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RESUMO
O presente artigo tem como objetivo analisar a politica externa russa no período
que compreende os anos em que Vladimir Putin comanda-a. A divisão do trabalho
será estabelecida em: primeira parte, que caracterizará o personagem em questão, a
segunda parte, que mostrará o funcionamento da política externa e abordará os
principais objetivos russos e a terceira parte, que discorrerá as perspectivas da política
externa russa para os próximos anos.
No final dos anos 90, quando Boris Yeltsin tinha em mente a sua renúncia,
começou a discutir com seus assessores um nome para sucedê-lo, essa pessoa que
iria liderar a Rússia, deveria ser alguém com as características já citadas, nesse
sentido, Valentin Yumashev1, um dos principais assessores de Yeltsin, sugeriu o nome
de Vladimir Putin, ex-agente da KGB e formato em direito, seu nome ganhou
relevância e em 9 de agosto de 1999, assumiu como Primeiro Ministro da Rússia. A
renúncia de Yeltsin veio em dezembro, assim, Vladimir Putin tornou-se presidente
interino do país, alguns meses mais tarde, venceu a votação presidencial e nunca
mais saiu da governança do país, solidificando um sistema que o favorece e tornou a
Rússia cada vez mais autoritário.
O mandato atual de Putin vai até o ano de 2024, ele conseguiu uma aprovação
no congresso, que permite ele concorrer mais duas vezes, podendo ficar na liderança
russa até 20362. As eleições de 2018, foram marcadas pela proibição de Aleksei
Navalny a concorrer pela presidência. Navalny é um dos maiores críticos do Kremlin
e responsável por campanhas contra a corrupção3. Além dessa polêmica, Putin
recebeu 76,6% dos votos, mostrando popularidade e aceitação entre a população. Em
seu primeiro mandato, Putin deixará claro suas intenções, ao escrever seu manifesto,
ele cita que a o povo russo precisa se unir, através dos valores tradicionais russos,
além disso, invoca a crença da grandeza russa e que o país, no século XXI, deve ser
soberano e influente, buscando o equilíbrio de forças econômicas, militares e da
civilização4.
Houve outro atentado marcante no período, que foi resolvido da mesma forma
pelo Kremlin, mostrando força e sem negociar com terroristas. Foi o caso da Cerco da
Escola de Beslan, entre 1 e 3 de setembro de 2004, um grupo dos mesmos moldes
que atacaram o teatro de Dubrovka, islâmicos chechenos que queriam a retirada dos
russos da Chechenia, invadiram uma escola na cidade de Beslan, e fizeram 1200
reféns, a maioria crianças. As forças militares utilizaram explosivos, tanques de
guerra, foguetes, entre outras armas pesadas para invadir o prédio. Estimasse que
mais de 400 pessoas foram mortas, sendo quase 200 crianças7.
O sistema eleitoral russo não permite um terceiro mandato, diante desse impasse
constitucional, a manobra realizada por Putin para se manter no governo foi dar apoio
a candidatura de Dmitri Medvedev para presidência. Medvedev, fiel braço direito de
Putin, conseguiu se eleger e no mesmo dia da sua posse, escolheu Putin para ser 1°
Ministro. Posteriormente, Medvedev seria 1° Ministro de Putin no período de 2012 a
2020, saindo de forma inesperada depois que Putin propôs mudanças que podem
permitir aumentar seu mandato8. As principais ações do governo nessa época foram
na Guerra da Ossétia do Sul e na tentativa de contornar a crise mundial de 2008.
Com objetivo de expandir o território russo, Putin não mediu esforços para alcançar
essas metas. Na virada do milênio, há a Segunda Guerra da Chechênia, onde
separatistas proclamam independência de Moscou, sabendo da importância
geopolítica da região, onde, com o controle da Chechênia, a Rússia impediria o
controle ocidental ao petróleo do Cáspio, Putin nega os pedidos de cessar fogo e suas
tropas conseguem controlar novamente a região11. O controle de recursos como
petróleo e gás, deram a Putin uma grande capacidade de coerção, países como
Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Eslováquia, Romênia, Bulgária e
Turquia apresentavam completa dependência do gás russo. A França, a Alemanha e
a Itália, países de alta industrialização, apresentavam 24%, 43% e 31%
respectivamente12.
Para contornar a situação, Putin aumentou o preço do gás, que era vendido
anteriormente a baixo do preço, mas a Ucrânia não aceitou e em 2006, a Rússia cortou
o abastecimento ao país, em pleno inverno. Sendo a Ucrânia a principal rota por onde
passam os gasodutos que abastecem o resto da Europa, o restante do continente teve
seu suprimento de gás cortado por tabela. Putin ainda culpou os ucranianos de
roubarem o gás que era destinado ao continente. Essa ação de Putin na Ucrânia
serviu para efetivar um controle na Ucrânia, na Georgia e na Bielorrússia, podendo
assim ter o controle dos países que estão a sua volta.
Outro embate ocorrido entre Ucrânia e Rússia foi em 2014, quando a Crimeia,
região autônoma na Ucrânia, foi dominada por Sergei Axionov, comandante militar
junto com separatistas pró Rússia e assinaram a adesão da Crimeia na Rússia. O
governo ucraniano considerou isso ilegal, e os conflitos começara. Putin enviou tropas
para a Crimeia, mais ou menos 30 mil homens, que dominaram a região.
Esses movimentos da OTAN, foram utilizados por Putin para aumentar o poderio
bélico russo, usando como justificativa um possível ataque. Apesar de negar uma
nova “corrida armamentista”, Putin frequentemente ataca a OTAN com suas falas e
apresenta armas “invencíveis” e de “alcance ilimitado14”, além de elevar o orçamento
militar, principalmente com artigos para defesa.
3. CONCLUSÃO
REFERÊNCIA
15. BBC. POR QUE OS SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA DOS EUA ACHAM QUEA A
RÚSSIA INTERFERIU NA ELEIÇÃO DE TRUMP. 2017. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-38525951. Acessado em: 04/11/2020;
16. G1. APÓS 20 ANOS NO PODER, VLADIMIR PUTIN DIZ QUE NÃO É CZAR.
2020. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/03/19/apos-20-anos-
no-poder-vladimir-putin-diz-que-nao-e-czar.ghtml. Acessado em: 04/11/2020;