.

Por causa da maneira como esse sistema funciona, não deve haver platôs para o
crescimento da igreja. Muitas igrejas crescem para 500 ou 1.000 membros e então se estabelecem
e começam a marcar tempo. Não é que não haja mais pessoas a serem ganhas para Cristo em sua
área; o ministro simplesmente fica satisfeito e perde a visão de evangelismo. Então a obra do
Espírito Santo começa a esfriar.

Mas com grupos de células que evangelizam, a igreja pode continuar a crescer e
prosperar, não importa as circunstâncias que enfrente. Hoje temos uma crise de petróleo devido
a situação no Oriente Médio. Quando qualquer lugar enfrenta uma verdadeira escassez de
petróleo e há falta de transporte público, a frequência à igreja cairá, a menos que as pessoas
morem perto do prédio da igreja.

39
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Mas isso não tem eu ser um problema para nossa igreja. Se as pessoas não podem pegar
o transporte para vir aos domingos na igreja, eles serão ministrados nas células, e continuarão
sendo tão parte da igreja como se estivessem no prédio central aos domingos. Para reuniões
maiores, os grupos de células podem se reunir para uma adoração distrital em sua área e o pastor
do distrito irá pregar. Eles irão adorar, recolher ofertas para o uso da igreja sede. Se a falta de
petróleo durar por muito tempo, eu posso gravar mensagens em vídeo e exibi-las nas reuniões
distritais.

Na Coréia, se houver uma guerra em que os comunistas tomem o controle de Seul, uma
das primeiras coisas que farão é fechar as igrejas e matar os pastores. Se eu tivesse construído
minha igreja em torno de mim, a igreja seria destruída no momento em que eu fosse tirado do
poder. Mas da maneira como nossa igreja está estabelecida é impossível que ela seja destruída.
Quando os comunistas vierem para destruírem o prédio da igreja e me matarem, todos os
membros da igreja irão para a clandestinidade. Sim, os comunistas podem encontrar e eliminar
alguns dos grupos de células, talvez até centenas deles. Mas eles nunca serão capazes de
encontrar e destruir todos os 10.000 deles. A igreja vai persistir e permanecer no subsolo.

A igreja na China sobreviveu exatamente dessa forma (tenho muitas informações sobre
a China por causa de meu ministério na rádio). Na China, existem apenas algumas igrejas "legais"
visíveis agora, mas elas estão sob controle do governo comunista. Os pastores não podem pregar
o evangelho pleno nessas igrejas. Mas a igreja na China não existe apenas naqueles poucos
edifícios visíveis. Existem milhares e milhares de igrejas de grupos de células em todo o país. Eles
são muito semelhantes aos grupos de células em nossa igreja. Você não pode encontrar os
membros da célula casualmente, porque eles não se exporão a estranhos. A única maneira de
conhecê-los é por meio de um intermediário. Mas assim que você os conhecer, eles irão recebê-
lo. Eu conheço milhares dessas células cristãs somente na área de Cantão, e algumas delas são
uma irmandade de mais de 500 pessoas.

Quando conheci membros dessas igrejas chinesas, em uma visita a Hong Kong, a
primeira coisa que eles pediram foram Bíblias, e eles queriam fitas cassete e gravadores. Então
eles me perguntaram: "As igrejas no resto do mundo têm essa bênção do Espírito Santo como
temos na China?"

A maioria das igrejas chinesas foi iniciada puramente pelo Espírito Santo. O povo nunca
tinha visto ou ouvido um missionário, porque o governo comunista chinês removeu com sucesso
o cristianismo como parte da vida pública durante seus mais de trinta anos no poder. A maioria
dos convertidos tem menos de trinta e cinco anos!

Outra coisa que descobri na China é que 99% dos líderes de célula são mulheres. Elas
assumiram a liderança quando os homens ficaram com medo de se expor como cristãos.

As igrejas na China estão prosperando - sem estar debaixo de uma igreja sede, sem
pastores ou missionários treinados, sem denominações. A vida está sendo transmitida de célula
para célula. A experiência deles demonstra que o sistema de células é a resposta para as igrejas
nestes últimos dias.

Em uma época de depressão econômica, como uma igreja pode sustentar o congregar
quando tem uma multidão tão grande de pessoas como temos na Igreja Central do Evangelho
Pleno? Novamente, a resposta é grupos de células caseiras. Nas células familiares, os membros
realmente se preocupam uns com os outros. Quando alguém está desempregado e não tem renda,
outros membros do grupo ajudam a atender às suas necessidades. O cuidado demonstrado pelos
membros de nossas células é mais do que um afeto superficial. É realmente amor em ação. Nosso
povo se esforça, e até se sacrifica, para atender às necessidades de um irmão ou irmã. É como a
igreja da era apostólica, onde os membros compartilhavam todos os seus bens materiais.

40
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Quando as pessoas veem o que está acontecendo em nossas células, quando elas veem
como os crentes tem verdadeiro amor, uns pelos outros, elas são atraídas para o grupo. Elas
encontram tanta segurança que nunca querem sair.

Como já havia mencionado, este sistema de células não depende de uma pessoa. Em
nossa igreja, ele não depende de mim. Ele depende do ministério do Espírito Santo, pois é ele
quem energiza os líderes. Se eu fosse deixar a igreja, acredito que ela não perderia mais do que 3
mil membros de um total de 150 mil. Eles não dependem de mim. Eles dependem do Espírito
Santo e uns dos outros.

Depressão, crise do petróleo, perseguição – nada disso afeta minha igreja. Ela continuará
a crescer enquanto as pessoas aderirem aos princípios aos quais elas têm sido expostas.

41
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

42
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

9- Autoridade com amor

Quando comecei minha igreja ela era apenas um pequeno ponto de pregação das
assembleias de Deus na Coreia. Hoje é a maior congregação de cristãos no mundo. Crescemos a
tal ponto dentro da estrutura da denominação assembleiana.

Estou falando isso para enfatizar que o tamanho, a força e a influência de nossa
congregação não estão isoladas da Igreja Universal de Jesus Cristo, nem está isolada de uma
denominação. Estamos em plena comunhão com a Igreja universal e com nossa denominação.
Mas, antes de mais nada, somos uma igreja local.

Pelas descrições de nossa igreja, aqui e em outros lugares, seria fácil para alguém se
perguntar se estou formando minha própria denominação ou se meus princípios são aceitáveis
para o Corpo. Fico feliz em declarar que não há divisão ou falta de aceitação em nenhum dos
casos. Estou demonstrando que o sistema de grupos de células caseiras funciona dentro da igreja
local e dentro das denominações estabelecidas.

No passado, muitos grupos caseiros foram estabelecidos fora da igreja local e fora das
denominações estabelecidas. Muitas vezes, vindos da renovação carismática que varreu as igrejas
nas últimas duas décadas. Cristãos que foram batizados no Espírito Santo foram
incompreendidos por suas próprias igrejas. Eles buscaram comunhão e ensino nesses grupos,
bem como nas igrejas pentecostais.

Aos poucos cada um desses grupos (apesar de não a maioria) começaram a ter conflitos
com as igrejas e usurpar de sua autoridade. Os membros dos grupos estavam “submetendo-se”
a autoridade de líderes de grupos particulares ao invés de se submeterem aos seus próprios
pastores (que geralmente não os compreendiam). Foi aí que nasceu a discórdia do “discipulado”
ou “apascentamento”.

Em alguns casos, esses grupos independentes mantiveram muitos cristãos presos.


Ninguém poderia tomar uma decisão se não fosse confirmada pelo presbitério do grupo. O
relacionamento pessoal com o Espírito Santo era desencorajado já que os que estavam no poder
exerciam grande controle sobre a vida pessoal dos membros, chegando ao ponto de dizer a eles
com quem deveriam se casar e até mesmo dizendo aos mais novos se teriam permissão para
contatar seus pais “descrentes”.

Nem preciso dizer que alguns desses grupos se tornaram em pequenas seitas. Inúmeras
vidas foram interrompidas e relacionamentos arruinados (Não quero dizer que isto seja esperado
de grupos independentes. A maioria deles tem fornecido uma boa forma de comunhão para os
cristãos que optaram por permanecer em suas próprias igrejas e que continuaram a se submeter
voluntariamente à disciplina de suas próprias igrejas. E, claro, alguns desses grupos
independentes se transformaram em belas igrejas carismáticas. Os que se perderam
definitivamente estavam em minoria).

Não sei te dizer como evitar que uma seita se desenvolva em tais circunstâncias. Na
verdade, nem a bíblia tem esta dica, pois sabemos que isso também aconteceu na época de Paulo.
Isso vai depender do líder e das circunstâncias. A combinação errada pode ser catastrófica para
a igreja. Por isso é tão importante que os líderes sejam subordinados a outros, na autoridade,
como a uma denominação ou a um grupo de comunhão pastoral fora da própria igreja.

Meu sistema de células e a Igreja Central do Evangelho Pleno foram desenvolvidas dentro
da denominação das Assembleias de Deus. Eu ainda sou responsável pela superintendência geral
na Coreia. Temos um bom relacionamento; nem sempre concordamos em tudo, mas somos parte
de uma parceria de amor no trabalho que envolve respeito mútuo. Nossa meta é unidade. De vez
em quando aparecem algumas pessoas tentando me incitar a sair da Assembleia de Deus e nos
tornarmos uma igreja independente. Me dizem que eu teria mais liberdade para fazer o que eu
quisesse sem ter que prestar contas a ninguém. Mas eu nunca me permiti levar isso em

43
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

consideração, pois eu acredito que é necessária unidade. Creio que sempre precisamos promover
a unidade do Corpo de Cristo e devemos rejeitar tudo o que possa tentar dividir a Igreja.

Quando uma igreja local rompe com sua denominação isso é um péssimo exemplo perante
a igreja e o mundo. Isso faz com que as pessoas percam o crédito no cristianismo, pois eles
interpretam estas divisões como se a falta do amor que pregamos.

Considerar tudo isso me faz ter atitude de humildade. Eu preciso dos meus parceiros nas
denominações. Preciso tanto de seu amor quanto correção. Preciso estar aberto a eles, e tanto
minha igreja quanto os relatórios financeiros precisam estar prontos para serem verificados.
Sendo assim, nada é feito em secreto que possa causar suspeita. Assim, eu me sinto seguro na
posição que ocupo.

Assim sendo, com a concordância dos presbíteros e dos executivos denominacionais, os


grupos de células domiciliares devem funcionar em qualquer igreja local, em qualquer
denominação, se eles seguirem os princípios que estou estabelecendo neste livro. Os grupos de
células devem ser integrados a todo o programa da igreja local, e sua influência não deve se
expandir além dos limites da igreja local. Devemos fazer discípulos dos membros de nossa
própria igreja, não dos membros da igreja de outra pessoa.

O programa de Discipulado que começou com o sistema de células independente, na


verdade se tornou uma forma de roubo de ovelhas. Nenhum pastor de respeito apoiaria isso. É
antiético. Na verdade, em nossa igreja, quando nossos membros estão procurando descrentes
para ajudar e convidar para as reuniões de células domiciliares, eu digo a eles especificamente
para evitarem aqueles que já pertencem a outras igrejas. Não fazemos proselitismo (Claro, se
alguém voluntariamente deixa sua igreja para vir à nossa igreja e às nossas reuniões de célula
doméstica porque sua própria igreja não está atendendo às suas necessidades espirituais, isso é
outra história. Mas não procuramos membros de outras igrejas). Na Coréia, é comum que os
cristãos exibam uma cruz vermelha nas portas de suas casas para identificá-los como cristãos.
Quando nossos membros veem esse símbolo, eles sabem que a pessoa atrás da porta já é um
irmão de outra igreja e o deixam em paz.

A força do cristianismo é a igreja local. Os grupos de células domésticos contribuem para


esse fortalecimento. Nada que enfraqueça a igreja local deve ser tolerado. Isso inclui ministérios
para-eclesiásticos que, às vezes, tomam dinheiro e o comprometimento da igreja local. Se um
ministério para-eclesiástico ou uma missão está contribuindo para o fortalecimento da igreja
local, então deve ser incentivado e apoiado. Mas se ele enfraquece a igreja local, tem que ser
combatido e não pode ser financiado. A Igreja local preserva a fé e o cristianismo.

Também quero salientar que, embora haja uma estrutura muito rígida em nossa igreja, os
membros têm verdadeira liberdade de serem eles mesmos. Como mencionei anteriormente, um
dos problemas com os grupos independentes é que alguns deles exerceram muito controle sobre
seus membros. Isso está errado. Em nossa igreja, os líderes de célula estão lá para ajudar a
supervisionar o crescimento espiritual dos membros e para encorajá-los na comunhão e
evangelismo. Mas eles nunca devem se intrometer nos assuntos pessoais dos membros. Isso não é
responsabilidade da igreja. Cada membro deve ser encorajado e ensinado a depender do próprio
Espírito Santo e a desenvolver uma vida de fé. Nunca incentivo nossos membros a se tornarem
dependentes dos líderes de célula, porque isso seria tão ruim quanto o comunismo ou os
Moonies1. Tudo o que destrói a independência pessoal, a personalidade e responsabilidade do
indivíduo vem do diabo. Deus nunca nos criou para sermos fantoches. Ele nos deu
personalidades para serem desenvolvidas em filhos e filhas amorosos, vivendo em um
relacionamento com ele. Nossos grupos de células caseiras são projetados para promover esse
relacionamento.

1
Associação do Espírito Santo para a Unificação do Cristianismo Mundial, mais conhecida como
Igreja da Unificação, é um novo movimento religioso, criado pelo coreano falecido Sun Myung
Moon, conhecido como Reverendo Moon.

44
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Em nossa igreja temos “autoridade com amor”. Se um pastor realmente ama o povo da sua
congregação, eles irão responder a sua autoridade e obedecer a seus ensinamentos. Mas se o
pastor tentar exercer sua autoridade por conta da posição em que ocupa, ou por conta de
malabarismos, o povo irá se rebelar e ele estará em problemas.

Os membros da Igreja Central do Evangelho Pleno me obedecem porque sabem que os


amo de forma verdadeira. Se eu cometer um erro, publicamente reconheço isso a eles peço que
orem por mim. Quando um pastor consegue ser verdadeiro com sua congregação, eles o
obedecerão e respeitarão. No cristianismo, toda autoridade precisa estar baseada em amor, assim
como a autoridade de Deus para conosco é baseada em amor. Hoje em dia, muitos cristãos não
respeitam seus pastores e a autoridade que eles têm. Isso está errado. O pastor foi ungido por
Deus para apascentar as ovelhas, mas ele precisa mostrar real amor como de Cristo, para que eles
o sigam sem restrições.

Sobre não dar aos membros o devido valor (o que demonstra falta de amor), eu aprendi
uma lição. Recentemente, um de nossos presbíteros me disse que um outro presbítero havia dito
“Eu não concordo totalmente com todas as diretrizes do Pastor Cho na igreja, mas eu as aceito
por saber que ele realmente nos ama. Ele está fazendo tudo isso para o nosso benefício”.

Eu me senti bem com essa alegação, mas fiquei um pouco desconfortável por ele não ter
me dito quais diretrizes ele não concordava. Quando tive a oportunidade de falar com ele sobre
isso, ele disse: “Você nunca me consultou quando me nomeou chefe do conselho de missões para
a Europa. Você sabia que eu faria isso, mas não me perguntou. "

Ele estava certo. Eu tinha certeza de que ele aceitaria.

“Me perdoe, por favor”, eu disse. “Eu confiei no seu amor e obediência”.

Ele respondeu imediatamente, e sua confiança em mim foi multiplicada naquele dia.
Também desenvolvi um novo respeito por ele, e a franqueza contribuiu para um relacionamento
ainda melhor entre nós. Quando as pessoas sabem que o pastor admitirá seus erros e será honesto
com elas, elas o respeitarão.

45
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

46
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

10- Crescimento da Igreja internacional

Eu tenho ensinando as pessoas sobre estes princípios para crescimento da Igreja, desde
1964, quando fui convidado a participar do Concílio Geral das Assembleias de Deus em
Springfield, Missouri. Foi neste ano que comecei a viajar, apesar de minha doença e fraqueza à
época. Entre 1964 e 1973, eu ficava fora da Coreia, pelo ou menos 3 vezes ao ano, especialmente
no Japão, Filipinas e Taiwan, falando sobre células e crescimento da igreja.

Depois que nos mudamos para a Ilha Yoido, em 1973, nossa igreja se tornou bem
conhecida. Foi neste ano que Billy Graham realizou uma grande cruzada e Seul, e também foi o
ano da Conferência Pentecostal Mundial em nossa igreja. Além disso, no ano seguinte foi
patrocinada uma grande crusada em Seul, pela Campus Crusade for Christ2.

Com tantos eventos cristãos acontecendo em Seul, nossa igreja começou a se tornar uma
atração internacional. Começaram a surgir convites para ir a América, Europa, Austrália e
Sudeste da Ásia para discutir o crescimento da igreja.

No início de 1973 me via fora Coréia por até 6 meses ao ano. Para minha surpresa, a grande
maioria dos convites vinham da Europa. Eu fui convidado para falar na Alemanha Ocidental,
Frnaça, Suiça, Noruega, Dinamarca, Suécia, Inglaterra, Itália e Portugal. Meus livros, que eu
continuava a escrever, se tornaram best-sellers na Alemanha, Suécia e Finlândia. Eu era mais
conhecido na Europa do que na América.

Em uma dessas viagens em 1976, eu havia recém concluído uma série de encontros na
Alemanha. Os seminários tiveram uma boa audiência. No voo da Lufthansa voltando da
Alemanha, eu estava orando em minha poltrona, agradecendo a Deus pelo maravilhoso tempo
de compartilhamento, e realmente sentindo um relacionamento intimo com o Espirito Santo.

De repente uma forte sensação profética veio ao meu coração, conforme o Espírito Santo
me disse: “Quando você voltar para casa, quero que você prepare um Programa Internacional de
Treinamento para Crescimento da Igreja, para o qual você pode convidar pastores de todo o mundo. Você
está indo muito bem com esta mensagem ao redor do mundo, e com os seminários, mas eu quero multiplicar
o número de pastores que aprenderão estes princípios. A melhor maneira é que eles vejam em primeira mão
o que está acontecendo em Seul. Construa um centro de treinamento. Deixe-os vir e aprender de você e da
igreja em funcionamento. Será a melhor forma para que eles fiquem entusiasmado da maneira que precisam,
para colocar esta dimensão de evangelismo em operação nos seus ministérios”.

Fiquei chocado! “Como assim, Senhor”?, perguntei. “Eu estou em um país de terceiro
mundo. Nós somos conhecidos como “campo missionário” pelos cristãos do ocidente. Um centro
de treinamento assim deveria estar nos Estados Unidos ou na Europa”.

Mas aquele pensamento não ia embora. Fiquei pensando nisso a viagem inteira de volta à
Coreia. Com o tempo, como o pensamento persistia em casa, eu decidi lançar ao vento.

“Senhor, se este desejo no meu coração vem de ti, eu peço que me mostre”, eu disse. “S o
povo da igreja contribuir com o valor suficiente em uma única oferta para construir o centro de
missões, isso me será por sinal para prosseguir”.

Discuti a proposta com os presbíteros e decidimos agendar um domingo onde poderíamos


pedir aos membros para doarem US$ 1 milhão (tanto em espécie, quanto em voto) para construir
o Centro de Missões. Para falar a verdade isso era mais do que eu acreditava à época. Eu
realmente estava receoso de que as pessoas não fossem ofertar.

2
Cru é uma organização inter-denominacional para-igreja cristã para estudantes de
faculdades e universidades. Foi fundada em 1951 na Universidade da Califórnia, em Los
Angeles, por Bill Bright e Vonette Zachary Bright.
47
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Finalmente eu disse em oração “Pai, se é a tua vontade, me dê US$ 1 milhão. Se não


arrecadarmos isso no próximo domingo, esqueça a ideia”.

No domingo seguinte vieram as ofertas e os propósitos. Após contabilizarem tudo o


tesoureiro me trouxe o relatório final: exatos 1 milhão de dólares!

Imediatamente começamos a nos mover para a construção do Centro Missões Mundial,


bem ao lado da Igreja Central do Evangelho Pleno, e fundamos uma nova organização para
administrar esta parte do meu ministério: Crescimento da Igreja Internacional.

Conforme as idéias começaram a tomar forma, eu sabia que era o maior empreendimento.
Eu também sabia que não era capaz de lidar com tudo sozinho. Ainda tinha a igreja para genreciar
e as necessidades da Crescimento da Igreja Internacional também pediam um executivo de tempo
integral. Eu não podia executar ambas funções. Quem eu colocaria de frente?

De repente o nome de John Hurston veio à mente: aquele missionário que havia trabalhado
comigo naquela tendinha na área pobre de Seul, o missionário que fez muita coisa na fundação
da Igreja WestChurch comigo. Já tinha mais de cinco anos que eu não o via. John Hurston ficou
comigo por 10 anos até sair em 1969 para ir para o Vietnã. Lá ele iniciou várias igrejas durante a
Guerra do Vietnã. Em 1975 ele precisou fugir quando os comunistas conquistaram o sul do
Vietnã.

Eu descobri que John estava em Pasadena, California, onde descobri que ele se recuperava
de um pequeno ataque cardíaco. Quando o visitei, ele parecia tão cansado e muito mais velho de
quando o tinha visto 5 anos atrás.

“Sair do Vietnã foi uma experiência muito traumática”, ele reconheceu. “Fiquei seis anos
lá construindo igrejas e literalmente chorei quando tive que sair daquela forma. Mas, eu sabia
que não tinha outro jeito”.

“O que você pretende fazer agora” – perguntei.

“Ainda não tenho ideia”, ele disse. “A diretoria de missões me pediu para ir à Tailândia,
para ser diretor de missões das Assembleias de Deus lá. Mas honestamente eu não sinto qualquer
direção para isso”.

Era a deixa de que eu precisava. Comecei a explicar a visão que Deus havia me dado de
construir Crescimento da Igreja Internacional, e disse a John como Deus havia providenciado o
dinheiro para isso.

“Eu preciso de um diretor executivo”, eu disse. “Acredito que você seja a pessoa certa para
isso, John”.

Imediatamente eu percebi que a ideia o despertou, e oramos por isso.

“Eu acho que é o trabalho que o Senhor deseja que eu faça”, finalmente ele disse. “Mas
para que eu assuma tamanha responsabilidade, Deus vai ter que me curar deste problema no
coração”.

No mês seguinte, minha sogra, Dr. Jashil Choi, esteve atendendo a algumas reuniões na
área de Los Angeles. Numa das reuniões ela impôs as mãos sobre John, onde ele sentiu estar
finalmente curado. Pouco tempo depois ele estava de volta na Coreia.

Outra coisa que eu sentia que Deus queria que eu fizesse era dar à Crescimento da Igreja
Internacional, uma base firme. Precisávamos de um conselho consultivo internacional para nos
dar sua opinião sobre como poderíamos disponibilizar os recursos de nossas instalações para a
maioria dos ministros. Logo depois que o Centro Missionário Mundial foi concluído em
novembro de 1976, comecei a procurar por estes conselheiros.

48
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Quando chegou fevereiro, eu marquei uma reunião em um hotel em Norte Hollywood,


para a qual eu havia convidado 2 dúzias de ministros de igrejas prósperas da América. Para
minha surpresa, quase todos eles compareceram.

Na primeira reunião eu descrevi a visão que o Senhor havia me dado de compartilhar sobre
crescimento da igreja ao redor do mundo através desta nova organização.

“Acredito que devemos compartilhar o nosso conhecimento com as igrejas em países do


terceiro mundo”, eu disse. “Desta forma estaremos fortalecendo a igreja nestes países e
encorajando-os a um grande crescimento para poderem evangelizar o mundo”.

Todos estavam muito entusiasmados com a visão. Eu sugeri que um deles fosse escolhido
para ser o presidente do grupo.

“Ah, não. Você que tem a visão para o crescimento da igreja”, me disseram. “Viemos aqui
por sua causa. Se não fosse por isso, nem teríamos vindo”.

Sendo assim, eles me elegeram por unanimidade como presidente e concordaram em


trabalhar comigo na organização do Church Growth International, não apenas na Coréia, mas
também nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.

Realmente acho que “Crescimento da Igreja Internacional” está indo de encontro as


necessidades das igrejas da década de 80. Esta será a era para o crescimento das igrejas. A década
de 60 foi a era de curas que ajudou a espalhar renovação nas igrejas. A década de 70 foi a era do
movimento carismático. Agora é a era para o crescimento da igreja. Curas e renovação carismática
não farão bem à igreja a menos que contribuam para o crescimento dela. Na verdade, todos os
dons do Espírito Santo foram dados para edificação do Corpo de Cristo, e não apenas para
encorajamento espiritual, mas também para crescimento físico.

Precisamos levar o crescimento da igreja à sério se estamos preocupados com o futuro da


Igreja de Cristo. O crescimento da igreja não é apenas mais uma moda passageira. Jesus veio para
construir uma Igreja, e essa Igreja estava adormecida até agora. É tempo de acordar! Qualquer
igreja que despertar vai crescer.

O tipo de crescimento que estamos experimentando na Coreia está disponível para todas
as igrejas. Eu sei que tem quem acredite que seja apenas um fenômeno coreano que não se estende
aos Estados Unidos ou Europa. Mas estes são princípios sólidos e comprovados que raramente a
Coreia havia experimentado, acerca de crescimento da igreja. Não há razão para que qualquer
outra igreja não crescesse da mesma forma [tamanho ou extensão] ao usar estes princípios. Eles
são universais, tanto se aplica em Seattle, em Sidney, em Estocolmo, quanto em Seul.

Todos nós somos descendentes de Adão. Comemos diferente tipos de alimentos, mas todos
temos o mesmo sangue. Todos pecadores necessitados de salvação através de Jesus. Todos
precisamos ser empoderados pelo Espírito Santo. Se uma igreja prega o evangelho, a Palavra de
Deus, com o poder do Espírito Santo, ela irá crescer. Se ela acrescentar estes princípios para
crescimento da igreja e firmar grupos caseiros, acontecerá um rápido e forte crescimento na igreja.

Estes princípios funcionarão em qualquer lugar do mundo. Pensar o contrário é perigoso,


pois seria acreditar que Deus funciona de uma forma em lugar e de outra forma em outros. Ele é
tão poderoso na Coreia, mas não é poderoso em outros lugares. Isso não é verdade. Princípio é
sempre princípio. Se uma igreja adota estes princípios, se começa a trabalhar em células, tudo
caminhará da mesma forma que aconteceu em nossa igreja, e ela irá crescer.

Este ensino verdadeiramente causou uma revolução nas igrejas da Austrália. Eu já havia
mencionado que as Assembleias de Deus na Austrália experimentavam apenas 2% de
crescimento em 10 anos, até que adotaram estes princípios; após dobraram de tamanho em
apenas 3 anos.

Também é importante comentar que agora existem duas Assembleias de Deus neste país
com mais de 2 mil membros cada, uma em Adelaide e outra em Brisbane. Até que eles tivessem

49
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

adotado meus princípios para crescimento da igreja, as igrejas Australianas se pareciam muito
com as igrejas do Japão – 40 a 50 membros era o tamanho considerado normal para uma
congregação.

Tinha uma igreja luterana na Europa com apenas 15 pessoas frequentando aos domingos.
O pastor foi a um dos meus seminários e começou a praticar os princípios para crescimento da
igreja. Após o primeiro ano de formação da sua primeira célula, sua igreja cresceu continuamente
e o público frequentando aos domingos está em torno de 500 pessoas. Além do mais, aquela igreja
logo percebeu que algo estava faltando e, descobriram o poder do Espírito Santo. As células
realmente frutificaram vida e a igreja se tornou completamente carismática.

Tenho dedicado meu esforço agora ao Japão. A missionária em TOquio com sua crescente
congregação (já chegando a 500 membros) é apenas o começo. Estamos crendo que o Espírito
Santo pode trazer 10 milhões de japoneses para Jesus na década de 80 e estamos cooperando com
ele para que isso aconteça, através dos princípios para crescimento da igreja.

Church Growth International (Crescimento da Igreja Internacional) tem se provado ser um


movimento soberano do Espírito Santo. A evidência disso é o fruto.

50
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

11- Como começar grupos de células

Só existe uma maneira para que o sistema celular seja eficiente em uma igreja: se este
sistema for utilizado como ferramenta para evangelismo. O pastor precisa ser peça chave no
envolvimento. Sem o pastor, as engrenagens do Sistema não trabalham. Isso é um sistema e
sistemas precisam de centro de controle. O ponto de controle do sistema celular é o pastor.

Então, se você que está lendo este livro for um leigo, eu primeiramente recomendo que
você forneça uma cópia dele ao seu pastor. Então ore para que ele leia e pegue a visão. Não dá
para começar nada sem ele. Quando ele ler o livro e vir o potencial para o crescimento da igreja,
se tornar motivado a começar, ele estará em uma ótima posição para começar as células. Depois
que ele tiver a chance de digerir o conteúdo do livro, convide-o para um almoço ou café. Então
vocês poderão falar sobre células para evangelismo e avivamento.

A partir daí será responsabilidade do pastor motivar a congregação em direção ao


avivamento e crescimento, usando os princípios de grupos de célula. E é obrigação sua dar a ele
suporte e trabalhar com ele para envolver a congregação nisso.

Se a sua igreja tiver condições, eu te aconselharia a enviar seu pastor para um de nossos
seminários Crescimento da Igreja Internacional. Eles estão sendo realizados em vários lugares do
mundo e nós adoraríamos te servir com um agendamento. O melhor seminário é o realizado em
Seul, onde se pode ver em primeira mão tudo o que tem sido feito na Igreja Central do Evangelho
Pleno.

Eu sei de muitas igrejas que intentaram configurar as células sem o envolvimento central
do pastor. Eles têm se esforçado sem verdadeiro sucesso. Tem uma grande igreja nos Estados
Unidos cujo pastor participou de um de nossos seminários em Seul e percebeu o valor dos grupos
de células. Mas ao invés de apoiar o esforço e promover ele mesmo as células familiares, ele
passou todas as responsabilidades para um ministro associado. O associado organizou tudo e
começaram as células. Depois de dois anos eles estavam estagnados. Pouca participação e os
membros não eram motivados ao evangelismo. Por que? A congregação enxerga células como
mais um de muitos programas dentro de uma grande igreja. Eles não enxergam isso como chave
para avivamento ou evangelismo; afinal de contas, tem tantos outros programas que visam o
mesmo. O pastor não está ativamente envolvido, então os membros sentem que as células não
são tão importantes assim.

Para que as células sejam um sucesso, o pastor precisa estar tão convicto da necessidade
dela na igreja que eles o verão como a chave para a vida ou a morte da igreja. Uma vez que ele
estiver convicto, o programa irã avançar.

Muita preparação precisa ser feita antes do sistema ser implementado. Eu creio que o
pastor precisa comprometer sua energia e liderança para essa base. E mesmo após o início do
programa, ele precisa ser o líder principal, treinando os líderes de células e motivando-os a
alcançar as metas estabelecidas para cada grupo.

O essencial pode ser delegado a um associado, mas a liderança deve permanecer com o
pastor. Ele deve continuar a ter um relacionamento ativo com os líderes de célula.

Sempre digo que um ministro deve colocar toda a sua energia nesse sistema para torná-lo
bem-sucedido. Isso exige concentração, poder e entusiasmo. Do contrário, as pessoas sentirão que
o sistema de grupos de células caseiras é apenas uma armadilha, e a igreja hoje se tornou muito
insensível com armadilhas. Qualquer truque está fadado ao fracasso, mas os grupos de células
não são um truque.

Se as pessoas não estão convencidas de que o pastor está por trás da formação de grupos
de células, uma das três coisas irá acontecer:

51
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

1. O sistema irá travar e começar a estagnar. As células se reunirão para "comunhão"


apenas, e não haverá crescimento espiritual real e nem evangelismo. Logo, elas desaparecerão.

2. As reuniões se tornarão ritualísticas ou os grupos ficarão sob a influência de


personalidades. Desse modo, as células acabarão se tornando supérfluas, inúteis e prejudiciais.

3. O sistema se tornará um câncer no corpo local se os líderes de célula não forem obrigados
a relatar regularmente a seus colegas ou superiores, ou ao pastor.

Até mesmo na Coréia muitas igrejas que organizaram seus grupos de células em resposta
do sucesso em nossa igreja perceberam que o sistema é ineficaz quando o pastor não é a figura
central. Alguns acham que só porque eu viajo cerca de 6 meses no ano, eu não consiga dar atenção
pessoal aos grupos de célula. Mas eu dou. Quando estou viajando, sempre gravo minhas
mensagens para os líderes de células em vídeo. Os líderes de grupo precisam sentir que são a
prioridade máxima para a igreja, eles precisam estar motivados a trabalharem e a assumir
responsabilidade. Se não dou a eles esta atenção pessoal, eles não ficam motivados.

O pastor que decide se envolver em células precisa estudar este sistema muito bem ou ele
não irá dar certo. Se ele falhar uma vez, ele não vai querer tentar de novo. É muito importante
que ele veja uma igreja onde o sistema está funcionando plenamente. Uma vez que ele entenda
bem isso, então é hora de começar.

Os primeiros passos para a implantação dos pequenos grupos são muito importantes. Estas
são as minhas recomendações para o pastor:

Primeiramente, comece pequeno. Pegue uma dúzia de líderes sem experiência e treine-os
para serem líderes de células. Deixem-nos formar os seus próprios grupos de células e observe-
os atentamente de 6 a oito meses. Assim que estes grupos começarem a dar frutos, será o
momento de ter toda a igreja envolvida.

Selecionar as pessoas certas para serem líderes é essencial. Sucesso ou ruína pode depender
deles. O pastor deve procurar homens e mulheres cheios do Espírito. Se os líderes não forem
dependentes do Espírito Santo, o que pode acontecer é que eles podem trabalhar contra o Espírito
Santo. Estas são algumas das qualidades que busco em um líder de célula:

1. Entusiasmo. Novos crentes frequentemente se tornam excelentes líderes de células, pois


acabaram de entrar em um relacionamento pessoal com Jesus. O entusiasmo deles é
contagiante. Crentes velhos costumam necessitar de reprogramação antes de aceitar o
sistema celular.
2. Testemunho. Cristãos que tem um claro, poderoso testemunho do que Deus fez por eles
são prova de que o evangelho continua funcionando hoje em dia. Tais crentes
demonstram a realidade da vida em Cristo, e atrairão outros a eles.
3. Dedicação. Normalmente você pode saber se uma pessoa é dedicada ao Senhor e a Sua
Igreja (a) pela sua frequência aos cultos e demais reuniões, incluindo as células, (b) pela
forma como ele dizima, que é uma forma essencial da sua vida em fé, e (c) pelo seu
compromisso demonstrando à unidade na vida da Igreja. Aqueles que são
excessivamente críticos ou em desacordo com a maioria não seguirão facilmente as
instruções do pastor para liderar grupos de células caseiras.
4. Cheios do Espírito. Dependência ao Espírito Santo é essencial para uma pessoa liderar
os membros de sua célula. Em nossa igreja isso significa que o líder precisa ser batizado
no Espírito Santo, com a evidência de falar em línguas. Assim estamos seguros de que
uma pessoa possa liderar outros a Cristo e orar de forma eficaz pelas necessidades dos
outros. Isso é particularmente necessário à oração para cura física e espiritual.
5. Tempo e dinheiro. Embora haja um ensino de que, se você deseja que um trabalho seja
realizado, dê-o a uma pessoa ocupada, esse ensino não se aplica à liderança espiritual.
Quanto mais ocupada uma pessoa, menos tempo ela terá para ouvir e receber
orientação do Espírito Santo. Os melhores líderes de célula são aqueles que não

52
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

precisam trabalhar fora de casa; eles geralmente têm muito mais tempo para orar e
estudar a Bíblia. O mesmo vale para aqueles com dinheiro suficiente que não precisam
se preocupar constantemente em ganhar o suficiente para viver; eles também terão
mais tempo para orar e estudar a Bíblia. Isso não significa que não devemos selecionar
pessoas pobres para liderar células caseiras. Porém, se as pessoas atenderem a todas as
outras qualificações, estou convencido de que serão bons líderes de célula. Além disso,
certamente não permanecerão pobres por muito tempo. Eu ensino nosso povo que
quando você vai trabalhar para o Senhor, você não vai ficar pobre, porque Deus irá
suprir todas as suas necessidades.

Uma vez que os líderes foram escolhidos, precisam ser treinados em reuniões de liderança.
Eles têm que aprender do pastor para que ele possa passar adiante os ensinamentos do pastor
para aqueles que estão nas células. É importante que o ensino nas células se encaixe no programa
de ensino da igreja. Uma boa ideia é que as lições das células sigam a pregação de domingo, talvez
assim, trabalhando mais profundamente alguns pontos da pregação.

Eu dou a todos os meus líderes de células um padrão a cada semana. Anteriormente eu


falei sobre o caos resultante da falta de direção nos primeiros dias das células em nossa igreja.
Isso acabou quando eu comecei a escrever o plano de lições para cada reunião de células,
semanalmente. Eu não tenho mais tempo para preparar planos individuais a cada semana, mas
nossa igreja adotou um Curso Bíblico padrão para os grupos de células semelhante ao Curso das
Escolas Bíblicas Dominicais que muitas igrejas possuem.

Apesar de não as preparar individualmente, eu ainda tenho bastante atividade preparando


os líderes. Os líderes se reúnem comigo todas as quartas a noite no lugar da reunião de oração
semanal, para aprender a lição da próxima semana. Posteriormente, quando eu não posso estar
com eles pessoalmente, eu os ensino via fita cassete. Agora que aumentamos as instalações de
nossa igreja, eu consigo ensinar através de vídeos. E os pontos chaves da pregação estão em nosso
boletim semanal, assim todos os membros podem estar preparados para as lições
antecipadamente.

Além das lições da Palavra de Deus, existem outras funções de uma reunião de célula que
a torna verdadeiramente uma reunião do povo de Deus. Sempre há adoração, por meio do canto
de hinos e por meio das orações do líder e de outras pessoas do grupo. Sempre damos aos grupos
um momento de oração aberta, quando todos podem trazer suas orações de ação de graças,
confissão, intercessão e petição diante do Senhor.

Um terceiro ingrediente de nossas reuniões de célula é o ministério mútuo. Os membros


são incentivados a compartilhar suas necessidades de oração para que todos possam orar por
eles. Tivemos algumas curas milagrosas acontecendo bem nos grupos de células, quando uma
pessoa orou por outra, deixando claro para todos que o Espírito Santo trabalha nessas reuniões
da mesma forma que Ele faz nos cultos da igreja.

E, finalmente, as reuniões devem ser evangelísticas. A lição e os testemunhos devem


conduzir os recém-chegados à pessoa de Jesus Cristo. Os membros são encorajados a procurar
em sua vizinhança por descrentes que possam convidar para as reuniões. Muitos desses
incrédulos encontram Jesus Cristo e entregam suas vidas a Ele bem nas reuniões de células. Isso
é realmente o que está fazendo com que nossa igreja cresça tão rapidamente. Para mim, o
evangelismo é essencial para que os grupos de células domiciliares proporcionem vida real para
a igreja.

Depois que o grupo original de células estiver se reunindo por seis a oito meses, é hora de
expandir para toda a congregação. A essa altura, as primeiras células devem estar dando frutos
reais para a igreja, e a maioria das pessoas já terá aprendido muito sobre elas por meio dos boatos
da igreja. Agora é a hora de ter uma reunião para toda a igreja e apresentá-los a todos.

53
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Na reunião geral da igreja, os líderes de célula e membros de seus grupos devem dar
testemunho a toda a congregação, mostrando o que Deus está fazendo por meio das reuniões de
célula. Acredite em mim, será um momento emocionante. O entusiasmo dos líderes e membros
da célula será contagiante. As pessoas ficarão convencidas de que o sistema celular tem a ver com
elas.

Você também deve ter estatísticas para apoiar os testemunhos, mostrando quantas pessoas
foram curadas ou ajudadas de outras maneiras nas reuniões, quantos descrentes foram
conduzidos a Cristo, e assim por diante.

Cada pastor deve conhecer sua própria igreja e como envolver o máximo de membros. Em
nossa igreja, consegui designar todos para um grupo de células. Embora tenha havido alguns
resmungos iniciais, todos foram. Esse é o padrão em nossa igreja. No entanto, outros pastores me
disseram que a participação voluntária é a única coisa que funcionará em suas igrejas. Eles
distribuem folhas de inscrição na reunião para toda a igreja, e o número de pessoas que se
inscrevem determina o número e a localização dos grupos de células. Qualquer que seja o
caminho que a igreja vá, todos os esforços devem ser feitos para obter o máximo de participação.

Por exemplo, há uma igreja nos Estados Unidos que se envolveu em grupos de células sem
usar nada de nosso modelo. O pastor estava convencido de que nosso sistema não funcionaria
ali. Então ele decidiu realizar reuniões em casa uma vez por mês, apenas para comunhão.

Embora ele tenha começado de forma diferente, ele seguiu um dos meus princípios: Ele
dirigiu os grupos ele mesmo, e ele indicou seis ou sete pastores sob seu comando, para serem um
grupo de célula modelo e usar sua experiência para liderar outros grupos. Ele não acreditava que
fosse necessário dividir a igreja geograficamente, porque tudo era estritamente voluntário.

Sabe o que aconteceu? Todos que iam às reuniões nos lares gostavam tanto que a
frequência aumentava rapidamente. Logo eles tiveram que se encontrar com mais frequência.
Não apenas isso, mas a oração e o estudo da Bíblia logo se tornaram uma parte regular do
programa. Aconteceu naturalmente.

Agora, cada novo membro daquela igreja deve se inscrever para um grupo de células, e
eles estão encorajando os membros mais velhos restantes a se inscreverem também. Os grupos se
tornaram uma importante ferramenta de evangelismo, e o pastor agora diz que é quase como se
uma nova igreja inteira estivesse crescendo dentro da congregação original - uma igreja dentro
de uma igreja - e a nova igreja interna é mais viva do que a original.

Na Califórnia, outro pastor já tinha uma igreja em crescimento e estava tendo dificuldade
em colocar todas as pessoas no prédio de sua igreja aos domingos para quatro ou cinco cultos.
Então ele dividiu sua congregação em quatro grupos. Todos os domingos, um desses grupos se
reunia em várias casas para comunhão e ensino, enquanto os outros três grupos se reuniam no
prédio principal para os cultos dominicais regulares. Cada um dos grupos se alternava nas
reuniões domiciliares aos domingos, de modo que apenas ¾ da congregação participavam do
culto formal a cada semana. Quando havia um quinto domingo do mês, todos se reuniam na
igreja para uma grande festa.

Mais uma vez, o pastor estava de frente das reuniões nos lares. Ele treinou a liderança e se
reuniu com eles semanalmente. Ele os dirigiu nos estudos bíblicos, que acompanhavam o que o
pastor estava ensinando a cada semana, e deu aos líderes um esboço e uma fita.

Além de se reunir uma vez por mês para o estudo da Bíblia, os grupos daquela igreja se
reúnem em um dia da semana extra durante o mês apenas para comunhão. Cada grupo de células
faz um piquenique ou alguma outra forma de atividade social.

Desta forma, dois pastores encontraram uma maneira de trazer grupos de células caseiras
com sucesso para suas igrejas sem lançar suas congregações em alvoroço. Muitos frequentadores
de igreja americanos reclamam de ter que passar muito tempo na igreja, mas ao dividir suas

54
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

congregações em grupos de células caseiras, esses pastores aumentaram a frequência à igreja sem
fazer com que pareça "igreja".

Na Coréia, entretanto, nossa igreja não tem reuniões em casa que sejam estritamente para
comunhão. É normal que nossos membros se reúnam para comunhão por conta própria, mas
acredito que as reuniões precisam ser altamente disciplinadas se quiserem produzir o tipo de
evangelismo e crescimento que vimos na Igreja Central do Evangelho Pleno. Grupos que se
reúnem sem ter o evangelismo como meta não produzem crescimento na igreja. Existe um grande
perigo de que eles se alimentem apenas de si mesmos

Acho que devo acrescentar uma coisa sobre a igreja que deixei para trás na área de West
Gate, Seul. Quando nos mudamos para a Ilha Yoido, 8.000 de nossos membros ficaram para trás
na velha igreja, enquanto 10.000 se mudaram para a nova. Os membros que ficaram para trás
receberam um novo pastor, e eles continuam a ser uma forte igreja Assembleia de Deus. Mas o
novo pastor não adotou meus princípios de grupos de células caseiras. Embora haja reuniões de
células naquela igreja, elas não são usadas como uma ferramenta de evangelismo. A congregação,
entretanto, diminuiu para 2.000 membros (muitos dos 8.000 originais foram transferidos para
nossa igreja, embora não os tivéssemos procurado).

Não acredito que a estrutura pastoral tradicional seja capaz de atender às necessidades de
8.000 membros. A delegação de autoridade e a formação de grupos de células domiciliares é a
única maneira de atender a todas essas necessidades.

55
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

56
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

12- A importância da comunhão com o Espírito Santo

Eu já dei os requisitos básicos para líderes de grupo de células caseiras no capítulo anterior.
Mas eu gostaria de desenvolver um dos pontos, a saber, a necessidade de cada líder ser cheio do
Espírito Santo e guiado pelo Espírito Santo. Na verdade, a necessidade vai além de ser cheio e ser
guiado - cada líder deve ter uma verdadeira comunhão com o Espírito Santo.

Essa comunhão com o Espírito Santo precisa ser estimulada pelo pastor, que já deveria
estar tendo comunhão com o Espírito Santo. Se o pastor não está experimentando comunhão com
o Espírito Santo, ele não será capaz de ajudar seus líderes de célula a crescer em seu próprio
relacionamento com o Espírito Santo.

Também gostaria de ilustrar esse ponto em minha própria vida. Dou a maior importância
à comunhão com o Espírito Santo. Eu sei que em meu próprio ministério de pregação, se eu não
tiver a unção do Espírito, minha mensagem não trará resultados, não importa quanto tempo eu
gaste na preparação do meu sermão. E se a mensagem não der resultado, ela está sendo
desperdiçada.

Muitas pessoas não sabem o significado da comunhão com o Espírito Santo. Eles dizem
que nasceram de novo e receberam o batismo no Espírito Santo. Eles experimentaram o poder do
Espírito Santo no ministério.

"Então, o que mais precisamos?" elas perguntaram.

Isso é um grande erro. Eu mesmo tive essa atitude por algum tempo. Senti que tinha todos
os diplomas necessários para ser um pregador da minha denominação. Eu nasci de novo, recebi
o batismo no Espírito Santo e falei em línguas. "Então não preciso de nada mais", disse a mim
mesmo.

Mas Deus mudou minha atitude e me mostrou que o Espírito Santo é mais do que o Espírito
do novo nascimento, mais do que o Espírito de poder. Ele é uma pessoa - mas uma pessoa que
vive dentro de mim. Viver com uma pessoa significa ter comunhão com essa pessoa. Significa
reconhecimento um do outro. Significa comunhão e comunicação íntima.

Antes de descobrir essa verdade, meu ministério oscilava muito. Às vezes eu pregava uma
mensagem muito boa e tinha resultados tremendos. Em outras ocasiões, meu ministério parecia
fracassar. Aos domingos, quando eu realmente "acertava na mosca" com meus sermões, voltava
para casa alegre. Em outras ocasiões, eu queria desistir. Não vi ninguém sendo salvo e me sentiria
muito deprimido. Chorei ao Senhor e perguntei por que Ele não estava me ajudando.

Então, em um dia frio de inverno em 1960, depois de pregar na reunião de oração da


manhã, eu estava orando sozinho na igreja quando Deus começou a falar ao meu espírito.

"Meu filho", disse Ele, "se você pudesse ter uma comunhão mais profunda com o Espírito
Santo, seu ministério seria multiplicado e grandemente fortalecido."

Então eu disse: "Pai, eu já não tenho todo o Espírito Santo? Eu nasci de novo. Fui batizado
no Espírito Santo. O que mais eu preciso?"

Então Deus disse: "Sim, você tem o Espírito Santo de uma forma legalista, mas você não
tem comunhão íntima com o Espírito Santo. Você pode trazer uma esposa para sua casa
legalmente, mas também pode deixá-la sozinha em casa como uma coisa, não como uma pessoa,
se você não tiver comunhão com ela continuamente."

Essa revelação trouxe novos ares para o meu ministério. Comecei a ter verdadeira
comunhão com o Espírito Santo.

Percebi que no passado minha comunhão tinha sido semelhante ao que está registrado em
1 João 1: 3, que diz: "Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo" (NVI). Como a

57
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

maioria dos cristãos, tive comunhão com o Pai e com Seu Filho. Orei ao Pai e orei ao Filho, Jesus
Cristo. Eu adorei o Pai e adorei o Filho. E como a maioria dos cristãos, mencionei o Pai e
mencionei o Filho, mas muito raramente mencionei o Espírito Santo.

Mas quando lemos a Bíblia, ela não apenas nos ordena que tenhamos comunhão com o Pai
e Seu Filho, Jesus Cristo, mas também nos ordena que tenhamos comunhão, ou comunhão, com
o Espírito Santo (2 Coríntios 13:14).

O significado deve ser claro. O Pai terminou Sua obra nos tempos do Antigo Testamento.
Então Ele enviou Seu Filho, Jesus Cristo, que foi crucificado e ressuscitado. Agora, sentado à
direita de Deus Pai, Jesus terminou Sua obra. Hoje temos a era do Espírito Santo. O Pai está
operando por meio do Espírito Santo e Jesus está operando por meio do Espírito Santo. Portanto,
o Espírito Santo é o administrador do amor de Deus e da graça de Jesus Cristo.

Comunhão na língua grega é koinonia, que tem vários significados: (1) comunhão, (2)
parceria e (3) distribuição. O amor de Deus e a graça de Jesus Cristo são constantes, mas estão no
céu. Como então eles são trazidos aos nossos corações agora nesta hora aqui na terra? É por meio
da comunhão do Espírito Santo.

Portanto, se tivermos muito conhecimento teológico sobre o amor de Deus e a graça de


Jesus Cristo, mas não tivermos a comunhão do Espírito Santo, isso não será realidade em nossos
corações. Não haverá distribuição do verdadeiro amor do Pai e da verdadeira graça do Filho em
nossos corações.

Podemos ter toda a teologia e ainda assim sermos mais gelados que um freezer em nossa
igreja.

Um pregador pode trazer uma mensagem tremenda, com uma teologia maravilhosa e
verdades muito profundas da Bíblia, mas se ele não tiver a cooperação definida do Espírito Santo,
será apenas teoria. Ele não está pregando com base em sua experiência do amor de Deus e da
graça de Jesus Cristo. Esse é o principal problema da igreja em todo o mundo hoje. Temos belos
edifícios, corais maravilhosos, ministros de excelente formação e mensagens brilhantes, enquanto
as pessoas nos bancos estão morrendo de fome. Eles têm todo tipo de conhecimento derramado
em suas mentes, mas seus espíritos estão como terra seca.

Koinonia também significa parceria. Em uma parceria de negócios, uma pessoa traz as
finanças e outra traz a tecnologia. Juntos, eles tornam o negócio bem-sucedido. Estamos no
negócio do Rei. O Espírito Santo traz todas as finanças: o amor de Deus e a graça de Jesus Cristo.
Trazemos nossa presença física. Portanto, o Espírito Santo nos pede que tenhamos uma parceria
com Ele na construção do Reino de Deus. O Espírito Santo é o parceiro sênior e nós somos os
parceiros juniores. O problema hoje em dia é que os sócios juniores estão tentando anular o sócio
sênior fazendo o trabalho por conta própria. Portanto, o Sócio Sênior sai, deixando os sócios
juniores com bons edifícios (realmente, um bom shopping center), mas sem commodities.

Para ter sucesso nos negócios do Rei, é preciso haver uma parceria muito, muito próxima
com o Espírito Santo e, para isso, deve haver comunhão.

Quando temos comunhão com o Pai, nos dirigimos a Ele e dizemos: "Pai, eu te amo, eu te
reconheço. Louvado seja Deus!" E ao Filho dizemos: "Jesus, eu te amo, eu te louvo". Mas quando
chegamos ao Espírito Santo, o que fazemos? Normalmente, não fazemos nada.

A Bíblia nos ordena que tenhamos comunhão com o Espírito Santo, isso inclui: comunhão,
parceria e distribuição. Sem comunhão com o Espírito Santo, você não pode ter uma comunhão
efetiva com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo.

Hoje em dia eu sempre me forço a reconhecer o Espírito Santo, a acolher o Espírito Santo e
a adorar o Espírito Santo, porque Ele é uma pessoa. Sempre, antes de sair para pregar, sempre
digo: "Querido Espírito Santo, eu te dou boas-vindas, eu te reconheço e te amo. Eu dependo de
você. Querido Espírito Santo, vamos lá! Vamos trazer a glória de Deus para as pessoas!"

58
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Quando começo a pregar, digo em meu coração: "Querido Espírito Santo, agora estou
começando. Vamos! Forneça todo o conhecimento, sabedoria e discernimento, que necessito para
dar às pessoas."

Depois de terminar o sermão, vou sentar e dizer: "Querido Espírito Santo, fizemos um
trabalho maravilhoso juntos, não fizemos? Louvado seja Deus!"

Desde que passei a depender do Espírito Santo dessa maneira, tenho sentido uma poderosa
unção de Deus em minha vida e em meu ministério e sermões. Sempre há resultados tremendos
e numerosas conversões, bem como curas. Tento flutuar na onda do Espírito Santo.

Para ilustrar isso de outra maneira, vou contar uma história. Uma vez quase perdi minha
esposa. Quando me casei, fiquei muito interessado em me tornar um evangelista famoso. Eu
queria ser tipo Billy Graham coreano. Eu realmente não queria ser "apenas um pastor" naquela
época.

Então, depois que minha esposa e eu nos casamos, eu a trouxe para o nosso apartamento
e, depois de cerca de uma semana, comecei a sair em missões de pregação evangelística. Eu
pregaria na minha igreja no domingo, e na segunda-feira eu iria pregar. Só voltava para casa nos
fins de semana e levava minha roupa para lavar para minha esposa. Isso continuou por seis meses
enquanto eu ardia em ambição de me tornar um evangelista.

Por um tempo, minha esposa foi muito gentil. Quando eu voltava de minhas campanhas
evangelísticas, ela corria para a porta e me recebia. Ela me amava e prepararia uma boa refeição
para mim. Mas, à medida que mês após mês se passava e não havia nenhuma mudança em sua
rotina, ela começou a ficar deprimida. Ela não me receberia bem. Ela chorava muito. Mesmo as
refeições não eram muito boas. Algo estava errado.

Naquela época minha esposa era muito gentil, porque éramos recém-casados. Ela nunca
me disse nada sobre o que estava errado. Tentei animá-la brincando e assim por diante, mas nada
parecia ajudar.

Finalmente, um dia, minha sogra veio até mim e disse: "Yonggi, você gosta de morar com
minha filha?"

"Sim, claro", eu disse.

"Bem", disse ela, "você vai perdê-la se continuar a tratá-la assim."

"Por que, o que você quer dizer?" Eu perguntei, chocado. "Eu a trato muito bem. Consegui
um bom apartamento para ela e me certifico de que ela tenha comida suficiente e roupas muito
boas. O que mais posso fazer? Estou tratando-a muito bem."

Então minha sogra olhou nos meus olhos e disse: "Filho, você não entende. Você não trouxe
um objeto para casa. Você trouxe uma pessoa para sua casa. Uma pessoa não pode viver em um
apartamento com apenas arroz, roupas e dinheiro. Ela precisa de amor, reconhecimento,
companheirismo."

Pensei muito nisso. Minha reação imediata foi: "Isso é do diabo! Aqui estou eu trabalhando
para o Senhor. Por que ela colocaria tantas exigências sobre mim por afeto, cuidado e
preocupação?"

Mas minha esposa continuou a ficar cada vez mais deprimida e, por fim, alguns sinais de
alerta surgiram em meu coração. Então, fui perante o Senhor e orei: "Senhor, parece que terei que
escolher entre uma das duas coisas - meu ministério ou minha esposa. Sua glória e meu ministério
são muito mais importantes do que minha esposa. Se for necessário abrir mão de um deles, então
terei que perder minha esposa, porque meu ministério significa mais para mim do que ela.

"Deus, corrija-a ou deixe-nos separar. Prefiro viver o resto da minha vida sozinho e
continuar meu ministério."

59
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Então o Espírito Santo falou ao meu coração e disse: "Não, não, não. Você está muito
enganado em suas prioridades. Até agora, você colocou Deus em primeiro lugar, a igreja em
segundo, você em terceiro, e está colocando sua esposa em último. Você cometeu um grave erro”.

"É claro que Deus deve estar em primeiro lugar, mas o resto de suas prioridades precisam
ser reorganizadas. Você deve vir em segundo lugar, e sua esposa deve vir em terceiro. Quando
você tem filhos, eles devem vir em quarto lugar, e então a igreja deve ser a última. "

Pensei nisso e fiquei muito consternado. "Este deve ser um demônio americano!" - Eu disse.
"Não podemos aceitar esse tipo de pensamento no Oriente."

"Oh, não, isso não é da América", disse o Espírito Santo. "Esta é a minha maneira.

"Deus deve estar em primeiro lugar, mas você deve vir em segundo lugar, porque você
precisa viver uma vida santa para cumprir este ministério. Você é muito importante.

"Então, sua esposa deve vir logo atrás de você. Se você perder sua esposa e se divorciar,
ninguém vai ouvi-lo novamente. Seu ministério acabará. Você pode construir uma igreja
tremenda, mas se sua casa for destruída, você perderá seu ministério. Ter comunhão com sua
esposa é mais importante do que construir uma igreja, porque toda a igreja depende de sua vida
doméstica. Você trará mais desgraça ao ministério por estar divorciado do que todos os outros
benefícios que poderia trazer”.

"Além disso, todos os cristãos estarão olhando para seus filhos. Se seus filhos se tornarem
rebeldes e entrarem em problemas, como o filho pródigo, quem vai ouvir você? Seu ministério
principal deve ser para seus filhos. Seus filhos devem ser os membros #1 de sua igreja. Então,
todos juntos, você, sua esposa e seus filhos construirão a igreja.

"Considere sua esposa um recurso muito importante para o seu ministério e alimente seu
relacionamento com ela."

Achei que parecia bastante arriscado na época, mas decidi tentar. Cancelei muitas das
minhas campanhas evangelísticas e fiz uma promessa definitiva de passar todas as segundas-
feiras com minha esposa. Eu disse que faria qualquer coisa nas segundas-feiras que minha esposa
quisesse que eu fizesse. Se ela quisesse ir ao parque, eu iria com ela ao parque. Se ela quisesse ir
à loja de departamentos, eu me contorceria todo, mas faria isso. Então, sentaríamos e teríamos
um bom jantar juntos.

E todas as manhãs eu dizia para minha esposa: "Querida, eu te amo. Você é muito bonita.
Você é maravilhosa. Sou um cara de sorte por ter você."

Então, um milagre aconteceu. Minha esposa começou a sair da depressão. Sua expressão
mudou e aquele espírito alegre voltou ao seu coração. Ela começou a sorrir, depois a rir e a ser
alegre e travessa. Depois de um tempo, ela começou a preparar boas refeições novamente.
Tivemos uma comunhão maravilhosa!

Começamos a orar juntos e a planejar o ministério juntos. Eu tinha encontrado a resposta.


Para ter uma verdadeira vida doméstica, você precisa ter uma verdadeira comunhão com cada
pessoa. Você não pode trazer sua esposa para casa e esperar que ela more lá sozinha, apenas com
a casa, o dinheiro, as roupas e a comida. Uma esposa é mais do que isso; ela é uma pessoa.

Isso é exatamente o que significa ter comunhão com o Espírito Santo. O Espírito Santo está
lá com você, mas se você simplesmente deixá-lo sozinho no canto da sua igreja, apenas usando-
o como uma decoração ao pronunciar a bênção ou uma palavra de teologia, o Espírito Santo ficará
entristecido. Então o Espírito do Senhor deixará sua obra e você terá um ministério enfadonho.
Você pode ter todo o conhecimento teológico e ser muito eloquente em sua pregação, mas não
terá nenhum fruto. A razão é que, no ministério, tudo o que não é nascido do Espírito é carne.

A partir daquele momento em minha vida, comecei a cultivar um relacionamento ainda


maior com o Espírito Santo. Percebi que o Espírito Santo me foi dado para trabalhar comigo, não

60
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

apenas para ficar em um canto. Deus está no trono e Jesus está à Sua direita, mas o Espírito está
aqui na terra - em mim e em você - para trabalhar conosco para trazer sucesso aos negócios do
rei.

Hoje eu trato o Espírito Santo como a pessoa mais importante em minha vida. Eu O louvo
e digo a Ele que O amo. Então eu sempre digo a Ele: "Querido Espírito Santo, vamos juntos orar
ao Pai. Vamos juntos orar a Jesus Cristo. Vamos juntos ler as Escrituras." Sempre minha
comunhão começa com o Espírito Santo. Então, com o Espírito Santo, adoro a Deus e Seu Filho,
Jesus Cristo.

Agora sinto a presença do Espírito Santo tão intimamente que, quando o Espírito fala, eu
entendo. Quando o Espírito fala sobre cura, eu entendo. Quando Ele fala sobre construir, eu
entendo. Ele é uma pessoa tão definida para mim.

Além disso, sempre tento passar pelo menos uma hora com o Espírito Santo todas as
manhãs. Não importa o que aconteça, eu quero dar a Ele aquela hora. “Querido Espírito Santo”,
direi, “vamos passar um tempo juntos. Vamos ler a Bíblia juntos”. E assim, junto com o Espírito
Santo, sento-me e louvo a Deus, adoro Jesus e leio as Escrituras. Amo o Espírito Santo e O louvo,
e juntos planejamos a obra.

Na Igreja primitiva, os discípulos tinham uma comunhão definida com o Espírito Santo -
quando eles tiveram aquele concílio em Jerusalém, por exemplo. Eles foram solicitados a decidir
sobre a questão da circuncisão dos gentios, e na carta eles escreveram definitivamente: "O Espírito
Santo e nós tomamos esta decisão de não colocar nenhum peso extra sobre você..." (Atos 15:28,
paráfrase do autor). Eles não disseram que o comitê havia tomado a decisão sozinho, mas com o
Espírito Santo eles decidiram.

Podemos dizer isso em nossas reuniões da igreja? Podemos dizer isso em nossos conselhos
gerais? Quando anotamos as atas, alguma vez dizemos que "o Espírito Santo e nós decidimos ..."?
Não, nós não fazemos isso. Nós O vemos apenas como um superintendente em nossas igrejas,
em nossas reuniões e em nosso ministério. Isso é um grande erro.

Nas reuniões do conselho da nossa igreja na Igreja Central do Evangelho Pleno, os


presbíteros e eu sempre oramos juntos, pedindo ao Espírito Santo para vir e presidir a reunião. O
Espírito Santo é o parceiro sênior em nosso ministério. Ele é o presidente do conselho. Ele é o
pastor principal da igreja. Somos apenas pastores auxiliares.

Também oro muito em línguas. Falar em línguas é a linguagem do Espírito Santo, e quando
falo em línguas, não posso deixar de sentir Sua presença em minha consciência. Em minha
própria vida pessoal de oração, oro em línguas mais de 60 por cento do tempo. Eu oro em línguas
enquanto durmo. Eu acordo orando em línguas. Oro em línguas enquanto estudo a Bíblia, e oro
em línguas durante minhas devocionais. Se de alguma forma eu perdesse o dom das línguas,
acho que meu ministério seria reduzido a cerca de 50 por cento do que é agora. Sempre que falo
em línguas, não posso deixar de manter o Espírito Santo em minha consciência.

Quando aprendi a falar inglês, comecei a falar inglês o máximo possível. Comecei a pensar
em inglês e até mesmo escrevia meus sermões em inglês. Eu até falava sozinho em inglês, porque
eu realmente queria ser fluente em inglês. Por muito tempo fui torturado, porque me obrigava a
falar em inglês, mas hoje, embora não seja totalmente fluente em inglês, ganhei uma facilidade
de expressão que me permite falar inglês sem dificuldades.

Agora estou fazendo a mesma coisa com o japonês - falando em japonês, escrevendo em
japonês e até pensando em japonês - porque tenho uma meta de levar dez milhões de japoneses
a Jesus Cristo. Por um ano inteiro tenho lido a Bíblia em japonês, e tenho passado tanto tempo na
língua japonesa que mesmo em meus sonhos estou falando japonês! Desta forma, estou
familiarizando-me com a língua japonesa. Tudo em minha consciência está sendo absorvido pela
língua japonesa. Aconteceu o mesmo quando me concentrei no inglês - tudo na América e na
Inglaterra e tudo no mundo de língua inglesa tornou-se minha consciência.

61
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

É o mesmo com falar em línguas. Quando você fala em línguas ao longo do dia, você não
pode deixar de estar consciente da presença do Espírito Santo. Portanto, orar em línguas me ajuda
a ter comunhão constante com o Espírito Santo.

Certamente, esse tipo de comunhão com o Espírito Santo significa uma vida de oração.
Deus espera que sejamos um povo de oração, porque é por meio de nossas orações que Deus
escolhe trabalhar no mundo hoje. Orações poderosas e inspiradas pelo Espírito operam milagres.

Todos nós precisamos estar saturados de oração, desde o momento em que nos levantamos
pela manhã até irmos para a cama à noite. A oração é nossa respiração espiritual. Se não
orássemos, nossa vida espiritual morreria. Mas a única oração verdadeira é do tipo que pode ser
vista como comunhão com o Espírito Santo, porque qualquer outro tipo de oração se torna formal
e legalista. Deus deseja que tenhamos comunhão íntima com Ele por meio do Espírito Santo.

Nossa igreja é uma igreja de oração. É uma igreja que tem verdadeira comunhão com o
Espírito Santo. Temos até reuniões regulares semanais de oração durante toda a noite na igreja, e
a frequência é geralmente de 10.000 pessoas ou mais. A oração é parte integrante das reuniões
dos grupos de células. A oração é a chave para o avivamento, tanto na igreja quanto nos grupos
de células.

Não apenas enfatizamos a oração na Igreja Central do Evangelho Pleno, mas também
enfatizamos o jejum. Muitos de nossos líderes de célula passam muito tempo jejuando e orando
pela salvação de almas em sua vizinhança. Normalmente, eles jejuam por um a três dias. Muitos
têm um dia normal de jejum todas as semanas.

Em nossa congregação, tenho visto pessoas jejuando por sete dias se tiverem um problema
sério que Deus não resolveu em resposta a uma simples oração. Se o problema for de vida ou
morte, alguns de nossos membros jejuaram de quinze a vinte dias. E alguns de nossos membros
até mesmo jejuaram por quarenta dias, assim como Jesus fez no deserto.

Mas sempre digo ao nosso pessoal que eles devem ter um objetivo ao jejuar. Eles não
devem jejuar apenas para estar jejuando, pois isso não leva a nada. Quando as pessoas estão
orando por uma resposta definitiva e o Senhor parece não estar respondendo, eu digo a elas para
jejuar e orar até que tenham a certeza de Deus de que Ele está respondendo. Na verdade, 90 por
cento das orações que resultaram em respostas definitivas em nossa igreja foram aquelas que
foram combinadas com o jejum.

Todos os anos, os membros da nossa igreja fazem 300.000 visitas à Montanha da Oração.
Esse é o nosso centro de retiro próximo à zona desmilitarizada ao longo da fronteira de nosso
país com a Coréia do Norte. Eles vão lá para jejuar e orar por necessidades especiais. Cerca de 60
por cento deles vão orar pelo batismo no Espírito Santo e pelo dom de línguas. O próximo maior
grupo vai orar pela solução dos problemas familiares, e o terceiro grupo vai orar por cura. Eles
viram muitos milagres como resultado do jejum e da oração - houve curas de câncer e artrite, por
exemplo, casos realmente difíceis. Outros vão orar por problemas de negócios ou pela salvação
de nosso país, ou por avivamento.

E existem respostas! Noventa por cento daqueles que vão para a Montanha da Oração para
jejuar e orar recebem respostas definitivas às suas orações. Deus está sempre pronto para
responder às nossas orações, mas frequentemente oramos com a atitude errada. Ao jejuar e orar,
estamos dizendo a Deus que estamos dispostos a mudar nossas atitudes. Então, ficamos abertos
para orar de acordo com Sua vontade e, portanto, receberemos as respostas que Ele promete.

O jejum e a oração fazem parte da nossa comunhão com o Espírito Santo. Todos nós,
começando com o pastor, precisamos ter esse tipo de vida de oração e esse tipo de comunhão.

62
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

13- Motivando os líderes leigos

Já indiquei que o sucesso dos grupos de células depende da orientação do pastor, de uma
liderança leiga3 treinada e da comunhão contínua com o Espírito Santo. Há outro requisito que
acredito ser necessário para que o sistema de células funcione sem problemas. Esse requisito é
motivação. Bons líderes leigos precisam ser motivados.

Quando uma criança nasce no mundo, ela tem fome de duas satisfações básicas: comida e
um toque amoroso. Se os pais não suprirem essas duas necessidades, a criança vai morrer de
fome, de uma forma ou de outra. Os pais podem fornecer todos os alimentos de que um bebê
precisa para a nutrição física, mas se eles não tocarem no bebê, acariciá-lo e abraçá-lo,
psicologicamente a criança não crescerá adequadamente. O bebê pode até morrer.

Os adultos estão muito famintos por serem tocados, para serem abraçados, para serem
beijados. Eles anseiam por um toque amoroso. Sem esse toque amoroso, nós, adultos,
morreríamos de fome psicologicamente. Para ter um lar amoroso, o marido e a esposa precisam
se tocar com frequência. Os amigos também precisam experimentar um toque de amor: um aperto
de mão caloroso, tapas exuberantes nas costas, às vezes um tapinha brincalhão um no outro. Isso
os faz se sentirem vivos!

Mas quero ir além desse toque da pessoa exterior para mostrar que nós, seres humanos,
também precisamos ser tocados interiormente se quisermos ser motivados para a ação amorosa.
O pastor e os membros leigos precisam trabalhar como uma equipe no fornecimento de liderança
para as células familiares. Os pastores não podem realizar todo o trabalho pesado de evangelismo
para fazer a igreja crescer, mas os líderes leigos precisam ser motivados para que possam assumir
sua parte no trabalho. Isso significa que o pastor precisa saber como tocar o interior dos leigos
para que se sintam motivados. Então o pastor pode realizar grandes coisas por meio deles.

Aqui eu quero mostrar como tocar a pessoa interior para que os leigos se unam ao pastor
no trabalho de evangelismo.

Para motivar a pessoa interior, devemos tocar a personalidade dessa pessoa. Isso é feito de
três maneiras:

1. Reconhecimento. Todas as pessoas precisam ser reconhecidas. Na Igreja Central do


Evangelho Pleno, regularmente damos certificados como um meio de reconhecer realizações
especiais entre os vários tipos de líderes, incluindo os líderes de grupos de células domiciliares.
Por exemplo, recentemente assinei um certificado reconhecendo um professor de escola
dominical por oito anos de serviço fiel. Aquele pedaço de papel quase não custou nada, mas com
a minha assinatura nele, o prêmio mostra à professora da escola dominical que ela foi reconhecida
e apreciada. Isso realmente a impulsiona.

E mesmo os líderes de célula, se não forem reconhecidos com frequência, não serão
motivados a fazer o tipo de esforço necessário para manter o evangelismo em movimento na
igreja. Em nossa igreja, temos uma convenção de líderes de célula duas vezes por ano. Todos os
líderes se reúnem na igreja para uma conferência de três dias e eu falo com eles. Agora, eles
podem não se lembrar de todas as minhas palestras para eles durante esses três dias, mas eles
nunca vão esquecer o fato de que nos importamos o suficiente com eles para dar-lhes tanta
atenção. Eles sabem que são pessoas especiais! Isso é tremendamente eficaz. Isso os motiva.
Quando tudo terminar, eles terão uma menção de reconhecimento por suas realizações durante
os seis meses anteriores. Eles guardam esse certificado e se lembram da conferência e se sentem
importantes.

Esse tipo de reconhecimento é tão importante no lar. O marido deve reconhecer


regularmente as realizações de sua esposa, e da mesma forma a esposa deve reconhecer as

3
Não ordenada ou não pertencente ao clero

63
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

realizações de seu marido. Um presente especial é sempre apreciado e faz com que a pessoa
homenageada se sinta muito mais importante para seu cônjuge.

Uma vez por mês jogo golfe com os membros de nossa igreja que são empresários. Esses
empresários contribuem com muito tempo, energia, dinheiro e liderança para a igreja. Juntos,
vamos ao campo de golfe, brincamos, rimos e damos tapinhas nas costas uns dos outros. No final
do jogo, fazemos uma pequena refeição juntos. A tarde de golfe pode durar quatro ou cinco horas.
Durante esse tempo, provavelmente irei enganchar a bola em alguma árvore, mas vamos rir disso
e ter uma comunhão maravilhosa. Por termos esse relacionamento especial, esses empresários
ficam muito motivados. Eles nunca pensariam em deixar nossa igreja. Eles são reconhecidos.

Estou constantemente motivando e reconhecendo meus líderes de célula. Eu os motivo por


meio de uma mensagem semanal em fita cassete e do circuito interno de televisão da igreja, e
dou-lhes reconhecimento frequente nos cultos de domingo. E, claro, eu os motivo por meio dos
seminários especiais. Portanto, todos os líderes de célula sabem que são pessoas muito especiais
em nossa igreja. Eles são especialmente chamados. Eles são especialmente reconhecidos. Eles são
especialmente queridos por seu pastor. Isso os motiva tremendamente.

2. Elogio. Devemos sempre tentar descobrir as boas qualidades ou as realizações dos


outros e, então, elogiá-los por suas características e realizações. Isso realmente incendeia seus
corações. Se o marido não souber elogiar a comida da esposa, logo morrerá de fome! E se a esposa
não elogiar o marido por fazer um bom trabalho doméstico, ele não ficará muito motivado para
fazer mais trabalho.

Todos nós nascemos com fome de elogio. Se os pastores desejam ser verdadeiros líderes
em suas igrejas, eles devem aprender como elogiar as realizações de seus leigos. Se ele não sabe
como elogiá-los, ele realmente não tem as qualificações para liderá-los. Sem elogios, as pessoas
não ficarão motivadas.

Quando se trata de educar nossos filhos, não podemos motivá-los a aprender


simplesmente batendo neles. Antigamente, na Coréia, o professor e o pai eram muito temidos
pelas crianças, e chicotadas eram uma espécie de motivação negativa para o aluno conseguir um
bom histórico escolar. Mas quando a cultura ocidental começou a ter influência na Coréia, as
crianças começaram a ter menos respeito pelo professor e até mesmo por seus próprios pais. O
professor tornou-se apenas um servo.

Até a vida doméstica foi afetada pela ocidentalização. As esposas costumavam obedecer
aos maridos; hoje existe pressão por direitos iguais, assim como na América.

Na sociedade que temos hoje, a melhor forma de motivar alguém não é criticando-o, mas
procurando seus pontos positivos e elogiando-os por eles. É melhor procurar bons pontos e boas
características e ignorar as falhas. Ao elogiar as pessoas por seus pontos positivos, você as estará
ajudando a corrigir suas falhas. Elogiar é a melhor forma de motivação, mesmo no trabalho
cristão. Eu tento o meu melhor para elogiar as pessoas em nossa igreja - os pastores abaixo de
mim, os presbíteros, os diáconos e diaconisas e os líderes de célula. Sempre que alguém faz um
trabalho especialmente bom, certifico-me de que ele seja reconhecido e elogiado por isso. Vou dar
um tapa nas costas dele e dizer: "Puxa, como você conseguiu fazer isso? É maravilhoso! É
fantástico!"

Quando tudo isso for feito com verdadeira sinceridade, demonstrada no tom de voz e na
expressão facial, acompanhada de um tapa nas costas, aquela pessoa vai se lembrar por um ano!
É assim que funciona em nossa igreja.

3. Amor. Para motivar as pessoas, precisamos dar a elas um amor genuíno, que é evidente
pela expressão em nosso rosto, o tom de nossa voz e a maneira como agimos. As pessoas
realmente respondem ao amor genuíno. Eu respondo ao amor. Quando subo na plataforma da
Igreja Central do Evangelho Pleno, posso realmente sentir o amor irradiando das pessoas na
congregação. Nosso povo me ama tanto que fico muito motivado e tento o meu melhor para
ajudá-los. Nunca os negligenciarei e nunca os esquecerei.

64
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Também amo muito as pessoas e elas sabem disso. Eu nem preciso dizer isso, mas eu sinto
isso, e as pessoas são tocadas pelos raios invisíveis do meu amor. É um amor genuíno, com
preocupação genuína para benefício deles.

Resumindo, eu sempre sigo essas três diretrizes ao motivar as pessoas em nossa igreja: (1)
Reconhecimento. Se eu mostrar a eles que são pessoas importantes, eles nunca se sentirão
inferiores. Se eles começarem a se sentir inferiores, eles desenvolverão um complexo de
inferioridade e, então, serão destruídos, assim como minha igreja. (2) Elogio. Louvar coloca óleo
e fogo em seus corações. (3) Amor. Eu dou a eles um amor genuíno.

As pessoas da Igreja Central do Evangelho Pleno são pessoas motivadas e estão tentando
o seu melhor para trabalhar para o Senhor.

Quando vou para casa à noite, se minha mulher não estiver, fico sempre esperando por ela.
Não vou jantar sem ela. Mesmo que me sinta faminto, espero até que ela chegue. Então, quando
ela chegar em casa, ela dirá: "Por que você está esperando? Por que você não comeu?"

E eu digo: "Oh, querida, não tenho gosto por comida se você não estiver aqui."

Minha esposa se sente a rainha da minha casa, porque eu a reconheço, eu a elogio e mostro
seu amor genuíno. Nenhuma esposa vai deixar um marido que a trata assim. "Ele precisa de
mim", ela dirá. "Ele não pode viver sem mim."

Na Coreia, cerca de 50% dos maridos traem suas esposas. A razão, tenho ouvido muitas
vezes, é que eles não são reconhecidos. "Oh, minha esposa não me aprecia", o marido dirá. "Vou
a algum lugar onde sou reconhecido e apreciado. Quero me sentir alguém."

Muitas esposas estão perdendo seus maridos porque os consideram garantidos. Da mesma
forma, muitos maridos também estão perdendo suas esposas pelo mesmo motivo. Todos
precisam se sentir importantes - todos os dias, todas as horas, todos os minutos. É uma
necessidade psicológica. Portanto, precisamos nos reconhecer em nossas casas - e em nossas
igrejas e grupos de células domiciliares.

Se pudermos mostrar reconhecimento uns aos outros, elogiar uns aos outros e demonstrar
amor genuíno uns pelos outros, todos nós ficaremos motivados para realizar grandes coisas.

Muitas pessoas podem se organizar, e podem se organizar lindamente. Mas uma


organização, não importa o quão bem montada seja, não funcionará adequadamente se as pessoas
nela não estiverem devidamente motivadas para fazer o trabalho.

Mencionei anteriormente que uma igreja nos Estados Unidos fez um grande esforço para
organizar um sistema de grupos de células caseiras. Eu até fui lá para ajudá-los a configurar. Mas
não demorou muito para que o sistema começasse a fracassar. O motivo foi que o pastor entregou
tudo a um de seus associados e ele não recebeu mais nenhuma contribuição direta. Então, quando
o sistema começou a falhar, ele veio até mim e perguntou o que havia de errado. Enquanto ele
compartilhava os problemas comigo, percebi imediatamente o que estava errado.

"Mesmo que você ache que os grupos de células são muito importantes para a vida da sua
igreja", eu disse, "você não demonstrou essa preocupação para a sua congregação. Você entregou
tudo para um de seus associados e não tinha mais nada a fazer com ele. Para a sua congregação,
as células familiares não pareciam muito importantes para você. Os líderes não estavam
motivados para continuar. "

Em nossa igreja, nunca entregarei a liderança do sistema de células a um de meus


associados. Eu sou o líder. Toda quarta-feira à tarde, estou motivando os líderes por meio do
sistema de televisão da igreja. Duas vezes por ano, eu pessoalmente conduzo seminários para
líderes de célula. Nunca permito que outra pessoa conduza essas reuniões. Estou sempre presente
e as pessoas veem que as considero importantes.

65
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Várias outras igrejas também falharam em tentar estabelecer grupos de células caseiras
porque o pastor não estava diretamente envolvido. Sempre digo aos pastores que frequentam
meus seminários de crescimento de igreja que, se eles não assumirem o comando pessoalmente,
seus líderes de célula e seus membros não ficarão motivados e o sistema irá falhar.

Se o pastor realmente tomar conta dos grupos de células caseiras, se ele tomar parte ativa
em organizá-los, e se ele treinar a liderança e motivá-los constantemente, as pessoas ficarão em
chamas. Eles verão que é importante. Eles trabalharão duro e farão um bom trabalho.

Então, as células familiares terão sucesso e a igreja realmente começará a crescer.

66
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

14- Pregando a uma igreja em crescimento

Mencionei vários pré-requisitos para estabelecer uma igreja forte e ter crescimento baseado
em grupos de células caseiras. Eles são: a comunhão com o Espírito Santo, a delegação de
autoridade a um grupo de líderes leigos e o treinamento e motivação desses líderes. Agora eu
gostaria considerar mais um ponto: a pregação.

Esse assunto pode parecer óbvio para alguns leitores, mas não é tão simples quanto parece.
O estilo de pregação de uma pessoa frequentemente determinará se as células familiares
resultarão em uma igreja em crescimento.

No capítulo 12, já mencionei minha dependência do Espírito Santo. A comunhão íntima


com o Espírito Santo é essencial. É por meio de Sua presença íntima em nossas vidas que
recebemos a inspiração e a unção para levar a mensagem necessária à nossa congregação em
todos os cultos.

Por meio da minha comunhão com o Espírito Santo, sinto uma verdadeira unção quando
saio para pregar. Oh, que diferença essa unção faz! É especialmente necessário nos sermões
expositivos que dou nas reuniões de quarta-feira à noite e nas reuniões de oração todas as noites
de sexta-feira na Igreja Central do Evangelho Pleno.

Quando comecei a ensinar a Bíblia versículo por versículo nas noites de quarta-feira,
começando com Gênesis e pretendendo ir por toda a Bíblia até o final do Apocalipse, algumas
pessoas me disseram que a frequência seria muito pequena.

“Aos domingos, quando você prega uma mensagem por tópicos, as pessoas vêm”,
disseram, “mas se você ensinar versículo por versículo, todos perderão o interesse”.

"Sim, você está certo", eu disse. “Se eu apenas ensinar a Bíblia versículo por versículo de
acordo com meu próprio conhecimento, ninguém vai querer ouvir. Mas se eu for para o púlpito
junto com o Espírito Santo, eles virão porque vão ouvi-Lo”.

Então, eu dependi do Espírito Santo e fui em frente. Às vezes, eu ensinava por duas ou três
horas seguidas, mas as pessoas pareciam ficar sentadas lá fascinadas. Não apenas as pessoas
cresceram mais em graça, mas também estavam gostando!

Porém, percebo que em alguns capítulos me torno muito enfadonho. Particularmente


quando você estuda livros como o de Levítico, e tem que ensinar versículo por versículo todos
aqueles requisitos minuciosos da lei judaica, você tem vontade de morrer! Mesmo assim, você
deve ensiná-lo às pessoas, porque toda a Bíblia é importante para seu crescimento espiritual.

Conforme passei a depender mais e mais do Espírito Santo, tanto em meus sermões tópicos
aos domingos quanto em meus ensinamentos expositivos nas noites de semana, confio cada vez
menos na filosofia e no conhecimento histórico que aprendi na escola bíblica e nos meus primeiros dias
de ministério. Depois de vinte e três anos de pregação, descobri que somente a Palavra de Deus
vivifica as pessoas. Certa vez, preguei quase como um filósofo e me tornei muito profundo, mas
ao mesmo tempo estava fazendo muito poucos convertidos.

Agora me tornei muito simples - ignorante, talvez – aos olhos do mundo, mas me tornei
muito profundo nas Escrituras. Como eu confiava apenas na Bíblia, comecei a ter mais e mais
convertidos, incluindo as pessoas mais intelectuais da cidade. Ensinar a Bíblia sob a unção do
Espírito Santo é muito poderoso.

Em minha pregação, também tenho um objetivo definido. Eu não prego simplesmente ao


acaso. Minha meta é sempre ajudar as pessoas a encontrar Jesus Cristo pessoalmente - todos os
domingos, todas as quartas-feiras à noite, todas as sextas-feiras à noite e todas as outras vezes em
que sou chamado para pregar. Cada sermão é focado para que as pessoas encontrem Jesus Cristo
por meio dele. Se eles são incrédulos, que encontrem Jesus Cristo e sejam convertidos; se eles já

67
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

são crentes, deixe-os encontrar Jesus Cristo e se aprofundar em sua fé. Se eu perder o alvo, o
sermão será um fracasso.

Meu segundo objetivo na pregação é ajudar as pessoas a terem sucesso na vida - no espírito,
na alma, no corpo e nos negócios. À medida que as pessoas de minha congregação se tornam
bem-sucedidas em suas vidas domésticas, em suas vidas comerciais ou carreiras e em seus
relacionamentos com outras pessoas, eu também terei sucesso. Por mais que eu queira me tornar
um ministro de sucesso, na mesma medida tento fazer com que as pessoas de minha congregação
tenham sucesso. Meu próprio sucesso é um objetivo secundário. O povo deve ter sucesso
primeiro.

Por fim, o objetivo da minha pregação é ajudar as pessoas a servir a Deus e a outras pessoas
de uma maneira maior. Depois que as pessoas encontram Jesus Cristo e se tornam bem-sucedidas
em suas próprias vidas, elas devem usar o poder e o sucesso de seu novo relacionamento com
Cristo para servir a Deus e a outras pessoas com energia espiritual, mental e física - e com
abundância de finanças. (Não me desculpo pelo sucesso financeiro, porque é um meio de servir
a Deus e ajudar os outros. O orçamento de nossa própria igreja é grande o suficiente para que
possamos realmente avançar para a evangelização, não apenas na Coréia, mas também no Japão,
Estados Unidos, Europa e outros lugares. Na verdade, este tipo de sucesso entre o nosso povo é
um milagre, porque somos cidadãos de um país do Terceiro Mundo. Para dizer a verdade, se eles
não tivessem sucesso, não poderíamos dar-nos ao luxo de continuar o grande progresso que
temos. Na Igreja Central do Evangelho Pleno, não falamos sobre depressão econômica, falta de
petróleo ou outras dificuldades semelhantes. Enquanto outros negócios estão desacelerando,
nosso povo está se tornando próspero, mesmo em meio a uma forte inflação e depressão
econômica, que é o que tivemos na Coréia em 1980. No entanto, as ofertas continuam a aumentar
domingo após domingo, em nossa igreja).

Em todos os meus sermões, seja na Coréia, Japão, Estados Unidos ou Europa, sempre tenho
três objetivos: apresentar as pessoas a Jesus Cristo, torná-las bem-sucedidas e motivá-las a servir
a Deus e ao próximo. Então, tenho um fundamento seguro como ministro.

Você se perguntar onde eu começo em minha pregação? Sempre começo com a bondade
de Deus. Essa é a teologia mais importante.

Até os dezenove anos, eu era um budista - um budista devoto. Achava que o budismo era
a melhor religião do mundo. Teoricamente (em termos de teologia), o budismo é muito profundo.
Mas sempre que ia ao templo, sempre tinha medo daqueles ídolos. Sempre orei, pedindo a Buda
que não me punisse. Todo meu relacionamento com a religião budista era baseado em um
ritualismo e responsabilidade enraizada no medo. Na fé budista, minha fé nasceu no medo, não
no amor. O deus de Buda não era um deus de amor, mas de julgamento.

Quando me tornei cristão, Jesus Cristo não apenas salvou minha alma, mas também me
curou da tuberculose e me ressuscitou do leito de morte. Então, quando fui batizado no Espírito
Santo, o amor de Deus começou a derramar como um rio em minha alma. As maiores coisas que
experimentei como cristão foram o amor de Deus e a bondade de Deus.

Deus realmente tem sido bom para mim. Quando fui a Ele, era muito pobre. Abandonei o
primeiro ano do ensino médio. Meu pai não podia mais me mandar para a escola e eu estava
debilitado por conta da tuberculose. Eu aparentemente não tinha futuro. Mas, por meio de meu
novo relacionamento com Jesus Cristo e pela leitura da Bíblia, me preparei com uma fé positiva.
Com isso, Deus me tirou de toda aquela situação miserável. Ele me deu toda a saúde, riqueza,
conhecimento, vitória e tudo que eu precisava. Tudo o que tenho veio de Deus.

Por causa do meu relacionamento com Deus, porque o conheço como um Deus bom, um
Pai Amoroso, esse é o Deus que eu prego. Mesmo assim, conheci tantas pessoas que me disseram
que um Deus colérico e vingativo lhes foi pregado e que tiveram grande dificuldade em se
relacionar com um Deus amoroso e bom.

68
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Não faz muito tempo, eu estava pregando na Alemanha quando uma mulher veio até mim
e me pediu que orasse por ela e seu marido. Ela tinha um medo tremendo de Deus, que se iniciou
quando seus pais foram mortos em um bombardeio na Segunda Guerra Mundial. Agora seu
marido estava desanimado com uma neurose severa e ela temia perdê-lo da mesma forma que
perdera seu pai e sua mãe.

Comecei a contar a ela sobre a bondade de Deus, como Ele criou o mundo e o achou bom.
"Ele é o Deus que tentou trazer o bem removendo o pecado e as doenças do mundo, dando-nos
Seu Filho, Jesus Cristo", disse eu. Deus é um Deus bom e que Deus é o seu Pai e meu Pai.

"Mude seu pensamento", eu disse, "e comece a ver Deus como um Deus bom. Louve-o e
diga a Ele: 'Eu te amo, Pai. Você é um Deus bom e quer que eu tenha bondade em minha vida. ' "

"Estou com medo", disse ela. "Ninguém nunca me ensinou assim antes."

"Bem, estou ensinando você agora", eu disse. "Não tenha medo. Apenas mude sua imagem
de Deus."

Então ela começou a repetir comigo: "Deus é um Deus bom. Ele é meu bom Pai. Ele quer
dar coisas boas aos Seus filhos. Ele é bom. Ele é bom."

Logo ela sentiu a liberação e começou a rir, e não muito tempo depois seu marido estava
completamente livre de sua opressão neurótica.

Eu acredito que quando pregamos um Deus bom, libertamos as pessoas do cativeiro. A


escravidão vem do inimigo. O diabo usa a teologia errada para tentar sujeitar as pessoas ao
cativeiro do medo e da desolação. Muitos pregadores ensinaram seu povo a temer apenas o Deus
do juízo e disseram-lhes que não esperassem nada Dele.

Eu sou um pai, tenho três meninos e faço de tudo para levar o bem aos meus filhos. No
entanto, a Bíblia diz: "Se você, então, embora seja mau, sabe dar boas dádivas aos seus filhos,
quanto mais o seu Pai celestial dará boas dádivas àqueles que lhe pedirem!" (Mat. 7: 11, NIV).

É muito, muito difícil persuadir alguns cristãos a pensarem em Deus dessa maneira,
porque eles acham que sempre terão que sofrer e lutar para serem bons cristãos. Eles acham que
devemos passar constantemente por provações e viver uma vida pobre para sermos bons cristãos.
Bem, se nosso sofrimento traz alguma graça redentora para outras pessoas, então eu acredito que
este sofrimento é justificado.

A Bíblia diz que devemos sofrer junto com Jesus Cristo, mas Jesus Cristo alguma vez sofreu
por causa do pecado? Ele já sofreu de alguma doença? Ele já sofreu a opressão de Satanás? Não,
Ele nunca sofreu com nenhuma dessas coisas. Ele já sofreu com a pobreza? Sim, mas apenas de
uma forma redentora, como diz em 2 Coríntios. 8: 9, “Ainda que ele fosse rico, por amor de vocês
se tornou pobre, para que vocês, através da sua pobreza, se tornassem ricos” (NVI).

Se a Bíblia nos ordena que soframos junto com Jesus Cristo, esse sofrimento não deve ser
por causa do pecado, doença, diabo, maldição ou pobreza. Então, o que foi que Jesus sofreu?
Perseguição. Ele só sofreu por causa do evangelho, por causa da perseguição. Portanto, também
não devemos aceitar o sofrimento, exceto por perseguição. E se esse sofrimento não traz nenhum
resultado redentor, então esse sofrimento serve de nada.

Acho que nunca poderei ficar pobre. Eu sofreria de bom grado a pobreza se isso trouxesse
alguma graça redentora ao povo, mas descobri que tentar me tornar pobre é a coisa mais difícil
em minha vida. Quando eu estava construindo a nova igreja na Ilha Yoido, desisti de tudo - até
da minha casa. Mas quanto mais eu desistia, mais Deus trazia de volta para mim! Isso está de
acordo com a Bíblia. Desisto dessa ideia de me tornar pobre.

Agora, se Deus enviasse os comunistas para assumir o controle de nosso país, e eu sofresse
por causa disso, isso seria sofrimento causado pela perseguição, e seria justificado. Ou se uma
pessoa se oferece para se tornar um missionário e desiste de sua casa e do conforto da sociedade

69
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

ocidental para levar Jesus Cristo às pessoas nas selvas da Nova Guiné, então seu sofrimento será
pela causa da redenção. Ele está sofrendo com a falta de todas as conveniências da civilização,
mas é por um propósito.

Portanto, o fundamento de meus sermões é a bondade de Deus. Próximo a isso eu prego


sobre o sangue de Jesus Cristo. Sempre baseio meu sermão e minha fé no sangue de Cristo, pois
sem o sangue de Jesus Cristo não pode haver redenção. Sem redenção, não há razão para persistir
na fé.

Jesus derramou Seu sangue em quatro lugares, o primeiro deles sendo o Jardim do
Getsêmani. Ali, sua transpiração caía como grandes gotas de sangue e tinha um significado
especial para aqueles que estavam sendo redimidos. Ele derramou Seu sangue ao dizer: "Não seja
minha vontade, mas a tua". O primeiro Adão desobedeceu a Deus para persistir em sua própria
vontade. Mas o último Adão, Jesus Cristo, no Jardim do Getsêmani estava se oferecendo e
oferecendo a vontade da humanidade em obediência a Deus. Como o sumo sacerdote do povo,
Ele estava oferecendo sua própria vontade desobediente e a redimiu.

Podemos dizer com certeza que o Espírito Santo de Deus pode nos ajudar a obedecer à
vontade de Deus, porque o sangue de Jesus Cristo fala até hoje. O sangue redime nossa
desobediência, que herdamos de nosso pai, o primeiro Adão.

A segunda vez que Jesus derramou Seu sangue foi quando a coroa de espinhos foi colocada
sobre Sua cabeça. Os espinhos cortaram Sua cabeça e o sangue jorrou. O que esse sangue
representa? Simboliza a maldição. Quando Adão e Eva caíram em desgraça, a Bíblia diz que a
terra foi amaldiçoada e produziria espinhos e abrolhos. O espinho é o símbolo da maldição. Mas
ao derramar Seu sangue, Jesus redimiu Seu povo da maldição.

Hoje, muitas pessoas, incluindo cristãos, estão vivendo na espinhosa mancha de ódio,
medo e inferioridade. Mas o sangue de Jesus Cristo fala contra essa maldição, pois por meio dele
somos redimidos da maldição.

A terceira vez que Jesus derramou Seu sangue foi no poste de açoite. Os soldados romanos
tiraram Suas roupas e colocaram faixa sobre faixa em Suas costas até que ficasse completamente
rasgada e o sangue jorrasse e escorresse. Aqui Ele derramou Seu sangue para nos trazer cura, pois
a Bíblia diz: “Pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53: 5). Não podemos ignorar isso em
nossa pregação, pois aquele sangue ainda fala hoje.

Finalmente, Jesus derramou Seu sangue na cruz no Calvário, quando o soldado romano
enfiou uma lança em Seu lado. O sangue e a água jorraram, e o derramamento desse sangue nos
redimiu totalmente do pecado e da morte.

Portanto, sem derramamento de sangue não haveria redenção. Sem o sangue, não temos
fundamento para pregar contra Satanás. Mas uma vez que construímos nossas mensagens sobre
o fundamento do sangue de Jesus Cristo, então temos uma base tremenda para proclamar a
vitória sobre Satanás. Baseio meus sermões no sangue de Jesus Cristo e edifico a fé das pessoas
em minha congregação para que não temam nada. Eu coloco fé em seus corações!

Quando nosso povo deixa a igreja e retorna para suas casas e negócios, eles não vivem
apenas por suas próprias circunstâncias, mas vivem pela fé. A Bíblia diz: "O justo viverá pela fé"
e "seja segundo a sua fé". Se não edificarmos a fé nas pessoas, elas não terão nada a reivindicar
pela vitória. Eles têm fé apenas por meio da mensagem do ministro. Se o ministro lhes der apenas
uma fé instável, o diabo virá e destruirá essa fé instável. Mas se a fé é baseada no sangue de Jesus
Cristo, o diabo não pode suportar.

Então, depois de basear meus sermões na bondade de Deus e na redenção por meio do
sangue de Jesus Cristo, eu construo o alicerce de uma vida de sucesso. É um princípio bíblico
seguro - de Gênesis a Apocalipse. O princípio do sucesso é demonstrado muitas vezes. Se você
deseja ter sucesso financeiro em seu negócio, deve aplicar o princípio de semear e colher, pois a
Bíblia diz: "Dê, e ser-lhe-á dado; boa medida, pressionada e sacudida, e transbordante, os homens

70
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

trarão a você "(Lucas 6:38). E como você mantém sua vida familiar feliz e saudável? Ao santificar
o domingo, não fazendo nenhum trabalho, adorando a Deus junto com a família. E como você
pode ter sucesso nos negócios? Aplique os princípios da fé no décimo primeiro capítulo de
Hebreus.

Portanto, ensino todos esses princípios de sucesso para as pessoas em nossa igreja, e elas
os aplicam em suas vidas, assim como nós na liderança da igreja aplicamos os princípios de
crescimento da igreja por meio de grupos de células domiciliares. E as pessoas têm sucesso!
Portanto, não preciso tentar ser eloquente - na verdade, não tenho intenção nenhuma de ser
eloquente - porque transformei meu púlpito em um lugar de aconselhamento.

O método de pregação, então, é aconselhar as pessoas a ajudá-las a atender às suas


necessidades. As pessoas estão sempre vindo para a igreja com grande necessidade, mas se o
pregador está falando apenas sobre teologia, história e política, as pessoas não serão ajudadas em
suas vidas pessoais, onde precisam da mensagem. Em vez disso, estarão cochilando.

Um dia, eu estava voltando dos Estados Unidos para a Coreia e parei no Japão por um dia.
Eu estava receoso de que, se voltasse para a Coréia no sábado, teria que trabalhar no púlpito no
dia seguinte, então tinha uma ótima desculpa para tirar um dia de férias.

Decidi ir a uma igreja cristã japonesa naquele domingo, e aquela a que compareci tinha um
ministro que falava muito. Existem muitos ministros assim e não apenas no Japão. Eles acham
que quanto maior o seu vocabulário, maior se torna o seu ministério. O que esses ministros não
percebem é que suas congregações entendem menos de 50 por cento de sua pregação. Então, se
a congregação não entender o que o ministro disse, eles podem dizer: "Que coisa, nosso ministro
não é profundo? Ele não é erudito?" Mas quando você pergunta a eles: "Sobre o que ele pregou?"
eles são incapazes de dizer a você.

Bem, o ministro da igreja japonesa que frequentei naquele domingo era um dos principais
ministros do Japão. Mesmo assim, fiquei ali me contorcendo e desconfortável, sentindo que se a
hora não acabasse logo eu morreria. Ele não estava atendendo às necessidades do meu coração -
ou de seu povo! Em vez disso, ele estava discutindo política internacional, usando aquelas
palavras que eu não conseguia entender.

Esse é o problema com muitas igrejas no Japão - e a razão pela qual as pessoas não vão às
igrejas japonesas. Por que eles deveriam ir a uma igreja cristã que não atende às suas necessidades
ou ao clamor de seu coração? Não admira que uma igreja japonesa se considere afortunada por
ter 100 membros!

Tento desesperadamente relacionar todos os meus sermões às necessidades das pessoas.


Em uma série de sermões, por exemplo, preguei sobre "Como vencer a depressão". As pessoas
estão constantemente falando sobre depressão, bem como dificuldades nos negócios e problemas
financeiros. Então, quando eu prego para lhes trazer sucesso nessas áreas, as pessoas vão à igreja
e ficam sentadas nos corredores para ouvir o sermão. Outros estão nos fundos da igreja, lotando
o ginásio e várias capelas, onde podem assistir em circuito interno de televisão. (Nossa igreja
acomoda 10.000 pessoas, mas geralmente 15.000 se espremem para cada um dos seis cultos que
temos todos os domingos.) Eles sabem que o sermão se preocupará com a solução de seus
problemas.

Também tento ser relevante para a vida contemporânea. Muitos jovens estão deixando
outras igrejas, sentindo que os sermões e os programas não são relevantes para eles. Eles dizem:
"Voltaremos quando tivermos sessenta anos e os sermões forem relevantes para nós. Então,
podemos nos preparar para o céu, porque isso é tudo sobre o que os ministros parecem estar
pregando - preparando-se para o céu. Mas estamos vivendo na terra agora, e a mensagem não
tem relação com nossas vidas. "

As pessoas geralmente julgam os sermões de acordo com seus próprios interesses pessoais.
Eles estão interessados em perdas ou ganhos para si próprios. Eles estão perguntando: "O que eu
ganho com este sermão?" Se o sermão atender às suas necessidades, se eles realmente

71
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

conseguirem algo para suas vidas pessoais, eles virão e ouvirão, mesmo que não haja ar
condicionado no prédio da igreja ou sistema de aquecimento.

Você vê pessoas indo ao mercado de ações, não importa o tempo, não importa o
inconveniente, e elas ficam ali olhando para as luzes que indicam os preços de compra e venda
das ações nas quais estão interessadas. Eles estão muito interessados - às vezes desesperadamente
interessados - em saber se perderam ou ganharam algo.

É assim que as pessoas julgam nossos sermões. Eles não estão interessados em eloquência,
mas apenas em saber se podem ganhar ou perder alguma coisa.

Finalmente, tento em todos os meus sermões elevar as pessoas de alguma forma. Tento
incutir fé, esperança e amor neles. Tento ensiná-los a serem cristãos bem-sucedidos. Eu nunca
“bato” neles. Frequentemente, quando um novo graduado da escola bíblica vem à nossa igreja
para pregar, a primeira coisa que ele faz é condenar as pessoas e esmurrá-las com teologia crítica.
Então ele diz a si mesmo: "Que grande mensagem eu preguei!"

Mas esse não é o nosso propósito como ministros. Não estamos aqui para condenar as
pessoas, mas para elevá-las e conduzi-las à justiça. A lei mosaica foi dada para condenar o povo,
mas a graça de Jesus Cristo foi dada para redimir o povo. O pior sermão é de condenação. O
sermão mais fácil é de condenação. Usando a espada dos Dez Mandamentos, pode-se condenar
uma pessoa com muita facilidade. Mas nosso trabalho é elevar as pessoas colocando fé, esperança
e amor em seus corações. Eles querem saber como ser cristãos bem-sucedidos, pais, mães,
maridos, esposas, homens de negócios bem-sucedidos - por meio de Jesus Cristo.

Essa é a minha filosofia e acredito que também seja a filosofia da Bíblia. Claro, eu falo contra
o pecado - embora não de uma forma condenatória, mas construtiva. Eu digo que se você vive
em pecado você vai para o inferno, mas eu sempre mostro a eles a resposta: como sair de seus
pecados pelo sangue de Jesus Cristo. Nunca deixo nossa congregação com um sentimento de
condenação.

Na América, o Dr. Robert Schuller tem um grande público em todo o país. A razão é que
ele está sempre pregando sobre "pensamento de possibilidade", colocando fé, esperança e amor
no coração de seus ouvintes. Quando estou nos Estados Unidos e em um quarto de hotel em um
domingo, e quero assistir a um programa cristão na televisão, recorro à "Hora do Poder" do Dr.
Schuller. Sei que posso contar com ele para colocar fé, esperança e amor em meu coração. Seus
sermões me animam.

Tenho ouvido alguns outros pregadores, incluindo alguns evangelistas muito conhecidos,
e quando os ouço desligo o programa. Eles continuam condenando as pessoas, e eu me sinto tão
deprimido que nem tenho vontade de orar. Tal pregação dá pouca importância ao sangue de
Jesus Cristo, que nos redimiu do pecado.

É por isso que prego sobre fé, esperança e amor. Sei que estou pregando sobre as
necessidades das pessoas e os sermões as animam.

Este é o meu estilo de pregação e esta é a minha vida. Até agora, tem se mostrado muito
bem-sucedido, não apenas na Coréia, mas também em outras partes do mundo. Posso pregar por
uma, duas ou até três horas, e as pessoas ficarão encantadas. Por quê? Porque o sermão atende às
necessidades deles. É relevante para eles, para suas vidas contemporâneas. Eu os exalto,
colocando fé, esperança e amor em seus corações. As pessoas ouvem porque sentem que têm algo
tremendo a ganhar ouvindo meus sermões. Eles ficam e prestam atenção.

72
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

15- A possibilidade de crescimento ilimitado

Este livro não estaria completo se eu não compartilhasse mais nada sobre como usar esses
princípios para fazer uma igreja realmente crescer. Embora eu tenha mencionado isso em outro
de meus livros, The Fourth Dimension (A quarta dimensão), é especialmente apropriado que eu
compartilhe isso aqui também.

Um ministro pode ter adotado todos os princípios que enumerei aqui - delegar autoridade
e formar células caseiras, estar em comunhão constante com o Espírito Santo, motivar sua
liderança leiga e pregar sermões significativos - e ainda ficar muito aquém do crescimento
ilimitado da igreja que experimentamos na Igreja Central do Evangelho Pleno.

Neste capítulo final, gostaria de mostrar como colocar tudo junto para que você tenha um
crescimento de igreja ilimitado. Esta é a razão pela qual tantos pastores estão vindo para a Coréia
para estudar nossa igreja, e é a razão pela qual sou convidado para seminários em todo o mundo.
Os pastores estão perguntando: "Como posso fazer minha igreja crescer assim?"

O requisito número um para ter um crescimento real da igreja - crescimento ilimitado da


igreja - é estabelecer metas. Claro, isso pode parecer óbvio, mas o verdadeiro fator determinante
é a maneira como aplicamos esse princípio. Infelizmente, é possível estabelecer metas da maneira
errada e então se esforçar muito para exortar os líderes leigos a trazer novos membros. Algum
crescimento pode ser realizado dessa maneira, mas acabará atingindo um teto. O crescimento da
igreja de que estou falando (e nossa igreja está experimentando) não terá limites.

Quando comecei meu ministério em 1958, não sabia nada sobre o estabelecimento de
metas. Então, usei todos os tipos de truques para trazer novos membros. Eles não funcionaram.
Nos primeiros seis meses, não levei uma só alma a Jesus Cristo. Durante esse tempo, fiquei muito
frustrado, tanto que oito vezes decidi fazer as malas e deixar meu ministério. Foi apenas por meio
do incentivo de Jashil Choi, a mulher que mais tarde se tornaria minha sogra, que fui sustentado.

Então Deus me mostrou, pela intervenção do Espírito Santo, que eu deveria estabelecer
objetivos bem definidos, não apenas para construir uma igreja em crescimento, mas também para
formar uma vida pessoal de oração vitoriosa. Naquela época eu era muito, muito pobre. Eu quase
não tinha renda e estava sobrevivendo a cada mês. Constantemente, eu jejuava simplesmente
porque não tinha nada para comer.

Um dia, eu estava lendo a Bíblia quando de repente fui realmente encorajado a pedir e
esperar receber de Deus o que precisava pela fé. Até então, eu tinha aprendido na escola bíblica
apenas que podíamos pedir para sermos salvos pelo sangue de Jesus Cristo.

Naquela época as maiores necessidades da minha vida eram uma mesa, uma cadeira e uma
bicicleta. Então me ajoelhei e pedi a Deus que me desse essas três coisas e realmente orei com
grande fé. Então esperei que Deus os suprisse. Dia após dia, mês após mês, esperei, esperando.
Mas nada aconteceu.

Por fim, completamente frustrado e desanimado, clamei ao Senhor. Então Deus começou
a falar comigo. Foi a primeira vez que Deus falou comigo que eu tinha certeza de tê-lo ouvido.
Ainda não sei se foi por uma voz audível ou por uma impressão em meu espírito.

Eu sei que vi uma luz brilhante e recebi a mensagem.

Deus disse: "Meu filho, não chore. Eu ouvi sua oração e dei-lhe uma mesa, uma cadeira e
uma bicicleta."

Então eu disse: "Pai, você está brincando comigo. Não tenho mesa, cadeira ou bicicleta,
embora os espere dia após dia."

"Sim", disse Deus, "eu os dei a você potencialmente. Mas você tem me pedido isso em
termos tão vagos que não posso atender ao seu pedido. Você não sabe que há uma dúzia de tipos

73
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

de mesas, uma dúzia tipos de cadeiras e uma dúzia de tipos de bicicletas? Quais você quer? Seja
bem claro. Tenho tantos problemas com meus filhos, porque eles ficam me pedindo e pedindo,
mas eles próprios não sabem que tipo de coisa que eles querem. Faça seu pedido muito específico,
e então eu responderei. "

Então eu disse: “Pai, prove isso para mim pelas Escrituras”.

Então o Espírito me disse para abrir a Bíblia em Hebreus 11, e eu abri, começando a ler a
partir do primeiro versículo: "Agora, a fé é o fundamento das coisas que se esperam ..."

Imediatamente meus olhos pousaram nas palavras coisas. Então o Espírito me disse: "Sem
ter um objetivo bem definido das 'coisas' ou uma visão nítida dos objetos, como você pode ter
esperança? Como você tem fé?"

Então, Escritura após Escritura começou a fluir em minha mente, todas me dizendo que eu
deveria sempre ter um objetivo bem definido. Por exemplo, quando Jesus estava a caminho de
Jericó, foi abordado por um cego, Bartimeu. Jesus e todos os outros sabiam o que Bartimeu queria
- ser curado de sua cegueira. Mas Jesus fez claramente a pergunta: "'O que você quer que eu faça
por você?' E o cego disse-lhe: 'Rabboni, quero recuperar a vista!'

"E Jesus lhe disse: 'Vai; a tua fé te salvou'" (Marcos 10: 51-52, NASB).

Vez após vez, vi nas Escrituras que Jesus fazia perguntas específicas, esperando respostas
orientadas para um objetivo. E em todas as Escrituras Deus fez milagres em resposta a pedidos
claros com objetivos específicos em mente.

Então comecei a fazer um pedido específico em minha oração, descrevendo o tamanho e o


tipo de mesa que eu queria, feita de mogno filipino, com uma cadeira de estrutura de ferro com
rodízios que me permitisse rolar. Então pedi uma bicicleta de fabricação americana com câmbio
de marchas lateral. Entrei em detalhes específicos em meu pedido.

E eu acreditei! Em poucos meses, recebi todas essas coisas exatamente como havia
solicitado. Isso fez com que uma verdade tremenda despontasse sobre mim. Percebi que orava
diariamente por um avivamento, mas ainda tinha uma igreja vazia. Mesmo assim, pedi uma
mesa, uma cadeira e uma bicicleta e recebi exatamente o que pedi. Deus poderia estar mais
preocupado com uma mesa, cadeira e bicicleta do que com a salvação de almas?

Percebi que tive uma atitude errada sobre a construção da igreja, assim como tive uma
atitude errada sobre a oração. Eu havia pedido bênçãos a Deus, esperando que Ele as derramasse
sobre mim, mas as bênçãos não vieram porque eu não tinha sido específico em meus pedidos até
que pedi aquela mesa, cadeira e bicicleta. Então aprendi que Deus responderia às minhas orações
apenas por meio de meus próprios sonhos, visões e fé.

Eu sabia que Deus estava dentro de mim pelo Espírito Santo, o que significava que Ele não
traria as respostas para mim além de mim, mas essas respostas iriam borbulhar dentro de mim.

Hoje sei que a capacidade de resposta de Deus depende do tamanho do tubo em que Lhe
damos a oportunidade de trabalhar. Se o tamanho do meu tubo for pequeno, as bênçãos vão
apenas gotejar; mas se pela fé eu aumentar o tamanho daquele tubo, as bênçãos irão jorrar.

Naquela época eu tinha capacidade de acreditar por apenas 150 membros. Naquela época,
pensei que ficaria eternamente satisfeito com tantas pessoas em minha igreja. Portanto, estabeleci
uma meta muito clara de 150 membros, e anotei em um papel e coloquei na minha parede.
Também escrevi o número em outras tiras de papel e coloquei em todos os lugares, inclusive na
carteira. Para onde quer que me virasse, via o número 150. Eventualmente, fiquei completamente
saturado com ele.

Comecei a comer com 150. Dormia com o número 150 nos meus sonhos. Eu morava com
150 membros em meu coração, embora ainda não tivesse mais do que alguns membros reais em

74
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

minha congregação. Depois de um tempo, comecei a pregar como se estivesse falando para 150
pessoas e andava como um pastor que tinha 150 membros.

Antes de terminar o primeiro ano, eu tinha 150 membros! Por seis meses eu tinha lutado
sem levar uma alma a Cristo, mas no segundo semestre, quando eu tinha uma meta bem definida
e comecei a realmente acreditar, Deus respondeu minhas orações e trouxe os 150 membros.

Mas depois que eu os tive, não fiquei satisfeito com apenas 150 membros. Quem ficaria
satisfeito com esse número? Portanto, no segundo ano, estabeleci uma meta de 300 e consegui
300. No ano seguinte, estabeleci uma meta de mais 300 e, no final de 1961, tinha 600 membros.
Então mudamos a igreja para West Gate com uma meta de 3.000 membros em 1964. Foi quando
eu tive problemas, porque não estava organizado para lidar com 3.000, e desabei sob a tensão
quando o número chegou a 2.400.

Deve estar óbvio agora que ambos os princípios precisam ser aplicados à igreja se ela
pretende crescer de forma ilimitada: (1) Precisamos ter uma visão, ou objetivo, e (2) precisamos
delegar autoridade para líderes leigos estabelecendo grupos de células caseiras.

Quando nos mudamos para a Ilha Yoido e construímos a atual Igreja Central do Evangelho
Pleno, estabeleci uma meta de 30.000 membros, porque não achava que poderia pastorear com
sucesso mais do que isso. Mas quando consegui 30.000, sabia que poderia lidar com ainda mais.
Então, pedi 50.000, depois 70.000 e, no final de 1979, nossa igreja havia alcançado a meta de
100.000 membros. Esse foi um verdadeiro marco, mas ainda assim eu sabia que poderíamos lidar
com mais.

Na verdade, minha meta agora é para 500.000 membros em 1984. Posso acreditar nesse
número, porque posso compreender essa visão muito claramente. Adicionamos 50.000 membros
em 1980 e não deve ser problema adicionar mais 70.000 em 1981. Então, em 1982, adicionaremos
mais 100.000 e em 1983 adicionaremos 200.000.

Tudo isso acontece sem alarde, sem campanhas especiais de divulgação. Simplesmente
estabeleço uma meta e então peço a Deus especificamente. Eu acredito com verdadeira fé, e os
líderes de célula fazem o resto.

Sonhos e visões são o material básico com o qual o Espírito Santo trabalha. Sempre digo
que visões e sonhos são a linguagem do Espírito Santo. Se você não fala a língua, não vai produzir
nada. O Espírito Santo quer se comunicar conosco, mas se não tivermos sonhos e visões, Ele não
pode se comunicar conosco. Na Bíblia, sempre que Deus queria fazer algo por alguém, primeiro
Ele colocava visões e sonhos em seus corações. Quando Abraão tinha setenta e cinco anos, Deus
lhe deu a visão de ser o pai de muitas nações. Quando ele tinha 100 anos, Abraão estava pronto
para ter essa visão cumprida. Deus o chamou e o deixou contar as estrelas no céu, porque Ele
queria que Abraão visualizasse o número de seus filhos, que seriam "tão numerosos quanto as
estrelas do céu".

Antes de José ser vendido como escravo no Egito, Deus já havia colocado visões e sonhos
em seu coração. Por meio dessas visões e sonhos, Deus finalmente superou todas as
circunstâncias que ocorreram na vida de José, tornando-o até mesmo o primeiro ministro do
Egito.

Quando eu estava no primeiro estágio de meu trabalho pioneiro, Deus me disse para
sonhar. Quando me ajoelhei para orar, o Espírito me disse para sonhar: "Sonhe com a maior igreja
da Coréia." Eu estava em uma igreja dilapidada, mas Deus disse: "Sonhe!" A partir daí aprendi a
viver em um mundo visionário. Quando comecei a sonhar que a igreja estava lotada, as pessoas
começaram a entrar na igreja. Sem o Espírito Santo, isso seria impossível, mas o Espírito Santo
estava usando meus sonhos para trazer as pessoas.

Sonhar parece tolice para a mente racional, e eu concordaria, se sonhar é feito sem
objetivos. Mas quando você estabelece uma meta e começa a sonhar com essa meta, esse sonho
se torna criativo. O Espírito Santo usa isso para trazer o futuro ao presente!

75
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Hoje, os pastores na Coréia que têm as maiores igrejas aplicam meus princípios. Eu os
ensinei a usar os princípios de formar grupos de células caseiras, estabelecer metas e sonhar.
Exceto pela igreja presbiteriana, que é a segunda maior igreja com 36.000 membros, as maiores
igrejas são quase todas pastoreadas por aqueles que aprenderam meus princípios. Um tem 12.000
membros e outro 10.000. E sempre que estamos juntos, eu sempre digo a eles: "Continue
sonhando. Você vai crescer tanto quanto o seu sonho."

Estou constantemente vivendo em um mundo de sonhos dados por Deus. Hoje estou
vivendo com 500.000 membros dentro de mim. Esses membros potenciais são como 500.000 ovos
que estou incubando em meu espírito. Em 1984, todos esses ovos terão eclodido!

Deus pode nos preencher apenas até a nossa capacidade, e para mim, minha capacidade
realmente cresceu, por causa dessas visões e sonhos.

Terceiro, devemos acreditar. Devemos realmente acreditar que vamos conseguir o que
pedimos, o que estamos sonhando. E devemos falar a palavra de fé. Nunca, nunca devemos falar
em termos negativos ("Não posso fazer isso. Não tenho finanças. Não tenho forças"). Se
dependemos do Espírito Santo, não dependemos de nossos próprios recursos. Estamos
dependendo dos recursos de Deus.

Portanto, uma vez que temos uma meta, uma vez que sonhamos com essa meta em
realidade e estamos grávidos com a resposta à nossa oração, então devemos falar isso. Estou
constantemente falando sobre esses 500.000 membros, persuadindo-me completamente em
minha mente e em minha fé.

A quarta coisa que um pastor deve fazer para produzir o crescimento da igreja é persuadir
a congregação da realidade desse objetivo e obter algum entusiasmo. Ao falar constantemente
sobre meu objetivo e minhas visões, estou gerando entusiasmo nas pessoas e persuadindo-as de
que isso vai acontecer. Não posso construir uma grande igreja sozinho. Preciso da cooperação de
todos os membros de nossa congregação - eles unem seus corações aos meus para acreditar no
crescimento. Falo sobre a meta com meus associados e falo sobre isso com os diáconos e
diaconisas. Falo sobre isso para a associação de mulheres e para o grupo de homens. Falo sobre
isso para todos em todos os momentos possíveis. Ao falar assim, estou liberando poder, como diz
a Bíblia: "Se alguém disser a esta montanha: 'Vai, lança-te ao mar', e não duvida em teu coração,
mas acredita que o que ele diz acontecerá, assim lhe será feito”(Marcos 11:23, NVI). Se esse falar
se unir às vozes da congregação, esse poder se multiplicará.

Por último, devemos nos preparar. Muitas pessoas desejam crescer, mas nunca se
preparam para isso. Quando o crescimento começa de repente, o que eles vão fazer? Como eles
podem estar preparados para o crescimento se ainda não começaram a levantar fundos para um
edifício maior de igreja? Quando acreditamos no crescimento, e quando esse crescimento se torna
real para nós em nossos sonhos, precisamos agir como se já tivéssemos esse crescimento.

Já comecei a construção de um prédio de igreja de quinze andares próximo à atual Igreja


Central do Evangelho Pleno. O prédio custará US $ 10 milhões. O centro do edifício será aberto
até o décimo quinto andar, e todos os andares serão equipados com circuito interno de televisão
para que todos possam ver o que está acontecendo. No momento não tenho membros suficientes
para preenchê-lo, mas na minha imaginação existem tantos membros. Portanto, assumi o risco e
estou construindo.

Se eu não estivesse pronto para crescer, o que faria com todos os novos membros que virão
para a igreja conforme o avivamento ganhe proporção? Se não estiver preparado, estarei
perdendo muitos deles, porque não conseguirão encontrar lugar na igreja no domingo.

Depois que a construção for concluída, vou construir um novo complexo de igreja ao redor
e encerrando o prédio da igreja atual. Em seguida, derrubaremos as paredes do edifício interno
para uni-lo ao externo. Vou gastar outros $ 10 milhões para isso.

76
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

Também estou ampliando a Montanha de Oração para acomodar 5.000 pessoas, porque
conforme a igreja cresce, veremos mais pessoas indo para a Montanha de Oração. Lá vou gastar
outros $ 3 milhões.

Onde consigo todo o dinheiro? Deus é meu recurso. Quando construí a estrutura atual na
Ilha Yoido, comecei com um objetivo e com minhas visões e sonhos, mas tinha apenas US $ 2.500.
O custo projetado do edifício naquela época era de US $ 2 milhões. Deus me acompanhou. Agora
não é muito difícil para mim acreditar em US $ 23 milhões para esses novos projetos.

Quando as pessoas captam a visão e ficam entusiasmadas, as finanças são a última coisa
com que se preocupar. Sempre que começo um novo projeto, minha calculadora é a última coisa
que procuro. A primeira coisa que pergunto é: "É esta a vontade do Senhor?" Se sim, então:
"Temos um objetivo bem definido? Podemos conquistar esse objetivo e possuí-lo em nossas visões
e sonhos? Nós realmente acreditamos? Temos realmente o entusiasmo das pessoas?"

Se a resposta a todas essas perguntas for sim, tenho que me preparar. Essa é a hora de
pegar minha calculadora e determinar o custo. Então presumo que o dinheiro vai chegar, e sigo
em frente pela fé e caminho sobre as águas. Não vejo o vento ou as ondas; Eu apenas continuo.

Devemos mostrar ao mundo que realmente acreditamos. Se esperarmos até que o


crescimento venha, estaremos trabalhando dois ou três anos atrasados para acomodá-lo e
perderemos muitos membros ao longo do caminho. Esse tipo de ministério exige uma fé
arriscada.

Seria ridículo para uma mulher grávida dizer: "Bem, se vou dar à luz uma criança, vou
esperar até que aconteça e depois comprarei algumas roupas de bebê e um berço." Haveria algo
faltando em tal mulher.

É exatamente a mesma coisa quando estamos gerando o crescimento da igreja. Acontece


porque aquela igreja em crescimento está dentro de nós. Estamos grávidos disso, pelo poder do
Espírito Santo. Só assim nascerá. A igreja não vai apenas ser construída, ela vai nascer. O que
estou fazendo em nossa igreja em Seul é construir um presépio maior. Eu quero estar pronto.

Para um ministro que está interessado no crescimento da igreja - o verdadeiro crescimento


da igreja - esse tipo de pensamento é um negócio que dura vinte e quatro horas por dia. Não é
algo que é relegado ao domingo ou a algumas reuniões. Está grávida dentro do pastor. Fazer uma
igreja crescer (ou dar à luz a uma igreja) dessa maneira pode ser feito em qualquer lugar, e o
ministro nem mesmo precisa estar na igreja o tempo todo para que isso aconteça. Ele pode estar
a 1.600 quilômetros de distância ou mais, e ainda assim continuará. Muitas vezes estou a milhares
de quilômetros de casa e viajo para o exterior até seis meses por ano. Mas o crescimento de nossa
igreja não depende da minha presença física. Depende da capacidade dos meus sonhos e da
minha fé - onde quer que eu esteja.

Com tal capacidade e fé, um ministro pode construir esse tipo de igreja em qualquer lugar.
Pode ser em Nova York, em Los Angeles, Nova Orleans ou Dallas. Pessoas que estudaram comigo
iniciaram igrejas em todo o mundo seguindo esses princípios, incluindo cinquenta nos Estados
Unidos, dez na Europa e três no Japão. Cada um deles tornou-se autossustentável em seis meses,
e muitos deles já estão enviando missionários. A visão tradicional do trabalho missionário
considera isso impossível. Mas meus discípulos provaram que isso pode ser feito - até mesmo em
Bangkok, que é uma área muito pobre.

Hoje os pagãos não estão mais em alguma selva distante. Vivemos em um mundo muito
pequeno por causa do avião a jato. Em trinta horas, podemos chegar a qualquer lugar do globo.

E os países "pagãos" não estão mais "lá fora". Existem pagãos por toda parte. Existem
pagãos nos Estados Unidos, pagãos na Europa e pagãos na Coréia e no Japão. Todos nós vivemos
em um mundo pagão que precisa ouvir o evangelho de Jesus Cristo.

Isso é totalmente oposto à visão tradicional de missões, que vê apenas o mundo pagão
como um lugar distante, necessitando que missionários ocidentais saiam pregando o evangelho,

77
GRUPOS CASEIROS DE SUCESSO

apoiados por suas igrejas domésticas. Quando mudamos essa perspectiva do trabalho
missionário e olhamos do ponto de vista dos pagãos, vemos esses missionários como uma fonte
de riqueza, porque eles trarão dinheiro. Isso é o que muitos pagãos veem - dinheiro e
oportunidade. Mas muito raramente eles veem e entendem o evangelho.

É por isso que não dou dinheiro a meus missionários para dar aos pagãos. Eu dou apoio
por seis meses, e depois disso eles estão por conta própria. Eu digo a eles: "Estou enviando você
para dar-lhes o evangelho, e apenas o evangelho. Não dê a eles a impressão de que você está
trazendo riquezas. Você só pode ajudá-los genuinamente dando-lhes o evangelho. Não se
preocupe com o dinheiro. Essas coisas vão cuidar de si mesmas. "

Quando as pessoas dizem que não podem se tornar missionárias porque não têm dinheiro,
elas têm uma ideia falsa sobre a capacidade de Deus prover. Comecei meu ministério totalmente
falido em uma igreja dilapidada, mas nunca dependi de nenhum missionário estrangeiro para
me sustentar. Evitei propositalmente receber qualquer ajuda financeira estrangeira. Desde então,
doei dezenas de milhares de dólares para o trabalho missionário no exterior, inclusive nos
Estados Unidos e na Europa.

Deus deve ser nosso recurso total. Se dependermos de qualquer outra fonte, não teremos
ninguém a quem recorrer quando vier a escassez. Decidi fazer de Deus meu recurso total, e Ele
nunca me falhou. Em vinte e três anos, construí três igrejas e Deus supriu todas as minhas
necessidades.

Agora, nossa igreja enviou setenta e cinco missionários por todo o mundo, e eles
aprenderam a mesma lição. Deus suprirá todas as nossas necessidades quando dependermos
Dele como nosso recurso total.

Portanto, todos nós devemos ser encorajados que o crescimento da igreja é possível se
seguirmos os princípios que relatei neste livro. O crescimento da igreja vem pelo Espírito Santo,
pela Palavra de Deus e pelos pastores da fé. Usando o sistema de grupos de células caseiras,
podemos construir uma igreja em qualquer lugar.

78

Você também pode gostar