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Enfermagem e Obstetrícia
Recursos Humanos para a Saúde
Esta publicação foi produzida pelo Gabinete da Rede de Profissões de Saúde - Enfermagem & Obstetrícia do Departamento
de Recursos Humanos para a Saúde.
Mensagens Principais....................................................................................................................... 7
Resumo
executivo.......................................................................................................................................... 9
O caso para educação interprofissional e prática colaborativa para a
saúde mundial......................................................................................................................................10
Os avanços com a saúde integrada e políticas de educação...............................................10
Chamada para a ação.........................................................................................................................11
Avanços.......................................................................................................................................... 23
Educação interprofissional: a conquista de uma força de trabalho de saúde
colaborativa preparada para a prática.........................................................................................24
Prática colaborativa para atingir serviços de saúde de excelência ...................................28
Sistemas de educação e saúde: atingindo a melhoria de resultados na saúde............31
Conclusão....................................................................................................................................... 36
Contextualização.................................................................................................................................38
Compromisso........................................................................................................................................39
Liderança................................................................................................................................................40
Referências.................................................................................................................................... 42
Anexos........................................................................................................................................... 46
ANEXO 1. Lista de membros do Grupo de Estudos da OMS em Educação
Interprofissional e Prática Colaborativa.......................................................................................47
ANEXO 2. Organizações associadas.........................................................................................48
ANEXO 3. Metodologia.................................................................................................................53
ANEXO 4. Comunicado público sobre a criação do Grupo de
Estudos da OMS em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa.........................56
ANEXO 5. Principais recomendações do Grupo de Estudos da OMS de
1988 sobre Educação Multiprofissional para o relatório técnico de
Profissionais da Saúde........................................................................................................................58
ANEXO 6. Quadro sumário de evidências de pesquisa de
revisões sistemáticas em Educação Interprofissional (EIP)...................................................60
ANEXO 7. Quadro sumário de evidências de pesquisas de
revisões sistemáticas específicas relacionadas à Prática Colaborativa (PC)...................61
ANEXO 8. Quadro sumário de estudos de caso internacionais
específicos de prática colaborativa...............................................................................................62
Tabelas
Tabela 1. Ações para o avanço da educação interprofissional para a melhoria de
resultados na saúde............................................................................................................................27
Tabela 2. Ações para o avanço da prática colaborativa para a melhoria de
resultados na saúde............................................................................................................................30
Tabela 3. Ações para o apoio à educação interprofissional e à prática colaborativa
no nível de sistema..............................................................................................................................35
Tabela 4. Resumo dos mecanismos identificados que aperfeiçoam a educação
interprofissional e a prática colaborativa....................................................................................38
Figuras
Figura 1. Sistemas de saúde e educação................................................................................9
Figura 2. Educação interprofissional......................................................................................12
Figura 3. Prática colaborativa....................................................................................................12
Figura 4. Tipos de alunos que receberam educação interprofissional nas
instituições dos participantes.........................................................................................................16
Figura 5. Responsáveis pela capacitação de equipe em educação
interprofissional...................................................................................................................................17
Figura 6. Sistemas de saúde e educação..............................................................................18
Figura 7. Exemplos de mecanismos que delineiam a educação interprofissional
no nível prático.....................................................................................................................................23
Figura 8. Exemplos de mecanismos que delineiam a educação interprofissional
no nível prático.....................................................................................................................................29
Figura 9. Exemplos de influências que exercem impacto sobre a educação
interprofissional e a prática colaborativa no nível de sistemas..........................................32
Figura 10. Implementação de estratégias de força de trabalho de
saúde integrada....................................................................................................................................39
6
Agradecimentos
O Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa é resultado do Grupo de
Estudos da OMS em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa (consulte o Anexo 1 para
obter a lista completa dos membros do grupo). O Marco foi preparado sob a liderança de John HV
Gilbert e Jean Yan, com apoio de um secretariado liderado por Steven J Hoffman.
A preparação dos artigos de base e de relatórios do projeto foi liderada por: Marilyn Hammick
(autora principal, Glossário e Relatório do Grupo de Trabalho em EIP), Steven J Hoffman (coautor,
Mapeamento Internacional de EIP), Lesley Hughes (coautor, Artigo sobre Desenvolvimento de
Funcionários de EIP), Debra Humphris (autora principal, Relatório do Grupo de Trabalho em
SLSS [Serviço de Apoio em Segundo Nível - Second Level Support Service]), Sharon Mickan
(coautora, Estudos de Caso da CP), Monica Moran (coautora, Artigo sobre Resultados de
Aprendizado de EIP), Louise Nasmith (autora principal, Relatório do Grupo de Trabalho em EIP
e Estudos de Caso da CP), Sylvia Rodger (autora principal,
E
Mapeamento Internacional de EIP), Madeline Schmitt
(coautora, Artigo sobre Desenvolvimento de Funcionários de ducação
interprofissional... É
EIP) e Jill Thistlethwaite (coautora, Artigo sobre Resultados
uma oportunidade
de Aprendizado de EIP). não só de mudar o nosso
Contribuições significativas também foram realizadas modo de pensar sobre
por Peter Baker, Hugh Barr, David Dickson, Wendy Horne, a educação dos futuros
Yuichi Ishikawa, Susanne Lindqvist, Ester Mogensen, Ratie profissionais da saúde, mas
Mpofu, Bev Ann Murray e Joleen Tirendi. Houve apoio também uma oportunidade
considerável por parte do grupo Colaborativo em Saúde de dar um passo atrás e
reconsiderar os métodos
Interprofissional Canadense [Canadian Interprofessional
tradicionais de prestação de
Health Collaborative]. assistência à saúde. Acredito
O apoio administrativo e o suporte técnico foram que não estamos falando
prestados por Virgie Largado-Ferri e Alexandra Harris. A somente de mudanças de
diagramação e o design gráfico foram elaborados por Susanna práticas educativas, mas
Gilbert. também de mudanças
Os principais autores foram Andrea Burton, Marilyn na cultura da medicina
e assistência à saúde
Hammick e Steven J Hoffman.
– Líder estudantil
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Mensagens Principais
** A Organização Mundial da Saúde (OMS) ** A prática colaborativa fortalece os sistemas
e seus parceiros consideram a colaboração de saúde e promove a melhoria dos
interprofissional em educação e prática resultados na saúde.
como uma estratégia inovadora que ** As políticas de educação de saúde
desempenhará um papel importante na integradas podem promover a efetiva
redução da crise mundial na força de educação interprofissional e a prática
trabalho em saúde. colaborativa.
** A educação interprofissional ocorre ** Uma série de mecanismos aperfeiçoa a
quando estudantes de duas ou mais educação interprofissional e a prática
profissões aprendem sobre os outros, colaborativa, que incluem:
com os outros e entre si para possibilitar –– práticas gerenciais de apoio
a colaboração eficaz e melhorar os –– identificação e apoio aos líderes
resultados na saúde. –– a decisão de mudar a cultura e as
** A educação interprofissional é um passo atitudes dos profissionais de saúde
importante da força de trabalho de saúde –– a vontade de atualizar, renovar e revisar
“colaborativa preparada para a prática”, a grade curricular existente
para que esteja mais bem preparada para –– legislação adequada que elimine
responder às necessidades de saúde locais. barreiras para a prática colaborativa
** Um profissional de saúde “colaborativo ** Os mecanismos que aperfeiçoam a
preparado para a prática” é aquele que educação interprofissional e a prática
aprendeu como trabalhar em uma equipe colaborativa não são os mesmos em todos
interprofissional e tem competência para os sistemas de saúde. Os responsáveis pela
este fim. elaboração das políticas de saúde devem
** A prática colaborativa acontece quando utilizar os mecanismos que são mais
vários profissionais de saúde com adequados e aplicáveis ao contexto local
diferentes experiências profissionais ou regional.
trabalham com pacientes, famílias, ** Os líderes da saúde que optam por
cuidadores e comunidades para prestar contextualizar, comprometer e defender
assistência da mais alta qualidade. Ela a educação interprofissional e a prática
permite que os profissionais de saúde colaborativa posicionam seu sistema de
integrem qualquer indivíduo cujas saúde de forma a facilitar a conquista dos
habilidades possam auxiliar na conquista Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
dos objetivos de saúde locais. (ODM) relacionados à saúde.
** Após quase 50 anos de pesquisa, a ** O Marco para Ação em Educação
Organização Mundial da Saúde e seus Interprofissional e Prática Colaborativa
parceiros reconhecem que há evidências fornece ideias aos formuladores das
suficientes para mostrar que a educação políticas de como implementar a
interprofissional eficaz proporciona a educação interprofissional e a prática
prática colaborativa eficaz. colaborativa em seu contexto atual. Marco para Ação
em Educação
Interprofissional
e Prática
Colaborativa
9
Resumo
executivo
Numa época em que o mundo enfrenta a falta resultam no trabalho em equipe colaborativo
de profissionais de saúde, os formuladores de bem-sucedido e delineia uma série de itens
políticas estão buscando estratégias inovadoras para a ação que os formuladores de políticas
que possam ajudá-los a desenvolver políticas e podem aplicar em seu sistema de saúde
programas para motivar a força de trabalho de local (Figura 1). O objetivo do Marco é
saúde mundial. O Marco para Ação em Educação fornecer estratégias e ideias que auxiliarão a
Interprofissional e Prática Colaborativa enfatiza a educação interprofissional de saúde e a prática
situação atual da colaboração interprofissional colaborativa que serão mais benéficas em sua
no mundo, identifica os mecanismos que própria jurisdição.
Prática Serviços
de saúde
colaborativa
Força de de excelência
trabalho
Força de de saúde
trabalho Educação colaborativa
de saúde interprofissional preparada
atual e futura para a prática
Sistema de
saúde fragmentado
Necessidades
de saúde
locais
O
um passo fundamental programa da como a prática colaborativa
na transição de sistemas faculdade de é implementada e executada.
desenvolvimento Exemplos desses mecanismos
de saúde fragmentados
da educação foram divididos em três temas:
para uma posição mais interprofissional foi uma
fortalecida. As equipes mecanismos de apoio institucional
experiência enriquecedora
de assistência de (mente e alma) para (exemplo: modelos de governança,
saúde interprofissional que eu interagisse com protocolos estruturados, recursos
compreendem como outros profissionais de operacionais compartilhados,
otimizar as habilidades várias áreas da saúde... políticas de pessoal, práticas
uma oportunidade de gerenciais de apoio); mecanismos
de seus membros,
troca com pessoas com a de cultura de trabalho (exemplo:
compartilhar o
mente parecida em outras estratégias de comunicação,
gerenciamento de casos e profissões que valorizam a
prestar serviços de saúde políticas para resolução de
educação interprofissional
de melhor qualidade a e são comprometidas conflitos, processos para tomada
pacientes e à comunidade. em implementá-la. de decisões compartilhada)
Os sistemas de saúde e mecanismos de ambiente
– Educador
(exemplo: ambiente construído,
11
instalações, projeto do espaço). Assim que a lista de recomendações ou ações necessárias.
força de trabalho de saúde preparada para a Tem como objetivo apresentar aos formuladores
prática colaborativa estiver implementada, esses de políticas ideias sobre como contextualizar
mecanismos os auxiliarão a determinar as ações o sistema de saúde existente, se comprometer
que poderão ser tomadas para apoiar a prática em implementar os princípios da educação
colaborativa. interprofissional e da prática colaborativa, e
Os sistemas de educação e saúde também de promover os benefícios da colaboração
apresentam mecanismos através dos quais os interprofissional com seus parceiros regionais,
serviços de saúde são prestados e os pacientes educadores e profissionais de saúde.
protegidos. Este Marco identifica exemplos de A educação interprofissional e a prática
mecanismos de prestação de serviços de saúde colaborativa podem desempenhar um papel
(exemplo: planejamento de capital, modelos de importante na redução de muitos desafios
remuneração, financiamento, comissionamento, enfrentados pelos sistemas de saúde no
fluxos de subsídios) e mecanismos de segurança mundo. Os itens para a ação identificados
do paciente (exemplo: gerenciamento de neste Marco podem ajudar as localidades e
riscos, acreditação, regulamentação, registro regiões a avançarem em direção a sistemas
profissional). de saúde fortalecidos e, por fim, à melhoria
de resultados na saúde. Este Marco é uma
Chamada para a ação chamada para a ação dos formuladores
de políticas, responsáveis pelas decisões,
É importante que os formuladores de políticas educadores, profissionais de saúde, líderes
analisem este Marco do ponto de vista global. comunitários e defensores mundiais da
Cada sistema de saúde é diferente e deverão saúde, para que tomem atitudes e caminhem
ser implementadas novas políticas e estratégias em direção à incorporação da educação
que sejam adequadas e abordem os desafios interprofissional e prática colaborativa em
e necessidades locais. Este Marco não tem o todos os serviços que prestarem.
propósito de ser prescritivo nem de fornecer uma
Aprendendo juntos a
trabalhar juntos por
uma saúde melhor
A necessidade de fortalecer os sistemas de da resolução WHA59.23, que ordenou um
saúde com base nos princípios da atenção rápido aumento da produção de força de
primária à saúde se tornou um dos desafios trabalho de saúde por meio de várias estratégias,
mais urgentes para os formuladores de políticas, entre as quais o uso de “abordagens inovadoras
profissionais de saúde, gestores e comunidades de ensino em países industrializados e em
em todo o mundo. Os recursos humanos para desenvolvimento” (3).
a saúde estão em crise. A carência mundial Os governos, em todo o mundo,
de 4,3 milhões de profissionais de saúde foi estão buscando soluções inovadoras e
considerada por unanimidade como uma transformadoras do sistema, que assegurem a
barreira crítica para a conquista dos Objetivos disponibilidade, a variedade e a distribuição
de Desenvolvimento do Milênio relacionados adequada da força de trabalho de saúde. Uma
à saúde (1,2). Em 2006, a 59ª Assembleia das soluções mais promissoras reside na
Mundial de Saúde reagiu à crise de recursos colaboração interprofissional.
humanos para a saúde através da implementação
Força de Força de
trabalho de Educação interprofissional trabalho
saúde atual de saúde
e futura colaborativa
preparada
para a prática
Força de
Serviços de
trabalho de
saúde Prática colaborativa saúde de
excelência
colaborativa
preparada para
a prática
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Conceitos Principais
Profissional de saúde é um termo totalmente inclusivo, que se refere a todas as pessoas envolvidas
em ações cujo objetivo principal é promover a saúde. Incluem-se nessa definição aqueles que
promovem e preservam a saúde, aqueles que diagnosticam e tratam doenças, profissionais de apoio
e gestores da saúde, profissionais com áreas de competência distintas, sejam eles regulamentados
ou não, convencionais ou complementares (1).
Educação interprofissional ocorre quando duas ou mais profissões aprendem sobre os outros,
com os outros e entre si para a efetiva colaboração e melhora dos resultados na saúde.
** Profissional é um termo abrangente que inclui indivíduos com conhecimento e/ou habilidades
para contribuir com o bem-estar físico, mental e social de uma comunidade.
Prática colaborativa na atenção à saúde ocorre quando profissionais de saúde de diferentes áreas
prestam serviços com base na integralidade da saúde, envolvendo os pacientes e suas famílias,
cuidadores e comunidades para atenção à saúde da mais alta qualidade em todos os níveis da rede
de serviços.
** Prática inclui o trabalho clínico e não clínico relacionado à saúde, como diagnóstico,
tratamento, vigilância, comunicação em saúde, administração e engenharia sanitária.
Sistemas de saúde e educação consistem em todas as organizações, pessoas e ações cujo objetivo
primário é promover, recuperar ou manter a saúde e facilitar o aprendizado, respectivamente.
Abrangem os esforços para influenciar os determinantes de saúde, atividades diretas para melhoria
da saúde e oportunidades de aprendizado em qualquer fase da carreira de um profissional de saúde
(47-48).
** Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de
doenças ou enfermidades (Organização Mundial da Saúde, 1948) (49).
** Educação é qualquer processo formal ou informal que promove o aprendizado que seja uma
melhoria no comportamento, informação, conhecimento, compreensão, atitude, valores ou
habilidades (Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas, 1997) (50).
A melhor compreensão de como locais que podem ser feitos os maiores avanços
implementar essa estratégia ajudará os em direção a sistemas de saúde fortalecidos.
Estados-Membros da OMS a formar forças de Os formuladores de políticas e aqueles que
trabalho de saúde mais flexíveis, que permitam apoiam essa abordagem inovadora dos recursos
suprir as necessidades de saúde humanos para o planejamento de saúde podem
locais, maximizando em paralelo os recursos utilizar este Marco para caminhar em direção a
limitados. serviços de saúde de excelência e melhoria de
Para que os profissionais de saúde resultados na saúde através:
efetivamente colaborem e melhorem os ** da análise do contexto local para
resultados na saúde, dois ou mais deles, com determinar suas necessidades e
diferentes experiências profissionais, devem em capacidades
primeiro lugar ter oportunidades de aprender ** do compromisso em incorporar a
sobre os outros, com os outros e entre si. Essa colaboração interprofissional em
educação interprofissional é essencial para o programas novos e programas já
desenvolvimento de uma força de trabalho de existentes
saúde “colaborativa preparada para a prática”, ** da premiação de iniciativas de
na qual os funcionários trabalham juntos para sucesso e de equipes. Marco para Ação
prestar serviços abrangentes em uma ampla em Educação
gama de locais de assistência de saúde. É nesses Interprofissional
e Prática
Colaborativa
14
O Marco para Ação em Educação regionais e centros acadêmicos de excelência
Interprofissional e Prática Colaborativa foram inaugurados, o que demonstra o
proporciona uma oportunidade singular para momento de crescimento para a colaboração
todos os níveis de sistemas de saúde e educação interprofissional.
de refletir sobre como poderão melhor utilizar A educação interprofissional e a prática
estratégias de educação interprofissional colaborativa podem contribuir de forma
e de prática colaborativa para fortalecer o positiva para alguns dos desafios de saúde mais
desempenho dos sistemas de saúde e promover urgentes do mundo. Por exemplo:
melhorias de resultados na saúde (Figuras 2, 3).
Saúde da família e comunitária
A necessidade da colaboração A saúde da mãe e da criança é essencial para o
bem-estar geral de um país. Diariamente, 1.500
interprofissional mulheres no mundo morrem por complicações
Os formuladores de políticas de saúde durante a gravidez ou parto. Os profissionais de
mudaram o foco de métodos tradicionais saúde capazes de simultaneamente identificar
de prestação de serviços para estratégias os principais pontos fortes de cada membro
inovadoras que fortalecerão a força de trabalho da equipe de assistência de saúde, e utilizá-los
de saúde para gerações futuras para lidar com os problemas
A
(4-7). de saúde complexos de toda
construção
Apesar de haver grande a família envolvida no parto,
de uma rede
interesse em avançar na regional de desempenharão um papel
colaboração interprofissional, o apoio à colaboração fundamental na redução
desejo de engajar-se nesse tipo interprofissional não dessas estatísticas alarmantes e
de planejamento de longo prazo só garantiu que não evitáveis.
houvesse competição
é frequentemente negligenciado
pelas verbas entre HIV/Aids, tuberculose
por crises urgentes, como a
projetos, como tornou
epidemia do HIV/Aids e malária
possível para todos os
e/ou tuberculose,os custos projetos compartilhar A detecção, o tratamento
crescentes com assistência de melhores práticas, e a prevenção de doenças
saúde, os desastres naturais, o desafios e oportunidades. globais, como o HIV/Aids,
envelhecimento populacional – Líder de Saúde Regional a tuberculose e a malária,
e outros problemas mundiais requerem a colaboração de
de saúde. Felizmente, muitos todos os tipos de profissionais
formuladores de políticas têm do sistema de saúde. Equipes
reconhecido que uma força de trabalho de interprofissionais com conhecimento e recursos
saúde colaborativa, forte e flexível é uma das para adaptar a resposta ao ambiente local
melhores formas de enfrentar esses desafios serão decisivas para o sucesso dos programas
de saúde, altamente complexos. Nos últimos de gerenciamento de doenças, educação e
anos, diversas associações locais, nacionais e conscientização.
15
Ações de saúde em crise
Em situações de crise humanitária
e conflitos, é essencial haver uma
resposta emergencial bem planejada.
Os profissionais de saúde devem
possuir conhecimento e habilidades
para mobilizar quaisquer recursos e
conhecimento disponíveis no sistema
de saúde e na comunidade para suprir
© WHO/DRT/Martel
deficiências no fornecimento de água,
de alimentos e de produtos médicos. A
educação interprofissional proporciona
aos profissionais de saúde as habilidades Sistemas e serviços de saúde
necessárias para coordenar a prestação A educação interprofissional e a prática
de assistência quando surgem situações colaborativa maximizam os pontos fortes
emergenciais. e as habilidades dos profissionais de saúde,
permitindo que atuem em sua máxima
Segurança de saúde capacidade. Frente a carência atual de 4,3
Epidemias e pandemias geram demandas milhões de profissionais de saúde, inovações
inesperadas e intensas ao sistema de saúde. dessa natureza tornar-se-ão cada vez mais
Os indivíduos que trabalham regularmente necessárias para lidar com a pressão sobre os
em uma equipe com prática colaborativa sistemas de saúde.
podem aumentar a capacidade de uma região
de responder a problemas de segurança de O Marco para Ação em Educação
saúde, como surtos de gripe aviária. Em caso de Interprofissional e Prática Colaborativa relaciona
uma epidemia mundial ou desastre natural, a uma série de mecanismos no nível da prática e
colaboração entre os profissionais de saúde é a de sistema que podem ajudar os formuladores de
única maneira de gerenciar a crise. políticas a implementar e manter o progresso na
colaboração interprofissional. Ao reconhecer que
Doenças não transmissíveis os sistemas de educação e de saúde devem refletir
e saúde mental as necessidades e aspirações locais, este Marco
Equipes interprofissionais são capazes muitas foi elaborado para auxiliar os formuladores de
vezes de apresentar uma abordagem mais políticas no mundo todo a aplicar mecanismos
abrangente na prevenção e no gerenciamento e ações essenciais conforme as necessidades
de condições crônicas como a demência, de suas localidades específicas. Este Marco
desnutrição e asma. Essas condições são apresenta ideias internacionalmente relevantes
complexas e geralmente necessitam de uma para os formuladores de políticas levarem em
resposta colaborativa. consideração e adaptá-las como for necessário.
* Fonoaudiólogos reúnem as 2 profissões distintas em língua inglesa: Speech Pathologists and Audiologists
** Não há ocupação equivalente no Brasil
* Os países dos participantes foram categorizados de acordo com a Classificação de Renda do Banco Mundial.
17
Nenhum
Outros funcionários/ 8.7%
Aprendizado no Faculdade/24,6%
local de trabalho 24.6%
8.7%
Diretores/
Professores clínicos
7.2%
Autodidatas
1.4%
Equipes de Profissionais
3.6%
Consultores/Facilitadores
7.2% Comitês de IPE/
Equipes de ensino
18.8%
Prática Serviços
de saúde
colaborativa
Força de de excelência
trabalho
Força de de saúde
trabalho Educação colaborativa
de saúde interprofissional preparada
atual e futura para a prática
Sistema de
saúde fragmentado
Necessidades
de saúde
locais
19
Colaboração interprofissional
intersetorial durante crises de saúde
Em 2005, o norte do Paquistão sofreu um grave terremoto que resultou em milhares de danos. Os
esforços de salvação foram especialmente desafiadores em comunidades isoladas nas montanhas.
Uma clínica para feridos acabou sendo montada em um hotel inacabado, mas o controle de
infecções se tornou extremamente difícil, pois não havia fonte de água. Um dos trabalhadores
voluntários tomou a iniciativa de encontrar um encanador, que conseguiu prover o abastecimento
constante de água limpa na clínica em 48 horas. Nessa situação, a busca de pessoas qualificadas fora
da equipe convencional de assistência de saúde garantiu que as vítimas do terremoto recebessem
serviços de saúde de qualidade apesar das difíceis circunstâncias (52). Essa é uma situação comum
em cenários emergenciais, onde a colaboração entre setores pode ser essencial para a melhoria dos
resultados na saúde (48).
© Jean-Marc Giboux
** Os sistemas de saúde podem se
beneficiar com a introdução da prática
colaborativa, que reduz os custos com:
Q
–– Montagem e implementação de
equipes de atenção primária à saúde ualquer projeto que envolva
para pacientes idosos com doenças diferentes especialidades
crônicas (31) ou localidades necessita da
–– Testes clínicos redundantes e custos coordenação das atividades para
atingir o máximo de efetividade.
associados (32)
Este é especialmente o caso em
–– Implementação de estratégias situações de emergência. É nesse
multidisciplinares para o cenário que equipes interprofissionais
gerenciamento de pacientes com podem exercer o maior impacto em
insuficiência cardíaca (19) uma emergência de saúde pública.
–– Implementação de equipes de nutrição A coordenação mais intensa e o
parenteral total dentro de ambientes funcionamento sereno facilitarão
uma resposta mais eficiente e
hospitalares (18).*
efetiva, bem como possibilitarão a
Essas evidências demonstram claramente prestação de assistência mais rápida
a necessidade de haver uma força de trabalho para aqueles com necessidades.
de saúde colaborativa preparada para a
– Diretor Nacional de Saúde Pública
prática, que pode incluir profissionais de
* Quadros com o resumo de evidências de pesquisa obtidas saúde de profissões regulamentadas ou não,
a partir de análises sistemáticas relacionadas à educação
como profissionais de saúde da comunidade,
interprofissional e prática colaborativa são encontrados nos Anexos
Marco para Ação
6 e 7, respectivamente. O Colaborativo de Saúde Interprofissional economistas, especialistas em informática
Canadense (Canadian Interprofissional Health Collaborative)
para saúde, enfermeiros, gestores,
em Educação
também elaborou recentemente uma síntese de evidências
para formuladores de políticas sobre os efeitos da educação assistentes sociais e veterinários. A Interprofissional
interprofissional, incluindo 181 estudos de 1974-2005, que pode
ser acessado através do link http://www.cihc.ca/resources-files/ colaboração interprofissional e Prática
the_evidence_for_ipe_july2008.pdf Colaborativa
20
A
intersetorial entre a saúde relação pessoal entre possuem habilidades para
e setores relacionados os membros da equipe colocar o conhecimento
é também importante ajudou a estabelecer a interprofissional em prática
porque auxilia no alcance confiança entre nós, e colegas e o fazem com respeito
que confiam uns nos outros
de determinantes de pelos valores e crenças de
são muito mais propensos
saúde mais amplos, como a buscar colaboração. seus colegas. Eles podem
melhor moradia, água interagir, negociar e trabalhar
– Profissional de saúde rural
encanada, segurança dos conjuntamente com
alimentos, educação e profissionais de saúde de
uma sociedade sem violência. qualquer procedência.
A educação interprofissional pode ocorrer A educação interprofissional e a prática
durante a educação pré- e pós-qualificação colaborativa não são panaceias para todos os
em uma variedade de cenários (exemplo: desafios que o sistema de saúde possa enfrentar.
programas de treinamento básico, programas No entanto, quando aplicadas adequadamente,
de pós-graduação, desenvolvimento têm condições de dotar os profissionais de
profissional contínuo e aprendizado para saúde das habilidades e dos conhecimentos
a melhoria da qualidade dos serviços). A necessários para enfrentar os desafios do
educação interprofissional é geralmente bem complexo sistema de saúde mundial.
recebida pelos participantes, que desenvolvem
habilidades de comunicação, aumentam a
O papel dos sistemas de saúde e de
capacidade de análise crítica e aprendem a
valorizar os desafios e benefícios do trabalho educação
em equipe. A educação interprofissional efetiva Aspectos como problemas regionais,
promove o respeito entre os profissionais de necessidades de saúde não atendidas e o
saúde, elimina estereótipos prejudiciais e evoca contexto local influenciam a forma como
a prática da ética focada no paciente (8). os sistemas de saúde e de educação são
Muitos profissionais de saúde já atuam em organizados em todo o mundo. Não existem
equipes e se comunicam ativamente com os dois contextos idênticos, no entanto todos
colegas. Apesar da coordenação e da cooperação compartilham seis blocos estruturais comuns.
formarem a base para a colaboração, estas A prática colaborativa pode ser encontrada
não são sinônimos de prática colaborativa, em cada um destes seis blocos estruturais dos
pois esta última superaa cooperação através sistemas de saúde:
do envolvimento de uma força de trabalho 1. Força de trabalho de saúde
de saúde colaborativa, preparada para a 2. Prestação de serviços
prática, pronta para enfrentar problemas 3. Produtos médicos, vacinas e tecnologias
complexos ou emergenciais e resolvê-los juntos. 4. Financiamento de sistemas de saúde
Esses profissionais de saúde sabem como 5. Sistema de informação de saúde
colaborar com colegas de outras profissões, 6. Liderança e governança (32)
© JWHO/photo by ALMASY P.
* Foi alterada a descrição dos profissionais que compõem a
equipe de saúde da família no Brasil: onde se lia um médico, duas
enfermeiras e agentes comunitários de saúde, leia-se um médico,
um enfermeiro, um ou dois auxiliares/técnicos de enfermagem e
quatro a seis agentes comunitários de saúde. * Termo mencionado no
documento original
I
treinamento necessário educação interprofissional e
sso me tornou mais
aos profissionais de saúde; consciente do quanto o prática colaborativa, este Marco
e principalmente, os processo de mudança descreve os mecanismos que os
indivíduos e comunidades é importante. As equipes formuladores de políticas e os
que dependem do serviço. podem beneficiar os líderes da sociedade civil podem
pacientes se estiverem utilizar para começar a promover
Ao modificar a forma
trabalhando bem. Se a transição para a colaboração
como os profissionais de a equipe não estiver
saúde pensam e interagem interprofissional em todo o
trabalhando bem, o paciente
será afetado, o que também sistema.
me tornou mais consciente
sobre como gostarei de
trabalhar no futuro.
– Estudante de Farmácia
23
Avanços
A conquista da educação interprofissional e identificados itens passíveis de ação para que os
da prática colaborativa necessita de uma análise formuladores de políticas possam implementar
e avaliação dos mecanismos que as delineiam. em contextos locais. No entanto, apesar de
Para este Marco, uma série de mecanismos- os mecanismos e ações terem sido alocados
chave foi identificada a partir da revisão da em categorias abrangentes de educação
literatura, de resultados de um mapeamento interprofissional e prática colaborativa, há um
internacional de práticas de educação alto grau de sobreposição e muitos mecanismos
interprofissional, de estudos de caso de países impactam ambas as seções (Figura 7). À medida
e da análise cuidadosa e do conhecimento de que essas estratégias forem implementadas e
informantes-chave. Esses mecanismos foram difundidas, a educação interprofissional e a
separados em temas abrangentes e agrupados prática colaborativa serão mais incorporadas,
em três seções: 1) educação interprofissional; fortalecendo os sistemas de saúde e melhorando
2) prática colaborativa; e 3) sistemas de os resultados na saúde.
educação e saúde. Para cada seção, foram
MECANISMOS DO EDUCADOR
Apoio
Autotreinamento Resultados
institucional
Lideranças de aprendizado
Compromisso
gerencial
Força de
Força de trabalho
de saúde atual
Educação trabalho
de saúde
e futura interprofissional colaborativa
preparada
para a prática
Logística e
cronograma Princípios de Avaliação
aprendizado
Conteúdo Presença para adultos Aprendizado contextual
programático obrigatória
Métodos
Objetivos de aprendizado
compartilhados
MECANISMOS CURRICULARES
© WHO/P. Virot
Educação interprofissional oferece
experiências do mundo real aos alunos
Em 1996, a Universidade de Linkoping na Suécia implementou um extenso compromisso com a
educação interprofissional para todos os estudantes das ciências da saúde. Até 12 semanas do currículo
de todos os alunos são dedicadas à educação interprofissional (60). Uma parte deste compromisso foi a
inauguração da primeira ala interprofissional de treinamento para estudantes na Faculdade de Ciências
da Saúde na Universidade de Linkoping (61).
Um programa parecido de treinamento vem sendo oferecido desde 1998 no Instituto Karolinska,
próximo à Universidade de Linkoping, onde é ministrado um curso interprofissional obrigatório de duas
semanas para estudantes de medicina, enfermagem, fisioterapia e terapia ocupacional em uma ala
de treinamento. Entre cinco a sete alunos trabalham em equipes para planejar e organizar a atenção
à saúde dos pacientes sob a orientação de seus supervisores. Ao final de cada turno, as equipes de
alunos discutem a experiência de aprendizado com os supervisores. (62)
R
1. Trabalho em equipe: ecebemos de braços
–– Capacidade de atuar como líder e abertos irmãos e
membro da equipe irmãs brancos que
–– Conhecimento dos obstáculos para o estão trabalhando juntos
trabalho em equipe para a melhoria da saúde
2. Funções e responsabilidades: de nosso povo. Sairemos
com você – o guiaremos e
–– Compreensão das próprias funções,
apoiaremos – apresentaremos
responsabilidades e aptidões, bem como você à comunidade. Você
os de outros tipos de profissionais de irá descobrir que cada uma
saúde das nossas comunidades
3. Comunicação: tem senso de humor – nos
–– Expressão apropriada de opiniões aos agarramos a ele – somos
colegas flexíveis e damos as boas-
vindas ao trabalho conjunto
–– Saber ouvir os membros da equipe
nesta jornada em direção à
4. Aprendizado e reflexão crítica: colaboração interprofissional.
–– Reflexão crítica sobre a própria relação
– Líder Comunitário Aborígine
em uma equipe
–– Transferência do aprendizado
interprofissional para o ambiente de
trabalho
5. Relação com o paciente e identificação de
suas necessidades: A educação interprofissional proporciona
–– Trabalho colaborativo com foco na aos aprendizes o treinamento necessário para
melhor assistência ao paciente torná-los parte da força de trabalho de saúde
–– Envolvimento com pacientes, famílias, colaborativa preparada para a prática. Assim
cuidadores e comunidades como que os profissionais de saúde estiverem prontos
parceiros no gerenciamento do cuidado para atuar de forma colaborativa, mecanismos
6. Prática ética: e ações adicionais poderão ajudar a dar forma à
–– Compreensão das visões estereotipadas experiência (Tabela 1). Ao desenvolver a prática
próprias e de terceiros sobre outros colaborativa, os responsáveis pelo planejamento
profissionais de saúde de sistemas de saúde e os educadores da saúde
–– Reconhecimento de que os pontos de deverão se envolver em discussões sobre
vista de cada profissional de saúde são maneiras de ajudar os aprendizes na transição
igualmente válidos e importantes entre a educação e o local de trabalho.
27
Tabela 1. Ações para o avanço da educação interprofissional para a melhoria de resultados na saúde
AÇÃO PARTICIPANTES EXEMPLOS DE NÍVEIS DE ENGAJAMENTO RESULTADOS POTENCIAIS
1. Pactuar uma visão comum e a finalidade • Tomadores de decisão CONTEXTUALIZAÇÃO • Toda a educação do
da educação interprofissional com os • Formuladores de políticas • Visão: “Tanto para estudantes em sala de profissional de saúde
principais interessados nas faculdades e • Diretores e gestores dos serviços aula quanto para aqueles que participam estará direcionada por
organizações de saúde da educação na prática, a educação uma visão e finalidade
• Líderes educacionais interprofissional será incentivada e os interprofissional
• Educadores princípios da prática colaborativa serão
• Profissionais de saúde apoiados”
2. Desenvolver currículos de educação • Elaboradores de currículos CONTEXTUALIZAÇÃO • Uma estruutura de
interprofissional de acordo com os princípios • Educadores • Interagir com pesquisadores locais para educação interprofissional
das Boas Práticas de Educação • Líderes educacionais entender como as melhores práticas em que seja específica à região
• Pesquisadores educação interprofissional podem ser e leve em consideração a
aplicadas ao contexto local cultura, geografia, história,
• Desenvolver currículos com base em problemas, etc.
recursos existentes e necessidades locais • Envolvimento de várias
camadas da sociedade,
como profissionais de
saúde, pesquisadores e
instalações
3. Fornecer apoio organizacional e alocações • Diretores e gestores dos serviços COMPROMISSO • Uma força de trabalho
de verba e espaço para: de saúde • Dedicar um tempo regular para o encontro de saúde colaborativa
• o desenvolvimento e prestação da • Líderes educacionais de líderes interprofissionais, funcionários preparada para a prática
educação interprofissional e outros • Melhoria da saúde do
• o treinamento de funcionários em • Dar incentivos para os funcionários ambiente de trabalho e da
educação interprofissional participarem na educação interprofissional satisfação dos profissionais
de saúde
4. Incluir a educação interprofissional em • Líderes de governo COMPROMISSO • Uma força de trabalho
programas de treinamento para profissionais • Formuladores de políticas • Introduzir novos currículos por todo o de saúde colaborativa
de saúde: • Líderes educacionais sistema preparada para a prática
• todos os programas de pré-qualificação • Educadores • Gerenciar a resistência de profissionais de • Educação interprofissional
• programas adequados de pós-graduação • Elaboradores de currículos saúde seniores à “reeducação” e prática colaborativa
e de desenvolvimento profissional • Diretores e gestores dos serviços incorporada na prestação
continuado de saúde de sistemas de saúde
• aprendizado para melhoria de serviços de
qualidade
5. Assegurar que os funcionários • Educadores COMPROMISSO • Educação fortalecida
responsáveis pelo desenvolvimento, aplicação • Líderes educacionais • Promover aos educadores e profissionais com foco na educação
e avaliação da educação interprofissional envolvidos oportunidades para discutir interprofissional e prática
sejam competentes nessa tarefa, tenham desafios e sucessos compartilhados colaborativa
conhecimento consistente com o perfil da • Fornecer recursos aos educadores e equipe
educação interprofissional planejada e o apoio • Foco na melhoria contínua utilizando
de um líder em educação interprofissional ferramentas de avaliação adequadas
6. Garantir o compromisso com a educação • Líderes educacionais LIDERANÇA • Melhores atitudes frente a
interprofissional dos líderes em instituições • Diretores e gestores dos serviços • Permitir que educadores, supervisores outras profissões de saúde
educacionais e todos os ambientes de de saúde médicos e funcionários compartilhem • Melhor comunicação entre
trabalho e prática associados experiências interprofissionais positivas com os profissionais de saúde
supervisores e líderes
Força de
Serviços de
trabalho
de saúde Prática colaborativa saúde de
excelência
colaborativa
preparada para
a prática
Políticas
para
Estratégias
resolução
de comunicação Design do espaço
de conflitos Construção
de ambiente
MECANISMOS DE Processos de Instalações MECANISMOS AMBIENTAIS
CULTURA DE TRABALHO tomada de
decisão compartilhada
O
compartilhados. Sistemas curso foi muito útil espaço compartilhado para
e processos de informação para compreender os facilitar a boa comunicação
estruturados, estratégias papéis e perspectivas ou a organização de espaços
de comunicação efetivas, de outras profissões de e salas de forma a eliminar
políticas para resolução de saúde, trabalhar em equipe e barreiras para a colaboração
desenvolver relações efetivas
conflitos e diálogo frequente eficaz (44).
no ambiente de trabalho.
entre a equipe e os membros
– Estudante de Fisioterapia
© WHO/TDR/TLMI
trabalham nos sistemas de educação e de
saúde podem auxiliar a promover um clima
de apoio à colaboração interprofissional.
Ao desenvolver a prática colaborativa, os cuidadores e famílias estão todos envolvidos no
profissionais e os educadores de saúde devem processo de prática colaborativa.
debater como fazer a transição da educação A legislação é um mecanismo essencial
para o ambiente de trabalho. Os princípios através do qual os sistemas de educação e
fundamentais que podem direcionar o de saúde são organizados, monitorados e
movimento rumo à educação interprofissional gerenciados. Considerando que mudanças
e à prática colaborativa incluem a relevância legislativas podem influenciar a forma como
do contexto, integração de políticas, mudança os profissionais de saúde são ensinados,
de sistema em diversos níveis e liderança acreditados, regulamentados e remunerados,
colaborativa. É também importante ressaltar a legislação exerce um impacto expressivo
que os usuários do serviço, pacientes, no desenvolvimento, implementação e
Marco para Ação
em Educação
Interprofissional
e Prática
Colaborativa
32
MECANISMOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Fluxos de subsídios
Planejamento
de recursos
Registro profissional
Gerenciamento de riscos
Acreditação
Regulamentação
F
Ao mesmo tempo, as oi animador sentir e a prática colaborativa no
políticas de coordenação que havia apoio, sistema de atenção à saúde.
para serviços de saúde camaradagem e Muitos dos mecanismos
que dão suporte ao cooperação dos outros de governança que são
estudantes e preceptores na
desenvolvimento e prestação aprovados no mundo
comunidade, e isso nos deu
de serviços integrados a oportunidade de vivenciar existem para proteger os
realizados por equipes iriam: as funções do aprendizado pacientes e a comunidade. Se
** Envolver outras áreas com os outros e a ensinar uns a regulamentação for muito
de política pública aos outros.Isso me ajudou rígida, os processos podem
como assistência social, a perceber os conceitos se tornar fragmentados e
educação, moradia e equivocados existentes entre resultar em um aumento de
profissões e as limitações de
justiça custos e em uma pressão
nossa própria profissão.
** Sistematizar adicional sobre o sistema
a colaboração – Estudante de Medicina de saúde. Por outro lado,
interprofissional na se a regulamentação for
educação e na saúde razoavelmente flexível,
como uma direção aumentam as oportunidades
estratégica nacional para incorporar a educação
** Facilitar o interprofissional na prática.
comissionamento dos serviços de saúde e Existem estruturas legais e regulatórias em
educação que dão suporte aos princípios quase todos os países que podem atuar tanto
da prática colaborativa. como barreiras como promotores da educação
interprofissional e da prática colaborativa. Os
Segurança do paciente. requerimentos para acreditação de centros de
Os mecanismos de governança que saúde e critérios para registro de estudantes
estabelecem padrões em todo o sistema e dão também podem transformar a educação e
apoio à segurança do paciente podem ser usados a prática (42). Um governo, por exemplo,
para incorporar a educação interprofissional incluiu uma cláusula em sua legislação de saúde
A ntes desse
projeto [educação
interprofissional], as
pessoas não viam umas as outras
como tal. Elas se viam como um
requerimentos para acreditação e/ou critérios
para registro, os formuladores de políticas e
líderes de governo podem ser promotores da
colaboração interprofissional. Em 2003, em
resposta às questões levantadas sobre segurança
“médico” ou um “enfermeiro” e se
esqueciam do lado humano de do paciente no relatório “Errar é humano”, o
cada um. Agora elas extrapolam o Instituto de Medicina dos Estados Unidos
cargo e se comunicam entre si com publicou um relatório referencial sob o título
mais respeito. Graças a esse projeto, “Educação de profissões de saúde: uma ponte
elas agora se veem como pessoas, para a qualidade”, que enfatizou a necessidade
o que é uma grande mudança. da educação interprofissional e da prática
– Líder educacional colaborativa (Tabela 3).
35
Tabela 3. Ações para o apoio à educação interprofissional e à prática colaborativa no nível de sistema
EXEMPLOS DE NÍVEIS DE
AÇÃO PARCERIAS RESULTADOS POTENCIAIS
ENGAJAMENTO
1. Construir a capacidade de força • Líderes de governo CONTEXTUALIZAÇÃO • Planejamento de curto, médio e
de trabalho em nível nacional e local • Diretores e gestores dos serviços • Envolvimento em discussões focadas longo prazo para uma força de
de saúde com parceiros e líderes da atenção à trabalho interprofissional
• Líderes educacionais saúde • Direção definida e transparente
• Formuladores de políticas • Desenvolvimento de estratégias para os recursos humanos para
de planejamento de curto e longo a saúde
prazo para recrutamento, retenção e
educação
2. Criar padrões de acreditação • Líderes educacionais CONTEXTUALIZAÇÃO • Padrões de acreditação
para programas de educação de • Órgãos regulatórios • Revisão dos padrões atuais de atualizados para todas as
profissionais de saúde que incluam • Legisladores acreditação e garantia de que os profissões com um tema
evidências claras de educação • Líderes de governo padrões futuros incluam componentes compartilhado de educação
interprofissional • Pesquisadores de educação interprofissional e de interprofissional e prática
prática colaborativa colaborativa
• Garantia de que os padrões de
acreditação de todas as profissões
incluam linguagem semelhante sobre
educação interprofissional e prática
colaborativa
3. Criar políticas e planejamentos • Líderes de governo COMPROMISSO • Planejamentos legislativos
regulatórios que apoiem os • Associações profissionais • Motivação dos legisladores a e regulatórios que apoiem a
educadores e profissionais de saúde • Autoridades regulatórias desenvolver modelos legislativos educação interprofissional e a
a promover e praticar de forma • Líderes educacionais adequados para apoiar a prática prática colaborativa
colaborativa, incluindo novas e • Legisladores colaborativa
emergentes funções e modelos • Envolvimento de parceiros e
assistenciais profissionais de saúde em discussões
sobre as funções e responsabilidades
de novas e emergentes profissões
4. Criar referências e alocar • Associações profissionais COMPROMISSO • Aprendizado duradouro
subsídios para obtenção de • Órgãos regulatórios • Desenvolvimento de programas para profissionais de saúde
resultados interprofissionais • Líderes de governo e cursos que sejam adequados visando torná-los e mantê-los
claros como parte do aprendizado • Agências governamentais à educação na graduação e pós- preparados para a prática
permanente da força de trabalho • Líderes educacionais graduação colaborativa ao longo de suas
de saúde • Legisladores carreiras
5. Criar um ambiente onde • Líderes de governo LIDERANÇA • Um modelo de subsídios
seja possível compartilhar • Pesquisadores • Organização de encontros para reunir coerente para a colaboração
melhores práticas resultantes do • Líderes educacionais líderes regionais e compartilhar interprofissional
planejamento, financiamento, • Diretores e gestores dos serviços sucessos e desafios • Melhoria da comunicação entre
subsídios e remuneração da força de saúde todos os níveis do sistema de
de trabalho, que deem suporte à saúde
educação interprofissional e à prática • Desenvolvimento de uma base
colaborativa de dados de melhores práticas/
evidências
Conclusão
A Organização Mundial da Saúde reconhece nenhum deles teria chegado sozinho. Quando
a colaboração interprofissional em educação os profissionais de saúde colaboram entre
e prática como uma estratégia inovadora que si, existe algo a mais que não existia antes.
desempenhará um papel importante na redução A única maneira dos profissionais de saúde
da crise de saúde mundial. O objetivo do Marco compreenderem como a colaboração se aplica
para Ação em Educação Interprofissional e Prática à assistência de saúde é participar na educação
Colaborativa é proporcionar aos formuladores interprofissional, que os capacitará para estarem
de políticas uma ampla compreensão preparados para a prática colaborativa.
sobre como a educação Este Marco foca a
S
interprofissional e a prática abemos que importância de implementar
colaborativa funcionam em a colaboração a educação interprofissional
um contexto global. Este interprofissional é e a prática colaborativa
Marco utiliza evidências fundamental para oferecer como estratégias que
de pesquisas e uma ampla o melhor em assistência podem transformar o
ao paciente. Isto significa
variedade de exemplos de sistema de saúde. Aos
que precisamos garantir
projetos existentes no mundo que os estudantes da área profissionais de saúde não
todo para apresentar novas da saúde e de humanas basta mais ser profissionais.
ideias aos leitores sobre como adquiram os conhecimentos No atual contexto global,
implementar e integrar essas e habilidades de que os profissionais de
estratégias em suas regiões. necessitam através da saúde também precisam
A educação educação interprofissional, ser interprofissionais.
que se inicia nos primeiros
interprofissional e a prática Ao trabalhar de forma
estágios da formação.
colaborativa podem ser colaborativa, os profissionais
conceitos difíceis de explicar, – Ministro Assistente da de saúde podem tratar
Saúde e Educação
entender e implementar. positivamente dos desafios
Muitos profissionais de saúde atuais de saúde, fortalecendo
acreditam estar praticando o sistema de saúde e
de forma colaborativa, simplesmente porque promovendo melhorias de resultados na saúde.
trabalham junto com outros profissionais Em última análise, a educação
de saúde. Na realidade, eles podem estar interprofissional e a prática colaborativa têm
simplesmente trabalhando em um grupo como essência as pessoas: os profissionais
no qual cada indivíduo concordou em usar de saúde que prestam serviços e trabalham
suas próprias habilidades para alcançar um juntos para garantir que os pacientes e a
objetivo comum. Colaboração, no entanto, comunidade recebam o melhor tratamento da
não se refere somente a acordo e comunicação, maneira mais eficiente possível; os educadores
mas sim à criação de sinergia. A colaboração que compreendem a importância de juntar
ocorre quando dois ou mais indivíduos estudantes de várias disciplinas para aprender
com diferentes experiências profissionais e sobre os outros, com os outros e entre si; os
habilidades complementares interagem para líderes de saúde e formuladores de políticas que
criar uma compreensão compartilhada a qual se esforçam para garantir que não haja barreiras
37
Um papel para as organizações mundiais de saúde
A política de saúde é cada vez mais influenciada pelas organizações internacionais de saúde.
Instituições mundiais de saúde, organizações não governamentais e agências de doação podem
desempenhar um papel importante no apoio e valorização da educação interprofissional e da
prática colaborativa.
Exemplos de como as organizações mundiais de saúde podem assumir um papel fundamental na
colaboração interprofissional:
** Apoiar os formuladores de políticas de saúde nos esforços para implementar, viabilizar e
manter a educação interprofissional e a prática colaborativa.
** Garantir o desenvolvimento de projetos e programas que incluam a educação interprofissional
e a prática colaborativa, além de interligar iniciativas da educação e da prática.
** Prover fluxos de subsídios que facilitem esforços da prática colaborativa em nível regional,
nacional e local.
** Apoiar a coordenação entre os sistemas de saúde e educação.
** Defender a educação interprofissional e a prática colaborativa e garantir que permaneçam
como uma prioridade na pauta de saúde mundial.
** Trabalhar com as organizações para identificar possibilidades e aproveitar oportunidades nas
quais a educação interprofissional e a prática colaborativa possam fortalecer programas novos
e já existentes.
** Assumir papel de destaque em nível mundial através do compromisso e valorização
internacional da educação interprofissional e da prática colaborativa.
Compromisso
Assim que os formuladores de políticas
sentirem que contextualizaram o próprio
sistema de saúde e que identificaram
áreas onde podem avançar, será feito o
compromisso de adotar a colaboração
interprofissional como uma estratégia
inovadora para a transformação do sistema de
saúde (Figura 10).
Esse tipo de compromisso poderá se
© WHO/P. Virot
manifestar sob diversas formas. Em algumas
regiões, há necessidade de evidências
(especialmente de pesquisa e avaliação)
que sustentem a educação interprofissional de educação interprofissional e prática
e a prática colaborativa. Apesar de sabermos colaborativa é frequentemente um dos passos
muito sobre o impacto positivo da educação mais importantes rumo a um sistema de saúde
interprofissional e da prática colaborativa fortalecido. Juntos, a liderança poderia garantir
efetiva, principalmente por meio daqueles que uma revisão das barreiras tradicionais à prática
se beneficiaram pessoalmente desse tipo de colaborativa, como a legislação e regulamentação.
prática, ainda há muito que desconhecemos. Sem a coordenação entre os dois sistemas,
Os profissionais de saúde e os formuladores que são interligados em sua essência, seria
de políticas se beneficiariam com um forte complicado para os profissionais de saúde
compromisso global de apoio a essa pesquisa. estabelecer as etapas necessárias para a conquista
O compromisso pelos líderes de saúde e de da prontidão para a prática colaborativa.
educação em trabalhar conjuntamente para Exemplos de ações que os formuladores
implementar formas inovadoras de prestação de políticas podem tomar para demonstrar o
Sistema de saúde
Implementação
de estratégias
Planejamento e elaboração de força
de políticas de força de trabalho
de trabalho de saúde de saúde
integrada
Sistema de educação
Marco para Ação
em Educação
Interprofissional
e Prática
Colaborativa
40
Líderes estudantis como parceiros para mudanças
Milhares de estudantes de profissões de saúde do Canadá se reuniram em 2005 para formar a
Associação Nacional dos Estudantes de Ciências da Saúde como um movimento de base para a
promoção da educação interprofissional. Atuando em uma rede de 22 seções de universidades/
faculdades e mais de 20 profissões de saúde, os líderes estudantis elaboram e implementam
programas locais acadêmicos, sociais e de serviços comunitários que promovem a prática
colaborativa. O reitor da Associação da Universidade de Toronto, por exemplo, abrigou uma série
de eventos sociais alinhados com o currículo interprofissional da universidade chamado “Semana
da Dor”. O reitor da Universidade Dalhousie recrutou centenas de estudantes de profissões de
saúde para participar de uma corrida beneficente pelo câncer de mama enquanto aprendiam
sobre os outros, com os outros e entre si. O reitor local da Universidade da Colúmbia Britânica fez
uma parceria com o Ministério da Saúde da província para coordenação de programas de saúde
inovadores para estudantes do ensino fundamental e do ensino médio (79).
A
e discussões; trabalho já em andamento e
o observar a
** compartilhar as empolgação destes abrir o diálogo e a discussão
conclusões de modelos futuros líderes sobre as principais iniciativas
de planejamento, da assistência de saúde em educação interprofissional
financiamento, ao aprender uns com os e prática colaborativa que
subsídios, outros e sobre os outros, é poderiam ser implementadas
comissionamento e emocionante pensar o que futuramente. O Grupo
os próximos anos trarão
remuneração da força de Estudos da OMS em
em termos de mudanças
de trabalho de saúde e renovação de nosso Educação Interprofissional
que apoiem a educação sistema de atenção à saúde, e Prática Colaborativa
interprofissional e a o que no final das contas espera que este Marco seja o
prática colaborativa; é a essência de tudo! ímpeto para formuladores de
** incentivar a gerência – Chefe de Enfermagem políticas em todo o mundo
a apoiar o trabalho abraçarem a educação
em equipe e o interprofissional e a prática
compartilhamento de responsabilidades colaborativa. Através da implementação de
pela prestação dos serviços de atenção à estratégias que promovam a colaboração
saúde entre os membros da equipe. interprofissional, o sistema começará a migrar
de um estado fragmentado para outro onde
A educação interprofissional e a prática os sistemas de saúde são fortalecidos e haja
colaborativa podem desempenhar um papel melhoria dos resultados na saúde.
significativo na redução de muitos desafios
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M
45. Health Professions Act, R.S.B.C. 2008, c. 183, s. 16(2)
eu aluno e eu
(k). Victoria, Government of British Columbia, 2008.
tivemos uma boa
discussão sobre os 46. Wenman H. Working towards full participation.
London, General Social Care Council, 2005/
papéis das pessoas no local
Tomorrow’s doctors. London, General Medical Council,
de trabalho e como gerenciar 2003/ Statement of common purpose for subject
melhor a comunicação entre benchmark statements for the health and social care
elas. Ficamos um bom tempo professions. Gloucester UK, Quality Assurance Agency
conversando sobre aquilo for Higher Education, 2006.
e o fato de que quando as
coisas dão errado, muitas
vezes a causa é a falta de
entendimento do trabalho do
outro. Se você tivesse alguma
noção do que eles estavam
enfrentando para tentar
e agilizar as coisas juntos,
a forma como as peças se
encaixam, haveria um local Marco para Ação
de trabalho mais coeso.
em Educação
– Enfermeiro(a) Preceptor(a) Interprofissional
e Prática
Colaborativa
44
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stock.xchng
Anexos
47
ANEXO 1. Lista de membros do Grupo de Estudos da OMS
em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa
Equipe Central - Liderança Grupo de Trabalho em Prática Colaborativa
** John HV Gilbert, Universidade ** Yuichi Ishikawa, Universidade de Kobe,
de Colúmbia Britânica, Canadá Japão (Líder de Tema)
(Copresidente) ** Susanne Lindqvist, Universidade de East
** Jean Yan, Recursos Humanos para Anglia, Reino Unido
Saúde, Organização Mundial da Saúde ** Sharon Mickan, Universidade Oxford
(Copresidente) Brookes, Reino Unido
** Steven J Hoffman, Recursos Humanos ** Ester Mogensen, Instituto Karolinska,
para Saúde, Organização Mundial da Suécia
Saúde (Gerente de Projeto) ** Ratie Mpofu, Universidade de Western
Cape, África do Sul
Grupo de Trabalho em Educação Interprofissional ** Louise Nasmith, Universidade de
Colúmbia Britânica, Canadá
** Peter G Baker, Universidade de
Queensland, Austrália (Líder de Tema)
** Marilyn Hammick, Centro para o Avanço Grupo de Trabalho em Estruturas de
Apoio em nível de sistema
da Educação Interprofissional, Reino
Unido ** Debra Humphris, Universidade de
** Wendy Horne, Universidade de Southampton, Reino Unido (Colíder de
Tecnologia de Auckland, Nova Zelândia Tema)
** Lesley Hughes, Universidade de Hull, ** Jill Macleod Clark, Universidade de
Reino Unido Southampton, Reino Unido (Colíder de
** Monica Moran, Universidade de Tema)
Queensland, Austrália ** Hugh Barr, Journal of Interprofessional
** Sylvia Rodger, Universidade de Care, Reino Unido
Queensland, Austrália ** Vernon Curran, Universidade Memorial de
** Madeline Schmitt, Universidade de Newfoundland, Canadá
Rochester, Estados Unidos ** Denise Holmes, Associação dos Centros
** Jill Thistlethwaite, Universidade de Sidney, Acadêmicos de Saúde, Estados Unidos
Austrália ** Lisa Hughes, Departmento de Saúde
(Inglaterra), Reino Unido
** Sandra MacDonald-Rencz, Health
Canada, Canadá
** Bev Ann Murray, Health Canada, Canadá
A urgência de ação para melhorar internacionalmente os recursos humanos para saúde foi enfatizada
pelo Relatório de Saúde Mundial de 2006: Trabalhando Juntos pela Saúde, que demonstrou uma
carência mundial estimada de quase 4,3 milhões de médicos, obstetras, enfermeiros e profissionais
de apoio. A 59ª Assembleia Mundial de Saúde reconheceu a crise e adotou uma resolução em 2006,
convocando um rápido escalonamento da produção da força de trabalho de saúde através de várias
estratégias, incluindo o uso de “abordagens inovadoras de ensino em países industrializados’’.2
Temos o prazer de anunciar a criação do Grupo de Estudos da Organização Mundial da Saúde
(OMS) em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa, como uma das estratégias inovadoras
para ajudar a enfrentar o desafio da força de trabalho de saúde global. Trabalhando em colaboração
com a Associação Internacional de Educação Interprofissional e Prática Colaborativa (InterEd),
essa iniciativa é construída com base no progresso considerável atingido nessa área desde que a
OMS identificou pela primeira vez, em 19783, a educação interprofissional como um componente
importante da assistência básica de saúde e publicou o relatório técnico sobre esse tema em 1988.4
O Grupo de Estudos da OMS conduziu um mapeamento extremamente necessário do ambiente
internacional e uma avaliação da situação atual das pesquisas nessa área, mas além disso irá também
identificar, avaliar e sintetizar as evidências sobre potenciais facilitadores, incentivos e alavancas
para ação que possam ser adotados como parte da estratégia global para educação interprofissional e
prática colaborativa (Quadro 1). Esse trabalho formará a base para esforços de acompanhamento e
para garantir que as atividades futuras sejam embasadas nas melhores evidências possíveis.
O Grupo de Estudos da OMS consiste de dois especialistas em educação avançada, prática
e políticas de cada região do mundo; os membros formaram três equipes separadas em educação
interprofissional, prática colaborativa e estruturas de suporte em nível de sistema, liderados pelo
Professor Peter G. Baker (Universidade de Queensland, Austrália), Professor Yuichi Ishikawa
(Universidade de Kobe, Japão) e Professor Dame Jill Macleod Clark (Universidade de Southampton,
Reino Unido), respectivamente. O Grupo de Estudos da OMS também estabeleceu parcerias com
diversas comunidades de especialistas e entusiastas (Quadro 2) para engajar a comunidade como
um todo nesta iniciativa histórica ao mesmo tempo em que há a maximização do conhecimento
* Yan J, Gilbert JHV, Hoffman SJ. Grupo de Estudos da Organização Mundial da Saúde em Educação Interprofissional e Prática
Colaborativa. Journal of Interprofessional Care, 2007, 21:588-589.
57
WHO Announcement 589
Referências
[1] Organização Mundial da Saúde. World Health Report 2006: Working Together for Health. Genebra:
Organização Mundial da Saúde; 2006.
[2] Organização Mundial da Saúde. WHA59.23: Escalonamento Rápido da Produção da Força de Trabalho.
Fifty-Ninth World Health Assembly. A59/23, 37 – 38. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2006.
[3] Organização Mundial da Saúde (1978). Alma-Ata 1978: Assistência Básica de Saúde. Report of the
International Conference on Primary Health Care. 6 – 12 de setembro de 1978. Alma-Ata, USSR. Genebra:
Organização Mundial da Saúde.
[4] Organização Mundial da Saúde (1988). Aprendendo Juntos a Trabalhar Juntos pela Saúde. Relatório de
um Grupo de Estudos da OMS em Educação Multidisciplinar de Funcionários da Saúde: a Abordagem de
Equipe. Technical Report Series 769:1 – 72. Genebra: Organização Mundial da Saúde.
www.who.int/hrh/nursing_midwifery/en/