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Universidade Federal do Pará


Núcleo de Desenvolvimento Amazônico e Engenharia
Pós-Graduação em Engenharia de Infraestrutura e Desenvolvimento Energético

Seleção de Bombas Funcionando como Turbinas

Juliana Garcia Gaia

TUCURUÍ/2017
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1. Introdução
1.1 Bombas funcionando como Turbinas
Quando se trata de uma máquina hidráulica, pode-se dizer que existem as máquinas
motoras e as geradoras. Nesse contexto, uma máquina de fluxo, operando como máquina
motriz, tem como objetivo transformar um tipo de energia disponível na natureza em trabalho
mecânico, e, quando opera como máquina geratriz, proporciona energia a um fluido, tendo
como exemplo o transporte do fluido de um local para outro. Portanto, quando uma máquina
de fluxo trabalha como motriz, é designada de turbina e, quando trabalha como geratriz, de
bomba. A figura 1 faz uma comparação entre esses tipos de máquinas de fluxo.

Figura 1 - Analogia entre bomba (pump) e turbina (turbine). Fonte: CHAPALLAZ et al., 1992.

Para que a bomba exerça o trabalho como turbina é fundamental a modificação do


sentido do fluxo do fluido, na qual o resultado é a alteração da rotação do rotor, sendo esta
invertida. Todavia, para que o rendimento da bomba funcionando como turbina (BFT) seja
igual àquele da bomba funcionando como bomba (BFB), é essencial que a altura e a vazão da
BFT sejam maiores que as da BFB, para a mesma rotação, (VIANA, 1987). No intuito de
compensar as perdas internas da máquina, é fundamental que haja estes aumentos com o
intuito de se compensar as perdas internas da máquina, devido à inversão do fluxo. Como
resultado disso tem-se o aumento da potência de eixo quando a máquina estiver operando
como turbina.

1.2 Vantagens e desvantagens


Vantagens e desvantagens no uso de BFTs são mencionadas por diversos autores.
Chapallaz et al. (1992) enumera as mais importantes. Do ponto de vista econômico, as
bombas são muito mais baratas que turbinas em virtude da demanda do seu mercado
consumidor, tendo como resultado uma produção em grandes quantidades, situação que não
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ocorre com as turbinas. Já com relação à disponibilidade, tanto as bombas em si quanto suas
peças de reposição são mais fáceis de encontrar quando comparadas às turbinas. Se tratando
da construção, as bombas são descomplicadas e resistentes, portanto não demandam mão de
obra especializada para realizar suas manutenções. Também oferecem um esquema simples de
instalação, facilitando sua implantação para pequenas potências. Além disso, bombas e
motores podem ser obtidos concomitantemente, já que, analogamente às BFTs, motores de
indução podem operar como geradores, propiciando a formação de um grupo gerador integral
e sendo mais eficientes na redução de perdas do que os grupos geradores tradicionais.
No entanto, como bombas não são fabricadas particularmente para geração de energia,
sendo esta uma operação em reverso, existem alguns inconvenientes no momento em que
estas são usadas como turbinas, sendo estes: rendimento inferior se comparado às turbinas
convencionais; não possui dispositivo de controle hidráulico incorporado, chamado
distribuidor, fazendo com que o equipamento funcione apenas com potência constante, sendo
uma consequência disso a impossibilidade de alteração de carga como uma turbina
convencional. Apesar disto, estas desvantagens podem ser minimizadas se a bomba for
corretamente selecionada em função das características do sistema e ponderada a sua
utilização em termos de eficiência (Chapallaz et al, 1992).

2. Métodos de seleção da BFT


Uma vez que a altura e a vazão de BFT são superiores com relação à BFB, foi
imprescindível o desenvolvimento de métodos para selecionar as bombas que vão funcionar
como turbinas, com o objetivo de padronizar a seleção desses equipamentos.
Dois trabalhos que merecem atenção são os desenvolvidos por Viana, no Brasil e por
Chapallaz, na Europa. No trabalho produzido por Viana (1987), os ensaios foram executados
em bombas de fabricantes nacionais, tendo como resultados alcançados destes ensaios os
coeficientes obtidos experimentalmente, que relacionam a altura e a vazão da BFT e da BFB
em função da rotação específica da bomba, sendo designados coeficientes de altura e de
vazão. O método desenvolvido por Chapallaz (1992), é similar ao de Viana, visto que
Chapallaz também realizou ensaios em diversas bombas e levantou coeficientes experimentais
de altura e de vazão em função da rotação específica da bomba. Todavia, os métodos diferem
pelo fato de Viana utilizar o rendimento da bomba retirado do registro catalogado do
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fabricante, já Chapallaz emprega o rendimento da bomba nas curvas utilizadas na


determinação dos coeficientes.
Em vista disso, a partir de dados de altura e vazão disponíveis, e na rotação específica,
torna-se realizável selecionar uma bomba para operar como turbina através dos métodos
propostos.

2.1 Método de Viana (1987)


Neste método, pretende-se definir a altura e a vazão, para operar em reverso, de
bombas comerciais, por meio do uso dos coeficientes obtidos experimentalmente por Viana
(1987), Kittredge (1961) e Buse (1981), que estão conectados com a rotação específica nqA
da BFT. Para isso, precisa-se da altura e vazão da bomba, que são dadas pelas equações (1) e
(2):
H b=c H . H t (1)
Qb=cQ . Qt (2)
Onde:
H b - altura da bomba que será utilizada como turbina [m];
c H - coeficiente de altura de Viana [1];
H t - altura disponível no aproveitamento (da BFT) [m];
Qb - vazão da bomba que será utilizada como turbina [m³/s];
c Q - coeficiente de vazão de Viana [1];
Qt - vazão disponível no aproveitamento (BFT) [m3/s].
De posse destes dados e da rotação da BFT, que deve ser 1800 ou 3600rpm,
determina-se a rotação específica da máquina por intermédio da equação (3):
nt . √Q t
nqA = 3 /4
.103 (3)
(g . Ht)
Onde:
nqA - rotação específica da bomba ou da BFT no Sistema Internacional [1];
nt - rotação da BFT [rps];
Qt - vazão da BFT [m3/s];
g - aceleração da gravidade [m/s2];
H t - altura da BFT [m].
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Com os dados da rotação específica determinados, define-se então os coeficientes de


altura e vazão com base na figura 2 (VIANA,1987) que utilizam bombas com rotação
específica até 200, quer dizer, rotores radiais ou centrífugos.

Figura 2 - Coeficientes de Viana. Fonte: VIANA, 1987.

Estabelecidos os coeficientes e com os dados disponíveis da altura e da vazão no


aproveitamento energético, o próximo passo é executar-se então o cálculo da altura e a vazão
da bomba, por meio das equações (1) e (2). É importante, contudo, colocar em evidência que,
os catálogos dos fabricantes não contemplam as rotações de 1800 e 3600rpm que são as
velocidades síncronas dos motores de indução, em razão de as bombas trabalharem abaixo
dessas rotações, conforme a velocidade dos motores assíncronos, em que suas rotações ficam
em volta de 1750 e 3500rpm. Porém é imprescindível a elaboração de um ajuste na altura e na
vazão da bomba com a intenção de se considerar a rotação encontrada nos catálogos. Isto
pode ser feito, com boas aproximações, utilizando-se as Leis de Semelhança, através das
equações (4) e (5).
n ob 2
H ob=( ) . H b (4)
nb
n ob
Q ob=( ). Q b (5)
nb

Onde:
H ob - altura referente à velocidade nominal da bomba encontrada no catálogo do fabricante
[m];
6

nob - velocidade nominal da bomba encontrada no catálogo do fabricante [rpm];


nb - velocidade da bomba [1800rpm ou 3600rpm];
H b - altura referente às velocidades de 1800rpm ou 3600rpm [m];
Qob - vazão referente à velocidade nominal da bomba encontrada no catálogo do fabricante
[m³/s];
Qb - vazão referente às velocidades de 1800 ou 3600rpm [m3/s].

Após cumpridos os procedimentos desta metodologia, seleciona-se a bomba, por meio


dos catálogos de fabricantes, que disponibiliza o melhor rendimento possível, que, para a
turbina será o mesmo da bomba, na mesma rotação.
Entretanto, para se evitar os efeitos indesejados da cavitação às máquinas de fluxo que
nada mais é que é a deterioração dos elementos mecânicos em contato com a água, o que
reproduz uma gradual queda do rendimento da máquina ao longo do tempo. Para isso é
essencial a determinação correta da altura geométrica de sucção sentido de se prevenir tal
efeito indesejável. Para isso, utiliza-se a equação (6) apresentada no trabalho de Viana:
−4 2
H s=10−0,00122. A−0,025(1+10 . nqAt ) . H t (6)
Onde:
H s - altura geométrica de sucção [m];
A - altitude local [m];
nqAt rotação específica da BFT no Sistema Internacional [1];
Ht - altura da BFT.

2.2 Método de Chapallaz (1992)


Neste método, a altura e a vazão da bomba podem ser determinadas através das equações (7) e
(8):
Ht
H b= (7)
cH
Qt
Q b= (8)
cQ
Onde:
H b - altura da bomba que será utilizada como turbina [m];
H t - altura disponível no aproveitamento (da BFT) [m];
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c H - coeficiente de altura de Chapallaz [1];


Qb - vazão da bomba que será utilizada como turbina [m];
Qt - vazão disponível no aproveitamento (da BFT) [m3/s];
c Q - coeficiente de vazão de Chapallaz [1].

É apresentada na figura 3 a faixa de vazão e altura das bombas que poderão ser
utilizadas como turbinas, incluindo a potência hidráulica na faixa de 1kW até 1000kW,
divergindo de (VIANA, 1987) que delimita a potência em 50kW, que equivale à potência de
uma microcentral hidroelétrica. Respaldando-se na altura e na vazão disponíveis no
aproveitamento, seleciona-se o tipo de bomba a ser utilizado, através da figura 3. De maneira
distinta do método que por (VIANA, 1987) foi apresentado, (CHAPALLAZ et al, 1992)
apresentam resultados desde as bombas radiais ou centrífugas, mistas e axiais de maneira a
englobar toda a região de rotação específica. Consideram, além disso, as bombas de vários
estágios e as de rotor gêmeo ou duplo.

Figura 3 - Pré-seleção da BFT, (CHAPALLAZ et al, 1992).

Após o tipo de bomba ser escolhido, calcula-se a rotação específica da BFT através da
equação (9).
n t . √ Qt
nqt = (9)
( H t )3 / 4

Onde:
nqt - rotação específica da BFT no Sistema Técnico;
8

nt - rotação da BFT [rps];


Qt - vazão da BFT [m3/s];
H t - altura da BFT [m].

Pode-se notar que este método possui outra disparidade com relação ao Método de
Viana, que se baseia no cálculo da rotação específica da bomba, fundamentando-se na rotação
específica da BFT. A equação (10), obtida experimentalmente, possibilita essa operação.
nqt
nqb= (10)
0,89
Onde:
nqb - rotação específica da bomba;
nqt - rotação específica da BFT, calculada de acordo com a equação (9).

Seguidamente, a vazão da bomba é estabelecida por intermédio da equação (11), que


oferece uma boa aproximação para fins práticos.
Qt
Q b= (11)
1,3
Qb - vazão da bomba [m³/s];
Qt - vazão da BFT [m³/s].

O coeficiente 1,3 é chamado de fator de conversão médio, (CHAPALLAZ et al, 1992).


É possível determinar o rendimento da bomba usando como base a rotação específica e a
vazão da bomba, obtidos através da figura 4. Todavia, é de grande importância deixar
evidente que esta equação é apenas uma estimativa da vazão da bomba (CHAPALLAZ et al,
1992), para que seja feita uma pré-seleção da máquina. Esta estimativa da vazão será útil na
determinação do rendimento da bomba.
9

Figura 4 - Máximo rendimento da bomba em função da rotação específica e da vazão, adaptado de


(CHAPALLAZ et al, 1992)

Conhecendo-se a rotação específica e o rendimento da bomba, que será igual ao da


BFT, determinam-se os coeficientes de altura e vazão através das figuras 5 e 6.

Figura 5 - Coeficientes de altura de Chapallaz. Fonte: adaptado de CHAPALLAZ et al., 1992


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Figura 6 - Coeficientes de vazão de Chapallaz. Fonte: adaptado de CHAPALLAZ et al., 1992.

Do mesmo modo que o Método de Viana, determinados os coeficientes e,


conhecendo-se a altura e a vazão do aproveitamento e calcula-se a altura e a vazão da bomba,
através das equações (7) e (8) e utilizando as Leis de Semelhança é possível adequar-se a
rotação e seleciona-se a bomba que proporciona o rendimento mais favorável possível, nos
catálogos dos fabricantes.
A cavitação, de maneira semelhante ao Método de Viana, também é indesejável,
portanto a altura geométrica de sucção também pode ser calculada segundo a equação (12),
proposta no trabalho de (CHAPALLAZ et al, 1992).
H s=σ s . H t (12)
Onde:
H s - altura geométrica de sucção [m];
σ s - coeficiente de cavitação de Thoma [1];
H t - altura da BFT [m].
O coeficiente de cavitação de Thoma pode ser determinado através da figura 7, que
permite a determinação do coeficiente de cavitação de Thoma para bombas (curva preta),
BFT.s (região amarela), turbinas Francis (curva vermelha) e Kaplan (curva azul). Percebe-se
que existe uma confusão na determinação do coeficiente para as BFT.s. Visto que existe uma
semelhança entre o rotor de uma bomba e um rotor Francis lento (NOGUEIRA, 1990),
recomenda-se utilizar a curva para as turbinas Francis no cálculo do coeficiente de Thoma
para BFTs.
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Figura 7 . Coeficiente de cavitação de Thoma, adaptado de (CHAPALLAZ et al, 1992).

2.3 Comparação entre o Método de Viana (1987) e Método de Chapallaz (1992)


As diferenças teóricas entre as metodologias de seleção de BFTs aqui apresentadas são
significativas, por isso, com a finalidade de apresentar uma melhor assimilação dessas
diferenças tal qual a estimativa de sua influência sobre o resultado de um processo de seleção
de BFT, é demonstrado a seguir um exemplo numérico de aplicação dos métodos de Viana
(1987) e Chapallaz (1992). Para tal, é sugerido um aproveitamento hidrelétrico fictício com os
seguintes parâmetros de projeto:
• H t=20m
• Qt =0,100 m3 / s
• nt =1800 rpm(30 rps)
Iniciando pelo Método de Viana, portanto, através da equação (3), tem-se o valor da
rotação específica, que será:
nt . √Q t
nqA = .103 (3)
( g . H t )3 /4
30 . √0,100
nqA = 3 /4
.103 nqA =180,9660
(9,81 .20)
A partir do valor da rotação específica, pode-se encontrar os valores dos coeficientes
de altura e vazão, respectivamente, através da figura 2, sendo então estes coeficientes
encontrados como na figura 8:
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Figura 8 – Encontrando os Coeficientes de Viana através da rotação específica. Fonte: VIANA, 1987
(ADAPTADO).
c H = 0,71
c Q = 0,60
Por conseguinte, a altura e a vazão da bomba podem ser encontradas, nessa ordem,
pelas equações (1) e (2):
H b=c H . H t (1)
H b=0,74 . 20=14,2m
Qb=cQ . Qt (2)
3
Qb=0,60 . 0,100=0,06 m / s
Pelo fato de os valores encontrados para altura e vazão através das equações (1) e (2)
referirem-se à rotação de 1800 rpm, deve-se ser ajustadas para rotação encontrada no catálogo
do fabricante, presumindo que esta seja 1750 rpm, mediante o uso das equações (4) e (5):
2
n ob
H ob=( ) . H b (4)
nb
2
1750
H ob=( ) .14,2=13,48 m
1800
n ob
Qob=( ). Q b (5)
nb
1750
Qob=( ). 0,06=0,0583m3 / s
1800
Assim sendo, a fim de selecionar-se a bomba com melhor rendimento no catálogo do
fabricante, usa-se os dados da altura e da vazão da bomba calculados através das equações (4)
e (5).
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Com o propósito de comparar os dois métodos, deve agora então utilizar os mesmos
dados de altura, vazão e rotação da bomba, para fazer-se uso do Método de Chapallaz e então
realizar a seleção da bomba a ser utilizada, ou seja:
• H t=20m
• Qt =0,100 m3 / s
• nt =1800 rpm(30 rps)
Desta maneira, através da figura 3 constata-se que a bomba deverá ser do tipo mista,
como indicado na figura 9:

Figura 9 – Indicação do tipo de bomba através da pré-seleção da BFT com os valores de vazão e altura,
(CHAPALLAZ et al, 1992 (ADAPTADO).

Após isso, sendo determinado o tipo de bomba e assumindo a rotação da bomba igual
à 1800rpm, calcula-se a rotação específica da BFT, através da equação (9).
n t . √ Qt
nqt = (9)
( H t )3 / 4
1800 . √ 0,100
nqt = =60,18
(20)3 / 4
Em seguida, deve-se determinar a rotação específica da bomba utilizando a equação
(10):
nqt
nqb= (10)
0,89
60,18
nqb= =67,62
0,89
Em seguida, tem-se a estimativa da vazão da bomba estabelecida através da equação
(11):
14

Qt
Q b= (11)
1,3
0,100
Q b= =0,0769 m3 /s
1,3
Fundamentado nos dados de rotação específica e vazão da bomba, seu rendimento
pode ser estipulado através da figura 4, como demonstrado na figura 10:

Figura 10 – Demonstração do máximo rendimento da bomba em função da rotação específica e da


vazão encontradas, adaptado de (CHAPALLAZ et al, 1992).
nb =0,82
Com os dados de rendimento da bomba e rotação específica, pode-se determinar os
coeficientes de altura e vazão através das figuras 5 e 6, como denotado nas figuras 11 e 12:

Figura 11 - Coeficiente de altura de Chapallaz utilizando a rotação específica e rendimento da bomba


encontrados. Fonte: adaptado de CHAPALLAZ et al., 1992.
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Figura 12 - Coeficiente de vazão de Chapallaz utilizando a rotação específica e rendimento da bomba


encontrados.. Fonte: adaptado de CHAPALLAZ et al., 1992.

c H =1,35
c Q=1,30

Em seguida, considerando a rotação de 1800 rpm, a altura e vazão da bomba podem ser
calculadas por meio das equações (7) e (8):
Ht
H b= (7)
cH
20
H b= =14,81m
1,35
Qt
Q b= (8)
cQ
0,100
Q b= =0,0769 m3 /s
1,30
Mas, assim como no Método de Viana, deve-se ajustar esses valores de altura e vazão
da bomba com a rotação fornecida pelo fabricante, e, supondo que seja 1750 rpm, tem-se,
através das equações (4) e (5):
2
n ob
H ob=( ) . H b (4)
nb

1750 2
H ob=( ) .14,81=13,99 m
1800
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n ob
Qob=( ). Q b (5)
nb
1750 3
Qob=( ). 0,0769=0,0747 m /s
1800

Verifica-se então, através da tabela 1, que os resultados entre os dois métodos são
muito próximos quando se trata dos valores de altura e vazão.

Tabela 1 – Comparação entre os Métodos Viana e Chapallaz

Método nqA nqt nqb H ob [ m] Qob [ m³ / s ]


Viana 180,96 - - 13,48 0,0583
Chapallaz - 60,18 67,62 13,99 0,0747

3. Conclusão
Por se tratar de uma comparação teórica, não se pode afirmar qual dos métodos
apresentaria resultados mais condizentes com o comportamento real da BFT na situação
proposta. Conclui-se então que, apesar de conduzirem a resultados números similares, os
diferentes métodos para seleção de BFTs trazem consigo uma carga de dubiedade que deve
ser considerada no momento do projeto. Em conformidade do seu caráter empírico, e do fato
de considerarem a influência da geometria do rotor, aconselha-se a utilização dos métodos de
Viana e Chapallaz para seleções reais de BFTs.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAPALLAZ, J. M.; EICHENBERGER, P.; FISCHER, G.; Manual on Pumps Used as


Turbines; MHPG Series; Vol. 11; Friedr. Vieweg & Sohn Verlagsgesellschaft mbH; Germany,
1992.
NOGUEIRA, F. J. H.; Bombas Centrífugas Funcionando como Turbinas. Trabalho de
Pesquisa; Departamento de Mecânica; EFEI; Itajubá, Março, 1990.
VIANA, A.N.C.; Comportamento de Bombas Centrífugas Funcionando como Turbinas
Hidráulicas; Dissertação de Mestrado; EFEI; Itajubá; Dezembro, 1987.
VIANA, A.N.C.; Bombas de Fluxo Operando como Turbinas . Por Que Usá-las? PCH
Notícias & SHP News; Ano 4; Num. 12; CERPCH; Itajubá; Nov.-Dez.-Jan.; 2002.
VIANA, A. N. C. Bombas Funcionando como Turbina. Rio de Janeiro, Synergia Editora,
2012.

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