UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CURSO DE LICENCIATURA INTERDISCIPLINAR EM

CIÊNCIAS NATURAIS/QUÍMICA
CAMPUS GRAJAÚ

BIOLOGIA GERAL

Padrões e Processos Evolucionistas

Profª MsC. Suellen Azevedo

Grajaú
2016
EVOLUÇÃO
De Lamarck ao Neodarwinismo
I. Teoria de Lamarck:

1. Base:

Uso e desuso dos órgãos:

. Uso – desenvolvimento
. Desuso – atrofia

Transmissão dos caracteres adquiridos:

. Transmitidas aos descendentes

Jean Baptiste Lamarck (1744-1829)

2. Exemplo: Crescimento do pescoço das girafas.
. Forçavam o pescoço para alcançar as folhas nas árvores.
. Crescimento do pescoço e transmissão aos descendentes.
3. Falha:
Os caracteres adquiridos não são transmitidas aos descendentes.

Tribo Mursi na África – as crianças não nascem com este pecoço longo.
. Weissman – Experimento provando que as características adqui-
ridas não eram transmitidas aos descendentes (corte das cau
– das dos ratos) 1868 a 1876.

4. Contribuição:
. Adaptação dos seres vivos ao meio em que vivem.
II. Teoria de Darwin:

1. Histórico:
. Objetivo da viagem: levantamento
cartográfico da América do Sul a
bordo do navio H.M.S. Beagle.

Viagem ao redor do mundo (1832 a 1837) Charles Darwin (1809-1882)

• O navio utilizado tinha o nome de HMS Beagle, em
referência à raça de cães.
• A rota do Beagle começou na Inglaterra no dia 10 de
fevereiro de 1831 e teve cerca de 20 paradas.
• No Rio de Janeiro, o naturalista oficial não quis mais seguir
viagem, então Darwin, com apenas 22 anos, assumiu o
cargo.
• Como isso, ele pode coletar amostras, pesquisar e conversar
com as pessoas nativas para obter todas as informações
sobre os locais que passava. Durante a viagem Darwin
conseguiu coletar 1.529 espécies fósseis, 3.907 espécimes
preservados e um diário de 770 páginas no qual registrava
tudo que observava.
 O roteiro do Beagle:

. Inglaterra: 27/12/1831. . Ilhas Galápagos: 15/09/1835.

. Salvador (Brasil): 29/02/1832. . Nova Zelândia: 19/12/1835.
. Patagônia (Argentina): 01/12/1832. . África do Sul: 31/05/1836.
. Falmouth (Inglaterra): 02/10/1836.
 Arquipélago dos Galápagos:

Cada uma dessas ilhas apresentava um tipo particular de fauna

e flora – iguanas marinhas e jabutis gigantes.
• Três observações constituem o ponto de partida para Darwin
começar a pensar na Teoria da Evolução: fósseis encontrados
na Patagônia, a distribuição geográfica da Ema e a
diversidade da vida animal no Arquipélago de Galápagos.
• Até então, acreditava-se que as espécies eram imutáveis.
• Ele observou que às vezes era possível encontrar uma
concha do mar no alto de uma montanha.
Explicação para a fauna/flora de Galápagos:
. Formação através de erupção a 800 Km do continente.
. Plantas e animais vieram da América do Sul (daí a semelhança).
. Pássaros voando.
. Sementes através do vento.
. Répteis em madeiras flutuando (1 a 2 semanas).
. Sem anfíbios e mamíferos – não suportariam a travessia.
. Seleção das espécies mais adaptadas as diferentes ilhas.
 As diferentes espécies de tentilhões (bicos adaptados à alimentação)

Insetos nas folhas

Néctar e flores de cactos

Retirar
insetos de árvores
Duas espécies de tentilhões (Fringillidae) diferentes devido a
irradiação adaptativa.
• A dúvida de Darwin foi: o que mantinha o equilíbrio estável
de uma população?

• Então observou que nas populações existe competição - pelo

ambiente, alimento, abrigo e uma série de outras coisas - e o
indivíduo que apresenta variação vantajosa sobrevive e se
reproduz, já aquele que não apresenta as características
necessárias a própria natureza extingue. Foi assim que surgiu
o conceito de seleção natural.
 A obra de Darwin: “A origem das espécies”

. Charles Darwin e Alfred Wallace formularam teorias semelhantes.

. Apresentação na reunião da Linnean Society of London (1859).
. Publicação da obra a origem das espécies (1859).

Quando foi lançado, em poucas horas todos os exemplares se esgotaram.

2. Base:

Seleção natural: os mais aptos são selecionados pelo ambiente

e deixam muitos descendentes; os menos aptos são eliminados
através da competição.
Características dos padrões inatos de
comportamento
- Deflagrados por estímulos específicos
- Típicos da espécie
- Respostas motoras estereotipadas
- Apresentam valor adaptativo
- Não dependem de aprendizagem
- Explorado por outras espécies
COMPORTAMENTO REFLEXO COMPORTAMENTO DE TAXIA

Estímulo: Luz
Estímulo: Irritação cutânea Comportamento: orientação para
Resposta: ato de coçar longe ou próximo
a fonte de estimulo
Qual é a vantagem do comportamento não
precisar se aprendido?
 Reação rápida aos
estímulos ambientais,
especialmente aquelas que
Exigem:
a) Defesa anti-predatória
b) Cuidar da prole
c)Reconhecimento de
parceiros e rituais sexuais
d) Construção de ninho
e)Locomoção e orientação
(migração em urgência )
FORMAS DE APRENDIZAGEM

• - Habituação e Sensibilização
• - Aperfeiçoamento de tarefas motoras
• - Estampagem (Imprinting)
• - Condicionamento clássico e operante
• - Reconhecimento/ Discriminação
• - Imitação
• - Transmissão Cultural
• - Solução de problemas (não previstos ou previsíveis)
COMPORTAMENTO SOCIAL
VANTAGENS DE SOCIALIDADE

• Defesa contra predadores (Bois Almiscarados)

• Reprodução
• Cuidado parental
• Oportunidade de ajudar
e compartilhar alimentos
▪ Aconchego para proteção
▪ Divisão do trabalho
▪ Aprendizagem e
Transmissão de informação
AGRESSÃO E DOMINÂNCIA

• É o problema comportamental mais comum

• Agressividade:
• Disposição para agredir, hostilidade, desafio, provocação,
ataque.(Lantzman ,2003)
TERRITORIALIDADE

• A posse de um território é outro fator de socialidade em populações

animais
• É uma área fixa da qual os invasores da mesma espécie são excluídos
• O comportamento territorial não é tão proeminente em mamíferos
como em aves
• Isso é devido aos raios de ação
 ESTRATÉGIAS
REPRODUTIVAS
Estratégia Reprodutiva

Conjunto de estruturas morfológicas, processos

fisiológicos e comportamentais que maximizam o sucesso
da fertilização e da sobrevivência da prole

Seleção r Seleção K
Duas formas de investimento na descendência

Seleção r Seleção K
X
Ambos os sexos Os sexos produzem
produzem e liberam gametas em
gametas em grande quantidade
quantidade desproporcional

Produção de muitos Produção de poucos

descendentes a baixo descendentes a alto
custo cada um custo cada um

Alta taxa de Presença de

predação cuidado parental

Sobrevivência de poucos Sobrevivência de muitos

dos descendentes dos descendentes
produzidos produzidos
Seleção r

Peixes Ouriço-do-mar
Seleção K
Comportamento sexual

Corte,
Cópula
 CORTE
Interações comportamentais entre machos e fêmeas
que podem resultar em cópula e possível fertilização do
óvulo pelo espermatozóide

Forma e mecanismos variam entre as espécies:

- Inexistência
- Durar alguns minutos a horas ou até dias

Por que existe a corte e por que em muitas espécies

ocorre de maneira tão extravagante?

Assegurar que animais copulem com indivíduos:

1) da espécie correta,
2) e em boa condição físicas
 Teoria da
Seleção
sexual

long-tiled widowbird
(Euplectes progne)

Como explicar o desenvolvimento de exibições que

envolvem gasto energético numeroso e modificações
morfológicas extremas, demasiadamente coloridas ou
chamativas…?
 SELEÇÃO SEXUAL

“ ...vantagem que certos indivíduos tem sobre outros mesmo

sendo da mesma espécie com relação à reprodução.”
Charles Darwin
 Darwin propôs que displays
elaborados (plumagem coloridas) e
armas (chifres) existem somente
porque contribuem como
componentes da seleção natural.

Aumentam a habilidade de obter parceiros

SELEÇÃO INTRASSEXUAL
SELEÇÃO INTERSSEXUAL
Desproporção dos Estratégias Reprodutivas
Gametas Diferentes
Quanto maior a diferença no investimento parental
dos dois sexos, mais intensa é a competição entre
os membros que investem menos (geralmente
machos) para acessar o sexo oposto.
Robert Trivers Investimento Parental

Todo esforço que um pai/mãe faz para aumentar a

chance de sobrevivência do seu descendente e
conseguir descendentes adicionais
Machos:
➢ Produzem mais gametas que as fêmeas
➢ são potencialmente capazes de
fertilizarem inúmeras fêmeas em um
intervalo de tempo, se puderem copular
com elas.

➢Os machos que copularem com centenas

de fêmeas terão vantagens em relação aos
que copulam com 1 ou 2.
As fêmeas não têm muitas vantagens se copularem com
inúmeros machos.
Fêmea → gasta mais tempo:
- Alocando recursos já que seu
gameta é maior;
- Cuidado Parental.
Consequentemente:
• Menor número de Fêmeas
receptivas
• Maior número de Machos
sexualmente ativos
Competição pré-cópula
Bower Birds – Pássaro do arco

O macho constrói o arco, enfeita-o e atrai as fêmeas com

exibições ornamentais e vocalizações. Uma vez acasalada
ela deixa o macho e cuida sozinha da incubação dos ovos e
dos filhotes
Enquanto isso, o macho reforma o arco e fertiliza outras
fêmeas (e destrói os arcos dos concorrentes vizinho). Numa
estação, um macho bem sucedido poderá ter fertilizado
até 33 fêmeas.
Competição pré-cópula
Disputa entre machos

Machos aumentam seu sucesso reprodutivo

competindo por acesso a fêmeas e aumentando o
numero de acasalamentos
Competição pós-cópula

Antes de depositar o seu próprio esperma, o órgão

Libélula de asas negras copulador masculino que tem apêndices laterais com
espinhos, remove de dentro da espermateca, de 90 a
100% do esperma rival.
Competição pós-cópula

Guarda de fêmea

Vigiar a fêmea após a

copula
Escolhas Femininas
• Em muitas espécies,
machos contribuem pouco ou
nada em criar os filhotes

• Nestes casos, as fêmeas

escolhem os melhores genes
dos machos ou permite que
os machos disputem o
acesso

Macho da ave do paraíso

‘displaying’.
SELEÇÃO DE PARCEIROS
Investem no sucesso da prole, escolhendo criteriosamente o parceiro que
doará os espermatozóides (reconhecendo qualidades que proporcionem
vantagens reprodutivas).

Long-tailed Widowbirds
Escolhas Femininas
 A escolha da fêmea pode ser influenciada pelo que os
machos tem a oferecer!

Recursos Materiais Presentes Nupciais

Rã Touro
Presentes nupciais Moscas-escorpião (hangingfly)

Hylobittacus apicalis

Hylobittacus similis

Alimento

O macho atrai a fêmea dispersando feromônio A fêmea se alimenta enquanto o macho transfere o esperma
 Nem sempre os encontros sexuais são suaves....

Canibalismo sexual

Louva-a-deus Viuva-negra
 Quando os papeis se invertem

E se o custo do macho no investimento reprodutivo

é maior que o da fêmea?

Se o recurso escasso for a disponibilidade de

machos?
Segundo a teoria do investimento reprodutivo, deverá
ocorrer inversão papeis sexuais.
Cabe ao macho a escolha da parceira sexual e as
fêmeas competem por eles!

Os machos escolhem fêmeas maiores e com

ornamentos mais vistosos!!
O macho do peixe cachimbo carrega os
ovos e os juvenis numa bolsa e prove
nutrientes e oxigênio por várias
semanas.

Neste tempo, a fêmea pode produzir

ovos suficientes para mais dois machos
fecundarem e criarem.
 Cavalo-marinho
O macho recebe da fêmea uma
desova de cada vez e incuba
sozinho os ovos durante 3
semanas.
3. Exemplo: Crescimento do pescoço das girafas.
4. Falha:

• Não soube explicar a origem das variações individuais

numa população e o modo de transmissão dessas
características aos descendentes.
III. Teoria Sintética da Evolução ou Neodarwinis-
mo.

SELEÇÃO NATURAL + GENÉTICA = NEODARWINISMO

. População como unidade evolutiva.

. Conjunto gênico.
. Fatores evolutivos:
. Mutação gênica, mutação cromossômica
recombinação gênica e imigração.
. Emigração e seleção natural. Aumento da V.G.

Diminuição da V.G.
. Seleção natural atuando.
. Alteração da frequência gênica e genotípica Evolução

V.G.: variabilidade genética (diferenças individuais numa população).

Melanismo industrial na Inglaterra.

. Antes da revolução industrial:

(- ) mariposas escuras
(+) mariposas claras

. Depois da revolução industrial:

. Poluição escureceu os troncos.
. Mariposas claras mais predadas.
. Escuras foram selecionadas.
. Aumento da frequência gênica das
escuras – Evolução.
IV. Provas da evolução:

1. Paleontologia: Estudo dos fósseis.

2. Homologia: Estudo das características que possam refletir
parentesco evolutivo – estruturas homólogas (mesma origem
embrionária).
Analogia: semelhanças entres estruturas unicamente pelo fato
de exercerem a mesma função – não sugere parentesco evolutivo.
Divergência adaptativa ou irradiação adaptativa

A homologia é fruto da irradiação adaptativa.

 Convergência adaptativa:

Animais que se tornaram semelhantes – evolução num mesmo ambiente – mesma seleção natural.
ANALOGIA
3. Órgãos vestigiais:
. Alguns animais – desenvolvidos e com função.
. Outros animais – reduzidos/atrofiados e sem função.
. Sugere ancestralidade.

Coelho – abriga bactérias para digestão da celulose.

Homem – atrofiado e sem função.

Apêndice vermiforme
5. Embriologia comparada: Quanto mais diferentes são os
organismos, menor é o período embrionário comum entre
eles.
 1
VI. Especiação:
. Formação de novas espécies:

1. Barreira geográfica.
2. Mutações diferentes.
3. Seleção natural diferencial.
3
4. Raças. 2 2
5. Isolamento reprodutivo: 3
Novas espécies.
Raças Raças

Espécie A Espécie B

Isolamento reprodutivo
Mecanismo de isolamento reprodutivo das espécies:
Evita o cruzamento interespecífico garantindo a perpetuação das espécies.

1. Comportamentais:
. Reconhecimento visual.
. Acasalamento em épocas diferentes.

2. Fisiológicos:
. Diferenças anatômicas nos aparelhos reprodutores.
. Incapacidade do espermatozoide de fecundar o óvulo.
. Mortalidade zigótica.
. Esterilidade do híbrido.