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O ato de rotina é, sobretudo, guiado pelo impulso, tradição e autoridade. A pessoa que não é reflexiva
aceita automaticamente o ponto de vista normalmente dominante numa dada situação. A ação reflexiva é
uma ação que implica uma consideração ativa, persistente e cuidadosa daquilo em que se acredita ou que
se pratica, à luz dos argumentos que a justificam e das consequências a que conduz. A reflexão é uma
maneira de encarar e responder aos problemas (Dewey, 1933).
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CURSO DE ENFERMAGEM – Grau de Licenciado
Ano Letivo 2018-2019
Sendo o Jornal de Aprendizagem um espaço de reflexão, é importante ter em conta que este
abrange a dimensão referencial, em que é feita uma fundamentação (baseada em conceções e
evidência científica predominantemente de enfermagem) da situação vivida e refletida, e a
dimensão expressiva, em que há a consciencialização de sentimentos, medos e receios que
poderão ser ultrapassados pela própria reflexão. Destaca-se assim uma dupla dimensão do Jornal
de Aprendizagem (Zabalza, 1994):
- Referencial, reflexão sobre a situação de cuidados vivida, narrada e fundamentada em
experiências anteriores, referentes teóricos, evidência científica…
- Expressiva, reflexão e expressão de si próprio, os seus sentimentos e emoções, desejos,
intenções...
O objeto da reflexão é tudo o que se relaciona com a experiência do estudante em Ensino Clínico;
narração de ações, pensamentos e sentimentos, centrada na pessoa cuidada, na pessoa que cuida
e na interação de cuidados.
Com a elaboração do Jornal de Aprendizagem, o estudante expõe-explica-interpreta as suas
experiências de ensino clínico, pois revive as experiências de cuidados; descreve, analisa e avalia a
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Ano Letivo 2018-2019
ação/interação; e explora os seus próprios pensamentos e sentimentos, as ideias, conflitos,
dilemas que se cruzam na sua mente, num movimento de descentração (movimento de
distanciamento da situação vivenciada para a conseguir analisar exteriormente). O seu conteúdo
deve ser reflexivo, de autoanálise e de autoavaliação.
O jornal de aprendizagem elaborado deve ser enviado ao docente orientador e, se o estudante
assim o entender, pode ser partilhado com o enfermeiro orientador. O feedback ao estudante é da
responsabilidade do docente, numa perspetiva de identificar aspetos ou estratégias de
continuidade no desenvolvimento pessoal e profissional do estudante.
Este instrumento de reflexão sobre a prática concorre para o esclarecimento e a interpretação de
ideias ou acontecimentos experienciados em Ensino clínico prosseguindo o desenvolvimento de
boas práticas, a integração entre teoria e prática pois a reflexão incrementa o conhecimento e o
desenvolvimento do mesmo e, ainda, a consciencialização de sentimentos, medos e anseios, que
podem ser ultrapassados pela própria introspeção e orientação. Por tudo isto, visa o
desenvolvimento de competências no Estudante de Enfermagem.
Bibliografia
Boud, D., Keogh, R., & Walker, D. (1985). Reflection: Turning Experience into Learning. London:
Kogan Page.
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C. Heath. https://archive.org/details/howwethink000838mbp
Gibbs, G. (1988). Learning by Doing: A guide to teaching & learning methods. Oxford: Oxford
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Harrison, P. & Fopma-Loy, J. (2010). Reflective Journal Prompts: A Vehicle for Stimulating
Emotional Competence in Nursing. Journal of Nursing Education, 49(11), 644-652.
Jasper, M. (2003). Beginning Reflective Practice. Cheltenham: NelsonThornes Ltd.
Kolb, A. (1984). Experiential Learning: Experience as the Source of Learning and Development.
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Schön, A. (1987). La formación de profisionales reflexives, hacia un nuevo diseño de la enseñanza y
el aprendizage em las profesiones. Centro de publicaciones del ministério de educacion y ciência,
Ediciones Paidós: Barcelona.
Warner, H. (2006). Living with disability: Part 2. The child/family/nurse relationship.
Zeichner, K. M. (1993). A formação reflexiva de professores: ideias e práticas. Educa: Lisboa.
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