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- Módulo 3 -
História Trágico-Marítima
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Simbolismo dos naufrágios
Metáfora da efemeridade da vida, das dificuldades da vida humana;
Visão barroca da vida humana: topos do homo viator (o Homem enquanto ser que se
encontra numa permanente viagem, ser que peregrina pelo mundo) e topos do temor da
morte (o Homem como mortal temente a Deus e consciente da sua fragilidade).
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Temas e Ideologia
A fé e a mensagem cristã
Defesa dos valores da doutrina cristã;
Jorge de Albuquerque Coelho como modelo de postura cristã perante a adversidade
(fé, esperança e caridade — serviço aos outros);
Mentalidade barroca: imagem da vida como uma passagem (a viagem da alma
pelo mundo, exposta às adversidades e perigos).
Portugal e a decadência do Império
Lado negro, desastroso da expansão (a ganância);
Jorge de Albuquerque Coelho como modelo de dedicação à pátria, de retidão de
carácter, de bom português.
Ação
Situação inicial
Os ascendentes de Jorge de Albuquerque Coelho;
A excelência militar de Jorge de Albuquerque Coelho;
Antecedentes da partida da nau Santo António.
Desenvolvimento
Dificuldades da partida e impossibilidade de aportar em outros territórios de
domínio português (ilhas);
Tempestades e confrontos com um corsário francês;
Pilhagens e abandono da nau Santo António.
Desenlace
Chegada de auxílio e desembarque em Lisboa.
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Apresentar os antecedentes familiares do herói da narrativa (fidalgos de honra):
Antecedentes da viagem:
Parte II
Partida de Olinda, incidentes e conflitos entre marinheiros e passageiros.
Incidentes da viagem:
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Dificuldades entre a tripulação e os passageiros;
Fome e sede;
Jorge de Albuquerque ordena: partilha dos mantimentos por todos
(generosidade); serenidade nas brigas e discórdias (persuasão).
Parte III
Uma nova contrariedade: o assalto dos corsários franceses.
Personagens
Jorge de Albuquerque Coelho
Protagonista: herói religioso, militar e cívico;
Reúne qualidades de cristão virtuoso, de patriota honrado e de bom cidadão;
Encarado como um líder de princípios firmes;
Toda a sua vida está ao serviço da pátria, da salvação da nau que comanda
e dos seus companheiros.
Os corsários franceses
São os antagonistas da nau portuguesa (violência);
Assumem-se como inimigos dos portugueses em termos religiosos
(luteranos);
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O capitão do corsário francês mostra-se impressionado com a coragem de
Jorge de Albuquerque.
Narrador
Quanto à presença: heterodiegético (não participante; narração na 3.ª pessoa);
Espaço
Colónia do Brasil: Pernambuco, Olinda;
Territórios portugueses no oceano Atlântico: ilhas de Cabo Verde e dos
Açores;
Portugal Continental: Cascais e Lisboa.
Tempo
Durante os reinados de D. João III e de D. Sebastião
(regência de D. Catarina, avó de D. Sebastião)
1.º momento
Atribuição da capitania de Pernambuco a Duarte Coelho e pacificação da região através da
ação militar.
2.º momento
A perigosa viagem entre Pernambuco (Olinda) e Lisboa ocorre em 1565 e demora quatro
meses e meio (de 16 de maio a 3 de outubro);
A localização temporal dos eventos tem a intenção de conferir veracidade ao relato
(semelhança com a escrita dos diários de bordo).
Linguagem e estilo
Tom arcaizante:
Escolha de vocábulos caídos em desuso;
Aproximação ao relato original publicado em 1736.
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Marcas de oralidade:
Introdução de falas de personagens;
Recurso a interjeições.
Bibliografia
História Trágico-Marítima: Narrativas de Naufrágios da Época das Conquistas (adaptação
de António Sérgio) (1962). Lisboa: Livraria Sá da Costa.
CARRIÇO, Lilaz (1990) – Literatura Prática. Porto: Porto Editora, pp. 336-340.
LANCIANI, Giulia (1979) – Os relatos de naufrágios na literatura portuguesa dos séculos
XVI e XVII. Instituto de Alta Cultura: Amadora, pp. 43-60.
― (1997) – Sucessos e Naufrágios das Naus Portuguesas. Caminho: Lisboa.
KOISO, Kioko – http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/f04.html [último acesso: 2 de
junho de 2015].
NUNES, Patrícia et alii (2008) – Enciclopédia do Estudante, vol. 10. Carnaxide: Santillana-
Constância, pp. 86-87; 90-91.
SARAIVA, António José (1979) – História da Literatura Portuguesa — das origens a 1970.
Amadora: Livraria Bertrand; pp. 69-73.
SARAIVA, António José; LOPES, Óscar (s. d.) – História da Literatura Portuguesa, 16.ª ed.
Porto: Porto Editora.
SEIXO, Mariz Alzira; CARVALHO, Alberto (1996) – A História Trágico-Marítima: Análises e
Perspectivas. Lisboa: Edições Cosmos.
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