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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria, 4º Ano – 1º Semestre.

Cadeira de Auditoria Fiscal

Trabalho Individual

As Fases de Execução de uma Auditoria

Discentes:

Divaldo da Felicidade Anastácio Rafael

Docente:

Dr. Florentino Calton

Lichinga, aos 28 de Maio de 2020


Índice
Introdução............................................................................................................................ 1

Objectivos Geral .................................................................................................................. 1

Objectivo Específico ........................................................................................................... 1

Metodologia ........................................................................................................................ 1

CONCEITO ......................................................................................................................... 2

Auditoria.............................................................................................................................. 2

FASES DE EXECUÇÃO DE UMA AUDITORIA ............................................................ 2

Planeamento de Auditoria ................................................................................................... 2

Execução Auditoria ............................................................................................................. 4

Relato de Auditoria ............................................................................................................. 4

Conclusão ............................................................................................................................ 7

Referências Bibliográficas .................................................................................................. 8


Introdução
O Processo de Auditoria compreende o conjunto de etapas destinado a examinar a
regularidade e avaliar a eficiência da gestão administrativa e dos resultados alcançados, bem
como apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos procedimentos administrativos e
controles internos de uma organização.

Para atingir esse objectivo, o auditor necessita planear adequadamente seu trabalho a
fim de avaliar o sistema de controles internos relacionados com a matéria auditada e
estabelecer a natureza, a extensão e a profundidade dos procedimentos de auditoria a serem
realizados, bem como colher as evidências comprobatórias de suas constatações para a
formação de sua opinião.

Objectivos Geral
Descrever as fases de execução de uma auditoria de acordo com as Normas Internacionais de
Auditoria (ISA).

Objectivo Específico
 Apresentar conceitos;
 Identificar as fases de execução da auditoria; e
 Descrever cada fase.

Metodologia
Considerando a relevância que se reveste o tema objecto de estudo, para o alcance de cada
objectivo específico definido acima, será feito um estudo exploratório, compreendido pela
pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica consistirá na consulta de livros e publicações relacionadas


com as fases de execução de uma auditoria, relatório de auditoria e da auditoria de uma
forma geral, para melhor entender os conceitos e enquadrá-los adequadamente no
desenvolvimento do trabalho de pesquisa.

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CONCEITO
Auditoria
Etimologicamente, a palavra auditoria tem origem no verbo latino audire que significa ouvir,
sendo, portanto, o auditor reconhecido como aquele que ouve, o ouvinte. Nos primórdios da
auditoria, as conclusões dos auditores fundamentavam-se principalmente nas informações
verbais que lhes eram transmitidas.

Efectivamente a auditoria é um processo sistemático pois consiste numa sequência de


procedimentos lógicos e organizados sendo a prova a essência da auditoria. Auditar é
assim atestar a conformidade das informações, situações ou procedimentos com os
citérios pré-estabelecidos que correspondem aos princípios ou normas, regulamentos
ou acordos (Reinoite, 2014, p. 02).
Assim define Almeida (2009, p. 25), “A auditoria é uma especialização da contabilidade
voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objectivo de
expressar uma opinião sobre determinado dado”.

FASES DE EXECUÇÃO DE UMA AUDITORIA


O processo de se efectuar uma auditoria deve contemplar as seguintes fases:

 Planeamento Inicial;
 Execução; e
 Relato.

Planeamento de Auditoria
No planeamento da acção são estabelecidos os termos da auditoria, obtido o
entendimento acerca do(s) objecto(s) a auditar. Para Do Rosário e Furtado (2018, p. 20):

A preparação de uma acção de auditoria pode implicar um estudo prévio à


planificação dos processos que a integrarem. Está preparação assume a forma de um
processo de esclarecimento (acção inspectiva preparatória) quando esteja em causa
uma nova metodologia, tema, abordagem de um determinado objecto, ou critérios de
selecção de entidades a auditar.
“Esta preparação inclui o estudo e a análise do objecto de auditoria e dos seus
objectivos específicos, a definição de critérios para selecção de entidades a auditar, a matriz e
os critérios de avaliação do risco do tema em questão” (Reinoite, 2014, p. 16).

No planeamento da auditoria procura-se definir de forma pormenorizada a natureza,


o calendário e a extensão dos testes. A sua extensão é variável em função de aspectos como:

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 A dimensão do universo a auditar,
 A complexidade da área, o tema e o objecto da auditoria;
 Os conhecimentos e competências que o inspector auditor tem sobre a actividade da
(s) entidade (s) e o seu grau de envolvência no objecto de auditoria e seus objectivos.

O planeamento deve ser actualizado quando se verifiquem alterações nas condições iniciais
ou resultados inesperados dos procedimentos de auditoria, sendo documentados os motivos
subjacentes a eventuais alterações significativas.

A fase de planeamento em Auditoria segue a seguinte sequência de acordo com o Do Rosário


e Furtado (2018, p. 21):

 Definição do Objecto e Objectivos – Definição do âmbito e natureza da auditoria,


área tema e entidade a auditar (que correspondem ao objecto) e seus objectivos. A
redacção deve responder à estratégia de gestão e aos seus planos operacionais. Os
objectivos são aspectos concretos da área e tema objecto de acção que serão
apreciados em sede de auditoria. Promovendo uma operacionalização mais célere
deste tipo de acções, será adequado estabelecer objectivos gerais, que se desdobrem
nos objectivos específicos considerados necessários.
 Metodologias e procedimentos – Indicação das principais técnicas e testes a utilizar,
critérios de selecção da amostra e definição do período de análise ao qual serão
aplicados essas técnicas e testes.
 Operações a auditar – No caso de análise de fluxos financeiros, estimativa do valor
financeiro a controlar, em valor ou percentagem de valor.
 Calendarização e recursos humanos a afectar – Identificação da calendarização da
acção pelas fases do processo de auditoria considerando no seu cálculo, os dias de
ausência previsível dos membros da equipa (férias e outras acções). Podem ser
detalhadas mais especificamente determinadas tarefas e a sua calendarização
aproximada.
 Custo estimado de acção – Orçamento da acção, tendo em conta apenas os seus
custos directos, designadamente o valor do dia de trabalho dos inspectores afectos à
acção e os custos de deslocação e de estadia associados ao serviço externo.
 Programa de trabalho – Programa para a realização da acção proposta, indicando aí
a natureza e extensão dos procedimentos de auditoria necessários para implementar o

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que foi planeado. Constitui um meio de controlo e de acompanhamento da boa
execução dos trabalhos.

O programa de trabalho constitui um conjunto de instruções específicas para os membros da


equipa envolvidos na auditoria, servindo igualmente o propósito de controlar e registar a
adequada execução do trabalho.

Ainda que, de acordo com Reinoite (2014) obedeça a um referencial genérico, cada
programa de trabalho deverá ser adequado a cada auditoria em concreto, podendo ser
actualizado ou revisto, caso se justifique no decurso do trabalho de auditoria.

Execução Auditoria
Nesta fase são realizados os procedimentos de auditoria planeados para obter
evidências que, depois de avaliadas, permitirão retirar conclusões. Na fase da
execução o auditor está em contacto directo com os profissionais da entidade auditada,
aplica as técnicas e os testes de auditoria pré-definidos e recolhe as correspondentes
evidências, cujos suportes ficarão documentados (Do Rosário e Furtado, 2018, p. 22).
A execução inicia-se e conclui-se através de uma reunião com o órgão de gestão,
dirigente máximo do serviço ou seu representante, na qual deverá estar sempre presente o
coordenador da equipa de auditoria e, preferencialmente, o Chefe de Equipa Multidisciplinar.

Para UFMG (2013) a execução é precedida, em pelo menos 5 dias úteis, de uma
comunicação oficial à entidade auditada que a informa do seguinte:

 Identificação da acção, coordenador da mesma e respectivos inspectores;


 Tempo estimado de permanência na entidade auditada;
 Agendamento das primeiras reuniões;
 Aspectos logísticos a preparar pela entidade auditada.

Caso seja adequado, juntamente com o ofício de comunicação de início da acção é também
enviada, em anexo, a listagem de documentos a disponibilizar antes do início dos trabalhos de
campo ou no início dos mesmos.

Relato de Auditoria
“O Projecto de Relatório reúne os resultados obtidos numa estrutura padronizada,
apresentando as constatações, as conclusões que resultam da avaliação das evidências e as
respectivas recomendações” (Reinoite, 2014, p. 22). Para Almeida (2009, p. 63), trata-se de
um documento que deve ser:

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 Claro – de entendimento facilitado e lógico, evitando expressões técnicas
desnecessárias, remetendo para informação de suporte suficiente.
 Conciso – focado no resultado da avaliação, evitando detalhes desnecessários,
redundâncias e informações supérfluas. Pretende-se que cada afirmação seja
compreendida, mas que a sua expressão escrita seja sucinta, o que pressupõe uma
prática constante de revisão e reedição.
 Construtivo – podendo conduzir a melhorias da organização auditada, se necessário.
O conteúdo e a forma de apresentação devem ser úteis, positivos e significantes.
 Completo – não omitindo aspectos que sejam relevantes para o auditado, contando
com toda a informação indispensável para servir de suporte às recomendações e
conclusões.
 Oportuno – apresentando os resultados à entidade auditada em tempo adequado, para
que possa agir sobre as recomendações.
 Imparcial – os resultados apresentados correspondem a uma visão clara e ponderada
de todos os factos e circunstâncias importantes. As observações, conclusões e
recomendações expressam sem preconceito, interesse pessoal, ou influência de outros,
o resultado da avaliação efectuada.

As recomendações devem estar fundamentadas e emitidas de forma, clara, concisa,


pedagógica e construtiva, de forma a serem bem compreendidas pelos seus destinatários e a
constituírem uma sugestão concreta de medidas correctivas ou formas de melhoria de
fragilidades detectadas.

“O Relatório da acção é produzido integrando os contributos recolhidos no exercício


do contraditório institucional e pessoal, caso se aplique, incluindo no corpo do relatório os
aspectos que contradigam conclusões apresentadas em sede de projecto de relatório e
respectiva apreciação” Do Rosário e Furtado (2018, p. 24):

O Relatório do Auditor é a peça mais importante da Auditoria realizada. Ele


representa fase principal do trabalho do Auditor que é a comunicação dos resultados.
Um Relatório mal apresentado e que permita a contestação do Auditado ou possibilita
à direcção da empresa fazer uma má avaliação de todo um trabalho efectuado,
significa a desmoralização do valor da Auditoria e, por fim, a desmoralização do
próprio profissional.
Segundo Morais e Martins (2013, p. 65) “O relatório de auditoria é o produto final do
trabalho do auditor, no qual ele apresenta os seus comentários sobre os achados, suas

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conclusões e recomendações e, no caso do exame das demonstrações contabilísticas, o
correspondente ao parecer”.

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Conclusão
Concluído o trabalho, fazendo uma síntese do trabalho, é possível chegar a seguinte
conclusão: as fases de execução de uma auditoria resumem-se em planeamento, execução e
relato. Onde, o adequado planeamento de uma auditora é muito importante, pois permite ao
auditor recolher prova suficiente e apropriada para suportar as suas conclusões minimizando
as possibilidades de litígio, mantendo a relação custo/beneficio num patamar aceitável e
cumprindo as datas de conclusão do trabalho com que se comprometeu com eu cliente.

A fase de execução compreende a realização de provas e reunião de evidências em


quantidade e qualidade, baseando-se nos objectivos, critérios e na metodologia seleccionada
durante o Planeamento.

O relatório de auditoria é a fase final do processo auditória e consiste em uma


narração ou descrição escrita, ordenada e minuciosa dos factos que foram constatados, com
base em evidência concreta, durante o transcurso dos exames de auditoria. Representa a fase
mais significativa do trabalho e se constitui no seu produto final.

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Referências Bibliográficas
Almeida, Marcelo Cavalcanti. (2009). Auditoria: um curso moderno e completo. (6ª edição).
São Paulo, Atlas.

Do Rosário, Leonor & Furtado, Mesquita. (2018). Manual de Auditoria. Inspecção Geral das
Actividades em Saúde.

Morais, Georgina & Martins, Isabel. (2013). Auditoria: Função e Processo. (4ª edição).
Lisboa

Reinoite, Ana Rita Diniz. (2014). Proposta de implementação da função de auditoria interna
no agrupamento de Escolas de José Saraiva: Instrumento de apoio à gestão estratégica,
patrimonial, administrativa e financeira. (Projeto para Mestrado). Instituto Superior de
Contabilidade e Administração de Coimbra.

UFMG. (2013). Manual de Auditoria Interna – Auditoria Geral da UFMG. (2ª Versão).
Brasil: Belo Horizonte.

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