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O Aborto
Discente:
Divaldo Anastácio
Docente:
Objectivo Geral....................................................................................................................1
Objectivos Específicos........................................................................................................1
Metodologia.........................................................................................................................1
CONCEITO DE ABORTO.................................................................................................3
ESPÉCIES DE ABORTO...................................................................................................4
Aborto acidental..................................................................................................................4
Aborto criminoso.................................................................................................................4
Meu Posicionamento...........................................................................................................7
Conclusão............................................................................................................................8
Referências Bibliográficas...................................................................................................9
Introdução
A temática do aborto se mantém na pauta de pesquisas, debates e na retomada da mobilização
de movimentos feministas. Há uma abundância de fontes bibliográficas sobre o tema, o que
constitui um forte indício da sua importância para todos os âmbitos das políticas sociais,
especialmente da saúde pública, sendo imprescindível o acompanhamento e análise crítica por
parte do Serviço Social.
Objectivo Geral
O objectivo do estudo, nesse sentido, é estabelecer uma discussão sobre o aborto sob o prisma
da cooperação material e moral sobre a prática.
Objectivos Específicos
Analisar o conceito e a tipologia do aborto;
Apresentar a questão histórica e a questão religiosa/moral que alimenta as discussões
sobre o tema;
Destacar os pressupostos legais sobre o aborto e o posicionamento da Igreja Católica.
Metodologia
A metodologia que norteia o estudo é a pesquisa bibliográfica, buscando o aporte de
bibliografia especializada no tema em estudo para esclarecer e guiar a reflexão, para viabilizar
o alcance dos objectivos propostos.
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ABORTO EM PERSPECTIVA SOCIO HISTÓRICA
No ano 2000 a.C., no Código de Hamurabi, encontra-se uma legislação sobre o
aborto, análoga à Lei de Talião, na qual se destaca a contemplação do aborto como um
acontecimento fortuito.
Ressalta também Tessaro (2008) que, antes do cristianismo, a prática comum era o
abandono do recém-nascido com alguma deformidade ou doença, mas não são poucas as
informações sobre a ocorrência de abortos em virtude de anomalias do feto, principalmente
por não haver especialização na área médica capaz de detectá-la, o que ocorreu somente a
partir da década de cinquenta do século XX.
Quando surgiu o cristianismo, tais práticas foram suprimidas, diante da ideia de que a
vida representava um dom divino, sagrado e, portanto, intangível. Concebendo a tese de que o
início da vida humana corresponde ao instante em que ocorre a concepção, disseminou-se a
ideia de que o feto e o recém-nascido não apresentam distinções e, portanto, tanto a eugenia
como o aborto passaram a ser considerados como possuindo o mesmo significado que tinha o
homicídio (Tessaro, 2008).
O resultado de uma gestação que termina antes do feto atingir viabilidade, não só em
função do tempo de gestação, mas também do peso e ocasionalmente do tamanho do
feto. Viabilidade, por sua vez, significa ter a capacidade de sobreviver, com adequado
apoio vital, ao período neonatal e, eventualmente, manter uma vida extra-uterina
independente (Tietze, 1987).
De acordo com a tradição médica, a viabilidade é alcançada na 28ª semana de
gestação, ocasião na qual o feto pesa aproximadamente 1000 gramas. Esta definição é
puramente empírica, baseando-se na observação que, a partir deste peso, as chances de
sobrevivência são substancialmente elevadas.
Os termos “abortamento” e “aborto” algumas vezes são empregados como sinónimos, porém
“abortamento” refere-se ao processo e “aborto”, ao produto eliminado.
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ESPÉCIES DE ABORTO
Aborto Espontâneo ou natural
Para Nucci (2010) aborto espontâneo, involuntário ou casual, é a interrupção da gravidez
oriunda de causas patológicas, que ocorre de maneira espontânea, nas palavras de Diniz
também nos ensina:
Aborto criminoso
Nas palavras de Bitencourt (2007) o aborto só é criminoso quando provocado, pois, possui a
finalidade de interromper a gravidez, e eliminar o produto da concepção, sendo exercido sobre
a gestante, ou sobre o próprio feto ou embrião.
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Vias ilícitas para a regulação dos nascimentos
Exclui-se como via legítima para a regulação dos nascimentos, a interrupção directa do
processo generativo já iniciado, e, sobretudo, o aborto querido directamente e procurado,
mesmo por razões terapêuticas. (Carta Encíclica Humanae Vitae, Papa Paulo VI, paragrafo
14)
Mas devemos recordar ainda, Veneráveis Irmãos, outro gravíssimo delito por que se
atenta contra a vida da prole escondida ainda no seio materno. Uns julgam que isso é
permitido e deixado ao beneplácito da mãe e do pai. Outros, todavia, o consideram ilícito o
não-ser ser que haja gravíssimas causas, que chamam indicação médica, social, eugénica.
(Encíclica Casti Connubii do Papa Pio XI, paragrafo 63)
Desse modo, as mulheres que estão expostas a esse dilema, muitas vezes ficam
vulneráveis aos agravos na sua saúde, devido a não assistência prestada por profissionais de
saúde.
Dessa forma, sabendo que o profissional de enfermagem pode se deparar com uma
situação que exija uma conduta em relação a uma questão de saúde e tal conduta pode, muitas
vezes, entrar em conflito com os seus valores pessoais, religiosos e profissionais, é de suma
importância que desde a sua formação académica de Enfermagem, ou seja, antes de enfrentar
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tais situações, possa identificar e classificar seus valores e ter consciência de suas
responsabilidades éticas e legais relacionadas a tais questões. (Frigo et al, 2013).
Ainda que a gravidez não tenha sido planejada, deve-se levar em conta que a
gestação por si só é considerada um período único na vida de cada mulher, e que por sua vez
pode acarretar sentimentos de medos e incertezas. Sendo assim, os aspectos biopsicossociais
devem ser considerados e respeitados pelos profissionais de saúde, familiares e sociedade
como um todo, antes de qualquer decisão tomada pelas mulheres, para que dessa forma, as
decisões possam ser adoptadas de forma consciente e seguras.
A cooperação material ocorre quando médicos, enfermeiras, parteiras etc., comungam da ideia
de provocar o aborto de forma não natural, com ou sem consentimento da mulher ao passo
que a cooperação moral ocorre quando a mulher é obrigada a submeter-se ao procedimento
abortivo pelo marido, amante ou pai que ameaçam a mulher.
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Posicionamento da Igreja Católica
O catolicismo desde o século IV condena o aborto em qualquer estágio e em
qualquer circunstância, permanecendo até hoje como opinião e posição oficial da Igreja
Católica A Igreja Católica considera que a alma é infundida no novo ser no momento da
fecundação. Assim, proíbe o aborto em qualquer fase, já que a alma passa a pertencer ao novo
ser no preciso momento do encontro do óvulo com o espermatozóide.
Já em 1917 a Igreja declarou que uma mulher e todos os que com ela se associassem
deveriam receber a excomunhão pelo pecado do aborto. Significava dizer que seriam negados
todos os sacramentos e sua comunicação com a igreja: uma punição eterna no inferno.
Em 1976 o Papa Paulo VI disse que o feto tem "pleno direito à vida" a partir do
momento da concepção; que a mulher não tem nenhum direito de abortar, mesmo para salvar
sua própria vida. Essa posição se baseia em três princípios:
Meu Posicionamento
Meu posicionamento é desfavorável ao aborto, visto que as pessoas devem ter em mente que
é necessário um planeamento familiar para que haja a diminuição do aborto, pois existem
diversos métodos contraceptivos para evitar a gravidez: pílulas, implantes injectáveis,
dispositivos intra-uterinos, preservativos, além dos naturais, que as pessoas devem tomar
conhecimento e saber que eles existem, pois hoje há uma série de problemas, que vão desde
as dificuldades de sobrevivência da família, em um meio globalizado, e uma desenfreada
urbanização, até a carência de programas educativos e de planeamento reprodutivo, além da
alta do custo de vida, entre outros.
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Conclusão
A esta fase do trabalho cabe analisar como um todo dizendo que o aborto é um problema
social. A discussão a respeito de existência e consequências deve ser feita mediante a
incorporação de justiça social, direitos humanos e saúde pública.
São vários os motivos que levam a mulher a abortar: uma prole maior do que a
planeada, dificuldades para se obter métodos anticonceptivos modernos, falta de orientação no
planeamento familiar, pouca ou nenhuma instrução, comportamento sexual de alto risco,
dentre outros.
Percebe-se que o aborto é praticado, tanto nas populações carentes como nas
financeiramente abastadas, em meio às condições de higiene ou não, em adolescentes e em
mulheres maduras.
Para esse problema ser amenizado é necessária uma solução urgente, buscando novas
directrizes, para uma política social e de saúde, que atenda as necessidades da sociedade,
abrindo espaço para o planeamento familiar, a saúde reprodutiva, o controle de natalidade, a
qualidade de assistência à mulher, a qualidade de vida da população, a falta de esclarecimento
e a, polémica questão, da liberdade da mulher, em relação ao seu próprio corpo.
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Referências Bibliográficas
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Mestrado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.
Bitencourt, Cezar Roberto. (2007). Tratado de direito penal: parte especial. (vol. 2). São
Paulo: Saraiva.
CARTA ENCÍCLICA CASTI CONNUBII DO SUMO PONTÍFICE O PAPA PIO XI: aos
veneráveis irmãos patriarcas, primazes, arcebispos, bispos a outros ordinários em paz e
comunhão com a sé apostólica: acerca do matrimónio cristão.
CARTA ENCÍCLICA HUMANAE VITAE DE SUA SANTIDADE PAPA PAULO VI: aos
veneráveis irmãos patriarcas, arcebispos, bispos e outros ordinários do lugar em paz e
comunhão com a sé apostólica, ao clero e aos fiéis de todo o mundo católico e também a
todos os homens de boa vontade sobre a regulação da natalidade.
Freitas, Ângela. (2011). Aborto: guia para profissionais de comunicação. Recife: Grupo
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Frigo J, Ferreira DG, Ascari RA, Marin SM, Adamy EK, Busnello G. (2013). Assistência de
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IGREJA CATÓLICA. Papa: (1978: João Paulo II). Evangelium Vitae. Evangelium Vitae: aos
Presbíteros e Diáconos aos religiosos e religiosas aos fiéis leigos e a todas as pessoas de boa
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Nucci, Guilherme de Souza. (2012). Código Penal comentado. São Paulo: Revista dos
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Teles, Ney Moura. (2006). Direito penal: parte especial. São Paulo: Altas.
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