AUTOMOBILÍSTICA
Abstract
This work presents the concepts of the philosophy Kaizen, as well as it proves his/her applicability in an
automobile industry through a case study, demonstrating the results obtained through the application of the
referred philosophy.
Key-Words: Kaizen, Continuous improvement, Automobile Industry.
Gestão da Qualidade e Produtividade
1. Introdução
Segundo Davenport (1998), devido ao mercado competitivo crescente, pressões da
concorrência e econômicas e principalmente, devido aos clientes, as empresas precisam
reestruturar-se para manterem-se competitivas.
Dentro deste contexto de reestruturação as empresas precisam introduzir processos de
melhoria contínua em seu dia-a-dia. E a busca pela melhoria atualmente é uma
necessidade, e as empresas que não adotarem este princípio tendem a desaparecer, mais
cedo ou mais tarde (MARTIN, 1996).
Melhoria contínua significa o envolvimento de todas as pessoas da organização no sentido
de buscar, de forma constante e sistemática, o aperfeiçoamento dos produtos e processos
empresariais. A mellhoria contínua pressupõem mudanças como hábito da organização e
grandes mudanças com maior planejamento. Cabe salientar que quando a empresa evolui
dentro de um processo de melhoria contínua, os ganhos associados às mudanças de origem
tecnológicas, sejam gerancias ou operacionais, são mais rápidos e mais facilemente
incorparaods ao processo. Como a organização está mais acostumada a mudar, aprender,
evoluir oferece menos restrições às melhorias (SHIBA, 1997).
Várias ferramentas podem ser utilizadas com o intuito de se estrabelecer um processo de
melhoria continua, dentre estas destaca-se o Kaizen, cujo conceituação básica se encontra a
seguir.
2. Fundamentação Teórica
2. O Conceito Kaizen
A mudança é algo que todos dão por certo, mas no Japão ela é um modo de vida, após ter
sido arrasado pela guerra o país precisa levantar-se, partir daí eles implantaram não só nas
empresas, mas também em suas vidas a filosofia do Kaizen, onde nenhum dia deve passar
sem ocorra algum melhoramento. Anteriormente a postura reativa imperava nas
corporações, ou seja, as expectativas eram voltadas para as necessidades organizacionais,
hoje já existe a postura proativa, isto é, expectativas orientadas para o cliente, neste
contexto surge as técnicas de melhorias contínuas do Kaizen, o que permite à empresa
participação total no mercado com perda reduzida de clientes, e mais do que nunca os
resultados não são os objetivos, mas sim as conseqüências (ESPÍNDOLA, 1997).
Para ilustrar a importância da metodologia Kaizen dentro da cultura japonesa, segundo
Imai (1990), considerado por muitos o pai da filosofia Kaizen, existem três religiões
importantes no Japão: Budismo, Xintoísmo e Kaizen.
O sistema de produção japonês, tal como é estruturado atualmente, surgiu nos vinte e
cincos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, na Toyota Motor. Seu idealizados,
Taiichi Ohno, criou o método chamado ohnoísmo, ou, como é popularmente chamado ,
Sistema Toyota de Produção (toyotismo). O modelo é considerado um novo formato
empresarial designado sob diversas formas, variando em função da ênfase dada por
diferentes autores, em determinado aspecto, ou da origem da inovações, como produção de
alta performace, fabricação enxuta, produção enxuta, automação flexível, just in time,
kanban e toyotismo, que são as mais conhecidas. O Sistema Toyota centra-se na
produtividade em função dos resultados a serem alcançados, prevê a adoção de uma
filosofia básica que evita o desperdício: muda, em japonês, e que promove o melhoramento
contínuo: Kaizen (CIMBALISTA,2002).
O Kaizen, em poucas palavras, significa a busca do melhoramento contínuo em todos os
aspectos, refletindo na produtividade, na qualidade sem gasto ou com mínimo
investimento. O empregado pensa em desenvolver seu trabalho melhorando-o sempre,
continuamente, reduzindo custos para a empresa e alimentando a idéia de mudanças
positivas e continuadas. O trabalho coletivo prevalece sobre o individual. O ser humano é
visto como o bem mais valioso das organizações, e deve ser estimulado a direcionar seu
trabalho para as metas compartilhadas da empresa, atendendo suas necessidades humanas e
se realizando por meio do trabalho. Satisfação e responsabilidade são valores coletivos.
Estas mudanças nos valores dos indivíduos e da organização são extremamente difícieis de
ocorrer, mas não são impossíveis (FERREIRA, 2002).
De forma geral, melhorias feitas nos processos que envolvem melhorar continuamente as
rotinas das Empresas são intituladas de Kaizen (melhorias contínuas). Neste Subsistema de
gestão visa-se eliminar as causas fundamentais que ocasionam os resultados indesejáveis e,
a partir da introdução de novas idéias e conceitos, estabelecer novos “níveis de controle”
(FALCONI, 1992).
O conceito de Kaizen desenvolvido por Imai (1990), engloba uma série de inovações de
gestão japonesa, até então tratadas separadamente: Controle da Qualidade Total e Gestão
da Qualidade Total, Just in Time, Kanban, Zero Defeitos, Círculos de Qualidade, Sistemas
de Sugestões, Manutenção Produtiva Total, Orientação para o Consumidor, Robótica,
Automação, Disciplina no Local de Trabalho, Melhoramento da Qualidade, Atividades em
Grupos Pequenos, Relações Cooperativas entre Administração e Mão de Obra,
Melhoramento da Produtividade e Desenvolvimento de Novos Produtos.
Ainda segundo Imai (1990), existem 10 mandamentos a serem seguidos na metodologia
Kaizen:
– O desperdício deve ser eliminado;
– Melhorias graduais devem ser feitas continuamente;
– Todos os colaboradores devem estar envolvidos, sejam gestores do topo e intermediários,
ou pessoal de base, o Kaizen não é elitista;
– É baseado numa estratégia barata, acreditando que um aumento de produtividade pode
ser obtido sem investimentos significativos, não se aplicam somas astronômicas em
tecnologias e consultores;
– Aplica-se em qualquer lugar, e não somente dentro da cultura japonesa;
– Apóia-se numa gestão visual, numa total transparência de procedimentos, processos,
valores, tornas os problemas e os desperdícios visíveis aos olhos de todos;
– Focaliza a atenção no local onde se cria realmente valor, chão de fábrica;
– Orienta-se para os processos;
– Dá prioridade às pessoas, acredita que o esforço principal de melhoria deve vir de uma
nova mentalidade e estilo de trabalho das pessoas (orientação pessoal para a qualidade,
trabalho em equipe, cultivo da sabedoria, elevação do moral, auto-disciplina, círculos de
qualidade e prática de sugestões individuais ou de grupo)
– O lema essencial da aprendizagem organizacional é: aprender fazendo.
Como mencionado o Kaizen pode ser aplicado em qualquer ambiente, porém esse artigo
refere-se a aplicação da filosofia no chão de fábrica, dessa forma tem-se alguns princípios
para sua aplicação.
2.2 Princípios do Kaizen Chão de Fábrica
De acordo com TBM (1999), tais princípios são:
- Ter objetivos claros;
- Processo em equipe;
- Apresentar foco cerrado no tempo (uma semana);
- Os membros da equipe Kaizen devem ser criativos antes de gastar dinheiro;
- Rápido e improvisado e não devagar e elegante;
- Recursos necessários e resultdos devem ser obtidos de imediato.
Com isso pode-se obter como resultado, melhorias extraordinárias conforme as
demonstradas na tabela 1.
Melhoria %
Aumento da Produtividade 20 a 30
Redução do Work in Process
50 a 70
(WIP) (estoque)
Redução de Área 30 a 40
Redução de Refugo 50 a 70
Fonte: (TBM, 1999)
350
300 318''
Tempo (s)
250
200 TCO
150 TAKT
100
50
0
PMM 01
PMM 02
PMM 03
PMM 07
PMM 09
PMA 01a
PMA 01b
Estações de Trabalho
Fonte: (Semana Kaizen PMM / PMA, 2000)
350
300
250
Tempo (s)
200 TCO
150 TAKT
100
50
0
PMM 01
PMM 02
PMM 03
PMM 07
PMM 09
PMA 01a
PMA 01b
Estações de Trabalho
Fonte: (Semana Kaizen PMM / PMA, 2000)
5. Referências
CIMBALISTA, Silmara. (2002) - Toyotismo e o Processo de Motivação e de Incentivo à
Inovação nas Organizações. Análise Conjuntural, v.24, n.3-4, p. 18.
DAVENPORT, T. H. (1998) - Putting the Enterprise into the Enterprise System, Harvard
Business Review, Vol. 76, No. 4, pp. 121-131.
ESPÍNDOLA, Marcos A. (1997) - Kaizen em Vendas. Bacharelado em Análise de
Sistemas. Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO.
FALCONI, V. C. (1992) - TQC - Controle da Qualidade Total (No Estilo Japonês). Editora
da Fundação Cristiano Ottoni, Rio de Janeiro.
FERREIRA, Ademir Antonio.; REIS, Ana Carla Fonseca.; PERREIRA, Maria Isabel.
(2002) - Gestão Empresarial: de Taylor aos Nossos Dias: Evolução e Tendências da
Moderna Administração de Empresas. São Paulo: Pioneira, p, 150-154.
IMAI, Masaaki. (1990) - Kaizen: a estratégia para o sucesso competitivo; tradução Cecília
Fagnani Lucca. 3ª ed. IMAM.
MARTIN, James. (1996) - A Grande Transição. São Paulo, Futura.
SHIBA, Shoji; eti alli. (1997) - TQM: Quatro Revoluções na Gestão da Qualidade. Porto
Alegre, Artes Médicas.
TBM Consulting Group. (1999) – Kaizen Chão de Fábrica.