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- a banalidade do mal -

~ absurdos como normalidade, passividade

~ algo que deveria ser tratado como escândalo, mas é tratado como NORMAL?

~ regimes ditatoriais, por exemplo, regimes totalitários; grande parte da população


aceita sem questionar

~ como esses absurdos se normalizam? como se torna banal?

~ hannah arendt; banalidade do mal

~ o mal acontece na história porque somos impassíveis, porque algumas coisas são
tratadas como banais, normais.

~ autocracia: o poder quase que absoluto, governo de si mesmo


ver a onda;

~ como que pessoas boas acabam compactuando com certos posicionamentos e atitudes
que acabam contradizendo sua boa-vontade?

~ como surge um regime totalitário? como as pessoas aderem? (ver a onda)

~ página 334 do livro

[✶✶✶]

- reportagem -

~ A principal característica do totalitarismo é a de desumanizar, transformar


homens em números, em meras engrenagens substituíveis se não renderem o que se
espera deles, sejam vítimas ou algozes

~ “Moralmente falando, não é menos errado sentir culpa sem ter feito alguma coisa
específica do que sentir-se livre de culpa tendo feito efetivamente alguma coisa”.
(Hannah Arendt)

~ A definição de crimes contra a humanidade elaborada em Nuremberg, como atos


desprovidos de humanidade, revelou a realidade de que a Solução Final foi um crime
sem precedentes, realizada sem nenhum propósito de ganhos de qualquer espécie. Foi
uma tentativa de dizimar uma população inteira, realizada por pessoas
assustadoramente normais, com uma intenção absolutamente indefinida, em uma
conjuntura em que era praticamente impossível distinguir entre o certo e o errado.
Nesse contexto, qualquer um poderia estar no lugar de Eichmann, um aluno mediano,
em um cargo mediano, querendo se destacar e ser promovido, desempenhando muito bem
o seu papel segundo o que era esperado dele e de acordo com a lei vigente, o que de
forma alguma o isentaria da sua parcela de culpa. Muito pelo contrário, em se
tratando de assuntos políticos, o apoio e a obediência se equivalem.

~ Arendt conclui que os judeus mataram a si mesmos. Tal interpretação distorce e


deturpa a real intenção da obra, que era a de ser um tratado teórico sobre a
natureza do mal, de como um homem que não era nenhum gênio, mas um homem comum,
focado em obter progressos pessoais, nunca percebeu o que estava fazendo. “Ele não
era burro”, simplesmente não refletiu sobre seus atos, e isto é banal, esse
distanciamento da realidade, esse desapego moral, isso foi o que se aprendeu em
Jerusalém, e isto foi uma lição, não uma explicação, nem uma teoria. A principal
característica do totalitarismo é a de desumanizar, transformar homens em números,
em meras engrenagens substituíveis se não renderem o que se espera deles, sejam
vítimas ou algozes.

~ Eichmann agiu dentro dos limites do discernimento dele, sempre guiado por ordens
superiores e incapaz de diferenciar o certo do errado, no contexto em que estava
inserido. Porém, o que se espera em termos de humanidade é justamente esta
característica, de conseguir diferenciar o certo do errado mesmo quando tudo à sua
volta lhe diz o contrário.

~ Mas o mal que se esperava encontrar em Eichmann, um mal absoluto, de um


conspirador da destruição de um povo, de um facínora nazista, esse mal não foi
encontrado. Ele era um burocrata por excelência, preso às suas pequenas atividades,
que não refletiu sobre os seus atos, que não teve a capacidade de avaliar as leis e
ordens que lhe eram dadas dentro de um contexto humanitário. Aí está a banalidade
do mal, na realização de ordens sem se pesar as conseqüências de seus atos, em se
tornar mera engrenagem, só mais um, seguindo um curso que nos distancia da nossa
humanidade, da nossa capacidade de pensar, valorizando apenas a nossa obediência
cega. E quantas vezes essa obediência é tão valorizada como virtude? Para Eichmann,
ela foi a razão da pena capital.

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