Você está na página 1de 406

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil

enqua

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil

ÍNDICE
BLOCO 1

SEGURANÇA E EMERGÊNCIA....................................................................................03-47
Exercícios..........................................................................................................48-50
COMBATE AO FOGO....................................................................................................51-71
Exercícios.............................................................................................................72-73
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA, MAR, DESERTO E GELO..........................................74-118
Exercícios.........................................................................................................119-123
ANIMAIS PEÇONHENTOS.......................................................................................124-133

BLOCO 2

CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA..............................................................134-156


Exercícios...........................................................................................................157-160
SISTEMA DE AVIACÃO CIVIL INTERNACIONAL/ NACIONAL.................................161-179
Exercícios..........................................................................................................180-184
SEGURANÇA DE VOO..............................................................................................185-210
REGULAMENTOS DA PROFISSÃO..........................................................................211-230
Exercícios..........................................................................................................231-233
DIREITO TRABALHISTA............................................................................................234-252
Exercícios..........................................................................................................253-256

BLOCO 3

NOÇÕES BÁSICAS DO CORPO HUMANO (HIGIENE)............................................257-280


MEDICINA AEROESPACIAL......................................................................................281-294
Exercícios..........................................................................................................295-298
PRIMEIROS SOCORROS..........................................................................................299-327
Exercícios.........................................................................................................328-329

BLOCO 4

CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES........................................................330-339


Exercícios..........................................................................................................340-343
TEORIA DE VOO........................................................................................................344-359
Exercícios..........................................................................................................360-363
NAVEGAÇÃO AÉREA................................................................................................364-375
Exercícios..........................................................................................................376-378
METEOROLOGIA......................................................................................................379-399
Exercícios...........................................................................................................400-405

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

SEGURANÇA
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA Tudo o que se pode falar a respeito de
“SEGURANÇA” poderia ser resumido em
poucas palavras, a ponto de se afirmar
INTRODUÇÃO que o conhecimento profundo do
equipamento e a preparação psicológica
Em todos os setores da atividade dirigida a um bom condicionamento, nos
humana, seja por situações criadas pelo dariam aptidão suficiente para
próprio homem ou por fatores alheios, ele enfrentarmos possíveis situações que não
pode ter sua vida, bem como de outrem, afetassem a segurança de voo.
ameaçada ou estar sujeito a sofrer sérios A tecnologia alcançou um grau de
danos físicos ou materiais. reconhecimento e respeitável avanço,
São estas situações que nos levam a permitindo à empresa escolher a máquina
criar uma série de equipamentos e normas de acordo com as suas necessidades.
de procedimentos para podermos Paralelamente as empresas jamais
ultrapassá-las sem danos ou pelo menos o abrirão mão da escolha específica dos
menor número possível deles. homens que irão tripular suas aeronaves e
Em nossas atividades, especificamente dos que irão cuidar da manutenção,
a aviação, todos os meios foram criando um elo de perfeito entendimento e
colocados e estudados para que em tais segurança.
ocorrências possamos evitar o máximo de A máquina é um fator conhecido.
perdas, sejam humanas ou materiais. O homem é o que nos diz respeito
Para tal, torna-se necessário um perfeito agora, e, o domínio sobre estas máquinas
conhecimento de todos os equipamentos a é o que irá contar.
nossa disposição, bem como o modo de Todo o campo da engenharia humana
usá-los. desenvolveu-se da aceitação do fato de
Assim sendo, procuramos traçar que além da confiabilidade funcional do
algumas normas a serem seguidas em engenheiro, a operação dos equipamentos
casos de emergência. e máquinas deve ser compatível com a
No entanto, desejamos esclarecer que o habilidade do homem.
conteúdo deste manual não deve ser Os departamentos responsáveis pela
interpretado como normas rígidas ou preparação desses homens vêem, no
inflexíveis. É impraticável descrever ou treinamento, sua maior base de apoio. Por
prever todas as situações de emergência esta razão é que o treinamento deve ser
possíveis, já que duas situações idênticas planejado, visando os menos capazes,
raramente se apresentam em para que se possa confiar na absorção da
circunstâncias também idênticas. informação dada.
Outrossim, as normas não podem ser O treinamento nada mais é que um
excessivamente detalhadas, sob pena de recurso educacional que visa criar ou
faltar-lhes a devida flexibilidade na prática. melhorar um hábito e desenvolver as
Assim, o manual deve ser considerado habilidades do treinando.
apenas um guia de noções gerais, Certos estímulos provocam
prevalecendo em qualquer situação as determinados movimentos no corpo, os
iniciativas e o julgamento do comandante quais se processam a revelia da vontade.
da aeronave. São automáticos, mecânicos. Podem ser
chamados de “atos reflexos”. Mas existem
reflexos de natureza mental. Nestes
casos, o indivíduo reage de determinada

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

forma, em presença de certos estímulos, à Nossa atividade não é simplesmente um


revelia de sua vontade. trabalho. É toda uma atenção ao ser
Os reflexos podem ser “naturais” ou humano que está ao nosso lado.
“adquiridos”. Ligar determinados estímulos Todo nosso esforço em prol do
a determinadas reações é o que se chama benefício e conforto dos passageiros não
“condicionamento”. terá nenhum significado se não houver
Um exemplo de reflexo condicionado é respeito. Isto também deverá ocorrer com
a reação instintiva das pessoas de os colegas que convivem ao nosso lado e
proteger o rosto contra um objeto participam deste trabalho.
arremessado em sua direção. Na convivência do dia a dia, o respeito
Educar, instruir consiste simplesmente que exigimos conosco deverá ser
em criar no homem reflexos condicionados estendido aos que estão lutando pelo
a determinados estímulos. A totalidade de mesmo ideal: ser um “Comissário de
nossa vida física e mental é constituída de Bordo”.
reflexos condicionados. Os “hábitos” são “SEGURANÇA É A ARTE DE REDUZIR
formados pelas reações condicionadas. A UM MÍNIMO AS POSSIBILIDADES DE
Um hábito é a tendência adquirida para RISCO”.
reproduzir certos atos, tão mais facilmente
quanto mais forem praticados. Assim, o EMERGÊNCIA
princípio dominante na formação de Emergência é toda situação que foge à
hábitos é o da repetição. normalidade, pondo em risco a segurança
Esta constante repetição diminui o do avião, e, conseqüentemente, a de seus
esforço de reprodução e o tempo ocupantes.
necessário a efetivá-la, tornando-a cada A principal razão da existência do
vez menos consciente. comissário de bordo é exatamente a de
A relevância de se preparar, educando e agir com eficiência (rapidez, critério, bom
instruindo os tripulantes de uma forma senso, conhecimento, decisão, etc.) em
geral, na esfera de sua plena uma possível situação de emergência.
competência, está hoje confirmada em Existem emergências de diversos níveis,
fatos e estudos no campo da Medicina do sendo, portanto difícil classificá-las, porém
Trabalho, nos quais se verifica a sabemos que existem equipamentos que
incidência de males cujas origens situam- foram criados exclusivamente em função,
se na intranqüilidade causada pela da segurança dos passageiros e
consciência de não serem capazes de tripulantes, e, para utilizá-los devemos
cumprir determinadas tarefas a eles estar preparados a qualquer momento,
confiadas. conhecendo seu correto funcionamento,
Em qualquer setor e, principalmente, no localização a bordo, restrições, etc.
nosso, se esta atividade não for executada Situações acontecem, nas quais existe
com freqüência suficiente, tanto o a suspeita de uma provável emergência,
conhecimento de como agir, como a seja pela indicação de uma possível pane,
habilidade de execução, decrescerão. seja pela indicação visível de que algo não
Um acidente ou a falta de segurança vai bem, e poderá evoluir para uma
poderia ser definido das mais variadas emergência. Ao receber o alerta da cabine
maneiras, podendo ser simplificado assim: de comando, os comissários devem ficar
A – Tripulação mal treinada; preparados e tratar de rememorar todos
B – Uso inadequado do equipamento; os procedimentos para um pouso de
C – Má conservação do equipamento; emergência, bem como a operação de
D– Ou mesmo a combinação dos três todas as saídas e equipamentos de
fatores. evacuação, se for esse o caso.

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

O comissário deverá estar alerta, desde tanto na teoria como através de


o início do voo, até o final do mesmo, treinamentos práticos.
nunca subestimando qualquer Fica evidenciado que o trabalho de
probabilidade de emergência. Uma equipe é fundamental, mesmo nas
situação de emergência de fato é aquela situações experimentais, como
em que o perigo existe e é imediato como, treinamento de prevenção de acidentes
por exemplo, a despressurização, o fogo a combate a incêndio, sobrevivência no mar
bordo, o funcionamento inadequado de e na selva, etc. O que deverá nortear
componentes mecânicos do avião que nossas ações será o espírito de trabalho
comprometam as condições de voo, e em equipe.
muitas outras. Deveres da Tripulação:
Um pouso de emergência só é cogitado Todos os aviões que transportam
em casos extremos, ou seja, quando não passageiros são equipados com itens que
houver a menor possibilidade de se complementam a segurança. O preparo
alcançar uma infra-estrutura aeroportuária, dos tripulantes pelas empresas visa à
e pelos danos estatísticos disponíveis, utilização desses equipamentos, em
pode-se afirmar com toda a segurança, situações previstas e imprevistas, quando
que a possibilidade de um pouso de a segurança for afetada. Faz parte das
emergência no mar é bastante remota. atribuições do comissário, o cheque pré-
Vários fatores podem determinar a voo de todos esses itens, com relação a
necessidade de um pouso de emergência, sua existência a bordo, localização,
dentre estes citaríamos: operacionalidade, validade, etc. Para que
 Fogo a bordo, incluindo os motores, se haja possibilidade de complementação ou
os extintores não puderem ser troca desse equipamento, caso seja
acionados, ou forem insuficientes; necessário, antes do início do voo, este
 Perda total da força elétrica; cheque é obrigatório, não devendo em
 Fumaça densa e de origem hipótese nenhuma ser deixado para
desconhecida; depois.
 Falta de combustível, inclusive por Os equipamentos de emergência estão
vazamento; localizados em locais de fácil acesso e,
 Perda da potência dos motores, sempre próximos aos lugares de
aquém do limite mínimo para a comissários e saídas da aeronave.
aeronave se manter em voo; O comissário também deverá estar
 Sabotagem. consciente de que cada decolagem e cada
A decisão de se efetuar um pouso de pouso é uma emergência em potencial;
emergência será sempre de assim sendo, sempre que sentarem em
responsabilidade do comandante da seus lugares para uma decolagem ou
aeronave. pouso, deverão fazê-lo com postura
O sucesso ou insucesso desta operação adequada e ciente da sua importância e
dependerá de muitos fatores, dentre os responsabilidade. No início do voo, ao
quais, das condições meteorológicas, da assumirem a posição para a decolagem,
luminosidade, do estado estrutural da os comissários deverão estabelecer as
aeronave, estado físico e mental dos atitudes de cada um (quem faz o que) em
tripulantes e principalmente do grau de caso de emergência. Aliás, o “briefing”
treinamento da tripulação. deverá ser efetuado pelo chefe de equipe
Com relação ao último tópico, existem junto ao seu grupo, exatamente para
procedimentos padrões para as diferentes direcionar as tarefas de cada um numa
situações, exaustivamente abordados possível situação de emergência.

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

É também oportuno repassar de oxigênio, para serem utilizadas em


mentalmente todos os procedimentos de caso de despressurização, e indicar a
emergência, referentes à operação das localização das saídas de emergência
portas, “slides” (escorregadeiras) e de existentes na aeronave.
evacuação, permanecendo atentos e Esta demonstração deverá ser efetuada
prontos para entrar em ação. sempre durante o táxi, antes da
Ao entrar no avião, o comissário já decolagem. Em caso de voos que
poderá ir exercitando sua atenção para o atravessem o oceano, a demonstração
aspecto da segurança, observando o para o uso dos coletes salva-vidas e dos
estado estrutural das janelas da cabine de assentos flutuantes, também deverá ser
passageiros (bolhas, rachaduras, etc.), feita. Durante o voo, toda vez que se
enquanto caminha para ocupar o seu lugar acenderem os sinais luminosos de usar
na aeronave. cintos os comissários deverão fazer o
Deverá observar os passageiros para “speech” informando aos passageiros
identificar bêbados, assustados, enfim, desta obrigatoriedade, bem como policiar
pessoas que numa situação de o cumprimento desta norma de segurança.
emergência, poderão se transformar em O chefe de equipe e o comandante
um problema a mais (também grávidas, deverão ser comunicados de que a
crianças, deficientes físicos, cegos, etc.). cabine, assim como a área de
É importante também memorizar onde responsabilidade de cada comissário, está
estão sentados os tripulantes extras, “OK” para o pouso ou decolagem. Os
sejam ou não da mesma empresa, assim comissários deverão também verificar o
como estar atento para a existência a cumprimento da proibição de fumar nos
bordo de militares, ou desportistas, pois toaletes das aeronaves.
estas pessoas, devido ao seu preparo ou Quando do embarque de passageiros e
condicionamento físico, poderão ser de acomodação dos mesmos no avião, o
bastante utilidade para nos auxiliar, numa comissário deve estar atento para os
situação de emergência. seguintes aspectos: crianças, cegos,
Antes de cada decolagem ou pouso é deficientes, grávidas, obesos, etc, não
dever dos comissários: checar o poderão sentar-se nas fileiras de poltronas
posicionamento das poltronas (os das janelas de emergência, para não
encostos deverão estar na posição atrapalharem numa possível evacuação
vertical), verificar se todos estão usando de emergência. O número de máscaras de
devidamente os cintos de segurança, se o oxigênio é sempre de uma a mais para
aviso de “proibido fumar” está sendo cada conjunto de poltronas, por isso o
obedecido, e se as mesinhas estão comissário deve estar atento para que não
fechadas e travadas. Nas “galleys”, tanto tomem lugar nos assentos pessoas em
nos pousos e decolagens, como durante quantidade maior que o número de
as turbulências, os materiais soltos máscaras existentes (casais com filhos). A
deverão estar devidamente acomodados, bagagem deverá estar acomodada nos
e os compartimentos fechados e travados. locais próprios para este fim, que são os
As saídas, equipadas com “bins” ou porta chapéus. Não podemos
escorregadeiras, deverão estar permitir bagagem solta na cabine, nos
conectadas, para ficarem em condições de corredores, ou entre as poltronas, pois
uso antes de cada decolagem, e serem atrapalharão muito caso uma evacuação
desconectadas após o pouso e o rápida se faça necessária. Não permitir a
estacionamento da aeronave. colocação de bagagem junto aos painéis
Há também a obrigatoriedade de se de renovação de ar e, por último, verificar
fazer demonstração do uso das máscaras

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

se as saídas de emergência estão que poderá conduzir todo grupo a ter


totalmente desobstruídas. reações de medo e de difícil controle.
Passada esta fase teremos como
DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE conseqüência: o estado de angústia
PÂNICO A BORDO DE UM AVIÃO coletiva, a hipersugestionabilidade, o
Conforme tivemos oportunidade de fantasioso passa a se integrar ao real,
observar nos capítulos anteriores, a razão conduzindo o grupo a uma atitude de
de nossa presença a bordo é manter o defesa que, na maioria das vezes, não
clima de cordialidade e equilíbrio na corresponderá ao comportamento lógico
cabine de passageiros, atuando de para aquela situação.
maneira eficiente na ocorrência de alguma O grupo poderá ter reações impulsivas,
anormalidade. que contagiarão todos ao redor,
Para isto somos treinados, e espera-se conduzindo imediatamente ao pânico, e
que cada um de nós, além do nesta situação pouca ou nenhuma
conhecimento de todos os recursos de atenção será dada a nossa atuação.
emergência existentes a bordo Se permitirmos que tal estágio se
(equipamentos, localização, finalidade, instale, teremos com absoluta certeza
manuseio, restrições, etc.), saiba também falhado em nossos propósitos, e o passo
como lidar com a matéria prima de nosso seguinte poderá ser o comprometimento
trabalho, o ser humano. de todas as ações até ali executadas,
Na eventualidade de algum incidente ou expondo a sérios riscos os procedimentos
acidente, provavelmente irá se instalar no de emergência, podendo inclusive
grupo de passageiros, um comportamento conduzir a um desfecho dramático, o qual
que tenderá a fugir ao controle dos poderia ter sido evitado.
tripulantes. Este quadro, se instalado, irá O descontrole coletivo e o pânico minam
prejudicar o nosso trabalho de maneira tal, toda a lógica racional, a anarquia se
que o nosso objetivo primeiro é evitar que instala, e nesta desintegração coletiva
esta desintegração do controle aconteça. mais nada poderemos fazer, corremos o
É prudente que tenhamos pelo menos risco inclusive de sermos vítimas em maior
algumas noções de como este processo escala deste comportamento, do que do
se inicia e como se desenvolve. fator incidental que levou a ele.
O fator incidental desencadeante foge É imperativo que desde o primeiro
ao nosso controle, pois evidentemente instante tenhamos o controle da situação
existem situações inesperadas, mas em nossas mãos, através de atitudes que
felizmente raras, que rompem a rotina de demonstrem conhecimentos, de ações
nosso trabalho, e para as quais devemos seguras, não permitindo que o fator
estar absolutamente alertas. emocional agrave a ocorrência. A histeria
Este é o primeiro passo: atenção deve ser combatida e evitada por qualquer
voltada para tudo que acontece ao nosso meio, mesmo através da força, se outros
redor, para que possamos agir recursos não surtirem efeito.
rapidamente, caso isto se faça necessário. O descontrole emocional do passageiro
O “receio de voar” é algo que faz parte, é altamente negativo, porém, caso ocorra
em maior ou menor grau, da natureza com um dos tripulantes, logicamente é
humana, e às vezes um pequeno incidente algo muito mais grave, e como tal deverá
faz com que seja “detonado” todo um ser contornado de imediato, devendo-se
mecanismo iniciado por este receio, que partir logo para a resolução do problema.
passa a ter um papel preponderante. Estes são apenas tópicos de um
O segundo elo da seqüência é a assunto que permite análises bem mais
ansiedade coletiva, a inquietação geral, profundas, mas visto que a ocorrência de

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

situações de emergência é rara, como São nas decolagens e pousos que


frisamos anteriormente, aqui estão devemos redobrar os nossos cuidados,
contidas as regras básicas de pois nestas ocasiões há maior
comportamento que deverão ser possibilidade de ocorrer um acidente que,
desempenhadas pelo comissário. geralmente, nos surpreende não dando
margem de tempo para raciocínios
PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM imediatos. Daí surge à necessidade de
POSSÍVEIS SITUAÇÕES DE condicionarmos nossos reflexos para toda
EMERGÊNCIA A BORDO e qualquer ocorrência perigosa, nestas
Na aviação, são inúmeras as condições horas nos resta apenas um único objetivo
que podem determinar uma situação de (retirar os passageiros com maior
emergência. segurança que o acidente nos permitir,
Uma ocorrência perigosa pode envolver dentro do menor prazo de tempo possível,
o avião, pois no complexo de sua observando – se as normas gerais de
construção e funcionamento participam o salvamento e aproveitando – se ao
combustível, o oxigênio, as baterias, que máximo o equipamento de emergência.
podem provocar incêndios. Segurança no abastecimento de
Durante a permanência do avião no solo Aeronave:
pode haver colisões de viaturas ou de
outro, em manobra. A mínima falta de Independentemente do aviso luminoso
cuidados especiais pode nos surpreender, “Não Fumar” estar aceso, alertar aos
criando situações críticas e pondo em passageiros que desembarcam ou
risco não só a integridade do permanecem a bordo sobre a proibição de
equipamento, como também dos fumar, de acender qualquer objeto que
tripulantes e passageiros que nele se produza faísca, durante o trajeto aeronave
encontrarem. – terminal de desembarque, e no período
em que a aeronave permanece no solo.
Carregamento e Partida dos Motores: Antes do início do abastecimento,
As ações de segurança nestes casos informar aos passageiros a bordo sobre as
são de responsabilidade dos setores medidas de segurança (anúncios de
correspondentes, respectivamente bordo).
despacho de bagagens, tripulação técnica Havendo a necessidade de manter as
e manutenção. Compete ao grupo de luzes acesas, ou ligar qualquer interruptor,
comissários total atenção para uma fazê-lo antes do inicio do reabastecimento.
eventual emergência. Providenciar que, pelo menos, duas das
Durante o táxi: portas permaneçam abertas durante o
abastecimento, nas quais deverá existir
Estamos sujeitos a estouros de pneus, um dos seguintes equipamentos:
princípios de incêndio, colisões. etc. plataforma de embarque (finger), escadas
Portanto nesta ocasião os passageiros externas ou da aeronave, estendidas.
devem permanecer sentados com os Não havendo os equipamentos em
cintos de segurança afivelados, questão, deixar as portas equipadas com
obedecendo aos avisos de não fumar. O escorregadeiras armadas, além de manter
comissário estará preferencialmente em tripulantes em condições de abri-las em
sua posição, atento a qualquer eventual uma emergência.
anormalidade. Caso seja observada qualquer formação
Decolagens e Pousos: de vapor de combustível a bordo,
providencie para que o reabastecimento

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

seja imediatamente interrompido, somente por abrigarem, na maioria das


comunicando o fato ao comandante. vezes, parte dos equipamentos de
Procedimentos de Segurança quando emergência, mas também por tratar-se de
há presença de pessoas na “galley”: áreas de evacuação, em virtude das
“Esta é uma situação muito comum, ou portas existentes. Em nome da segurança,
seja, a presença de pessoas (tripulantes deve permanecer na área a pessoa
ou não) na área da “galley’’, que vão para devidamente habilitada (comissários/as)
este local para descansar, conversar”, durante decolagem e pouso, permitindo
esticar as pernas”, etc..., formando ás assim, numa possível evacuação de
vezes um grupo numeroso, que contraria emergência, a rápida abertura da porta, o
as normas de segurança”. acionamento do “slide” e a imediata
A maioria de nossas aeronaves possui coordenação da evacuação através
máscaras de oxigênio do sistema fixo, em daquela saída. Mesmo que haja poltronas
número compatível com o número de de passageiros desocupadas próximas á
comissários que irão ocupar aquela área, “galley”, o comissário deverá ocupar o seu
obedecendo à mesma regra de sempre assento.
existir uma máscara a mais, ou seja, em Todas as cortinas da “galley” devem
“galley” pequena onde existe um estar abertas e presas durante as
comissário. Somente atuando na função, decolagens e pousos, para não
existem duas máscaras (B – 734), em atrapalharem numa eventual emergência,
“galley” maiores, onde é previsto um bem como a área de acesso ás portas,
número maior de tripulantes atuando, que deverão estar desobstruídas e livres
como a traseira do B – 767, se encontram de objetos soltos, como transportadoras
quatro máscaras, porém a regra não é metálicas, térmicas demais objetos
geral, havendo aeronaves que não dispõe utilizados no serviço de bordo. Esses
de nenhuma máscara neste local. objetos estarão devidamente travados e
A possibilidade de uma guardados, durante as decolagens, os
despressurização deve sempre ser pousos e também durante as turbulências.
considerada e neste caso a situação pode Todo o sistema elétrico das “galley” deve
ser complicada ainda mais, na permanecer desligado durante toda
eventualidade de existirem muitas decolagem ou pouso.
pessoas ocupando este espaço, para as
quais evidentemente não haverá Reabastecimento simultâneo ao
máscaras em número suficiente, embarque e desembarque de passageiros:
ocasionando sérios transtornos. Eis uma situação extremamente
Por isso, a melhor conduta é nunca perigosa que, pelas normas em vigor, não
permitir aglomerações nas “galleys”, além deverá acontecer. Quanto aos
de prejudicarem o andamento dos passageiros que desembarcam, eles
serviços, podem agravar uma situação serão orientados através do “speech” de
que poderia ser contornada de maneira bordo, a não fumarem ou se utilizarem
bem mais lógica. Os meios para evitar que qualquer objeto que produza faísca, em
este fato venha a ocorrer vão depender do todo o trajeto entre a aeronave e o
bom senso e de cada um de nós, o terminal de passageiros atenderão a
importante é estarmos sempre atentos e orientação, o que já não acontecerá com
procurarmos manter as “galleys” em aqueles que estão embarcando, visto que
ordem, e as mais desobstruídas possíveis. ainda não foram alertados com relação a
Com relação à “galleys” vale lembrar esse perigo.
sempre que, estas áreas são
consideradas de extrema importância, não

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

Portanto, muito cuidado com relação a


este aspecto, pelas normas existentes
esse procedimento é proibido.

Embarque e desembarque de Turbulência:


passageiros com um dos motores/turbina Ao atravessarmos zona de turbulência,
em funcionamento: provavelmente, os comissários serão
Após o pouso e estacionamento da avisados com antecedência pelo
aeronave, normalmente os motores são comandante da aeronave, que dispõe de
desligados. Muitas vezes, pela ausência radar meteorológico, e na maioria das
de fonte externa no aeroporto em questão, vezes pode prever esta condição, bem
pane de APU, pane no dispositivo de como a intensidade da mesma. Existem as
partida, ou outra razão qualquer, um dos chamadas turbulências de céu claro,
motores é mantido ligado. impossíveis de serem detectadas com
Nesta condição, o motor que permanece antecedência, e para as quais devemos
em funcionamento será sempre o que estar sempre alerta. Impedir a
estiver ao lado oposto ao embarque e aglomeração de passageiros em qualquer
desembarque, para evitar qualquer risco. parte da aeronave, é a norma adequada
No entanto, devemos ficar atentos porque para se prevenir danos maiores, caso uma
para embarcar ou desembarcar as turbulência de céu claro se apresente;
bagagens e cargas, o processo será aliás, evitar esta aglomeração é sempre
invertido, pois normalmente as portas dos desejável, em qualquer tipo de situação, e
porões de carga ficam ao lado contrário ao diante da possibilidade de turbulência.
das portas principais, e algum passageiro Durante uma turbulência todos os
retardatário, quer descendo ou subindo no compartimentos das “galleys” deverão
avião, poderá expor – se a sérios danos. estar fechados e travados, e o aviso de
Essas considerações de segurança usar cintos de segurança deve ser
devem- se ao fato de que a turbina em obedecido. Muitos passageiros e mesmo
funcionamento apresenta uma área de tripulantes já sofreram traumas físicos
sucção á frente, e outra zona de perigo de violentos por permanecerem em pé,
gás de escapamento atrás que, andando pela cabine, enquanto os avisos
dependendo da aeronave, estende – se de usar cintos permanecem acesos.
por uma área bastante ampla. O chefe de equipe deverá consultar
No caso de aviões á hélice, estas sempre o comandante diante desta
deverão estar absolutamente paradas situação, procurando checar se a previsão
durante os procedimentos de embarque e é de turbulência severa, por qual período
desembarque de passageiros. de tempo é estimada, para que possa
Alijamento de combustível: tomar uma decisão consciente e
Quando este procedimento tiver a adequada quanto ao procedimento dos
necessidade de ser efetuado, os comissários na cabine de passageiros.
comissários serão previamente avisados Observem que carrinhos ou “trolleys” no
para que possam preparar a cabine. Esta meio do corredor, transportando materiais
preparação consistirá em desligar todo o tais como garrafas, copos, latas, jarras,
sistema elétrico das “galleys”, proibir o uso muitas vezes com café quente e água em
de cigarro na cabine de passageiros, não temperatura muito alta, podem machucar
permitir o uso de interruptores que com gravidade as pessoas.
produzam faíscas ao serem acionados, Será efetuado “speech” informando aos
assim como desligar as luzes, se para tal passageiros para que permaneçam
forem orientados. sentados em seus lugares, e que

10

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

obedeçam aos avisos de atar cintos de  Providenciar a abertura de válvulas


segurança. para a despressurização da cabine
 (descompressão), pois junto com o ar
Fumaça, vapores e gases tóxicos na sairão à fumaça ou gases;
cabine  Reduzir adequadamente a velocidade.
O aparecimento desta condição a bordo Se instruídos para tal pelo comandante,
de aeronaves em voo será sempre grave, deveremos abrir as janelas de
diante das limitações de nossas possíveis emergência, para proporcionar ventilação
ações. ao ambiente.

A fumaça densa prejudica não só os É importante frisar que no caso de


órgãos da respiração, que ficarão executar a ventilação, seja pela abertura
seriamente comprometidos como das saídas de ar, seja pela abertura das
praticamente impedirá a visualização da janelas de emergência todo cuidado
área onde ocorrer. especial deverá ser tomado se o problema
Os gases de uma maneira geral têm a for proveniente de fumaça de incêndio,
característica de ocuparem uniformemente pois a rápida entrada de oxigênio poderá
todo o compartimento no qual se levar a explosão do recinto.
encerram.
Quanto à utilização das garrafas
A nocividade dos gases depende portáteis de oxigênio, somente as que
daquilo que cada um individualmente possuem máscara “full – face” fornecerão
poderá ocasionar-nos diversos órgãos do proteção adequada neste caso. As
corpo, e estas conseqüências vão desde a equipadas com máscaras oro- nasais,
impossibilidade de respirar á lesões bem como as máscaras do sistema fixo,
cutâneas, da indução a mal estar e que são também oro- nasais, misturam o
vômitos, ao risco de explosão da cabine. oxigênio ao ar ambiente, não sendo,
portanto adequadas para estas ocasiões.
No caso de fumaça e vapores tóxicos, Em linhas gerais, nossa conduta diz
sabemos que estas substâncias tendem a muito a respeito de prevenção, para que
ocupar as camadas mais altas dentro da não surjam situações deste tipo; na
cabine (o ar frio fica embaixo), portanto, situação já instalada, proteção aos órgãos
até que possamos lançar mão das de visão e respiração, executando
garrafas de oxigênio, devemos abaixar e paralelamente as orientações prescritas
deslocar – nos rente ao chão, cobrindo pela cabine de comando.
nariz e boca com panos umedecidos. Para
os gases a situação é mais perigosa, visto
que ocupam integralmente o ambiente.
Diante do acima exposto é fácil deduzir
a importância de se efetuar a abertura das
saídas de ar antes do início do voo, assim
como manter os painéis de renovação de
ar absolutamente desobstruídos.
As ações na cabine de comando, para a
remoção de fumaça, vapores e gases
tóxicos, serão as seguintes:
 Imediatamente após ser detectado o
problema, descer para o nível
aproximado de 10.000 pés;

11

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

bordo, e porque lá existem depósitos de


papéis (toalha, higiênico), além de possuir
FUMO À BORDO lixeiras onde são jogados papéis com
resíduos de maquilagem e outras
substâncias inflamáveis, o fumo também é
proibido, e na medida do possível,
devemos exercer esta fiscalização.
Aquele que não fuma, na maioria das
vezes, abomina o uso do cigarro.
No solo a proibição deve-se a razões
óbvias: em toda escala a aeronave é
reabastecida, e mesmo com as portas
PROJETO DE LEI Nº 3.210, DE 1997
abertas, as cabines são pequenas para
(Apensos: PL nº 4.192/98; 4.487/98; dar uma vazão imediata aos gases
4.499/98; 4.520/98; 4.589/98; 4.657/98; combustíveis que eventualmente
4.683/98; 4.794/98; 172/99; 229/99, adentram no avião.
430/99 e 5.200/01). Além dos fatores mencionados até aqui,
para as empresas aéreas o fumo a bordo
Dispõe sobre a proibição de fumar em não é nada interessante, pois diminui a
aeronaves comerciais brasileiras, em todo o vida útil dos componentes dos sistemas de
território nacional; pressurização, de ventilação, de
refrigeração, exigindo manutenção e troca
Proíbe o uso de fumo a bordo de aeronave desses componentes num tempo bem
civil. mais curto.

PARA CONHECIMENTO: ATMOSFERA TERRESTRE


Antes de estudarmos pressurização e
O passageiro fumante, e principalmente possíveis despressurizações, vamos fazer
aquele passageiro que viaja de avião um rápido comentário sobre a atmosfera
muito raramente, provavelmente não para que possamos entender melhor o
entenderá o porquê de tantas proibições que ocorre com nosso corpo em altas
com relação ao uso do cigarro. Proíbe-se altitudes.
o fumo durante todas as fases do voo e, Em seus primeiros 100 km, a atmosfera
logicamente durante a utilização dos apresenta uma composição bastante
sistemas de oxigênio. homogênea, que consiste dos seguintes
Num pouso de emergência, a aeronave gases:
poderá sofrer danos materiais de grande
monta, inclusive com ruptura dos tanques  Nitrogênio:................................... 78%
de combustíveis e conseqüentes  Oxigênio...................................... 21%
derramamentos do mesmo; imagine o que  Argônio, C02, neônio, hélio, metano,
aconteceria nesta situação se houvesse Criptônio e vapor d’água.............. 1%
um ou mais cigarros acessos. A grande Acima dos 100 Kms. a atmosfera não é
maioria dos acidentes aeronáuticos se dá mais homogênea, formando camadas
nas áreas próximas aos aeroportos (cerca sucessivas de oxigênio, hélio e hidrogênio.
de 75% a 80%), ou seja, durante Os raios solares que alcançam nosso
decolagens ou pousos. planeta aquecem a superfície terrestre à
Nos toaletes, por ser uma área na qual cerca de –27 oC. Nesta temperatura, a
a vigilância constante não pode por nós Terra emite raios infravermelhos em todas
ser efetuada, em função dos serviços de as direções do espaço. No entanto, o CO2
12

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

e as moléculas de vapor d’água que se parte superior da troposfera, a


encontram nas camadas inferiores da temperatura cessa de diminuir,
atmosfera, absorvem e em seguida permanecendo constante em torno
devolvem esses raios infravermelhos. de –55 oC, existindo aí uma delgada
Parte dos raios é dirigida para baixo e camada, denominada tropopausa.
atinge a superfície terrestre, aumentando Na estratosfera, a temperatura aumenta
a temperatura em 43 oC, o que a eleva com a altitude devido ao aquecimento
para 16 oC. Esta é a temperatura média causado pela absorção de raios solares
real da terra durante o ano inteiro. A ultravioletas pela camada atmosférica de
absorção e a reemissão de raios ozônio, atingindo no topo da estratosfera
infravermelhos são conhecidas como uma temperatura de 13oC.
“efeito de estufa”. Os gases que compõe a atmosfera,
A atmosfera terrestre pode ser dividida independentemente da altitude, ocupam
em cinco regiões distintas, dependendo do as proporções mencionadas
gradiente de temperatura da região, ou anteriormente, sendo os principais para
seja, a variação de temperatura em nós, o oxigênio e o nitrogênio.
relação à altitude de uma determinada O oxigênio é o gás da vida. Através dos
região atmosférica. Assim, um gradiente pulmões é levado à corrente sanguínea, e
de temperatura negativo indica que a daí nas combustões de suas trocas
temperatura decresce com a altitude, e um orgânicas. O nitrogênio não é útil para
gradiente positivo, significa que a nós, mas reveste-se de especial
temperatura aumenta junto com a altitude. importância, pelos danos que pode causar
em caso de despressurização (baixa
pressão).
Região Gradiente Vimos que o oxigênio é vital para nossa
Atmosfera Altitude de sobrevivência, pois sem ele, a vida cessa
Temperatura em poucos minutos, ou danos
Troposfera 0 a 11 Km Negativo permanentes podem ocorrer. Igualmente,
a temperatura e a pressão são
Estratosfera 11 a 48 km Positivo importantes nos fenômenos orgânicos, e
este assunto interessa profundamente
àqueles que tripulam equipamentos a jato,
Mesosfera 48 a 80 Km Negativo cujo teto de operação está muito acima
dos limites da sobrevivência humana.
Termosfera 80 a 650 Km Positivo A pressão atmosférica ao nível do mar,
Acima de 650Km
medida em condições padrão de umidade
Exosfera Indefinido e temperatura, é de 760 milímetros de
mercúrio, 14,7 PSI, ou 29,92 pol. de
mercúrio.
A troposfera contém cerca de 2/3 da A pressão atmosférica decresce
massa total da atmosfera. Nessa camada logaritmicamente com o aumento da
a temperatura diminui com o aumento da altitude. A pressão total exercida pela
altitude, à razão de cerca de 2 oC a cada atmosfera, ou por qualquer mistura de
1.000 pés, ou ainda 6 oC a cada 1.000 gases, é a soma das pressões parciais de
metros. Com aumento da altitude, cada gás componente da mistura, que são
decrescem também a pressão atmosférica conhecidas como “pressão parcial” dos
e a densidade do ar. gases. A maior pressão parcial da
Todos os fenômenos que afetam o atmosfera é a exercida pelo nitrogênio, de
tempo, tais como nuvens e precipitações, cerca de 11,6 PSI ao nível do mar.
resultam de fenômenos troposféricos. Na
13

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

PRESSURIZAÇÃO capilares pulmonares, além do que, os


O corpo humano sofre algumas gases contidos nas diversas cavidades do
restrições para seu bom funcionamento corpo (abdômen, ouvido médio, seios da
orgânico. Alguns fatores são face), se expandem, provocando
indispensáveis para sua sobrevivência, igualmente fortes dores, limitando
como oxigênio e condições especiais de brutalmente as ações.
temperatura e pressão. Pelo que foi exposto até aqui, fica
Sabe-se que a altitude fisiológica para evidente a necessidade de manter o
uma pessoa normal é de no máximo interior do avião, em pressão máxima de
10.000 pés (3.048 m), isto significa que até 10.000 pés. É praticamente padrão
acima desta altitude é vital o uso de um manter a altitude interna em torno dos
equipamento de oxigênio. 8.000 pés, não importando aí a altitude
Se uma pessoa subir acima de 10.000 real em que se encontra a aeronave.
pés, digamos 16.000 pés, a pressão Isto é conseguido pela pressurização,
atmosférica será bem menor que ao nível que é o ar sangrado dos motores e
do mar, pois, à medida que a altitude injetado na cabine.
aumenta, a pressão diminui, isto implica Quanto mais ar, maior a pressão e
que, ficando a pressão atmosférica menor, menor a altitude interna. No entanto, se o
a pressão parcial de oxigênio nos alvéolos ar for injetado sem parar na cabine, que é
pulmonares também ficará menor. Não hermeticamente fechada, acabará levando
havendo pressão suficiente para empurrar a explosão da mesma. Há válvulas que
o oxigênio através das membranas dos têm a função de deixar escapar parte do
alvéolos para a corrente sanguínea, ar que é injetado na cabine, mas de
ocasionará assim, deficiência na maneira controlada, a fim de que possa
oxigenação do sangue. Esta falta de ser mantida a pressão desejada. Existem
oxigênio para as células do organismo é num jato em voo, duas pressões
conhecida como hipóxia. diferentes: a externa que é real, e a
Outro fenômeno, o aeroembolismo é a altitude de pressão interna da cabine, que
condição produzida pela baixa da pressão é como já vimos, produzida artificialmente,
barométrica que ocorre a grandes altitudes através da pressurização. A diferença
(acima dos 30.000 pés). Seus efeitos no entre estas duas pressões (interna e
organismo se caracterizam pelos sintomas externa) recebe o nome de diferencial de
gerados pela libertação no corpo, de pressão, que é diferente para cada tipo de
bolhas de gases que normalmente se aeronave.
encontram em dissolução nos líquidos Com a finalidade de manter a pressão
orgânicos (nitrogênio, oxigênio, gás interna da cabine, logicamente todas as
carbônico e vapor d’água). Os sintomas portas e janelas são vedadas, e neste
produzidos são incômodos e podem caso a própria pressão interna, impede a
incapacitar uma pessoa rapidamente. O abertura de qualquer dessas saídas em
nitrogênio é o gás que tem maior volume voo.
em solução por c.c., numa média de 1 a Para que se pudesse voar às maiores
1,5 litros dissolvidos nos líquidos altitudes, é que foram criadas aeronaves
orgânicos, em condições normais. Esses com cabines pressurizadas, com a
gases procuram libertar-se, indo localizar- finalidade de permitir que seus ocupantes
se, nas articulações, onde provocam fortes respirem normalmente, isto é, cabines
dores, limitando os movimentos, podendo onde a pressão interna é mantida
levar a impotência funcional do membro compatível com a altitude fisiológica do ser
atingido; dificultam a respiração, pelo humano, eliminando também os riscos de
acúmulo de bolhas de gás nos menores aeroembolismo.

14

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

Principais vantagens das cabines Lenta: Neste tipo não há problema, pois
pressurizadas: é controlada pelo próprio equipamento da
 Permitem voos em grandes altitudes; aeronave.
 Maior controle sobre a ventilação e Fatores que interferem na perda de
aquecimento da cabine; pressão:
 Redução drástica do risco de  Tamanho da cabine;
aeroembolismo (formação de bolhas  Diâmetro da saída da pressão;
gasosas na corrente sanguínea).  Altitude, quanto maior for a diferença
Principais desvantagens de pressão (interna-externa), maiores
 Ameaça de despressurização ou e mais rápidos serão os efeitos da
descompressão por alterações da despressurização.
estrutura da aeronave; Conseqüências:
 Necessidade de compressores para  Saída brusca do ar dos pulmões. O ar
pressurizar, e equipamento reserva de sai violentamente pela boca e nariz,
oxigênio. dando a sensação de que os pulmões
aumentaram de tamanho dentro do
DESPRESSURIZAÇÃO tórax;
Analisaremos agora, a principal  Sensação de ofuscamento ou de
desvantagem das cabines pressurizadas. confusão momentânea;
Digamos que uma aeronave esteja  Intensa neblina devida à brusca queda
voando a 30.000 ft (pés) e repentinamente de temperatura e pressão
rompe-se uma janela, por uma razão (condensação);
qualquer (tiro, fadiga do material, etc...), o  Efeitos fisiológicos: sintomas de
que ocorreria? hipóxia se o equipamento de oxigênio
Como a pressão interna é maior do que não for usado de imediato;
a externa, ocorreria uma equalização de  Sintomas de aeroembolismo;
pressões, uma igualdade entre elas, ou  Possível presença de dores a devida à
ainda uma perda da pressão interna da expansão de gases.
aeronave.
É bom ficarmos conscientes também
Um exemplo prático de que ao estarmos exercendo atividade
despressurização é quando uma panela física, seremos os primeiros atingidos pelo
começa a apitar. Para casos de impacto da despressurização.
despressurização as aeronaves estão O tempo de lucidez, em uma situação
equipadas com um sistema de oxigênio, de despressurização, é muito variável de
acomodado acima das poltronas de uma para outra pessoa, dependendo além
passageiros, e que é acionado da altitude, de outros fatores, tais como:
automaticamente. Maiores detalhes serão fumo, que reduz o oxigênio disponível
vistos quando estudarmos os sistemas de para os tecidos do corpo; álcool, que
oxigênio. interfere na assimilação do oxigênio;
fadiga, que diminui a tolerância individual;
Tipos de despressurização: constituição física, visto que o indivíduo
Explosiva: Perda da pressão “atlético” suporta melhor esta situação,
instantânea, em menos de um segundo. enquanto que aquele de vida sedentária
Rápida: Perda de pressão mais lenta, terá maiores problemas para recuperar-se.
mais ou menos 10 segundos. Com relação à altitude, existe uma tabela
que expressa os tempos médios de
lucidez, para uma pessoa normal, sob o

15

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

ponto de descanso,com atividade e a boca e nariz. Esta máscara deve ser do


repouso. sistema fixo de oxigênio.
Altitude Sentado Exercendo Pessoa em Todo este procedimento, descida do
Em pés em Atividade Repouso
descanso Moderada (despressuriza avião e queda das máscaras, será muito
ção rápida) rápido, e, lembre-se, a mobilidade não
22.000 10 05 min. 03 min. será muito fácil, pois o centro de gravidade
min. estará deslocado.
25.000 05min. 03 min. 02 min. Após a descida do avião até uma
altitude onde seja possível respirar, caso
30.000 1,5 45 seg. 30 seg. algum dos passageiros apresente
min. dificuldades em fazê-lo, poderemos utilizar
35.000 45 30 seg. 20 seg. as garrafas portáteis de oxigênio (com
seg. máscaras oro - nasais).
40.000 25 18 seg. 12 seg. Numa despressurização explosiva o
seg. tripulante terá aproximadamente 10
45.000 10 05 seg. 20 seg. segundos para efetuar os procedimentos
seg. básicos.

Em pessoas normais, a variação de SISTEMAS DE OXIGÊNIO


altitude (que acarreta variação no A) SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO:
percentual de oxigênio do sangue arterial) É basicamente o oxigênio
provoca, comumente, os seguintes acondicionado sob alta pressão, em
sintomas de hipóxia: cilindros localizados nos porões das
aeronaves, e em número suficiente para
ALTITUDE EM %DE CONDIÇÃO
PÉS SATURAÇÃO CLÍNICA atender às necessidades de passageiros e
DE tripulantes. Este sistema é exclusivo para
OXIGÊNIO
Normal
casos de despressurização. É acionado
Nível do 95-98 automaticamente, quando a cabine atingir
mar a uma altitude de pressão de 14.000 pés
Dor de cabeça,
10.000 88-89 cansaço em exposição (ft) (altitude de segurança).
prolongada
Em caso de pane do sistema automático
Sonolência, dor de
14.000 80-81 cabeça, tontura,
poderá ser acionado eletricamente, ou
fraqueza de visão, ainda manualmente, variando apenas o
mudança de
personalidade, perda tipo de aeronave.
de coordenação Nos compartimentos de máscaras, cada
muscular, cianose
conjunto de poltronas, possui sempre uma
Todos os acima, porém
18.000 74-75 mais críticos máscara a mais do que o número de
22.000 67-68 Convulsão, colapso, poltronas, pois poderá haver passageiro
coma
Colapso e coma com
colo.
25.000 55-60 aproximadamente 5 Se um comissário estiver no corredor
minutos. em caso de despressurização, poderá
Observações também utilizar esta máscara.
Quando ocorre uma despressurização, Nas aeronaves mais recentes, ao invés
providência a ser tomada na cabine de de garrafas de oxigênio nos porões, para o
comando é descer a aeronave a uma sistema fixo, existem equipamentos que
altitude respirável para o ser humano. produzem quimicamente o oxigênio,
A altitude a ser tomada na cabine de denominados geradores químicos de
passageiros é pegar a máscara de oxigênio.
oxigênio mais próxima, colocando-a sobre
16

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

Em qualquer dos casos, haverá sempre atendimento de primeiros socorros, tanto


máscaras nos PSU’s em número de uma a em passageiros como tripulantes
mais, conforme já foi citado; nos lugares (deficiência respiratória).
dos comissários, nas “galleys”, nos As máscaras utilizadas são as do tipo
toaletes (duas em cada lavatório), e para oronasais.
as cabines de descanso de tripulantes nos As garrafas do sistema portátil de
aviões maiores. oxigênio para passageiros, elas são
As cabines de comando são supridas de equipadas com duas saídas de fluxo
oxigênio do sistema fixo, por intermédio de contínuo: uma em vermelho ou indicando
uma garrafa localizada normalmente no HI, com fluxo de 4 litros por minutos,
porão dianteiro da aeronave, que é sendo utilizada para adultos; e outras em
independente do sistema fixo para verde ou indicando LO, com fluxo de 2
passageiros e comissários. litros por minutos, para ser utilizada em
Quando a altitude interna da cabine crianças ou passageiros extremamente
atinge 14.000 pés, as máscaras caem idosos. Se a máscara oro - nasal for muito
automaticamente, mas elas só passarão a grande para um bebê que necessite
fluir oxigênio quando as puxarmos para oxigênio, poderemos utilizar um copo de
baixo em direção ao nosso rosto. Se plástico que receberá dois orifícios; um
algum dos compartimentos das máscaras para a entrada do tubo condutor, e outro
não abrir automaticamente, poderá ser para a saída do ar expirando. Quando for
aberto manualmente, inserindo – se algum recém nascido, devemos retirar a máscara
objeto pontiagudo no orifício de abertura. e colocar a extremidade do tubo a uma
Ao acontecer uma despressurização e o distância aproximada de 10 cm do rosto
comissário estiver no meio da cabine, não da criança, nesse caso utilizando a saída
deverá tentar chegar até seu lugar; a com fluxo de 4 litros (HI).
atitude correta será apanhar a máscara
mais próxima. Havendo passageiro no 1 - SISTEMA DE OXIGÊNIO
toalete com uma criança, encontrará duas
máscaras justamente com esta finalidade. SISTEMAS DE OXIGÊNIO DE
O oxigênio que flui das máscaras da EMERGÊNCIA
cabine de comando tem a finalidade de
atender aos tripulantes em casos de Os sistemas de oxigênio de emergência
despressurização da cabine, fumaça a subdividem – se em:
bordo, assim como fornecer oxigênio para 1. Sistemas fixos de oxigênio de
os primeiros socorros. emergência
O oxigênio que flui para as máscaras 2. Sistemas portáteis de oxigênio de
oro – nasais da cabine de passageiros tem emergência.
a finalidade exclusiva de atender
passageiros e comissários em casos de 2 – SISTEMAS FIXOS DE OXIGÊNIO
despressurização acidental as cabines, DE EMERGÊNCIA
não servindo para os casos de fumaça a Sabe – se que quanto maior a altitude,
bordo, por serem suas máscaras dos tipos mais rarefeito é o ar; portanto, para que se
que dilui o oxigênio justamente com o ar possa voar a grandes altitudes, é
da cabine. necessário que as aeronaves sejam
NÃO É PERMITIDO FUMAR pressurizadas.
ENQUANTO ESTE SISTEMA ESTIVER Devido ao risco de despressurização, as
EM FUNCIONAMENTO. aeronaves estão equipadas com sistemas
PARA PASSAGEIROS: Garrafa (ou fixos de oxigênio, a saber:
garrafas) de oxigênio que são para o

17

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

 Sistema fixo de oxigênio para a cabine 3 - A finalidade deste sistema é ser


de comando utilizado pelos ocupantes da cabine de
 Sistema fixo de oxigênio para a cabine comando, como antihipóxia, em caso
de passageiros de despressurização. Como variação
na utilização, poderá ser também
usada em caso de fumaça na cabine
(justamente com o par de óculos).

4 – SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO


PARA A CABINE DE PASSAGEIROS
Em algumas aeronaves, o oxigênio que
alimenta o sistema fixo para a cabine de
passageiros está armazenado em cilindros
fixos localizados nos porões; em outras,
este oxigênio é obtido quimicamente
através de módulos distribuídos ao longo
da cabine de passageiros (módulos
geradores químicos).

5 -CILINDRO FIXO
2 - SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO Neste sistema o oxigênio flui dos
PARA A CABINE DE COMANDO cilindros, liberando através de válvulas
SHUT- OFF, em alta pressão, através de
O oxigênio que supre a cabine de um duto, até o regulador, onde a pressão
comando provém de um cilindro é reduzida, em seguida, já com baixa
independente, localizado no pressão, o oxigênio passa, através de
compartimento de aviônica (porão eletro/ dutos, para as PSUS, (Passenger Service
eletrônico) ou junto aos cilindros que Units), cabine de descanso, toaletes e
contém oxigênio destinado à cabine de estação de comissários, onde estão as
passageiros (compartimento de carga). mangueiras e as máscaras oro nasais.
O fluxo de oxigênio possui três Nas aeronaves em que o oxigênio do
seleções: sistema fixo da cabine de passageiros
 Sob demanda, misturado com o ar da está acondicionado em cilindros,
cabine, ocorrendo uma despressurização, quando
 Demanda a 100 % a cabine atingir uma altitude pressão de
 Contínuo a 100 %, sob pressão. 14.000 pés, o sistema fixo de oxigênio
será acionado automaticamente.
Painel regulador do fluxo de oxigênio.
 Interruptor de acionamento: ON / OFF 6 ESQUEMA DO SISTEMA FIXO DE
 Seletor do teor de oxigênio: 100 % OXIGÊNIO
NORMAL (oxigênio acondicionado em cilindros)
 Seletor do fluxo de oxigênio:
EMERGENCY/ NORMAL/ TEST ou 7 Após o acionamento do sistema, as
ON/OFF tampas dos alojamentos das máscaras
OBSERVAÇÃO se abrirão (por pressão do fluxo do
No B_737-300/500 o painel regulador do oxigênio), ficando, estas últimas,
fluxo de oxigênio encontra – se acoplado à penduradas. Para que o oxigênio
própria máscara. chegue até as máscaras, é necessário
que sejam puxadas em direção ao

18

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

rosto. Ao se puxar a máscara, um


pequeno pino é removido, liberando o MÓDULO GERADOR QUÍMICO DE
fluxo de oxigênio para a respectiva. OXIGÊNIO
Instalação vertical (teto)

8 Se houver falha no acionamento Ocorrendo uma despressurização numa


automático do sistema fixo de oxigênio aeronave equipada com módulos
da cabine de passageiros, o mesmo geradores, quando a cabine, numa altitude
poderá ser acionado eletricamente, pressão de 14.000 pés, as tampas dos
através de um interruptor (manual over seus alojamentos abrir-se-ão
ride switch) localizado no painel do automaticamente (válvula aneróide, ativa
mecânico de voo ou no painel superior quando a altitude e a pressão da cabine
da cabine de comando (overhead). atingir o limite acima citado). Se houver
falha na abertura automática das tampas
dos alojamentos das máscaras, as
9 - MODULOS GERADORES mesmas o serão eletricamente por meio
Os módulos geradores são de um interruptor localizado na cabine de
independentes, isto é, podem ser comando.
acionados individualmente. As máscaras Após uma despressurização, caso a
estão ligadas ao gerador por meio de uma tampa de algum alojamento de máscaras
mangueira. Cordéis prendem as máscaras do sistema fixo de oxigênio (quer
ao pino acionador e o fluxo do gerador em alimentado por cilindro, quer por módulos)
questão será iniciado quando qualquer não se abra, o procedimento será abaixá-
uma das máscaras ligadas ao mesmo for lo individualmente.
puxada. Uma vez acionado, o gerador Por isso deve-se agir de acordo com o
passará a fornecer um fluxo contínuo e sistema específico de cada aeronave
ininterrupto de oxigênio durante (manual de apresentação de aeronaves).
aproximadamente 15 minutos para todas O oxigênio que flui das máscaras oro
as máscaras ligadas ao mesmo. nasais da cabine de passageiros tem a
Durante o ciclo de geração de oxigênio, finalidade exclusiva de atender
a temperatura da face externa do corpo do passageiros e comissários em caso de
gerador pode chegar a 260º C, razão pela despressurização (como antihipóxia). É
qual o módulo é protegido por uma placa desaconselhável a utilização desse
metálica, cuja finalidade é evitar sistema em caso de fumaça e/ou gases
queimaduras. Esta alta temperatura faz tóxicos na cabine, por seres as suas
também com que, ao ser acionado o máscaras do tipo misturadoras, ou seja, o
gerador, este exale um cheiro oxigênio será diluído com o ar ambiente.
característico. Os comissários devem ser “NÃO É PERMITIDO FUMAR
atentos, pois em caso de acionamento de ENQUANTO ESTE SISTEMA ESTIVER
todos os geradores, a cabine será EM FUNCIONAMENTO”
invadida por um forte cheiro de queimado,
o que poderá provocar inquietação entre
os passageiros.

MÓDULO GERADOR QUÍMICO DE


OXIGÊNIO
Instalação vertical
(Poltronas de passageiros - estações de
comissários e divisórias)

19

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

O capuz anti - fumaça, C. A. F. (smoke


hood) vem empacotado a vácuo numa
embalagem aluminizada e armazenado no
interior de uma maleta plástica lacrada. A
embalagem aluminizada tem a sua
extremidade inferior presa ao fundo da
maleta.

Dimensões da Maleta15mm x 315 mm x


70mm
Peso da maleta--------------------------1,00 Kg
Peso do capuz---------------------------1,30Kg
Armazenamento------------+ 70º C a – 40º C
2 – SISTEMA PORTÁTIL DE Volume de oxigênio------------------- 40 litros
OXIGÊNIO DE EMERGÊNCIA Pressão do oxigênio-------- 150 milibares
Compondo este sistema, há o seguinte Autonomia----------------entre 12 -15minutos
equipamento:

 Capuz anti- fumaça, C. A.F (smoke


hood)

CAPUZ ANTI – FUMAÇA, C. A. F


(SMOKE HOOD)

Descrição
O equipamento consiste de:
 Unidade composta de duas capas
flexíveis, internas, de poliéster
revestido de P V C ao calor e as
chamas, incluindo visor de plástico
policarbonatado rígido, com sistema
anti – embaçante.
 Diafragma de neoprene que veda a
parte inferior do capuz, em torno do
pescoço
 Reservatório metálico de formato
anelar, contendo oxigênio sob pressão
e uma alavanca para acionamento do
sistema (A).
 Sistema de absorção de CO2 para
manter sua concentração abaixo do
percentual de 4% (B).
 Válvula de pressão positiva que FLUXO DE OXIGÊNIO
estabiliza a pressão interna do capuz 1 Quando o sistema for acionado, o fluxo
e 2 milibares (C). de oxigênio passará através de um orifício
 Diafragma acústico para permitir a calibre, onde será ajustado em função de
comunicação oral do usuário, mesmo duas variáveis: o tempo de utilização do
que ele esteja utilizando interfone ou capuz e consumo de oxigênio.
megafone (D).
20

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

O fluxo será contínuo e poderá ser  Dilatar a abertura do diafragma de


percebido, pelo usuário, um leve ruído á neoprene que veda a parte inferior do
liberação do oxigênio. capuz e acionar o sistema de oxigênio,
Inicialmente será mais forte com a empurrando a alavanca acoplada ao
finalidade de eliminar o ar tóxico da cabine reservatório.
que tenha ficado retido no interior do  Vestir o capuz e respirar normalmente.
capuz; logo a seguir, o fluxo baixará para A alta pressão do fluxo inicial de
um nível compensatório de acordo com o oxigênio inflará e pressurizará o
consumo do usuário. interior do capuz.
A pressão interna do capuz será sempre
positiva, isto é, maior do que a pressão da VARIAÇÃO NA UTILIZAÇÃO
cabine. Como variação na utilização, os
A temperatura interna do capuz nunca capuzes anti – fumaça (C. A. F) poderão
excederá 40º C, porque a alta pressão do ser utilizados no cheque pós –
fluxo de oxigênio refrescará o interior do despressurização (walk – around
equipamento. procedure)

CHEQUE PRÉ- VOO:


ADEQUAÇÃO
O capuz anti – fumaça, C. A. F (smoke Verificar:
hood) é um equipamento fabricado para  Lacre da maleta plástica
uso de tripulantes da aviação civil e  Indicador de integridade, localizado na
destinado a proteger os olhos e o sistema tampa da maleta:
respiratório do usuário contra a fumaça
e/ou gases tóxicos, nas seguintes Cor verde OK
situações: Cor vermelha SUBSTITUIR
 Combate a um princípio de incêndio
localizado, NOTA
 Pouso em emergência com fumaça Ocorrendo uma despressurização, o
densa na cabine e indicador poderá ficar na cor vermelha. O
 Evacuação da aeronave com fumaça despeito desta indicação, o capuz ainda
densa na cabine. permanecerá em condição de ser utilizado
durante o voo se for necessário. Após o
OPERAÇÃO pouso, deve – se solicitar á manutenção
O tempo necessário para abrir a maleta, sua substituição.
dela retirar o capuz e vesti-lo é de,
aproximadamente 10 segundos. SISTEMA DE OXIGÊNIO
Deve-se executar a seguinte operação: TERAPÊUTICO
 Destravar o fecho da maleta plástica. O oxigênio terapêutico é constituído de
 Abrir a tampa da maleta. Com este cilindros portáteis com capacidade para
movimento, o lacre será rompido. 311 litros.
 Puxar a embalagem aluminizada do Quando carregados em sua capacidade
interior da maleta. A embalagem normal, indicarão, nos respectivos
aluminizada se rasgará em sua manômetros, 1800 psi a 21º C.
extremidade inferior, liberando o Cada cilindro está equipado com uma
capuz. alça de lona para seu transporte e possui
Retirar o capuz da embalagem duas saídas de fluxo contínuo.
aluminizada  Vermelha (ou indicador HI), com fluxo
de 4 litros por minuto
21

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

 Verde (ou indicador LOW), com fluxo utilização e o número de registro do


de 2 litros por minuto. cilindro, bem como incluir tais observações
As máscaras deste sistema são do tipo em relatório.
oro nasal e misturadoras. São de plástico
transparente, descartáveis e estão ligadas CHEQUE PRÉ – VOO
a uma mangueira em cuja extremidade se Verificar se:
encontra um pino de encaixe.  Os cilindros estão devidamente
fixados.
 O manômetro indica uma pressão
mínima de 1500 psi.
 A quantidade mínima de máscaras – 3
para adultos (e, eventualmente, uma
para crianças), por cilindros, foi
atendida.

NOTA
Em se tratando de recém – nascido,
deve- se remover a máscara e posicionar
a extremidade da mangueira, a
aproximadamente, 10 cm do rosto do
ADEQUAÇÃO
bebê, utilizando o fluxo de saída de 4 litros
A finalidade deste sistema é atender aos
por minuto.
ocupantes da aeronave que se encontrem Sabe – se que a inalação de oxigênio a
com insuficiência respiratória.
100% com fluxo por minuto, por um tempo
superior a 15 minutos, pode ser fatal. Não
OPERAÇÃO
existe risco de que corra um acidente
Adaptar o pino de encaixe da mangueira
desta natureza a bordo, pois embora o
ao cilindro. oxigênio contido nos cilindros portáteis
Girar a válvula de abertura no sentido
que equipam a frota serem 100%, o fluxo
anti – horário.
máximo de saída é de 4 litros por minutos.
Verificar se o fluxo está saindo
Além do que, este oxigênio, antes de ser
normalmente (indicador junto á máscara):
inalado, mistura – se dentro da máscara
indicação vermelha = bloqueio na com o gás carbônico exalado pela pessoa
passagem do fluxo; indicação verde =
e, também, com o ar ambiente.
liberação á passagem do fluxo.
Sempre que houver necessidade de se
Remover o excesso de gordura do rosto
ministrar oxigênio a algum passageiro, o
do usuário.
mesmo não deverá ser abandonado. Os
Ajustar a máscara ao rosto do usuário, comissários deverão permanecer em
amoldando a pequena tira metálica de
constante vigilância.
uma das bordas sobre o nariz, para evitar
Qualquer passageiro que estiver
fuga de oxigênio e conseqüente lesão
recebendo oxigênio por tempo prolongado,
ocular.
sofrerá um ressecamento no rosto e este
Fixar a tira elástica ao redor da cabeça equipamento poderá ser utilizado no
e respirar normalmente.
cheque pós – despressurização.
Após a utilização, deve – se fechar a (Walk – Around procedure).
válvula, girando – a no sentido contrário
ao de abertura e recolocar no seu lugar de NOTA
origem, fixando – o com as presilhas.
Reportar ao mecânico de voo (ou co-
piloto quando for o caso) o propósito da
22

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

É desaconselhável a utilização deste mangueiras, o comissário deverá vestir


equipamento em presença de fumaça aquela cujo fluxo é de 2L /min. (verde
densa. – LOW), e destinará a outra (vermelha
– HI) de 4 l /min. a uma passageiro
ATENÇÃO que necessite de oxigênio
Sempre que estiver sendo ministrado suplementar.
oxigênio a algum ocupante da aeronave,  Capuz anti – fumaça C. A. F (smoke
deve ser rigorosamente observada a hood) – vestir o capuz e conectar o
proibição de fumar num raio de 3 metros pino da mangueira de uma máscara
ao redor do equipamento, durante a oro nasal á saída de 4 L/min.
operação. (vermelha – HI) de um cilindro portátil
com oxigênio terapêutico. Após a
CHEQUE PÓS -DESPRESSURIZAÇÃO verificação da passagem do fluxo
(WALK – AROUND – PROCEDURE) contínuo, proceder ao atendimento.
Após uma despressurização, estando à
aeronave nivelada numa altitude pressão
equalizada com a altitude de voo, nível COMUNICAÇÃO
entre 25.000 e 10.000 pés (fora do nível A comunicação contribui de forma
de segurança), os equipamentos portáteis importante para se atuar com sucesso
com oxigênio poderão ser utilizados, pelos numa situação de emergência. Deve - se
comissários, para a realização do cheque estabelecer uma comunicação constante
pós – despressurização com as seguintes com a cabine de comando, sempre que
finalidades: possível, manter os passageiros bem
 Abertura individual dos alojamentos de informados.
máscaras do sistema fixo que tenham
permanecido fechadas,
 Assistência a passageiros que estejam COMUNICAÇÃO INTER-TRIPULAÇÃO
apresentando sintomas de É da responsabilidade do chefe de
insuficiência respiratória. equipe obter junto á cabine de comando
informações sobre o andamento do voo.
NOTA A comunicação entre tripulantes é feita
Sempre que a aeronave nivelar FORA através de interfones. Sempre que houver
DO NÍVEL DE SEGURANÇA, este necessidade de informar a equipe sobre
procedimento deverá ser executado, alguma ocorrência ou anormalidade, o
entretanto somente após o aviso de chefe de equipe a comunicará diretamente
nivelamento da aeronave proveniente da a todos os comissários ou aos
cabine de comando. supervisores de cabine e estes, por sua
vez, aos comissários auxiliares.
PREPARAÇÃO O atendimento a cabine de comando
Podem-se utilizar, neste procedimento, poderá ser feito através do interfone ou
os seguintes equipamentos portáteis com pessoalmente, indo-se até lá. Este
oxigênio: atendimento deve ser imediato,
 Cilindro portátil com oxigênio permanecendo – se na cabine de
terapêutico – conectar os pinos das comando o mínimo de tempo necessário.
mangueiras de duas máscaras oro
nasais as saídas de fluxo contínuo COMUNICAÇÃO
(vermelha – HIGH e verde – LOW), TRIPULAÇÃO/ PASSAGEIROS
sendo que após a verificação da A comunicação aos passageiros é feita
passagem de fluxo por ambas as através de P. A (Public Address) ou, no
23

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

caso de falha deste sistema, por meio de de imediato, pois apesar de não ser o
megafone. mais freqüente, naquele momento o
O chefe de equipe é o responsável passageiro poderá estar necessitando de
pelos anúncios de bordo, mas poderá um atendimento de urgência (por passar
delegar esta função a qualquer outro mal) ou ter detectado fumaça, fogo, ou
comissário. ainda, por qualquer outra situação
Quando for necessário algum anormal.
comunicado aos passageiros, o Um passageiro satisfeito passa a ser um
comissário deve: componente a mais, que poderá vir a
 Fazer uso do P.A ou megafone. auxiliar o grupo de comissários numa
 Identificar-se ao falar eventual situação de emergência.
 Adotar uma postura tal que a coluna As chamadas provenientes dos toaletes
fique na posição vertical (ereta) para servem como alerta aos comissários caso
que não haja compressão do algum usuário necessite de atendimento
diafragma, dificultando a respiração e por razões diversas. Se a porta do toalete
prejudicando, conseqüentemente, a estiver trancada, deve – se questionar o
alocução. ocupante sobre o que está acontecendo.
 Fazer o anúncio em voz clara e Caso não haja resposta, o comissário
compassadamente deverá abrir a porta pelo lado externo.
Todas as recomendações acima devem
ser seguidas com rigor, pois o anúncio de MEGAFONE
bordo reflete, aos olhos do passageiro, o Megafone são amplificadores portáteis
estado emocional, não só de quem faz, de som. Alguns são alimentados por pilha
mas de toda a tripulação da aeronave. É comum e outros por pilha seca.
através dele que são transmitidas, dentre Os megafones ampliam a voz do
outras informações, os procedimentos de operador para orientação dirigida, caso
segurança. seja impossível a utilização do sistema
Imagens, por vezes, falam mais do que normal de comunicação. Alguns
palavras. Portanto, independente da megafones são também providos de um
situação, é de vital importância não deixar alarme sonoro para ser usado como
transparecer preocupação para que os sinalizador. Para acioná-lo, basta retirar o
passageiros não tirem conclusões pino de seu orifício e ele passará a emitir
errôneas sobre o que está acontecendo. É um sinal que se propaga a grande
importante informar ao passageiro distância.
quaisquer mudanças que ocorram (atraso,
turbulência, suspensão do serviço de Após um pouso de emergência, caso
bordo, mudança do itinerário, etc.). Deve- um grupo tenha saído para
se lembrar que uma satisfação ao reconhecimento da área e se perca, não
passageiro virá a acalmá-lo, evitando conseguindo retornar ao ponto onde se
tumultos e possível clima de apreensão. encontram os demais sobreviventes, estes
Uma notificação ao passageiro, sempre poderão acionar o alarme, possibilitando
que for feita, deverá ter o objetivo de aos perdidos orientarem – se pelo sinal,
orientá-lo, esclarecendo de maneira facilitando o retorno dos mesmos ao ponto
calma, pausada e, acima de tudo, de partida.
profissional, o que estiver acontecendo.
Além de estar atento as chamadas do
interfone, o comissário deve estar
bastante atento, também, ás chamadas
dos passageiros. É importante atendê-las
24

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

OPERAÇÃO Como procedimento de segurança, deve


 Pressionar o gatilho ou botão, – se recomendar aos passageiros que
mantendo – o pressionado enquanto mantenham seus cintos de segurança
fala. sempre afivelados (não necessariamente
 Nos megafones sem controle de ajustados) enquanto estiverem sentados.
volume, manter os lábios em contato Sempre que houver um adulto
com o megafone. segurando um passageiro “COLO”, o cinto
O volume de saída depende da DEVERÁ ser ajustado somente no adulto,
intensidade da voz. a criança deverá estar segura pelos
 NÃO colocar a mão sobre o microfone. braços do adulto.
 Falar devagar e compassadamente, Em pousos normais, o acender do aviso
USANDO TERMINOLOGIA QUE OS luminoso de “ATAR CINTOS” é
PASSAGEIROS POSSAM geralmente, o sinal para os comissários
ENTENDER. iniciarem a preparação da cabine para o
pouso. Os passageiros deverão retornar
Nos megafones alimentados a pilha aos seus respectivos lugares e afivelarem
comum, caso, ao pressionar o gatilho ou seus cintos de segurança.
botão, não haja sinal de microfonia, Em casos de turbulência, a
verificar a colocação das pilhas. O correto responsabilidade de ligar o aviso luminoso
são pólos positivos e negativos alternados. de “ATAR CINTOS” é da cabine de
comando, mas, sempre que isto ocorrer, o
chefe de equipe deverá consultar o
CHEQUE PRÉ (Machadinha) comandante sobre a intensidade da
Verificar se a(s) machadinha(s) da turbulência e sobre a continuação ou não
cabine de comando (quando houver) do serviço. É de vital importância que os
encontra(m) – se devidamente fixada(s). passageiros sejam informados sobre as
alterações que ocorram e que digam
respeito a sua segurança e conforto.
Sempre que houver a iminência de uma
turbulência, o chefe de equipe, após
receber autorização da cabine de
comando, deverá comunicar o fato aos
passageiros. Tão logo seja feito o anúncio
(vide manual de anúncios), os comissários
deverão verificar se todos os passageiros
estão com cintos de segurança
devidamente afivelados. Verificar também
se todos os materiais de segurança estão
POLTRONAS PARA PASSAGEIROS E devidamente afivelados.
ESTAÇÕES DE COMISSÁRIOS Verificar também se todo o material de
galley está bem seguro. Em seguida,
POLTRONAS E CINTOS DE ocuparão as respectivas estações e
SEGURANÇA PARA PASSAGEIROS afivelarão igualmente os seus cintos de
As poltronas para passageiros estão segurança, permanecendo sentados até
equipadas com cintos de segurança de uma contra ordem.
retenção abdominal, que deverão estar Sob cada conjunto de poltronas há uma
afivelados e ajustados durante barra de retenção. A finalidade desta barra
decolagens, pousos ou se o aviso é, caso haja uma desaceleração, manter
luminoso de ATAR CINTOS estiver aceso.

25

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

seguros os volumes que estão sob as falha do sistema normal e continuar


poltronas. funcionando por um determinado período
Se, ao pousar, houver um impacto maior após ter ocorrido a falha. Há luzes de
com a pista ou, ao tentar decolar, ocorre emergência tanto interna quanto
um aborto de decolagem com impacto, os externamente.
passageiros poderão sofrer fraturas na
coluna caso estejam com suas poltronas
reclinadas. LUZES DE EMERGÊNCIA INTERNAS
Para evitar tal possibilidade, as normas Na área interna, há luzes de emergência
de segurança requerem que todas as acima da porta da cabine de comando e
poltronas estejam na posição vertical acima de cada saída de emergência da
durante decolagens e pousos. cabine de passageiros. Há também pontos
“É da responsabilidade dos comissários de luzes brancos e vermelhos no
checarem, em decolagens e pousos, todas assoalho. Os de cor vermelha indicam as
as poltronas em posição vertical, bem saídas de emergência.
como todos os cintos de segurança Nas aeronaves com dois corredores há
corretamente afivelados”. uma luz de emergência em cada corredor
transversal.

POLTRONAS E CINTOS DE
SEGURANÇA PARA COMISSÁRIOS LUZES DE EMERGÊNCIA EXTERNAS
As poltronas para comissários são Na área externa há luzes de emergência
denominadas ESTAÇÕES DE junto a todas da cabine de passageiros e
COMISSÁRIOS e se encontram próximo também na área sobre a asa, com facho
as saídas de emergência da aeronave. Os luminoso incidindo nos flaps. A finalidade
assentos das estações de comissários são específica da luz que incide sobre os flaps
retrateis e os cintos de segurança são de é possibilitar a verificação de possíveis
retenção tóraco-abdominal danos nos mesmos que possam danificar
as escorregadeiras ou provocar ferimentos
EQUIPAMENTO DE SINALIZAÇÃO em pessoas que, eventualmente, evacuem
Pode ser dividido em dois grupos: por aquela área.
 Equipamento de sinalização em
evacuação e INTERRUPTOR DA CABINE DE
 Equipamento de sinalização em COMANDO
sobrevivência.
ON – Liga todo o sistema de luzes de
emergência.
EQUIPAMENTOS DE SINALIZAÇÃO
EM EVACUAÇÃO ARMED – Armar o sistema para o seu
acionamento automático, no momento em
que for desligado o sistema elétrico da
LUZES DE EMERGÊNCIA aeronave.
Todas as aeronaves comerciais estão,
obrigatoriamente, equipadas com um OFF – Desliga todo sistema de luzes de
sistema de luzes de emergência dotado de emergência.
força própria (baterias), independentes do
sistema normal de iluminação. As luzes de
emergência foram projetadas para
funcionar automaticamente no caso de
26

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

INTERRUPTOR DA CABINE DE EQUIPAMENTOS DE SINALIZAÇÃO


PASSAGEIROS EM SOBREVIVÊNCIA

ON - Liga todo o sistema, independente RADIOFARÓIS DE EMERGÊNCIA


da posição do interruptor da cabine de (BEACON)
comando.
NORMAL – Luzes apagadas, as O radiofarol de emergência (emergency
mesmas que ativadas pelo interruptor da radio beacon) deve ser acionado
cabine de comando. imediatamente após a evacuação dos
Todos os comissários devem saber a ocupantes de uma aeronave acidentada,
localização do interruptor de acionamento para fornecer às equipes de busca e
das luzes de emergência localizado na salvamento as coordenadas do local do
cabine de passageiros, bem como operá- acidente.
lo estando a aeronave às escuras. * O tempo de duração da bateria do
As luzes de emergência somente rádio BEACON – 48 horas.
deverão ser acesas após a parada
completa da aeronave, pois, devido à MODELO RESCU 99
localização de uma das luzes da cabine de Em todas as aeronaves há, pelo menos,
comando, o acendimento das mesmas um radiofarol de emergência modelo
durante a operação de pouso poderá RESCU 99.
provocar uma cegueira momentânea nos É uma unidade compacta, operada por
pilotos, devido ao reflexo da luz nos uma bateria ativada à base de água.
painéis. Acima do estojo da bateria há uma tira
As luzes de emergência não devem ser de aproximadamente 18 metros de
usadas como luzes de trabalho. Sua comprimento, cuja finalidade é manter o
utilização é restrita a situações de equipamento preso à embarcação ou à
emergência, devido à curta duração das margem de algum curso d’água.
baterias que as alimentam. O transmissor tem, fixada em sua
Esta duração varia de acordo com o cúpula, uma antena dobrada para baixo,
fabricante da aeronave, tendo um tempo presa paralelamente ao corpo do mesmo
médio de duração de 20 minutos. por uma fita adesiva porosa, solúvel em
São, também, equipamentos de água. Quando for colocado na água, a fita
sinalização em evacuação: se dissolve, liberando a antena
 Lanterna (uma para cada tripulante). automaticamente e deixando-a
 Alarme de evacuação – EVAC (na posicionada para a transmissão de sinais.
frota atual, é encontrado nos DC-10 e O momento propício para o
B-767) acionamento é imediatamente após a
Por ser um dado específico, o sistema evacuação, a sinalização com os
EVAC será abordado nos manuais de radiofaróis é PRIORITÁRIA.
apresentação das aeronaves B-767 e DC- Quando colocado em água salgada,
10. começa a transmitir em 5 segundos em
Por motivo de segurança nos pousos e água doce, 5 minutos.
decolagens em períodos noturnos, a Para se interromper a transmissão,
iluminação interna da aeronave deverá basta colocá-lo na posição horizontal.
estar na menor luminosidade existente. Uma vez retirado da água, e depois que
sua bateria tiver secado, não voltará a
transmitir.
Modelo RESCU 99 vem acondicionado
em um invólucro de plástico transparente,
27

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

hermeticamente fechado e que tem no seu câmaras principais de flutuação de


interior, envelopes com sílica-gel, cuja algumas escorregadeiras – barco
finalidade é evitar a penetração de equipada com radiofarol modelo
umidade, o que poderia danificar a bateria. LOCATOR, o pino que aciona a bateria
Há um placar indicativo do teor de (localizado no corpo do transmissor) será
umidade que, alterando a sua cor, permite removido automaticamente, iniciando – se
uma verificação visual da integridade da a transmissão.
bateria, com as seguintes indicações. Nesse momento deverá se acender uma
lâmpada vermelha, localizada na base da
 AZUL – OK antena. Se esta lâmpada não acender,
 ROSA – SUBSTITUIR deve-se puxar um comando triangular, de
cor vermelha, localizado, também na base
OPERAÇÃO da antena. Se, ainda assim, a lâmpada
Na água não acender, deve-se verificar se o pino
 Abrir o invólucro plástico da bateria foi removido.
 Liberar a tira de amarração e fixá-la à Para cessar a transmissão do modelo
embarcação ou às margens de um LOCATOR, basta recolocar o pino da
curso d’água (rio, lago, etc.). bateria no seu lugar. Se for o pino retirado
 Jogar o radiofarol na água. novamente, o equipamento voltará a
Em terra transmitir.
 Abrir o invólucro, cuidando para não
danificar o saco plástico. FICHA TÉCNICA DOS RADIOFARÓIS
 Romper manualmente a fita solúvel (BEACON) DE EMERGÊNCIA
para liberar a antena. Os dois modelos possuem a mesma
ficha técnica.
 Recolocar o radiofarol dentro do saco
FREQUÊNCIAS
plástico (ou outro recipiente, caso
VHF: 121.5MHz
haja), na posição vertical, colocando
UHF: 243.0MHz
água ou qualquer líquido à base de
ALCANCE
água até o nível indicado no corpo do
Horizontal: 250 milhas náuticas (aprox.
equipamento.
460 km)
Vertical: 40.000 pés (aprox. 13.000m).
NOTA
Se a temperatura ambiente for muito
PROCEDIMENTO DE EVACUAÇÃO
baixa, deve-se dissolver a sílica-gel no
líquido ou adicionar a mistura água-glicol A necessidade de se evacuar os
existente nos extintores de água das ocupantes de uma aeronave pode ser
aeronaves. gerada tanto por um pouso em
emergência preparado, em terra ou na
CHEQUE - PRÉ VOO água, quando por uma emergência não
VERIFICAR: preparada que, eventualmente, possa
 A fixação do radiofarol à aeronave. ocorrer em situações críticas, tais, como:
 A integridade do invólucro plástico.  Falhas operacionais em decolagens ou
 O placar indicativo do teor de umidade. em pousos, com final na água ou com
danos extensos à estrutura da
 Os pacotes de sílica-gel.
aeronave.
 Eclosão de fogo intenso e
MODELO LOCATOR incontrolável, dentro ou fora da
É um complexo TRANSMISSOR / aeronave, seja durante o
BATERIA (seco – ativado), fixado entre as
28

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

reabastecimento, seja por outro motivo procedimentos devem ser efetuados


qualquer. antes, durante e após o pouso.
Através dos programas de treinamento,
os comissários podem adquirir os ANTES DO POUSO
conhecimentos necessários para proceder Comunicação da situação de
à evacuação de uma aeronave. emergência
Entretanto, devido a diversos fatores,
nem sempre é possível se estabelecer O comandante, provavelmente,
todos os procedimentos adequados a chamará o chefe de equipe para um
cada caso. briefing (preleção), comunicando o tempo
A experiência, e intuição (BOM SENSO) disponível, áreas restritas e outras
e os treinamentos previamente efetuados instruções gerais.
servirão como guia, não propriamente O chefe de equipe, por sua vez, deverá
estabelecendo um procedimento para a transmitir aos supervisores de cabine ou
situação adversa, mas sim, diretamente a todos os comissários, as
provavelmente, determinando as ações instruções necessárias.
que NÃO DEVAM SER TOMADAS. Após serem informados da situação, os
comissários deverão posicionar-se ao
POUSO EM EMERGÊNCIA longo da cabine, pois no momento em que
Diversos fatores podem ocasionar um a situação de emergência for comunicada
pouso em emergência, como por exemplo: aos passageiros, os comissários terão
 Fogo, inclusive nos motores, se os condições de estando assim posicionados,
extintores não puderem ser acionados controlar possíveis manifestações de
ou forem insuficientes. pânico, bem como instruir passageiros.
 Perda total da força elétrica. A princípio, a comunicação de um pouso
 Fumaça densa e de origem de emergência é feita pelo comandante.
desconhecida. Caso transfira este encargo ao chefe de
 Falta de combustível, inclusive por equipe, este utilizará o anúncio específico,
vazamento. encontrado no Manual de Anúncios de
Bordo ou nos cartões de procedimentos
 Perda de potência dos motores,
de emergências, que deverá ser lido com
aquém do limite mínimo para aeronave
voz clara e calmamente.
se manter em voo.
Num caso de pouca iluminação, a voz
 Sabotagem.
de comando ajudará na orientação dos
A decisão de se efetuar um pouso em
passageiros em direção às saídas de
emergência é da responsabilidade do
emergência. Lembrar-se, também, que
comandante.
esta situação poderá gerar pânico e
O sucesso na realização de um pouso
nervosismo em todos – o fato de falar em
forçado vai depender das condições da
voz alta (voz de comando) fará com que
aeronave.
as pessoas não pensem em outra coisa
Outro fator poderá contribuir para o
que não obedecer às ordens dadas,
sucesso na realização de um pouso
atuando no subconsciente e induzindo-os
forçado será o estado físico e mental dos
à sua execução.
tripulantes e o grau de treinamento da
tripulação.
Preparação dos passageiros
O chefe de equipe fará o anúncio aos
POUSO EM EMERGÊNCIA
passageiros de acordo como o Manual de
PREPARADO
Anúncios de Bordo ou com os cartões de
Ao se evidenciar a necessidade de procedimentos de emergência, e os
pouso em emergência, diversos
29

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

comissários farão a verificação do que em direção á cabine de comando e


estiver sendo solicitado: trancando suas portas.
 Remover óculos, objetos pontiagudos  Desimpedimento dos corredores
e sapatos de salto alto. (longitudinais e transversais) e as
 Colocar o encosto das poltronas na áreas de saída de emergência.
posição vertical.  Abrir e prender todas as cortinas.
 Afivelar cintos de segurança.
PREPARAÇÃO DE GALLEYS
E efetuarão os seguintes  Retirar todo o material solto nas
procedimentos: galleys, colocando-o nos toaletes cujas
 Demonstrar a maneira correta para portas não se abram em direção á
assumir a posição de impacto (a ser cabine de comando e trancar as suas
descrita no capitulo POSIÇÕES DE portas.
IMPACTO).  Verificar as travas de segurança de
 Combinar com os passageiros o todos os compartimentos.
comando para assumir a posição de
impacto. Após terem sido efetuados os
procedimentos anteriores descritos os
Havendo tempo disponível, os comissários deverão:
comissários deverão:  Informar ao chefe de equipe (e este ao
 Realocar passageiros especiais comandante) quando passageiros e
(deficientes físicos, grávidas, idosos e cabine estiverem preparados.
menores desacompanhados.  Verificar o conteúdo dos cartões de
 Selecionar passageiros capazes, procedimentos de evacuação
preferencialmente tripulantes-extra, localizados nas estações de
militares e desportistas para que comissários e definir:
possam auxiliar na evacuação.  Os equipamentos que prioritariamente,
 Instruir os passageiros capazes sobre deverão ser levados para fora da
a operação das saídas e os aeronave e a quem cabe a
procedimentos de evacuação. responsabilidade sobre cada um
 Preparar o suprimento adicional de (radiofarol de emergência, farmácia,
água e alimento, utilizando sacos conjunto de sobrevivência na selva e
plásticos (jogando-se para fora da megafone).
aeronave em pousos em terra ou  Os tripulantes e/ou passageiros que
amarrando-os a colete salva-vidas de serão responsáveis pela abertura das
reserva em pousos na água). saídas de emergência e os tripulantes
que coordenam o fluxo de evacuação.
NOTA  Repassar os procedimentos de
Passageiros sentados na área de abertura das saídas de emergência,
janelas de emergência que não possam operações alternativas e procedimento
ser operadas por algum tripulante, de evacuação.
deverão ser instruídos a não abrir as  Permanecer, até o momento de
saídas antes de verificar a área externa. assumir suas posições nas estações
para o pouso, em locais onde possam
PREPARAÇÃO DAS CABINES ser vistos pelos passageiros,
 Retirar todo o material solto nas procurando apresentar calma e
cabines (bolsas, pastas, sacolas, confiança. Lembrar que um único
câmeras, etc.), colocando-o no interior comissário pode levar toda a aeronave
de toaletes cujas portas não se abram ao pânico.
30

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

 Ao se posicionar em suas estações, os


comissários deverão afivelar Para iniciar a evacuação, após
adequadamente os cintos de analisada a situação (hierarquia x
segurança (RETENÇÃO TÓRACO- evidência), deve-se comandar:
ABDOMINAL) e, na eminência do “SOLTEM OS CINTOS E SAIAM!” -
pouso, assumir a posição de impacto “RELEASE YOURS SEAT BELTS AND
para comissários (a ser descrita no GET OUT!”.
capítulo POSIÇÕES DE IMPACTO). Antes da abertura das saídas, deve-se
orientar os passageiros, comandando:
APÓS O POUSO “VENHAM POR AQUI!” - “PULEM” - “THIS
Uma evacuação somente deverá ser WAY – JUMP!”.
iniciada após terem ocorrido o corte dos Se, por qualquer razão, alguma saída
motores e a parada total da aeronave. Só não puder ser aberta, o comissário
então os comissários deverão desatar os responsável por ela deverá posicionar-se
seus cintos de segurança para avaliar a junto á mesma e redirecionar o fluxo de
situação. passageiros para saídas operantes,
comandando: “USE AQUELA SAÍDA!” -
HIERARQUIA x EVIDÊNCIA “USE THAT WAY!”.
A necessidade de uma evacuação se Deve-se ter especial atenção com
sapatos de salto alto porque além do risco
torna EVIDENTE quando:
de provocar entorses ou fraturas, podem
 A aeronave tiver sofrido danos
também danificar os equipamentos
extensos.
auxiliares de evacuação e flutuação.
 Houver fogo intenso dentro e/ou fora
Todos os procedimentos anteriores
da aeronave.
descritos são comuns a pousos em
 O pouso for realizado fora de uma emergências, tanto em terra quanto na
infra-estrutura aeroportuária. água. Entretanto, procedimentos
Não se caracterizando a evidência para diferenciados se estabelecem a partir de
a evacuação, deve-se aguardar o então e devem ser analisados em
cumprimento da hierarquia de comando separados.
para ordená-la.
A HIERARQUIA para se comandar uma POUSO NA ÁGUA OU DITCHING
evacuação é a seguinte:
Na preparação dos passageiros, os
 Comandante
comissários deverão, previamente, instruí-
 Qualquer tripulante técnico, na
los sobre a operação dos assentos
incapacidade do comandante.
flutuantes e/ou coletes salva-vidas,
 Chefe de equipe, na incapacidade dos orientando-os da seguinte forma:
tripulantes técnicos.
 Assentos flutuantes – retirá-los após a
 Qualquer comissário. ordem “Soltem os cintos e saiam!”.
Em princípio, todas as saídas operantes
 Coletes salva-vidas- vesti-los na
devem ser abertas, guardadas as
posição sentada e inflá-los somente ao
restrições segundo instruções do
abandonar a aeronave.
comandante e aquelas observadas na
Os comissários deverão, também,
VERIFICAÇÃO DA ÁREA EXTERNA
auxiliar na colocação de coletes em
(linha d’água, arestas metálicas, destroços
crianças e deficientes, bem como, se
e áreas cobertas por combustível).
houver tempo, nos demais passageiros.
Rupturas na fuselagem, devidamente
Se necessário, distribuir coletes extra.
avaliadas, também poderão ser utilizadas
Ao ser dada a evacuação “Soltem os
como saídas.
cintos e saiam!” – Release your seat belts
31

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

and get out!”comandar “Venham por Dependendo das condições do mar e da


aqui!”-” “Come this way” usando todos os altitude da aeronave, o embarque nos
idiomas conhecidos pelos tripulantes. equipamentos coletivos de flutuação
Mesmo estando o mar em condições deverá ser direto, porque QUANTO
normais, seguramente haverá ondas de MENOR FOR O CONTATO COM A
mais de 3 metros que poderão provocar ÁGUA, MELHOR, pois nisto interfere, não
impactos de violência na aeronave. somente a temperatura da água (a
Estudos programados em ditching sobrevivência de uma pessoa em água a
mostraram considerável divergência entre três graus centígrados não ultrapassam 5
os tempos de flutuação das aeronaves minutos), mas também os estados físicos
(tempo entre o toque da aeronave na água e emocionais dos sobreviventes.
e sua submersão). Se o embarque direto (ideal) não for
Algumas flutuaram durante poucos possível, deve-se desconectar a
minutos, outras chegaram a flutuar por escorregadeira-barco (cabo desconector),
mais de uma hora. O risco em se mantendo a mesma o mais próximo
estabelecer, arbitrariamente, o tempo de possível da porta, gritando para os
flutuação de uma aeronave é, portanto passageiros “Inflem os coletes! Pulem
muito grande: Deve-se, então, iniciar a para o barco”!”- “Inflate your life vest jump
evacuação imediatamente e no menor to the raft!”
tempo possível, após a parada completa Os passageiros deficientes físicos
da aeronave. devem ser últimos a ser evacuados.
Após o pouso, a transferência dos Ao abandonar a aeronave, os tripulantes
ocupantes da aeronave para as responsáveis por radiofaróis, farmácias,
escorregadeiras- barco ou barco é o que conjuntos de sobrevivência na selva e
há de mais urgente. Esta é, megafone, devem providenciar a retirada
provavelmente, a fase mais crítica de um dos mesmos de seus locais de fixação e
ditching. leve-los consigo para fora da aeronave.
Se o sucesso depende muito do Inflar e levar para fora os coletes salva-
treinamento, do condicionamento e da vidas previamente preparados, contendo
liderança dos tripulantes. suprimentos de água, mantas e alimentos.
Somente após a parada completa da Os tripulantes, ao abandonar a
aeronave, os barcos que equipam aeronave, devem-se certificar de que não
algumas aeronaves deverão ser retirados tenha ficado ninguém para trás na sua
de seus alojamentos e levados para as área de ação.
saídas. Antes de serem jogados na água
deverão ser fixados em punhos auxiliares POUSO EM TERRA
de portas ou, em algumas aeronaves em Os procedimentos para evacuação em
argolas existentes nos encaixes das terra seguem, basicamente, a mesma
janelas de emergência. linha de ação para uma evacuação em
Quando for o caso, jogar o barco fora da água.
aeronave, a favor do vento, prestando Durante a evacuação em terra deve-se
atenção para aresta metálica, destroços e instruir os passageiros para que se
áreas cobertas de combustível. afastem imediatamente da aeronave,
procurando manter-se agrupados a uma
Quando cessar o ruído dos aspiradores distância segura.
(venturis) da escorregadeira-barco,
comandar a abordagem através do
comando: “Inflem os coletes! Entrem no
“barco!”- “Inflate your vest! Board the raft!”

32

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

POUSO EM EMERGÊNCIA NÃO Assumir a posição de impacto para


PREPARADO comissários, permanecendo assim até que
TODA A DECOLAGEM E TODO O a aeronave esteja completamente parada.
POUSO CONSTITUEM-SE NUMA Após a parada completa da aeronave:
EMERGÊNCIA EM PONTENCIAL.  Verificar a área externa.
A maioria das emergências ocorre Se uma saída não puder ser aberta por
durante a partida dos motores, decolagem estar abaixo da linha d’água ou houver, na
e pousos. área externa, fogo, combustível
Nestas circunstâncias não há tempo derramando ou destroços, permanecer
hábil para os comissários efetuarem uma junto a ela e redirecionar os passageiros
preparação adequada de passageiros e para as saídas operantes.
cabines.  Avaliar
Durante as operações de decolagem e HIERARQUIA x EVIDÊNCIA.
de pouso, é necessária toda atenção para Ao ser dada a ordem de evacuação:
a real possibilidade de ocorrer uma  Comandar aos passageiros:
desaceleração inesperada. “Soltem os cintos e saiam!”
Neste caso, a ação imediata é “Release your seat belt and get out!”
condicionada aos procedimentos, para  Abrir a porta e aguardar a inflação da
serem fundamentais para a determinação escorregadeira (com exceção do L-188),
de um maior número de sobreviventes. ou comandá-la manualmente e gritar aos
É importante que cada comissário tenha passageiros:
em mente os procedimentos a serem
adotados nos pousos em emergências “Venham por aqui!” – “Pulem!”
contidos nos cartões de procedimentos “Come this way!” – “Jump!”.
localizados junto a cada estação de Executar os procedimentos
comissários. anteriormente descritos em POUSO DE
Como medida de segurança, durante as EMERGÊNCIA PREPARADO, tanto para
operações de decolagem e pouso os pousos em terra quanto em água.
comissários devem:
 Executar com rigor os cheques
preparatórios de decolagem e de
pouso com relação a passageiros, IMPORTANTE
cabines, galleys e toaletes. Em qualquer situação de emergência, o
 Estabelecer as atitudes de cada um comandante da aeronave deverá ser
nas estações com assentos duplos: imediatamente comunicado e mantido
Quem faz o quê, na eventual informado pelo meio mais rápido e eficaz.
situação de emergência?
 Ter sempre em mente os * Comunicação: Chefe de equipe
procedimentos de abertura das portas Demais comissários
em emergência e os de utilização das Passageiros
escorregadeiras, revisados no briefing * Antes do pouso:
de pré-voo. Preparação – Passageiros
Se houver a iminência de um impacto: Cabine(s)
Comandar aos passageiros: Galleys
“Abaixem-se, e agarrem seus
tornozelos!” * Repasse dos procedimentos de
“Take your ankes!” evacuação (ATRIBUIÇÕES)

* Pouso em emergência:
33

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

(TERRA / ÁGUA) mais próximo possível do anteparo com o


Durante o pouso – Comandar PAX qual ele deverá ter contado após o
para assumir posição de impacto. impacto. O chamado efeito chicote-
movimento provocado sobre o corpo por
* Aguardar: Corte dos motores uma desaceleração pode ser reduzido,
Parada total da aeronave desde que os ocupantes tenham seus
corpos posicionados na direção em que,
* Após o pouso: (EVACUAÇÃO) provavelmente, serão impedidos (por
Avaliar – HIERARQUIA OU inércia) após o impacto.
EVIDÊNCIA O cinto de segurança deve ser
posicionado na região do baixo ventre, só
* Verificar a área (externa): deverão ser ajustados após o ocupante ter
Abrir a porta e comandar a evacuação encostado totalmente o tronco na encosta
ou de sua poltrona: quanto mais justo estiver
Redirecionar o fluxo o cinto de segurança, maior será a
resistência á desaceleração.
Se houver tempo, recolocar deficientes Os pés do ocupante devem estar
físicos, grávidas, idosos e menores apoiados firmemente no assoalho, um
desacompanhados, selecionar pouco á frente da parte anterior do
passageiros capazes, preparar mantas e assento da poltrona. As pernas não devem
suprimentos adicionais de água e ser posicionadas sob o assento da
alimento. poltrona á frente, pois poderiam ser
quebradas durante o impacto, devido ao
POSIÇÕES DE IMPACTO (BRACE efeito alavanca que se formaria ao
POSITIONS) chocarem-se contra a referida poltrona.
O objetivo da posição de impacto (brace
position) é reduzir o efeito do impacto CINTO DE SEGURANÇA DE
secundário do corpo com o interior da RETENÇÃO ABDOMINAL
aeronave, ou seja, protegê-lo contra os Se a poltrona for localizada de forma
anteparos existentes na área, nos quais se que a cabeça não tenha contato com parte
possa colidir no momento do impacto. alguma da aeronave (anteparo), podendo
De acordo com estudos, a posição de o ocupante inclinar seu corpo para frente
impacto adequada a cada ocupante de por cima do cinto de segurança, deverá
uma aeronave depende de diversos fazê-lo até que o tórax descanse sobre as
fatores, tais como as condições de colisão coxas. A cabeça deverá estar voltada
(direção, velocidade, violência de impacto, diretamente para o chão.
etc.), a configuração do interior, o desenho Virando a cabeça para um lado, o
e a resistência das poltronas, bem como pescoço ficará torcido, reduzindo a
as características físicas dos ocupantes da capacidade de suportar o próprio peso,
mesma. Obviamente, com tantos fatores aumentando na hora do impacto. Quanto
envolvidos, é possível se eleger uma única ao efeito chicote dos braços, pode-se
posição de impacto que abranja todos os reduzi-lo se o ocupante agarrar seus
casos. Entretanto, é possível, isto sim, tornozelos ou pernas.
apontar alguns princípios que permitam Caso essa posição não seja possível, o
selecionar a posição mais adequada a ocupante deverá se curvar para frente
cada caso, com base em fatores pré- com o cinto abdominal devidamente
determinados. afivelado, posicionando os braços e mãos
O impacto secundário pode ser reduzido de forma que fiquem entre o corpo e
ao se posicionar o corpo (ou parte dele), o qualquer parte do interior da aeronave que

34

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

possa ser atingida (anteparo), como o sempre, estar juntas com o corpo e nunca
encosto da poltrona á frente. Os braços e torcidas, pois isto impedirá o seu
as mãos funcionarão como uma almofada movimento retrátil. O ocupante deverá
sustentando a cabeça. inclinar a cabeça para baixo, o máximo
possível.
POLTRONAS VOLTADAS PARA As mãos do ocupante poderão estar
CAUDA DA AERONAVE. unidas sobre o colo, espalmadas na parte
Os passageiros em poltronas voltadas anterior do assento (sem que se
para a cauda da aeronave devem fazer tencionem os pulso e cotovelos), ou,
força contra o encosto da sua poltrona e ainda, sob as coxas do ocupante.
ajustar o cinto de segurança. Devem O ocupante não deverá segurar o cinto,
sentar-se eretos com a cabeça e os pois isto poderá afrouxá-lo, principalmente
braços firmemente apoiados na poltrona. se este for equipado com trava retrátil
Isto poderá ajudar a sustentar a parte automática, o que aumentaria a chance de
superior do tronco e reduzir a pressão se sofrer ferimentos.
sobre a coluna vertebral. Os pés deverão
estar totalmente apoiados no assoalho. POLTRONAS VOLTADAS PARA A
Não é recomendável colocar as mãos CAUDA DA AERONAVE
atrás da cabeça, pois, com efeito, chicote O procedimento será o mesmo adotado
a pressão sobre a nuca poderá aumentar para os ocupantes de poltronas dispostas
devido ao peso dos braços e das mãos. de frente para o nariz da aeronave,
equipadas com cintos de segurança de
CINTOS DE SEGURANÇA DE retenção tóraco-abdominal, exceto no que
RETENÇÃO TÓRACO – ABDOMINAL se refere á cabeça; esta deverá estar
(SHOULDER HARNESS) apoiada firmemente contra o cabeçote da
poltrona.
POLTRONAS VOLTADAS PARA O
NARIZ DA AERONAVE. CRIANÇAS
O ocupante da poltrona com o cinto de Crianças sentadas em poltronas de
segurança tóraco-abdominal deve sentar- passageiros devem seguir os mesmos
se forma que as costas estejam procedimentos para posição de impacto
firmemente apoiadas contra o encosto, que os adultos, conforme explicado
ajustando, então, o cinto de segurança. Se anteriormente. Devido á sua estrutura, o
as tiras de retenção do tórax tiverem efeito chicote será menor do que nos
ajuste manual, este deverá ser operado de adultos. Sendo assim, a probabilidade de
forma que as costas fiquem firmes. Se as sofrerem o impacto secundário no interior
tiras possuírem travas não retráteis, da aeronave é, também, menor.
deverão ser puxadas até o final para, Os cintos de segurança, na maioria das
então, ajustá-las manualmente. poltronas de passageiros, são instalados
Se a trava retrátil usada for do tipo não- de forma que proporcionem resistência
automática, as tiras deverão ser puxadas efetiva, com pequena chance de se
até que o sistema de trava seja acionado, deslocarem para o abdome. A fivela do
recolocando-se então os excedentes das cinto de segurança geralmente está
tiras em seu lugar de origem, de forma colocada de forma que fique ao lado de
que as mesmas fiquem bem ajustadas ao uma criança pequena (quando ajustado),
corpo. Se as tiras de retenção do tórax reduzindo o risco de ferimentos. O cinto
tiverem travas retráteis automáticas deve ser colocado no baixo ventre da
(carretilhas de inércia), não deverão ficar criança, logo acima das pernas. Se não
frouxas sobre ombros. As tiras devem, puder ser ajustado de forma que fique sem

35

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

folga, travesseiros e mantas deverão ser com passageiros a bordo das aeronaves B
colocados por trás da criança para que 737, que são os seguintes:
criem volume, ajustando, assim, o cinto de Antes do abastecimento, o chefe de
segurança. equipe deve fazer um anúncio, através do
É importante que crianças pequenas se P. A, com o seguinte teor:
inclinem para frente, sobre o cinto e “Srs. Passageiros sua atenção, por
coloquem suas cabeças encostadas nos favor”.
assentos, entre as pernas. Isto é feito para Informamos que esta aeronave estará
se reduzir o efeito chicote da cabeça. sendo reabastecida durante os próximos
As crianças que estiverem no colo de minutos. Em atenção ás normas de
adultos devem ser seguras deitadas de segurança internacionais, alertamos a
maneira que se sustente tanto a cabeça todos sobre a proibição de fumar, acender
quanto o tronco. O adulto deverá se fósforos, isqueiros ou manusear outros
inclinar para frente sobre o cinto, de forma objetos que produzam faíscas.
que a criança fique no espaço criado entre Alertamos ainda que se necessário,
tronco, suas pernas e o encosto da sigam rigorosamente as instruções dos
poltrona á frente. Ambos os braços devem tripulantes ““.
envolver a crianças para proporcionar o
máximo possível de suporte. NOTA
Um adulto e uma criança não devem Em voos internacionais, o anúncio
dividir um mesmo cinto de segurança, pois deverá ser feito em inglês também.
o adulto poderia esmagar a criança contra Deve ser estabelecida a
o mesmo. intercomunicação entre a cabine de
comando e o solo através do interfone. É
GESTANTES da responsabilidade do funcionário da
Mantas deverão ser utilizadas para Manutenção no solo informar á cabine de
elevar o assento da poltrona ocupada por comando o início e o fim do
uma gestante. Esta deverá ser instruída a abastecimento, bem como quaisquer
colocar o cinto de segurança bem baixo anormalidades que ocorram durante o
(baixo ventre) para que sua força seja mesmo.
exercida sobre a pelve (isto é possível Um tripulante técnico deverá estar a
devido á elevação do assento). postos na cabine de comando e ali
Há evidências que demonstram risco permanecer durante todo o
em potencial para crianças e adultos abastecimento, com as seguintes
durante o impacto de uma aeronave, atribuições:
mesmo que a área onde estejam sentados  Em caso de necessidade, dar a ordem
permaneça sem grandes danos após o de evacuação da aeronave, através do
choque. P. A; ou outra ordem que se fizer
necessária.
SITUAÇÕES DIVERSAS  Informará ao controle do solo qualquer
anormalidade surgida no
ABASTECIMENTO COM abastecimento.
PASSAGEIROS A BORDO DE  Efetuar o cheque de abandono da
AERONAVES cabine de comando.
A fim de completar o que determina o
parágrafo 14, item I da NOSER 2204- B – 737
1185 foi expedido, em 10 de abril de 1989, A porta dianteira esquerda deverá estar
um Boletim de Operações estabelecendo aberta, com a escada própria arriada, ou,
os procedimentos para os abastecimentos
36

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

ainda, conectada a uma plataforma de necessidades. É da responsabilidade dos


embarque (FINGER) ou escada externa. comissários conhecerem estas
A porta traseira esquerda deverá estar necessidades e situações (durante o voo
aberta, conectada a uma escada ou e, principalmente em situações de
plataforma (FINGER). Na impossibilidade emergência).
desta permanecer aberta, dever-se-á Sempre que houver necessidade de
mantê-la fechada, com a escorregadeira deslocamento (embarque, desembarque,
armada e com um comissário ida ao toalete ou evacuação da aeronave)
obrigatoriamente a postos até o final do de um passageiro com incapacidade
abastecimento, para acioná-la em caso de motora (temporária ou permanente), deve-
necessidade. se consultá-lo antes de tentar ajudá-lo,
pois um deficiente, melhor do que
ALIJAMENTO DE COMBUSTÍVEL ninguém sabe a maneira como deve ser
Todas as aeronaves têm peso máximo assistido para evitar ferimentos,
de decolagem e um peso máximo de desconforto ou constrangimentos
pouso, isto é, não podem pesar mais que Por medida de segurança e de conforto,
X para decolar e não pesar mais do que Y os passageiros portadores de deficiências
para pousar, (exemplo: o peso máximo de deverão ser acomodados perto de portas
decolagem de um B-747 é de 710.000 Lb., e toaletes. Os locais adequados, em cada
mas, para que possa novamente pousar aeronave, estão determinados por boletins
não pode estar pesando mais do que da Diretoria de Tráfego e transcritos em
546.000 Lb.). Informativos do Centro de Treinamento de
Em caso de uma pane logo após a Comissários de cada Cia aérea.
decolagem, havendo necessidade de Em emergência preparada, deve-se
retornar ao ponto de partida, o peso da designar um “passageiro capaz” para
aeronave deve ser diminuído para que ela dar assistência ao deficiente.
possa pousar. Deficientes não devem ser acomodados
A única forma existente para se diminuir em áreas de janelas de emergência,
o peso da aeronave em voo é desfazendo- devido à dificuldade que teriam caso fosse
se do seu combustível, seja queimando-o necessário sair por uma delas.
através dos motores (permanecer voando Muletas e bengalas devem ser
em círculos), seja abrindo as válvulas e acomodadas juntas aos portadores, mas
despejando o combustível no espaço, a de maneira a não comprometer o
última opção, chamados de alojamento de deslocamento dos demais passageiros
combustível, é a mais rápida e segura. numa eventual situação de emergência. O
Por medida de segurança, durante o portador de deficiência motora que se
Alijamento de combustível os comissários utilize de bengalas ou muletas sentir-se-á
devem fazer cumprir o aviso luminoso de bem mais seguro se as tiver ao alcance
NÃO FUMAR que deverá estar aceso. O das mãos. A locomoção de um passageiro
anuncio de bordo correspondente deverá deficiente como este, embora se processe
ser feito conforme orientação da cabina de por seus próprios meios, é lenta e em
comando. caso de evacuação criaria sérios
O peso máximo de decolagem do B-737 problemas.
300 são 56.700kg. No caso de passageiros deficientes por
cegueira, os comissários deverão
proporcionar condições para se
TRANSPORTE DE PESSOAS familiarizarem com a área em que está
DEFICIENTES localizada a sua poltrona. Na
Cada pessoa deficiente tem diferentes impossibilidade de acompanhá-lo nos

37

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

percursos até a porta e até o toalete, o capaz, previamente designado, para


comissário deverá informá-lo sobre a auxiliá-lo a partir de então.
direção, o número de fileiras de poltronas
e os eventuais pontos de referências SAÍDAS DE EMERGÊNCIA
contidos em cada percurso. As saídas consideradas de emergência
Mesmo que um cego, conhecendo a são aquelas pelas quais se podem
área, seja capaz de locomover-se com evacuar os ocupantes de uma aeronave
rapidez, numa situação de emergência com o máximo de rapidez e segurança,
preparada, deve-se designar um numa situação de emergência. As saídas
passageiro capaz para lhe dar assistência. de emergências, assim homologadas,
A evacuação de passageiros devem estar providas de equipamentos
deficientes, incapazes de se locomoverem auxiliares de evacuação.
por seus próprios meios, obedece a Convencionalmente, são portas, janelas
alguns regulamentos: de emergências e saídas auxiliares.
Em princípio, são os últimos a serem Em caso de sinistro, qualquer ruptura da
evacuados. Não devem, simplesmente, fuselagem que permita a passagem de
ser colocados nas escorregadeiras e uma pessoa deve ser devidamente
soltos para que deslizem sozinhos. Não avaliada antes de ser utilizada como
tendo controle sobre os membros saída.
inferiores, ao chegarem ao solo não terão
condições de manter o equilíbrio e, PORTAS
conseqüentemente, o risco de danos Todas as portas das aeronaves, que
físicos será enorme. para o embarque /desembarque de
Para fazer com que um deficiente passageiros, ou de serviço, são
locomotor deslize com segurança, por homologadas como saídas de
uma escorregadeira inflável, o(s) último(s) emergência.
a abandonar a aeronave deverá (ão): Estão localizadas em ambos os lados
 Colocar o passageiro deficiente no da cabine de passageiros de modo que,
topo da escorregadeira. em caso de emergência, facilitem a
 Deslizar, simultaneamente com o evacuação.
passageiro, acomodando-o entre as O sistema de operação das portas em
pernas, sem cruzá-las. situação normal não é obrigatoriamente o
Ao final da escorregadeira deverá haver mesmo numa situação de emergência.
um tripulante ou passageiro capaz, Em situação normal estes sistemas
previamente designado, para auxiliar a podem ser elétricos ou manuais. Já em
partir de então. situação de emergência a abertura das
Como alternativa, pode-se utilizar, portas se dá através de sistemas
também, caso possível, o seguinte pneumáticos, manuais com o auxilio
procedimento: pneumático ou simplesmente manual
 Colocar o passageiro deficiente no As portas podem ser operadas interna e
topo da escorregadeira. externamente, tanto em situações normal
 Utilizar uma corda (ou similar) quanto em emergência.
transpassada sob os braços do
passageiro. EQUIPAMENTO AUXILIAR DE
 Controlar, pela corda, a velocidade de EVACUAÇÃO DAS PORTAS
descida do socorrido. O equipamento auxiliar de evacuação
Ao pé da escorregadeira deverá haver, para homologação das portas como
também, um tripulante ou passageiro saídas de emergências são
escorregadeiras. Para cada porta existe
38

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

uma tira de segurança. Sempre que a EQUIPAMENTO AUXILIAR DE


porta estiver aberta, estando desprovida EVACUAÇÃO DAS JANELAS DE
de escada ou fingir, por medida de EMERGÊNCIA
segurança, deverá ter conectada esta tira Como equipamento auxiliar de
de proteção nos encaixes existentes no evacuação, as janelas de emergência
batente da porta. possuem tiras, cordas ou cabos de aço.
Cuidado especial deve ser tomado
quando houver crianças a bordo, pois elas TIRAS OU CORDAS DE ESCAPE
podem passar sob a tira. Em algumas aeronaves pode se
Em algumas aeronaves, certas portas, encontrar dois tipos de equipamentos
equipadas com escadas próprias que auxiliares distintos e com a mesma
poderão ser utilizadas para uma finalidade: as tiras de escape (achatadas e
evacuação, quando necessário. com largura máxima de 5 cm) e as cordas
de escape (com aproximadamente 3 cm
JANELAS DE EMERGÊNCIA
de diâmetro).
As janelas de emergência são Na cabine de comando estão
encontradas nas cabines de comando e localizadas uma sobre cada janela (ou
de passageiros, com exceção dos B-747, próximo a ela), embutidas em
que não possuem janelas de emergência. compartimentos.
Dependendo do tipo da aeronave, estas As janelas de emergência da cabine de
janelas poderão ser abertas por dentro e passageiros equipadas com tiras ou
por fora. cordas de escape possuem as mesmas
Em algumas aeronaves as janelas da embutidas no seu encaixe.
cabine de comando são abertas somente Cada tira de escape das janelas que
por dentro. dão acesso a asa possuem um gancho em
Há outras cuja janela, do lado direito da sua extremidade que em caso de pouso
cabine de comando, pode, também, ser na água, deve ser engatado em uma
aberta por fora. argola fixa, localizada sobre cada seção
Quando os tripulantes da cabine de da asa. Este procedimento é para que as
comando nunca situação de emergência, tiras (ou cordas) sirvam como “corrimão”,
não puderem sair pelas portas da permitindo que tanto passageiros quanto
aeronave, deverão se utilizar às janelas da tripulantes se mantenham seguros sobre a
própria cabine de comando. asa, enquanto não adentram o barco salva
vidas. Mar agitado com ondas muito fortes
SEQUENCIA DA SAÍDA PELAS poderá jogar as pessoas na água. É
JANELAS DE EMERGÊNCIA DA importante saber a área exata onde se
CABINE DE COMANDO encontram as argolas sobre a asa, pois na
São abertas manualmente por dentro e eventualidade de estarem submersas,
por fora,sendo: será necessário localizá-las pelo tato.
Comandante: Abre somente Estas tiras ou cordas de escape
internamente ( Abertura por dentro). poderão, também, vir a ser usadas numa
Co piloto : Abre internamente e evacuação em terra efetuada pelo bordo
externamente( Abertura por dentro e por de ataque da asa. Antes de descer por
fora). elas, deve-se assegurar que estejam bem
Ambas equipadas com cordas ou tiras firmes á aeronave.
de escape. Não se deve escorregar pela tira; deve-
se descer usando “MÃO ANTE MÃO”.

39

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

ESCORREGADEIRAS “ATENÇÃO TRIPULAÇÃO DE


Nas aeronaves comerciais destinadas CABINE: preparar para a (o) partida
ao transporte de passageiros, todas as (desembarque)!”.
saídas que estejam a mais de 2 metros de
altura (estando a aeronave com todos os Cada escorregadeira inflável é equipada
trens de pouso arriados), deverão estar com um cilindro com o ar comprimido e
providas de equipamentos auxiliares de com um cabo de aço que está acoplado
evacuação que auxiliem seus ocupantes a ao cilindro. Ao ser distendido (automática
chegarem ao solo. ou manualmente) o cabo de aço provoca a
Nas saídas ao nível do piso liberação do ar comprimido para as
homologadas como saídas de emergência câmaras da escorregadeira. O ar
(no caso, portas), o equipamento exigido comprimido do cilindro é responsável pela
são escorregadeiras. inflação de, aproximadamente, 40% da
As escorregadeiras se encontram escorregadeira.
adequadamente dobradas, apresentam o No momento em que o cilindro libera o
aspecto de um pacote e podem ser ar comprimido, aspiradores (venturis)
classificadas como não infláveis (simples) localizados nas laterais externas das
ou infláveis. câmaras se abrem e começam a sugar do
ar ambiente para o interior das mesmas.
ESCORREGADEIRAS NÃO A evacuação através de uma
INFLÁVEIS escorregadeira inflável só deverá ser
(SIMPLES) comandada quando a mesma estiver
As escorregadeiras não infláveis são completamente inflada, isto é, ao cessar o
equipamentos encontrados somente nos ruído de entrada de ar pelos aspiradores
L-188 (Electra 188) aeronave que voou (venturis). Nas aeronaves “Wide-bodies”
por longo tempo na ponte aérea (Rio - São cada conjunto rampa-escorregadeira que
Paulo). Consistem de uma lona reforçada equipa as saídas sobre a asa possui um
com alças laterais e 4 tiras de nylon com indicador (dedo) que quando totalmente
prendedores em cada uma das inflado demonstra que o mesmo está
extremidades destinadas a armação da pronto o uso.
mesma.
Estes prendedores são em cores ESCORREGADEIRAS INFLÁVEIS
distintas e deverão ser fixados a 4 SEMI-AUTOMÁTICAS
suportes de cores correspondentes, Em algumas cias aéreas somente os B-
sendo: vermelho e verde os superiores 727 estão equipados com escorregadeiras
branco e amarelo os inferiores. infláveis semi-automáticas.
Ao se abrir uma porta equipada com
ESCORREGADEIRAS INFLÁVEIS escorregadeira inflável semi-automática,
O material utilizado na fabricação das estando à mesma armada, esta cairá por
escorregadeiras infláveis é uma mistura de força da gravidade e ficará pendurada pelo
borracha-neoprene algumas são de lado de fora da porta, porém dobrada por
coloração prateada. meio de um freno.
No B-737 as escorregadeiras são Para inflar uma escorregadeira semi-
armadas e desarmadas manualmente. Em automática, deve-se puxar uma alça
algumas cias aéreas o momento para se (comando de inflação), de cor vermelha,
armar (ou desarmar) uma escorregadeira na qual está escrita a palavra PULL
é após ter sido dado o aviso: (puxe). Esta alça esta localizada na saia
da escorregadeira.

40

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

Se não ocorrer a inflação da As aeronaves equipadas com


escorregadeira e na impossibilidade de escorregadeiras infláveis automáticas são:
redirecionar os passageiros para as B-737: Escorregadeiras com pista
demais saídas operantes, deve-se soltar o simples.
freno que a mantém dobrada e utilizá-la B-767: Escorregadeiras com pistas
como escorregadeira NÃO inflável. As duplas.
escorregadeiras semi-automáticas são de DC-10: Escorregadeiras com pistas
pista simples, isto é, permitem o duplas.
desligamento de apenas uma pessoa de B-747-Série 200: Escorregadeiras com
cada vez pistas duplas, exceto a da porta do upper-
deck que é de pista simples.
ESCORREGADEIRAS INFLÁVEIS B-747-Série 300: Escorregadeiras com
AUTOMÁTICAS pistas duplas.
As escorregadeiras infláveis
automáticas são projetadas para que OBSERVAÇÃO
inflem sem a necessidade de puxar As escorregadeiras com pistas duplas
comando algum. permitem que DUAS PESSOAS deslizem
Ao se abrir a porta estando a simultaneamente.
escorregadeira armada, a mesma deve
cair de seu alojamento por força da EQUIPAMENTO DE FLUTUAÇÃO
gravidade e inflar automaticamente (o De acordo com as normas da
tempo de inflação é de 5 a 10 segundos). Organização da Aviação Civil Internacional
Se a escorregadeira não inflar (OACI ou ICAO) que tratam de
automaticamente, deve-se puxar o equipamentos de flutuação, todas as
comando manual de inflação (alça de cor aeronaves que efetuarem voo
vermelha – PULL) idêntico ao das transoceânicos (além de 370 km do
escorregadeiras infláveis semi- litoral), deverão dispor de equipamentos
automáticas. individuais e coletivos de flutuação.
Sempre que se abrir uma porta Aeronaves que efetuarem voos costeiros
equipada com escorregadeira inflável (rotas de até 370 km do litoral) deverão,
automática, deve-se estar atento para a obrigatoriamente, portar equipamentos
possibilidade da mesma cair para o interior individuais de flutuação.
da aeronave, principalmente se esta Os equipamentos individuais de
estiver inclinada. Nesta situação, o flutuação homologados são coletes salva-
tripulante deverá empurrar o pacote da vidas e assentos flutuantes e os coletivos
escorregadeira para fora da aeronave. são barcos e escorregadeiras-barco.
Como última opção deve-se furá-la com Em algumas cias aéreas as aeronaves
qualquer objeto cortante ou pontiagudo. que efetuam voos costeiros, os tripulantes
Nas aeronaves “wide-bodies” (B-767, dispõem de coletes salva-vidas para
DC-10 e B-747), de uma maneira geral, tripulantes e passageiros, além dos
as escorregadeiras são utilizáveis são equipamentos coletivos de flutuação.
como barco salva-vidas. Executam-se as
escorregadeiras que equipam as portas EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS
3L/R e do upper-deck e as saídas sobre a DE FLUTUAÇÃO
asa do
B-767. COLETES SALVA-VIDAS
As escorregadeiras-barco estão Os coletes salva-vidas possuem duas
equipadas com todo o material necessário câmaras de flutuação, que serão infladas,
para uma sobrevivência no mar. cada uma, por uma cápsula de ar

41

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

comprimido. Em casos de falha no sistema  Orientar para não inflá-los no interior


de inflação, os coletes podem ser inflados da aeronave, mas na área das soleiras
por sopro, através de um tubo acoplado a das portas, ao abandonar a aeronave,
cada câmara. Os coletes possuem ainda, ou sobre a asa.
uma tira ajustável.  Os sobreviventes deverão manter os
Na altura do ombro, entre as câmaras, coletes vestidos e inflados até o
há uma luz localizada (ou sinalizadora) momento do resgate.
que é alimentada por uma bateria ativada
a base de água. O tempo de duração da ASSENTOS FLUTUANTES
luz do colete é de oito horas, São assentos de aspecto normal, porém
aproximadamente. com uma placa de poliuretano rígido que
Cada câmara inflada suporta, em média, os torna flutuantes. Possuem, também,
um peso inercial de 60 kg. É duas alças.
recomendável que DUAS câmaras sejam Os assentos flutuantes suportam um
infladas. peso médio inercial de 90 kg. Num pouso
Os coletes salva-vidas também podem na água, os passageiros devem ser
ser utilizados para flutuação de suprimento orientados para levá-los consigo para fora
extra de água, mantas e alimentos, desde da aeronave.
que haja tempo disponível para prepará-
los. EQUIPAMENTO COLETIVO DE
FLUTUAÇÃO

BARCOS SALVA-VIDAS
Os barcos salva-vidas apresentam
formato poligonal. Os mais usados são de
dois tipos e tem capacidade normal para
25 a 42 pessoas.
Os barcos são acondicionados em
invólucros de lona e alojados,
normalmente, em rebaixamento de teto
das aeronaves.
Os barcos salva-vidas possuem duas
câmaras principais de flutuação e estão
equipados com rampas de acesso, alças
de embarque, toldo, montantes metálicos,
mastros infláveis ou metálicos, facas
flutuantes, luzes localizadoras, âncora,
corda de amarração e pacote (Kit) de
sobrevivência no mar.
A corda de amarração tem um
comprimento aproximado de 6 metros e
possui, na sua extremidade, um gancho
que serve para fixar o barco à aeronave.
O comando manual de inflação, em
INSTRUÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO forma de punho metálico, está fixado na
DOS COLETES corda de amarração.
 Instruir os passageiros para vestirem A localização da rampa de acesso está
os coletes sem se levantarem de seus indicada por setas existentes laterais do
lugares. barco. As facas flutuantes, que são de
42

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

lâmina curva, estão localizadas As escorregadeiras-barco estão


respectivamente, uma em cada câmara equipadas com estações de embarque
principal de flutuação do barco, ao final da (com alças e degraus), toldo, montantes
corda de amarração. A finalidade da faca estruturais, faca flutuante, luzes
flutuante é cortar a corda de amarração, localizadoras, bomba manual de inflação,
separando definitivamente o barco da corda com anel de salvamento, âncora,
aeronave. tira de amarração e pacote (Kit) de
Num pouso na água, os barcos, devido sobrevivência no mar.
ao seu peso considerável, somente Na saída da escorregadeira há uma
deverão ser retirados de seus alojamentos dobra fechada por fita “velcro” ou botões
após a parada completa da aeronave. de pressão. Sob esta dobra encontra-se
Uma vez removidos de seus um cabo (CABO DESCONECTOR) ligado
alojamentos, os barcos deverão ser a uma alça de lona, na qual está escrita a
levados para as saídas prioritárias (um palavra HANDLE.
dado específico de cada aeronave), que Antes de comandar a abordagem, deve-
estejam acima do nível da água, no se constatar a completa inflação da
entanto, só deverão ser levados para cima escorregadeira – barco, isto é, o cessar do
da asa ou jogado para fora da aeronave ruído da entrada de ar pelos aspiradores
após terem sido fixado por intermédio da (venturis).
corda de amarração. Preferencialmente, deve-se promover a
Caso o barco seja retirado através de transferência direta dos passageiros da
uma janela, a fixação deverá ser na argola aeronave para a escorregadeira-barco de
existente no encaixe da referida saída. O sua barra de fixação e proceder á
corrimão formado pela tira de escape que abordagem “viva água”.
equipa a janela de emergência, também Para se desconectar uma
poderá ser utilizado como recurso para se escorregadeira-barco de sua barra de
fixar o gancho da corda de amarração. fixação deve-se:
Antes do barco ser jogado na água  Levantar a dobra da saia da
deve-se observar, além das condições escorregadeira e
adversas (arestas metálicas, combustível  Puxar o cabo desconector.
e fogo), também a direção do vento, a Mesmo após desconectada, a
favor do qual o barco deverá ser jogado. escorregadeira-barco ficará ligada á
Ao se lançar o barco na água, um dos aeronave por intermédio da tira de
participantes da operação deverá segurar amarração, que tem, assim como nos
e puxar o comando manual de inflação barcos, aproximadamente seis metros de
(punho metálico). comprimento.
O sistema de inflação dos barcos é Ao se proceder a uma abordagem,
semelhante ao das escorregadeiras. deve-se, dentro do possível, manter a
Portanto, somente se poderá comandar a escorregadeira- barco bem próximo á
abordagem após ter cessado o ruído da aeronave, utilizando-se a tira de
entrada de ar pelos aspiradores (venturis), amarração.
o que indica a completa inflação do Para separar definitivamente a
equipamento. Deve-se promover a escorregadeira- barco da aeronave corta-
abordagem mantendo-se o barco o mais se a tira de amarração junto á
próximo da aeronave, utilizando a tira de embarcação, utilizando-se a faca flutuante,
amarração. localizada na própria escorregadeira,
próximo ao final da tira.
ESCORREGADEIRAS-BARCO Nos B-747 e B-767, a separação
definitiva das escorregadeiras-barco pode

43

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

também ser efetuada ao se puxar uma BOMBA MANUAL DE INFLAÇÃO


ALÇA DE RÁPIDA LIBERAÇÃO (Quick Está localizada junto ás válvulas de
Release Handle), localizada próximo ao inflação manual das câmaras principais.
final da tira de amarração. Havendo necessidade de se completar a
O tamanho e a capacidade das inflação de qualquer uma das câmaras,
escorregadeiras-barco varia de acordo seja após a realização de um reparo de
com tipo de aeronave e, dentro de cada vedação, seja por outro motivo qualquer,
equipamento, de acordo com a dimensão deve-se adaptar a bomba manual á
das portas. válvula correspondente e operá-la.

ACESSÓRIOS DOS EQUIPAMENTOS LUZES LOCALIZADORAS (ou


COLETIVOS DE FLUTUAÇÃO SINALIZADORAS)
ÂNCORA (ou BIRUTA D’ÁGUA) Estas luzes são alimentadas por bateria
É presa ao barco ou escorregadeira- acionada á base de água, semelhante ás
barco por meio de uma corda e vem dos coletes salva-vidas. Sua duração é,
acondicionada num invólucro localizado também, de oito horas, em média.
entre as câmaras principais. Somente
deve ser liberada após a separação TIRAS DE REENTRADA
definitiva, cuidando-se para que não fique
presa á aeronave. Podem ser laterais ou centrais e são
A finalidade da âncora é retardar a utilizadas num pouso em terra, caso haja
deriva da embarcação, fazendo com que necessidade de se retornar ao interior da
permaneça o maior tempo possível nas aeronave.
proximidades do local do acidente,
TIRAS DE SALVAMENTO
facilitando, assim, trabalho das equipes de
busca e salvamento. Com mar calmo Devem ser utilizadas pelos
deve-se liberar toda a extensão da corda; sobreviventes, após pouso na água,
com mar agitado, somente meia extensão. enquanto aguardam a sua vez de
embarcar. Se houver superlotação, deve-
CORDA COM ANEL DE se realizar um revezamento e os
SALVAMENTO sobreviventes que permaneçam fora da
Está localizada junto á estação de embarcação, nela devem amarrar as tiras
embarque. Pode-se ser utilizada tanto de seus coletes salva-vidas.
para recuperar sobreviventes que estejam
PACOTE DE SOBREVIVÊNCIA NO
na água, quanto para unir as embarcações
MAR
após o afastamento definitivo da
aeronave. Conteúdo:
 Farmácia
TOLDO  Manual de sobrevivência
A finalidade principal da amarração do  Bíblia
toldo é proteger os sobreviventes dos  Purificador de água
raios solares e dos respingos de água do  Bujões de vedação
mar. Pode, também, ser utilizado para  Balde e esponja
captar água da chuva e do orvalho e para  Sinalizadores
sinalizar á equipes de busca e
salvamento. NOTA
As duas latas com água (1/2 litro cada)
também fazem parte do pacote de
sobrevivência no mar, mas podem ser
44

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

encontradas presas a uma das CONJUNTO DE SOBREVIVÊNCIA NA


extremidades da escorregadeira-barco, na SELVA
parede externa. Esta reserva de água é O conjunto de sobrevivência na selva é
destinada para fins medicinais. constituído de dois pacotes e um facão de
20 polegadas e é protegido por uma
FARMÁCIA carenagem plástica. Localiza-se,
Contém rolos de gases, anti-sépticos, geralmente, no interior de compartimento
inalantes de amoníaco, bandagens de bagagem (bins) ou em rebaixamento
estéreis retangulares, pomadas para de teto, diferindo esta localização de
queimadura e pomada oftálmica. acordo com o tipo de aeronave.
Cada pacote de sobrevivência na selva
MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA contém:
Escrito em inglês, contendo instruções 02 frascos de 60 ml contendo purificador
detalhadas sobre a utilização do de água.
equipamento coletivo de flutuação e de 03 caixas de fósforo, total de 150
seus acessórios. palitos.
02 frascos de 100 ml contendo
BÍBLIA repelente para insetos.
Novo testamento, escrito em inglês. 01 manual de Sobrevivência na Selva
(M. M. A.-81)
PURIFICADOR DE ÁGUA 01 espelho de sinalização (circular de
Dosar de acordo com a bula. metal)
01 apito plástico
BUJÕES DE VEDAÇÃO 20 analgésicos (Novalgina)
06 sacos plástico com água (125 ml)
São utilizados para vedar pequenos
02 foguetes pirotécnicos (baquelite)
furos na embarcação. Deve-se colocar a
50 pacotes de açúcar com 60g cada
parte emborrachada para o lado de dentro
50 pacotes de sal com 01g cada
da câmara de flutuação, cuidando para
01 faca de sobrevivência na selva
que o tecido não fique enrugado.
contendo:
BALDE E ESPONJA  01 bússola dissociável (pode ser
removida do cabo)
Em princípio, são utilizados para manter  02 chumbinhos para pesca
seco o interior dos equipamentos coletivos
 02 anzóis (um pequeno e um médio)
de flutuação. O balde pode ser utilizado
 01 rolo de nylon (mais ou menos 2,5m)
como depósito de água, saco de enjôo ou
vaso sanitário.  01 agulha (tipo para costura)
 01 alfinete (tipo fralda)
SINALIZADORES  02 anéis de aço (acoplados ao cabo da
faca)
Os sinalizadores existentes no pacote
(kit) de sobrevivência no mar são os  01 cabo de aço (mais ou menos 20
seguintes: cm)

 Dois foguetes pirotécnicos de metal  OBSERVAÇÃO


O cabo da faca pode ser usado como
 Um corante marcador de água
martelo, bastando para isto remover a
 Um espelho sinalizador
bússola e os equipamentos que se
 Um apito encontram no seu interior.
 Duas lanternas ativadas á base de Quando em situação de emergência, em
água. que o conjunto de sobrevivência seja
45

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

necessário, deve-se quebrar a carenagem


na área demarcada, utilizando-se para
isso a machadinha de bordo.

Fornecimento de água e coleta de


dejetos
O sistema de água potável do avião que
supre as pias das galleys e lavatórios é
eliminado por um tanque localizado na
parte posterior do porão traseiro. Acima da
porta 2R existe um indicador da
quantidade de água no tanque.

Cheque:
 Pressionar o botão push;
 Verificar a quantidade de água (no
mínimo de 3/4)

*Como medida preventiva de segurança,


após a decolagem devemos aguardar para
entrar em contato com a cabine de
comando 10 minutos após a decolagem.

Número de farmácias á bordo:

De 00 a 50 passageiros – 1 Farmácia
De 51 a 150 passageiros – 2 Farmácias
De 151 a 250 passageiros –3 Farmácias
Acima de 250 passageiros- 4 Farmácias

ANOTAÇÕES:_____________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
__________________________________
46

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

COEFICIENTE DE EVACUÇÃO

NÚMERO DE OCUPANTES DE UMA AERONAVE QUE POSSAM SAIR POR UMA SAÍDA
OPERANTE OBEDECENDO AO TEMPO PADRÃO 90 SEGUNDOS.

SE TIPO I ESCORREGADEIRA INFLÁVEL 50 A 55 PAX


90
SEGUNDOS
SE TIPO II ESCORREGADEIRAS NÃO INFLÁVEIS 30 A 40 PAX 90
SEGUNDOS
SE TIPO III JANELAS SOBRE AS ASAS 20 A 30 PAX 90
SEGUNDOS
SE TIPO IV ESCOTILHAS 15 A 20 PAX 90
SEGUNDOS
SE TIPO V ESCORREGADEIRAS INFLÁVEIS 90 A 100 PAX 90
DUPLAS SEGUNDOS

47

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

Exercícios:
1. As poltronas da cabine de passageiros são equipadas com cintos de segurança com
retenção:
a) ventral; b) torácica;
c) abdominal; d) ventral e abdominal.

2. O radiofarol localizador, modelo rescu 99, é alimentado por uma bateria ativada por:
a) sal; b) água;
c) energia solar; d) energia luminosa.

3. As aeronaves estão equipadas para, em caso de despressurização, haver o atendimento


com a utilização imediata de:
a) maletas contendo máscaras CAF; b) maletas contendo oxigênio portátil;
c) sistema fixo de oxigênio de emergência; d) sistema secundário com máscara full-face

4. Indique o momento e o local em que o uso de cigarros é expressamente proibido:


a) somente nos toaletes e corredores de aeronave;
b) só nas áreas de não fumantes e durante as decolagens;
c) no solo, nos toaletes e durante pousos e turbulências;
d) durante pousos, decolagens,voo, no solo, toaletes e corredores.

5. A evacuação de emergência compreende:


a) deixar a aeronave após sua parada;
b) o abandono da aeronave em 90 segundos;
c) a retirada de todos por saída operativa;
d) o abandono dos ocupantes de uma aeronave em situação anormal.

6. As saídas que normalmente oferecem maiores restrições numa evacuação de emergência,


na maior parte das aeronaves, são as:
a) portas traseiras; b) portas dianteiras;
c) janelas sobre as asas; d) saídas do lado direito.

7. Após um pouso de emergência os passageiros iniciam o abandono da aeronave:


a) imediatamente após o pouso; b) quando a aeronave tocar o solo;
c) após a parada total e abertura das saídas; d) após as janelas de emergência serem
abertas.
8. Qual o tempo seguro para uma evacuação:
a) 50 segundos b) 70 segundos c) 90 segundos d) 60 segundos

9. Qual a seqüência de autorização de uma evacuação?


a) comandante e comissário extra;
b) pilotos suplementares, comissários e comandante;
c) comissário ou qualquer membro da tripulação;
d) comandante, qualquer membro da tripulação técnica na incapacidade do mesmo de
qualquer comissário.

48

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

10. Quais procedimentos que envolvem a dinâmica geral de evacuação?


a) abrir os cintos, abrir as saídas sobre as asas;
b) abrir os cintos, dirigir os passageiros para a cabine de comando;
c) abrir as saídas operativas, conduzir a evacuação desordenadamente;
d) abrir os cintos, abrir as saídas operativas, conduzir a evacuação com rapidez e ritmo.

11. Quando se ministra oxigênio a um passageiro com dificuldades respiratórias, qual o


principal cuidado que se deve ter?
a) posição da válvula;
b) usar máscara full-face;
c) que passageiros não fumem nas proximidades;
d) verificar a quantidade de oxigênio da garrafa potável.

12. Quais são os passageiros que não devem ocupar as poltronas localizadas ao lado das
janelas de emergência?
a) os comissários; b) somente crianças;
c) os passageiros extras; d) gestantes, idosos e crianças.

13. Em pouso forçado, havendo evacuação de ocupantes da aeronave, os procedimentos


devem ser acompanhados por gestos e mímicas, porque:
a) a mímica é uma linguagem internacional;
b) a mímica é uma linguagem entre tripulantes;
c) não se utiliza mímica, pois as ordens devem ser verbais, claras, precisas e objetivas;
d) pode haver a bordo estrangeiros, pessoas com dificuldades de entender a linguagem e
também pessoas surdas.

14. Em caso de fogo interno, o comissário deve:


a) isolar a área e lutar contra o fogo;
b) combatê–lo utilizando extintores apropriados;
c) manter os passageiros informados da situação;
d) notificar a cabine de comando, combater o fogo e isolar a área.

15. Quais são as saídas que devem ser usadas num pouso forçado no mar?
a) todas as saídas; b) as saídas sobre as asas;
c) somente as portas de serviço; d) as que estiverem acima do nível da água.

16. A seqüência correta para se sair por uma janela de emergência é:


a) cabeça – tronco – perna – perna; b) perna- perna- tronco-cabeça
c) perna- cabeça- tronco- perna d) perna-braços-cabeça - tronco.

17. Como medida preventiva de segurança, quantos minutos após a decolagem devemos
aguardar para entrar em contato com a cabine de comando?

a) 05 minutos; b) 10 minutos; c) 15 minutos; d) 20 minutos.


49

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

18. Qual a posição de impacto para comissário com cinto de inércia sentado de frente para o
nariz da aeronave?
a) cinto de segurança apertado e braços cruzados sob o joelho;
b) cinto de segurança apertado, braços cruzados e cabeça pressionada para trás;
c) cinto de segurança apertado, braços cruzados e cabeça sob o joelho;
d) cinto de segurança apertado, braços cruzados, queixo baixo apertado contra o pescoço.

19. Colocar dentro dos toaletes todos os objetos soltos na cabine é um procedimento a ser
efetuado pelos comissários:
a) após a decolagem
b) antes da decolagem;
c) durante uma turbulência;
d) na preparação da cabine para pouso de emergência.

20. Quais são as conseqüências de um acidente:


a) humanas e técnica;
b) humanas e operacionais;
c) meteorológicas, técnicas e operacionais;
d) fogo, calor, fumaça, gases tóxicos e ação das forças de impacto.

21. Em qualquer situação de emergência, as saídas só deverão ser abertas:


a) após o pouso;
b) após a decolagem;
c) após parada total da aeronave;
d) na preparação da cabine para pouso de emergência;

22. Os fatores que podem originar um acidente são, entre outros:


a) humanos, técnicos, operacionais, meteorológicos, desconhecidos e casuais;
b) desintegração, fumaça e gases tóxicos;
c) ação das forças de impacto;
d) calor, fumaça e fogo.

23. As cordas das saídas sobre as asas são utilizadas:


a) em amerissagem; b) num pouso sem trem;
c) num pouso em terra; d) num pouso com trem.

24. Caso os scape – slides não inflem no sistema automático e manual, o comissário deve:
a) utilizá - lo como corda;
b) não existe a possibilidade dos scape – slides não inflar;
c) orientar os passageiros, para que utilizem outras saídas;
d) puxar a alça que comanda a inflação do sistema manual.

25. As saídas de emergência tipo I são:


a) portas com scape – slides infláveis; b) janelas da cabine de passageiras;
c) janelas da cabine de comando; d)portas com scape – slides não infláveis
50

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

Calor
FOGO É o elemento que serve para dar início à
combustão, mane-la e incentivar sua
propagação.
NOÇÕES GERAIS SOBRE O FOGO
PONTO DE FULGOR (Flash Point)
É a temperatura mínima na qual um
corpo combustível começa a desprender
DEFINIÇÃO gases ou vapores que se queimam em
contato com uma fonte externa de calor,
Fogo ou combustão é um processo de não havendo, contudo, constância na
transformação química quando materiais chama, devido aos gases não serem
combustíveis e inflamáveis, combinados com suficientes para tal (há o clarão e logo se
um comburente (geralmente o O2) e ativados apaga).
por uma fonte calorífica, iniciam reação em
cadeia, produzindo energia na forma de luz e PONTO DE COMBUSTÃO (Fire Point)
calor. É a temperatura mínima necessária para
que um corpo emita vapores (gases) em
 ECLOSÃO DO FOGO quantidade suficiente para que haja chama
Nos dias de hoje, modificou - se um pouco o permanente, quando em contato com o
que era conhecido como “triângulo do fogo". comburente e exposto a uma fonte externa
Especialistas acrescentaram um item a mais de calor.
- a reação em cadeia.
Para que se origine o fogo é necessário, PONTO DE IGNIÇÃO (Ignition
portanto, a existência de: temperature)
É a temperatura mínima em que os gases
 Combustível (vapores) desprendidos por um corpo
 Calor entram em combustão sem o auxilio de
 Comburente (oxigênio) fonte externa de calor. Somente a presença
 Reação em cadeia do comburente é o suficiente para a
combustão.
Combustível
É o material que alimenta o fogo e serve de
campo à sua propagação. Diferentes formas de combustão

Comburente As combustões podem se classificar


É o elemento ativador do fogo, isto é, que quanto à sua velocidade:
lhe dá vida e intensifica o fenômeno da - Ativa
combustão. O oxigênio é o principal dos - Lenta
comburentes. - Explosão
- Espontânea

51

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
 ATIVA
É aquela em que o fogo, além de produzir  CLASSE A
calor, produz chama. Isto é, luz. Fogo em materiais sólidos ordinários
 LENTA (comuns), tais como papéis, madeira e
É aquela em que o fogo só produz calor, na tecidos, deixando cinzas e resíduos após a
apresentando chamas, geralmente a reação se queima.
processa em ambientes pobres em oxigênio.
 EXPLOSÃO
É uma combustão rápida e que atinge altas
temperaturas. Essa reação se caracteriza por
violenta dilatação de gases que,
conseqüentemente, exercem também, violenta
pressão às paredes que os confinam.
 ESPONTÂNEA
Determinados materiais, geralmente de  CLASSE B
origem vegetal, tendem a fermentar quando Fogo em líquido e gases inflamáveis, tais
armazenado e, desta fermentação, resulta o como querosene, gasolina, óleos e graxas
calor que se elevando gradativamente, faz o lubrificantes, que não deixam resíduos após
combustível atingir seu ponto de ignição. a combustão.
Este conjunto de condições passou a ser
representado geometricamente como o
TETRAEDRO DO FOGO (conhecido também
como pirâmide ou quadrado do fogo).

 CLASSE C
Fogo em equipamento eletro/eletrônicos
energizados.
Devido ao fato das faces serem adjacentes,
o tetraedro representa a interdependência que
tem os seus componentes.

52

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

 CLASSE D PROPAGAÇÃO
São os incêndios em metais pirofóricos CONCEITO
(magnésio, potássio, titânio, sódio, zircônio)
que exigem para sua extinção, agentes O fogo se propaga por contato direto da
extintores especiais que se fundem em contato chama sobre os materiais, pelo
com o metal combustível. deslocamento de partículas incandescentes
que se desprendem de outros materiais já
em combustão, ou pela ação do calor.
Neste último caso a transmissão de calor
pode ocorrer por:

- CONDUÇÃO
Quando se transmite de molécula a
molécula, pelo simples contato dos corpos.
DESENVOLVIMENTO DE UM INCÊNDIO Ex: combustão de uma fogueira.

É importante saber as causas que poderão - CONVECÇÃO


originar um incêndio, para aprender a dominá- Quando a transmissão é feita por meio de
lo. Estas fases são três: ECLOSÃO, deslocamento de massa de ar aquecido
INSTALAÇÃO e PROPAGAÇÃO. (mais leve que o ar comum), a qual se
desloca do local em chamas levando
ECLOSÃO energia calorífica suficiente para que outros
Entende-se por eclosão a causa imediata, isto materiais combustíveis atinjam seus pontos
é, o evento que, atuando sobre as condições de combustão. Ex: chama no topo de
existentes, é capaz de dar origem ao fogo. chaminés.
Dentro desta fase interessa identificar esses
eventos e descrever em que condições eles - IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO
atuam. Quando a transmissão de energia calorífica
se dá por meio de ondas através do espaço
ou materiais. Ex: calor da energia solar.
INSTALAÇÃO É todo o desenvolvimento do fogo após a
É o primeiro momento do fogo propriamente instalação; é quando são determinadas as
dito. É o instante em que deixam de haver dimensões e a área de abrangência. Nesta
apenas condições passadas a existir uma fase são estudadas as razões da
forma definida de combustão. propagação do fogo, isto é, quais os fatores
que facilitam o desenvolvimento do fogo.
Para melhor compreensão das três, pode -
se considerar o seguinte exemplo: uma
instalação elétrica embutida num forro e mal
dimensionada é exigida acima de sua
53

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

capacidade, resultando num


superaquecimento dos condutores. Este fato MÉTODOS DE EXTINÇÃO
gera a combustão do material. Após algum A eliminação de um ou mais
tempo o próprio forro entra em combustão, e componentes do tetraedro resultará na
levando o fogo ao seu redor. extinção do fogo.

a) As causas prováveis da eclosão são: I. RESFRIAMENTO - Método em que


Uso impróprio do equipamento elétrico e/ou se retira o calor
O material em que se instala (isolante de má
qualidade) II. ABAFAMENTO – Método em que se
retira o comburente (oxigênio)
b) Energia eletrostática
Principalmente em aviação, cuidados
especiais devem ser adotados em relação à III. ISOLAMENTO - Método em que retira
eletricidade estática, a qual se manifesta como o combustível
um grande risco de explosões e ocorrências
de incêndios.
Eletricidade estática é o acúmulo de potencial IV. QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA
elétrico de um corpo em relação a outro. É Método em que se impede a interação
proveniente do aumento de potencial entre do combustível, do calor e do comburente.
dois corpos carregados com cargas contrárias,
os quais ao atingirem um potencial máximo,
provocarão uma descarga elétrica. I. RESFRIAMENTO
O atrito de uma aeronave com o ar faz com
que grande quantidade de energia O resfriamento é o método de extinção mais
estática seja acumulada, produzindo utilizado. Consiste em se retirar calor do
cargas que, se estiverem “isoladas” (sem material incendiado. Ex: Redução da
terra) poderão saltar em forma de temperatura do combustível, com utilização
centelha para um ponto aterrado. Em do agente água.
função disso, aviões quando em
operações de solo (ex: abastecimento)
deverão, prévia e obrigatoriamente,
serem aterrados

c) Algumas das razões da propagação


 Uso de materiais
combustíveis na estrutura e
no acabamento e
 Presença de grande
quantidade de materiais
combustíveis.
54

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

II. ABAFAMENTO A quebra da reação em cadeia ocorre a


nível molecular e é o principal método de
O abafamento consiste na eliminação do extinção dos extintores químicos. Impede
oxigênio das proximidades imediatas do que moléculas incandescentes entrem em
combustível. contato com os vapores emanados do
Ex: Sufocação do combustível por meio de combustível, evitando a propagação do
espuma, pano, areia, etc. fogo.

V. EXTINÇÃO A PRINCÍPIOS DE
INCÊNDIO

Pela retirada de combustível


Pela retirada de comburente
Pela retirada do calor
Pela quebra de reação em cadeia

III. ISOLAMENTO

O isolamento se baseia na retirada do


material que poderá vir a ser atingido pelo
fogo, evitando a sua propagação para outras
áreas.
Ex: Fechamento da válvula de passagem do
combustível; retirada do material ainda não
incandescido, etc
Pela retirada do comburente

IV. QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA

Pela retirada do calor

55

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

A ocorrência de fogo em pleno voo existe


e é de alta periculosidade, pelas graves
conseqüências que pode acarretar. A
exigüidade dos meios de combate ao fogo,
a quantidade de material combustível
presente, a ausência de auxílio
especializado e, principalmente, a
adversidade das condições reinantes,
concorrem para aumentar os problemas
causados. Daí a necessidade do tripulante
se especializar e ter os devidos
conhecimentos de como prevenir a eclosão
de fogo a bordo.
Um fogo a bordo poderá ocorrer dentro
das limitações da cabine de comando, sob o
controle de seus ocupantes (comandante /
primeiro oficial / mecânico de voo), porém,
muitas vezes, se situa na área de atuação
dos comissários, sendo o combate,
portanto, de sua responsabilidade.
Pela quebra da reação em cadeia Há certas regras básicas de combate ao
fogo, sendo importante lembrar que cabe
aos comissários aplicar os conhecimentos a
cada caso específico.
Um comissário deve sempre ter em
mente três pequenos detalhes para diminuir
o risco da ocorrência de fogo a bordo:
PREVENÇÃO - impedir a eclosão do
fogo.
 COMBATE - atacar o
fogo com os recursos
FOGO À BORDO disponíveis, caso ele
ocorra.
As aeronaves são equipamentos
 SALVAMENTO - reduzir
cuidadosamente projetados, meticulosamente
ao mínimo os danos
construídos e arduamente testados. Embora
causados pelo fogo.
todo este trabalho para se colocar uma
aeronave em condições de voo tenha
proporcionado aparelhos cada vez mais
I. PREVENÇÃO
seguros, alguns fatores, normalmente fora do
A prevenção contra o fogo envolve um
controle do construtor, podem dar origem a
conceito, na verdade bastante primário:
graves acidentes.
VIGILÂNCIA CONTÍNUA.
56

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

Normas de prevenção ao fogo são FOGO CLASSE C


basicamente simples, mas há necessidade de  Curto - circuito na fiação das
enfatizá-la. Prevenção é uma atividade que os facilidades existentes nas PSU’s,
comissários DEVEM praticar todos os dias, bem como de seus controles
como parte de seus deveres normais de localizados nos braços das poltronas
profissionais para manter ou mesmo aumentar (exceção em algumas aeronaves).
a sua segurança e a dos passageiros.
Antes de cada decolagem, bem como
durante todo o tempo de voo (inclusive b) TOALETES
paradas técnicas e escalas), o comissário tem
por obrigação certificar-se de que as áreas da Causas prováveis:
aeronave que se encontram sob sua
responsabilidade estão em perfeita ordem. É FOGO CLASSE A
necessária a verificação de toda a parte  Pontas de cigarros acesas ou
elétrica e painéis de galleys, observando se fósforos jogados no interior das
seu funcionamento é normal e se os fornos lixeiras.
não deixam transpirar gases, odores de FOGO CLASSE C
fumaça ou fogo.  Curto - circuito nas fiações de painéis ou
Verificar, especialmente, todos os extintores: iluminação.
se estão em seus devidos lugares, fixos em
seus encaixes, com os lacres de segurança e c) GALLEYS
dentro da validade. Verificar, também, se o Causas prováveis:
acesso aos mesmos está desimpedido.
Realizar rondas periódicas durante os FOGO CLASSE A
plantões, mantendo severa vigilância,  Pontas de cigarros acesas ou
principalmente sobre os toaletes e áreas fósforos jogados nas lixeiras.
reservadas aos fumantes.  Cigarros acesos deixados nas
bandejas de passageiros no retorno
II. CAUSAS PROVÁVEIS DE ECLOSÃO à galley.
DE FOGO A BORDO
FOGO CLASSE C
a) CABINE DE PASSAGEIROS  Manuseio inadequado do equipamento
Causas prováveis: elétrico auxiliar (ebulidor, frigideira).
 Curto - circuito nos painéis.
FOGO CLASSE A
 Superaquecimento de térmicas de hot-
 Cigarros acesos (passageiros cups deixados ligados, embora vazios.
adormecendo, fumando em pé ou
 Colocação de papéis, papelão, panos,
embarcando).
em fornos ligados.
 Grades do retorno de ar obstruídas. Na cabine de passageiros, uma área
 Colocação de papelão ou pano para sujeita a fogo é a área inferior das paredes,
vedação de luzes individuais que não apagam. onde existem grades de ventilação. A
colocação de objetos (jornais, revistas,
57

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

casacos) sobre estas grades de retorno de ar O freon é um gás extintor que está
tem provocado combustão por acondicionado em um recipiente fixado sob
superaquecimento e, como o fluxo de ar da a pia dos toaletes. Se houver aumento de
cabine dispersa a fumaça, esta não é temperatura, o gás será liberado
percebida de imediato. automaticamente, através de dois ejetores.
Jornais e revistas em voos de longa duração Estes ejetores, quando expostos à
tornam - se tão ressequidos que se temperatura de 174 graus Fahrenheit,
transformam em excelentes combustíveis. Se liberam o gás diretamente sobre a lixeira
uma norma preventiva não deixar sobras deste (um ejetor) e sobre o aquecedor de água
material amontoadas em cantos ou mesmo (outro ejetor).
sob poltronas. Colocá - las sempre em Na porta de acesso ao extintor existe um
compartimentos fechados. placar indicativo de temperatura com quatro
Latas vazias de sprays ou vidros de colônia pontos claros. Abaixo de cada ponto está
não devem ser jogadas nas lixeiras dos determinado o grau de temperatura, à
toaletes, pois caso ecloda fogo na lixeira, o medida que a temperatura vai subindo e
calor fará com que explodam, espalhando o atingindo as temperaturas indicadas, os
material em chamas. respectivos pontos vão ficando enegrecidos.
A responsabilidade dos comissários é
EQUIPAMENTO AUXILIAR DE COMBATE verificar se a porta da lixeira (acesso ao
AO FOGO EM AERONAVES extintor) está bem fechada, para diminuir a
entrada de oxigênio no compartimento, pois
 EXTINTORES o mesmo só viria alimentar o fogo caso ele
De acordo com regulamentos vigentes, as ocorresse.
aeronaves devem estar equipadas com Os toaletes estão, também, equipados
extintores portáteis de tipos e em quantidades Com DETECTORES DE FUMAÇA.
adequadas para atender eventuais
necessidades. DETECTORES DE FUMAÇA
Na prática, geralmente os incêndios Em algumas aeronaves os detectores de
combinam mais de uma classe e podem fumaça, os alarmes visual e sonoro e o
ocorrer em locais que tornam proibido o uso de teste do sistema estão em uma única peça
determinado agentes extintores, como por localizada no interior de cada toalete; em
exemplo, a água e, áreas onde haja circuitos outras os detectores de fumaça encontram-
elétricos energizados, embora estes não se no interior de cada toalete, porém os
estejam em combustão. Desse modo, antes de painéis com alarme visual e sonoro e teste
usar qualquer extintor, deve-se avaliar as do sistema estão localizadas na parede
condições do local e, sempre que possível, externa dos referidos toaletes.
desligar todos os circuitos elétricos.
EXTINTOR DE HALLON
EXTINTOR FIXO DE GÁS FREON (COMPOSTO HALOGENADO DE
Os extintores fixos de acionamento que CROMOCLORODIFLUORMETANO – BCF)
equipam os toaletes são de gás freon.

58

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

 Em fogo envolvendo papéis (classe A)


ou líquidos inflamáveis (classe B), deve-
se afastar do fogo e borrifar o material
incandescente, pois se corre o risco de
espalhar o fogo à pressão de saída do
agente extintor.

OPERAÇÃO

 Puxar o pino/argola para romper o lacre.


 Manter o extintor na posição vertical
para um melhor aproveitamento do
agente extintor (tubo sifão no interior do
extintor).
Os extintores de hallon possuem as  Apertar o gatilho e dirigir o agente
seguintes características: extintor para a base das chamas, em
 Formato cilindro; forma de varredura.
 Recipiente plástico;  Após o uso, recolocar o extintor em seu
 Cor vermelha lugar de origem, fixando-o com as
 Base côncava; presilhas.
 Alça empunhadura, gatilho e bico injetor;  Reportar ao mecânico de voo (ou co-
 Pino/argola de segurança; piloto, se for o caso) e fazer constar em
 Conteúdo: 900g de composto halogenado relatório (chefe de equipe ou superior
100g de nitrogênio responsável pela cabine onde foi
 Duração média de 8 segundos; utilizado o extintor). O número de
 Alcance médio de 2 metros; registro do equipamento deve constar
no relatório.
 Manômetro;
CHEQUE PRÉ-VOO
O agente extintor é um líquido que se
vaporiza rapidamente, atinge locais de difícil
Verificar se:
acesso, não deixa resíduos e o vapor diminui a
visibilidade durante a descarga. Como não é  Os extintores estão em seus devidos
condutor de corrente elétrica (testado a 1.000 lugares.
V), o extintor de hallon é específico para o  As presilhas estão bem seguras.
combate a um fogo classe C.  Os extintores estão lacrados e dentro do
Pode ser utilizado para o combate ao fogo prazo de validade.
das classes A e B, com seguintes restrições:  O ponteiro do manômetro está na faixa
 Ao ser empregado em fogo classe A, verde.
recomenda-se, após o seu uso, fazer o
rescaldo dos resíduos, devido ao agente
extintor agir somente na superfície.

59

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

EXTINTOR DE ÁGUA
(SOLUÇÃO DE ÁGUA/GLICOL) OPERAÇÃO

 Girar o punho no sentido horário para


romper o lacre e pressurizar o cilindro.
 Manter o extintor na posição vertical
para um melhor aproveitamento do
agente extintor (tubo sifão no interior do
extintor)

 Pressionar o gatilho dirigindo o jato


d'água para a base das chamas, em
forma de varredura.
O extintor de água as seguintes
características:  Após o uso, recolocar o extintor em seu
lugar de origem, fixando-o com as
 Formato cilíndrico; presilhas.
 Recipiente metálico;  Reportar ao mecânico de voo (ou co-
piloto ser for o caso) e fazer constar em
 Cor acinzentada; relatório.

 Gatilho, punho e bico ejetor; PRECAUÇÕES

 Conteúdo: 1,5 litros de água/glicol;  NÃO usar em circuito elétrico


energizado.
 Duração média de 30 segundos;
 NÃO recomendado para fogo classe B.
 Alcance médio de 6 metros;
 NÃO dirigir o jato para os olhos, devido
 Cápsula com ar comprimido (embutida no ao glicol provocar reações nocivas aos
punho). mesmos.

O extintor de água é específico para o CHEQUE PRÉ-VOO


combate a um fogo classe A, onde a extinção
por resfriamento é a mais adequada. É contra- Verificar se:
indicado para combater fogo que envolva  Os extintores estão em seus devidos
equipamento elétrico energizado, devido à lugares.
água ser condutora de corrente elétrica.  As presilhas estão bem seguras.
 Estão lacrados e dentro do prazo de
validade.

60

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

OUTROS EXTINTORES (NÃO UTILIZADOS  Em fogo envolvendo papéis (classe A)


EM AVIÕES). ou líquidos (classe B), deve-se afastar
do fogo e borrifar o material
EXTINTOR DE CO2 incandescente, pois se corre o risco de
(DIÓXIDO DE CARBONO) espalhar o fogo devido à alta pressão de
saída do agente extintor.
 Em áreas muito ventiladas, o agente
extintor perde a eficácia.

OPERAÇÃO

 Direcionar o tubo difusor, protegendo-o


com uma das mãos (caso o tubo esteja
frouxo, não se movimentará em direção
ao rosto) ou segurá-lo com luva de
amianto.
 Manter o extintor na posição vertical
para um melhor aproveitamento do
O extintor de CO2 possui as seguintes
agente extintor (tubo sifão no interior do
características: extintor).
 Formato cilíndrico;
 Apertar o gatilho (com este movimento o
 Recipiente metálico; lacre romperá) e direcionar o jato para a
 Cor vermelha; base das chamas, em forma de
 Gatilho, cano metálico e punho tipo varredura. Em um fogo classe C, se os
revólver; circuitos elétricos não puderem ser
 Conteúdo: 3/4 de CO2 (1 kg); desligados, pode-se lançar descargas
 1/4 de nitrogênio; intermitentes de CO2, após o fogo ter
 900 psi de pressão; sido extinto, para evitar reignição.
 Duração média de 25 segundos de 1,5  Após o uso, recolocar o extintor em seu
metros; lugar de origem, fixando-o com as
 Tubo difusor. presilhas.
O extintor de CO2 é específico para o  Reportar ao mecânico de voo (co-piloto,
combate a um fogo classe C (equipamento se for o caso) e fazer constar em
elétrico energizado), devido ao agente extintor relatório.
não danificar o equipamento nem conduzir
eletricidade. PRECAUÇÕES
Pode ser utilizado para o combate a fogo
das classes A e B com as seguintes restrições: O agente extintor não é corrosivo nem
 Ao ser empregado em fogo classe A, danifica tecidos; entretanto, algumas
recomenda-se, após o seu uso, fazer o precauções devem ser tomadas:
rescaldo dos resíduos, devido ao CO2 agir
somente na superfície.
61

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

 NÃO segurar com as mãos nuas, o cano  Alça empunhadura, gatilho e bico
metálico, do tubo difusor ou o fundo do ejetor.
cilindro.  Pino/argola de segurança.
 NÃO dirigir para o rosto, pois a pressão e a
baixa temperatura do agente extintor  Conteúdo: 900g de bicarbonato de
podem provocar lesões nos olhos. sódio.
 NÃO expor a pele ao jato do agente  100g nitrogênio.
extintor por tempo prolongado, pois pode  Duração média de 25 segundos.
ocorrer queimadura por congelamento.  Alcance médio de 2 metros.
 Manômetro
CHEQUE-VOO
O extintor de pó químico é específico
para o combate a um fogo classe B
Verificar se: (líquidos inflamáveis), onde a extinção por
 Os extintores estão em seus devidos abafamento é a mais indicada.
lugares. Pode ser utilizado para combate a fogo
 As presilhas estão bem seguras. das classes A e C, com as seguintes
 Estão lacrados e dentro do prazo de restrições:
validade.
  Ao ser empregado em fogo classe A,
EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO recomenda-se após o seu uso, fazer
(BICARBONATO DE SÓDIO) rescaldo dos resíduos, devido ao agente
extintor agir somente na superfície.
 Pode ser utilizado em fogo classe C,
pois não é condutor de corrente elétrica;
entretanto, tem efeito corrosivo nos
equipamentos elétricos em longo prazo.
 Quando usado em áreas confinadas
pode provocar dificuldades de
respiração (parcial) e visibilidade.

OPERAÇÃO

 Puxar o pino/argola para romper o


lacre.
O extintor de pó químico possui as  Manter o extintor na posição vertical
seguintes características: para um melhor aproveitamento do
 Formato cilíndrico. agente extintor (tubo sifão no interior
 Recipiente metálico. do extintor).
 Cor vermelha.
 Base convexa.

62

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

 Apertar o gatilho e dirigir o jato do imediatamente à cabine de comando pelo


agente extintor para base das chamas, meio mais rápido, sendo o mais objetivo e
em forma de varredura. conciso possível, informando a área
 Após o seu uso, recolocar o extintor em atingida e as providências tomadas. Feito
seu lugar de origem, fixando-o com as isso, dependendo das circunstâncias
presilhas. existentes, deverá suprir o colega com
 Reportar ao mecânico de voo (ou co- novos extintores. Se o fogo ocorrer em
piloto, se for o caso) e fazer constar em circuitos elétricos energizados, a corrente
relatório. elétrica deverá ser imediatamente
desligada. Os cilindros portáteis com
PRECAUÇÕES oxigênio terapêutico que estiverem na área
afetada deverão ser removidos
 NÃO usar diretamente sobre pessoas, pois imediatamente. Os demais comissários
pode provocar a sensação de bloqueio da deverão evitar o pânico entre os
respiração. passageiros.
Como é do conhecimento de todos, a
CHEQUE PRÉ – VOO decisão sobre o uso do sistema fixo de
oxigênio, em casos que não sejam de
Verificar se: despressurização é da responsabilidade
 Os extintores estão em seus devidos exclusiva do comandante.
lugares. Analisando-se mais profundamente, a
 As presilhas estão bem seguras. avaliação de uma situação de fogo a bordo
 Estão lacrados e dentro do prazo de deverá ser realizada nos seguintes moldes:
validade. Partindo-se da premissa que em qualquer
Estão devidamente carregados (ponteiro na situação de emergência a bordo o
posição verde) comandante da aeronave deverá ser
IMEDIATAMENTE notificado e MANTIDO
III. COMBATE ( Procedimento) INFORMADO pelo meio MAIS RÁPIDO E
EFICAZ, logo se conclui que comunicar
Quando se avalia uma situação de fogo, imediatamente ao comandante é uma
ações imediatas e simultâneas devem ser AÇÃO IMEDIATA requerida.
tomadas e, em seguida, ações subseqüentes. Sabendo – se que a velocidade de
Geralmente, o comissário que detecta o propagação do fogo aumenta em
fogo deve munir-se de um extintor adequado progressão geométrica, deve-se combatê-lo
para combatê-lo imediatamente. imediatamente, utilizando o extintor
Simultaneamente, deve procurar chamar a adequado à sua classe. Isto é, também,
atenção de algum colega que, por sua vez, uma AÇÃO IMEDIATA requerida.
virá em seu auxílio devidamente equipado Se o fogo tiver eclodido numa área onde
(quando for o caso, com capuz anti-fumaça (C. haja equipamentos elétricos energizados,
A. F.), par de luvas de amianto e extintor desligar o circuito elétrico da área afetada é
adequado). O comissário substituído deverá, também uma AÇÃO IMEDIATA requerida.
se alguém ainda não o fez comunicar
63

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

Todas estas ações são PRIORITÁRIAS e  Avaliar a possibilidade de entrar no


DEVEM ser executadas imediata e toalete e combater diretamente o fogo.
simultaneamente ao se detectar fogo a bordo.  Utilizar os equipamentos auxiliares de
Conclusão: PEDIR AUXÍLIO é a ÚNICA combate ao fogo (machadinha, par de
AÇÃO IMEDIATA REQUERIDA que possibilita luvas de amianto e capuz antifumaça
a SIMULTANEIDADE de ações. (C.A.F.), se necessário.
Havendo necessidade de permanecer em  Se preciso for executar o rescaldo.
área com fumaça, o comissário deverá
equipar-se com capuz anti-fumaça (C. A. F.). NOTA
O uso do PAR DE LUVAS de amianto as faz
evidente como proteção às mãos e Se o fogo for em papéis da lixeira, deve-
antebraços, principalmente na remoção dos se abrir a porta do compartimento da
painéis e no rescaldo. mesma e usar o extintor diretamente.
Deve-se avaliar a necessidade da realização Quando a temperatura externa da porta
do rescaldo. for muito elevada e/ou houver fumaça
Caso algum ocupante da aeronave tenha densa proveniente do interior do toalete, o
inalado fumaça em demasia, aplicar oxigênio comissário poderá adotar um dos seguintes
terapêutico. procedimentos para o combate ao foco do
Não é aconselhável a ingestão de água por fogo:
pessoas que estejam expostas à fumaça; em  Abrir uma fresta da porta calçando-a
cabines enfumaçadas, a água pode ser usada com o pé e colocando-se atrás da
para molhar os cabeçotes e estes usados mesma; descarregar um extintor de
como filtro. hallon, fechando a porta em seguida.
Atenção especial deve ser dedicada aos  Fazer um furo com a machadinha na
toaletes. parte superior da porta, de tamanho
Ao soar o alarme do detector de fumaça, o suficiente apenas para a passagem do
comissário deverá, inicialmente, avaliar a bico ejetor do extintor de hallon. Em
temperatura do toalete através de contato do seguida, descarregá-lo
dorso da mão com a porta. Não estando
quente, deve ser avaliada a hipótese de o Em ambos os casos o agente extintor agirá
alarme sonoro ter disparado devido a algum por abafamento e por quebra da reação em
passageiro ter desobedecido à proibição de cadeia.
fumar no interior do toalete. Ao mesmo tempo em que um comissário
Caso contrário, munido de um extintor executa o combate indireto ao foco do fogo,
(preferencialmente o de hallon – jamais o de outro se equipa com capuz anti-fumaça, par
água pressurizada se o fogo for de classe C), de luvas de amianto, machadinha e outro
deverá combater o foco de fogo da seguinte extintor adequado para dar continuidade ao
maneira: combate, agora, entretanto, diretamente à
 Abrir parcialmente a porta, calçando – a base das chamas.
com o pé e colocando – se por trás da Lembrar que durante toda a operação a
mesma. cabine de comando deve ser mantida
informada.
64

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

A machadinha deverá ser usada se for prevenir o alastramento do fogo para áreas
necessária a destruição de painéis para um adjacentes.
rápido acesso a um possível foco de fogo.
Materiais de reabastecimento estão em
gavetas e atrás de painéis. Por estarem em
pacotes, são menos fáceis de pegar fogo, mas
contribuem bastante para propagar um foco de NOTA
fogo já existente. A machadinha também pode
ser necessária para possibilitar o acesso à
área por trás de paredes, onde haja fogo de
origem elétrica.
Ao se perceber cheiro de queimado e/ou
fumaça saindo de um forno, deve-se fechar a
porta e desconectar os fusíveis
correspondentes. Se houver fogo, deve-se
usar extintores de CO2, de pó químico ou Sempre que houver fumaça densa na
hallon. cabine, lembra - se que a fumaça tem
Nunca utilizar extintores de água em forno tendência a subir. Sendo difícil respirar
energizado, pois a água é condutora de estando em pé, arrastando pelo chão
eletricidade. conseguir-se-á respirar, pois sempre
Se houver algum curto - circuito e pegar fogo permanece uma pequena camada de
em lâmpadas, fios ou interruptores deve-se oxigênio próximo ao chão. Colocar um lenço
desligar a corrente elétrica e usar extintores de molhado no nariz também é uma boa
CO2 pó químico. opção, pois o mesmo serve como filtro,
Se pegar fogo na roupa de algum passageiro, minimizando os efeitos tóxicos da fumaça.
deve-se envolvê-lo em um cobertor e remover OBS.: A chama que por ventura sair pela
a roupa afetada, se possível. descarga durante a partida do motor ou A.P.
Em aeronaves mistas (carga e passageiros), U, normalmente não é problema sério e não
se for detectado fogo/fumaça em algum dos há necessidade de alarme.
containeres, no compartimento de carga de Quando tiver finger/ escada disponível, os
main-deck, e o fogo não tiver saído do passageiros desembarcam pelo mesmo e
container, NÃO se deverá abri-lo, pois o em caso de necessidade utiliza-se também
oxigênio que entrar poderá alimentar o fogo, os escapes-slide (escorregadeiras)
aumentando a sua intensidade. Se possível, Pode ocorrer fumaça proveniente da luz
deve-se reduzir ao mínimo as aberturas de fluorescente da cabine. O
ventilação. Cobertores molhados podem ser superaquecimento do filtro pode causar
usados para cobrir aberturas maiores. O fumaça antes que o fusível queime sem
próprio container servirá como proteção contra necessariamente provocar fogo.
o alastramento do fogo. Desta forma, se a Neste caso desligue a luz afetada, avise
quantidade de agente extintor for limitada, a cabine e NÃO utilize extintor até que um
Será bem mais benéfico deixar o fogo queimar tripulante técnico verifique.
dentro do container e usar o extintor para

65

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

Quando o ar condicionado está muito forte Outra situação, apesar de remota, é a


pode gerar fumaça, não sendo também indício possibilidade de fogo em algum motor
de incêndio. Atenção, pois a fumaça é durante o voo. Sabe - se que todos os
diferente a de um incêndio. motores são equipados com sistemas
automáticos de extinção de fogo.
IV. SALVAMENTO Ocasionalmente um motor pode vir a
sofrer pane, resultando muitas vezes em
Toda vez que a segurança for afetada por vazamento de combustível ou óleo que
qualquer motivo, todo cuidado em relação ao vaporizados dentro ou ao redor dos
que se pode chamar SALVAMENTO, deverá motores, podem ocasionar fogo. Uma vez
ser criteriosamente observado, de uma extinto o fogo, o motor em questão fica
maneira rápida e organizada. inoperante durante o restante do voo.
Devido ao sistema de exaustão dos
V. FOGO EXTERNO motores, e também da localização, fogo na
área externa da aeronave é facilmente
A maioria das panes ocorre normalmente no notado pelos passageiros, causando
solo, no momento da ignição dos motores. bastante preocupação. Os comissários
Eles estão mais propensos a apresentar um devem estar atentos para evitar pânico e
mau funcionamento quando são ligados do garantir aos passageiros total segurança.
que em qualquer outro momento de sua
operação. O fogo que irrompe durante a LUVAS DE AMIANTO (OU ASBESTO
ignição de um motor, em geral se desenvolve GLOVES)
no sistema de exaustão. É conhecido como
"tail pipe fire". O par de luvas de amianto é um
O fogo pode se iniciar em um motor durante equipamento auxiliar no combate ao fogo
o taxiamento. Neste caso, a situação pode vir porque o material empregado na sua
a ser bastante grave, pois encontra - se longe confecção é um isolante térmico (amianto
de qualquer possibilidade imediata de combate ou asbesto), protegendo, portanto, mão e
ao fogo por parte dos bombeiros ou da parte dos braços do usuário. Geralmente
Manutenção (pessoal de pista). utilizado junto com extintores.
Tanto o fogo durante a ignição dos motores
quanto durante o taxiamento pode desenvolver
- se e tornar - se tão perigoso que haja
necessidade de evacuar a aeronave. Uma vez
que esta possibilidade existe, os comissários
devem sempre estar treinados (física e
psicologicamente), pois se houver comando de
evacuação, a ação deverá ser imediata.
Os responsáveis por portas, após armar as Check
escorregadeiras, deverão permanecer junto às Presença e integridade física e verificar se
mesmas até após a decolagem. os pares de luvas de amianto encontram-se
em seus devidos lugares.

66

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

Auxilia no combate ao fogo. Por ter um


cabo isolante (25.000 volts), poderá ser
utilizado para cortar energizados ou mesmo
painéis.
EQUIPAMENTOS DE COMBATE AO Geralmente localizada na cabine de
FOGO comando.

EXTINTORES CHEQUE PRÉ-VOO


Encontramos a bordo de aeronaves estes
tipos de extintores: Verificar se a(s) machadinha(S) da cabine
- Água pressurizável ou água glicol de passageiros (quando houver)
- Hallon (bromoclorodifluormetano) encontra(m)-se devidamente fixadas(s).
- Freon - toaletes e motores
FOGO NA GALLEY
Check
- Manômetro na faixa verde Primeiro passo a ser tomado, será de
- Lacre desligar os CBs. Nunca utilize extintor de
- Validade água em fogo de origem elétrica com os
Sempre direcionar o extintor para a base da CBs ligados. Após a extinção do fogo, fazer
chama o rescaldo com o máximo de líquido
possível.
MACHADINHA Muito cuidado com cigarros em lixeiras!
De um modo geral, a machadinha é
considerada um equipamento auxiliar no
combate ao fogo. Possui um lado cortante e FOGO NOS TOALETES
outro perfurante e seu cabo é revestido de O lugar mais propício a se iniciar um
borracha isolante (resistência aproximada de incêndio no toalete é dentro da lixeira,
25.000 volts). causado principalmente por cigarros.
No combate ao fogo, a machadinha pode Embaixo da pia de cada toalete, existe
ser utilizada para cortar fios energizados, um extintor de FREON, que é acionado
romper e remover painéis e facilitar a remoção automaticamente caso a temperatura atinja
de objetos com altas temperaturas. 170º F e uma válvula para corte e
Num pouso de emergência, ocorrendo fornecimento de água, com as posições
deslocamento de partes internas da aeronave, ON/OFF/DRAIN.
a machadinha poderá ser utilizada para Na ponta do extintor existe um sensor
desobstruir a área de acesso a alguma saída que faz com que ele acione caso a
ou remover pessoas pressas a destroços. temperatura chegue a 170º F. Este terminal
Em todas as aeronaves comerciais, a do extintor deve ser checado como também
machadinha é um equipamento fixo da cabine sua integridade física.
de comando. Em algumas aeronaves, Existe ainda uma chave para o corte do
entretanto, há machadinha(s) na cabine de aquecedor de água.
passageiros

67

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

Um detector sonoro de fumaça, também - Jogue líquido na área do fogo para


chamado de SMOKE DETECTOR está impedir seu reinicio (rescaldo).
instalado no teto de cada toalete. Este detector - Na falta de água, jogue qualquer líquido,
possui dois (2) botões sendo um para teste e NÃO utilizando bebida alcoólica.
outro para RESET. Ainda existe uma luz verde - Monitore a área durante o restante do
indicando que o mesmo está energizado. No voo.
caso da presença de fumaça, ele é disparado,
só cessando quando feito o reset. 2. AERONAVE EM SOLO
Caso ocorra fogo no toalete, devemos:
- Em primeiro lugar verificar se a porta está - Lute contra o fogo.
quente, confirmando a presença do fogo. - Notifique a cabine de comando via
- Pegar extintor e abrir a porta o mínimo interfone.
possível até que o extintor seja colocado - Se o fogo for de origem elétrica,
dentro, na parte de cima da porta. desligue os CBs.
- Disparar o extintor inteiro dentro do toalete. - Não use líquidos em fogo de origem
- Fazer o rescaldo. elétrica até que a energia esteja
- Avisar cabine de comando. desligada.
- Se apesar de todo o seu cuidado o fogo - Desembarque ou evacue se for
surgir, lembre-se: necessário, após a orientação do
- O fogo não é invencível quando no seu comandante.
início - calma e conhecimento no uso de - Quando o finger/escada estiver
extintores são suficientes para extinguí-lo. disponível, faça com que os passageiros
- O fogo se inicia pequeno - quando deverá desembarquem pelo mesmo e, em caso
ser rapidamente atacado, antes que cresça de necessidade, utilize também os
e se torne incontrolável. A nossa falta de Escapes (escorregadeiras).
ação é que o alimenta . - Só inicie a evacuação após a parada
total da aeronave.
FOGO INTERNO-
1. AERONAVE EM VOO FOGO EXTERNO-MOTORES E A.P. U

- Lute contra o fogo. São detectores de fogo e


- Notifique a cabine de comando via superaquecimento. São do tipo freon e
interfone. agem por abafamento.
- Tire os passageiros da área. Encontramos duas garrafas de extintores
- Se o fogo de origem elétrica, desligue os para os motores, no alojamento do trem
CBs. principal e uma garrafa para o A.P.U.
- Não use líquidos em fogo de origem O combate ao fogo da A.P.U. é feito
elétrica até que a energia seja cortada. manualmente pela cabine de comando.
O melhor método para prevenção de
QUANDO O FOGO ESTIVER APAGADO: fogo, é a ronda periódica em toaletes e
cabine de passageiros, principalmente em
voos noturnos.

68

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

AERONAVE EM VOO 1. CHECAR O EQUIPAMENTO DE


EMERGÊNCIA - Devemos checar
- Acalme os passageiros. todo o equipamento de
- Feche as janelas. emergência com atenção e dar
- Mude de lugar caso haja necessidade em OK para o chefe de equipe.
contar o pânico. Verificar se estão em seus lugares
- Notifique a cabine de comando ia interfone. e se estão em perfeitas condições
- Mantenha a cabine de comando informada de uso.
sobre a situação.
2. OBSERVAR A PRESENÇA DE
AERONAVE EM SOLO- SMOLDERING - processos de
- Contenha os passageiros caso haja início combustão lenta que se instalam
de pânico. em combustíveis sólidos, tais
- Notifique a cabine de comando. como revestimento de poltronas,
- Aguarde instruções. restos de comida, papéis, etc.
- Desembarque se necessário, após
orientação do comandante. 3. RECOLHER MATERIAIS
COMBUSTÍVEIS - Tais como
Adotadas as medidas acima em conjunto guardanapos, jornais, ou outros
com uma atuação disciplinada e eficiente da papéis espalhados sobre os
tripulação podem ser regras básicas para se assentos das poltronas ou pelo
evitar uma situação de pânico a bordo. piso.
Se um passageiro começar com sinais de
pânico e histeria incontrolável, a primeira coisa 4. VERIFICAR PERFEITO
a se fazer é isolá-lo dos outros passageiros, FUNCIONAMENTO DA GALLEY
evitando assim o alastramento do pânico. observando se seus componentes
elétricos estão operando
PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO- adequadamente e se não existem
vazamentos nos sistemas.
Antes de cada decolagem e pouso, bem
como todo o tempo de voo, o comissário deve 5. FAZER OBEDECER A ORDEM
certificar-se de que as áreas da aeronave que DE NÃO FUMAR – assim como
se encontram sob responsabilidade estejam cuidar para que os passageiros
em perfeita ordem. (galley/lavatórios/cabine de não fumem nos toaletes.
passageiros/etc).
Qualquer anormalidade deverá ser 6. ATENÇÃO NO RECOLHIMENTO
imediatamente comunicada ao comandante da DE BANDEJAS E OUTROS -
aeronave. verificando se não há cigarro em
Como medidas de segurança na prevenção combustão no meio do material.
de incêndio, os principais fatores a considerar
são:

69

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

7. EVITAR UTILIZAÇÃO DE
LÍQUIDOS VOLÁTEIS - (ÉTER,
BENZINA, ÁLCOOL) recolhendo-os
e imediatamente mergulhar o frasco
em gelo picado. Se houver
vaporização notifique ao comandante
e os cigarros devem ser apagados CHECK
imediatamente. O frasco deve ser Presença e integridade física
desembarcado na primeira escala. MÁSCARA FULL- FACE

A operação das garrafas que estão


equipadas com máscaras FULL-FACE,
obedece à seguinte seqüência:
- Girar a válvula de abertura.
- Colocar a garrafa com a tira cruzando as
costas, passando sobre o ombro esquerdo,
para permitir o controle visual do
manômetro e manter as mãos livres.
- Colocar a máscara e ajustar as tiras para
que fique bem aderida ao rosto
- Inspirar fortemente para abrir a válvula de
demanda que libera o oxigênio para a Localiza-se junto com a garrafa de
máscara. oxigênio. Esta máscara possibilita a entrada
- Após o uso fechar a válvula, retirar a em áreas onde haja gases tóxicos ou
máscara e guardar.
fumaça, pois o tripulante terá condições
- Avisar ao comandante e reportar.
respiratórias e visuais.
O sistema de oxigênio portátil, não deve ser
Nem sempre encontramos este tipo de
usado em despressurização.
máscara na cabine de passageiros. Na
maioria das aeronaves estão localizados na
As garrafas de oxigênio portáteis, também cabine de comando para uso da tripulação
são chamadas de oxigênio terapêutico. técnica e são considerados com máscaras
para sistema fixo de oxigênio.
Se a máscara for muito grande para uma Hoje em dia é mais utilizado o CAF
criança, podemos usar um copo, por exemplo,
com dois orifícios: um para entrada do
oxigênio e outro para saída do ar expirado. CAPUZ ANTIFUMAÇA - CAF
Quando se tratar de recém nascido,
devemos retirar a máscara e colocar a
extremidade do tubo a uma distância
aproximada de 10 cm do rosto da criança e
utilizando a saída em HI.

70

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

enquanto outro tripulante o ajudará


trazendo o extintor.

São métodos não convencionais, mas


muitas vezes ajudam.

É um capuz que se encontra junto com os


extintores
Possui um gerador químico com duração de
aproximadamente entre 12 a 15 minutos.

CHECK

Se o visor está na cor verde, caso contrário


a máscara está umedecida.
Ter cuidado com maquiagem e oleosidade
na pele antes de colocá-lo.
Usá-lo no combate ao fogo junto com
extintor.

ÓCULOS CONTRA FUMAÇA

Localizado na cabine de comando para ser


utilizado junto com máscaras de oxigênio.
Não podemos esquecer que no combate ao
fogo, temos que eliminá-lo o mais rápido
possível.
Caso você tenha uma manta, água ou
refrigerante em mãos e o extintor esteja muito
longe, trabalhe em equipe, acalme o fogo

71

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

Exercícios:

1. É a reação química que consome oxigênio e emite luz e calor:


a) combustível; b) fogo; c) comburente; d) outros gases.

2. Os 3 elementos físicos interados, para haver eclosão do fogo são:


a) comburente, luz e calor; b) comburente, combustível, luz;
c) combustível, comburente e calor; d) combustível, luz e calor

3. É o elemento ativador do fogo, isto é que lhe dá vida e intensifica o fenômeno da


combustão:
a) combustível b) comburente; c) combustão; d) calor
.
4. O ar atmosférico normal possui:
a) 74% nitrogênio, 25% O2, 1% outros gases b)78% nitrogênio, 21% O2 , 1% outros gases
c) 72% nitrogênio, 21% O2, 1% outros gases d)75% nitrogênio, 21% O2, 2% outros gases.

5. Para ter chamas o ambiente precisará ter no mínimo:


a) 21% O2 b) 16% O2 c) 25% O2 d) 15% O2

6. As classes de fogo são:


a) A, B, C, D b) A, B, C, F c) A, B, C e G d) A, B, C, O

7. Boiler, fornos, revistas e assentos pertencem às classes (na ordem):


a) A e B b) A e C c) C e A d) C e D

8. Materiais sólidos que queimam na superfície e profundidade, deixando resíduos após a


queima. É a classe:
a) B b) D c) A d) C

9 - Queimam somente na superfície e não deixam resíduos. É a classe:


a) B b) D c) A d) C

10. Matérias que inflamam - se em contato com os outros produtos químicos, em geral o próprio
ar. É a classe:
a) B b) D c) A d) C

72

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
COMBATE AO FOGO

11. São métodos de extinção:


a) Resfriamento, abafamento, congelamento e quebra da reação em cadeia.
b) Resfriamento, abafamento, isolamento e quebra de reação em cadeia.
c) Resfriamento, abafamento, aquecimento e quebra da reação em cadeia.
d) Resfriamento, abafamento, arejamento e quebra da reação em cadeia.

12. Resfriamento é:
a) Redução do comburente.
b) Interrupção do processo de alimentação da combustão.
c) Redução do calor.
d) Contato por vento relativo

13. A chama se mantém devido à existência suficiente de produção de vapores. Esta ocorre
em:
a) Ponto de ignição. b) Ponto de fulgor. c) Ponto de combustão d) Ignição Espontânea.

14. Gases gerados por decomposição orgânica inflamam - se com o simples contato com o O2
ocorre em:
a) Ponto de ignição b) Ponto de fulgor
c) Ponto de combustão d) Ignição Espontânea

15. Ativa, lenta, explosão e espontânea são formas de:


a) Reação. b) Temperatura. c) Combustão. d) Condução.

73

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

SOBREVIVÊNCIA NA SELVA “A SELVA NÃO PERTENCE AO MAIS


FORTE, E SIM AO MAIS INTELIGENTE,
INTRODUÇÃO CALMO, SÓBRIO E RESISTENTE”.

A selva é paraíso e inferno, porque é bela ORIENTAÇÃO BÁSICA


e terrível. Fascinante, poderosa e
dominadora, a selva esconde sob verde, Na selva, durante a evacuação da
mistérios e perigos. aeronave, os sobreviventes deverão ser
Na selva há horizontes infinitos de beleza comandados para se afastarem da mesma e
natural. O clima é quente, úmido e chuvoso se manterem agrupados nas imediações do
com variedade enorme de espécies animais local do acidente. Isto minimizará a
e vegetais e com matas de árvores possibilidade de risco de explosão da
gigantescas, cujo solo nunca viu o sol... aeronave e facilitará a localização dos
A sobrevivência em plena selva está sobreviventes.
relacionada ao tempo em que nela se
permanecer. Diversas ações deverão ser executadas
Para tanto, o ser humano deve estar imediata e simultaneamente. Para que haja a
capacitado a dosar suas energias e lançar simultaneidade de ações e para prevenir o
mão de todos os meios ao seu alcance, a pânico entre os sobreviventes, um tripulante
fim de não pôr em risco sua vida. Esta deverá assumir o comando e distribuir
capacidade envolve conhecimentos tarefas.
especializados, desconhecidos do homem
urbano. AÇÕES IMEDIATAS E SIMULTÂNEAS

O uso da imaginação, o empenho, o bom Prestar os primeiros socorros a quem


senso e o moral elevado, além do instinto necessitar, de preferência por ordem de
de preservação, são fatores gravidade dos ferimentos (hemorragia,
preponderantes. traumatismo craniano, fratura exposta, etc.)
Assim, deverá ser considerada, como Se houver profissionais da área médica
condição primordial para uma sobrevivência (médico, enfermeiro, veterinário, dentista),
na selva, as necessidades de: solicitar sua colaboração.

Abrigo – Fogo – Água – Alimentos Acionar o radiofarol de emergência


(beacon).
A capacidade de sobrevivência reside
numa atitude mental adequada para Preparar todos os equipamentos de
enfrentar situações de emergência e, sinalização, tais como: foguetes pirotécnicos,
também, de estabilidade emocional, pois há espelho sinalizador e lanternas, colocando –
sofrimentos físicos decorrente de fadiga, os em invólucros impermeáveis, de forma que
fome, sede e de ferimentos, por vezes possam ser utilizados prontamente, ou seja,
graves. AO AVISTAR UMA AERONAVE OU AO SE
Deve – se procurar Ter em mente, nos ESCUTAR O RUÍDO DE SEUS MOTORES.
piores momentos:

74

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

AÇÕES SUBSEQÜENTES seu interior após os motores terem se


esfriado e o combustível derramado ter se
Numa sobrevivência, após serem evaporado.
executadas as ações imediatas, deve – se Ao utilizar a aeronave como abrigo, deve –
providenciar: se cobrir as aberturas da mesma para impedir
o acesso de mosquitos e de outros insetos,
utilizando tecidos, plásticos ou folhas de
Abrigo – Fogo – Água – Alimentos palmeiras.

Se a aeronave não se incendiar, ainda Pode – se ainda utilizar como abrigo partes
que destruída, fornecerá materiais que da aeronave, bem como equipamentos de
facilitarão a sobrevivência, como por emergência (barcos e escorregadeiras) e
exemplo: alimentos, medicamentos, recursos naturais que se encontrem no local
espelhos, forração das poltronas, fios do acidente.
elétricos, combustível dos motores, óleo,
borracha, plástico, etc.

Mesmo que a aeronave tenha se


incendiado, sempre restará algum material
a ser aproveitado.

Numa situação de sobrevivência é ABRIGO PROVISÓRIO (RABO DE JACU)


importante, assim que possível, iniciar um
diário, registrando a data e à hora do Para a montagem de um abrigo provisório
acidente, o número de pessoas a bordo, o (rabo de jacu) deve – se limpar o local
número de mortos e feridos a posição escolhido e juntar boa quantidade de folhas
estimada, as condições do tempo no de palmeiras.
momento da queda, enfim, qualquer dado A seguir, atravessar um pedaço de pau
que possa auxiliar as investigações sobre sobre dois suportes, e apoiar as folhas de
as causas do acidente. palmeiras, uma ao lado da outra, bem unidas,
conforme ilustração abaixo. Este é um abrigo
Visto ser a sinalização um item de suma típico para uma noite.
importância, deve – se logo que possível,
preparar uma área para tal, utilizando – se
tanto de equipamentos e/ou partes da
aeronave quanto de recursos locais.

ABRIGO

NOÇÕES BÁSICAS

A aeronave (ou partes da mesma) poderá


ser utilizada como abrigo, entretanto, os
sobreviventes somente deverão retornar ao

75

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

INSTALAÇÕES DO ACAMPAMENTO
ABRIGO TEMPORÁRIO
Na instalação do acampamento dos
Se a permanência na selva se estender, sobreviventes deve – se observar os
pode – se construir um abrigo temporário seguintes itens preferencialmente:
mais confortável, montando uma estrutura
em forma de “A” que poderá ser coberta  Escolher uma área num ponto elevado e
com folhas de palmeiras, folhas largas ou afastado de charcos e pântanos
ainda com plásticos ou mantas. (mosquitos), mas próxima de um rio,
As folhas deverão ter as pontas voltadas riachos ou igarapé.
para baixo para que a água escorra  Retirar da área escolhida folhas e galhos
livremente em caso de chuva e bem juntas secos e podres.
para que o telhado não deixe passar água.  Ao construir o abrigo, cuidar para não
montá – lo sob galhos secos ou sob
Para amarração deste tipo de abrigo castanheiras porque tanto os galhos
pode – se usar cipó ou tiras de cascas de secos quanto os ouriços da castanha
árvores torcidas. (frutos) poderão cair, com resultados
imprevisíveis.
 Construir duas fossas, uma para detritos
(lixo) e outra para dejetos, ambas
afastadas do acampamento, conforme
abaixo:

DETRITOS DEJETOS

ACAMPAMENTO

RIO

OBS: Distanciamento mínimo


do acampamento: 50 metros

A capacidade de água potável ser


Dentro de um abrigo em forma de “A”, realizada num ponto tal que seja evitado o
pode – se fazer uma cama (tarimba) risco de contaminação pela infiltração de
acolchoada com folhas de palmeiras
agentes poluentes originários das fossas do
divididas pelo talo. acompanhamento.

 O percurso entre o acompanhamento e as


fossas deverá ser marcado para que os
sobreviventes possam facilmente
encontrá – lo, sobretudo à noite.

FOGO
76

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

NOÇÕES BÁSICAS

O fogo é imprescindível numa situação de


emergência de sobrevivência na selva, pois
pode ser utilizado para sinalizar, cozinhar,
purificar água, aquecer os sobreviventes,
além de servir como elemento de segurança
noturna do acampamento.

Mesmo que o solo não esteja seco, é


possível se fazer fogo sobre um estrado de
troncos de árvores.  PEDRA PEDERNEIRA

ISCAS (PARA INICIAR O FOGO) Ao se golpear a pedra de pederneira com


uma faca ou pedaço de aço, surgirão faíscas
Denomina – se isca ao amontoado inicial que produzirão fogo nas iscas.
de folhas secas, papéis, palhas, pequenos
gravetos e/ou cascas de árvores que são
utilizados para se iniciar o fogo.

Certas espécies de palmeiras com


espinhos (mombaca ou marajá) que,
mesmo verdes ou molhadas, ao serem
raspadas, fornecem raspas de madeira
seca (maravalhas) que são excelentes
iscas.
 PILHAS
O breu vegetal é uma boa isca porque
Um pedaço de lã de aço ou fio elétrico fino,
além de facilitar o acendimento, conserva –
ligado aos pólos de uma bateria (ou 2 pilhas
o por mais tempo e, a fumaça liberada,
comuns), incendeiam – se facilmente e põem
espanta os mosquitos.
fogo nas iscas.
OBTENÇÃO DE FOGO
 ATRITO
Além dos meios comuns de obtenção de
fogo (fósforos e isqueiros), pode – se O fogo através de atrito pode ser obtido de
duas maneiras:
conseguí – lo através de:
1 – Abre – se uma pequena cavidade em
 LENTES
madeira plana e macia e aponta-se um
bastão.
A chama poderá ser obtida fazendo – se
incidir os raios solares sobre a isca através
A seguir, coloca – se iscas ao redor da
das lentes de binóculos, máquinas
cavidade e, pelo atrito com o bastão, as
fotográficas ou lentes de óculos.

77

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

mesmas pegam fogo. Este processo requer Em condições normais, o corpo necessita,
muita prática. aproximadamente, de dois litros de água, por
dia.
Em situações adversas, a quantidade
mínima de água necessária para que o
organismo mantenha suas condições vitais,
levando – se em consideração a temperatura
ambiente, é de meio litro por dia.
Ao se iniciar a sobrevivência, deve – se
suspender o fornecimento de água e
alimentos, aos sobreviventes, fornecendo as
primeiras rações 24 horas após o acidente
(excetuando – se feridos graves e crianças).
2 – Esfrega-se uma correia de fibra seca Se a previsão de água for mínima e não
(ou couro, numa madeira, em movimentos houver a princípio, a possibilidade de
contínuos e progressivos. O atrito produzirá aumentar o estoque é preferível bebê – la na
calor suficiente para as iscas se inflamarem. sua totalidade no primeiro dia do que perdê –
la pela evaporação.

CAPTAÇÃO DE ÁGUA

 ÁGUA DA CHUVA

A água da chuva, quando captada


diretamente, não precisa ser purificada.

 ÁGUA DE ORIGEM VEGETAL

Há certos vegetais que sintetizam água


pura e cristalina e, portanto, não precisam ser
purificadas, alguns destes vegetais são bem
conhecidos, tais como:

ÁGUA
NOÇÕES BÁSICAS COCO

Pode – se viver semanas sem alimentos, Os cocos verdes são os que possuem
porém, sem água, vive – se muito pouco, maior quantidade de água.
especialmente em regiões quentes onde se O coqueiro é uma espécie de palmeira que,
perde grande quantidade de água do além de apresentar o miolo interno da fruta
organismo devido à transpiração. comestível, ainda proporciona ao

78

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

sobrevivente um método de se obter água pode ser bebida se não apresentar gosto
com um coletor feito de bambu. amargo e/ou sumo leitoso.

CIPÓ DE CASCA GROSSA

O cipó de casca grossa ou cipó d’água é


um parasita, de coloração marrom –
arroxeada e que cresce pendurado entre a
galharia das árvores e solo.
Para extrair a água, basta cortá – lo
primeiro na parte superior (o mais alto que
se possa alcançar) e depois, na parte
inferior para que o líquido possa fluir. Pode
– se beber a água somente se o líquido for ÁGUA DE RIOS E LAGOS
cristalino e não estiver com gosto amargo
e/ou sumo leitoso. A água captada de rios, lagos, pântanos,
igarapés e charcos poderão ser utilizados,
entretanto deverá ser purificada.

Pode – se obter água dessas fontes


cavando um buraco a uma distância de 5 m
aproximadamente da margem; após algum
tempo, devido à porosidade do solo, o buraco
encher – se – à de água que deverá ser
purificada.

VEGETAIS QUE ARMAZENAM ÁGUA

Há diversas variedades de vegetais que


podem indicar a presença de água em seu
interior ou nas proximidades. Entretanto, esta
água só poderá ser utilizada após ser coada
e purificada.
 BAMBUS
Por vezes, encontra – se água no interior
dos gomos do bambu (pelo barulho, ao ser
sacudido, sabe – se da presença ou não de
água). Essa água penetra no bambu micro
CACTO organismos e larvas de insetos.
Alguns cactos do tipo bojudo possuem Para se coletar essa água, deve – se fazer
água no seu interior. um furo junto à base dos nós, utilizando para
Para se extrair a água deve – se cortar o a coleta um gomo cortado.
topo do cacto, amassar a polpa e sugar a
água com um canudo de bambú. A água só

79

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

nessa ravina, deve – se cavar próximo aos


tufos de plantas verdes e viçosas. Essa água
também deverá ser purificada.

 PRÓXIMO AO BURITI

O buriti é uma espécie de palmeira que se


desenvolve somente onde há fonte de água.
Caso não haja um igarapé próximo ao
buritizal, basta cavar junto ao mesmo que, a
 GRAVATÁS OU CARAGUATÁS
pouca profundidade, obter – se – á água que
Os gravatás ou caraguatás são plantas deverá ser purificada.
da mesma família do abacaxi. Poderão ser
encontradas no solo ou em ramos de
árvores; como suas folhas são resistentes e
TRILHA DE ANIMAIS
bem próximas umas das outras, costumam
conter apreciável quantidade de água da
chuva armazenada. As trilhas de animais, quando identificadas
na selva, poderão levar a uma fonte de água,
NOTA: As raízes dos gravatás são ao local onde o mesmo se alimenta ou à toa
do animal.
venenosas.
DESTILADOR SOLAR
 BANANEIRAS SILVESTRES
O destilador solar é montado em alguns
Normalmente, as bananeiras silvestres
minutos, podendo – se extrair em torno de 1
crescem em lugares de grande umidade
litro e meio de água, por dia.
(próximo a riachos e igarapés). Costumam
armazenar água da chuva entre o caule da
Para montá – lo, deve – se:
folha e o tronco.
 EMBAÚBA
 Cavar um buraco com, aproximadamente,
1 metro quadrado e 50 cm de
A embaúba é uma árvore cujas raízes
profundidade.
externas, bastante ramificadas, armazenam
 Colocar um recipiente qualquer no fundo
água em suas cavidades.
do buraco.
 Cobrir a cavidade com um pedaço de
OUTRAS FONTES DE ÁGUA plástico fino de 2 metros quadrados,
PARTES BAIXAS DO TERRENO aproximadamente.
O destilador solar dá bons resultados
Na selva é comum encontrar – se ravinas somente em áreas abertas onde os raios
temporariamente secas que, entretanto, se solares podem incidir sobre o plástico durante
transforma em leitos de igarapés ou igapós a maior parte do dia.
na época das chuvas. Para se obter água Completar:

80

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

poderá ser usado em solução de 1/1000


(meia colher de chá por litro de água).

ALIMENTO

ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL


Existem no mínimo, umas 300.000
espécies diferentes de plantas silvestres no
mundo e grandes parte delas podem ser
ingeridas.
PURIFICAÇÃO DA ÁGUA
Muito poucas plantas silvestres são letais
quando ingeridas em pequenas quantidades;
Tanto a água captada diretamente da
entretanto, se forem desconhecidas, não se
chuva quanto à de origem vegetal, não
deve ingerí – las sem previamente colocar
necessitam ser purificadas antes do
uma porção na boca (sem mastigar) por 5
consumo, excetuam – se dessa regra
minutos, aproximadamente, caso o paladar
aquelas captadas de outras fontes, devendo
não estranhe o sabor da porção, pode ingerir
as mesmas serem purificadas por um dos
o alimento.
seguintes métodos:
De uma maneira geral, não há perigo em
Por fervura durante 1 minuto, no mínimo.
ingerir vegetais procurados por pássaros e
Pela adição de 8 gotas de tintura de iodo
mamíferos (principalmente macacos).
por litro d’água; deve – se então, aguardar
Com exceção dos cogumelos, o veneno
30 minutos antes de consumí – la.
dos vegetais torna – se inócuo pelo
Pela adição do purificador existente no
cozimento.
conjunto de sobrevivência, conforme
instrução da bula.
Portanto, numa situação de sobrevivência,
deve - se preferir como alimento uma sopa de
Existem ainda, outros meios de
vegetais, pois será menos perigosa e
purificação que têm como contra –
indigesta, além de manter certo valor
indicação a alteração do paladar, a saber:
nutritivo.
 Água oxigenada: deve – se adicionar
uma colher de café de água oxigenada
A maior parte das espécies de inhame e
a 10 volumes para cada litro de água e
raízes é venenosa em seu estado natural
aguardar 30 minutos.
(cru), mas comestível após o cozimento.
 Café: adicionado a água, serve como
desinfetante.
 Limão: adicionado à água protege dos
vírus do tifo e da cólera.
 Sulfato de cobre: quando encontrado
entre as bagagens dos passageiros

81

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Todas as partes de determinadas, Muitas plantas armazenam grande


plantas, sejam elas aquáticas ou terrestres, quantidade de amido comestível nas partes
são comestíveis, mas, na maioria dos que se encontram sob a terra (fécula de
vegetais, torna – se necessário escolher a batatas, mandiocas, etc.).
parte com maior valor nutritivo, seja ela a
raiz, os brotos, as folhas ou os folhelhos. TODO ALIMENTO QUE CONTÉM ÁMIDO,
DEVE SER INGERIDO COZIDO, POIS CRU
Completar: É INDIGESTO.

A palmeira é conhecida como árvore da


providência, pois dela se aproveita tudo: a
palha para construir abrigo, a água e o fruto
para alimentação. O tronco da palmeira
fornece o palmito, a seiva e também o amido.

Grande número de brotos vegetais são


comestíveis, principalmente os de
samambaias. Os rebentos de todos os
brotos vegetais encaracolados e quase
todos são cobertos de fiapos que lhes dão
um gosto amargo. Para prepará – los, deve
– se:

a) Tirando os fiapos, esfregando – os


dentro da água.

b) Ferver os brotos durante 10 minutos.


Para extrair amido da palmeira, deve – se:

c) Trocar a água e ferver por mais de 30 a a) Abrir o tronco pela sua parte mais grossa
40 minutos. e retirar o miolo.

b) Lavar em água limpa, a polpa retirada.

82

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

c) Cozinhar a polpa branca concentrada O melhor método é a “caça de espera”, em


(amido puro) um ponto onde os animais costumam passar
(trilha que leve ao bebedouro, toca, etc.).
d) Deixar secar e usar como farinha.

Os frutos silvestres que forem recobertos ARMADILHAS DE CAÇA


de pêlos (ou cabelos), gosto amargo e/ou
sumo leitoso, não devem ser ingeridos. Isto A caça pode se efetuar através de laços,
é, os frutos CAL (cabeludos-amargos- arapucas e mundéus, especialmente na falta
leitosos) não devem ser ingeridos. de arma de fogo. As armadilhas devem ser
armadas nas trilhas da caça. Rastro fresco,
Excetuam – se dessa regra os frutos excrementos e frutos roídos são indicadores
conhecidos pelos sobreviventes. da presença de animais.

Nenhuma espécie da banana silvestre As armadilhas devem ser de construção


oferece perigo como alimento. simples, montadas antes do cair da noite e
nas partes estreitas das trilhas.
ALIMENTO DE ORIGEM ANIMAL
Deve – se evitar retirar o material para a
Numa sobrevivência deve – se ter confecção das armadilhas da área onde a
sempre presente que tudo que anda nada, mesma será armada, devido ao animal sentir
voa ou rasteja é uma possível fonte de as alterações no seu ambiente.
alimentação.
Não se deve alterar a natureza ao redor
NÃO SE DEVE ESQUECER QUE, EM das armadilhas ou urinar próximo a elas, pois
SOBREVIVÊNCIA, A FOME SOBREPUJA a caça pode pressentir a presença humana.
A REPUGNÂNCIA.

O alimento de origem animal tem um


valor energético muito maior que o de
origem vegetal; por isso, os sobreviventes
devem dar preferência a esse tipo de
alimentação, apesar de ser mais difícil a sua
obtenção na selva.

CAÇA

NOÇÕES BÁSICAS

Ao caçar, é necessário agir com cautela,


pois a maior parte dos animais que vivem
na selva é de difícil captura.

83

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

coloridas ou fragmentos de algum metal


brilhante.

A zagaia um sistema prático para pescar a


noite com lanterna ou archote. Para
confeccioná-la, utilizam-se partes metálicas
de aeronave ou varas pontiagudas (bambú).

INSETOS

Alguns insetos, entre eles as formigas e os


besouros bruquídeos, podem deixar suas
larvas.

Dentro de coquinhos e frutas (ex: tapou).


Essas larvas poderão ser consumidas,
possuindo inclusive, alto teor vitamínico.

O tapurú deve ser ingerido,


preferencialmente, vivo, pois morto deteriora
PESCA – se rapidamente.

Caso o sobrevivente não disponha de


anzóis do conjunto de sobrevivência na
selva, poderá improvisar alguns com
pregos, madeira ou pedaços de ossos. Se
não dispuser de linhas, pode improvisá – las
com fios elétricos, arames, linhas de roupas
ou cordões de calçados.

Como iscas, poderão ser usados insetos,


carnes e vísceras de quaisquer animais.
Iscas artificiais poderão ser confeccionadas
com pedaços de panos coloridos, penas
84

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

As formigas poderão ser consumidas


assadas ou fritas e têm alto teor nutritivo.

PREPARAÇÃO DO ALIMENTO

Ao utilizar uma ave como fonte de


Todos os ofídios, venenosos ou não,
alimento, deve – se retirar as pernas logo
poderão ser ingeridos. Entretanto, no preparo
após o abate ou ainda através do processo
das cobras venenosas, deve ser desprezado
caseiro (água quente), podendo – se
um palmo a partir das extremidades, pois aí
também empregar o processo do
se encontram glândulas, partes venenosas e
descamisamento (nesse processo perde –
a cauda (normalmente sem carne).
se a pele da ave).
As fontes de calor necessárias ao
cozimento dos alimentos podem ser assim
Das vísceras da ave, pode – se
improvisadas:
aproveitar o coração, o fígado e os rins que
poderão ser ingeridos crus.
FOGAREIROS
Uma vez abatida uma caça, deve – se
Pode – se improvisar um fogareiro a partir
proceder à esfola (tirar o couro), feito isso,
de óleo lubrificante ou querosene (destroços
abre - se o animal pela linha do peito, tendo
da aeronave).
o cuidado de não perfurar a bexiga ou a
víscera biliar.

Nenhuma parte das vísceras deverá ser


aproveitada.

Os peixes devem ser descamados da


cauda para a cabeça, isto é, no sentido
contrário ao das escamas.

85

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

FOGÃO DE ASSAR

São duas forquilhas, colocadas uma de


cada lado, sustentando o espeto com a
caça.

REQUISITOS DE ENERGIA

A cota de energização do sobrevivente


estará assegurada se os alimentos à sua
disposição contiverem:
FOGÃO PARA MOQUEAR
CARBOIDRATO VEGETAL
Arma – se com varas um estrado, sobre o
qual será depositada a carne. O moquém é Presente, principalmente, no açúcar, nos
utilizado para o preparo de carnes para cereais e nas frutas.
consumo posterior.
Se a provisão de água for pequena, deve –
se dar preferência aos alimentos de origem
vegetal.

PROTEÍNA ANIMAL

Presente, principalmente, em carnes e


ovos. As proteínas têm alto valor nutritivo e
sua finalidade principal é a de refazer os
tecidos do organismo.

Se a reserva de água for pequena deve –


FORNO se procurar não ingerir grandes quantidades
de proteínas.
Deve – se envolver o peixe, batatas ou
outros alimentos em uma camada de barro GORDURAS
ou argila e, em seguida, assá-lo diretamente
nas chamas ou nas brasas de uma fogueira. As gorduras não constituem elemento
essencial para a nutrição humana podendo,
Pode – se, também, envolver o peixe em inclusive, causar distúrbios à digestão.
folhas de bananeira ou papel alumínio e
enterrá – lo sob a fogueira (1 hora de A ingestão de gordura exige, para sua
cozimento). eliminação, grandes quantidades de água.
86

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

SINALIZAÇÃO

NOÇÃO BÁSICA

De início não se deve abandonar as


imediações do acidente, pois a ação da
queda destrói parcialmente a vegetação
servindo, como visualização para o Serviço
de Busca e Salvamento.

EQUIPAMENTO DE SINALIZAÇÃO DA
AERONAVE

Os equipamentos de sinalização da
aeronave são:

 Radiofarol de emergência (Beacon)


Rescu 99 e/ou Locator

 Foguete pirotécnico

 Espelho

 Apito

 Lanterna
SINALIZAÇÃO COM RECURSOS LOCAIS
 Corante marcador de água
No local do acidente, facilmente poderão
A descrição, a adequação e os ser encontrados materiais para sinalizar.
procedimentos para a utilização destes Entretanto, é necessário destacar que a
equipamentos encontram – se no MANUAL sinalização difere, dependendo da situação,
DE SEGURANÇA – EQUIPAMENTO E ou seja, há procedimentos específicos se os
PROCEDIMENTOS. sobreviventes ainda não foram avistados e,
outros, quando já foram avistados, mas o
resgate não venha a ser imediato.

87

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

FORMAS DE SINALIZAÇÃO N MENSAGEM Símbolo


.º do código
 Distribuir diversas fogueiras pequenas 1 Necessitamos V
num raio de 50 a 100 m do local do Assistência
acidente, de forma que possam ser 2 Necessitamos X
rapidamente ativadas ao se avistar uma Assistência Médica
aeronave ou ao se ouvir o ruído de seus 3 Não ou Negativo N
motores. 4 Sim ou afirmativo Y
5 Avançando nesta 
 Ao sinalizar com fumaça deve –se ter o direção
cuidado de não fazê – lo sob copado
cerrado pois ela terá dificuldade de Na confecção desse tipo de sinal podem
ultrapassá – lo. ser utilizados: troncos de árvores, sulcos na
terra, partes da aeronave, assentos das
Mesmo que o consiga, facilmente será poltronas, coletes salva – vidas, etc.
confundida com a neblina que existe na
selva por ocasião da evaporação das
águas.

 Para se obter fumaça branca, deve – se


lançar na fogueira folhas ou ramos
verdes, limo ou, gotículas de água.
 Para se obter fumaça preta, deve – se
pôr na fogueira, óleo, borracha ou
plástico, retirados da aeronave.
 Se for possível subir em uma árvore
alta, pode – se colocar uma bandeira
improvisada com peças de roupas,
tecidos dos estofados das poltronas,
coletes salva – vidas, etc. Esses
materiais amarrados aos galhos mais
altos poderão ser avistados por
aeronaves que sobrevoarem a área.

QUADRO DE CÓDIGOS VISUAIS


TERRA – AR

Para se improvisar um quadro de sinais


visuais TERRA – AR, deve – se fazer no
chão e em dimensões avantajadas, o sinal
adequado a cada necessidade, conforme o
quadro :

88

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

SINALIZAÇÃO POR MEIO DO CORPO

O sobrevivente deve procurar manter as


roupas limpas; são melhores isolantes
térmicos do que roupas sujas.

ANIMAIS PERIGOSOS

MOSQUITOS

O maior perigo com que se defrontam os


sobreviventes na selva é representado pelos
mosquitos, muitos dos quais transmissores
de moléstias a parasitas, tais como: febre
amarela, malária, lechmaniose e outras.

Deve – se procurar proteção mantendo a


maior parte do corpo coberta, diminuindo,
assim, a área exposta às picadas.
CUIDADOS NA SELVA
ARANHAS
Para minimizar os riscos de uma
permanência na selva, deve – se observar São raros os casos fatais decorrentes de
certos cuidados, sejam em relação ao picadas por aranhas. Devido ao fato do
vestuário, sejam em relação a animais que veneno agir em relação ao peso da vítima,
possam causar danos aos sobreviventes. tornam – se perigosas para idosos e crianças
de baixo peso.
VESTUÁRIO
São muitas as espécies de aranhas e,
Deve – se pensar muito bem antes de se poucas são venenosas; dentre essas,
desfazer de qualquer peça de roupa, pois destacam – se: armadeira, viúva – negra,
quando corretamente utilizado, o vestuário aranha marrom e tarântula (aranha de
protegerá contra o frio e o calor e, também, jardim).
contra queimaduras do sol, picadas de
insetos e arranhões produzidos por folhas
e/ou espinhos.

89

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

BICHOS DE PÉ

São pequenos insetos que penetram na


pele deixam ovos que se desenvolvem
produzindo inchaço local, coceiras e
inflamações.
LACRAIAS E ESCORPIÕES
Deve – se procurar permanecer vestido e
Assim como as da aranhas, as picadas calçado sempre que possível.
de escorpiões e lacraias não são graves
quando ocorrem num adulto sadio, embora,
em crianças e pessoas idosas possam ser CARRAPATO
fatais.
Os carrapatos andam pelo corpo as
centenas. Nunca se deve achatar um
carrapato sobre a pele, pois são portadores
de germes de doença graves para o homem.
Caso necessário, deve – se retirá- lo
encostando pontas de cigarro e/ou brasas a
fim de não deixar suas garras na pele, pois
poderão surgir inflamações no local.
ABELHAS E MARIMBONDOS
SANGUESSUGAS
A picada desses insetos, geralmente não
causa problemas, mas pode se tornar
As sanguessugas são comuns em florestas
perigosa se as picadas forem múltiplas ou
pantanosas. Para se livrar de uma
conforme a localização (face, pálpebra,
sanguessuga deve – se aplicar, sobre a
pescoço, língua...)
mesma, gotas de iodo, pitadas de sal, fósforo
acesos ou ainda pontas de cigarro.
FORMIGAS
As mordidas de sanguessuga são
Em seus formigueiros, tornam – se muito
indolores, mas podem resultar em grandes
ferozes. As picadas de algumas espécies
ulcerações.
são muito dolorosas (UCANDEIRA,
FORMIGA DE FOGO, MARABUTAS...) e
COBRA
podem causar sérias irritações na pele.
As cobras são normalmente tímidas. A
MUTUCAS
proteção oferecida por calçados é adequada;
caso não se disponha de calçados, deve – se
São espécies de moscas que depositam
improvisar um par de perneiras com pedaços
suas larvas em organismo vivo, valendo –
de lona, panos de estofamento, cascas de
se de ferimentos, e/ou sangue, causando
árvores e/ou fibras vegetais.
inflamações e infecções graves.
90

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

PIRANHA

As piranhas tornam – se perigosas nos


poços pouco movimentados dos rios e nas
águas paradas de lagos e canais. Nos rios e
riachos de água corrente, normalmente não
oferecem perigo. Servem como alimento,
ARRAIA DE RIO apesar do excesso de espinhas.

A arraia de rio é um peixe cartilaginoso;


possui na cauda um ferrão que produz
ferida de difícil cura. Para evitar acidentes
com arraias, ao se atravessar a pé, riachos
ou igarapés, utiliza – se um bastão para
tatear o fundo, a fim de não pisá – las. CAMINHADA PELA SELVA
PORAQUÊ OU PEIXE ELÉTRICO DECISÃO DE PERMANECER OU
ABANDONAR O LOCAL
É um peixe que acumula carga elétrica
em seu corpo para usar em sua própria A maior parte dos salvamentos bem
defesa. A descarga elétrica é proporcional sucedidos ocorrem enquanto os
ao tamanho do peixe. Deve – se ter cuidado sobreviventes permanecem próximos aos
ao atravessar pequenos cursos d’água destroços.
(igarapés), pois é seu “habitat” preferido.
Indivíduos ou grupos de pessoas, ao verem
– se isolados e em situação desesperadora
tendem a movimentar – se em qualquer
direção, buscando salvação.

Essa precipitação é normal, porém,


CANDIRU errônea, muitos já perderam a vida andando
a esmo pela selva.
É um pequenino peixe amazônico que
tem a particularidade de penetrar, com Observando do alto, é mais fácil localizar
extrema facilidade, pela uretra ou ânus das uma aeronave do que um grupo de pessoas
pessoas. A operação para sua retirada é caminhando pela selva, e, além disso, é
difícil e dolorosa. Portanto, ao banhar – se provável que alguém tenha percebido a
em rios onde habitam proteção com roupas queda da aeronave e esteja se deslocando,
de banho é indispensável. ao seu encontro.

91

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Deve-se abandonar o local do acidente NORTE do limbo de madeira que


somente se: coincida com o NORTE da agulha.
 Marca – se a direção a ser seguida a
 Houver a certeza de conhecer tanto a partir do local do acidente.
posição geográfica quanto um ponto de  Calcula – se o tempo de caminhada na
abrigo; alimentação e socorro, ou direção determinada.
 Tiverem transcorrido oito dias e for  Caso seja necessário mudar de direção,
avaliada a pouca probabilidade de sinaliza – se o local em que se efetuou a
resgate. mudança.
 Sempre que for feita a leitura da bússola,
Se for decidido o afastamento em busca deve – se certificar que a mesma não
de ajuda, antes de iniciar a caminhada, está sob influência de alguma força
deve – se planeja – lá cuidadosamente, magnética externa (imã, ferro, aparelho
preparando o material necessário para o elétrico...).
deslocamento.
O grupo de pessoas que efetuará a
caminhada deverá levar dois terços das
rações disponíveis.

Na caminhada pela selva, o trajeto deve


ser marcado com sinais, pois caso
necessário, o grupo poderá encontrar o
caminho de volta. “UMA BÚSSOLA NUNCA DIZ O LUGAR
A marcação do trajeto com sinais também ONDE SE ESTÁ E SIM O LUGAR PARA
poderá servir de auxilio aos grupos de ONDE SE VAI”.
resgate.

ORIENTAÇÃO POR BÚSSOLA BÚSSOLA DA AERONAVE

As bússolas encontradas nos conjuntos Poderá ser utilizada tirando – se os


de sobrevivência nada mais são do que magnetos compensadores que vêm
agulhas magnéticas móveis colocadas acoplados a ela
sobre um eixo que passa pelo centro de
gravidade. ORIENTAÇÃO POR RELÓGIO

Para se utilizar uma bússola manual, Coloque o número 12 do mostrador na


algumas regras devem ser seguidas: direção do sol. A bissetriz do ângulo formado
entre o 12 e o ponteiro das horas indicará o
 Quem determina o Norte é a agulha e norte a qualquer hora do dia.
não o limbo.
 Para se fazer a leitura das direções com
segurança, o primeiro passo é colocar o

92

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

O SAR regional possui um Centro de


Coordenação e Salvamento (RCC) que opera
às 24 horas do dia, dotado de estação de
telecomunicação, podendo acionar todos os
recursos humanos aéreos e disponíveis a fim
de atender a uma emergência e iniciar uma
ORIENTAÇÃO PELO SOL possível missão de resgate.
SATÉLITE DE SALVAMENTO
Para orientação pelo sol, estende – se o
braço direito para o nascente; à esquerda Os satélites de salvamento existem para
ter – se – á o oeste; à frente o norte e às reduzir o tempo – resposta, ou seja, o socorro
costas, o sul. aos acidentados no menor tempo possível e,
conseqüentemente, aumentar suas chances
de sobrevivência. Estados Unidos, Canadá e
União Soviética desenvolveram programa
internacional para a busca e salvamento por
satélites que se denominou COSPAS –
SARSAT (SEARCH AND RESCUE
SATELLITE AIED TRACKKING).
Basicamente o sistema funciona com o uso
de satélites múltiplos em órbitas polares de
baixa altitude, capazes de captar os sinais
transmissores pelos radiofaróis de
emergência nas freqüências 121.5, 243 e 406
MHZ.
SERVIÇO DE BUSCA SALVAMENTO Os sinais recebidos pelos satélites são
(SAR) retransmitidos para uma estação rastreadora
no solo (LUT) onde são determinadas as
O serviço de Busca e Salvamento foi coordenadas geográficas do ponto de
criado pelo Ministério da Aeronáutica emissão dos sinais.
(Defesa) a fim de cumprir o acordo firmado A posição do acidente é então passada ao
pelo Brasil junto à OACI. Centro de Busca que acionará os meios
Neste acordo, os países signatários da necessários para a busca e possível resgate.
Convenção de Chicago (1944)
comprometeram – se a adotar recursos
para cumprir e realizar missões de busca e
salvamento em seus países.
Os SAR são subordinados aos Serviços
Regionais de Proteção ao Voo (SRPV) e, a
cada um deles, é definida uma área de
busca e salvamento de forma que na soma
das áreas haja uma cobertura total do
território brasileiro.

93

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

causarão desequilíbrio e quedas, tornando


AÇÕES APÓS A EVACUAÇÃO DA difícil à visada permanência sobre
AERONAVE: determinado ponto; a necessidade de saber
onde pisar ou colocar as mãos desviará por
Imediatas e Simultâneas certo a direção do rádio visual; e, finalmente,
 Afastamento a própria densidade da vegetação só
 Prestação dos Primeiros Socorros permitirá que se veja até a distância de 15 ou
 Acionamento dos radiofaróis 20 metros à frente, quando muito. Á noite
nada se vê, nem a própria mão a um palmo
Subseqüentes dos olhos. O luar, quando houver, poderá
 Abrigo atenuar um pouco essa escuridão sem,
 Fogo contudo entusiasmar o deslocamento
 Sinalização noturno. O copado fechado das árvores não
 Rações: - Água permitirá que se observe o sol ou o céu, a
Alimento não ser que se esteja em uma clareira, o que,
ainda assim, não significará que se possa
efetivamente observá-los de dia ou de noite,
MÉTODOS DE ORIENTAÇÃO E pois haverá constantemente a possibilidade
PROCEDIMENTOS EM MATAS de céu nublado. Por tudo isso, os processos
de orientação na selva sofrerão severas
DESLOCAMENTO EM MATAS restrições e, por já constarem de outros
manuais, serão aqui apresentados de modo
O indivíduo ou grupo de indivíduos, muito geral.
realizando buscas ou aventurando-se ao
ver-se isolado na selva e tendo necessidade
de sobreviver tenderá, naturalmente, a JORNADA SOBRE A TERRA
movimentar-se em uma direção qualquer
em busca de salvação. Antes de iniciar a jornada, planeje-a
Será normal esta precipitação, mas cuidadosamente e faça todos os preparativos
totalmente errada, pois muitos já perderam de modo mais completo possível. Não se
a vida por se terem deixado dominar pela sobrecarregue. Procure levar palitos de
ânsia de salvar-se, andando a esmo e fósforo ou isqueiro, velas bússolas, mapas,
entrando, fatalmente, em pânico. estojo de primeiro socorro, caderno de notas
e lápis.
GENERALIDADES Tudo isso deve ser acondicionada num
saco à prova d'água. Deverá levar também
A densidade da vegetação torna a selva um machado ou faca, água, alimentos,
"toda igual"; nela não haverá pontos de espelho de sinalização, óculos para sol (se
referência nítidos. Mesmo aqueles que já houver), relógio, fio metálico ou corda-estais
possuem alguma experiência não confiam para armar abrigos.
muito em possíveis referências, porque tudo Deixe uma notificação na aeronave, por
se modifica se confunde devido à repetição escrito; deixe, também, um sinal que seja
contínua e monótona da floresta fechada; visível do ar indicando a direção seguida.
os incontáveis obstáculos constantemente
94

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Retire da aeronave, se possível, a


bússola magnética e altímetro. NAVEGAÇÃO TERRESTRE DIURNO
Não se esqueça de remover os imãs de
compensação da bússola. Equipe de navegação: - teoricamente uma
Procure seguir sempre o caminho mais equipe de navegação na selva na selva
fácil e mais seguro, mesmo que seja mais compor-se-a de quatro (4) homens.
longo. Os deslocamentos devem ser lentos.  HOMEM PONTO - será aquele lançado à
Poupe suas forças contornando os frente para servir de ponto de referência;
obstáculos. Não lute com os cerrados e portará um facão para abrir a picada;
capoeiras, cortando mato com o facão, é  HOMEM BÚSSOLA - será o portador da
preferível contorná-los. Não tente vencê-los bússola e deslocar-se-á imediatamente à
pela força. Não suba em linha reta ou retaguarda do homem - ponto; deverá
aclive, quando este for muito inclinado manter a bússola amarrada ao corpo para
procure subir em zigue-zague, a fim de não perdê-la; quando não estiver sendo
poupar sua energia. utilizada deverá estar fechada;
Mantenha um ritmo normal de marcha.  HOMEM PASSO - será aquele que se
Caminhe durante 3 horas e descanse uma deslocará atrás do homem - bússola com
e, inicie as marchas pela manhã procure a missão de contar os passos percorridos
acampar antes do anoitecer às 17:00 horas, e transformá-los em metros. Para
na selva, já começa a escurecer. Portanto já desempenhar essa função, deverá ter o
a partir das 15:00 horas, procure encontrar passo aferido com antecedência, o que
um local para acampar. seria feito do seguinte modo:
As correntes de água e as picadas - Em um terreno plano, medir e marcar a
abertas pelos animais são as estradas do distância de 100 metros;
sertão. - Percorrer essa distância 10 vezes,
Em caso de tempestade ou nevoeiro observando - se assim, cada vez, um
acampe logo e espere que a visibilidade se determinado número de passos;
torne novamente normal e as condições de - Tirar à média e concluir: 100 metros são
tempo se tornem melhores antes de percorridos por "P" passos;
prosseguir viagem. - A esse número de "P" somar P/3 (um
Assinale todo o caminho percorrido e o terço);
rumo seguido. Faça setas nas árvores, e - Concluir, finalmente: 100 metros na selva
em pequenas pedras quebre galhos, amarre serão percorridos por P+ P/3 passos.
pedaços de panos e modifique a paisagem Essa margem de segurança, P/3 (um
natural. terço) compensará os erros provenientes
Evite acampar nas margens de rios ou de incidentes comuns nos
riachos. Prefira pequenas elevações, a mais deslocamentos através da selva, como
de 100 metros de um curso de água. Não quedas, desequilíbrios, passagens sobre
acampe junto de árvores mortas e nem troncos, pequenos desvios, terrenos
debaixo de galhos secos. Acenda uma elevados e uma série de outros.
fogueira junto de seu acampamento.  HOMEM - CARTA será o que conduzirá a
Viaje pelos rios somente à luz do dia. carta (se houver) e auxiliará na
Não atravesse águas pantanosas, identificação de pontos de referência ao
contorne-as.

95

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

mesmo tempo em que nela lançará facão para abrir picada e melhorar a
outros que mereçam ser locados. visibilidade para os que vêm à retaguarda;
O HOMEM PASSO - seguirá aqueles dois,
OBSERVAÇÕES contando o número de passos; à medida que
atingir 50, 100 ou quantos passos
Será interessante e muito aconselhável convencionar, irá anotando - os em um
mesmo que todos os homens que integram cordão por meio de nós, palitos de fósforo,
um grupo tenham conhecimento do pequenos galhos, folhas ou outro meio
emprego da bússola e possuam o passo qualquer, de modo que a, qualquer momento,
aferido, o que possibilitará o rodízio de possa converter passos em metros e saber
funções. O uso do facão no mato será quanto andou. Tal procedimento será
restrito, para que não se deixem pistas. necessário porque poderá haver necessidade
TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO de retorno a ponto de partida e, neste caso,
(O AZIMUTE É DESCONHECIDO) será sempre útil saber que distância ter - se -
à de marchar até eles; será, pois, fator de
Será o caso em que o grupo está perdido controle. Além do mais, caso haja uma carta
e tentará encontrar um caminho para e surjam acidentes dignos de ser locados,
salvação. Após um calmo estudo da essa distância será necessária.
situação, será selecionada uma direção da
qual se tirará o azimute segundo o qual se ULTRAPASSAGEM DE OBSTÁCULO
navegará. Isso evitará que se caminhe em
círculo (fato normal para quem, sem a Será normal em um deslocamento na selva
bússola, procura marchar na selva); ao encontrarem - se, na direção de marcha, os
mesmo tempo em que permitirá se mais variados obstáculos: árvores caídas,
necessário, retornar a ponto de partida, buracos, galharia barreiras quase na vertical,
orientando - se pelo contra - azimute. Quer aclives e declives suaves ou fortes, chavacais
seja azimute ou contra - azimute, a técnica (banhos, alagadiços), pantanais, igarapés
será: (estreitos e lagos de fraca ou forte
HOMEM BÚSSOLA - lançará o homem - correnteza, rasos ou profundos); igapós, rios,
ponto à frente, na direção do azimute até o lagos ou lagoas, etc...
limite de sua visibilidade, por deslocamento
comandado "um ponto para a direita". Ou Quando se marcha segundo o azimute, às
"mais à esquerda". O homem - bússola vezes não, sendo então necessário vencê-lo.
determinará, com precisão, o local onde o Dentre a variedade de processos existentes
homem - ponto deve parar. para realizar um desvio ou transportar um
obstáculo, serão apresentados os que se
Estando este parado, aquele se seguem:
deslocará até ele e o fará dar um novo
lance à frente, na direção do azimute de DESVIO DE UM OBSTÁCULO
marcha, repetindo as operações anteriores.
Será, portanto, uma navegação por lances; PRIMEIRO PROCESSO - DO PONTO DE
O HOMEM PONTO - não será mais que REFERÊNCIA NÍTIDO
um comando do homem - bússola;
enquanto ele se deslocar, irá usando do

96

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Chegando ao obstáculo, escolhe - se um deslocamentos desse tipo por causa dos


ponto bem nítido no lado oposto para servir acidentes e incidentes em terreno de selva;
como referência. Efetua - se o desvio daí a necessidade de designar, no mínimo,
necessário chega - se ao ponto e a marcha dois homens para lidar com a bússola e
é reiniciada. outros dois para contar os passos, quando
possível, para minimizar os erros.
Entretanto, o processo raramente terá
AZ. Marcha AZ. Marcha
aplicação prática quando se trata de (P passos)
A D
obstáculo de grandes dimensões, pois o 3000 P

mais difícil na selva será encontrar aquele Obstáculo


Contra Az. A/B
ponto nítido. Novo Az.
(P passos) (P passos)
1000 P 1000 P

Por isso, quando se sair de um ponto em


B C
busca de outro, não esquecer de deixá-lo Az. Paral. Marcha
(Q passos)
antes muito bem marcado para facilitar o 1500 P
retorno em caso de insucesso.

SEGUNDO PROCESSO - DA SOBREVIVÊNCIA NO MAR


COMPENSAÇÃO COM PASSOS E
ÂNGULOS RETOS Numerosos são os casos de náufragos que
permaneceram vários dias no mar, em balsas
Marcha - se na direção amarrada pelo ou botes salva – vidas e que se salvaram
azimute de marcha até o ponto A, frente ao apesar de, inicialmente, não disporem de
obstáculo. De A vai - se a B deslocando - se água e comida.
segundo um novo azimute, de modo que
este forme com o de marcha um ângulo reto O recorde pertence a um marinheiro chinês
em A; neste deslocamento contam - se os chamado Poon Lim, que após o
passos dados entre A e B (P passos). torpedeamento do navio “Bem Lemond”
De B vai - se a C deslocando - se permaneceu à deriva sobre uma balsa
segundo o mesmo azimute de marcha (será durante 134 dias, tendo sobrevivido à custa
o azimute paralelo); também neste de peixes e água de chuva, sendo recolhido
deslocamento contam - se os passos dados próximo à cidade de Belém do Pará.
entre B e C (Q passos) para que não se
perca a noção da distância geral do Sobreviver no ambiente marinho longe da
percurso realizado ou ainda a realizar. De C proteção da terra é uma tarefa das mais
vai - se a D deslocando - se segundo o difíceis, devido à sede, à fome, ao tédio, à
contra - azimute da direção AB e solidão e às mudanças meteorológicas
percorrendo a mesma distância que se constantes.
percorre entre A e B, isto é, os mesmos P.
passos. Chegando em D reinicia - se o Sobreviverá aquele que, independente das
deslocamento na direção dada pelo azimute dificuldades, não perder em nenhum instante
de marcha original. Será normal ocorrerem a “VONTADE DE VIVER”.
pequenas diferenças em direção e em
distância, quando se realizarem

97

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

ORIENTAÇÃO BÁSICA  Tripulante, amarrado à embarcação pela


corda do anel de salvamento, vai a
Após a separação definitiva dos socorro de sobrevivente.
equipamentos de flutuação, os  Tripulação joga do barco, o anel de
sobreviventes deverão se afastar da salvamento para o sobrevivente.
aeronave, devido ao risco de submersão ou  Tripulante joga do barco, um colete salva
explosão. – vidas amarrado à corda do anel de
Diversas ações deverão ser realizadas salvamento, para o sobrevivente.
imediata e simultaneamente. Para que haja  Acionar o radiofarol de emergência
a simultaneidade de ações e para prevenir a (beacon). Preparar e proteger todos os
ocorrência de pânico entre os equipamentos de sinalização, tais como:
sobreviventes, é necessário que um foguetes pirotécnicos, corante marcador
Tripulante assuma o comando da de água, espelho sinalizador e lanternas,
embarcação e coordene a distribuição de colocando – os em invólucros
tarefas. impermeáveis, de forma que possam ser
utilizados prontamente, ou seja, AO SE
AÇÕES IMEDIATAS E AÇÕES AVISTAR UMA EMBARCAÇÃO OU
SUBSEQÜENTES AERONAVE, OU AO SE ESCUTAR O
RUÍDO DE SEUS MOTORES.
Jogar a âncora de embarcação na água,
certificando – se que não fique presa na Se houver mais de um equipamento
aeronave ou em destroços. coletivo de flutuação, os mesmos deverão ser
agrupados, unindo – os (dentro do possível)
Deverá ser feita uma verificação das através da corda do anel de salvamento. Este
condições físicas dos sobreviventes, procedimento evitará que as embarcações
prestando os primeiros socorros a quem derivem em rumos diferentes e facilitará o
necessitar, de preferência por ordem de trabalho de localização e resgate pelo
gravidade dos ferimentos (hemorragias, Serviço de Busca e Salvamento.
traumatismo craniano, fratura exposta, etc).
Para evitar abalroamento, a distância
Se houver profissionais da área médica mínima a ser mantida entre as embarcações
(médico, veterinário, dentista, enfermeiro) deverá ser de 8 metros.
deve solicitar sua colaboração.
Examinar fragmentos da aeronave que
 Proceder a uma busca rigorosa em toda estejam flutuando o que for possível. Retirar
a área onde pousou a aeronave, pois da água as rações que forem avistadas, bem
poderão existir sobreviventes flutuando como almofadas, estofamento, vestimentas
sem sentidos, em estado de semi – extras, etc.
afogamento. Se for verificada a
existência de sobreviventes no mar, Cuidar para que os sobreviventes não se
resgatá-los aplicando procedimentos desloquem de pé no interior das
de “RECUPERAÇÃO DE HOMEM AO embarcações, nem se sentem nas bordas,
MAR”. pois poderão cair na água.

98

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Armar o toldo para proteger os costas para as câmaras principais, e com os


sobreviventes dos raios solares e dos pés voltados para o centro, mantendo os
salpicos de água do mar, e também para coletes vestidos e inflados até o resgate.
captar a água da chuva e do orvalho.
Se o número de sobreviventes ultrapassar
Os sobreviventes não precisarão se a capacidade máxima de embarcação, na
deslocar no interior da embarcação para a impossibilidade de transferir os excedentes
armação do toldo e todos deverão participar para as outras embarcações, será
da operação, principalmente os que necessário promover um rodízio: os
estiverem sentados próximos aos excedentes deverão permanecer dentro
montantes estruturais. d’água e, por medida de segurança, amarrar
as extremidades das tiras de seus coletes
Para colocação dos mastros, deverão ser salva – vidas, às tiras laterais de salvamento
designados os sobreviventes que estiverem da embarcação.
sentados próximos aos encaixes dos
mesmos no assoalho. A temperatura da água e as condições
físicas dos sobreviventes determinarão o
Convencer os sobreviventes de que não tempo de permanência fora da embarcação.
precisarão ingerir água e alimento no
primeiro dia. Mesmo que haja suprimentos Preservar a lanterna para tarefas
de água, esta deverá ser reservada para as essenciais, pois pode – se precisar dela para
crianças (se houver), pois elas se sinalização, proteger bússola, relógios,
desidratam rapidamente. isqueiros e todo material que possa ser
danificada pela umidade. Fazer verificações
Certificar – se de que a embarcação periódicas na âncora. Com mar calmo, liberar
esteja devidamente inflada (câmaras bem toda extensão de corda; com mar agitado,
cheias, sem rugas). Se for necessário, liberar somente meia extensão.
completar o ar com a bomba manual de
inflação. Dividir os ocupantes da embarcação em
grupos de vigilância, de forma que, enquanto
Tomar cuidado com os sapatos, alguns vigiam os demais repousam.
canivetes, facas e demais objetos afiados
no fundo da embarcação, pois poderão Os turnos de vigia não deverão exceder
danificá – la. Usar os bujões de vedação em duas horas e todos deverão participar com
caso de infiltração no assoalho ou furos nas exceção dos feridos ou exaustos. Manter pelo
câmaras da embarcação. menos uma pessoa na vigilância.

Manter seco o interior da embarcação, Quem estiver na vigia deverá estar atento a
usando todos os meios disponíveis (balde, qualquer sinal da terra, aos navios que
esponja, etc.). passam ou aeronaves em voo, ao
aparecimento de algas marinhas, cardumes
Conservar a embarcação, em constante ou bandos de aves que surjam, bem como a
equilíbrio. Os sobreviventes devem qualquer indício de avaria na embarcação.
permanecer sentados no assoalho de

99

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Uma nuvem de “cumulus” paradas sob Por outro lado, a ausência total de água
um céu limpo ou céu onde todas as demais leva a uma sobrevivência em torno de 10
nuvens se movam, muita vezes indica a dias.
existência de terra.
EQUILÍBRIO HÍDRICO
Em geral, um maior número de aves é
avistado mais próximo à terra do que em Normalmente o conteúdo de água no
alto mar. A direção para a qual voam organismo é bem equilibrado. O excesso na
bandos de aves, ao anoitecer, poderá ingestão de água, através de bebidas e de
indicar terra próxima. alimentos é compensado pela excreção via
urina, fezes, respiração e transpiração.
Se for possível, reavaliar os ferimentos
dos sobreviventes e aperfeiçoar os ENTRADA DE ÁGUA
curativos.
Em condições normais, a ingestão de água
Se houver queda de temperatura, à noite, por um indivíduo, pode variar de 2.500 ml a
fechar as laterais (sanefas) do toldo. 3.000 ml, proveniente de três fontes
principais.
Só se deverá navegar a embarcação, ÁGUA NATURAL
quando houver terra à vista. Se o vento
estiver soprando em direção a terra, deve- A água natural é ingerida em maior
se retirar a âncora da água, soltar a sanefa quantidade, sob a forma de bebidas e
do toldo apenas do lado do vento e segurá- alimentos líquidos, onde está presente em
lo o mais alto possível para que, enchendo- grande quantidade (sopa, leite, vitaminas,
se de ar, proporcione, assim, um sucos, etc).
deslocamento mais rápido.
Numa situação de sobrevivência no mar,
Tranqüilizar os sobreviventes, dizendo talvez a única fonte natural disponível seja a
que o salvamento é esperado em breve. É água da chuva, que nem sempre satisfaz a
ESSENCIAL CRIAR DESEJO DE sede, pois não dispõe dos sais minerais
SOBREVIVER. necessários ao corpo humano. Ao chover,
deve – se procurar armazenar a maior
Água quantidade possível de água, tendo o
cuidado para não contaminá – la com água
Médicos da U.S NAVY comprovaram na do mar. Durante a chuva beber tanto quanto
última guerra mundial, que um homem possível, sem que se sinta mal.
privado de alimentos, mas com abundância
de água potável, evitando ao máximo ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO
despender qualquer esforço físico, pode ter
uma sobrevivência de 20 a 30 dias A água de constituição está presente em
dependendo da sua condição física e das todos os alimentos e, de uma maneira geral,
condições ambientais. pode – se considerar que a água entra na
composição dos alimentos sólidos numa
variação de 75 a 80%.

100

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

o sobrevivente deve combater febres e evitar


Isto não significa que numa situação de atividades físicas que o deixam ofegante,
sobrevivência deva – se comer mais, a fim procurando repousar o máximo possível.
de hidratar o corpo, pois será necessário
aumentar também, a ingestão de água
natural para metabolizar esses alimentos. VIA CUTÂNEA
A perda de água por via cutânea está
Se não se dispuser de água não se deve associada à perda de alguns sais minerais, e
comer, pois todos os alimentos ricos em varia num período de 24 horas, de 300 a 600
proteínas, como o peixe e as aves, se ml, dependendo da temperatura, umidade do
ingeridas, farão aumentar a desidratação. ar e da atividade corporal.

ÁGUA DE OXIDAÇÃO As perdas por via pulmonar e cutâneas são


insensíveis. Nos dias quentes, para minimizar
A água de oxidação é formada a perda de água por via cutânea, deve – se
metabolicamente pelo organismo, através evitar ao máximo a sudorese abrindo as
da queima de proteínas, gorduras e laterais do barco salva vidas, para melhorar a
carboidratos. Cada pessoa tem o circulação do ar. Também pode – se, nos
metabolismo diferente das outras. dias muito quentes, umedecer as roupas com
água do mar, para diminuir a transpiração e,
Pode parecer que numa sobrevivência, a também, reduzir ao mínimo quaisquer
quantidade de água a ser distribuída, não atividades físicas.
deverá ser igual para todos, pois,
teoricamente, deveria ser levado em VIA RENAL
consideração a idade e o peso de cada Os rins de um adulto sadio com regime
sobrevivente. Isso, certamente, levaria à alimentar livre, eliminam diariamente, cerca
desavenças no grupo. Como regra geral, de 1 500 ml de urina.
portanto: todos deverão receber a mesma Numa sobrevivência no mar, observa-se
quantidade de água, reservando – se cotas inicialmente uma sensível redução na
extras para os feridos. produção de urina pelos rins, a fim de reter a
água no organismo. Após o terceiro ou quarto
PERDA DE ÁGUA dia, dependendo das condições metabólicas
de cada sobrevivente, a urina passa a ter
VIA PULMONAR coloração âmbar escura, devido à
Esta perda é involuntária e constante, concentração de sais e ácidos.
porque a água saí do corpo sob forma de Deve – se beber somente água potável e
vapor durante a expiração. Um homem jamais água do mar, urina ou outros líquidos
adulto perde por via pulmonar, cerca de 200 que venham produzir lesões nos rins e assim,
a 400 ml de água, em média por dia. provocar uma possível desidratação.

VIA DIGESTIVA
Esta perda varia de acordo com o grau da Pelas fezes o indivíduo normal elimina
atmosfera, e também, em duas cerca de 100 ml de água por dia.
circunstâncias: febre e taquipnéia, portanto

101

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Perda de Consciência
Em situações normais, essa perda não é
significativa, exceto nos casos de diarréia.

BEBENDO ÁGUA DO MAR


Portanto, a ingestão de alimentos

CONDIÇÃO FÍSICA
deteriorados ou mesmo alimentar – se sem
dispor de quantidades suficientes de água
para auxiliar a digestão, deve ser evitado
Não bebendo
pelos sobreviventes. Não tendo água, não água do mar

se deve comer.

PERDAS ADICIONAIS 1 6 12 14 (Dias)


Alguns tipos de ferimentos podem SOBREVIVÊNCIA EM DIAS
ocasionar uma perda adicional de água,
mas para o náufrago o que mais “NÃO SE DEVE BEBER ÁGUA DO MAR,
comumente pode ocorrer, é a perda de NEM MISTURÁ – LA COM ÁGUA DOCE.”
água através de eventuais vômitos
provocados pelo enjôo. Nesses casos, deve
– se fazer uso de comprimidos contra enjôo QUANTIDADE NECESSÁRIA DE ÁGUA
que se encontram nas farmácias que forem
retiradas da aeronave. A quantidade mínima de água para que
uma pessoa possa se manter em forma é de
ÁGUA SALGADA mais ou menos ½ litro por dia (500 ml). Se o
Análises de situações de sobrevivência suprimento de água for insuficiente, será
no mar em que os sobreviventes ingeriram preferível bebê – la no primeiro dia e de uma
água salgada demonstraram um número de só vez.
mortes de sete a oito vezes maior, do que No Brasil, o estado Maior das Forças
nas sobrevivências onde os náufragos não Armadas (EMFA) prescreve o consumo diário
a ingeriram. de 750 ml de água para que o sobrevivente
O resultado da tentativa de aliviar a sede mantenha as condições psicofísicas
bebendo água do mar, é quase sempre o favoráveis.
mesmo: a cada gole de água salgada, Entretanto, condições de momento, como
aumenta a sede. O náufrago procura então socorro demorado, superlotação na
aliviá – la bebendo mais água do mar, numa embarcação, ou perda dos suprimentos,
quantidade cada vez maior, até perder o poderão fazer com que as rações de água
autodomínio. Nessa situação, nada no sejam reduzidas.
mundo pode impedí – lo de continuar O consumo de água, dentro das
bebendo água salgada, até morrer. “A possibilidades, deve seguir o quadro abaixo:
MORTE POR ÁGUA SALGADA” é
semelhante à morte pela DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA APÓS O
sede PRIMEIRO DIA
Bom Suprimento Suprimento
suprimento limitado Racionado
700 ml (525 ml) (350 ml)
ÁGUA CONSUMIDA EM QUATRO
PORÇÕES DIÁRIAS

102

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

alimentos sólidos. Entretanto, sobrevive


CONCLUSÃO apenas algum dia se não dispuser de água.

 NÃO BEBER DO MAR, NEM MISTURÁ- Um homem perdido num barco salva –
LA COM ÁGUA DOCE vidas no meio do oceano pode vir a morrer de
sede. Mas caso conheça o enorme potencial
 NÃO COMER SE NÃO DISPUSER DE do mar em fornecer alimentos, dificilmente
ÁGUA morre de fome. Numa situação crítica de
sobrevivência, o essencial para o náufrago é
 NÃO BEBER URINA E NEM SANGUE adequada ingestão, coleta e armazenamento
DE ANIMAIS MARINHOS (MASTIGAR de toda a água potável disponível.
A CARNE APENAS)
 EVITAR A PERDA DE ÄGUA PELA PESCA
SUDOROSE, NÃO DISPENDENDO
ESFORÇO FÍSICO DESNECESSÁRIO Caso o náufrago, tenha uma boa reserva
E MANTENDO A VENTILAÇÃO DA de água deve dirigir – se seus esforços para
EMBARCAÇÃO E, SE NECESSÁRIO, a obtenção de alimentos, pois resolve o
MOLHAR AS ROUPAS. problema da fome e, ao mesmo tempo, está
ocupado com uma atividade, evitando
 PROCURAR REPOUSAR E NÃO SE pensamento mórbido que afetam o moral.
AFOBA. Como apetrecho de pesca, além dos
contidos nos conjuntos de Sobrevivência na
Selva, podem – se improvisar anzóis com
ESTIMATIVA DE VIDA EM DIAS / alfinetes, fivelas de cintos, grampos de
QUANTIDADE DE ÁGUA (LITROS) cabelo, etc., e linhas com cordões de sapatos
Tempe Sem 0,946 1,892 3,785 9,463 18,927 e fios tirados de roupas. Para ser bem
ratura água Litros Litros Litros Litros Litros sucedidos na pesca, deve – se cuidar para
máxima
à
que o peixe não seja ingerido, mas somente
sombra mastigado.
Os peixes mordem mais as iscas em
48,8 2 2 2 2,5 3 4,5 movimento do que as paradas. Intestinos de
43,3 3 3 3 4 5 7 aves são excelentes iscas. Pequenos peixes
37,7 6 5 6 7 9,5 13,5 são atraídos pela sombra proporcionada pela
32,2 7 8 9 10,5 15 23 embarcação.
26,6 9 10 11 13 19 29 À noite, o fecho de luz de uma lanterna
21,1 10 11 12 14 20,5 32 projetada na água, ou o reflexo da lua numa
15,5 10 11 12 14 21 32 superfície refletora (espelho de sinalização),
10 10 11 12 14,5 21 32 costuma atrair peixes e lulas.
A carne de animais marinhos de alto mar,
ALIMENTAÇÃO excetuando – se medusas (caravelas e águas
– vivas) é comestível. A carne do pescado cru
O sobrevivente deve ter em mente que não é salgada, nem desagradável ao paladar.
dispondo de água, o seu organismo é capaz
de suportar algumas semanas sem
103

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

NOTA: Os anzóis, facas e outros objetos


perfurantes devem ser manuseados com
cuidado para evitar danos à embarcação.

PEIXES VENENOSOS

Não existem métodos seguros que


possam determinar se um peixe é venenoso
ou não.

Em alguns peixes o veneno está contido


somente nos órgãos internos ou nas ovas;
em outros, na própria carne.

As características da maioria das espécies


venenosas são as seguintes:

 Quase sempre vivem em águas tropicais


pouco profundas ou em recifes
coralíneos.
 Possuem forma estranha.
 Possuem pele dura, recoberta de placas
ósseas e espinhos.
 Em sua maioria, possuem olhos, boca e
guelras pequenas.
 Possuem carne com odor desagradável,
que durante certo tempo fica marcada se
for comprimida.
 Têm a capacidade de inchar se forem
molestadas (Família dos Baiacus)

104

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

ARRAIA

Possuem ferrões na cauda que podem


causar ferimentos doloridos e de difícil
ANIMAIS MARINHOS PERIGOSOS cicatrização.

MORÉIA

As moréias são raivosas e agressivas


quando perturbadas no seu “habitat” e sua
mordida causa grande lesão que, se não for
tratada, infecciona rapidamente.
TUBARÕES

Apesar de existirem até em águas frias do


Ártico e Antártico, os tubarões são mais
numerosos em áreas tropicais, subtropicais e
temperadas, e, a grande maioria dos ataques
foi registrada em águas com temperatura
acima de 18 graus centígrados.

As pesquisas existentes sobre tubarões


podem ser resumidas nas palavras do
BARRACUDA célebre pesquisador JACQUES YVES
COSTEAU – “Quanto mais se fica em contato
Numerosos são os casos de ataque a com tubarões, menos se conhece, pois nunca
banhista por barracudas. Nadam em se pode prever qual será sua atitude.”
pequenos cardumes e suas mordidas,
assim como as das moréias causam lesões Os tubarões são, de fato, imprevisíveis e
graves. as causas dos ataques a seres humanos são
as mais diversas.

105

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

As medidas enunciadas a seguir não O perigo das medusas está no contato


significam que o ataque será evitado, mas físico com as cápsulas venenosas, cheias
em muitas ocasiões poderá surtir efeito: com um líquido urticante, distribuídas pelos
 Não retirar as roupas, (roupas seus longos tentáculos e que provocam
escuras parecem oferecer maior irritações e queimaduras, podendo até
proteção que roupas claras). provocar a morte.
 Permanecer imóvel, ou se estiver
próximo a uma embarcação, nadar com
movimentos regulares.
 Afastar – se dos locais onde existam
cardumes de peixes.
 Estando no interior da embarcação,
evitar deixar mãos e pés dentro d’água.
 Não atirar pela borda restos de
alimentos, abandonar o peixe que por OURIÇO E ANÊMONA
acaso se tenha fisgado no anzol.
 Se um tubarão atacar a embarcação, Os espinhos de algumas espécies de
procurar atingí – lo no focinho e na ouriços provocam ferimentos dolorosos.
cabeça com algum objeto contundente. Algumas espécies possuem espinhos
dentados, tornando – se necessário extraí –
lo cirurgicamente.
Nos casos menos graves, os espinhos de
natureza calcária e silicosa, podem ser
dissolvidos pela aplicação de amoníaco,
álcool ou sumos cítricos (gotas de limão).
As anêmonas, assim como as medusas,
expelem uma secreção urticante, que produz
irritação. Evite tocá–las com a pele
desprotegida.

CARACOL VENENOSO
MEDUSA
Os caracóis compridos e de forma cônicas,
As medusas (caravelas, água – vivas)
(principalmente algumas espécies do Oceano
são comuns nas águas tropicais.
Pacífico e Índico) são venenosos.
106

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Os mais perigosos possuem um apêndice  OS MOLUSCOS AGARRADOS A


vermelho e uma tromba, que é usada para CASCOS DE NAVIO OU OBJETOS
injetar o seu veneno. A ação desta picada METÁLICOS NÃO DEVEM SER
produz fortes dores, inchaço, paralisia e COMIDOS.
cegueira, e ás vezes, a morte num espaço
de até quatro horas. Na dúvida, o melhor a FATORES ADVERSOS AO
fazer é evitar tocar caracóis, principalmente SOBREVIVENTE
se estiverem vivos.

FATORES SUBJETIVOS

 PÂNICO

O pânico normalmente toma conta da


pessoa no momento do acidente, ou mais
tarde, já na embarcação.
CONCLUSÕES
Pode, entretanto, ser controlado e até
 NÃO INGERIR ALIMENTOS SE NÃO mesmo dominado, quando se está
DISPUSER DE ÁGUA. preparado para enfrentar situações de
emergência; o conhecimento de
 SE SENTIR NÁUSEAS AO COMER procedimento e um razoável adestramento
PESCADO CRU, NÃO INSISTIR NO fará com que se desenvolva o autocontrole.
SEU CONSUMO.
 SOLIDÃO
 ANTES DE COMER QUALQUER
ALIMENTO, VERIFICAR SE NÃO A solidão é o prelúdio do tédio no barco
ESTÁ DETERIORADO. salva – vidas.
A pessoa, inicialmente, acredita que em
 NA DÚVIDA SE UM PEIXE É pouco tempo será resgatada, e caso não
VENENOSO OU NÃO, USÁ – LO aconteça, começa a se deixar abater,
COMO ISCA (CUIDADO COM principalmente quando dá conta da sua
ESPINHOS, FERRÕES OU situação e da vastidão do mar que o cerca.
SUBSTÂNCIAS TÓXICAS).
A solidão necessita ser combatida através
 INTERROMPER A PESCA SE de uma ocupação. A pesca, o cuidado com
APARECER TUBARÕES. os feridos, a confecção de um diário. O
cuidado com a higiene e com o barco salva –
 ALGUNS ANIMAIS MARINHOS NÃO vidas são excelentes exemplos de combates
SERVEM COMO ALIMENTO à solidão. Deve – se evitar combater a
(MEDUSAS, ANÊMOAS, CARACÓIS solidão com a conversa, pois esta pode
CÔNICOS), EVITAR TOCÁ – LOS. provocar sede.

107

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

 TÉDIO manter as roupas e o barco salva – vidas o


mais seco possível.
Em uma prolongada sobrevivência no
mar, o aparecimento de certa rotina, aliada  CONGELAMENTO
à solidão, faz com que o tédio tenda a se
estabelecer. O congelamento se manifesta
principalmente no rosto, orelhas, pés e mãos,
É a fase em que o sobrevivente, levando à ulceração das partes atingidas,
revoltado contra tudo e todos, começa a se podendo inclusive gangrenar os locais
desinteressar das coisas que poderiam levando à amputação, e ameaçando
servir de ocupação, e perde a vontade de seriamente a vida humana.
viver.
Ao menor sinal de congelamento (cianose
Quando, em uma sobrevivência, o tédio e/ou dormência) deve – se aquecer
recair sobre alguém do grupo, será gradativamente as partes. Em hipótese
necessário combate - lo persistentemente. alguma FRICCIONAR ou MASSAGEAR AS
PARTES ATINGIDAS.
FATORES OBJETIVOS

 FRIO Temperatura da Tempo de


água (Graus sobrevivência de
Quando o corpo humano é exposto ao Centígrados) uma pessoa imersa
frio, perde calor. Se estiver vestido, o calor, no mar
por ele gerado, será mantido por mais Abaixo de 1,6 Menos de 15
tempo. minutos
1,6 a 4,4 Menos de 1h 30
A evaporação da umidade da pele, na min.
forma de suor (ou em outras formas) é 4,4 a 10 Menos de 3h (só
decorrência do aquecimento do corpo. A 50% das pessoas
conseqüência da perda de calor do corpo conseguem
resulta em uma redução da temperatura da sobreviver por mais
pele dando a sensação denominada FRIO. de 1h)
10 a 15,6 Menos de 6 h
Quando a temperatura interna do corpo 15,6 a 21,1 Menos de 12 h
cai cerca de 30 graus centígrados, a maioria Acima de 21,1 Indefinido
das pessoas tem sua capacidade mental e (dependendo da
física deterioradas, e entra em estado de fadiga)
CHOQUE. Se a temperatura do corpo
continuar a cair, a pessoa morrerá.  QUEIMADURAS
Durante o período de sobrevivência, no Os sobreviventes deverão conservar a
caso de baixa temperatura ambiente, uma cabeça e a pele cobertas, protegendo
das constantes preocupações deve ser a de inclusive, o pescoço e a nuca por meio de
uma aba improvisada.
108

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Os raios solares refletidos na água,


também queimam a pele. Deve – se usar CORDA COM ANEL DE SALVAMENTO
pomada antisséptica nos lábios e na pele
para evitar rachaduras.

Não se deve furar as bolhas; deve – se


evitar a penetração de umidade nas feridas,
mantendo as cobertas de pomadas e o mais Está localizada junto à estação de
seca possível. embarque. Pode ser utilizada tanto para
recuperar sobreviventes que estejam na água
Com o reflexo intenso do sol, do céu e da quanto para unir as embarcações após o
água, os olhos podem ficar injetados de afastamento definitivo da aeronave.
sangue, inflamados e doloridos; na falta de
óculos, usar um pedaço de pano ou atadura TOLDO
sobre os olhos, além de pomada oftálmica.
A finalidade principal da amarração do
KIT DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR toldo é proteger os sobreviventes dos raios
solares e dos respingos de água do mar.
ÂNCORA (OU BIRUTA D’ÁGUA) Pode, também, ser utilizado para captar água
da chuva e do orvalho e para sinalizar á
É presa ao barco ou escorregadeira - equipes de busca e salvamento.
barco por meio de uma corda e vem
acondicionada num invólucro localizado
entre as câmaras principais. Somente deve
ser liberada após a separação definitiva,
cuidando-se para que não fique presa á
aeronave.

BOMBA MANUAL DE INFLAÇÃO

A finalidade da âncora é retardar a deriva Está localizada junto ás válvulas de


da embarcação, fazendo com que inflação manual das câmaras principais.
permaneça o maior tempo possível nas Havendo necessidade de se completar a
proximidades do local do acidente, inflação de qualquer uma das câmaras, seja
facilitando, assim, trabalho das equipes de após a realização de um reparo de vedação,
busca e salvamento. Com mar calmo deve- seja por outro motivo qualquer, deve-se
se liberar toda a extensão da corda; com adaptar a bomba manual á válvula
mar agitado, somente meia extensão. correspondente e operá-la.

109

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

 Bujões de vedação
 Balde e esponja
 Sinalizadores

NOTA

As duas latas com água (1/2 litro cada)


LUZES LOCALIZADORAS (ou também fazem parte do pacote de
SINALIZADORAS) sobrevivência no mar, mas podem ser
encontradas presas a uma das extremidades
Estas luzes são alimentadas por baterias da escorregadeira - barco, na parede externa.
acionadas á base de água, semelhante ás Esta reserva de água é destinada para fins
dos coletes salva-vidas. Sua duração é, medicinais.
também, de oito horas, em média.

TIRAS DE REENTRADA

Podem ser laterais ou centrais e são FARMÁCIA


utilizadas num pouso em terra, caso haja
necessidade de se retornar ao interior da Contêm rolos de gases, anti-sépticos,
aeronave. inalantes de amoníaco, bandagens estéreis
retangulares e pomadas para queimadura e
TIRAS DE SALVAMENTO pomada oftálmica.

Devem ser utilizadas pelos sobreviventes,


após pouso na água, enquanto aguardam a
sua vez de embarcar. Se houver MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA
superlotação, deve-se realizar um
revezamento e os sobreviventes que Escrito em inglês, contendo instruções
permanecerem fora da embarcação, nela detalhadas sobre a utilização do equipamento
devem amarrar as tiras de seus coletes coletivo de flutuação e de seus acessórios.
salva-vidas.
BÍBLIA
PACOTE DE SOBREVIVÊNCIA NO Novo testamento, escrito em inglês.
MAR
PURIFICADOR DE ÁGUA
Dosar de acordo com a bula.
Conteúdo:
BUJÕES DE VEDAÇÃO
 Farmácia
 Manual de sobrevivência São utilizados para vedar pequenos furos
na embarcação. Deve-se colocar a parte
 Bíblia
emborrachada para o lado de dentro da
 Purificador de água
110

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

câmara de flutuação, cuidando para que o CONJUNTO DE SOBREVIVÊNCIA NA


tecido não fique enrugado. SELVA

O conjunto de sobrevivência na selva é


constituído de dois pacotes e um facão de 20
polegadas e é protegido por uma carenagem
plástica. Localiza-se, geralmente, no interior
de compartimento de bagagem (bins) ou em
rebaixamento de teto, diferindo esta
localização de acordo com o tipo de
aeronave.
BALDE E ESPONJA

Em princípio, são utilizados para manter Cada pacote de sobrevivência na selva


seco o interior dos equipamentos coletivos contém:
de flutuação. O balde pode ser utilizado 02 frascos de 60 ml contendo purificador
como depósito de água, saco de enjôo ou de água.
vaso sanitário. 03 caixas de fósforo, total de 150 palitos.
02 frascos de 100 ml contendo repelente
para insetos.
SINALIZADORES 01 manual de Sobrevivência na Selva
(M.M. A-81)
Os sinalizadores existentes no pacote 01 espelho de sinalização (circular, de
(kit) de sobrevivência no mar são os metal)
seguintes: 01 apito plástico
20 analgésicos (Novalgina)
 Dois foguetes pirotécnicos de metal 06 sacos plásticos com água (125 ml)
 Um corante marcador de água 02 foguetes pirotécnicos (baquelite)
 Um espelho sinalizador 50 pacotes de açúcar com 60g cada
 Um apito 50 pacotes de sal com 01g cada
 Duas lanternas ativadas à base de 01 faca de sobrevivência na selva
água. contendo:
01 bússola dissociável (pode ser removida
do cabo)
02 chumbinhos para pesca
02 anzóis (um pequeno e um médio)
01 rolo de nylon (mais ou menos 2,5m)
01 agulha (tipo para costura)
01 alfinete (tipo fralda)
02anéis de aço (acoplados ao cabo da
faca)
01 cabo de aço (mais ou menos 20 cm)

111

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

OBSERVAÇÃO horas depois, pode – se sentir em pleno


paraíso, cercado de animais.
O cabo da faca pode ser usado como
martelo, bastando para isto remover a O gelo e o frio foram os principais fatores
bússola e os equipamentos que se que fizeram do Ártico e da Antártida as
encontram no seu interior. últimas regiões exploradas pelo homem.
Quando em situação de emergência, em A descoberta e a colonização das áreas
que o conjunto de sobrevivência seja geladas são, ainda hoje, desafios à
necessário, deve-se quebrar a carenagem sobrevivência humana.
na área demarcada, utilizando-se para isso
a machadinha de bordo. Temperatura muito baixa, escassez de
alimentos e, principalmente, a ação dos
ventos fazem com que o homem, caso não
conheça algumas noções básicas de
sobrevivência tenha uma sobrevida muito
pequena.

ORIENTAÇÕES BÁSICAS

A maior quantidade possível de roupas


deve ser mantida. A manutenção da
temperatura do corpo é um dos maiores
segredos para o êxito numa sobrevivência no
gelo.

As extremidades (mãos, pés, orelhas,


cabeça e nariz), mucosas e faces devem ser
muito bem protegidas.
SOBREVIVÊNCIA NO GELO
Um pouso em regiões geladas pode
INTRODUÇÃO acontecer sobre uma camada espessa do
gelo continental, suficientemente forte para
Durante meses o sol desaparece atrás da suportar o peso da aeronave (ICE – SHELF)
linha do horizonte. Mas isso é ainda melhor ou sobre uma camada mais fina, que se
do que no inverno, quando ele nunca forma sobre o mar e cuja resistência é
aparece. limitada (PACK – ICE), esta camada se
quebra pela ação de ventos e marés,
Na Antártica, no Ártico, ou em qualquer dificultando ainda mais a situação.
outra região, o homem sente – se frágil e
pequeno. AÇÕES IMEDIATAS

Em momentos, tudo pode se transformar As ações imediatas (prestação de


num inferno Branco de ventos furiosos; primeiros socorros e acionamento dos

112

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

radiofaróis de emergência) são idênticas às que não estejam pintadas, porque em contato
apresentações no Manual de sobrevivência. direto com a pele, poderão causar lesões
irreversíveis.
Importante lembrar que os grânulos de
sílica – gel devem ser utilizadas na sua Escorregadeiras e barcos salva – vidas
finalidade anti – congelante para o também poderão servir como abrigos, desde
acionamento dos radiofaróis de emergência que devidamente fixados sobre o gelo.
(Beacon) modelo RESCU 99.
É importante se ter certeza de que o abrigo
será construído sobre blocos sólidos de gelo,
AÇÕES SUBSEQÜENTES distantes de fendas ou do mar aberto.

Deve – se providenciar ABRIGO Dentre os vários tipos de abrigo que podem


imediatamente após o acionamento dos ser construídos, destacam – se:
radiofaróis de emergência (Beacon), pois,
inclusive, a deficiência na prestação de TRINCHEIRA
primeiros socorros poderá depender deste
fator. Pode ser constituído rapidamente e
proporciona uma proteção eficiente. Devendo
Seria muito difícil sobreviver no gelo sem – se cuidar para que a entrada não se
abrigo e calor; o ser humano resistiria localize na direção de vento.
poucas horas, somente. Por isso, tão logo
quanto possível, um tripulante deverá Para a cobertura da trincheira pode – se
coordenar a construção de abrigo e, no seu usar toldos, escorregadeiras, pedaços da
interior, acender um foco de fogo. fuselagem ou blocos de neve formando um
“V” invertido.
ABRIGOS

Deve – se avaliar a área ao redor da


aeronave para determinar o local mais
adequado à construção do abrigo,
considerando a disponibilidade de água e
alimentos.

O interior da aeronave NÃO deverá ser


utilizado como abrigo, visto que a sua CAVERNA NA NEVE
temperatura será, também reduzida
drasticamente. Entretanto, partes de sua
fuselagem e/ou interior (forração, assentos, É cômoda, porém de difícil construção.
etc) poderão ser utilizadas para a confecção Apresenta maior possibilidade de intoxicação
de um abrigo. por monóxido de carbono (proveniente da
fonte de calor) do que a trincheira.
Deve – se ter um cuidado especial ao
manusear partes metálicas da aeronave

113

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

FOGO

Os únicos combustíveis inflamáveis numa


sobrevivência no gelo são os provenientes da
própria aeronave (querosene e óleos) e as
gorduras de origem animal.
IGLU
Para promover fogo em gordura de origem
Na eventualidade de uma sobrevivência animal, deve-se depositá-la em recipientes
prolongada no gelo, deve – se buscar um (jarras, baldes de gelo, etc), utilizando um
abrigo de construção mais sólida, como por pavio para acendê-la. A chama proveniente
exemplo, o iglu. da queima deste combustível é muito
brilhante e pode ser avistada a grandes
Para a sua confecção são necessários distâncias.
blocos de gelo com medidas
aproximadamente de 50 cm x 30 cm x 30
cm. ÁGUA

Há duas maneiras de se obter água em


uma sobrevivência no gelo:

 Derretendo – se o gelo. Tendo o cuidado


de não utilizar aquele proveniente de
áreas onde haja colônias de pingüins ou
concentração de outros animais.
 Colhendo água de fonte natural oriunda
de gelo, cujo curso, sob camadas livres
de gelo, muitas vezes se pode ouvir.

ALIMENTO
A forração do local onde se for deitar é
importante para que a neve não derreta sob Excetuando – se todo alimento que estiver
o corpo. disponível no interior da aeronave, e que
deverá ser retirado, nas regiões polares a
Em qualquer abrigo deve – se acender alimentação se limitará aos alimentos de
uma vela (ou outra fonte de calor) de forma origem animal: focas, leões – marinhos, aves,
a manter a temperatura do abrigo próximo a peixes e demais animais marinhos, sendo
0 GRAUS CELSIUS e o teto deve ser bem que, provavelmente as focas serão a principal
liso para evitar que a neve derretida fique fonte.
gotejando.
Somente em último caso se deve ingerir a
carne de pingüins, pois muito comumente
está contaminada por vermes.

114

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

No caso de regiões continentais geladas estreitamento dos vasos sangüíneos pela


(Cordilheira, por exemplo), cuja localização hipotermia, ficando o indivíduo em estado
é afastada do mar, a alimentação pode se letárgico.
basear, além dos mantimentos encontrados
na aeronave, nos animais de caça e Deve o sobrevivente, neste caso, ser
possíveis roedores. tratado à base de banhos de imersão
iniciando – se o tratamento com água fria e,
CUIDADOS NO GELO aos poucos, aquecendo – a (tratamento muito
difícil de ser executando sob as condições
ENVENENAMENTO POR MONÓXIDO encontradas na sobrevivência).
DE CARBONO
IMPORTANTE: O congelamento nunca
A queima de velas, lamparinas, etc. no deverá ser tratado através de fricção. Desta
interior dos abrigos, promove a liberação de maneira ao invés de apresentar melhoras no
monóxido de carbono (gás altamente quadro clínico, a vítima teria sua situação
tóxico). A fim de evitar o excesso de sua agravada.
concentração e conseqüentemente
envenenamento dos sobreviventes no O congelamento inicial da face pode ser
abrigo, deve – se manter uma ventilação tratado colocando – se as mãos quentes
adequada em seu interior. sobre a mesma. O congelamento dos dedos
pode ser resolvido colocando – se as mãos
CONGELAMENTO sob as axilas ou dentro das calças.

O congelamento a nível epitelial podem Caso haja um princípio de congelamento


ser basicamente classificados em três dos pés, o melhor a fazer é colocá – los
grupos, a saber: dentro das vestimentas de outro
sobrevivente, caso não disponha de meios
1º grau: ARREPIOS – não são perigosos. mais apropriados, com os descritos
Servem como primeiro sinal. anteriores.

2º grau: FLICTENAS (OU BOLHAS) – Quando se estiver desenvolvendo esforços


indicam um processo de queimadura nos físicos, deve – se evitar ao máximo a
tecidos. transpiração, pois quando cessar a atividade,
o suor se congelará rapidamente, causando a
3º grau: NECROSE – gangrenas ou hipotermia.
manchas escuras na pele indicam uma
diminuição muito grande de fluxo sangüíneo Por esta razão deve – se retirar
para a região. paulatinamente as peças de roupas de modo
a não manter a temperatura do corpo
Qualquer sensação de amortecimento ou excessivamente alta. Ao se retirar uma peça
anestesia (dormência) deve ser encarada de roupa deve – se cuidar para que esteja
como pronúncia de congelamento. O frio bem protegida a fim de não ficar úmida ou
intenso também pode ocasionar o estado de molhada.
choque e perda da razão, devido ao

115

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Encerrando – se a atividade física, as vistoriar o solo com um bastão (ou similar) e


peças devem ser vestidas gradualmente, de detectar as gretas existentes.
modo a manter a temperatura normal do
corpo.
CEGUEIRA
SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO
Não há uma adaptação natural da visão
aos reflexos solares na neve, no gelo e na INTRODUÇÃO
água.
Em quase todos os continentes (com
Os raios infravermelhos provocam fadiga exceção da Europa) há extensas regiões que
ótica e dor intensa. Deve – se proteger os têm como característica a aridez do solo,
olhos (utilizando óculos escuros, vendas ou quase completa ausência de chuvas e
abrigando – se em lugares pouco temperatura muito quente durante o dia e
iluminados) ao primeiro sinal de dor ocular. bastante fria à noite.

AÇÃO DO VENTO A maior de todas as faixas de terras áridas


do mundo estende – se desde o norte da
O corpo humano queima energia para África, passando pela região do Golfo
manter sua temperatura. Em regiões Pérsico, até a Ásia central. Nela se incluem
geladas este gasto energético é aumentado; os desertos do Saara, da Arábia e de Gobi.
o vento aumenta ainda mais a perda de Além desses, existem outros desertos de
calor, e conseqüentemente sensação de frio menor extensão, como os de Kalahari (África
ao dispersar as camadas de ar “aquecido” Meridional), Sind (Índia), Tarin (China), Vitória
existente entre a roupa e a pele. Esta e o Grande Deserto de Areia (Austrália),
dispersão é proporcionada à velocidade do Atacama (América do sul) e as vastas zonas
vento. Para se reduzir este problema, os áridas situadas ao sul da serra Nevada, na
sobreviventes devem se proteger do vento, América do Norte.
valendo – se de anteparos (a aeronave, os
abrigos, etc.) ou qualquer meios que As dificuldades de sobrevivência em áreas
minimize a ação eólica. desérticas baseiam – se, principalmente, na
obtenção de água e na resistência às
GRETAS (OU FENDAS) temperaturas extremamente altas destas
regiões.
São fendas encobertas de neve e se
constituem em perigo potencial para quem Sobreviver nestas áreas está além dos
caminha sobre o gelo. Sua formação se limites do saber: requer força de vontade e
deve à acomodação de camadas de neve e determinação extremas.
gelo em trechos de relevo irregular.
O homem, no decorrer de sua evolução,
Os deslocamentos somente deverão dominou e desenvolveu várias regiões do
acontecer quando todos os elementos planeta, mas ainda não conseguiu dominar a
estiverem amarrados entre si e, o primeiro evolução natural dos desertos.
homem (homem – guia) for capaz de

116

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Nos desertos, os procedimentos relativos baixas. A areia úmida, além de indicar a


a: presença de água, apresenta uma
ORIENTAÇÃO BÁSICA, AÇÕES vegetação mais abundante.
IMEDIATAS E SUBSEQUENTES, FOGO e
SINALIZAÇÃO Pode – se e deve – se também, construir
um destilador solar idêntico ao descrito no
São idênticas aos de uma sobrevivência Manual de Sobrevivência na Selva.
na selva.
Entretanto, há algumas diferenças Alguns vegetais, como os cactos, são
quanto a: ABRIGO, ÁGUA e ALIMENTO. revestidos de camadas impermeáveis que
impedem a evaporação da água acumulada.

ABRIGO ALIMENTO

No deserto, a construção de um abrigo ALIMENTO DE ORIGEM VEGETAL


protegerá os sobreviventes do calor e dos
raios do sol durante o dia e, do frio à noite. A ausência do homem em regiões
A aeronave serve como abrigo à noite: desérticas diminui as chances de se
entretanto, não é o abrigo ideal durante o encontrar vegetais conhecidos.
dia, devido à elevada temperatura
encontrada na maioria dos desertos. A vegetação dos desertos, quando existe,
é do tipo herbáceo e de vida curta.
Pode – se improvisar um abrigo
utilizando partes da aeronave, (fuselagem, Durante o período seco (que, ás vezes,
escorregadeiras, barcos, etc) ou ainda, dura vários anos), os vegetais permanecem
cavando sob pedras a fim de se obter em estado de latência (como se estivessem
sombra durante a maior parte do dia. mortos) e sobrevivem graças às extensas
raízes capazes de captar a umidade das
ÁGUA camadas profundas do solo.
Portanto, ao se encontrar um vegetal que
A necessidade da ingestão de água no pareça estar seco, deve – se cavar e buscar
deserto é de duas a três vezes maior do suas raízes que, provavelmente, servirão
que na selva, sendo essa a maior como fonte de alimento.
preocupação do sobrevivente.
As partes das plantas que, por ventura,
Ao encontrar plantas deve – se cavar ao sejam encontradas acima do solo tais como
redor ou em suas proximidades e, flores, frutas, brotos novos e sementes de
provavelmente surgirá água. cascas serão melhores fontes de alimento.

Geralmente, sempre que se encontra Em pleno deserto pode – se encontrar


água, encontra – se planta comestível. sementes de gramíneas, favos ou grãos de
arbustos. Os favos e os grãos
Pode – se procurar água, também, nas freqüentemente são espinhosos e amargos,
curvas de leitos secos de rio ou em áreas e podem se tornar comestíveis se ficarem

117

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

imersos em água por tempo prolongado, As roupas, quando vestidas frouxas,


devendo esta ser ou não utilizada de tornarão mais suportável o calor. Deve – se,
acordo com a quantidade de que se também, usar um pano sobre a cabeça (se
dispõe. possível, uma echarpe de tecido leve),
formando uma aba sobre os olhos, como
O cacto bojudo, nativo da América do proteção contra queimaduras do sol e poeira.
Sul e do Norte, é encontrado em
quantidade nos desertos do Norte da
África, Oriente e Austrália e seus frutos são
comestíveis. DECISÃO DE PERMANECER OU
ABANDONAR O LOCAL DO ACIDENTE
É importante lembrar que alimentos
desconhecidos de origem vegetal que No deserto, assim como na selva, não se
sejam do tipo CAL (cabeludo, amargo e deve abandonar o local do acidente, a menos
leitoso) não devem ser ingeridos. que se tenha certeza de conhecer sua
localização e que o socorro se encontra a
ALIMENTO DE ORIGEM ANIMAL pouca distância.

Na maioria dos desertos, a vida animal é A não ser os povos nômades dos desertos
escassa. Sua presença depende tanto de africanos que atravessam, de geração em
água quanto de alimento. geração, estas áridas regiões, não se deve
arriscar um deslocamento sem destino.
Os animais mais comumente
encontrados no deserto são: pequenos A altíssima temperatura durante o dia não
roedores, coiotes, lagartos e cobras. Os permite longas jornadas.
roedores são animais facilmente
capturados durante o dia em suas tocas, Portanto, para se deslocar no deserto,
pois são animais notívagos. deve-se ter, além de um bom preparo físico,
o conhecimento da região.
De uma maneira geral, estes animais são
vistos transitando ao amanhecer ou ao
entardecer.

Pode – se deixar preparadas algumas


armadilhas, em locais estratégicos, como as
exemplificadas no Manual de Sobrevivência
na Selva.

CUIDADOS NO DESERTO

No deserto, deve – se dar uma atenção


especial ao vestuário para evitar
queimaduras na pele.

118

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Exercícios:

01. Poon Lim sobreviveu 134 dias no mar graças:


a) Ao uso correto do “kit” de sobrevivência no mar.
b) Ao consumo semanal de salsichas enlatadas e água do mar dissociada.
c) Ao consumo quinzenal de chocolates e água da chuva.
d) Ao consumo de peixes e água da chuva.

02. São fatores agravantes numa sobrevivência no mar:


a) A chuva, o Sol, o desconforto do barco e a quantidade de sobreviventes.
b) A sede, a fome, o tédio, a solidão e as mudanças meteorológicos.
c) A sede, a fome, o tédio, a solidão e o cheiro de suor dos outros sobreviventes.
d) A chuva, a água do mar, o desconforto, o tédio e os peixes voadores.

03. Sobreviverá quem nunca perder:


a) A vontade de viver.
b) A vontade de beber.
c) A vontade de comer
d) A vontade de fumar.

04. Qual é o maior adversário do homem em uma sobrevivência no deserto:

a) falta de água
b) manutenção da temperatura corporal
c) insetos
d) aracnídeos

05. Devido a riscos de explosão e/ou submersão, deveremos:


a) Utilizarmo-nos da aeronave como abrigo e escudo contra os tubarões.
b) Alijar o combustível restante acionando o “fuel out”.
c) Afastarmo-nos rapidamente da área onde se encontra a aeronave.
d) Nada. Não há risco de submersão e a aeronave está na água, o que faz com que
não se incendeie.
06. A âncora deverá ser jogada ao mar para que:
a) Se molhe e mais rapidamente comece a operar na freqüência 460mhz.
b) Não se enrosque no trem de pouso ou nos “spoilers”.
c) Afaste os destroços e o risco de contaminação.
d) Para manter os sobreviventes próximos à área do acidente.

07. Para socorrermos os feridos, pediremos ajuda para:


a) Médicos, veterinários, dentistas ou enfermeiros
b) Aeroviários, engenheiros de voo, projetistas aeronáuticos.
c) O hospital mais próximo via rádio.
d) O hospital mais próximo via fax.

119

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinhiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Exercícios:

08. Uma das atitudes de salvamento de homem ao mar é:


a) Chamá-lo para o bote, usando a técnica de natação imediata.
b) Acionar o rádio “beacon” para que o afogando localize a aeronave.
c) Remar o bote até o afogando e usar a maca inflável.
d) Amarrar-se à corda do anel de salvamento e nadar em sua direção para socorrê-
lo.

09. Outra atitude de salvamento é:


a) Arremessar-lhe o apito para que outro barco o ouça e o resgate.
b) Arremessar-lhe o anel de salvamento.
c) Arremessar-lhe a aliança de salvamento.
d) Arremessar-lhe a aliança de casamento.

10. A terceira atitude de homem ao mar é:


a) Arremessar-lhe o colete salva-vidas amarrado ao anel de salvamento.
b) Arremessar-lhe o molinete salva-vidas amarrado ao anel de salvamento.
c) Arremessar-lhe o corpete salva-vidas amarrado ao anel de salvamento.
d) Arremessar-lhe o trompete salva-vidas amarrado ao anel de salvamento.

11. Ao se avistar um avião ou um barco e ao se escutar o ruído de seus motores,


deve-se:
a) Fazer silêncio e acionar as sirenes de emergência.
b) Remar na direção do ruído, usando os remos principais.
c) Utilizar-se da sinalização mais adequada.
d) Utilizar-se da sinalização que estiver com a validade quase vencida.

12. Para uma sobrevivência na selva ter êxito é necessário suprir algumas
necessidades mínimas, a saber:
a) Abrigo, fogo, água e autocontrole;
b) Abrigo, fogo, água e radiofarol;
c) Abrigo, fogo, água e evacuação e;
d) Abrigo, fogo, água e alimento.

13. A ordem correta para prestarmos socorro aos feridos baseia-se:


a) Na gravidade dos ferimentos;
b) Na idade dos feridos;
c) Na profissão dos feridos;
d) Não há ordem. O atendimento e feito por sorteio.

120

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinhiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Exercícios:

14. Foguetes pirotécnicos, espelho sinalizador e lanternas devem estar bem


protegidos e sempre à mão, pois:
a) Estragam muito facilmente e devem ser enterrados para não exalar mau cheiro
no acampamento;
b) Os animais da floresta são atraídos por eles. Assim devem estar à mão para
que sejam escondidos com rapidez;
c) Deverão ser utilizados prontamente se avistarmos uma aeronave ou ouvirmos
o ruído de seus motores;
d) E necessário que os passageiros não os vejam e com isso possam utilizá-los
de maneira errada ou desnecessária.

15. Após o impacto, se houver uma explosão seguida de destruição total da aeronave,
será possível:
a) Inflar “slides-boats”;
b) Todas as respostas estão erradas;
c) Acionar rádio “beacon” na freqüência 130.9;
d) Utilizar a mascara “full-face” de combate a incêndio.

16. Assim que possível deveremos iniciar um diário, pois:


a) Teremos um registro importante do acidente para não nos confundirmos ao
relatarmos nossa aventura para amigos e parentes.
b) Teremos um registro importante que possa auxiliar na investigação do
Acidente.
c) Teremos um registro importante que vai auxiliar na investigação que poderá
punir os culpados pelo acidente.
d) Teremos um registro importante que auxiliará a ANAC a proibir que
passageiros rebeldes possam voar outra vez.

17. Para construirmos um abrigo, poderemos utilizar:


a) Partes da aeronave, equipamentos de emergência e recursos naturais;
b) Partes da aeronave, equipamentos de emergência e recursos hídricos;
c) Partes da aeronave, equipamentos de sinalização e recursos naturais;
d) Partes do aeródromo, equipamentos de emergência e recursos hídricos.

18. O ABRIGO PROVISÓRIO feito com uma trave de folhas de palmeira é o:


a) Rabo de Tanajura;
b) Rabo de Caju;
c) Rabo de Tatu;
d) Rabo de Jacú;

121

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinhiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Exercícios:

19. Dentro de um ABRIGO TEMPORÁRIO, é possível se construir uma:

a) Marimba; b) Laurinda; c) Tarimba; d) Cacimba

20. Constroem-se os acampamentos próximos aos rios ou riachos para:

a) Possibilitar o avistamento dos sobreviventes pelas embarcações que


passam pelo local;
b) Que o perigo de se perder diminua. Perto de um rio sempre há uma
povoação.
c) Facilitar a higiene, a coleta de água e a pesca;
d) Não se constroem acampamentos perto dos rios, pois os jacarés podem
ameaçar os sobreviventes.

21. Os detritos e os dejetos devem:


a) Ser atirados no rio;
b) Postos no redutor de lixo da aeronave;
c) Ser enterrados;
d) Ser colocados a disposição dos coletores.

22. Elemento de segurança , sinalização e conforto é:


a) O comandante;
b) As poltronas da aeronave que permaneceram intactas
c) Os comissários, exceto o chefe de equipe;
d) O fogo.

23. Para acender o fogo poderemos utilizar:


a) A pedra humes.
b) A pedra de pederneira.
c) A pedra de fogareira.
d) A pedra de atrito.

24. Se não houver possibilidade alguma de obtermos água, devemos:


a) Bebê-la em sua totalidade para não perde-la por evaporação;
b) Dividir o número de galões pelo numero de sobreviventes, dando cotas diárias de
dez por cento (10%) para cada um.
c) Somar o número de sobreviventes, multiplicar por três e dividir a água pelo
número da razão obtida.
d)Dar a cada sobrevivente, um gole de oito em oito horas.

122

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinhiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA – MAR – DESERTO - GELO

Exercícios:

25. Obtêm-se água nos:


a)Cipós.
b)Brotos de Samambaia.
c)Ninhos de pássaros.
d)Brotos de macambira.

26. Para bebermos águas dos rios e lagos, precisamos:


a) De uma caneca.
b) Purificá-la.
c) Examiná-la.
d) Contaminá-la

27. O maior problema que um sobrevivente enfrenta em uma área gelada está
relacionada a:
a) ventos fracos;
b) reflexão da luz solar no gelo;
c) ataques de mamíferos marinhos;
d) manutenção da temperatura corporal.

28. Qual é o maior adversário do homem em uma sobrevivência no gelo:


a) Insetos
b) Leões marinhos
c) Manutenção da temperatura corporal
d) Escorpiões

123

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinhiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS

ANIMAIS PEÇONHENTOS
OFIDISMO Tipos:
Conceito 1 AGLIFODONTES
2 OPSTOGLIFODONTES
Considera-se como OFIDISMO, o 3 PROTEROGLIFODONTES
conjunto de acidentes causados por picadas 4 SOLENOTODONTES
de cobras.
Generalidades Significado:
A - ausência – falta
No mundo existem, atualmente, cerca de
6.000 espécies de serpentes. Desta, GLIFO – suco – canaleta
apenas 640 podem ser encontradas na
América do Sul e 210 espécies no Brasil. DONTE – dente
De qualquer forma, esses animais ainda
causam, em nosso país aproximadamente OPSTO – posterior – atrás
30.000 acidentes ofídicos por ano, dos
quais resultam, em média, 5.000 mortes. PROTERO – significa anterior- na frente
Classificação Geral Das Serpentes
SOLENO – canal no sentido tubular ou
vascular.
Do ponto de vista médico e sanitário, as
serpentes podem ser classificadas em: Desenho esquemático da dentição das
- Venenosas cobras
- Não venenosas
Diferenças Morfológicas Entre
Serpentes Venenosas E Não Venenosas

Para fins de uma identificação imediata,


existem certos sinais morfológicos que
distinguem as cobras venenosas. Por outro - Sucuri / Jibóia
lado comumente, as serpentes venenosas -Tipo Proteroglifodonte

tomam uma posição de ataque, quando são


perseguidas, enquanto as não venenosas,
na mesma situação perdem-se em fuga.
- Cruzeiro / Cascavel
- Pico de Jaca
- Tipo Solenotodonte
(víbora)

Normalização Do Atendimento Por


Animais Peçonhentos
Acidentes Ofídicos:
CLASSIFICAÇÃO DAS COBRAS
PELOS DENTES

124

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS

- Cobra Coral
-Tipo Marcas de Duas feridas Feridas Marca de
proteroglifodonte mordida puntiformes puntiformes dente s/
c/ 1,3cm de minúsculas marca de
distância ou presas
semelhante
s ao
arranhão
Velocidade Bote rápido Lenta ação -
planejada

- Papa-pinto / jibóia tipo Freqüência da localização das picadas


falsa coral dos pampas
- muçurana
- tipo opstoglifonte (não De um modo geral, pode ser assim
venenosa)
distribuída:

Aspecto esquemático das cabeças Cabeça....................................... 0%


com pele rebatida Braço e antebraço..................... 1,5%
Mão.......................................... 18,5%
Convenções: Pernas..................................... 24,6%
GP= Glândula de Peçonha Pés.......................................... 54,4%
GS= Glândula Salivar Outras localizações................... 1,0%
P= Presa Injetora Características das lesões cutâneas
Caracterís Serpentes Coral Não produzidas por picadas de serpentes
ticas Crotalídeas venenosa
Cabeça Fasseta entre - - Podem ser citadas as seguintes:
os olhos e
- Picadas de cobras venenosas: Dois
narinas
parecem orifícios bem nítidos, separados entre si por
narinas extras mais de um centímetro de distância.
Presa Grandes Pequenas Sem presa Picadas de cobras não venenosas: Duas
presas ou mais linhas de escoriações, muito
- Nariz preto -
sangrentas, pouca ou muito dolorosas, com
Olhos Pupilas Pupilas - períodos de muito sangramento, com
Verticais redondas
pequeno edema.
Modo de ação dos venenos de
Corpo Grosso Pequeno: -
25- 45 cm serpentes

0 0 Faixas No caso
Pelo seu modo de ação, os venenos de
coloridas faixas
vermelho coloridas cobras podem ser divididos em quatro
no amarelo vermelho grupos, a saber:
no preto e
não Veneno Botrópico
vermelho
no
amarelo Produzido pelas cobras do gênero
“Bothrops” (urutus, caiçara, jararacas,

125

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS

jararaca verde e jararacuçu), causam uma Essa depressão de fibrinogênio torna o


rápida destruição dos tecidos e do sangue. sangue incoagulável.
Serpentes venenosas do Brasil
(peçonhentas) Ação Hemolítica: Caracterizada pela
hemoglobinúria, que pode evoluir para a
Há 71 variedades, conhecidas, entre deficiência renal aguda, causa frequente de
espécies e subespécies, distribuídas em óbitos no acidentes com venenos deste
dois grandes grupos: Crotalídes e Elapíneas grupo.
sendo que estes grupos se dividem em Ação Neurotóxica: Tem como sinal
quatro gêneros: patogênico o neurotóxico (Rosenfeld)
Crotalíneas – Bothrops: 32 variedades, caracterizado por ptose palpebral e
responsáveis por 90% dos acidentes, oftalmoplegia; observa-se diplopia,
distribuídas por todo o território nacional. distúrbios de acomodação visual, anisocoria
- Crotalus 06 variedades, distribuídas e paresia do globo ocular. Nos acidentes
entre as regiões secas e campos por Micrucus (corais), além de fáceis
abertos. neurotóxico, sobrevêm os distúrbios
- Lachesis: 02 variedades, distribuídas respiratórios, que podem evoluir para
nas florestas tropicais da América e apnéia.
Mata Atlântica. Diagnóstico: Nos acidentes por animais
peçonhentos, pode-se fazer o diagnóstico
ELAPÍNEAS – Micrucus: 31 variedades, pela identificação o animal causador do
distribuídas por todo o Brasil, são causas acidente. O diagnóstico etiológico ou pelos
dos mais graves acidentes. sintomas e sinais clínicos do
Ação fisiopatológica dos venenos envenenamento diagnóstico clínico. A esse
respeito observa-se Rosenfeld 1971.
Analisam-se a seguir, do ponto de vista As principais serpentes venenosas do
clínico, as principais alterações decorrentes Brasil
das diversas frações dos venenos ofídicos.
Jararaca (Bothrops) Possui foceta loreal
Ação Proteolítica: No ponto de ou lacrimal, tendo a extremidade da cauda
inoculação, provoca intensa reação, com escamas normais e cor geralmente
caracteriza por edema firme, dor, púrpura, parda. Nomes populares: Caiçara,
eritema, bolhas e necrose. Nos acidentes Jararacuçu, Urutu, Jararaca de rabo branco,
graves, com inoculação de grandes doses Cotiara, Cruzeira, etc. É responsável por
de veneno, pode haver liberação maciça de 90% dos acidentes. Algumas espécies são
substâncias vasoativas (bradicinibna, mais agressivas. Encontram-se geralmente
histamina), responsáveis pelo colapso em locais úmidos.
periférico e choque. Cascavel (Crotalus) Possui foceta loreal
ou lacrimal, a extremidade da cauda
Ação Coagulante: Penetra na circulação, apresenta guizo ou chocalho de cor
age sobre o fibrinogênio, de forma amarela. Nomes populares: Cascavel,
semelhante à trombina, convertendo-o em Boicininga, Maracambóia, etc. É
fibrina, que se deposita em forma de micro responsável por 9% dos acidentes, essas
coágulos, principalmente nos pulmões. serpentes são menos agressivas que as

126

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS

jararacas e encontram-se geralmente em Cascavel – Crotalus: Quase não se vê o


locais secos. sinal da picada. Algumas horas após o
Surucucu (Lachesis) Possui foceta loreal acidente se observam a dificuldade que o
ou lacrimal, extremidade da cauda possui paciente apresenta para abrir os olhos,
escamas e cor alaranjada com desenhos acompanhados de queixa de visão dupla,
pretos no dorso. Nomes populares: ver os objetos duplicados, o paciente fica
Surucucu Pico de Jaca Surucutinga. É a com cara de bêbado.
maior serpente venenosa das Américas. Outro sinal de envenenamento por
Encontrada em regiões de floresta tropicais Cascavel é o escurecido da urina após 06 a
(Amazônia e Zona da Mata). 12 horas da picada, caracterizada pela urina
Coral verdadeira (Micrurus) não possui cor de coca – cola.
foceta loreal. Não fazer torniquete.
Atenção Ausência de foceta loreal é
característica de não venenosa. As corais Agente Ação do Sintomas Sintomas
são exceção. Veneno sinais sinais tardios
iniciais
Coloração em anéis vermelhos, pretos, Crotalus Hemolítica Urina
brancos e amarelos. Nomes populares: vermelha
Coral, Coral verdadeira, Ibiboboca, etc. É escura
responsável por 1% dos acidentes, Neurotóxica Mesmos Insuficiência
principalmente devido às pequenas sintomas da renal aguda
coral
dimensões de boca, e por se encontrada verdadeira
em tocas – hábitos subterrâneos. Essas
serpentes não são agressivas. Surucucu – Lachesis: Pelos poucos
Características – Sintomas – dados disponíveis, os picados por Surucucu
Tratamento se assemelham aos picados por Jararaca,
apresentando inchaço no local da picada e
Jararaca – Bothrops: Desenvolvimento hemorragia.
dos sintomas: Não fazer torniquete.
Nas primeiras horas após o acidente Coral Verdadeira – Micrurus: Pequena
aparece inchaço no local da picada. Além reação no local da picada poucas horas
disso, pode-se observar hemorragia pelos após o acidente aparece visão dupla,
pontos da picada, pelas gengivas. Nas associada à queda das pálpebras, outro
picadas de Jararaca quando o emprego do sinal do envenenamento é a falta de ar, em
soro é muito retardado, ou quando se usam poucas horas causa morte do paciente.
torniquetes, ou cortes no ponto da picada,
tem-se observado complicações. Agente Ação do Sintomas Sintomas
Pode provocar gangrena veneno sinais sinais
Não fazer torniquete iniciais tardios
Micrurus Neurotóx Ptose
Agente Ação do Sintomas Sintomas ica palpebral
Veneno sinais sinais (central) Dispnéia
iniciais tardios
Tempo S/S 0-3 Além de
horas 06 horas

127

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Tratamento de Ofidismo - Siga as seguintes regras para


aplicação dos SÔROS:
A recuperação dos acidentados por - NÃO AGITE AS ÂMPOLAS DO
picadas de cobras venenosas depende, em SÔRO,
princípio, da aplicação precoce e acertada - APLIQUE O SORO, O MAIS
do SÔRO ESPECIFICO contra o veneno PRECOCEMENTE POSSÍVEL
inoculado. - APLIQUE O SÔRO, POR VIAS:
Entretanto, pode suceder que não se SUBCUTÂNEAS, INTRAMUSCULAR,
disponha no momento, dessa poderosa OU ENDOVENOSA, NA DOSE DE:
arma terapêutica. - 4 a 6 ampolas, nos casos graves
Por isso, deve-se conhecer: - 2 a 3 ampolas, nos casos médios
- O tratamento não se dispondo do soro - 2 ampolas, nos casos benignos
abrangendo os seguintes cuidados Aplique o soro, em qualquer parte do
principais: corpo; devendo-se preferir, entretanto, a
- Rápido exame das características das região interescapular (situada no dorso,
lesões cutâneas produzidas pelas entre os dois omoplatas(Escápula) ), onde a
picadas (vide descrição feita no item pele é mais distensível e menos móvel.
A via endovenosa deve ser reservada
07), o que facultará à possibilidade de
se saber a natureza venenosa, ou apenas para os casos muito graves de
picadas por cascavel. Aplique-se o soro,
não, da serpente, quando esta não
puder ser identificada, conforme então, muito lentamente e, se possível,
consta no item 04. diluído em soro glicosado hipertônico.
- Mantenha o acidentado no mais NOTA: Sangue incoagulável sempre
absoluto repouso, com as vestes indica caso grave.
afrouxadas. Este cuidado é O TRATAMENTO SINTOMÁTICO: Que
deve completar os já citados cuidados (nos
importantíssimo.
casos anteriores) constará de:
- Faça imediatamente, uma série de 5 a
- Repouso Absoluto
10 picadas, poucas profundas, na
pele do local picado. Utilize-se de - Aquecimento do Doente
uma agulha, alfinete ou espinho, sem - Utilização de Analgésico (injetáveis,
perder tempo com desinfecção. ou não)
- Curativos Locais
O tratamento dispondo-se do soro - Transfusões de Sangue, se possível e
quando necessárias (principalmente,
Consistindo dos seguintes e principais nos casos atingidos pelo veneno
cuidados: botrópico).
- Proceda-se inicialmente, conforme O que não se deve fazer em caso de
consta no caso anterior. Ofidismo Venenoso
- Não sendo identificada a serpente - Agitar o corpo de acidentado
que produziu a picada, aplique o soro - Usar bebidas alcoólicas
ANTIOFÍDICO, ou qualquer outro - Ingerir querosene
soro contra o veneno de cobra que - Ingerir “remédios caseiros”
tiver em mão. Deve ser ministrada - Aplicar amoníaco, ou limão nas
quantidade para neutralizar 100 MG lesões cutâneas
de veneno.

128

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS

- Prescrever remédios para abaixar a


temperatura.
Diferenças morfológicas entre
serpentes venenosas e não
venenosas

Órgão ou Serpentes Serpentes


segmento Venenosas não
corpóreo Venenosas
Cabeça Achatada, Estreita,
triangular e alongada e
bem mal
destacada destacada do
do corpo por corpo, sem
um pescoço pescoço e
estreito, recoberta por
com placas, ao
escamas invés de
semelhantes escamas.
às do corpo.
Fosseta Localizada Não existe
entre o olho entre o olho e
e a narina a narina
Pequenos, Grandes, com
Olhos com pupila pupilas
em fenda da arredondadas
vertical.
Escamas Alongadas Achatadas,

129

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
Principais Serpentes Venenosas do Brasil
Reconhecimento Sintomas Tratamento
- Possui FOSSETA LOREAL ou Lacrimal na - Precoce (até 3 horas após o SORO DOSE MÉDIA
JARARACA
Bothrops extremidade da cauda com escamas em disposição acidente)
- Dor Soro antiofídico 5 a 10
normal.
- Inchaço (edema) ou soro
- Nomes Populares: Caiçaca, Jararuçu, Urutu, antibotrópico Ampolas
Jararaca do Rabo Branco, - Manchas roxas (equimose)
Cotiara Cruzeira e outros - Hemorragia
- Acidentes mais comuns do Brasil
- Complicações: gangrena (necrose)
- Ambiente: locais úmidos
Abscesso
- Comprimento máximo: 1,50 m Morte

- Possui FOSSETA LOREAL ou Lacrimal a extremidade - Precoce (até 3 horas após o Soro 10 ampolas
CASCAVEL Antiofídico
da cauda apresenta guizo ou chocalho acidente)
Crotalus Dificuldade em abrir os olhos ou (Dose mínima)
- Nomes Populares: Cascavel, Boicicina, Macarambóia
e outros “Visão dupla” soro
- Acidentes pouco freqüentes “ Cara de bêbado” anticrotálico
- Após 6 a 12 horas
- Ambiente: locais secos
Escurecimento da urina
- Comprimento máximo: 1,50 m
- Sem reação importante no local
da picada
- Complicações: insuficiência
renal aguda,
- Morte

SURUCUCU Soro 15 a 30
- Possui FOSSETA LOREAL ou Lacrimal - Se assemelham aos picados por
Lachesis Antilaquético
- Extremidade da cauda com escamas eriçadas Jararaca, apresentando inchaço no
- Nomes populares: Pico de Jaca, Surucutinga, local da picada e hemorragia ou Ampolas
Surucucu, Pico de Jaca - morte soro
- Acidentes freqüentes antibotrópico
- Ambiente: regiões de Florestas tropicais (Amazônia, - laquético
Mata Atlântica, acima do Rio de Janeiro)
- Comprimento máximo: 4,50 m

CORAL VERDADEIRA
Micrurus - Não possui FOSSETA LOREAL ou Lacrimal Não possui FOSSETA LOREAL ou Soro 10 ampolas
- Coloração em anéis brancos (ou amarelos), pretos e Lacrimal Antielapídico

e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br


CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil
vermelhos (algumas espécies não apresentam Coloração em anéis brancos (ou
o vermelho) amarelos), pretos e v e r m e l h o s
- Nomes populares: Coral, Coral Verdadeira, Ibiboboca e (algumas espécies não apresentam

Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949


outros o vermelho)
- Acidentes raros Nomes populares: Coral, Coral
- Ambientes: entocadas em locais úmidos Verdadeira, Ibiboca e
- Comprimento máximo: 1,50 m outros
ANIMAIS PEÇONHENTOS

130
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Principais aranhas venenosas do Brasil


TIPO DESCRIÇÃO SINTOMAS DA TRATAMENTO
ACIDENTE PICADA
ARMADEIRA Acidentes muito Dor intensa no Soro antiaracnídeo
(PHONEUTRIA) freqüentes, 75%, local da picada Polivalente 5 a 10
aranha muito ampolas.
agressiva, com Dose única do
hábitos vespertinos e soro deve ser
noturnos. São precedida de teste.
encontrados em Consultar bula
bananeiras e
folhagens.
Não faz teia
MARROM Acidentes pouco Na hora da Soro aracnídeo
(LOXOSCELES) freqüentes, 6.25%, picada dor polivalente ou soro
aranhas pouco pequena e 10 ampolas.
agressivas, com despercebida, Dose única.
hábitos noturnos, após as 12 ou 24 Aplicação do soro
encontram-se em horas, dor local deve ser precedida
pilhas de tijolos, com inchaço, mal de teste.
telhas, beiras de estar geral, Consultar bula.
barrancos e também náuseas e febre.
residências. Pode causar
Teia irregular. necrose local.
TARÂNTULA Acidentes Geralmente Nenhum
(LYCOSA) freqüentes, 18,75% sem sintomas,
aranha pouco pode haver
agressiva, com pequena dor local
hábitos diurnos. São podendo evoluir a
encontrados em beira necrose local.
de barrancos,
gramados (jardins) e
residências.
Não faz teia
CARANGUEJEIRAS Acidentes pouco Nenhum Anti-histamínico
freqüentes, as via oral, se
aranhas atingem necessário.
grandes e algumas
são muito agressivas,
possuem ferrões
grandes,
responsáveis por
ferroadas dolorosas.

131

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Principais Aranhas Venenosas do Brasil


- NÃO FAZ TEIA
ARANHA ARMADEIRA - Acidentes muito freqüentes
Phoneutria
- ambiente úmido e interior de residências
(calçados), cachos de banana
- Tamanho médio: 8 cm
SINTOMAS: dor intensa e imediata no local da picada,
vermelhidão, e edema
TRATAMENTO
SINTOMÁTICO: Compressas mornas, analgésico,
infiltração tipo Lidocaína sem
vasoconstritor
TRATAMENTO
ESPECÍFICO: nos casos graves e nos casos em que o
tratamento sintomático não surtir efeito
- soro antiaracnídico polivalente
(5 a 10 ampolas. DOSE ÚNICA)

ARANHA MARROM - TEIA IRREGULAR (lembrando fiapos de algodão)


Loxosceles
- acidentes pouco freqüentes
- ambiente: pilhas de tijolos, telhas, beira de
barrancos, residências, dentro de roupas.
- Tamanho médio: 3 cm
SINTOMAS: dor pouco intensa no momento da picada
- de 12 a 14 horas após, dor com inchaço, mal-
estar geral, arroxeamento e endurecimento
local
- Possibilidade de necrose local.
- Urina cor de Coca-Cola (caso grave)
TRATAMENTO: infiltração local com anestésico do tipo
Lidocaína
TRATAMENTO
ESPECÍFICO: soro antiaracnídico polivalente ou soro
antiloxoscélico (10 ampolas, DOSE ÚNICA)

TARÂNTULA - NÃO FAZ TEIA


Lycosa - acidentes freqüentes
- ambiente: gramados e residências (vestimentas)
- Nomes populares: aranha de grama ou aranha de
jardim
- Tamanho médio: 5 cm
SINTOMAS: dor local pouco intensa, de curta duração.
TRATAMENTO ESPECÍFICO: nenhum.

CARANGUEJEIRA - NÃO FAZ TEIA


- acidentes pouco freqüentes
- ambiente: quente e úmido
- Tamanho médio: 15 cm
- Grandes ferrões, veneno pouco ativo
SINTOMAS: dor local
TRATAMENTO: anti-histamínico, via oral.
TRATAMENTO ESPECÍFICO: nenhum

132

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
ANIMAIS PEÇONHENTOS

Principais Escorpiões Venenosos Do Brasil

ESCORPIÃO AMARELO ESCORPIÃO PRETO


Tityus serrulatus Tityus bahiensis

Dois tipos: ESCORPIÃO AMARELO (Tityus serrulatus)


ESCORPIÃO PRETO (Tityus bahiensis)
Acidentes: pouco freqüentes
Ambientes: pilhas de madeira, cercas sob pedras, cupinzeiros,
residências
Tamanho médio: 8 cm
SINTOMAS: dor local imediata, muito intensa e irradiada (evidencia-se o ponto
ÚNICO da picada ou não, podendo o animal picar mais de uma vez)
TRATAMENTO: Infiltração local com anestésico do tipo Lidocaína.
TRATAMENTO ESPECÍFICO: Usado somente quando o acidentado apresentar
mal-estar geral ou quando a dor persistir mesmo
após duas infiltrações; menores de 12 anos devem
ficar em observação por 24 horas.
- 5 a 10 ampolas de soro antiescopiônico ou antiaracnídico
polivalente. DOSE ÚNICA. A APLICAÇÃO DO SORO DEVE SER
PRECEDIDA DE TESTE.

133

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Em 1966, foi aprovado o Código


CÓDIGO BRASILEIRO DA Brasileiro do Ar, pelo Decreto - lei Nº32
AERONÁUTICA de 18 de novembro, pouco depois
modificado, em parte, pela Lei Nº234 de
(CBAER) 28 de fevereiro de 1967.
O atual CÓDIGO BRASILEIRO DE
AERONÁUTICA foi aprovado e
GENERALIDADES sancionado pela Lei nº7565 de 19 de
dezembro de 1986, lei que contém os
princípios fundamentais para a
regulamentação da aviação civil
DIREITO AÉREO brasileira, onde estão contidas matérias
Complexo de normas jurídicas relativas à navegação aérea, tráfego
relativas à locomoção aérea e sua aéreo, infra - estrutura aeronáutica,
regulamentação no espaço aéreo. tripulação, aeronave, serviços aéreos,
Ex: Telégrafo, TV, condutores contratos de transporte aéreo,
elétricos, telefonia, etc... responsabilidade civil de transportadores
aéreos, infrações e providências
administrativas, prazos extintos, etc...
DIREITO AERONÁUTICO O CBA é apresentado em 11 Títulos,
Complexo de normas jurídicas divididos em capítulos e seções,
relativas à navegação feita pelo ar. Ex: somando um total de 324 artigos.
Aeródromos, hangares, sinalizações,
etc...
FONTES DO DIREITO
AERONÁUTICO:
DIREITO ESPACIAL OU
ASTRONÁUTICO FONTES IMEDIATAS: são as
Relativo ao espaço interplanetário. Convenções e Tratados Internacionais, o
próprio Código Brasileiro de Aeronáutica
e as Leis que antecedem ou dele
O DIREITO AERONÁUTICO decorreram.
No Brasil tem sua origem no FONTES SUPLETIVAS: são os
Regulamento para os Serviços de costumes, o Direito Comum, a doutrina e
Navegação Aérea, aprovado pelo a jurisprudência dos tribunais.
Decreto nº16893 de 22 de julho de 1925.
Como dado histórico, pode - se citar CÓDIGO BRASILEIRO DE
também o Decreto nº20914 de 06 de AERONÁUTICA
janeiro de 1932, que disciplinou a
execução dos serviços aeronáuticos LEI Nº7. 565 de 19 de dezembro de
civis. 1986
O primeiro Código Brasileiro do Ar foi
instituído pelo Decreto - lei Nº483 de 08 Dispõe sobre o Código Brasileiro de
de junho de 1938. Aeronáutica.

134

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA conforme as atribuições definidas nos


respectivos regulamentos.
Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO II

DISPOSIÇÕES DE DIREITO
TÍTULO I INTERNACIONAL PRIVADO

INTRODUÇÃO Art. 3º Consideram - se situadas no


território do Estado de sua
CAPÍTULO I nacionalidade:
DISPOSIÇÕES GERAIS I - as aeronaves militares, bem como
as civis de propriedade ou a serviço do
Art. 1º O Direito Aeronáutico é Estado, por este diretamente utilizadas
regulado pelos Tratados, Convenções e (art. 107, §§ 1º e 3º);
Atos Internacionais de que o Brasil seja II - as aeronaves de outra espécie,
parte, por este Código e pela legislação quando em alto mar ou região que não
complementar. pertença a qualquer Estado.
§ 1º Os Tratados, Convenções e Atos Parágrafo Único. Salvo na hipótese de
Internacionais, celebrados por delegação estar a serviço do Estado, forma indicada
do Poder Executivo e aprovados pelo no Item I deste artigo, não prevalece à
Congresso Nacional, vigoram a partir da extraterritorialidade em relação à
data neles prevista para este efeito, após aeronave privada, que se considera
o deposito ou troca das respectivas sujeita à lei do Estado onde se encontre.
ratificações, podendo, mediante cláusula Art. 4º Os atos que, originados de
expressa, autorizar a aplicação aeronave, produzirem efeito no Brasil,
provisória de suas disposições pelas regem - se por suas leis, ainda que
autoridades aeronáuticas, nos limites de iniciados no território estrangeiro.
suas atribuições, a partir da assinatura Art. 5º Os atos que, provenientes de
(art. 14, 204 a 214). aeronave, tiverem início no território
§ 2º Este código se aplica a nacionais nacional, regem - se pelas leis
e estrangeiros, em todo o território brasileiras, respeitadas as leis do Estado
nacional, assim como, no exterior, até em que produzirem efeito.
onde for admitida a sua Art. 9º Assistência, o salvamento e o
extraterritorialidade. abalroamento regem - se pela lei do
§ 3º A legislação complementar é lugar em que ocorreram (Art. 23, §2º, 49
formada pela regulamentação prevista a 65). Parágrafo único. Quando pelo
neste código, pelas leis especiais, menos uma das aeronaves envolvidas
decretos e normas sobre matéria for brasileira, aplica - se a lei do Brasil a
aeronáutica (art. 12). assistência, salvamento e abalroamento
Art. 2º Para os efeitos deste Código ocorridos em região não submetida a
consideram - se autoridades qualquer Estado.
aeronáuticas competentes as do Art. 10º Não terão eficácia no Brasil,
Ministério da Aeronáutica (Defesa), em matéria de transporte aéreo,
quaisquer disposições de direito
135

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

estrangeiro, cláusulas constantes de desrespeito às normas de direito


contrato, bilhete de passagem, aeronáutico (art. 1º e 12), de tráfego
conhecimento e outros documentos que: aéreo (art. l4, 16 §3º, 17), ou às
I - excluam a competência de foro do condições estabelecidas nas respectivas
lugar de destino; autorizações (art. 14 §§ 1º, 3º, e 4º, 15,
II - visem à exoneração de §§ 1º e 2º, 19 º, parágrafos único, 21,22),
responsabilidade do transportador, coloque em risco a segurança da
quando este Código não admite; navegação aérea ou de tráfego aéreo, a
III- estabeleçam limites de ordem pública, a paz interna ou externa.
responsabilidade inferiores aos
estabelecidos neste Código (Art. 246, CAPÍTULO II
257, 260, 262, 269, 277). TRÁFEGO AÉREO

Art. 14 No tráfego de aeronaves no


TÍTULO II espaço aéreo brasileiro observam - se as
disposições estabelecidas nos Tratados,
DO ESPAÇO E SEU USO PARA FINS Convenções e Atos Internacionais de
AERONÁUTICOS que o Brasil seja parte (art. 1º, § 1º),
neste Código (art. 1º, § 2º) e na
CAPÍTULO I legislação complementar (art. 1º § 3º).
DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO § 1º Nenhuma aeronave militar ou civil
a serviço de Estado estrangeiro e por
Art. 11 O Brasil exerce completa e este diretamente utilizada (art. 3º, I)
exclusiva soberania sobre o espaço poderá, sem autorização, voar no espaço
aéreo acima de seu território e mar aéreo brasileiro ou aterrizar no território
territorial. subjacente.
Art. 12 Ressalvadas as atribuições § 2º É livre o tráfego de aeronave
específicas, fixadas na lei, submetem - dedicada a serviços aéreos privados (art.
se às normas (art. 1º, § 3º), orientação, 177 a 179), mediante informações
coordenação, controle e fiscalização do prévias sobre o voo planejado (art. 14, §
Ministério da Aeronáutica (Defesa): 4º).
§ 3º A entrada e o tráfego, no espaço
I - a navegação aérea; aéreo brasileiro, de aeronave dedicada a
II - o tráfego aéreo; serviços aéreos públicos (art. 175),
III - a infra - estrutura aeronáutica; dependem de autorização, ainda que
IV - a aeronave; previstos em acordo bilateral (art. 203 a
V - a tripulação 213).
VI - os serviços, direta ou § 4º A utilização do espaço aéreo
indiretamente relacionados ao voo. brasileiro, por qualquer aeronave, fica
sujeita às normas e condições
Art. 13 Poderá a autoridade estabelecidas, assim como às tarifas de
aeronáutica deter a aeronave em voo no uso das comunicações e dos auxílios à
espaço aéreo (art. 18) ou em pouso no navegação aérea em rota (art. 23).
território brasileiro (art. 303 a 311),
quando, em caso de flagrante
136

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

§ 5º Estão isentas das tarifas previstas § 4º O prejuízo decorrente do


no parágrafo anterior as aeronaves sobrevoo, do pouso de emergência, do
pertencentes aos aeroclubes. lançamento de objetos ou Alijamento
§ 6º A operação de aeronave militar poderá ensejar responsabilidades.
ficará sujeita às disposições sobre a Art. 17 É proibido efetuar, com
proteção ao voo e ao tráfego aéreo, qualquer aeronave, voos de acrobacia ou
salvo quando se encontrar em missão de evolução que possam consistir perigo
guerra ou treinamento em área para os ocupantes do aparelho, para o
específica. tráfego aéreo, para instalações ou
Art. 15 por questão de segurança da pessoas na superfície.
navegação aérea ou por interesse Parágrafo Único. Excetuam - se da
público é facultado fixar zonas em que se proibição, os voos de prova, produção e
proíbe ou restringe o tráfego aéreo, demonstração quando realizados pelo
estabelecer rotas de determinada fabricante ou por unidades especiais,
aeronave, ou a realização de certos com a observância das normas fixadas
serviços aéreos. pela autoridade aeronáutica.
§ 1º A prática de esportes aéreos tais Art. 18 O comandante de aeronave
como balonismo, volovelismo, asas que receber de órgão controlador de voo
voadoras e similares, assim como os ordem para pousar deverá dirigir - se
voos de treinamento, far-se-ão em áreas imediatamente, para o aeródromo que
delimitadas pela autoridade aeronáutica. lhe for indicado e nele efetuar o pouso.
§ 2º A utilização de veículos aéreos § 1º Se razões técnicas, a critério do
desportivos para fins econômicos, tais Comandante, impedirem de fazê - lo no
como a publicidade, submeter-se-ão às aeródromo indicado deverá ser solicitada
normas dos serviços aéreos públicos ao órgão controlador a determinação de
especializados (art. 201). aeródromo alternativo que ofereça
Art. 16 Ninguém poderá opor - se, em melhores condições de segurança.
razão de direito de propriedade na § 2º No caso de manifesta
superfície, ao sobrevoo de aeronave, inobservância da ordem recebida, a
sempre que este se realize de acordo autoridade aeronáutica poderá requisitar
com as normas vigentes. os meios necessários para interceptar ou
§ 1º No caso de pouso de emergência deter a aeronave.
ou forçado, o proprietário ou possuidor § 3º Na hipótese do parágrafo anterior,
do solo não poderá opor-se à retirada ou efetuado o pouso, será autuada a
partida da aeronave, desde que lhe seja tripulação e apreendida a aeronave (art.
dada garantia de reparação do dano. 13 e 303 a 311).
§ 2º A falta de garantia autoriza o § 4º A autoridade aeronáutica que,
seqüestro da aeronave e a sua retenção excedendo suas atribuições e sem
até que aquela se efetive. motivos relevantes, expedir a ordem de
§ 3º O lançamento de coisas, de bordo que trata o caput deste artigo,
de aeronave, dependerá de permissão responderá pelo excesso cometido,
prévia de autoridade aeronáutica, salvo sendo - lhe aplicada à pena de
caso de emergência, devendo o suspensão por prazo que variará de 30
Comandante proceder de acordo com o (trinta) a 90 (noventa) dias, conversíveis
disposto no art. 171 deste Código. em multa.
137

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Art. 19 Salvo motivo de força maior, as a segurança pública, da própria


aeronaves só poderão decolar ou pousar aeronave ou de seus ocupantes.
em aeródromo cujas características Parágrafo único. Porte de aparelhos
comportarem suas operações. fotográficos, cinematográficos,
Parágrafo único. Os pousos e eletrônicos ou nucleares, a bordo de
decolagens deverão ser executados, de aeronave, poderá ser impedido quando a
acordo com procedimentos segurança da navegação aérea ou o
estabelecidos, visando à segurança e interesse público assim o exigir.
bem estar da população que, de alguma
forma, possa ser atingida pelas CAPÍTULO III
operações.
Art. 20 Salvo permissão especial, ENTRADA E SAÍDA DO ESPAÇO
nenhuma aeronave poderá voar no AÉREO BRASILEIRO
espaço aéreo brasileiro, aterrizar no
território subjacente ou dele decolar, a Art. 22 Toda aeronave proveniente do
não ser que tenha: exterior fará, respectivamente, o primeiro
I - marcas de nacionalidade e pouso ou a última decolagem em
matrícula, e esteja munida dos aeroporto internacional.
respectivos certificados de matricula e Parágrafo único. A lista de aeroportos
aero navegabilidade (art. 109 a 114); internacionais será publicada pela
II - equipamentos de navegação, de autoridade aeronáutica, e suas
comunicações e de salvamento, denominações somente poderão ser
instrumentos, cartas e manuais modificadas mediante lei federal, quando
necessários a segurança do voo, pouso houver necessidade técnica dessa
e decolagem; alteração.
III - tripulação habilitada, licenciada e Art. 23 A entrada no espaço aéreo
portadora dos respectivos certificados, brasileiro ou o pouso, no território
do Diário de bordo (art. 84, parágrafo subjacente, de aeronave militar ou civil a
único) da lista de passageiros, manifesto serviço do Estado estrangeiro sujeitar-
de carga ou relação de mala postal que, se-à às condições estabelecidas (art. 14,
eventualmente, transportar. § 1º).
Parágrafo único: Pode a autoridade § 1º A aeronave estrangeira,
aeronáutica, mediante regulamento, autorizada a transitar no espaço aéreo
estabelecer as condições para voos brasileiro, sem pousar no território
experimentais, realizados pelo fabricante subjacente, deverá seguir a rota
de aeronave, assim como para os voos determinada (art. 14, §§ 1º, 2º, 3º e 4º).
de translado. § 2º A autoridade aeronáutica poderá
Art. 21 Salvo com autorização especial estabelecer exceções ao regime de
de órgão competente, nenhuma entrada de aeronave estrangeira, quando
aeronave poderá transportar explosivos, se tratar de operação de busca,
munições, arma de fogo, material bélico, assistência e salvamento ou de voos por
equipamento destinado a levantamento motivos sanitários ou humanitários.
aerofotogramétrico ou de prospecção, ou Art. 24 Os aeroportos situados na linha
ainda quaisquer outros objetos ou fronteiriça do território brasileiro poderão
substâncias consideradas perigosas para ser autorizados a atender ao tráfego
138

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

regional, entre os países limítrofes, com Art. 27. Aeródromo é toda área
serviços de infra - estrutura aeronáutica, destinada a pouso, decolagem e
comuns ou compartilhados por eles. movimentação de aeronaves.
Parágrafo único: As aeronaves Art. 28. Os aeródromos são
brasileiras poderão ser autorizadas a classificados em civis e militares.
utilizar aeroportos situados em países § 1º Aeródromo civil é o destinado ao
vizinhos, na linha fronteiriça ao território uso de aeronaves civis.
nacional, com serviços de infra - § 2º Aeródromo militar é destinado ao
estrutura aeronáutica comum ou uso de aeronaves militares.
compartilhada. § 3º Os aeródromos civis poderão ser
utilizados por aeronaves militares, e
TÍTULO III aeródromos militares, por aeronaves
DO SISTEMA AEROPORTUÁRIO civis, obedecidas as prescrições
estabelecidas pela autoridade
SEÇÃO I aeronáutica.
DOS AERÓDROMOS Art. 29. Os aeródromos civis são
classificados em públicos e privados.
Art. 26. O sistema aeroportuário é Art.30. Nenhum aeródromo civil
constituído pelo conjunto de aeródromos poderá ser utilizado sem estar
brasileiros, com todas as pistas de taxi, devidamente cadastrado.
pátio de estacionamento de aeronaves, § 1º Os aeródromos públicos e
terminal de carga aérea e de privados são abertos ao tráfego através
passageiros e as respectivas facilidades. de processo, respectivamente, de
Parágrafo único: São facilidades: o homologação e registro.
balizamento diurno e noturno; a § 2º Os aeródromos privados só
iluminação do pátio; serviço contra poderão ser utilizados com permissão de
incêndio especializado e o serviço de seu proprietário, vedada a exploração
remoção de emergência médica; área de comercial.
pré - embarque, climatização, ônibus,
ponte de embarque, sistema de esteira Art. 31.
para despacho de bagagens, carrinhos
para passageiros, pontes de Considera - se:
desembarque, sistema de ascenso e I - Aeroportos: os aeródromos
descenso de passageiros por escadas públicos, dotados de instalações e
rolantes, orientação por circuito fechado facilidades para apoio de operações de
de televisão, sistema semi - automático aeronaves e de embarque e
anunciador de mensagem, sistema de desembarque de pessoas e cargas.
som, sistema informativo de voo, II - Helipontos: os aeródromos
climatização geral, locais destinados a destinados exclusivamente a
serviços públicos, locais destinados a helicópteros.
apoio comercial, serviço de salvamento III - Heliportos: os helipontos públicos,
aquático especializado e outras, cuja dotados de instalações e facilidades para
implantação seja autorizada ou apoio de operação de helicópteros e de
determinada pela autoridade embarque e desembarque de pessoas e
aeronáutica. cargas.
139

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Art. 32. Os Aeroportos e Heliportos Art. 107. As aeronaves classificam - se


serão classificados por ato administrativo em civis e militares.
que fixará as características de cada § 1º Consideram - se militares as
classe. integrantes das Forças Armadas,
Parágrafo único: Os aeroportos inclusive as requisitadas na forma da lei,
destinados às aeronaves nacionais ou para missões militares (art. 3º, I).
estrangeiras na realização de serviços § 2º As aeronaves civis compreendem
internacionais, regulares ou não as aeronaves públicas e as aeronaves
regulares, serão classificados como privadas.
aeroportos internacionais (art. 22). § 3º As aeronaves públicas são as
Art. 37. Os aeródromos públicos destinadas ao serviço do poder público,
poderão ser usados por quaisquer inclusive as requisitadas na forma da lei,
aeronaves, sem distinção de propriedade todas as demais são aeronaves
ou nacionalidade, mediante o ônus da privadas.
utilização, salvo se, por motivo § 4º As aeronaves a serviço de
operacional ou de segurança houver entidades da Administração indireta
restrição de uso por determinados tipos Federal, Estadual ou Municipal são
de aeronaves ou serviços aéreos. consideradas, para os efeitos deste
Parágrafo único: os preços de Código, aeronaves privadas (art. 3º, II).
utilização serão fixados em tabelas § 5º Salvo disposições em contrário,
aprovadas pela autoridade aeronáutica, os preceitos deste Código não se
tendo em vista as facilidades colocadas aplicam às aeronaves Militares reguladas
à disposição das aeronaves, dos por legislação especial (art. 14, § 6º).
passageiros ou da carga, e o custo
operacional do aeroporto. CAPÍTULO II

DA NACIONALIDADE, MATRÍCULA
TÍTULO IV E AERONAVEGABILIDADE
DAS AERONAVES
SEÇÃO I
CAPÍTULO I DA NACIONALIDADE E MATRÍCULA
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 108 A aeronave é considerada da
Art. 106. Considera - se aeronave todo nacionalidade do Estado em que esteja
aparelho manobrável em voo, que possa matriculada.
sustentar - se e circular no espaço aéreo, Art. 109 O Registro Aeronáutico
mediante reações aerodinâmicas, apto a Brasileiro (RAB), no ato da inscrição
transportar pessoas ou coisas. após a vistoria técnica, atribuirá as
Parágrafo único: A aeronave é bem marcas de nacionalidade e matrícula,
móvel registrável para o efeito de identificadoras da aeronave.
nacionalidade, matrícula, aero § 1º A matrícula confere
navegabilidade (Art. 72, I, 109 e 114), nacionalidade brasileira à aeronave e
transferência por ato entre vivos (art. 72, substitui a matrícula anterior, sem
II e 138), publicidade (art. 72, III e 117) e prejuízo dos atos jurídicos realizados
cadastramento geral (art. 72, V). anteriormente.
140

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

§ 2º Serão expedidos os respectivos proibição legal (artigo 75 e parágrafo


certificados de matrícula e nacionalidade único);
e de aero navegabilidade. II - “ex ofício” quando matriculada em
Art. 110 A matrícula de aeronave já outro país;
matriculada em outro Estado pode ser III - quando ocorrer o abandono ou
efetuada pelo novo adquirente, mediante perecimento da aeronave.
a comprovação da transferência da Art. 113. As inscrições constantes do
propriedade; ou pelo explorador Registro Aeronáutico Brasileiro serão
mediante o expresso consentimento do averbadas no certificado de matricula da
titular do domínio. aeronave.
Parágrafo Único. O consentimento do
proprietário pode ser manifestado, por CAPÍTULO III
meio de mandato especial, em cláusula
do respectivo contrato de utilização de DA PROPRIEDADE E EXPLORAÇÃO
aeronave, ou em documento separado. DA AERONAVE
Art. 111 A matrícula será provisório
quando: SEÇÃO II
I - Feita pelo explorador, usuário,
arrendatário, promitente - comprador ou Da Exploração e do Explorador de
por quem, sendo possuidor, não tenha a Aeronave
propriedade, mas tem o expresso Art. 122. Dá - se a exploração da
mandato consentimento do titular do aeronave quando uma pessoa física ou
domínio da aeronave; jurídica, proprietária ou não, a utiliza,
II - O vendedor reserva, para si a legitimamente, por conta própria, com ou
propriedade da aeronave até o sem fins lucrativos.
pagamento total do preço ou até o Art. 123. Considera - se operador ou
cumprimento de determinada condição, explorador de aeronave:
mas consente, expressamente, que o I - a pessoa jurídica que tem a
comprador faça a matrícula. concessão dos serviços de transporte
§ 1º A ocorrência da condição público regular ou a autorização dos
resolutiva, estabelecida no contrato, traz serviços de transporte público não
como conseqüência o cancelamento da regular, de serviços especializados ou de
matrícula, enquanto a quitação ou a táxi aéreo;
ocorrência de condição suspensiva II - o proprietário da aeronave ou quem
autoriza a matrícula definitiva. a use diretamente ou através de seus
§ 2º O contrato de compra e venda, a prepostos, quando se trata de serviços
prazo, desde que o vendedor não aéreos privados;
reserve para si a propriedade, enseja a III - o fretador que reservou a
matrícula definitiva. condução técnica da aeronave, a direção
Art. 112. As marcas de nacionalidade e a autorização sobre a tripulação;
e matrícula serão canceladas: IV - o arrendatário que adquiriu a
I - a pedido do proprietário ou condução técnica da aeronave
explorador quando deva inscrevê-la em arrendada e a autoridade sobre a
outro Estado, desde que não exista tripulação.

141

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Art. 24. Quando o nome do explorador Art. 157 Desde que assegurada à
estiver inscrito no Registro Aeronáutico admissão de tripulantes brasileiros em
Brasileiro, mediante qualquer contrato de serviços aéreos públicos de
utilização, exclui-se o proprietário da determinados países, deve-se promover
aeronave, da responsabilidade inerente à acordo bilateral de reciprocidade.
exploração da mesma; Art. 158 A juízo da autoridade
§ 1º O proprietário da aeronave será aeronáutica poderão ser admitidos como
reputado explorador, até prova em tripulantes, em caráter provisório,
contrário, se o nome deste não constar instrutores estrangeiros, na falta de
no Registro Aeronáutico Brasileiro. tripulantes brasileiros.
§ 2º Provando-se no caso do Parágrafo Único. O prazo de contrato
parágrafo anterior, que havia explorador, de instrutores estrangeiros, de que trata
embora sem ter o seu nome inscrito no este artigo, não poderá exceder de 6
Registro Aeronáutico Brasileiro, haverá meses.
solidariedade do explorador e do 159º Na forma de regulamentação
proprietário por qualquer infração ou pertinente e de acordo com as
dano resultante da exploração da exigências operacionais, a tripulação
aeronave. constituir-se-á de titulares de licença de
voo e certificados de capacidade física e
de habilitação técnica que os credencie
TÍTULO V ao exercício das respectivas funções.
DA TRIPULAÇÃO

CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO DA TRIPULAÇÃO DAS LICENÇAS E CERTIFICADOS
Art. 156 São tripulantes as pessoas
devidamente habilitadas que exercem 160º A licença de tripulantes e os
função a bordo de aeronaves. certificados de habilitação técnica e de
§ 1º A função remunerada a bordo de capacidade física serão concedidos pela
aeronaves nacionais são privativas de autoridade aeronáutica, na forma de
titulares de licença específicas, emitidas regulamentação especifica.
pelo Ministério da Aeronáutica (Defesa) e Parágrafo único. A licença terá caráter
reservada a brasileiros natos ou permanente e os certificados vigorarão
naturalizados. pelo período neles estabelecidos,
§ 2º A função não remunerada, a poderão ser revalidados.
bordo de aeronaves de serviço aéreo Art. 161. Será regulada pela legislação
privado (art. 177) pode ser exercida brasileira a validade da licença e do
por tripulantes habilitados, independente certificado de habilitação técnica de
de sua nacionalidade. estrangeiros, quando inexistir convenção
§ 3º No serviço aéreo internacional ou ato internacional vigente no Brasil e
poderão ser empregados comissários no Estado que os houver expedido.
estrangeiros, contanto que o número não Parágrafo único. O disposto no caput
exceda um terço dos comissários a do presente artigo aplica-se a brasileiro
bordo da mesma aeronave. titular de licença ou certificado obtido em
outro país.
142

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Art. 162. Cessada a validade do Habilitação Técnica e de validade da


certificado de habilitação técnica ou de Capacidade Física do titular, dentro dos
capacidade física, o titular da licença respectivos prazos e condições neles
ficará impedido do exercício da função estabelecidas.
nela especificada.
Art. 163. Sempre que o titular de CONDIÇÕES EXIGIDAS PARA
licença apresentar indício LICENÇA DE COMISSÁRIOS
comprometedor de sua aptidão técnica
ou das condições físicas estabelecidas A concessão da Licença de
na regulamentação específica, poderá Comissários fica sujeita ao atendimento
ser submetido a novos exames técnicos dos requisitos de idade, conhecimentos,
ou de capacidade física, ainda que experiência e aptidão física e mental, o
válidos estejam os respectivos candidato deverá:
certificados.  Ter 18 anos;
Parágrafo único. Do resultado dos  Comprovar conhecimentos de
exames acima especificados caberá socorros de urgência e utilização de
recurso dos interessados à comissão emergência para salvamentos.
técnica especializada ou a junta médica.  Comprovar conhecimentos de
Art. 164 Qualquer dos certificados de regulamentos pertinentes ao
que tratam os artigos anteriores poderá desempenho da função a bordo de
ser caçado pela autoridade aeronáutica aeronaves civis;
se comprovado, em processo  Ter concluído com aproveitamento
administrativo ou em exame de saúde, curso reconhecido pela ANAC;
que o respectivo titular não possui  Possuir aptidão física e mental que
idoneidade profissional ou não está satisfaça os requisitos estabelecidos
capacitado para o exercício das funções para a expedição de um CCF
específicas em sua licença. (Certificado de Capacidade Física) de
Parágrafo único. No caso do presente Segunda classe.
artigo, aplica-se o disposto no parágrafo De posse destas qualificações o
único do artigo 163. candidato obterá as prerrogativas de
exercer as funções de comissário (a) de
CONCESSÃO DE LICENÇA bordo de aeronaves civis.
COMISSÁRIO DE VOO
VALIDADE DA QUALIFICAÇÃO
O D.A. C determina a observância das
normas e recomendações do Anexo 1º Para os titulares da licença de
da estabelecida na portaria nº170/ Comissário serão emitidos:
D.G.A.C.  Licença Permanente
O exercício das prerrogativas às  Certificado de Habilitação Técnica
diferentes licenças far-se-á de forma (CHT) com prazo de 2 anos.
compatível com os respectivos
 Certificado de Capacidade Física
Certificados de Habilitação Técnica
(CCF) atualmente com prazo de
(CHT) e de Capacidade Física (CCF).
validade de 1 ano.
Os certificados regularão o uso da
licença, através da indicação do grau da
143

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

CAPÍTULO III Art. 168 - Durante o período de tempo


DO COMANDANTE DE AERONAVE previsto no artigo 167, o Comandante
exerce autoridade sobre as pessoas e
Art. 165. Toda aeronave terá a bordo coisas que se encontrem a bordo da
um Comandante, membro da tripulação, aeronave e poderá:
designado pelo proprietário ou I - Desembarcar qualquer delas, desde
explorador e que será seu preposto que comprometa a boa ordem, a
durante a viagem. disciplina, ponha em risco a segurança
Parágrafo único. O nome do da aeronave ou das pessoas e bens a
Comandante e dos demais tripulantes bordo.
constarão do Diário de Bordo. II - Tomar as medidas necessárias à
Art. 166. O comandante é responsável proteção da aeronave e das pessoas ou
pela operação e segurança da aeronave. bens transportados;
§ 1º O comandante será também III - Alijar a carga ou parte dela,
responsável pela guarda de valores, quando indispensável à segurança de
mercadorias, bagagens despachadas e voo (art. 16, §3º).
mala postal, desde que lhe sejam Parágrafo único: O Comandante e o
asseguradas pelo proprietário ou explorador da aeronave não serão
explorador condições de verificar a responsáveis por prejuízos ou
quantidade e estado das mesmas. conseqüências decorrentes de adoção
§ 2º Os demais membros da tripulação das medidas disciplinares previstas
ficam subordinados, técnica e neste artigo, sem excesso do poder.
disciplinarmente, ao Comandante da Art. 169 - Poderá o Comandante, sob
aeronave. sua responsabilidade, adiar ou
§ 3º Durante a viagem, o Comandante suspender a partida da aeronave,
é o responsável, no que se refere à quando julgar indispensável à segurança
tripulação, pelo cumprimento da do voo.
regulamentação profissional no tocante Art. 170 - O comandante poderá
a: delegar a outro membro da tripulação as
I - limites da jornada de trabalho; atribuições que lhe competem, menos as
II - limites de voo; que se relacionem com a segurança do
III - intervalos de repouso; voo.
IV - fornecimento de alimentos. Art. 171 - As decisões tomadas pelo
Art. 167 - o Comandante exerce a Comandante na forma dos artigos 167,
autoridade inerente à função desde o 168, 169 e 215, parágrafo único,
momento em que se apresenta para o inclusive em caso de Alijamento (art. 16
voo até o momento em que entrega a §3º), serão registradas no Diário de
aeronave, concluída a viagem. Bordo e, concluída a viagem,
Parágrafo único: No caso de pouso imediatamente comunicadas à
forçado, a autoridade do Comandante autoridade aeronáutica.
persiste até que as autoridades Parágrafo único. No caso de estar a
competentes assumam a carga sujeita a controle aduaneiro, será o
responsabilidade pela aeronave, Alijamento comunicado a autoridade
pessoas e coisas transportadas. fazendária mais próxima.

144

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Art. 172 - O Diário de Bordo, além de mala postal, regular ou não regular,
mencionar as marcas de nacionalidade e doméstico ou internacional.
matrícula, os nomes do proprietário e do § 2º A relação jurídica entre o
explorador, deverá indicar para cada voo empresário e o usuário ou beneficiário
a data, natureza do voo (privado aéreo, dos serviços é contratual, regendo-se
transporte aéreo regular ou não regular), pelas respectivas normas previstas neste
os nomes dos tripulantes, lugar e hora de Código e legislação complementar, e, em
saída e de chegada, incidentes e se tratando de transporte público
observações, inclusive sobre infra- internacional, pelo disposto nos Tratados
estrutura de proteção ao voo que forem e Convenções pertinentes (art. 1º, §1º,
de interesse da segurança em geral. 203 a 213).
Parágrafo único. O Diário de bordo § 3º No contrato de serviços aéreos
referido no caput deste artigo deverá públicos, o empresário, pessoa física ou
estar assinado pelo Piloto Comandante, jurídica, proprietário ou explorador da
que é o responsável pelas anotações, aí aeronave, obriga-se, em nome próprio, a
também incluídos os totais de tempos de executar determinados serviços aéreos,
voo e de jornada. mediante remuneração, aplicando-se o
Art. 173 - O comandante procederá ao disposto nos artigos 222 a 245 quando
assento, no Diário de Bordo, dos se trata de transporte aéreo regular.
nascimentos e óbitos que ocorrerem Art. 176 - O transporte aéreo de mala
durante a viagem, e dele extrairá cópia postal poderá ser feito, com igualdade de
para fins de direito. tratamento, por todas as empresas de
Parágrafo único. Ocorrendo mal súbito transporte aéreo regular, em suas linhas,
ou óbito de pessoas, o Comandante atendendo as conveniências de horário,
providenciará, na primeira escala o ou mediante fretamento especial.
comparecimento de médicos ou da § 1º No transporte de remessas
autoridade policial local, para que sejam postais o transportador só é responsável
tomadas as medidas cabíveis. perante a Administração Postal na
conformidade das disposições aplicáveis
as relações entre eles.
TÍTULO VI § 2ª Salvo o disposto no parágrafo
DOS SERVIÇOS AÉREOS anterior, as disposições deste Código
não se aplicam ao transporte de
CAPÍTULO I remessas postais.
INTRODUÇÃO

Art. 174 - Os serviços aéreos CAPÍTULO II


compreendem os serviços aéreos SERVIÇOS AÉREOS PRIVADOS
privados (art. 177 a 179) e os serviços
aéreos públicos (art. 180 a 221). Art. 177 - Os serviços aéreos privados
Art. 175 - Os serviços aéreos públicos são os realizados, sem remuneração, em
abrangem os serviços aéreos benefício do próprio operador (art. 123,
especializados públicos e os serviços de II) compreendendo as atividades aéreas;
transporte aéreo de passageiro, carga ou I - De recreio ou desportivas;

145

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

II - De transporte reservado ao não - regular ou de serviços


proprietário ou operador da aeronave; especializados.
III - De serviços aéreos especializados, Art. 181 - A concessão somente será
realizados em benefício exclusivo do dada à pessoa jurídica brasileira que
proprietário ou operador da aeronave. tiver:
Art. 178 - Os proprietários ou I - Sede no Brasil;
operadores de aeronaves destinadas a II - Pelo menos 4/5 (quatro quintos) do
serviços aéreos privado, sem fins capital com direito a voto, pertencente a
comerciais, não necessitam de brasileiros, prevalecendo essa limitação
autorização para as suas atividades nos eventuais aumentos do capital
aéreas (art. 14, §2º). social;
§ 1º As aeronaves e os operadores III - Direção confiada exclusivamente a
deverão atender aos respectivos brasileiros.
requisitos técnicos e a todas as § 1º As ações com direito a voto
disposições sobre navegação aérea e deverão ser nominativas se tratar de
segurança de voo, assim como ter empresa constituída sob a forma de
regularmente, o seguro contra danos às sociedade anônima, cujos estatutos
pessoas ou bens na superfície e ao deverão conter expressa proibição de
pessoal técnico a bordo. conversação das ações preferenciais
§ 2º As aeronaves de que trata este sem direito a voto em ações com direito
artigo não poderão efetuar serviços a voto.
aéreos de transporte público (art. 267, § 2º Pode ser admitida a emissão de
§2º). ações preferenciais até o limite de 2/3
Art. 179 - As pessoas físicas ou (dois terços) do total das ações emitidas,
jurídicas que em seu único e exclusivo não prevalecendo às restrições não
benefício, se dediquem à formação ou previstas neste Código.
adestramento de seu pessoal técnico, § 3º A transferência a estrangeiros das
poderão fazê-lo mediante a anuência da ações com direito a voto, que estejam
autoridade aeronáutica. incluídas na margem de 1/5 (um quinto)
do capital a que se refere o item II deste
CAPÍTULO III artigo, dependendo de aprovação da
autoridade aeronáutica.
SERVIÇOS AÉREOS PÚBLICOS § 4º Desde que a soma final de ações
em poder de estrangeiro não ultrapasse
SEÇÃO I o limite de 1/5 (um quinto) do capital,
poderão as pessoas estrangeiras,
DA CONCESSÃO OU naturais ou jurídicas, adquirir ações do
AUTORIZAÇÃO PARA OS SERVIÇOS aumento do capital.
AÉREOS PÚBLICOS Art. 182 - A autorização pode ser
outorgada:
Art. 180 - A exploração de serviços I - As sociedades anônimas nas
aéreos públicos dependerá sempre da condições previstas no artigo anterior;
prévia concessão, quando se tratar de II - As demais sociedades, com sede
transporte aéreo regular, ou da no País, observada a maioria de sócios,
autorização no caso de transporte aéreo o controle e a direção de brasileiros.
146

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Art. 183 - As concessões ou DA DESIGNAÇÃO E AUTORIZAÇÃO


autorizações serão regulamentadas pelo DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS
Poder Executivo e somente poderão ser
cedidas ou transferidas mediante Art. 205 - Para operar no Brasil, a
anuência da autoridade competente. empresa estrangeira de transporte aéreo
deverá:
CAPÍTULO V I - Se designada pelo Governador do
DO TRANSPORTE AÉREO respectivo país;
REGULAR II - Obter autorização de
funcionamento no Brasil (art. 206 a 211);
SEÇÃO I III - Obter autorização para operar os
DO TRANSPORTE AÉREO serviços aéreos (art. 212 e 213).
REGULAR INTERNACIONAL Parágrafo único. A designação é ato
de Governo a Governo, pela via
Art. 203 - Os serviços de transporte diplomática, enquanto os pedidos de
aéreo público internacional podem ser autorização, a que se referem os itens II
realizadas por empresas nacionais ou e III deste artigo são atos da própria
estrangeiras. empresa designada.
Parágrafo único, A exploração desses Art. 206 - O pedido de autorização
serviços sujeitar-se-á: as disposições para funcionamento no País será
dos tratados ou acordos bilaterais instruído com os seguintes documentos:
vigentes com os respectivos Estados e o I - Prova de achar-se a empresa
Brasil; na falta desses, ao disposto neste constituída conforme a lei de seu País;
Código. II - O inteiro teor de seu estatuto social
ou instrumento constitutivo equivalente;
DA DESIGNAÇÃO DE EMPRESAS III - Relação de acionistas ou
BRASILEIRAS detentores de seu capital, com a
indicação, quando houver, do nome,
Art. 204 - O Governo brasileiro profissão e domicílio de cada um e
designará as empresas para os serviços número de ações ou quotas de
de transporte aéreo internacional. participação, conforme a natureza da
§ 1º Cabe a empresa ou empresas sociedade;
designadas providenciarem a IV - Cópia da ata da assembléia ou do
autorização de funcionamento, junto aos instrumento jurídico que deliberou sobre
países onde preferem operar. o funcionamento no Brasil e fixou o
§2º A designação de que se trata este capital destinado as operações no
artigo far-se-á com o objetivo de território brasileiro;
assegurar o melhor rendimento V - Último balanço mercantil
econômico no mercado internacional, legalmente publicado no país de origem
estimular o turismo receptivo, contribuir VI - Instrumento de nomeação do
para o maior intercâmbio político, representante legal no Brasil, do qual
econômico e cultural. devem constar poderes para aceitar as
condições em que é dada a autorização
(artigo 207).

147

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Art. 207 - As condições que o Governo III - nos casos previstos no decreto de
Federal achar conveniente estabelecer autorização ou no respectivo acordo
em defesa dos interesses nacionais bilateral;
constarão de termo de aceitação IV - nos casos previstos em lei (art.
assinado pela empresa requerente e 298);
integrarão o decreto de autorização. Art. 211 - A substituição da empresa
Parágrafo único: Um exemplar do estrangeira que deixar de funcionar no
órgão oficial que tiver feito a publicação Brasil ficará na dependência de
do decreto e de todos os documentos comprovação, perante a autoridade
que o instruem será arquivado no aeronáutica, do cumprimento das
Registro de Comércio da localidade obrigações a que estava sujeita no País,
aonde vier a ser situado o salvo se forem assumidas pela nova
estabelecimento principal da empresa, empresa designada.
juntamente com a prova de depósito, em
dinheiro, da parte do capital destinado às DA AUTORIZAÇÃO PARA OPERAR
operações no Brasil.
Art. 208 - As empresas estrangeiras Art. 212 - A empresa estrangeira
autorizadas a funcionar no País são designada pelo Governo de seu país e
obrigadas a ter permanentemente autorizada a funcionar no Brasil, deverá
representante no Brasil, com plenos obter a autorização para iniciar, em
poderes para tratar de quaisquer caráter definitivo, os serviços aéreos
assuntos e resolve-los internacionais, apresentando à
definitivamente, inclusive para o efeito de autoridade aeronáutica:
ser demandado e receber citações
iniciais pela empresa. Os planos operacionais e técnico, na
Parágrafo único. No caso de falência forma de regulamentação da espécie;
decretada fora do País, perdurarão os A - As tarifas que pretende aplicar entre
poderes do representante até que o pontos de escala no Brasil e as demais
outro seja nomeado, e os bens e valores escalas de seu serviço no exterior;
da empresa não serão liberados para B - O horário que pretende observar.
transferência ao exterior, enquanto não
forem pagos os credores domiciliados no Art. 213 - Toda modificação que
Brasil. envolva equipamento, horário, freqüência
Art. 209 - Qualquer alteração que a e escalas no território nacional, bem
empresa estrangeira fizer em seu assim a suspensão provisória ou
estatuto os atos constitutivos dependerá definitiva dos serviços e o
de aprovação do Governo Federal para restabelecimento de escalas autorizadas,
produzir efeitos no Brasil. dependerá de autorização da autoridade,
Art. 210 - A autorização a empresa aeronáutica, se não for estabelecido de
estrangeira para funcionar no Brasil, de modo diferente em acordo bilateral.
que trata o art. 206, poderá ser cassada: Parágrafo único. As modificações a
I - em caso de falência; que se refere este artigo serão
II - se os serviços forem suspensos, submetidas à autoridade aeronáutica
pela própria empresa, por período com a necessária antecedência.
excedente a 6 (seis) meses;
148

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

DA AUTORIZAÇÃO DE AGÊNCIA DE CAPÍTULO IV


EMPRESA ESTRANGEIRA QUE NÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE
OPERE SERVIÇOS AÉREOS NO AÉREO NÃO-REGULAR
BRASIL
Art.217 Para a prestação de serviços
Art. 214 As empresas estrangeiras de aéreos não regulares de transporte de
transporte aéreo que não operem no passageiro, carga ou mala postal, é
Brasil não poderão funcionar no território necessária autorização de
nacional ou nele manter agência, funcionamento do Poder Executivo, a
sucursal, filial, gerência, representação qual será intransferível, podendo
ou escritório, salvo se possuírem estender-se por período de 5 anos,
autorização para a venda de bilhete de renovável por igual prazo.
passagem ou carga, concedida por Art.218 Além da nacionalidade
autoridade competente. brasileira a pessoa interessada em obter
§ 1º A autorização de que trata este a autorização de funcionamento, deverá
artigo estará sujeita as normas e indicar os aeródromos e instalações
condições que forem estabelecidas pelo auxiliares que pretende utilizar,
Ministério da Aeronáutica (Defesa). comprovando:
§ 2º Não será outorgada a autorização
a empresa cujo País de origem, não I - Sua capacidade econômica e
assegure reciprocidade de tratamento às financeira;
congêneres brasileiras. II - A viabilidade econômica do serviço
§ 3º O representante, agente, diretor, que pretende explorar;
gerente ou procurador deverá ter os III - Que dispõe de aeronaves
mesmos poderes de que trata o art.208 adequadas, técnicos habilitados e
deste Código. estruturas técnicas de manutenção,
próprias ou contratadas;
SEÇÃO II IV - Que faz os seguros obrigatórios.
DO TRANSPORTE DOMÉSTICO
Art.219 Além da autorização de
Art.215 Considera-se doméstico e é funcionamento de que tratam os artigos
regido por este Código, todo o transporte 217 e 218, os serviços de transporte
em que os pontos de partida, aéreo não regular entre pontos situados
intermediários e de destino estejam no País, ou entre ponto no Território
situados em território nacional. Nacional e outro em país estrangeiro,
Parágrafo único. O transporte não sujeitam-se à permissão correspondente.
perderá esse caráter se, por motivo de Art.220 Os serviços de taxi-aéreo
força maior, a aeronave fizer escala em constituem de transporte público aéreo
território estrangeiro, estando, porém em não regular de passageiro ou carga,
território brasileiro os seus pontos de mediante remuneração convencionada
partida e destino. entre o usuário e o transportador, sob a
fiscalização do Ministério da Aeronáutica
(Defesa), e visando a proporcionar
atendimento imediato, independente de
horário, percurso ou escala.
149

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

TÍTULO VII SEÇÃO I

DO CONTRATO DE TRANSPORTE DO BILHETE DE PASSAGEM


AÉREO
Art.227 No transporte de pessoas, o
CAPÍTULO I transportador é obrigado a entregar o
DISPOSIÇÕES GERAIS respectivo bilhete individual ou coletivo
de passagem, que deverá indicar o lugar
Art.222 Pelo contrato de transporte e a data da emissão, os pontos de
aéreo obriga-se o empresário a partida e destino, assim como o nome
transportar passageiro, bagagem, carga, dos transportadores.
encomenda ou mala postal, por meio de Art.228 O bilhete de passagem terá a
aeronave mediante pagamento. validade de 1 ano a partir da data de sua
Parágrafo único. O empresário como emissão.
transportador, pode ser pessoa física ou Art.229 O passageiro tem direito ao
jurídica, proprietário ou explorador da reembolso do valor já pago do bilhete se
aeronave. o transportador vier a cancelar a viagem.
Art. 223 Considera-se que existe um Art.230 Em caso de atraso da partida
só contrato de transporte, quando por mais de 4 horas, o transportador
ajustado num único ato jurídico, por meio providenciará o embarque do
de um ou mais bilhetes de passagem, passageiro, em voo que ofereça serviço
ainda que executado, sucessivamente, para o mesmo destino, se houver, ou
por mais de um transportador. restituirá, de imediato, se o passageiro o
Art.224 Em caso de transporte preferir o valor do bilhete de passagem.
combinado aplica-se às aeronaves os Art.231 Quando o transporte sofrer
dispostos neste Código. interrupção ou atraso em aeroporto de
Art.225 Considera-se transportador de escala por período superior a 4 horas,
fato o que realiza todo o transporte ou qualquer que seja o motivo, o passageiro
parte dele, presumidamente autorizado poderá optar pelo endosso do bilhete de
pelo transportador contratual e sem se passagem ou pela imediata devolução
confundir com ele ou com o do preço.
transportador sucessivo. Parágrafo único. Todas as despesas
Art.226 A falta, irregularidade ou perda decorrentes da interrupção ou atraso da
do bilhete de passagem, nota de viagem, inclusive transporte de qualquer
bagagem ou conhecimento de carga não espécie, alimentação e hospedagem,
prejudica a existência e eficácia do correrão por conta do transportador
respectivo contrato. contratual, sem prejuízo da
responsabilidade civil.
CAPÍTULO II Art.232 A pessoa transportada deve
sujeitar-se as normas legais constantes
DO CONTRATANTE DE do bilhete ou afixadas à vista dos
TRANSPORTE DE PASSAGEIRO usuários, abstendo-se de ato que causa
incômodo ou prejuízo aos passageiros,
danifique a aeronave, impeça ou dificulte
a execução normal do serviço.
150

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Art.233 A execução do contrato de § 5º Procede-se ao protesto, no


transporte aéreo de passageiro caso de avaria ou atraso, na forma
compreende as operações de embarque determinada na seção relativa ao
e desembarque, além de efetuadas a contrato de carga.
bordo da aeronave.
§ 1º Considera-se operação de
embarque a que se realiza desde TÍTULO VIII
quando o passageiro, já despachado no
aeroporto, transpõe o limite da área TÍTULO IX
destinada ao público em geral e entra na
respectiva aeronave, abrangendo o DAS INFRAÇÕES E PROVIDÊNCIAS
percurso feito a pé, por meio mecânicos ADMINISTRATIVAS
ou com a utilização de viaturas.
§ 2º A operação de desembarque CAPÍTULO II
inicia-se com saída de bordo da DAS PROVIDÊNCIAS
aeronave e termina no ponto de ADIMINISTRATIVAS
interseção da área interna do aeroporto e
de saída aberta ao público em geral. Art. 289 Na infração aos preceitos
deste Código ou da Legislação
SEÇÃO II complementar, a autoridade aeronáutica
poderá tomar as seguintes providências
DA NOTA DE BAGAGEM administrativas:
I - Multa;
Art.234 No contrato de transporte de II - Suspensão de certificados,
bagagem o transportador é obrigado a licenças, concessões ou autorizações;
entregar ao passageiro a nota individual III - Cassação de certificados, licenças
ou coletiva correspondente, em duas concessões ou autorizações;
vias com a indicação do lugar e data de IV - Detenção, interdição ou apreensão
emissão, pontos de partida e destino, de aeronave, ou do material
número do bilhete de passagem, transportado;
quantidade, peso e valor declarado dos V - Intervenção nas empresas
volumes. concessionárias ou autorizadas.
§ 1º A execução do contrato inicia-se Art. 290 A autoridade aeronáutica
com entrega ao passageiro da respectiva poderá requisitar o auxílio da força
nota e termina com o recebimento da policial para obter a detenção dos
bagagem. presumidos infratores ou da aeronave
§ 2º Poderá o transportador verificar o que ponha em perigo a segurança
conteúdo dos volumes sempre que haja pública, pessoas ou coisas, nos limites
valor declarado pelo passageiro. do que dispõe este código.
§ 3º Além da bagagem registrada, é Art. 291 Toda vez que se verifique a
facultado ao passageiro conduzir objetos ocorrência de infração prevista neste
de uso pessoal, como bagagem de mão. Código ou na Legislação complementar,
§ 4º O recebimento da bagagem, sem a autoridade aeronáutica lavrará o
protesto, faz presumir seu bom estado. respectivo auto, remetendo à autoridade
ou ao órgão competente para a
151

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

apuração, julgamento ou providência oitenta) dias, podendo ser prorrogada


administrativa cabível. uma vez por igual período.
§ 1º Quando a infração constituir Art. 297 A pessoa jurídica
crime, a autoridade levará, empregadora responderá solidariamente
imediatamente, o fato ao conhecimento com seus prepostos, agentes,
da autoridade policial ou judicial empregados ou intermediários, pelas
competente. infrações por eles cometidas no exercício
§ 2º Tratando-se de crime, em que se das respectivas funções.
deva deter membros de tripulação de Art. 298 A empresa estrangeira de
aeronave que realize serviço público de transporte aéreo que opere no País será
transporte aéreo, a autoridade sujeita a multa e, na hipótese de
aeronáutica, concomitantemente à reincidência, a suspensão ou cassação
providência prevista no parágrafo da autorização de funcionamento no
anterior, deverá tomar as medidas que caso de não atender:
possibilitem a continuação do voo. I - aos requisitos prescritos pelas leis e
Art. 292 É assegurado o direito à regulamentos normalmente aplicados, no
ampla defesa e recurso a quem que se refere ao funcionamento de
responder a procedimentos instaurados empresas de transporte aéreo;
para a apuração e julgamento das II - as leis e regulamentos relativos a:
infrações às normas previstas neste a) Entrada e saída de aeronaves;
Código e em normas regulamentares. b) Sua exploração ou navegação
§ 1º O mesmo direito será assegurado durante a permanência no território
no caso de providências administrativas ou espaço aéreo brasileiro;
necessárias à apuração de fatos c) Entrada ou saída de passageiros;
irregulares ou delituosos. d) Tripulação ou carga;
§ 2º O procedimento será sumário, e) Despacho;
com efeito suspensivo. f) Imigração;
Art. 293 A aplicação das providências g) Alfândega;
ou penalidades administrativas, previstas h) Higiene;
neste Título, não prejudicará nem i) Saúde;
impedirá a imposição, por outras III - às tarifas, itinerários, freqüências
autoridades, de penalidades cabíveis. e horários aprovados; às contidas nas
Art. 294 Será solidária a respectivas autorizações; à conservação
responsabilidade de quem cumprir e manutenção de seus equipamentos de
ordem exorbitante ou indevida do voo no que se relaciona com a
proprietário ou explorador de aeronave, segurança e eficiência do serviço; ou à
que resulte em infração deste Código. proibição de embarcar ou desembarcar
Art. 295 A multa será imposta de passageiro ou carga em voo de simples
acordo com a gravidade da infração, trânsito;
podendo ser acrescida da suspensão de IV - à legislação interna, em seus atos
qualquer dos certificados ou da e operações no Brasil, em igualdade com
autorização ou permissão. as congêneres nacionais.
Art. 296 A suspensão será aplicada
para período não superior a 180 (cento e

152

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

CAPÍTULO III Art. 301 A suspensão poderá ser por


DAS INFRAÇÕES prazo até 180 (cento e oitenta) dias,
Prorrogáveis por igual período.
Art. 299 Será aplicada multa de Art. 302 A multa será aplicada pela
(vetado) até 1.000 (um mil) valores de prática das seguintes infrações:
referência, ou de suspensão ou I - Infrações referentes ao uso das
cassação de quaisquer certificados de aeronaves:
matrícula, habilitação, concessão,
autorização, permissão ou homologação a) Utilizar ou empregar aeronave sem
expedidos segundo as regras deste matrícula;
Código, nos seguintes casos: b) Utilizar ou empregar aeronave com
I - procedimento ou prática, no falsas marcas de nacionalidade ou de
exercício das funções, que revelam falta matrícula, ou sem que elas
de idoneidade profissional para o correspondam ao que consta no
exercício das prerrogativas dos Registro Aeronáutico Brasileiro -
certificados de habilitação técnica; RAB;
II - execução de serviços aéreos de c) Utilizar ou empregar aeronave em
forma a comprometer a ordem ou a desacordo com as prescrições dos
segurança pública, ou com violação das respectivos certificados ou com estes
normas de segurança dos transportes; vencidos;
III - cessão ou transferência da d) Utilizar ou empregar aeronave sem
concessão, autorização ou permissão, os documentos exigidos ou sem que
sem licença da autoridade aeronáutica; estes estejam em vigor;
IV - transferência, direta ou indireta, da e) Utilizar ou empregar aeronave em
direção ou da execução dos serviços serviço especializado, sem a
aéreos ou autorizados; necessária homologação do órgão
V - fornecimento de dados, competente;
informações ou estatísticas inexatas ou f) Utilizar ou empregar aeronave na
adulteradas. execução de atividade daquela para
VI - recusa de exibição de livros, qual se achar licenciada;
documentos contábeis, informações ou g) Utilizar ou empregar aeronave com
estatísticas aos agentes da fiscalização; inobservância das normas de tráfego
VII - prática reiterada de infrações aéreo, emanadas da autoridade
graves; aeronáutica;
VIII - atraso no pagamento de tarifas h) Introduzir aeronave no País, ou
aeroportuárias além do prazo utilizá-la sem autorização de
estabelecido pela autoridade sobrevoo;
aeronáutica; i) Manter aeronave estrangeira em
IX - atraso no pagamento de preços território nacional sem autorização ou
específicos pela utilização de áreas sem que esta haja sido revelada;
aeroportuárias, fora do prazo j) Alienar ou transferir, sem
estabelecido no respectivo instrumento. autorização, aeronave estrangeira
Art. 300 A cassação dependerá de que se encontre no País em caráter
inquérito administrativo no curso da qual transitório, ressalvados os casos de
será assegurada defesa do infrator.
153

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

execução judicial ou de medida


cautelar; II - Infrações imputáveis a
k) Transportar, ciente do conteúdo real, aeronautas e aeroviários ou
carga ou material perigoso ou operadores de aeronaves;
proibido, ou sem desacordo com as
normas que regulam o trânsito de a) Preencher com dados inexatos
materiais sujeitos a restrições; documentos exigidos pela
l) Lançar objetos ou substâncias sem fiscalização
licença da autoridade aeronáutica b) Impedir ou dificultar a ação dos
salvo caso de alijamento; agentes públicos, devidamente
m) Transladar aeronave sem licença; credenciados, no exercício de missão
n) Recuperar ou reconstruir aeronave oficial;
acidentada, sem a liberação do órgão c) Pilotar aeronave sem portar os
competente; documentos de habilitação, os
o) Realizar voo com peso de decolagem documentos da aeronave ou os
ou número de passageiros acima dos equipamentos de sobrevivência nas
máximos estabelecidos; aéreas exigidas;
p) Realizar voo com equipamentos para d) Tripular aeronave com certificado de
levantamento aerofotogramétrico, habilitação técnica ou de capacidade
sem autorização do órgão física vencidos, ou exercer a bordo
competente; função para qual não esteja
q) Transportar passageiros em lugar devidamente licenciado ou cuja
inadequado da aeronave; licença esteja expirada;
r) Realizar voo sem o equipamento de e) Participar da composição de
sobrevivência exigido; tripulação em desacordo com o que
s) Realizar voo por instrumento com estabelece este Código e suas
aeronave não homologada para esse regulamentações;
tipo de operação; f) Utilizar aeronave com tripulante
t) Realizar voo por instrumento com estrangeiro ou permitir a este o
tripulação inabilitada ou incompleta; exercício de qualquer função a bordo,
u) Realizar voo para treinamento de em desacordo com este Código ou
navegação sendo aluno ainda não - com suas regulamentações;
habilitado para tal; g) Desobedecer as determinações da
v) Operar aeronave com plano de voo autoridade do aeroporto ou
visual, quando as condições apresentar-lhe falsas informações;
meteorológicas estiverem abaixo dos h) Infringir as Condições Gerais de
mínimos previstos para esse tipo de Transporte ou as instruções sobre
operação; tarifas;
w) Explorar sistematicamente serviços i) Desobedecer aos regulamentos e
de táxi - aéreo fora das áreas normas de tráfego aéreo;
autorizadas; j) Inobservar os preceitos da
x) Operar rádio- freqüência não regulamentação sobre o exercício da
autorizada, capaz de causar profissão;
interferência prejudicial aos serviços k) Inobservar as normas sobre
de telecomunicações aeronáuticas. assistência e salvamento;
154

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

l) Desobedecer às normas que regulam II - se, entrando no espaço aéreo


a entrada, permanência e a saída de brasileiro, desrespeitar a obrigatoriedade
estrangeiro; de pouso em aeroporto internacional;
m) Infringir regras, normas ou cláusulas III - para exames dos certificados e
de convenções ou atos outros documentos indispensáveis;
internacionais; IV - para verificação de sua carga no
n) Infringir as normas e regulamentos caso de restrição legal (art. 21) ou de
que afetam a disciplina a bordo de porte proibido de equipamento, (§ único
aeronave ou a segurança de voo; do art. 21);
o) Permitir, por ação ou omissão, o V - para averiguação de ilícito.
embarque de mercadorias sem § 1º A autoridade aeronáutica poderá
despacho, de materiais sem licença, empregar os meios que julgar
ou efetuar o despacho em desacordo necessários para compelir a aeronave a
com a licença, quando necessária; efetuar o pouso no aeródromo que lhe
p) Exceder, fora dos casos previstos em for indicado.
lei, os limites de horas de trabalho ou § 2º A autoridade mencionada no
de voo; parágrafo anterior, responderá por seus
q) Operar a aeronave em estado de atos quando agir com excesso de poder
embriaguez; ou com espírito ambulatório.
r) Taxiar aeronave para decolagem, Art. 304 Quando, no caso do item IV,
ingressando na pista sem observar o do artigo for constatada a existência de
tráfego; material proibido, explosivo, ou
s) Retirar-se de aeronave com motor apetrechos de guerra, sem autorização,
ligado sem tripulação a bordo; ou contrariando os termos da que foi
t) Operar aeronave deixando de manter outorgada, pondo em risco a segurança
fraseologia padrão nas pública ou paz entre s nações, a
comunicações radio - telefônicas; autoridade aeronáutica, poderá reter o
u) Ministrar instruções de voo sem estar material de que trata este artigo e liberar
habilitado. a aeronave se, por força de lei, não
houver necessidade de apreendê-la.
CAPÍTULO IV § 1º Se a aeronave for estrangeira e a
carga não puser em risco a segurança
DA DETENÇÃO, INTERDIÇÃO E pública ou a paz entre as nações, poderá
APREENSÃO DE AERONAVE a autoridade aeronáutica fazer a
aeronave retornar ao país de origem pela
Art. 303 A aeronave poderá ser detida rota e prazo determinados, sem retenção
por autoridades aeronáuticas, da carga.
fazendárias ou da polícia federal, nos § 2º Embora estrangeira a aeronave,
seguintes casos: se a carga puser em risco a segurança
pública e a paz entre os povos, poderá a
I - se voar no espaço aéreo brasileiro autoridade aeronáutica reter o material
com infração das convenções ou atos bélico e fazer retornar a aeronave na
internacionais, ou das autorizações para forma do disposto no parágrafo anterior.
tal fim; Art. 305 A aeronave pode ser
interditada:
155

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

I - nos casos do art. 302, I, alíneas “a”


até “n”, II alíneas c, d, j, g.
II - durante a investigação de
acidentes em que estiver envolvida.
§ 1º efetuada a interdição, será
lavrado o respectivo auto, assinado pela
autoridade que realizou e pelo
responsável pela aeronave.
§ 2º será entregue ao responsável
pela aeronave, cópia do auto a que se
refere o parágrafo anterior.
Art. 306 A aeronave interditada não
será impedida de funcionar, para efeito
de manutenção.
Art. 307 A autoridade aeronáutica
poderá interditar a aeronave, por prazo
não superior a 15 (quinze) dias mediante
requisição da autoridade aduaneira, de
polícia ou de saúde.
Parágrafo Único - A requisição deverá
ser motivada, de modo a demonstrar
justo receio de que haja lesão grave, e
de difícil reparação a direitos do poder
público de terceiros; ou que haja perigo à
saúde ou as instituições.
Art. 308 A apreensão da aeronave dar-
se à para preservar a eficácia da
detenção ou interdição, e consistirá em
mantê-la estacionada, com ou sem
remoção para hangar, área de
estacionamento, oficina ou lugar seguro
(art. 155 e 309).
Art. 309 A apreensão da aeronave só
se dará em cumprimento a ordem
judicial, ressalvadas outras hipóteses de
apreensão previstas nesta lei.
Art. 310 Satisfeita as exigências legais,
a aeronave detida, interditada ou
aprendida será imediatamente liberada.
Art. 311 Em qualquer dos casos
previstos neste capítulo, o proprietário ou
explorador da aeronave não terá a
indenização

156

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Exercícios:

01 – O CBA, estabelece a validade da licença do tripulante, por um prazo de:


a) 12 meses; b) 24 meses;
c) Permanente; d) Conforme averbado na licença.

02 – O CBA está regulamentado pela lei:


a) 7183 de 05/05/1984; b) 7565 de 19/12/1986;
c) 65144 de 12/09/1969; d) 3016 de 05/02/1988.

03 – A obrigação do empresário, em transportar passageiros, bagagens, cargas e


encomendas ou malas postais por meio de aeronaves e mediante pagamento, encontra –
se especificado no (na):
a) Lei do Aeronauta; b) Registro Aéreo Brasileiro;
c) Contrato de transporte aéreo; d) Código Brasileiro de Aeronáutica.

04 – A aviação civil abrange as atividades:


a) Comercial, Privada, Desportiva; b) Militar, Comercial e Privada
c) Comercial Privada e jurídica; d) Militar, Pública e Desportiva.

05 – O Órgão responsável pela aviação civil e militar no Brasil é o (a):


a) Força Aérea Brasileira; b) Ministério da Aeronáutica (Defesa);
c) Ministério dos transportes; d) Departamento de planejamento.

06 – O Titular de uma licença concedida pela autoridade competente cujo Certificado de


Habilitação Técnica esteja com a validade vencida:
a) Poderá exercer as funções até a realização de novos exames;
b) Ficará privado do exercício das funções especificadas na licença;
c) Continuará nas funções específicas, pois a licença tem caráter permanente;
d) Poderá exercer as funções específicas em sua licença até 30 dias após o vencimento
do certificado.

07 – No caso de uma infração em que seja aplicada a suspensão do Certificado de


Habilitação Técnica, esta poderá ser por um prazo máximo de:
a) 090 dias, “não” podendo ser prorrogado; b) 180 dias, “não” podendo ser prorrogado;
c) 090 dias, prorrogável por igual período; d) 180 dias, prorrogável por igual período.

08 – O tráfego no Espaço Aéreo brasileiro está sujeito às normas e condições


estabelecidas no Código Brasileiro de Aeronáutica. Tais normas e condições serão
aplicadas:
a) A qualquer aeronave;
b) As aeronaves nacionais;
c) As aeronaves civis e nacionais e estrangeiras;
d) As aeronaves militares nacionais e estrangeiras.
157

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

09 – O pré – requisito para a obtenção da Licença de Comissário é ter:


a) Nível universitário;
b) Experiência em atividade similar;
c) Sido instruído em voo por dez horas;
d) Concluído um curso de formação especificada.

10 – Se o tripulante ficar incapacitado, físico e permanente, ele:


a) Será suspenso por seis meses; b) terá seu certificado cassado;
c) Poderá ser suspenso por 360 dias; d) Deverá submeter – se a novos exames médicos.

11 - As aeronaves são classificadas em:


a) Civis e militares b) Públicas e Privadas;
c) Militares e estaduais; d) Comerciais e Públicas.

12 – Antes de iniciar um voo, o nome do Comandante e dos demais tripulantes deverão


constar no:
a) Check-list; b) Plano de voo;
c) Boletim de Ocorrência; d) Diário de Bordo.

13 – As aeronaves civis dividem – se em:


a) Públicas e Militares; b) Públicas e Privada;
c) Públicas e Comerciais; d) Civis e Militares.

14 – As aeronaves destinadas aos serviços de Órgão do Governo são denominadas:


a) Públicas; b) Privadas;
c) Governamental; d) Estaduais.

15 – As aeronaves brasileiras são registradas no:


a) C.R.F; b) R.A.I;
c) R.A.B; d) C.R.M.

16 – Para que um aeródromo público seja denominado Aeroporto é preciso que:


a) Sirva para fins militares;
b) Ofereça condições para uma aeronave pousar e manobrar, podendo sem em terra, na
água ou flutuante;
c) Tenha instalações adequadas à manutenção e ao atendimento ao público e que sirva
para atender voos internacionais;
d) Seja dotado de instalações e facilidades para o apoio de operações de aeronaves,
embarque, desembarque de pessoas e cargas.

17 – São consideradas território de sua nacionalidade, onde quer que se encontrem as


aeronaves:
a) Civis e Militares; b) Militares e Públicas;
158

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

c) Públicas e Privadas; d) Privadas e Militares.

18 – A prática de contrabando acarretará ao infrator a pena de:


a) Suspensão do Certificado; b) Cassação do Certificado;
c) Cassação da licença de voo; d) Multa e suspensão do certificado.

19 – A execução do contrato de transporte aéreo de passageiro compreende as


operações de embarque e desembarque, além das efetuadas a bordo da aeronave.
a) certo; b) errado.

20 – As aeronaves de transporte aéreo regular pertencentes a empresas de aviação


civil são:
a) Civis; b) Militares;
c) Públicas; d) Governamentais.

21 – Aeronaves em serviço aéreo público de outros Estados, para entrar no Tráfego


Aéreo Brasileiro:
a) Dependem de autorização;
b) Não dependem de autorização se existir acordo bilateral;
c) Não dependem de autorização por se tratar de serviços públicos;
d) Não dependem de autorização, pois o espaço aéreo brasileiro é livre.

22 – O transporte de explosivos e materiais bélicos em geral:


a) Pode ser feito por aeronaves militares, somente;
b) Pode ser feito por qualquer aeronave, independente de autorização;
c) Somente poderá ser feito com autorização especial do órgão competente;
d) Nenhuma das alternativas.

23 – O primeiro pouso e a última decolagem de aeronave em voo internacional deverá


ser feita em:
a) Qualquer aeródromo; b) Somente em aeroportos;
c) Somente em aeródromos público; d) Somente em aeroportos internacionais.

24 – Aeronaves de entidades da administração indireta federal, estadual e municipal,


são consideradas:
a) Privadas; b) Públicas;
c) Governamentais; d) Autárquicas.

25 – A nacionalidade de uma aeronave é:


a) Do estado em que estiver operando; b) Do estado em que estiver matriculada;
c) Depende de acordo bi – lateral; d) Depende do tipo de aquisição efetuada.

159

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

26 – Transporte em que os pontos de partida, intermediários e de destino estejam em


território nacional, é considerado transporte:
a) Nacional; b) Brasileiro;
c) Doméstico; d) Aéreo regular;

27 – A penalidade mais severa que pode ser aplicada a um tripulante, nos termos do
CBA é a:
a) Suspensão do Certificado; b) Cassação da licença;
c) Detenção do Certificado; d) Cassação do Certificado.

28 – Considera – se operador ou explorador da aeronave em serviço especializado ou


taxi aéreo:
a) Toda a tripulação; b) o piloto em comando;
c) O Estado, quando for linha aérea regular; d) A pessoa jurídica que tem
concessão a concessão do serviço

29 – Os Certificados de Habilitação:
a) São permanentes; b) Não podem ser suspensos;
c) São temporários; d) Não podem ser revalidados.

30 – A responsabilidade pela guarda de valores, mercadorias, bagagens despachadas


e malas postal pertencem ao:
a) Comissário chefe; b) Comissário;
c) Co – piloto; d) Comandante da aeronave.

160

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

período de 1914 a 1918 que viria a se


SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL acentuar aceleradamente durante e após
INTERNACIONAL a Segunda Guerra Mundial. Já se
vislumbrava a importância do avião no
relacionamento internacional em tempos
I) INTRODUÇÃO de paz e o pensamento das nações
voltou-se para a regulamentação do seu
emprego nesse campo. Com o início do
transporte aéreo regular em 1919, surgiu
O Transporte Aéreo Internacional é a primeira conferência sobre navegação
uma extraordinária mola que impulsiona aérea Internacional realizada em
o progresso e assegura o entendimento Versailles (França), também em 1919,
e a aproximação entre nações e povos
chamada de "Conferência da Paz" com
graças às características básicas de os seguintes objetivos:
rapidez e segurança que proporciona.
Imagine o grau de dificuldade para 1. Traçar a paz entre os países
uma aeronave comercial cumprindo uma envolvidos na Guerra (1914-
linha aérea internacional, com escalas 1918);
em diversos países em que a tripulação
2. Estabelecer normas técnicas para
tivesse que efetuar comunicações nos a Aviação Civil Internacional
diversos idiomas, utilizar grande criando a Comissão Internacional
variedade de auxílios à navegação e de de Navegação Aérea (CINA);
cartas aeronáuticas sem nenhuma 3. Criação da Liga das Nações
padronização, cumprir formalidades e Unidas que futuramente iria dar
exigências alfandegárias de imigração e lugar á ONU (Organização das
saúde, padronizadas diferentemente de
Nações Unidas -26 de julho de
acordo com a decisão de cada país. 1945);
Com certeza, a concretização desta 4. Formação do Direito Aeronáutico
hipótese tornaria o transporte aéreo
e desenvolvimento da Aviação
internacional economicamente inviável e Civil. Iniciava-se, portanto o
com baixo nível de segurança. processo de internacionalização.
Cujo primeiro objetivo era
II) HISTÓRICO alcançar uma solução para o
problema da caracterização da
Preocupados em equacionar esses natureza jurídica do espaço
problemas, vários países passaram a aéreo. Com relação a essa
reunir-se após a Primeira Guerra natureza jurídica do espaço aéreo
Mundial, quando aumentou o interesse duas correntes se destacaram;
pelo avião não só para o transporte de
armas como também de passageiros e a. Inspiração inglesa: defendia o
cargas. O progresso da aviação no principio da soberania do Estado
período 1906-1914, apesar de notável com relação ao espaço aéreo
para a época, sofreu um processo de sobrejacente a seu território;
desenvolvimento muito mais intenso no

161

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

b. Formação francesa: era favorável


à livre circulação de aeronaves no - CONVENÇÃO DE PARIS:
espaço aéreo. Dessas correntes, realizada em Versailles (França),
surgiram quatro principais teorias: em 1919, chamada “Conferência
da Paz”. Foi criada a CINA
c. TEORIA DA LIBERDADE DO (Comissão Internacional de
ESPAÇO AÉREO: Defendia o Navegação Aérea).
principio da liberdade absoluta de - CONFERÊNCIA IBERO-
navegação aérea sem restrição AMERICANA DE NAVEGAÇÃO
por parte do estado sobrevoado. AÉREA: realizada em 1926 em
Madri (Espanha).
d. TEORIA DA LIBERDADE - CONVENÇÃO DE HAVANA:
RESTRITA DO ESPAÇO realizada em 1928, tratou
AÉREO: Defendia a premissa de principalmente dos Direitos
que a soberania do espaço aéreo Comerciais Aéreos.
resultava da capacidade do - CONVENÇÃO DE VARSÓVIA:
Estado de ocupá-lo, submetê-lo realizada em 1929 e ratificada em
ou transportá-lo; 1933. Para unificação de algumas
regras relativas ao transporte
e. TEORIA DAS ZONAS DE AR aéreo internacional, deixando livres
TERRITORIAL: Previa a divisão as leis nacionais e a
do espaço em zonas; em uma regulamentação dos transportes
primeira faixa definida como ar internos. Estabeleceu regras
territorial, o Estado exerceria total uniformes quanto;
soberania, enquanto que nas a. Direitos e obrigações dos
faixas de ar superiores, seria transportadores aéreos e dos
totalmente livre; usuários de transporte
internacional;
f. TEORIA DA SOBERANIA: b. Limite máximo de
Defendia a extensão da responsabilidade dos
soberania do Estado a toda faixa transportadores aéreos no que
atmosférica sobrejacente ao seu se refere aos passageiros em
respectivo território, caso de morte ou lesão por
caracterizando uma verdadeira acidente ou em caso de atraso
projeção do poder do Estado. nas viagens;
c. Base rígida e segura para a
III) PRINCIPAIS CONVENÇÔES E reparação de danos pessoais;
CONFERÊNCIAS d. Uniformidade com respeito aos
documentos de transporte
CONVENÇÃO: Documentos (bilhete de passagem, nota de
internacionais, multilaterais para ajustes bagagem, conhecimento aéreo
e determinações que, bastante para cargas e encomendas).
generalizadas, definem padrões entre
países.
162

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

- CONVENÇÃO DE ROMA:
realizada em 1933 para unificação Aspecto Técnico: teve como objetivo
de certas regras relativas aos assegurar um transporte ordenado,
danos causados por aeronaves na eficiente e seguro. Tal objetivo foi
superfície; plenamente alcançado;
- CONVENÇÃO DE BRUXELAS: Aspecto Econômico: bastante
realizada em 1938 para unificação complexo e problemático, somente
de certas regras relativas à conseguiu-se harmonia mediante a
assistência e salvamento de celebração de acordos bilaterais, que
aeronaves ou por aeronaves no disciplinam a exploração comercial
mar (não ratificada no Brasil); através da troca de direitos entre os
- CONVENÇÃO DE CHICAGO: Estados. Extinguiu-se a CINA (Comissão
realizada de 01/11 a 07/12 1944, Internacional de Navegação Aérea)
com a presença de 54 nações e criada em 1919 na convenção de Paris e
deu o grande passo no sentido da criou-se a OACI, Organização de
normatização da navegação aérea Aviação Civil Internacional que é uma
internacional. Foi convocada pelos instituição intergovernamental podendo
EUA. fazer parte dela todos os Estados-
Esta convenção aceitou o principio de Membros da ONU.
que cada Estado teria soberania total e IV) OACI (ICAO)
exclusiva sobre o espaço aéreo de seu
território e previu que nenhum serviço É uma “agência especializada" da
aéreo regular internacional poderia ONU, sua sede é em Montreal (Canadá)
operar sobre o território de um Estado - e foi fundada em 1947.
Membro sem consentimento prévio. A OACI é um organismo internacional
Assim consagrou-se a Teoria da no qual se fazem representar Os
Soberania Exclusiva e Absoluta dos Governos de muitos países, inclusive o
Estados sobre o espaço aéreo Brasil; que é extremamente atuante
sobrejacente ao seu território cujos devido à sua importância no contexto
conceitos permanecem até hoje. Houve mundial, no que se refere à aviação civil.
a confrontação de duas correntes Um Delegado serve de elo entre a OACI
antagônicas quanto ao problema de e o governo brasileiro.
concorrência no transporte aéreo
internacional. Uma delas queria a livre
concorrência e a outra a divisão de Objetivos da OACI
tráfego aéreo em cotas distribuídas aos
diversos países. Tal divergência foi tão a. Assegurar o desenvolvimento seguro
profunda que, não foi alcançado e ordenado da aviação civil
integralmente o objetivo de adoção, de internacional no mundo;
um código completo de navegação e de b. Incentivar o desenvolvimento técnico
transporte aéreo. da aeronáutica e de sua operação
para fins pacíficos;
- A Convenção de Chicago c. Estimular o desenvolvimento de
destacou-se por dois aspectos: aerovias (notas) aeroportos e
163

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

facilidades à navegação aérea na Nos projetos de Anexos Técnicos


aviação civil internacional; ficam definidos as Normas Técnicas em
d. Satisfazer as necessidades dos geral e foram padronizados para
povos do mundo relativo ao disciplinar o exercício do transporte
transporte aéreo seguro regular, aéreo. Com o estudo permanente dos
eficiente e econômico; problemas da Aviação Civil na OACI,
e. Evitar o desperdício de recursos outros foram sendo criados permitindo
econômicos causados por uma atualização das matérias.
competição ruinosa; Atualmente são dezoito;
f. Assegurar que os direitos dos Anexo 1 - Licença de pessoal;
Estados contratantes sejam Anexo 2 - Regras do ar (de tráfego
plenamente respeitados e que aéreo);
tenham oportunidades eqüitativas de Anexo 3 - Serviço meteorológico para
operar empresas aéreas navegação aérea internacional;
internacionais; Anexo 4 - Cartas aeronáuticas;
g. Evitar discriminação entre os Estados Anexo 5 - Unidades de medida a
contratantes; serem usadas nas operações no ar e em
h. Contribuir para a segurança dos voos terra;
na navegação aérea internacional
i. Fomentar de um modo geral o Anexo 6 - Operações de aeronaves:
desenvolvimento de todos os Parte 1 – Transporte aéreo comercial
aspectos da aeronáutica civil
internacional. Parte 2 – Aviação geral internacional·
A diferença fundamental entre a OACI Parte 3 – Operações internacionais –
e os órgãos que a precederam, é que ela Helicópteros;
foi criada para funcionar
permanentemente, mantendo uma vigília Anexo 7 - Marcas de nacionalidade e
diária sobre os problemas relacionados de matricula de aeronaves;
ao Transporte Aéreo Internacional. Anexo 8 - Aero navegabilidade;
Ao término foi assinada uma ata final Anexo 9 - Facilitação;
contendo doze resoluções e os cinco Anexo 10 - Telecomunicações
seguintes apêndices. aeronáuticas
- O acordo provisório de Aviação Civil Volume l – Parte I - Equipamentos e
Internacional; rádios
- A Convenção de Aviação Civil Parte II – Rádio-freqüências
Internacional; Volume 2 - Procedimentos das
- O acordo de Serviço de Transito comunicações;
Aéreo Internacional; Anexo 11 - Serviços de tráfego aéreo;
- O acordo de Transporte Aéreo Anexo 12 - Busca e salvamento;
Internacional; Anexo 13 - Investigação de acidentes
- Os projetos de Anexos Técnicos à de aeronaves;
Convenção de Aviação Civil Anexo 14 - Aeroportos;
Internacional Anexo 15 - Informações aeronáuticas;
Anexo l6 - Proteção ao meio ambiente
164

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

Volume 1 - Ruído de aeronaves contratantes. É o poder máximo da


Volume 2 - Emissão de motores organização, que analisa o trabalho
de aeronaves; realizado no período anterior e planeja
Anexo 17 - Segurança - Proteção da as atividades para os três anos
aviação civil internacional contra atos de seguintes.
interferência ilícita;
Anexo 18 - Transporte com segurança SECRETARIADO - Órgão executivo e
de materiais perigosos por via aérea. permanente da Organização e a ele está
Anexo 19 - Gestão da Segurança vinculado o corpo de funcionários da
Operacional. OACI. “““ ““Está estruturado de forma
departamental nos assim chamados
Estrutura da OACI ‘bureau”, que são os seguintes”:
- Navegação aérea;
CONSELHO - é um órgão permanente - Transporte aéreo;
executivo da OACI, composto por 33 - Jurídico;
membros ou Estados, representados por - Assistência técnica/Administração;
seus delegados que dirigem a - Serviços.
organização a nível político. São eleitos
a cada triênio durante a realização da ÓRGÃOS TÉCNICOS - Trabalham de
Assembléia Geral, obedecendo a modo intermitente e são compostos com
critérios como a importância na aviação representantes dos Estados que se
civil mundial e representatividade mantém em ligação com seus
regional. Atualmente os grupos estão correspondentes que operam na
assim divididos: estrutura do Secretariado. São eles:
1º Grupo: Alemanha, Austrália, Brasil,
Canadá, EUA, Federação Russa, a. COMISSÃO DE NAVEGAÇÃO
França, Itália, Japão, Reino Unido; AÉREA: Trata das questões técnicas
2º Grupo: Arábia Saudita, Argentina, do interesse da aviação civil. É o
Bélgica, Colômbia, China, Egito, principal órgão a quem compete o
Espanha, Finlândia, Índia, Islândia, desenvolvimento de normas
México, Países Baixos, Venezuela; internacionais, responsável pelos
3º Grupo: Camarões, Chile, Equador, exames, coordenação e
Ghana, Honduras, Indonésia. Iraque, planejamento de todo trabalho da
Líbano, Marrocos, Madagascar, OACI;
Nicarágua, Nigéria, Paquistão, Quênia, b. COMITÊ DE TRANSPORTE
Senegal, Tanzânia, Tunísia, AÉREO: Trata das questões que tem
Checoslováquia, Trinidad e Tobago. reflexos nos interesses comerciais
das empresas aéreas;
ASSEMBLÉIA - Órgão soberano e c. COMITÊ DE AJUDA COLETIVA
não permanente constituído por todos PARA OS SERVIÇOS DE
Estados contratantes, que se reúnem a NAVEGAÇÃO AÉREA: Visa apoiar
cada três anos e extraordinariamente, os Estados mais carentes na
em qualquer época por convocação do melhoria de seus serviços de apoio à
Conselho ou a pedido de dez Estados aviação civil;
165

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

d. COMITÊ DE FINANÇAS: Trata do Tem sua sede localizada em Montreal


planejamento e controle dos gastos (Canadá) se qualifica como uma
da Organização, a qual depende da entidade privada internacional neutra e
contribuição dos Estados; sem fins lucrativos e sua manutenção
e. COMITÊ SOBRE INTERFERÊNCIA está baseada nas cotas que as
ILÍCITA NA AVIAÇÃO CIVIL Empresas pagam.
INTERNACIONAL: Trata do Atualmente conta com mais de 150
desenvolvimento de métodos para membros representando mais de 100
melhorar a segurança contra atos bandeiras. Os serviços administrativos
que ponham em risco a Aviação Civil; das conferências de tráfego da IATA
f. COMITÊ JURÍDICO: trata do estudo funcionam nas delegações instaladas em
e desenvolvimento de novos Nova Iorque, Paris e Singapura.
instrumentos jurídicos do interesse A (Câmara de Compensação está
da coletividade dos Estados, bem instalada em Londres).
como do aperfeiçoamento dos O Serviço de Inspeção tem sede em
instrumentos já existentes. Nova Iorque e gabinetes em Londres;
Bangkok e Rio de Janeiro.
Nota: As Comissões são Permanentes
As Conferências não são
permanentes Objetivos da IATA

V) I A T A (Internacional Air Transport a. Assegurar transportes aéreos rápidos


Association) cômodos, seguros eficientes e
econômicos tanto para empresas
Associação Internacional De como para o público.
Transporte Aéreo b. Criar meios necessários para a
colaboração entre as empresas de
Foi fundada em Abril de 1945 em transporte aéreo, encontrando
Havana (Cuba) pelas empresas de soluções para os problemas que
transporte aéreo de inúmeros países; ultrapassam as possibilidades de
visando a resolução dos problemas qualquer empresa agindo
resultantes do rápido desenvolvimento isoladamente;
da aviação civil. c. Atuar, perante os governos, como
A IATA é uma associação de agente na negociação de acordos
Empresas de Transporte Aéreo, criada internacionais sobre tarifas, rotas e
com o intuito de atender aos interesses métodos comerciais;
comuns das mesmas sem, contudo criar d. Cooperar com a OACI e com outras
monopólios dos serviços oferecidos por organizações;
seus membros ou dividir continentes em e. Em relação ao público em geral:
áreas de influência, mas sim ser um - Elevado nível de serviços
instrumento de cooperação, visando a eficientes em qualquer parte
organização do tráfego aéreo do mundo;
internacional. - Práticas comerciais corretas;

166

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

- Simplificação de ÁREA 2 – Inclui a Europa África e o


formalidades; Oriente Médio;
- Aplicação de tarifas baixas. ÁREA 3 – Abrange a Ásia e a
Oceania.
Todas as Empresas aéreas que
tenham sido autorizadas por parte de um VI) CLAC - Comissão Latino-
país elegível como Americana De Aviação Civil
Membros da OACI a explorar serviços
aéreos regulares podem fazer parte da Teve sua origem nas conferências
IATA. Regionais de Aviação Civil - CRAC.
Sendo que a primeira realizou-se no Rio
MEMBROS ATIVOS: as empresas de Janeiro, em 1959 por iniciativa do
aéreas que exploram serviço aéreo Brasil, Argentina e Uruguai. A Segunda
internacional; realizou-se no Uruguai em 1960, e a
terceira, em Bogotá em 1962, na qual foi
MEMBROS ASSOCIADOS: as proposta a criação de uma Secretaria
empresas aéreas de transporte Permanente, com inteira colaboração da
doméstico. OACI cujo objetivo seria a consolidação
ESTRUTURA DA IATA da defesa dos interesses da região no
campo da aviação civil internacional.
A estrutura da IATA, no seu mais alto Outras reuniões foram realizadas e, em
nível de decisão, é representada pela 1965 na cidade de Montevidéu, concluiu-
Assembléia. se pela adoção de várias
Geral e pelo Comitê Executivo, que é recomendações, dentre elas a criação de
eleito para um mandato de três anos. É um Grupo Técnico permanente vinculado
integrado por 21 Presidentes de a OACI para estudar as matérias da
empresas aéreas atendendo uma aviação civil.
representação regional e proporcional. As discussões prosseguiram e
Há também os denominados Comitês finalmente surgiu a CLAC, como
Permanentes, que são integrados por Organismo fruto das conclusões
membros das Empresas Aéreas filiadas acordadas na 2ª Conferência Latino-
a IATA e por elementos do Secretariado Americana de autoridades Aeronáuticas,
da Organização. São eles: realizada em Dezembro de 1973.
Seu objetivo principal é assegurar às
a. Jurídico; Autoridades Aeronáuticas da aviação
b. Financeiro; Civil Internacional dos Estados da
c. Comercial ou de tráfego; Região Latino-Americana, um
d. Operativo ou Técnico. instrumento adequado à discussão e
planejamento das medidas necessárias e
A IATA realiza a coordenação do úteis à cooperação e coordenação das
Transporte Aéreo Mundial, adotando um atividades da aviação civil diante disto,
sistema de áreas. só participam da CLAC, as Autoridades
Aeronáuticas responsáveis pela
ÁREA 1 - Compreende as Américas; administração da aviação civil
167

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

internacional dos estados situados na A história da AITAL quanto à


área geográfica denominada Latino- necessidade se confunde com a da
Americana, integrada pela América do IATA. Comparando-se a IATA a OACI,
Sul, Central e Caribe. podemos comparar AITAL a CLAC.
Sua estrutura conta com um Enquanto a OACI e a CLAC são
Presidente, Vice-presidente e Comitê entidades públicas, a IATA e a AITAL
Executivo. são entidades privadas.
As Assembléias realizam-se a cada A AITAL foi criada e é mantida pelas
dois anos. empresas aéreas do continente latino-
A CLAC tem sua sede em Lima no americano e subsiste através das quotas
Peru. pagas pelas mesmas Empresas
Associadas.
VII) AITAL - Associação Internacional Sua atuação se justifica quando,
De Transporte Aéreo Latino- através de objetivos comuns, consegue
Americano sensibilizar as demais Associadas da
IATA para os problemas específicos
Latino-Americanos. A AITAL foi criada
em 1980 na cidade de Bogotá com
a finalidade de tratar dos problemas do Mais tarde, em 20 de outubro de
transporte aéreo, das tarifas aéreas e de 1949, foi formalmente criada a CERNAI,
seu cumprimento, apoiando as empresas já como organismo permanente,
coligadas, inclusive nos direitos de definindo - se legalmente suas
tráfego a que fazem jus, congregando-as atribuições.
e coordenando os esforços de seus A CERNAI é um órgão eminentemente
membros no sentido de facilitar a solução político de assessoramento do Ministro
de problemas do transporte aéreo dentro da
da região. Aeronáutica que tem por finalidade
estudar, planejar, orientar e coordenar os
VIII - CERNAI: COMISSÃO DE assuntos relativos à Aviação Civil
ESTUDOS RELATIVOS À Internacional.
NAVEGAÇÃO AÉREA
INTERNACIONAL. A Ela Compete:
A criação da CERNAI foi uma a. O estudo, a elaboração de relatórios
conseqüência natural da adesão do e a emissão de pareceres com
Brasil à Convenção de Chicago. Os referência a acordos sobre transporte
complexos temas jurídicos, econômicos, aéreo, convenções de demais atos
técnicos e políticos oriundos daquela internacionais relativos à aviação civil
adesão, exigiam um organismo que se internacional;
encarregasse de processá-los, portanto, b. O exame e parecer relativo à
em 1946 , criou-se uma Comissão no designação e ao funcionamento
Ministério da Aeronáutica (Defesa) com a jurídico de empresas estrangeiras de
atribuição específica de tratar destes transporte aéreo, para operarem em
assuntos. território nacional;

168

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

c. Estabelecimento de bases e a i. O apoio contínuo e permanente à


colaboração de projetos de delegação brasileira junto à OACI.
instruções para a orientação de
delegações brasileiras a congressos, Estrutura do CERNAI
convenções, assembléias, É composta por três setores principais:
conferências, reuniões de consulta,
conversações e negociações, 1. PRESIDÊNCIA: exercida por um
pertinentes à aviação civil Oficial General do quadro de
internacional; aviadores designado pelo Presidente
d. A promoção de estudos relativos às da República por indicação do
questões de direito aeronáutico, Ministro da aeronáutica.
decorrentes de acordos. Convenções ASSISTENTE; Exercido por um
e demais atos internacionais, Coronel da ativa da aeronáutica, tem
referentes á aviação civil como atribuição básica organizar e
internacional. distribuir para as assessorias todas
e. A promoção junto aos órgãos as solicitações dirigidas à CERNAI.
competentes do cumprimento dos
atos internacionais sobre aviação civil 2. ASSESSORIAS SETORIAIS:
internacional ratificado pelo Brasil; Composta por Oficiais e Civis da
f. O estudo e a proposição das Aeronáutica com experiência nas
medidas julgadas adequadas à áreas jurídicas, de navegação aérea
constante atualização da política e de transporte aéreo internacional,
aeronáutica de transporte aéreo, no terá por finalidade realizar estudos e
campo internacional observando dar pareceres que serão submetidos
seus fundamentos jurídicos, técnicos ao Plenário da CERNAI.
econômicos e correlatos;
g. Apreciação sobre: 3. PLENÁRIO: Tem por finalidade
- Pedido de aumento de capacidade apreciar e deliberar sobre as
que seja por alteração de freqüência, matérias relacionadas com a aviação
mudança de equipamento ou civil internacional, que lhe forem
configuração; submetidas pelo Presidente da
- A inclusão ou a suspensão de comissão. E constituído pelo
escalas constantes dos quadros de Presidente da CERNAI e mais 18
Notas dos acordos sobre transportes membros efetivos, representantes de
aéreos firmados pelo Brasil, bem diversos órgãos do Ministério da
como das concessões unilaterais; Aeronáutica (Defesa), Ministério das
h. A necessidade de se estabelecer Relações Exteriores e da
limitações ao levantamento de EMBRATUR.
tráfego aéreo, quando este não
estiver sendo exercido na A CERNAI a quem compete a
conformidade dos acordos sobre atualização permanente internacional
transportes aéreos firmados pelo tem contato direta e indiretamente com
Brasil e das concessões unilaterais; as seguintes autoridades
governamentais e internacionais:
169

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

c. Ações unilaterais /Exigências fiscais -


- Ministério da Aeronáutica (Defesa); Cobrança de tarifas;
em especial a ANAC; d. Ações não ortodoxas - Por parte das
- Ministério das Relações Exteriores; empresas aéreas com o objetivo de
- As Empresas Aéreas e por via delas obter maior participação no mercado;
a IATA e a AITAL; e. Altos interesses financeiros;
- A área econômica do governo; f. Evolução tecnológica - Preocupação
- OACI; com ruído provocado pelos motores
- CLAC. das aeronaves;
g. Restrição da capacidade de
Quanto ao Relacionamento passageiros;
Aeronáutico Internacional, o CERNAI é h. Restrição ao tráfego de 5ª Liberdade
responsável por tratar deste assunto. do Ar - Principalmente para as
Pode ser FORMAL, mediante a empresas Européias, medida,
assinatura de um Memorando de unilateral por parte do governo
Entendimento ou de Acordo de Serviço brasileiro.
Aéreo entre as partes e, INFORMAL
mediante autorização informal de uma Conceituação das Liberdades do Ar
das partes sem qualquer As Liberdades do Ar são um conjunto
comprometimento da outra. de direitos da Aviação Comercial que
A maioria das dificuldades concedem à(s) empresa(s) aérea(s) de
encontradas nas negociações de um Estado a prerrogativa de entrar no
acordos é causada pelas diferenças de espaço aéreo e pousar no território de
interesse ou filosofias das Nações outro Estado. Foram formuladas em
envolvidas. Quanto mais nações virtude de desentendimentos acerca da
participarem de um acordo, mais difíceis proposta liberalização dos serviços
serão as negociações e menos áreas aéreos na Convenção de Chicago, de
poderão atingir um consenso. Alguns 1944. Estabeleceu-se, então, um
exemplos: conjunto padronizado de direitos aéreos
que seriam negociados entre os Estados.
a. Interesses Ideológicos e Econômico- Primeira Liberdade
Geográficos - são comuns em países O direito de sobrevoar o território do
com mercado interno pequeno e Estado contratante sem pousar.
grande capacidade e serviços
oferecidos por empresas de Segunda Liberdade
transporte aéreo; O direito de fazer uma escala técnica
b. Deregulation - forma de competição (reabastecimento ou manutenção) no
na indústria do transporte idealizada território do outro Estado contratante,
pelo governo Americano. Significa o sem embarcar ou desembarcar
fato do mercado regular a aviação passageiros ou carga.
comercial em alguns países, não
deixando de lado a preocupação de Terceira Liberdade
evitar a competição ruinosa como O direito de transportar passageiros e
consequência de tal medida. carga do território do Estado de
170

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA

nacionalidade da aeronave para o outro Estado contratante, sem continuar


território do outro Estado contratante. o serviço aéreo para o território do
Estado de nacionalidade da aeronave.
Quarta Liberdade Trata-se de direitos de cabotagem pura,
O direito de transportar passageiros e raramente concedidos.
carga do território do outro Estado
contratante para o território do Estado de
nacionalidade da aeronave.

Quinta Liberdade
O direito de transportar passageiros e IX) CONCLUSÃO
carga entre o território do outro Estado O Sistema de Aviação Civil Internacional
contratante e o território de um terceiro só existe em função do desenvolvimento
Estado, no âmbito de um serviço aéreo do transporte aéreo do mundo e para ele
destinado a ou proveniente do Estado de deve trabalhar visando atender o usuário
nacionalidade da aeronave. de maneira segura e eficiente seja ele
carga, passageiro ou correio.
Sexta Liberdade É matéria essencialmente dinâmica,
O direito de transportar passageiros e objeto de atualização constante e para
carga, através do território do Estado de tanto se torna imprescindível que os
nacionalidade da aeronave, entre o órgãos de governo assessorados pelas
território de um terceiro Estado e o empresas, seus braços comerciais,
território do outro Estado contratante. mantenham-se permanentemente
atentos à evolução sob pena de
Sétima Liberdade prejuízos irreparáveis.
O direito de transportar passageiros e Cabe, portanto, a todos os que militam
carga entre o território do outro Estado como componentes do Sistema a
contratante e o território de terceiro responsabilidade de prestar sua
Estado, sem continuar o serviço aéreo colaboração à aviação civil valorizando-a
para o território do Estado de em sua devida dimensão.
nacionalidade da aeronave.

Oitava Liberdade
O direito de transportar passageiros e
carga entre dois pontos no território do
outro Estado contratante, no âmbito de
um serviço aéreo destinado a ou
proveniente do Estado de nacionalidade
da aeronave. Trata-se de direitos de
cabotagem, raramente concedidos.

Nona Liberdade
O direito de transportar passageiros e
carga entre dois pontos no território do
171

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL

Superintendência de Estudos, Pesquisas e


SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL Capacitação para a Aviação Civil
BRASILEIRO SAF- Superintendência de Administração e
Finanças
SISCEAB- Sistema de Controle do Espaço
Aéreo Brasileiro
1- Abreviaturas: SRPV- Serviço Regional de Proteção ao Voo

ANAC- Agência Nacional de Aviação Civil 2- O Sistema De Aviação Civil


CEMAL- Centro de Medicina Aeroespacial Brasileiro No Contexto Do Poder
CENIPA- Centro de Investigação e Aeroespacial
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
CERNAI- Comissão de Estudos à
Navegação Aérea Internacional
A Constituição Brasileira foi outorgada
CINDACTA- Centro Integrado de Defesa em 1988 e é, seguindo os seus
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo preceitos, que o Ministério da
COMAR- Comando Aéreo Regional Aeronáutica (Defesa) desenvolve o
COMARA- Comissão de Aeroportos da Poder Aeroespacial.
Região Amazônica Poder
CONAC- Conselho Nacional de Aviação Algumas definições;
CTA- Comando Geral de Tecnologia Capacidade natural de agir. Ex.: um
Aeroespacial líder tem o poder de eletrizar as massas.
DECEA- Departamento de Controle do
1. Faculdade moral ou legal, ou ainda o
Espaço Aéreo
DIRENG- Diretoria de Engenharia da
direito de fazer alguma coisa. Ex.: o
Aeronáutica Presidente da República, no regime
DIRSA- Diretoria de Saúde da Aeronáutica Presidencialista tem o poder de
DTCEA- Destacamento de Controle do vetar um projeto de lei.
Espaço Aéreo 2. O termo designa concretamente a
GER- Gerência Regional de Aviação Civil autoridade, os órgãos que exercem o
HASP- Hospital de Aeronáutica de São poder e o governo. Dividido
Paulo classicamente em: Poder Executivo,
INFRAERO- Empresa Brasileira de Infra Legislativo e Judiciário.
Estrutura Aeroportuária
SAC- Sistema de Aviação Civil
SERIPA- Serviço Regional de Investigação Poder Nacional
e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos É a expressão integrada dos meios de
SICONFAC- Sistema Integrado de toda ordem, de que a Nação
Controle e Fiscalização de Aviação Civil efetivamente dispõe no considerado
SIPAER- Sistema de Investigação e momento para, promover no campo
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos internacional e no âmbito interno, a
SSA- Superintendência de Serviços consecução dos objetivos nacionais.
Aéreos
É a capacidade da Nação em perseguir
SIE- Superintendência de Infra Estrutura
Aeroportuária seus objetivos permanentes, que se
SSO- Superintendência de Segurança desenvolvem em cinco dimensões
Operacional distintas:
SRI- Superintendência de Relações - Poder Militar;
Internacionais - Poder Econômico
172

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL

- Poder Político serviços e apoios objetivando maior


- Poder Psico-Social; eficiência, segurança e economia.
- Poder Aeroespacial. Ao Ministério da Aeronáutica
- competia o estudo e o despacho de
Poder Aeroespacial todos os assuntos relativos à atividade
Com o domínio dos ares pelo homem, da aviação nacional (civil e militar)
a expressão militar do Poder Nacional se dirigindo-a técnica e administrativamente.
expandiu em nova direção, trazendo no Cabia ainda ao MAER:
seu bojo a concepção de Poder Aéreo  Propor a organização e providências
que, com o desenvolvimento tecnológico para o reaparelhamento e
sem precedentes das últimas décadas adestramento da Força Aérea
permitiu ao homem acessar o espaço Brasileira inclusive de elementos
exterior introduzindo o conceito atual de para integrar forças combinadas ou
Poder Aeroespacial: É a projeção do conjuntas;
Poder Nacional, resultante da  Orientar, coordenar e controlar as
capacidade aeronáutica e espacial de atividades de Aviação Civil, tanto
que dispõe a nação para controlar e comerciais como privadas e
utilizar o espaço aéreo com propósitos desportivas;
definidos.  Estabelecer, equipar e operar
À definição somou-se a vontade diretamente ou mediante autorização
política suportada por uma doutrina ou concessão, a infraestrutura
aeroespacial que reuniu todos os meios aeronáutica, inclusive os serviços de
aeroespaciais sob um comando apoio necessários à navegação
unificado. aérea;
 Orientar, incentivar e realizar
Resumo Histórico pesquisas e desenvolvimento de
1920- Criada a Inspetoria Federal de interesse da aeronáutica obedecendo
Viação Marítima e Fluvial, acumulando quanto às de interesse militar, ao
atribuições referentes à navegação e previsto na lei.
indústria aeronáutica, emergentes a
época. 1969 – Instituído o Sistema de Aviação
1931- Criado o Departamento de do Ministério da Aeronáutica com a
Aviação Civil (DAC), subordinado ao finalidade de organizar as atividades
antigo Ministério de Viação e Obras necessárias ao funcionamento e ao
Públicas. desenvolvimento da aviação civil.
1941- Criado o Ministério da
Aeronáutica (Defesa) 1972-Constituída a Empresa Brasileira
Esta foi a filosofia adotada pelo Brasil, de Infra Estrutura Aeroportuário
ao criar o MINISTÉRIO DA (INFRAERO)
AERONÁUTICA (MAER). Em 20 de Empresa Brasileira de Infraestrutura
janeiro de 1941, Decreto Lei nº2961 com Aeroportuária: empresa pública
o objetivo de aglutinar as atividades da destinada a implantar, operar,
aviação civil e militar, utilizando a mesma administrar comercial e industrialmente a
infra-estrutura e dispondo dos mesmos infra-estrutura aeroportuária.

173

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL

Administra os principais aeroportos do Defesa (MD) é o órgão do Governo


país com eficiência, rapidez, conforto e, Federal incumbido de exercer a direção
sobretudo dentro dos padrões de superior das Forças Armadas,
segurança exigidos. constituídas pela Marinha, Exército e
Fundada em 12 de dezembro de 1972, Aeronáutica. Nesta data o Ministério da
mas começou a funcionar em 1973, tem Aeronáutica passou a ser denominado
sua sede em Brasília - DF. Sua diretoria Comando da Aeronáutica.
é constituída de um Presidente que traça
a política da empresa, um Vice- 2000- Instituído o Conselho de
presidente que está coordenado à ação e Aviação Civil, pelo decreto nº 3.564/200,
por quatro diretores voltados para as 17 de agosto de 2000, e alterado pelos
atividades comerciais, técnicas, Decretos nº 3.955/2001, de 5 de outubro
administrativas e econômico-financeiras. de 2001,e nº5.419/2005, de 13 de abril
Nos aeroportos encontram-se de 2005.É o órgão de assessoramento
administradores e/ou gerentes que são do Presidente da República para a
os executadores finais da política traçada formulação da política de aviação civil.
pela sede.
2005- Criada a Agência Nacional de
Objetivos: Aviação Civil – ANAC, entidade
a. Segurança geral dos aeroportos; integrante da administração pública
b. Desimpedindo movimento de federal indireta, submetida a regime
aeronaves no solo e seu rápido autárquico especial, vinculado ao
desembaraço para o voo; Ministério da Defesa, criada pela lei nº
c. Rápido embarque e desembarque 11.182/2005.
dos passageiros e suas bagagens
com o mínimo de inconvenientes; Agência Nacional De Aviação Civil
d. Controlar o manuseio de carga (ANAC)
aérea e armazenada;
e. A proteção e conforto de todos os É o órgão central do SAC e tem como
que se utilizam do aeroporto; atribuição primordial a consecução dos
f. A prevenção da ordem, disciplina e objetivos da política aeroespacial
a melhor apresentação possível do nacional no setor da aviação civil pública
aeroporto. e privada, estudando, planejando,
orientando, controlando, incentivando e
As receitas aeroportuárias são apoiando tais atividades.
arrecadadas através de; Desta forma, tem as seguintes
- Tarifas aeroportuárias fixadas pelo atribuições:
Ministério da Aeronáutica; a. Orientar, incentivar e apoiar a
- Arrendamento de área e/ou formação e a especialização de
instalações existentes no recursos humanos, bem como
aeroporto; controlar periodicamente suas
qualificações;
1999- Criado o Ministério da Defesa b. Orientar e controlar serviços aéreos,
(10 de junho de 1999). O Ministério da portanto o transporte aéreo civil e

174

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL

demais atividades da aviação civil CENIPA, órgão pertencente à estrutura


pública privada. do comando da aeronáutica – COMAER.
c. Coordenar e orientar,
normativamente o funcionamento do Sistema de Controle do Espaço Aéreo
SAC; Brasileiro-SISCEAB
d. Planejar e elaborar as propostas para
os orçamentos dos programas anuais O controle do espaço aéreo brasileiro é
necessários ao desempenho das parte da infraestrutura aeronáutica que
atividades da aviação civil; se dedica a garantir a fluidez,
Orientar, coordenar e controlar a regularidade e segurança da circulação
instalação e a operação de infra- aérea no país, gerenciando a
estrutura aeroportuária, inclusive, no que movimentação de aeronaves, tanto
diz respeito à necessidade de serviços militares quanto civis, no espaço aéreo
de apoio à navegação aérea. de responsabilidade do Brasil e,
simultaneamente, contribuindo para as
2006- Implantada a Agência Nacional de tarefas inerentes à atividade de defesa
Aviação Civil, Decreto nº 5.731, de 20 de aérea do nosso território.
março de 2006, ela passa a ser o novo Órgão Central: Departamento de
órgão regulador e fiscalizador da aviação Controle do Espaço Aéreo – DECEA,
civil brasileira, em substituição ao órgão pertencente à estrutura do
Departamento de Aviação Civil - DAC, do Comando de Aeronáutica-COMAER.
Comando da Aeronáutica, encarregada
da execução das políticas estabelecidas Sistema de Aviação Civil Brasileiro –
pelo governo para o setor e responsável SAC
por regular não apenas os transportes
aéreos, mas a aviação civil em geral, a Os elementos básicos do sistema de
indústria aeronáutica, a infraestrutura aviação civil são seus recursos humanos,
aeroportuária e aeronáutica, exceto as serviços aéreos, aeronaves civis, oficinas
atividades do SISCEAB e do SIPAER de manutenção, exceto as de
que é da competência do Comando da competência do SISCEAB e do SIPAER
Aeronáutica. (Comando da Aeronáutica).
Órgão Central: Agência Nacional de
Sistema de Investigação e Prevenção Aviação Civil - ANAC
de acidentes aeronáuticos - SIPAER A ANAC tem sua origem nas
competências do DAC, as quais eram
O Sistema de Investigação e estabelecidas no artigo 18 do anexo I do
prevenção é parte da infraestrutura Decreto nº 5.196, de 26 de agosto de
aeronáutica que tem por competência 2004, que dispunha “... ao DAC compete
planejar, coordenar, controlar e executar planejar, gerenciar e controlar as
as atividades de investigação e atividades relacionadas com a aviação
prevenção de acidentes aeronáuticos civil.” Portanto em virtude dessa
dentro da área de responsabilidade do competência, qualificavam-se com
Brasil. autoridade aeronáutica, as atividades
Órgão Central: Centro de Investigação e relacionadas a essa função pelo Código
prevenção de acidentes Aeronáuticos-
175

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL

Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565, as matérias de segurança a bordo de


de 19 de dezembro de 1986). aeronaves civis, porte e transporte de
cargas perigosas, inclusive o porte e
Estrutura da ANAC transporte de armamento, explosivos,
material bélico ou quaisquer outros
produtos, substâncias ou objetos que
possam por em risco os tripulantes ou
Diretor Presidente passageiros, ou a própria aeronave ou,
ainda, que sejam nocivos à saúde, em
articulação com as demais
A)Superintendências: superintendências.

SSA – Superintendência de Serviços SRI – Superintendência de Relações


Aéreos Internacionais

Tem por atribuições, dentre outras, Tem por atribuições, dentre outras,
submeter à diretoria da ANAC, projetos e elaborar relatórios e emitir pareceres
atos normativos relativos à outorga, a sobre acordos, tratados, convenções e
exploração e a fiscalização de serviços outros atos relativos ao transporte aéreo
públicos de transporte de passageiros, internacional, celebrados com outros
carga e mala postal, regular e não países ou organizações internacionais.
regular doméstico e internacional, e de
serviços aéreos privados, bem como dos SEP – Superintendência de Estudos,
procedimentos para o registro de Pesquisas e Capacitação para a Aviação
horários de transportes (Hotrans), neste Civil.
caso observadas as condicionantes do
sistema de Controle do Espaço Aéreo A SEP tem as mesmas funções do
Brasileiro e da infraestrutura aeronáutica extinto IAC-Instituto de Aviação Civil –
e aeroportuária disponível. concernente ao desenvolvimento da
instrução profissional para a Aviação
SIE – Superintendência de Infra Civil e aos estudos de meio ambiente e
Estrutura Aeroportuária economia do transporte aéreo bem como
as atribuições do extinto ICAF- instituto
Sub-departamento de Infraestrutura: trata de Ciências da Atividade Física da
dos assuntos relacionados com tarifas da Aeronáutica-concernente aos estudos e
Infra-Estrutura Aeronáutica, Infra- pesquisas relativos aos campos da
Estrutura Aeroportuária, programas e Ergonomia e Fatores Humanos no
projetos. âmbito da aviação.

SSO – Superintendência de Segurança SAF – Superintendência de


Operacional Administração e Finanças

Tem por atribuições, dentre outras, A SAF tem por competência, entre
submeter à Diretoria da ANAC, projetos e outras, propor, atualizar e acompanhar o
atos normativos ou emitir parecer sobre orçamento anual e plurianual da ANAC,
176

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL

articulando-se com o Ministério da e) Inspetor de Aviação Civil-INSPAC e


Defesa e outros órgãos públicos Examinador Credenciado
relacionados.
Desempenham suas funções
c) Gerências Regionais de Aviação verificando a proficiência dos aeronautas,
Civil-GER: a formação, o treinamento e
aperfeiçoamento do pessoal, e
GER – GERÊNCIA REGIONAL DE inspecionando aeronaves, oficinas de
AVIAÇÃO CIVIL manutenção, empresas e escolas,
É uma organização, subordinada contribuindo para o transporte aéreo e
técnica e operacionalmente à ANAC e condições necessárias a segurança de
em cuja área de jurisdição estiver voo, em proveito do usuário.
situada.
Tem por atribuição executar 3- Organizações da estrutura do
diretamente ou assegurar a execução COMAER-elos executivos do SAC
das atividades relacionadas com a
aviação civil, dentro de sua área de COMAR- Comando Aéreo Regional:
jurisdição. intervém no sistema de Aviação Civil nas
Estas atividades são conduzidas pelo áreas de segurança aeroportuária e nos
chefe do GER, estabelecendo ligações planos de zonas de proteção dos
com os demais órgãos públicos ou aeródromos, através de seus órgãos
privados de modo a assegurar a subordinados (SERENG, SERPAT,
coordenação das atividades voltadas SRPV, CINDACTA E BINFA). Interagem
para a aviação civil aérea. e desenvolvem a região amazônica
através da COMARA.
Os GER’s têm sede em capitais:
GER I – BEL – Belém CTA- Centro Técnico Aeroespacial:
GER II – REC – Recife dentre suas múltiplas atividades
GER III – RIO – Rio de Janeiro encontram-se a homologação de
GER IV – SÃO – São Paulo equipamentos aeronáuticos, o controle e
GER V – POA – Porto Alegre a homologação da fabricação de peças e
GER VI – BSB – Brasília equipamentos e a formação de técnicos
GER VII – MAO – Manaus e engenheiros com destino ao CTA e à
aviação civil. Localiza-se em São José
dos Campos e é o Departamento de
d) Seções de Aviação Civil Aviação Militar.

As Seções de Aviação Civil estão DIRSA- Diretoria de Saúde da


subordinadas a gerência Regional de sua Aeronáutica: realiza através do CEMAL
área e estão localizadas nos principais (Centro de Medicina Aeroespacial), a
aeroportos do país. Estas seções têm seleção e o controle médico periódico do
como característica o atendimento ao pessoal aero navegante.
público e a fiscalização das empresas e
profissionais do setor.

177

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL

DIRENG- Diretoria de Engenharia da – Região de Defesa Aérea e SRR –


Aeronáutica: organização do MAER que Região de Busca e Salvamento.
participa diretamente do SAC através
dos Serviços Regionais de Engenharia SRPV – Serviço Regional de Proteção
(SERENG), na implantação e na ao Voo, organização integrante do
manutenção da infraestrutura Sistema de Proteção ao Voo,
aeroportuária. diretamente subordinada ao DECEA, tem
por finalidade a execução, dentro de sua
DECEA- Departamento de Controle do área de jurisdição, das atividades
espaço Aéreo: sua missão é planejar, relacionadas com o referido sistema,
implantar, integrar, normatizar, coordenar segundo normas, critérios, princípios e
e fiscalizar as atividades de controle do programas elaborados pelo DECEA.
espaço aéreo brasileiro, de Mantém e assegura a operacionalidade,
telecomunicações aeronáuticas e de dos equipamentos de eletrônica e
informática. proteção ao voo sob sua
responsabilidade.
É o órgão diretivo principal (Central) do
SISCEAB- Sistema de Controle do Exercem suas atividades dentro da
Espaço Aéreo Brasileiro. Pertencente à área de jurisdição do respectivo
estrutura básica do comando da Comando Aéreo regional- COMAR.
aeronáutica, tem sua constituição e
atribuições gerais estabelecidas em Nos aeródromos providos de serviços
regulamento próprio.Órgão normatizador de tráfego aéreo estão localizados os
e executor da proteção ao Voo. Destacamentos de Controle do Espaço
Aéreo- DTCEA, órgãos diretivos
subordinados técnica e operacional aos
O SISCEAB congrega vários órgãos e SRPV, que tem como atribuições gerais
serviços que são: assegurar a execução das atividades
ATS- Air Traffic Service (Serviços de relacionadas com eletrônica e proteção
Tráfego Aéreo) ao voo, mantendo a operacionalidade
AIS – Aeronautical Information Service dos equipamentos, na área de sua
(Serviço de Informação Aeronáutica) responsabilidade.
MET – (Meteorology) Serviço de
Meteorologia Aeronáutica - CINDACTA- CINDACTA
COM – (Comunnication) Serviço de Centro Integrado de Defesa Aérea e
Telecomunicações Aeronáuticas Controle de Trafego Aéreo: subordinados
SAR- (Search and Rescue) Serviço de à DEPV são responsáveis não só pelo
Busca e Salvamento desempenho das funções relacionadas
ao controle do espaço aéreo sob suas
Para fins de atuação do SISCEAB, a jurisdições, mas também pela prestação
DECEA dividiu o espaço aéreo brasileiro de defesa aérea do território nacional
em seis RCEA (Região de Controle do através de um centro de operações
Espaço Aéreo), cada um contendo as militares.
FIR-Região de Informação de Voo, RDA

178

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL

- Indústria aeronáutica
Tem como expoente a EMBRAER
(Empresa Brasileira de Aeronáutica),
empresa construtora de aviões que tem
se firmado no mercado internacional,
mercê do alto padrão de tecnologia
empregada na construção e na
fabricação de suas aeronaves.

- Departamentos Aeroviários Do
Estado
Paulatinamente vem assumindo suas
atribuições no desenvolvimento da infra-
estrutura aeroportuária.
Órgãos Intervenientes e elos
- Escolas de Aviação Civil
Executivos do SAC
- Entidades de Ensino Superio
Estão localizados na estrutura básica
e somam-se a estes os Órgãos ou
elementos estranhos que por força de
convênios, contratos ou concessão,
explorem os serviços públicos
relacionados com aviação civil.

- Aviação Geral
Com suas aeronaves de pequeno
porte, em permanente cobertura do
imenso território nacional.

- Entidades Aerodesportivas
Com as escolas e aeroclubes voltados
para a formação profissional e o
aerodesporto.

- Empresas De Transporte Aéreo


Devem ser consideradas não
simplesmente como transportadoras de
pessoas e coisas, mas sim como fator de
intercâmbio nacional, marcando a
presença de nossa bandeira no exterior.

- Empresas De Manutenção
Espalhadas por todo Brasil apoiando a
atividade aeronáutica.

179

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
Exercícios:

1 – Garantir a segurança e a regularidade da aviação civil através do mundo, encorajar o


desenvolvimento de aerovias, aeroportos e auxílios à navegação para a aviação civil
internacional são objetivos do (a):
a) IATA b) OACI c) DEPV d) ANAC

2 – O Comando da Aeronáutica através da “DEPV” e da ”ANAC“ adota as normas


internacionais e práticas recomendadas pela:
a) IATA (associação internacional de transporte aéreo);
b) ICAO (organização de aviação civil internacional);
c) ONU (organização das nações unidas);
d) OIT (organização internacional de trabalho).

3 – Empresa vinculada ao Comando da Aeronáutica, encarregada das atribuições,


controle e telecomunicações aeronáuticas:
a) CELMA b) DECEA c) EMBRATUR d) INFRAERO.

4 – A Organização de Aviação Civil Internacional “OACI“, foi estabelecida na convenção


de:
a) Varsóvia b) Versalhes c) Genebra d) Chicago.

5 – A sede da “IATA” está localizada em:


a) Toronto b) Montreal c) Chicago d) Paris.

6 – Organização responsável pela instalação, operação e manutenção de órgão e rede de


equipamentos para controle de tráfego aéreo, bem como pelo estabelecimento de regras
e procedimentos de tráfego aéreo no Brasil é o (a):
a) Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC);
b) Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV);
c) Serviço Regional de Proteção ao Voo (SRPV);
d) Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI).

7 – O órgão responsável pela aviação civil no Brasil é:


a) ANAC b) DEPV c) CERNAI d) MAER.

8 – As normas internacionais e práticas recomendadas foram agrupadas em dezenove


anexos. O que trata de licença pessoal é o de número:
a) 13 b) 01 c) 02 d) 05.

9 – Em quantos grupos estão divididos os 33 membros do conselho da OACI ?


a) Nove b) Três c) Sete d) Cinco.

180
CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil
Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
10 – O princípio de soberania de um estado contratante, no espaço aéreo sobre o seu
território foi reconhecido pela convenção de:
a) Chicago b) Varsóvia c) Versalhes d) Genebra.

11 – A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) foi fundada em:


a) 1919 b) 1944 c) 1945 d) 1947.

12 – Atualmente, o objetivo principal da IATA é:


a) Auxiliar o OACI e outras organizações internacionais;
b) Promover serviços aéreos cômodos; seguros e regulares.
c) Criar tarifas aéreas uniformes e eficientes;
d) Criar os meios necessários ao desenvolvimento do transporte aéreo.

13 – O órgão central do Sistema de Aviação Civil (SAC) no Brasil é:


a) Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV);
b) Gerencia Regional de Aviação civil (GER)
c) Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
d) Subseção de Aviação (SUBSEÇÃO SAC).

14 – Criar os meios necessários para a colaboração entre as empresas de transporte


aéreo, direta ou indiretamente ligado aos serviços de transporte aéreo nacional, é um dos
objetivos da (o):·.
a) OACI b) IATA c) OIT d) ANAC.

15 – A autoridade aeronáutica responsável pelas informações aeronáuticas de proteção


ao voo no Brasil é o diretor da (o):
a) ANAC b) DEPV c) CENIPA d) INFRAERO.

16 – A sede da “OACI” está localizada em:


a) Chicago b) Montreal c) França d) Versalhes.

17 – A convenção internacional que deu origem à Comissão Internacional de Navegação


Aérea (CINA), denomina – se convenção de:
a) Chicago b) Varsóvia c) Paris d) Montreal.

18 – A OACI possui atualmente 179 países membros conhecidos por:


a) Estados contribuintes b) Estados contratantes
c) Estados contratados d) Estados convencionais.

19 – Atividades aéreas, cuja finalidade é atender as necessidades do povo denominam –


se serviços aéreos:
a) Privados b) Públicos c) Militares d) Domésticos.

181
CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil
Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
20 – As publicações da OACI, que tratam das normas internacionais e práticas
recomendadas, são chamadas de:
a) Emendas b) Documentos c) Anexos d) Normas.

21 – Administrativamente, a “OACI” dispõe de um órgão soberano, denominado de:


a) Conselho b) Assembléia; c) Bureau; d) Secretariado.

22 – Em que ano foi realizada a convenção de Varsóvia?


a) 1926 b) 1929 c) 1944 d) 1945.

23 – Órgão que tem por finalidade executar diretamente ou assegurar a execução das
atividades relacionadas com a aviação civil nas áreas dos respectivos COMAR:
a) SRPV b) DPV c) SUREG d) GER.

24 – Órgão eminentemente político encarregado da consecução dos objetivos


relacionados com a navegação aérea internacional, denomina – se:
a) CERNAI; b) GER; c) CELMA; d) COMAR.

25 – A aviação civil abrange as atividades:


a) Militar comercial e privada b) Comercial, privada e desportiva;
c) Comercial privada e jurídica d) Militar, pública e privada.

26 – Um comissário que tiver cometido uma infração será punido por um dos órgãos
relacionados abaixo:
a) DEPV b) SRPV c) DPV d) ANAC.

27 – Convenção para unificação de certas regras relativas à assistência e salvamento de


aeronaves é a de:
a) Roma b) Bruxelas c) Chicago d) Viena

28 – Convenção para unificação de certas regras relativas aos danos causados por
aeronaves na superfície é a de:
a) Roma b) Bruxelas c) Chicago d) Varsóvia.

29 – A aviação Civil Internacional consolidou – se após o último conflito mundial, mais


precisamente, a partir da convenção de:
a) Haia b) Chicago c) Londres d) Havana.

30 – Durante a Convenção de Chicago surge uma organização denominada:


a) Organização da Aviação Internacional;
b) Internacional Civil Aviation Organization;
c) Organização de Aviação Civil Internacional;
d) Alternativas B e C estão corretas.

182
CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil
Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
31 – Quais são os objetivos da O.A.C. I:
a) Encorajar o planejamento e a operação de aeronaves para fins pacíficos;
b) Assegurar o crescimento seguro e ordenado da Aviação Civil Internacional através do
mundo;
c) Evitar o desperdício econômico causado pela concorrência irracional;
d) Todas corretas.

32 – Quantos são os anexos da O.A.C.I:


a) 15 b) 5 c) 19 d) 35.

33 – Os anexos que falam sobre facilitação do transporte aéreo internacional e de


investigação de acidentes aeronáuticos têm por números:
a) 9 e 13 b) 1 e 4 c) 2 e 7 d) 14 e 18.

34 – Anexo 6 tem por finalidade:


a) informações Aeronáuticas; b) Operação de aeronaves;
c) Serviços de tráfego; d) Ruído de aeronaves.

35 – O que é verdadeiro sobre o O.A.C. I:


a) Teve sua origem na convenção de Chicago;
b) Teve sua sede em Montreal – França;
c) É o órgão internacional encarregado de ditar as normas de segurança, assistência e
padronização de tráfego aéreo civil internacional e faz parte da O.E. A;
d) Foi criada em 4 de abril de 1942.

36 – Desde a criação, uma das funções principais da O.A.C.I.:


a) Propiciar o acordo dos estados membros;
b) Padronizar os serviços aéreos necessários, sempre visando a segurança;
c) Promover de um modo geral a aviação;
d) Todas as alternativas estão corretas.

37 - O.A.C.I. tem um órgão soberano (assembléia) e um executivo que é:


a) Legislativo b) Conselho c) Judiciário d) Normativo.

38 – Qual o significado de I.A.T.A.:


a) Associação Internacional de Tráfego Aéreo
b) Associação Internacional de transporte aéreo
c) Associação Internacional de Tarifas Aéreas
d) Associação Nacional de Tarifas Aéreas

39 – Qual das alternativas abaixo é falsa:


a) Garantir o desenvolvimento seguro e ordenado da aviação civil no âmbito
internacional é objetivo da I.C.A.O.;
b) Estimular o desenvolvimento de aerovias, aeroportos e facilidades para a navegação
aérea, são objetivos da INFRAERO;

183
CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil
Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
c) Evitar desperdício de recursos econômicos causados pela competição é objetivo da
I.C.A.O.;
d) A instalação, operação, administração comercial e industrial de infra – estrutura
aeroportuária é função da INFRAERO;

40 – Tem a finalidade de organizar as atividades necessárias ao funcionamento e ao


desenvolvimento da aviação civil;
a) Departamento de Aviação Comercial;
b) Agência Nacional de Aviação Civil;
c) Departamento de Aviação Regular;
d) Departamento de Aviação Militar.

41 – É atribuição primordial da ANAC consecução dos objetivos da política aeroespacial


nacional no setor da aviação pública e privada, incentivando e apoiando tais atividades,
portanto, é responsabilidade do ANAC:
a) Apoiar a formação e especialização de recursos humanos;
b) Orientar e controlar os serviços aéreos;
c) Coordenar e orientar normativamente o funcionamento do sistema de aviação civil;
d) Todas corretas.

42 – A organização responsável pela instalação, operação e manutenção de órgãos de


rede de equipamento para controle do tráfego aéreo, é:
a) DEPV b) GER c) ANAC d) DIRSA.

184
CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil
Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL INTERNACIONAL / NACIONAL

seguiu a recomendação de Dédalo e sua


SEGURANÇA DE VOO teimosia custou - lhe a vida.
SEGURANÇA OPERACIONAL Acompanhando a história de Dédalo e
Ícaro, pode-se constatar, neste contexto,
Conceitos o não cumprimento de uma
recomendação de segurança, assim
como a descrição do que pode ser
Consiste na investigação e prevenção considerado o primeiro acidente aéreo.
de acidentes e incidentes aeronáuticos
no âmbito da aviação civil e militar.

Outro conceito que define o termo


Segurança de Voo e deve ser
considerado estabelece que Segurança
de Voo é “o estado no qual o risco de
prejudicar pessoas ou causar danos em
bens é reduzido a, e está mantido em ou
abaixo de, um nível aceitável, através de
um processo contínuo de identificação
de perigos e gerenciamento de riscos”.
Esta definição é estabelecida pela
Organização Internacional de Aviação
Civil (OACI) em seu documento 9859.
Nas tentativas históricas de voar
Histórico Da Segurança De Voo realizadas pelo homem, identificam - se
nos desenhos e nos próprios engenhos
Sempre que o homem idealizava construídos, indícios claros de sua
alguma tentativa de alçar-se aos ares constante preocupação com a segurança
imaginava, simultaneamente, medidas de voo.
de segurança.
Somente após a invenção do avião é
O primeiro registro de uma medida de que a prevenção de acidentes firmou - se
prevenção de acidentes aeronáuticos como uma atividade definida,
encontra - se na mitológica aventura de inicialmente, apenas com funções
Dédalo e seu filho Ícaro que fugiram da basicamente estatísticas, evoluindo
ilha de Creta, onde se encontravam rapidamente de sua origem empírica
presos, utilizando asas feitas de penas para adquirir conotações científicas
de pássaros unidas com cera. Dédalo (investigações).
recomendou a Ícaro que não voasse
muito alto, pois o sol poderia derreter a No Brasil, a primeira atividade
cera e, da mesma forma, que não registrada foi à investigação do acidente
voasse baixo demais, pois a umidade do ocorrido com um balão de ar quente do
mar estragaria suas asas; Ícaro não exército em 1908, esta investigação

185

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

concluiu que a válvula de ar quente havia "Organização de Aviação Civil


emperrado por corrosão, permitindo a Internacional - OACI".
fuga do ar e a conseqüente queda do
balão; isto mostra que houve um trabalho
efetivo de prevenção com base nesta
primeira investigação.

A Investigação Dos Acidentes


Aeronáuticos

Em 1944, foi instituído o "Inquérito


Técnico Sumário" que pesquisava a
DOCUMENTO BÁSICO
ocorrência de culpa ou
responsabilidade nos acidentes
O documento que contém os padrões
aeronáuticos.
internacionais e procedimentos
recomendados no âmbito da
Em 1948, foi criado, pelo decreto
investigação e prevenção de acidentes
24.749, o "Serviço de Investigação de
aeronáuticos em nível internacional é o
Acidentes Aeronáuticos", que continuava
Anexo 13 da Convenção de Aviação Civil
realizando inquéritos, ou seja,
realizada em Chicago, em novembro de
pesquisando a ocorrência de culpas ou
1944, também chamada de Convenção
responsabilidades.
de Navegação Aérea Internacional –
Esta Convenção estabeleceu a OACI,
Em 1965, foi criado o SIPAER -
cuja criação se deu efetivamente em 7
Serviço de Investigação e Prevenção de
de dezembro de 1944.
Acidentes Aeronáuticos teve início à
pesquisa dos aspectos básicos
Observação: No âmbito da OACI, em
relacionados à atividade aeronáutica: os
1974 ocorreu a substituição da palavra
fatores humanos, materiais e
“inquiry” pela palavra “investigation”.
operacionais. O objetivo principal das
investigações passou a ser a prevenção
RESPONSABILIDADES DOS
de acidentes e não mais a apuração da
ESTADOS CONTRATANTES DA OACI
culpa ou responsabilidade.

Segurança em Nível Estado Contratante ou Signatário são


as designações dadas ao país filiado a
Internacional
OACI. De acordo com a Legislação
AUTORIDADE INTERNACIONAL Internacional, os Estados contratantes
assumem as seguintes
responsabilidades no que diz respeito à
O órgão normatizador, orientador e
segurança de voo:
coordenador dos procedimentos a serem
observados no âmbito da investigação e
prevenção de acidentes aeronáuticos é a  Eliminação das deficiências quanto à
segurança de voo, através de
186

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

estudos, pesquisas e realizações de da investigação e prevenção dos


congressos, simpósios, etc. acidentes em nível nacional.
 Incorporação de progressos técnicos
através da implantação de
equipamentos modernos e mais
eficientes.
CRIAÇÃO DO SIPAER
 Importância da revisão contínua dos
regulamentos através da aplicação
de medidas mais atuais. Sistema de Prevenção e Investigação
de Acidentes Aeronáuticos.
Segurança de Voo em Nível
Nacional O antigo Ministério da Aeronáutica,
(hoje Ministério da Defesa*, Comando da
COMPETÊNCIA Aeronáutica), com o objetivo de
desenvolver a segurança de voo no
Conforme prevê a Constituição Brasil criou, em 1965, o SIPAER na
Federal, a competência para administrar forma de Serviço, transformando - o em
a segurança de voo no Brasil é do 1971 para a forma de Sistema, por ser
governo através do Ministério da Defesa* uma forma mais ampla de administrar.
(Comando da Aeronáutica).
FINALIDADE DO SIPAER

O Sistema criado pelo Comando da


Aeronáutica tem sua finalidade
estabelecida pelo Código Brasileiro da
Aeronáutica (CBAER), em seu Artigo 86:
“Compete ao Sistema de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
planejar, orientar, coordenar, controlar e
executar as atividades de investigação e
de prevenção de acidentes
Aeronáuticos”.

ATIVIDADES DO SIPAER
SISTEMA DE SEGURANÇA DE
VOO DA AVIAÇÃO CIVIL Consiste basicamente de duas
atividades:
PORTARIA N.º 381/ GM5 (02/06/88)
 Prevenção de acidentes e incidentes
Documento que contém os aeronáuticos, que é considerada a
procedimentos recomendados no âmbito atividade principal.

187

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

 Investigação de acidentes e de solo, em concordância com a


incidentes aeronáuticos. regulamentação estabelecida pelo
SIPAER e supervisionar e analisar as
atividades de investigação realizadas
pelos Elos-SIPAER;
- Elaborar os Relatórios Finais de
ESTRUTURA E ATRIBUIÇÕES incidentes, acidentes aeronáuticos e
ocorrências de solo que estejam sob a
O Sistema de Investigação de responsabilidade do SIPAER;
Acidentes Aeronáuticos - SIPAER é - Coordenar e controlar as atividades de
constituído de diversos órgãos SIPAER, aspecto técnico relacionadas às
01 Comitê de Prevenção, de Elos investigações realizadas pelo SIPAER;
Executivos e de Elementos - Indicar os Representantes Acreditados
Credenciados. para acompanhar as investigações
ocorridas no exterior que sejam de
ÓRGÃOS SIPAER interesse do SIPAER, de acordo com o
Anexo 13 da OACI e
CENIPA - Centro de Investigação e - Acompanhar, analisar e elaborar
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. pareceres sobre relatórios de acidentes
aeronáuticos ocorridos no exterior, nos
Órgão central do Sistema que quais estejam envolvidos operadores ou
elabora as normas do SIPAER fabricantes de aeronaves brasileiros, de
fundamentado nos padrões contidos no acordo com o Anexo 13 da OACI.
Anexo 13 da OACI; O CENIPA, NOTA: O Representante
Organização do Comando da Acreditado é uma pessoa designada por
Aeronáutica (COMAER), criada em 1971. um país, em função de suas
Tem como finalidade planejar, gerenciar, qualificações técnicas e profissionais,
controlar e executar as atividades que para participar de uma investigação
estejam relacionadas à prevenção e conduzida por outro país.
investigação de acidentes aeronáuticos.
2) GC-5 - Assessoria de Controle do
1) DIPAA – Divisão de Investigação e Espaço Aéreo, Segurança de Voo e de
Pesquisa de Acidentes Aeronáuticos: Aviação Civil:
setor que faz parte da estrutura básica Setor pertencente à estrutura do
do CENIPA, em conjunto com outras Gabinete do Comandante da
Divisões presentes no organograma Aeronáutica (GABAER).
deste órgão.
3) DPAA - Divisão de Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos: setor
Atribuições pertencente às estruturas do Comando
Geral de Operações Aéreas (COMGAR);
- Realizar investigações de incidentes e do Comando Geral de Apoio (COMGAP);
acidentes aeronáuticos e de ocorrências do Departamento de Ensino da

188

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

Aeronáutica (DEPENS) e do Comando relacionadas à prevenção e


Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA). investigação de acidentes
aeronáuticos, incidentes aeronáuticos
Atribuições e ocorrências de solo, em sua área de
jurisdição.
Elaborar o PPAA e os Relatórios
Anuais de Atividades de sua 6) SPAA - Seção de Prevenção de
organização, em conformidade com o Acidentes Aeronáuticos: setor
estabelecido na NSCA 3-3. pertencente às estruturas dos
COMAR; da DIRMAB (Diretoria de
4) ASEGCEA - Assessoria de Material Aeronáutico e Bélico); e das
Segurança Operacional do Controle FAE (Forças Aéreas).
do Espaço Aéreo: setor pertencente à
estrutura do Departamento de Atribuições
Controle do Espaço Aéreo - DECEA.
Orientar a elaboração e fiscalizar a
Atribuições execução do PPAA e do Plano de
Emergência Aeronáutica em
Gerenciar e supervisionar as Aeródromo, quando aplicável, pelas
atividades de prevenção voltadas à Unidades sob sua responsabilidade.
segurança operacional conduzidas
pelas organizações subordinadas ao
DECEA. 7) SIPAA - Seção de Investigação e
Prevenção de Acidentes
5) SERIPA - Serviço Regional de Aeronáuticos: setor pertencente às
Investigação e Prevenção de estruturas das unidades aéreas, bem
Acidentes Aeronáuticos: organização como das OM que sejam sede de
do COMAER, subordinada unidade aérea ou que possuam
administrativamente ao COMAR aeronave orgânica.
(Comandos Aéreos Regionais) em
cuja área está sediada e, técnica e Atribuições
operacionalmente, ao CENIPA, tendo
sua estrutura definida em regulamento Elaborar, gerenciar a execução e
e regimento interno próprio – Os atualizar, em coordenação com os
SERIPAs foram criados em 5 de demais Elos- SIPAER de sua área, o
janeiro de 2007. Plano de Emergência Aeronáutica em
Aeródromo (PEAA), o PPAA e o
Relatório Anual de Atividades (RAA)
referentes à OM a que pertença.
Atribuições
8) SIPACEA - Seção de Investigação
Planejar, gerenciar e executar as e Prevenção de Acidentes e
atividades de âmbito regional Incidentes do Controle do Espaço

189

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

Aéreo: setor pertencente às estruturas Atribuições


do SRPV (Serviço Regional de
Proteção ao Voo) e CINDACTA Participar, apoiar e acompanhar as
(Centros Integrados de Defesa Aérea atividades do SIPAER, no âmbito da
e de Controle de Tráfego Aéreo). A ANAC.
critério do DECEA, as SIPACEA das
organizações operadoras de NOTA: De acordo cm a Lei 11.182, de
aeronaves próprias poderão setembro de 2005, que estabelece a
desempenhar, cumulativamente, as criação da ANAC, é atribuição desta
atribuições previstas para as SIPAA, Agência representar o país junto aos
desde que contem com os recursos Organismos Internacionais de Aviação
materiais e humanos necessários e Civil, com exceção dos assuntos que
previstos pelas Normas do SIPAER forem relativos ao Sistema de
Controle do Espaço Aéreo Brasileiro
Atribuições (SISCEAB) e ao Sistema de
Investigação e Prevenção de
Manter um controle atualizado de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER); a
todo pessoal pertencente ao efetivo Agência, atuando como Autoridade de
da sua OM, credenciado pelo Aviação Civil, deve regular e fiscalizar
SIPAER, no que se refere às suas a Infra-estrutura Aeronáutica, com
qualificações relativas à área de exceção das atividades e
segurança operacional e validade de procedimentos relacionados ao
credenciais. SISCEAB e ao SIPAER e, também,
integrar o SIPAER.
9) ASSIPACEA - Assessoria de
Investigação e Prevenção de Acidentes e 11) CNPAA - Comitê Nacional de
Incidentes do Controle do Espaço Aéreo: Prevenção de Acidentes Aeronáuticos:
setor pertencente às estruturas dos órgão constituído na forma prevista pelo
Destacamentos de Controle do Espaço Art. 6o do Decreto no 87.249, de 07 de
Aéreo (DTCEA) e Grupos de Comando e junho de 1982, e que conta com
Controle (GCC). As ASSIPACEA serão Regimento próprio.
criadas e ativadas a critério do DECEA.
Atribuições:
10) GGIP - Gerência Geral de
Investigação e Prevenção: setor Participar das reuniões ou outros
pertencente à estrutura da Agência eventos, mediante convocação do seu
Nacional de Aviação Civil (ANAC). presidente, com a finalidade de avaliar
condições de risco à atividade aérea e
contribuir para o estabelecimento de
soluções, nos termos de seu Regimento
Interno.

190

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

12) CIAA – Comissão de Investigação NOTA: Os ASV/ASO e EC-PREV são


de Acidentes Aeronáuticos responsáveis pelos setores de
prevenção de acidentes e de incidentes
Grupo de Pessoas designadas para aeronáuticos das organizações civis.
colher informações, dados e itens que
possam levar a uma conclusão das * Elemento Credenciado de acordo
causas do acidente bem como realizar com a área de atuação do
toda a investigação. profissional.

 Elementos Credenciados do Pessoa (civil ou militar) que concluiu o


SIPAER Estágio de Segurança de Voo habilitado
pelo CENIPA para exercer as tarefas de
OSV – Oficial de Segurança de Voo ou prevenção e de investigação específicas
OSO – Oficial de Segurança Operacional (dentro de sua área de habilitação).
Pessoa militar, oficial das Forças
Armadas ou auxiliares que concluiu o Em função de sua área de atuação,
Curso de Segurança de Voo nos seus cada profissional formado como
dois módulos (habilitado pelo CENIPA), Elemento Credenciado terá uma
habilitado para realizar as atividades de credencial específica, emitida de acordo
investigação e prevenção de acidentes e com a sua especialidade, assim como o
incidentes aeronáuticos. estabelecimento das tarefas que são de
sua competência. Seguem os exemplos
ASV – Agente de Segurança de Voo ou de Elementos Credenciados:
ASO – Agente de Segurança
Operacional - Elemento Credenciado - Fator
Pessoa civil que concluiu o Curso de Humano: EC-FHM, relacionado ao
Segurança de Voo nos seus dois âmbito da Medicina e EC-FHP,
módulos (habilitado pelo CENIPA), relacionado ao âmbito da Psicologia.
habilitado para realizar as atividades de - Elemento Credenciado - Fator
investigação e de prevenção de Material: EC-FM.
acidentes e incidentes aeronáuticos. - Elemento Credenciado – Manutenção
de Aeronaves: EC-MA.
EC PREV – Elemento Credenciado em - Elemento Credenciado – Crontole do
Prevenção Espaço Aéreo: EC-OSCEA; EC-
Pessoa (civil ou militar) que concluiu o ASCEA; EC-TSCEA.
Estágio de Segurança de Voo habilitado - Elemento Credenciado – Atividades
pelo CENIPA para exercer as tarefas de Aeroportuárias: EC-AA.
prevenção de acidentes e incidentes - Elemento Credenciado – Comissária
aeronáuticos (Atividades educativas em de Voo: EC-CVO.
sua organização, participação em
Vistorias de Segurança Operacional,  Elos-SIPAER
etc). Órgãos, setores ou cargos de
Prevenção de Acidentes e Incidentes

191

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

Aeronáuticos, responsáveis por cuidar


dos assuntos de Segurança Operacional Conscientizá-lo de sua importância,
relacionados ao SIPAER. doutrinando-o adequadamente com a
São setores de prevenção de todas as finalidade de motivá-lo para participar
organizações civis relacionadas com a das atividades de prevenção de
operação, fabricação, circulação e acidentes, deve ser o objetivo de todas
manutenção de aeronaves. as pessoas que labutam na aviação.

Atribuições Os princípios que fundamentam a


ação do SIPAER são os apresentados a
São responsáveis pela administração seguir:
dos programas de prevenção em suas
organizações e devem sustentar íntima a) Todo o acidente resulta de uma
ligação com os órgãos SIPAER. seqüência de eventos e nunca de
uma “causa” isolada.
NOTA: Encontra-se estabelecido
aquilo que compete a cada Um dos entendimentos que se tem em
profissional que é um elemento do relação aos acidentes aeronáuticos está
SIPAER na NSCA 3-2, norma do relacionado à idéia de que dificilmente
SIPAER que define a “Estrutura e um acidente resulta de um único fato. Os
acidentes aeronáuticos resultam quase
Atribuições dos Elementos
sempre, da combinação de vários fatores
Constitutivos do SIPAER”. diferentes, os chamados fatores
contribuintes.
PRINCIPIOS FILOSÓFICOS E
CONCEITOS SIPAER Cada fato, analisado isoladamente,
pode parecer insignificante. Quando
Para poder se deslocar no meio combinado, porém com outros, pode
ambiente, o homem necessita da completar uma seqüência de eventos,
máquina. Tem – se aí a tríade básica da alcançando o ponto de inevitabilidade ou
atividade aérea: o homem, o meio e a de irreversibilidade, resultando no
máquina. acidente.
O homem pode conhecer o meio, mas A prevenção de acidentes atua na
não pode modificá-lo, a máquina pode identificação, no gerenciamento e na
ser aprimorada, seja em sua concepção, tentativa de eliminação de tais eventos,
construção, manutenção ou operação, ou riscos, antes que seja atingido o
mas para isso, será preciso a presença ponto de irreversibilidade.
do homem, que é responsável por todas
estas fases; por conseguinte, devem ser b) Todo acidente tem um precedente.
dirigidos para o homem os esforços em
busca da melhoria e do aumento da Se forem comparadas as
segurança de voo. características de qualquer acidente da

192

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

atualidade com as características dos cunho profissional, técnico ou


acidentes conhecidos, concluir-se-á que educacional que, uma vez adotada,
o atual não é uma completa novidade. anulará os efeitos dessa ação ou
Nenhum acidente é totalmente original. omissão; ou, também, possibilitará que
Em acidentes similares, alguns dos tais ações ou omissões não voltem a
fatores contribuintes serão basicamente ocorrer (seja a curto ou em longo prazo).
os mesmos, em sua essência, variando
apenas a nuança com que se Mesmo para os fenômenos
apresentam. Logo, pode - se concluir imprevisíveis da natureza, que podem se
que os mesmos acidentes ocorridos no converter em fatores contribuintes para
passado estão repercutindo no presente acidentes há medidas preventivas
e, seguramente, se repetirão no futuro, adequadas que, quando
na medida em que a prevenção não seja convenientemente adotadas, evitarão
eficaz. conseqüências danosas.

c) Todo acidente pode (e deve) ser Assim, embora alguns tipos de


evitado. acidentes de natureza mais complexa
requeiram trabalhos de prevenção mais
Originalmente, pensava - se que intensos, mais demorados, conclui - se
alguns acidentes eram inevitáveis. Mais que todos os acidentes poderão ser
tarde, porém ao se estabelecer a relação evitados. Para lograr isso, basta que
entre os fatores contribuintes para sejam desenvolvidas, por pessoal
determinado acidente e seus respectivos adequadamente qualificado, tarefas
efeitos, descobriu - se que, eficazes de prevenção de acidentes
verdadeiramente, nenhum acidente aeronáuticos dirigidas a dois dos três
ocorre por fatalidade, os acidentes elementos abrangidos pela atividade
resultam de uma seqüência de aérea: o homem e a máquina.
acontecimentos que têm sua origem
sempre na eficiência – ou falta desta – d) A prevenção de acidentes é uma
atribuída a dois fatores básicos: fatores tarefa que demanda mobilização
humanos – dos quais fazem parte os geral.
aspectos fisiológicos, psicológicos e
operacionais – e os fatores materiais. A prevenção de acidentes, por sua
natureza, não produz os efeitos
Uma vez identificados e analisados desejados senão sob a forma de
todos os fatores que colaboram para a mobilização geral. Para alcançar seus
ocorrência de acidentes, pode - se objetivos, todos, sem distinção, têm que
constatar que existem e estão se integrar em um esforço global e, ao
disponíveis medidas adequadas à mesmo tempo, conscientizar-se de que a
neutralização de tais fatores. Dessa segurança deve ser algo inerente e
forma, pode - se concluir que, para cada integrante a tudo o que fazem. Logo, a
ação ou omissão que possa contribuir segurança deve se integrar a todas as
para um acidente, há providência de tarefas desenvolvidas em aviação e ser

193

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

sempre encarada do ponto de vista que têm sob sua orientação outras
profissional. As menores ações do dia-a- pessoas ou que exerçam o poder em
dia devem se cercar de um grau qualquer organização terão aumentada
adequado de segurança. A segurança sua parcela de responsabilidade.
coletiva é, sem dúvida, o somatório da
individual e somente através de um Ainda que, muitas vezes, a missão,
programa educativo bem dirigido lograr- por si mesma, já contenha certo índice
se-á elevar os índices de segurança de risco, deve - se ter a preocupação
individual, elevando, em decorrência, a constante de anular ou, pelo menos,
coletiva. minimizar esse risco. Não basta cumprir
a missão, é necessário que ela seja
e) O propósito da prevenção de executada de forma planejada e segura.
acidentes não é restringir a atividade
aérea; ao contrário, é estimular seu g) Em prevenção de acidentes não há
desenvolvimento com segurança. segredos, nem bandeiras.

Como o objetivo da prevenção é a Quando se fala em prevenção de


manutenção da capacidade operacional, acidentes, em trabalhos a serem
através da manutenção dos recursos realizados para o aumento da segurança
vitais (pessoais ou materiais), mantendo de voo, entre todas as pessoas que se
- se estas capacidades existiriam mais preocupam em diminuir o número de
aeronaves e mais pessoal capacitado acidentes e incidentes aeronáuticos, a
para operá-las. Assim, pode - se questão relacionada aos seus locais de
facilmente observar que, agindo - se trabalho, às empresas ou instituições de
desse modo, a atividade aérea estará um modo geral nas quais estas pessoas
sendo incrementada. trabalham fica como uma questão
“secundária”, menos relevante diante da
A intenção da prevenção é aprimorar a preocupação e dos esforços para
operacionalidade para que, voando melhorar a segurança de voo. Desta
melhor, se voe mais, e de forma segura. forma, ganha relevância a questão da
troca de conhecimentos, aprendizados e
f) Os Comandantes, Diretores, Chefes, experiências, a divulgação de relatos de
etc. são os principais responsáveis situações nas quais a segurança de voo
pelas medidas de segurança. foi colocada em risco, vindo a ocorrer um
acidente ou um incidente, ou tendo sido
A prevenção de acidentes esta situação gerenciada de forma que o
aeronáuticos faz parte das funções e acidente não chegou a acontecer,
responsabilidades dos comandantes, enriquecendo outros profissionais da
diretores, chefes ou proprietários de área da aviação com estas situações
qualquer organização voltada para a vividas.
aviação. Todas as pessoas têm Pode ser entendido, portanto, que
responsabilidade com relação à diante da preocupação com a segurança
segurança de voo, porém, todos aqueles de voo e tratando-se da questão da

194

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

prevenção, segredos e bandeiras


passam a não ter maior relevância ou
espaço. ACIDENTE AERONÁUTICO

h) Acusações e sanções atuam É toda ocorrência relacionada com a


diretamente contra os interesses da operação de uma aeronave, ocorrida
prevenção de acidentes. entre o período em que uma pessoa nela
embarca com intenção de realizar um
Diante do entendimento de que são voo, até o momento em que todas as
causas de acidentes as conseqüências pessoas tenham dela desembarcado e,
das falhas e erros cometidos pelas durante o qual, pelo menos uma das
pessoas e, estando claro o fato de que situações abaixo ocorra:
as pessoas, como seres humanos,
cometem erros, qualquer acusação, 1. Qualquer pessoa que sofra lesão
culpabilização ou aplicação de sanções grave ou morte como resultado de:
àqueles que cometeram erros só estaria
favorecendo a inibição de relatos de a) Estar na aeronave;
erros, relatos estes que podem ser b) Estar em contato direto com qualquer
considerados matéria-prima para os parte da aeronave, incluindo aquelas
trabalhos de prevenção de acidentes, que delas tenham se desprendido, ou
para a compreensão das causas de um c) Sofra exposição direta ao sopro de
acidente, e prevenção de futuros hélice, rotor ou escapamento de jato,
acidentes. ou às suas conseqüências;
Além disso, acusações e sanções
provavelmente deixariam presente uma NOTA: Exceção será feita, quando as
tensão, um receio na atividade, no lesões resultarem de causas naturais,
trabalho de cada um, no sentido de as forem auto (em si mesmo) ou por
pessoas ficarem preocupadas com o fato terceiros infligidos ou forem causadas a
de que podem cometer erros, com medo clandestinos acomodados fora das áreas
de errar, já que haveria a questão da destinadas a passageiros ou a
culpabilização e de sanções ou tripulantes.
punições.
Acusações e sanções são 2. A aeronave sofra danos ou falhas
essencialmente contrárias à intenção e à estruturais que:
filosofia dos trabalhos voltados para a a) Afetem adversamente a resistência
prevenção. estrutural, o desempenho ou as
características de voo da aeronave; e
b) Exijam a substituição ou realização
de grandes reparos no componente
CONCEITOS DE ACIDENTE E afetado;
INCIDENTE AERONÁUTICO NOTA: Exceção será feita para falhas
ou danos relacionados ao motor, suas
carenagens ou acessórios; ou para
195

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

danos relacionados a hélices, pontas de havendo intenção de voo, que afete ou


asa, antenas, pneus, freios, carenagens possa afetar a segurança da operação.
do trem de pouso, regiões do Exs.: Alteração estrutural ou
revestimento da aeronave que foram aerodinâmica , colisão (exceto
levemente amassadas e que sofreram ocasionadas por falta de órgão de
pequenas perfurações. controle de tráfego aéreo) , colisão com
pássaros , outros aspectos operacionais
3. A aeronave seja considerada , etc .
desaparecida ou o local onde se
encontre seja absolutamente
inacessível.

INCIDENTE GRAVE

É todo incidente ocorrido dentro de


um contexto no qual um acidente quase
ocorreu. A diferença que existe entre um
incidente grave e um acidente está
apenas em suas conseqüências.

NOTA: No Manual de Investigação


SIPAER – MCA 3-6 – encontra-se uma
lista com exemplos de ocorrências que
devem ser classificadas como incidentes
graves.
INCIDENTE AERONÁUTICO
OCORRÊNCIA DE SOLO
É toda ocorrência que não seja
classificada como um acidente, É todo incidente envolvendo a
associada à operação de uma aeronave, aeronave no solo sem que exista a
196

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

intenção de voo, do qual exista como procurando registrar o fato e não o


resultado dano ou lesão. agente.

NOTA: No caso de haver intenção de Caso a organização não possua um


voo, os motivos devem estar elemento habilitado em prevenção de
relacionados diretamente aos serviços acidentes, o registro da Vistoria pode
de rampa, inclusive, nesta situação, os constituir um Relatório de Prevenção, o
de apoio e de infra-estrutura qual sofrerá na DPAA/ANAC todo
aeroportuários, e não devem ter tido restante do processo.
qualquer contribuição da movimentação
da aeronave por meios próprios ou da 2. A análise de Relatório de Prevenção
operação de qualquer um de seus ou de Incidentes é uma técnica
sistemas. desenvolvida por um elemento de
segurança de voo ASV ou OSV/OSO,
ou então por um setor especializado
CICLO DA PREVENÇÃO em segurança de voo, com a
finalidade de propor medidas
O ciclo de prevenção de acidentes preventivas ou corretivas.
nada mais é do que um conjunto de
ferramentas voltadas para a segurança 3. Os Programas Educativos devem ser
de voo, manejadas por pessoas que, constantes em qualquer organização,
independentemente da posição que seja para a formação básica, seja
ocupem no Ciclo, sempre estarão para reciclagem ou aperfeiçoamento
trabalhando para a prevenção. do pessoal. As atividades educativas
podem ser fruto de recomendações
Fazem parte do Ciclo da Prevenção as provenientes de Vistoria de
seguintes ferramentas: as Vistorias de Segurança ou de análise de
Segurança, a Análise de Relatórios de Relatórios de Prevenção ou de
Prevenção e de incidentes, os Incidentes.
Programas Educativos, as Análises de
Tendências, os Programas de Prevenção 4. A Análise de Tendências será
Específicos e a Investigação de sempre feita através de indicações
Acidentes e Incidentes. provenientes de Vistorias de
Segurança e de análise de
1. Vistoria de Segurança é a pesquisa Relatórios de Prevenção ou de
de fatores em potencial de perigo em Incidentes.
diversas áreas de uma organização,
que irá identificar situações A Análise de Tendências nada mais é
insatisfatórias, registrá-las, analisá- que a observação de que determinado
las e propor medidas preventivas ou ponto, seja um setor, um procedimento
corretivas. A vistoria de segurança ou um equipamento, está deteriorando
não identifica erros pessoais: sua performance, perdendo rendimento
normalmente, é impessoal, ou não está mais atingindo os níveis

197

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

desejados; esta observação permitirá


que se tomem providências antes que
alguma falha ocorra vindo a se constituir
em um dos elos da cadeia de eventos
que leva a um acidente. A Análise de
Tendências permite antecipar o
problema.

4. Os Programas de Prevenção
Específicos são programas sobre
assuntos específicos relacionados à
segurança de voo; pretendem cuidar
de aspectos específicos que
comprometem a segurança das DEFINIÇÃO
operações.
É um programa de prevenção,
São programas de prevenção elaborado pela empresa ou organização,
específicos: que estabelece normas, procedimentos,
- F.O.D. tarefas e/ou atribuições destinadas a
- Perigo Aviário e Fauna evitar ou minimizar a ocorrência de
- CFIT F. O. D. (danos por objetos estranhos)
- CRM nas aeronaves.
- FOQA
- LOSA OBS: Este subprograma é mais
específico para o pessoal de aeronave.
DESCRIÇÔES

- F. O. D. = FOREIGN OBJECT - PERIGO AVIÁRIO E FAUNA


DAMAGE
(danos por objetos estranhos). A colisão com a fauna é um dos
grandes perigos para a aviação.
É o dano sofrido por um ou mais Perdem-se aeronaves e vidas em
componentes de uma aeronave, acidentes decorrentes de colisão com
em função do contato direto com aves.
objeto estranho àquele meio.
Como procedimento, qualquer
ocorrência com a fauna deve ser
reportada; a comunicação deve ser
realizada em formulários específicos,
que devem seguir como anexos em
mensagens eletrônicas
encaminhadas ao CENIPA,
direcionadas a endereço eletrônico
198

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

que trata especificamente desta


questão. Em situação de Colisão com
Fauna, as fichas CENIPA 5 (referente
a acidente ou incidente) e a CENIPA
15 (referente à colisão com a fauna)
devem ser preenchidas e enviadas;
em caso de Quase Colisão ou
Avistamento da Fauna, deve ser
enviada a ficha CENIPA 15. Esta
comunicação também pode ser feita
através do Relatório de Prevenção,
em situações nas quais se tem
conhecimento apenas de
informações básicas sobre a
ocorrência (o dia, à hora e o local do - CFIT = CONTROLED FLIGHT INTO
evento). Todos podem reportar, TERRAIN
desde os profissionais de pátio do (Voo Controlado em Direção ao
aeroporto até os operadores da torre Terreno)
de controle, que eventualmente
avistam pássaros próximos ao CFIT é o nome que se dá ao
aeroporto. acidente que ocorre quando a aeronave
encontra-se em condições normais, sem
qualquer pane, porém, colide com o solo,
com a água ou com algum obstáculo
(morro, montanha) sem que a tripulação
perceba o que está ocorrendo. – A
tripulação também encontra-se apta para
realizar o voo.

Como em todo desastre, há a


existência de vários fatores contribuintes
para que o acidente ocorra normalmente
encontrados dentro da estrutura de uma
empresa; nos acidentes do tipo CFIT, no
entanto, é constatada a elevada
contribuição da tripulação em sua
ocorrência.

Este tipo de acidente acontece


principalmente nas fases de
aproximação final e pouso, e foi foco de
enormes preocupações entre os anos de
1988 e 1997, pois neste período, o CFIT
199

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

foi o tipo de acidente que mais ocorreu Este treinamento é regido pela
no mundo em operações de empresas (Instrução de Aviação Civil) (IAC) 060-
de linha aérea. Foi criado o que foi 1002 A - ANAC, de 14 de abril de 2005,
chamado de Força Tarefa CFIT, tendo que normatiza os procedimentos para
como objetivo reduzir em 50% no ano de sua realização.
1998 os acidentes deste tipo, e continuar
realizando esforços para diminuir mais
os acidentes do tipo CFIT. O trabalho da - FOQA = FLIGHT OPERATIONS
Força Tarefa CFIT, composta por QUALITY ASSURANCE
especialistas de vários locais do mundo, (Programa de Acompanhamento e
diminuiu em mais de 50% este tipo de Análise de Dados de Voo – PAADV)
acidente no ano de 1998 e, durante
estudos realizados, foram geradas várias FOQA é um programa específico
recomendações sobre alguns que utiliza dados dos gravadores de voo
procedimentos a serem adotados para da aeronave (Flight Data Recorder -
se evitar acidentes deste tipo; entre as FDR) para identificar, utilizando um
conclusões, ficou constatada a software especializado, desvios
necessidade de implantação do ocorridos na operação da aeronave que
Programa de Prevenção CFIT. possam levar a um aumento dos riscos
na operação, ou à ineficiência
operacional. Tem como resultado a
- CRM = CORPORATE RESOURCE compreensão, o entendimento em
MANAGEMENT relação aos dados que apontam falhas e
(Treinamento em Gerenciamento de desvios na operação.
Recursos de Equipe) Este programa é regido pela ( IAC ) 119-
1005 - ANAC, de 20 de dezembro de
CRM é um programa de treinamento 2004.
voltado para todas as pessoas que
fazem parte de uma organização
relacionada à aviação. - LOSA = LINE OPERATIONS
SAFETY AUDIT
Tem como objetivo identificar os erros (Auditorias de Segurança em
e as falhas presentes nas circunstâncias Operações de Linha)
de relacionamento entre as pessoas
quando elas estão trabalhando juntas. LOSA é um programa que pretende, a
Pretende ajudar os profissionais da partir dos registros realizados por um
aviação a identificar estes erros, de observador treinado voando na cabine
forma que estes possam ser dos pilotos, junto com a tripulação
gerenciados, diminuindo assim, sempre técnica, identificarem as ameaças que
que possível, a gravidade de suas estiveram presentes no voo, os erros que
conseqüências. foram cometidos e, principalmente, como
os tripulantes lidaram com estas
situações, o que foi feito pela tripulação

200

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

para que as situações críticas encarregada da investigação será o


terminassem com um resultado positivo, CENIPA, podendo delegar a
com a segurança de voo preservada. investigação a um determinado
SERIPA.
Este programa pretende observar o
desempenho de uma tripulação em uma a. Demais aeronaves civis brasileiras: a
operação normal de voo; identificar os organização encarregada da
aspectos em relação aos quais se tem investigação será o Serviço Regional
eficiência e êxito na operação, e aqueles de Investigação e Prevenção de
que são vulneráveis em relação ao Acidentes Aeronáuticos (SERIPA),
desempenho de uma tripulação. em cuja área ocorreu o acidente.

b. Aeronave civil de registro estrangeiro:


A INVESTIGAÇÃO a organização encarregada da
investigação será o CENIPA,
Tem por finalidade a prevenção de podendo delegar a investigação a um
acidentes aeronáuticos, ou seja, a determinado SERIPA, devendo ser
eliminação dos fatores que possam de observada a aplicabilidade do Anexo
alguma forma, contribuir para repetição 13 à Convenção de Aviação Civil
das ocorrências ou de parte delas, Internacional, através de normas
através da emissão e cumprimento de específicas do CENIPA.
recomendações de segurança.
OS RELATÓRIOS
COMANDO INVESTIGADOR (CI)
São de extrema importância na
É o comando que designa a Comissão prevenção de acidentes aeronáuticos.
de Investigação de Acidente Aeronáutico
(CIAA) ou o OSV/OSO/EC para a TIPOS DE RELATÓRIOS
investigação de Incidente Aeronáutico e
Ocorrência de Solo. 1. RELATÓRIO DE AÇÃO INICIAL
(RAI) – Relatório Inicial para adoção
de medidas corretivas de curto prazo
RESPONSABILIDADE DA após a ocorrência enquanto se
INVESTIGAÇÃO processa a investigação. Prazo 30
dias após o ocorrido. (ostensivo)
1. Em caso de incidente com aeronave
civil brasileira – será investigado 2. RELATÓRIO DE DADOS DE
pelos operadores que possuam ASV ACIDENTE / INCIDENTE (ADREP) –
credenciado pelo CENIPA. É o documento formal, resultado de
um processo de reunião e análise de
2. Aeronave civil brasileira de transporte dados relacionados à ocorrência de
aéreo regular ou que opere segundo um incidente e/ou acidente que
o RBHA 121: a organização constitui em base fundamental de

201

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

eficiente programa de prevenção.


(Reservado).

3. RELATORIO PRELIMINAR (RP) –


Documento formal que contém, de
forma simplificada, informações
iniciais (preliminares) sobre um
acidente aeronáutico. Prazo 1 (um)
ano. (Reservado).

4. RELATÓRIO DE INCIENTE (RELIN)


– É o documento formal, resultado de
um processo de reunião e análise de
dados relacionados à ocorrência de
um incidente e que constitui em base
fundamental de eficiente programa
de prevenção (Reservado).

5. RELATÓRIO FINAL (RF) – É


destinado à divulgação da conclusão
da Investigação e das medidas
recomendadas em caráter
mandatário (Ostensivo).
7. REPORTE CONFIDENCIAL PARA
A SEGURANÇA OPERACIONAL
* Os seguintes relatórios são (RCSO) – É o relatório que deve ser
ferramentas para reporte de enviado diretamente ao CENIPA, no
condições ou ocorrências qual são reportadas situações de risco
prejudiciais à segurança de voo potencial para a segurança de voo
que uma pessoa presenciou, ou que
6. RELATÓRIO DE PREVENÇÃO uma pessoa teve conhecimento.
(RELPREV) – É o documento que
contém o relato de fatos perigosos ou NOTA: Foi criado o Programa
potencialmente perigosos para a Confidencial de Reporte Voluntário
atividade aérea, e que permite à (PCRV) com o intuito de se aprimorar o
autoridade competente, o processo de reportes relacionados ao
conhecimento dessas situações, com CENIPA e, dentro deste programa, o
a finalidade da adoção de medidas antigo Relatório Confidencial para a
corretivas e preventivas (Reservado). Segurança de Voo (RCSV) passou a ser
chamado de Relatório Confidencial para
a Segurança Operacional (RCSO).

202

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

CICLO DA PREVENÇÃO E OS São os Relatórios de Investigação de


TIPOS DE FERRAMENTAS PARA A Incidentes e os Relatórios de
SEGURANÇA DE VOO Investigação de Acidentes; são
ferramentas bastante ricas, que
As ferramentas que fazem parte do apresentam muitos ensinamentos, mas
Ciclo da Prevenção, voltadas para a são chamadas de Reativas, pois é uma
segurança de voo, podem ser ferramenta para a segurança de voo e
classificadas em três tipos, que são os para a prevenção de acidentes
seguintes: construída, elaborada após a ocorrência
de um desastre, quando um incidente ou
a) Ferramentas PREDITIVAS: acidente aeronáutico já aconteceram.
São o FOQA e o LOSA, os Sistemas
de Coletas de Dados que se preocupam
em coletar informações sobre condições NORMAS DO SIPAER
que ocorreram e que poderiam colocar
em risco as operações e comprometer a O SIPAER rege-se por Normas de
segurança de voo, sem que esta fosse Sistemas do Comando da Aeronáutica
efetivamente comprometida; além disso, (NSCA), que são periodicamente
coletar informações sobre os atualizadas.
procedimentos que foram usados e as Atualmente existem 11 normas, 2
atitudes que foram tomadas para que a Instruções e um Manual cujos títulos são:
operação continuasse de forma segura.
– A divulgação daquilo que foi observado NSCA 3-1 – Conceituação de
faz parte destes trabalhos para melhorar vocábulos, expressões e símbolos de
a segurança de voo. uso no SIPAER. (OUT/2008)

b) Ferramentas PRÓ-ATIVAS: NSCA 3-2 – Estrutura e atribuições


- Os trabalhos voltados para dos elementos constitutivos do SIPAER;
educação e treinamento: Seminários, (OUT/2008)
Simpósios voltados para a segurança
de Voo e o CRM; NSCA 3-3 – Gestão da Segurança
- Os sistemas de reporte de Operacional; (OUT/2008)
situações de perigo para a segurança
de voo: os Relatórios de Prevenção NSCA 3-4 – Plano de emergência
(RELPREVs) e os Reportes aeronáutica em Aeródromo (PEAA);
Confidenciais para a Segurança
Operacional (RCSOs). NSCA 3-5 – Notificação e confirmação
- As Vistorias de Segurança de ocorrências no âmbito do SIPAER;
Operacional. (OUT/2008)
- Os Sistemas de Identificação,
Análise e Gerenciamento de Risco. NSCA 3-6 – Investigação de Acidente
c) Ferramentas REATIVAS: e de Incidente Aeronáutico e Ocorrência
no Solo; (OUT/2008)

203

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

NSCA 3-7 – Responsabilidade dos COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE OU


operadores de aeronaves em caso de INCIDENTE AERONÁUTICO
Acidente, e de Incidente Aeronáutico e
Ocorrência de Solo; (OUT/2008) É responsabilidade do operador
comunicar a ocorrência de acidente ou
NSCA 3-8 – REVOGADA; incidente ocorrido com aeronave sob sua
responsabilidade. A comunicação do fato
NSCA 3-9 – Recomendações de deverá ser feita à organização do
Segurança Operacional emitidas pelo Comando da Aeronáutica mais próxima e
SIPAER; (OUT/2008) pelo meio mais rápido disponível. – Obs.:
São disponibilizadas e apresentadas
NSCA 3-10 – Formação e capacitação formas de notificação de ocorrências no
dos recursos humanos do SIPAER; na NSCA 3-5 – Notificação e
(OUT/2008) Confirmação de Ocorrências no âmbito
SIPAER.
NSCA 3-11 – Formulários em uso pelo
SIPAER; (OUT/2008) NOTA: Nas referências feitas a
proprietários e/ou operadores estão
NSCA 3-12 – Código de Ética do incluídos os exploradores, arrendatários,
SIPAER; (OUT/2008) tripulantes e seus legítimos
representantes.
ICA 3-7 – Reporte Confidencial para
Segurança Operacional (RCSO); Neste contexto, considera-se operador
ou explorador de aeronave a pessoa
ICA 3-2 – Programa de Prevenção de física ou jurídica, proprietária ou não, que
Acidentes Aeronáuticos da Aviação Civil a utiliza legitimamente, com fins
Brasileira para 2009; lucrativos ou não.

MCA 3-6 – Manual de Investigação NSCA-3-7


SIPAER.
Responsabilidade de Operador

ART. 87. DO CBA (CÓDIGO 1. É compulsória a notificação, pelo


BRASILEIRO DE AERONÁUTICA) operador, de todas as ocorrências
A prevenção de acidentes que envolvam aeronaves cuja
aeronáuticos é de responsabilidade de operação está sob sua
todas as pessoas, naturais ou jurídicas, responsabilidade. As ocorrências
envolvidas com a fabricação, abrangem os Acidentes
manutenção, operação e circulação de Aeronáuticos, os Incidentes
aeronaves, bem assim com as atividades Aeronáuticos e as Ocorrências de
de apoio da infra – estrutura aeronáutica Solo.
no território brasileiro.
204

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

2. Prestar todas as informações, em 7. Prover treinamento e


forma de declaração, dados ou aperfeiçoamento aos tripulantes,
documentação, solicitadas nos quanto à ação pós-acidente, até a
processos de investigação de chegada das equipes de salvamento;
acidente ou de incidente, dentro dos
prazos estabelecidos. 8. Divulgar a todos os outros
operadores de equipamento similar
ou com interesse na operação, os
3. Manter ou providenciar quem fatos significativos dos ensinamentos
mantenha a guarda da aeronave, decorrentes da investigação.
acidentada ou de seus destroços,
dos bens nela transportados e de 9. Ressarcimento de Danos decorrentes
terceiros na superfície, atingidos pelo da ocorrência.
acidente, até que possa ser feita sua
remoção, visando a sua segurança e 10. A remoção da aeronave, seus
a preservação dos indícios; destroços, partes ou coisas por ela
transportadas, após a liberação pelo
4. Comunicar diretamente os familiares pessoal credenciado.
das vítimas e ao público em geral, a
ocorrência do acidente e a relação de REMOÇÃO DA AERONAVE E
passageiros e tripulantes. Sendo que SEUS DESTROÇOS
os familiares deverão
obrigatoriamente ser informados Exceto para efeitos de salvar vidas,
antes de qualquer outro órgão de restaurar a segurança da operação ou
imprensa e/ou publico em geral. preservar a propriedade de terceiros,
nenhuma aeronave acidentada, seus
5. Transportar ou providenciar quem destroços, ou coisas por ela
transporte os sobreviventes após o transportados, podem ser removidos
devido tratamento de acordo com as sem a liberação por parte do responsável
condições exigidas pelo estado físico pela investigação SIPAER.
e de saúde, ao destino que se
propunha por ocasião do acidente, ao NOTA: É também responsabilidade do
local de residência de outro, ou a operador providenciar para que um
outro local que ofereça as condições exemplar da NSCA 3-7 seja mantido a
de tratamento necessários e bordo de toda aeronave brasileira.
inexistentes onde estiverem.
AÇÃO EM CASO DE ACIDENTE
6. Transportar ou providenciar o OU INCIDENTE AERONÁUTICO
transporte dos restos mortais
decorrentes do acidente, ao local Em caso de acidente, a principal
designado pela família para o preocupação daqueles que primeiro
sepultamento. cheguem ao local é prestar socorro aos

205

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

sobreviventes e dar proteção à vestígios de tinta, presença de galhos,


propriedade. etc.

Todos os meios e pessoas disponíveis Na presença de pessoal especializado


devem ser empregados. e dos bombeiros, deve-se colher
amostras de combustível dos tanques e
Cuidadosas medidas de segurança do filtro. É importante certificar-se de que
devem ser adotadas durante o socorro. a bateria está desconectada. Só então o
Os vapores de combustível, óleo combustível deve ser removido e seu
hidráulico e as cargas inflamáveis podem volume medido. Em caso de vazamento,
pegar fogo, em conseqüência de faíscas deve-se evitar o uso de rádio, flashes,
provocadas pelo movimento da fiação equipamentos elétricos, motores e
enquanto a bateria estiver ligada ou atrito cigarros. O perigo de fogo e explosão é
das partes metálicas ou áreas grande.
aquecidas; deve-se evitar movimentar
desnecessariamente os destroços. Não se deve aumentar o número de
vitimas. Em caso de fogo, não se deve
De imediato, deve-se providenciar a esquecer que os pneus, as garrafas de
remoção dos feridos, dentro do possível, ar comprimido e de oxigênio, quando
na ordem de prioridade: primeiro os mais expostas a altas temperaturas, podem
graves e depois os que apresentam explodir.
ferimentos leves. Os cadáveres não
devem ser movimentados. Devem ser A área deve ser isolada e o movimento
logo acionados os bombeiros, a polícia, a de pessoas deve ser controlado e
assistência médica e as autoridades restringido ao máximo; tal medida evitará
competentes, de acordo com a o desaparecimento de peças no solo e
regulamentação em vigor. nos destroços e furto de partes
importantes pelos “caçadores de
Caso as circunstâncias o permitam, lembranças”.
devem ser anotadas as posições e os
dados de cada pessoa envolvida nos Conforme determina a legislação em
acidentes, dentro ou fora da aeronave: vigor, o proprietário e/ou operador é
local na cabine, número do assento, se responsável pelos destroços. A guarda
estava usando o cinto de segurança, à dos mesmos, até sua liberação pela
distância em relação à aeronave, etc. A Autoridade Aeronáutica competente, é
preservação dos dados e indícios é de obrigatória e ocorre por conta dos
capital importância para a investigação. responsáveis citados.

Devem-se fotografar os destroços e Para preservar as evidências – marcas


levantar os dados para o croqui: das de fogo, impactos no solo, etc. – faz-se
partes, direção e ângulo de impacto, necessária à ação imediata da equipe de
sinais importantes de colisão e fogo, investigação (OSV/OSO/EC) ou, em sua
falta, das ações já indicadas. Caso seja

206

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

possível, devem-se cobrir as evidências, o incidente é investigado pelo ASV –


para protegê-las da chuva e dos outros Agente de Segurança de Voo do
fatores. operador ou da localidade.

Deve-se providenciar o levantamento Concluindo, após uma ação inicial


das testemunhas, com indicação do minuciosa e eficaz, a investigação
nome, endereço e local de onde propriamente dita se tornará mais fácil e
observaram o acidente. eficiente.

Posteriormente, deve-se realizar uma Dependendo do local da ocorrência, é


entrevista detalhada, com anotações possível que uma única pessoa tenha
escritas. contato estreito com acidente. Sua
responsabilidade é grande e sua
O livro de bordo, as cadernetas e toda contribuição, valiosa.
documentação existente na aeronave
devem ser recolhidos e examinados. Em linhas gerais, respeitadas as
características de cada acidente, o
Visando inclusive a proteção contra seguinte procedimento deverá ser
acusações posteriores, os tripulantes, seguido:
vivos ou falecidos, devem ser
imediatamente examinados quanto ao 1. Tomada geral de situação.
estado físico, ao teor alcoólico, à 2. Socorro às vítimas combate a
medicação, à capacidade para executar incêndio e proteção às cargas
o trabalho. perigosas.
3. Desativação dos localizadores de
Após um acidente, todo tripulante terá emergência e dos gravadores da
o certificado de capacidade física (CCF) cabine.
cancelado, devendo ser submetido a 4. Definição de quem poderá transitar
novo exame de saúde inicial. no local.
5. Estabelecimento da guarda dos
Conforme a legislação em vigor, os destroços.
proprietários deverão enviar à ANAC, o 6. Confirmação da ausência de perigo
mais breve possível, as fotos e o na área.
detalhamento dos danos, para agilizar o 7. Resgate dos corpos, demarcando-se
laudo de danos, que é fundamental para os locais em que foram encontrados.
os trabalhos de recuperação da 8. Proteção dos destroços quanto ao
aeronave e para a retirada do prêmio do mau tempo.
seguro. 9. Busca geral nos destroços, a fim de
se obter possíveis condições de
Os mesmos cuidados para levantar um sobrevivência, localização de partes
Incidente são válidos para a ocorrência soltas e marcas no solo e em
de um acidente; a diferença básica é obstáculos.
que, dependendo de sua complexidade, 10. Coleta de amostras de combustível.

207

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

11. Cálculo de peso e balanceamento. PRESSÕES CONJUNTURAIS


12. Localização das testemunhas.
13. Levantamento dos danos causados a Hoje em dia é difícil uma pessoa não
terceiros. ter problemas, todos os têm. São
14. Atendimento à imprensa se for o preocupações pessoais, familiares,
caso. sociais, financeiras, profissionais etc.

A vida atual exige muito de cada


ÁREAS DE ESPECIAL ATENÇÃO indivíduo e os expõe a vários tipos de
PARA SEGURANÇA DE VOO. pressão e cobrança.

PESSOAL DE APOIO Muitas vezes, o tripulante sai para o


voo num clima de tensão e ansiedade
Todo pessoal que apóia a atividade que em nada se relaciona com a
aérea deve ter um preparo específico atividade aérea; algumas vezes, este
para o que irá fazer, considerando-se clima é tão tenso, que domina o
suas particularidades. indivíduo, embotando seu raciocínio e
comprometendo seus reflexos.
Todos, inclusive pilotos, mecânicos e
comissários, têm que dar sua parcela de NOTA.: Nestas condições, torna-se
segurança para que se tenha uma importante a questão do
operação segura. autoconhecimento, para que cada um
seja capaz de ter consciência em relação
Todos são importantes para a ao estado em que se encontra, e de
prevenção de acidentes. reconhecer quando este pode
comprometer a segurança de voo, sendo
então motivo para não ir voar.

Todo tripulante deve ter cuidado e


treino, com o exercício constante de sua
profissão, para desenvolver a habilidade
de se concentrar para realizar seu
trabalho, o voo e as tarefas que são de
sua responsabilidade e autonomia
cumprir. Assim, quando realiza os
procedimentos voltados para a
preparação do voo, e quando executa o
voo, até o encerramento de sua jornada
de trabalho daquele dia, é importante
que se desenvolva e se adquira a
capacidade para realizar os voos,
cumprir seu trabalho com as cargas
“extras” que fazem parte das bagagens

208

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

dos seres humanos, no sentido de estas CONCLUSÃO


não se relacionarem exclusivamente com
aspectos que dizem respeito à profissão. O comissário é um elemento
Esta capacidade diz respeito a uma importante na prevenção de Acidentes e
maturidade profissional (e pessoal). Incidentes Aeronáuticos.

A atividade aérea exige toda


concentração e elevado nível de alerta. Conclusão
Os tripulantes, ao executarem suas Observando – se uma estatística feita
funções, não podem fazê-lo em âmbito mundial, verificou – se que
automaticamente, rotineiramente, não 75% dos acidentes tiveram como
podem nunca estar dissociados da contribuinte o fator humano (tripulação),
atenção necessária. 12% razões técnicas, mas que incluem o
fator humano no desenho, na construção
CUIDADOS PRÁTICOS e na manutenção da aeronave, em 13%
o meio ambiente esteve presente, em
SEGURANÇA: É a maneira de reduzir sua maioria com contribuições
ao mínimo as possibilidades de riscos na meteorológicas adversas, mas
operação. englobando também controle de tráfego,
aeroportos, terreno, auxílios à
EMERGÊNCIA: É toda situação que navegação, falta de informações e falhas
põe em risco a aeronave e/ ou seus no suporte de voo.
ocupantes.
Isto corrobora a afirmativa de que o
CHECKLIST: É o procedimento de alvo de todas as investidas para
prevenção usado pelo comissário para a melhorar a segurança de voo deve ser o
verificação de localização e quantidades homem, peça importante e única a poder
dos equipamentos a serem utilizados ser trabalhada na área emocional da
numa emergência. tríade básica da atividade aérea.
Este procedimento é muito importante Após a conscientização individual, tem
não só com relação aos equipamentos – se que buscar a mobilização coletiva,
de segurança, como também para a pois, através da cooperação, os objetivos
segurança de voo em geral. serão facilmente atingidos.
EXEMPLOS DE ITENS NO CHECK
LIST:
 Cintos de segurança
 Saídas desobstruídas
 Galleys, Toillets, etc.
 Bagagens soltas
 Passageiros fumando

209

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
SEGURANÇA DE VOO/ SEGURANÇA OPERACIONAL

Aeronáuticos – Apostila CFIT; junho


2007 (Este material está associado ao
CENIPA) – Cmte. Wagner Cyrillo
Júnior.

- Especialização em Segurança de
Voo e Aeronavegabilidade Continuada –
ITA – Notas de Aula; 2008 – Medicina
Aeroespacial – Prof. Carlos Gerk Filho;
Segurança de Voo – Prof. Wagner Cyrillo
Júnior.

- Especialização em Segurança de
Voo – Universidade Anhembi Morumbi –
Notas de Aula; 2009 – Fundamentos de
Parodiando Goethe, se poderia dizer: Segurança de Voo – Prof. Wagner Cyrillo
“Não basta saber. É preciso Júnior.
aplicar”.
- Palestra apresentada no I Simpósio
Na busca da segurança de voo, todos de Segurança de Voo do Grupo Especial
devem utilizar de todo conhecimento. de Ensaio em Voo: 2008 – Cenário Atual
A vontade prescinde da ação para da Segurança de Voo no Brasil – Te.
atingir qualquer meta. Cel. Av. Hein.
“Não basta querer. É preciso
também agir”. - Organização Internacional de
Aviação Civil (OACI) – Safety
O que não se pode de maneira alguma Management Manual (SMM) – Doc 9859
esquecer, é que todos são responsáveis (Firts Edition – 2006). Consultado
para a prevenção de acidentes através de
aeronáuticos. www.icao.int/fsix_library/SMM-
9859_1ed_en.pdf. (Abril 2010).
BIBLIOGRAFIA
- Centro de Investigação e Prevenção
- Manual de procedimentos de de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) –
Segurança de Voo, elaborado pela Normas SIPAER – NSCA 3-1; NSCA 3-2;
Coordenação CEAB e NSCA 3-5; NSCA 3-7. Consultado
através de www.cenipa.aer.mil.br. (Abril
complementada e atualizada com os
2010).
conteúdos e autores abaixo.

- Apostila elaborada para o Curso de www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/paginas/i


Aviação Civil da Universidade Anhembi ndex_dipaa.php (Abril 2010).
Morumbi – Prevenção de Acidentes

210

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP – Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

destes não exceda a 1/3 (um terço)


REGULAMENTAÇÃO dos comissários existentes a bordo da
PROFISSIONAL aeronave.
Art. 4º. - O aeronauta no exercício de
Regulamentação Profissional função específica a bordo da aeronave,
de acordo com as prerrogativas da
Lei N.º 7.183:DE 05 DE ABRIL DE 1984 licença de que é titular, tem a
designação de tripulante.
Regula o exercício da profissão de
Art. 5º - O aeronauta de empresa de
aeronauta e dá outras providências.
transporte aéreo regular que se deslocar,
O Presidente da República faz saber
a serviço desta, sem exercer função a
que o Congresso Nacional decreta e eu
bordo de aeronave, tem a designação de
sanciono a seguinte Lei:
tripulante extra.
CAPÍTULO I § ÚNICO - O aeronauta de empresa
de transporte aéreo não regular ou
SEÇÃO I serviço especializado tem a designação
de tripulante extra somente quando se
Das Disposições Preliminares deslocar em aeronave da empresa, a
serviço desta.
Do Aeronauta e da sua Classificação
Art. 1º - O exercício da profissão de Art. 6º - São tripulantes:
aeronauta é regulado pela presente Lei.
Art. 2º - Aeronauta é o profissional COMANDANTE: piloto responsável
habilitado pelo Ministério da Aeronáutica pela operação e segurança da aeronave
(Defesa), que exerce atividade a bordo - exerce a autoridade que a legislação
de aeronave civil nacional, mediante aeronáutica lhe atribui;
contrato de trabalho. CO-PILOTO: piloto que auxilia o
§ ÚNICO - Considera-se também comandante na operação da aeronave;
aeronauta, para os efeitos desta Lei, MECÂNICO DE VOO: auxiliar do
quem exerce atividade a bordo de comandante, encarregado da operação e
aeronave estrangeira, em virtude de controle de sistemas diversos conforme
contrato de trabalho regido pelas leis especificação dos manuais técnicos da
brasileiras. aeronave;
Art. 3º - Ressalvados os casos NAVEGADOR: auxiliar do
previstos no Código Brasileiro do Ar, a comandante, encarregado da navegação
profissão de aeronauta é privativa de da aeronave quando a rota e o
brasileiros. equipamento o exigirem, a critério do
§ ÚNICO - As empresas brasileiras órgão competente do Ministério da
que operam em linhas internacionais Aeronáutica (Defesa);
poderão utilizar comissários RADIOPERADOR DE VOO: auxiliar
estrangeiros, desde que o número do comandante, encarregado do serviço
de radiocomunicações nos casos

211

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

previstos pelo órgão competente do instrução, de experiência, de vistoria e


Ministério da Aeronáutica (Defesa); de translado.
COMISSÁRIO: é o auxiliar do Art. 11º -
comandante, encarregado do
cumprimento das normas relativas à
segurança e atendimento dos
passageiros a bordo e da guarda de é a constituída basicamente de uma
bagagens, documentos, valores e malas tripulação mínima acrescida, quando for
postais que lhe tenham sido confiados o caso, dos tripulantes necessários à
pelo comandante. realização do voo.
§ 1º - A guarda dos valores fica Art. 12º- Tripulação composta é a
condicionada à existência de local constituída basicamente de uma
apropriado e seguro na aeronave, sendo tripulação simples, acrescida de um
responsabilidade do empregador atestar piloto qualificado ao nível de piloto em
a segurança do local. comando, um mecânico de voo, quando
§ 2º - A guarda de cargas e malas o equipamento assim o exigir, e o
postais em terra somente será confiada mínimo de 25% (vinte e cinco por cento)
ao comissário quando no local inexistir do número de comissários.
serviço próprio para essa finalidade. § ÚNICO - Aos tripulantes acrescidos
Art. 7º - Consideram-se também à tripulação simples serão asseguradas
tripulantes, para os efeitos desta Lei, os pelo empregador, poltronas reclináveis.
operadores de equipamentos especiais Art. 13º - Tripulação de revezamento é
instalados em aeronaves homologadas a constituída basicamente de uma
para serviços aéreos especializados, tripulação simples, acrescida de mais um
devidamente autorizados pelo Ministério piloto qualificado ao nível de piloto em
da Aeronáutica (Defesa). comando, um co-piloto, um mecânico de
SEÇÃO II voo, quando o equipamento assim o
Das Tripulações exigir, e de 50% (cinqüenta por cento) do
número de comissários.
Art. 8º - Tripulação é o conjunto de § ÚNICO - Aos pilotos e mecânicos de
tripulantes que exercem função a bordo voo acrescidos à tripulação simples
de aeronave. serão asseguradas pelo empregador,
Art. 9º - Uma tripulação poderá ser: acomodações para o descanso
mínima, simples, composta e de horizontal e, para os comissários,
revezamento. número de assentos reclináveis iguais à
Art. 10º - Tripulação mínima é a metade do seu número com
determinada na forma de certificação de aproximação para o inteiro superior.
tipo de aeronave e a constante do seu Art. 14º - O órgão competente do
manual de operação, homologada, pelo Ministério da Aeronáutica (Defesa),
órgão competente do Ministério da considerando o interesse da segurança
Aeronáutica (Defesa), sendo permitida de voo, as características da rota de voo,
sua utilização em Voos locais de e a programação a ser cumprida, poderá
determinar a composição da tripulação
212

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

ou as modificações que se tornarem adestramento e verificação de


necessárias. proficiência técnica;
Art. 15º - As tripulações compostas ou Por intermédio de escala no mínimo
de revezamento só poderão ser semanal, divulgada com antecedência
empregadas em voos internacionais e mínima de 2 (dois) dias para a primeira
nas seguintes hipóteses: semana de cada mês e 7 (sete) dias
a. Mediante programação; para as semanas subseqüentes, para os
Para atender a atrasos ocasionados voos de horário, serviços de reserva,
por condições meteorológicas ou por sobreaviso e folga;
trabalhos de manutenção; mediante convocação, por
Em situações excepcionais, mediante necessidade de serviço.
autorização do Ministério da Aeronáutica Art.18º - A escala deverá observar
(Defesa). como princípio, a utilização do aeronauta
§ Único - Uma tripulação composta em regime de rodízio e em turnos
poderá ser utilizada em voos domésticos compatíveis com a higiene e segurança
para atender a atrasos ocasionados por do trabalho.
condições meteorológicos desfavoráveis Art.19º - É de responsabilidade do
ou por trabalhos de manutenção. aeronauta, manter em dia seus
Art. 16 - Um tipo de tripulação só certificados de habilitação técnica e de
poderá ser transformado na origem do capacidade física estabelecidos na
voo e até o limite de 3 (três) horas, legislação em vigor, cabendo-lhe
contadas a partir da apresentação da informar o serviço de escala, com
tripulação previamente escalada. antecedência de 30 (trinta) dias, as
§ Único - A contagem de tempo para respectivas datas de vencimento, a fim
limite da jornada será a partir da hora da de que lhe seja possibilitada a execução
apresentação da tripulação original ou do dos respectivos exames.
tripulante de reforço, considerando o que
ocorrer primeiro. SEÇÃO II

CAPÍTULO II Da Jornada de Trabalho


Do Regime de Trabalho
SEÇÃO I Art. 20º - Jornada é a duração do
trabalho do aeronauta, contada entre à
Da Escala de Serviço hora da apresentação no local de
trabalho e a hora em que o mesmo é
Art. 17º - A determinação para a encerrado.
prestação de serviço dos aeronautas, § 1º - A jornada na base domiciliar
respeitados os períodos de folgas e será contada a partir da hora de
repousos regulamentares, será feita: apresentação do aeronauta no local de
Por intermédio de escala especial ou trabalho.
de convocação, para realização de § 2º - Fora da base domiciliar, a
cursos, exames relacionados com o jornada será contada a partir da hora de

213

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

apresentação do aeronauta no local Inexistência, em local de escala


estabelecido pelo empregador. regular, de acomodações apropriadas
§ 3º - Nas hipóteses previstas nos para o repouso da tripulação e dos
parágrafos anteriores, a apresentação no passageiros;
aeroporto não deverá ser inferior a 30 Espera demasiadamente longa, em
(trinta) minutos da hora prevista para o local de espera regular intermediária,
início do voo. ocasionada por condições
§ 4º - A jornada será considerada meteorológicas desfavoráveis ou por
encerrada 30 (trinta) minutos após a trabalho de manutenção;
parada final dos motores. Por imperiosa necessidade.
Art. 21º - A duração da jornada de § 1º - Qualquer ampliação dos limites
trabalho do aeronauta será de: das horas de trabalho deverá ser
11 (onze) horas, se integrante de uma comunicada pelo comandante ao
tripulação mínima ou simples; empregador, 24 (vinte e quatro) horas
14 (quatorze) horas, se integrante de após a viagem, o qual, no prazo de 15
uma tripulação composta; (quinze) dias, a submeterá à apreciação
20 (vinte) horas, se integrante de uma do Ministério da Aeronáutica (Defesa).
tripulação de revezamento. § 2º - Para tripulações simples, o
§ 1º - Nos voos de empresa de Táxi- trabalho noturno não excederá 10 (dez)
aéreo, de serviços especializados, de horas.
transporte aéreo regional ou em voos § 3º - Para as tripulações simples nos
internacionais regionais de empresas de horários mistos, assim entendidos os que
transporte aéreo regular realizados por abrangem períodos diurnos e noturnos, a
tripulação simples, se houver interrupção hora de trabalho noturno será computada
programada da viagem por mais 4 como de 52 (cinqüenta e dois) minutos e
(quatro) horas consecutivas, e for 30 (trinta) segundos.
proporcionado pelo empregador Art. 23º - A duração do trabalho do
acomodações adequadas para repouso aeronauta, computado os tempos de
dos tripulantes, a jornada terá a duração voo, de serviço em terra durante a
acrescida da metade do tempo de viagem, de reserva e de 1/3 (um terço)
interrupção, mantendo-se inalterados os do sobreaviso, assim como o tempo do
limites prescritos na alínea "a" do art. 29 deslocamento, como tripulante extra,
desta Lei. para assumir voo ou retornar à base
§ 2º - Nas operações com helicópteros após o voo e os tempos de adestramento
a jornada poderá ter a duração acrescida em simulador, não excederá a 60
de até 1 (uma) hora para atender (sessenta) horas semanais e 176 (cento
exclusivamente a trabalhos de e setenta e seis) horas mensais.
manutenção. § 1º - O limite semanal estabelecido
Art. 22º - Os limites da jornada de neste artigo não se aplica ao aeronauta
trabalho poderão ser ampliados de 60 que estiver sob o regime estabelecido no
(sessenta) minutos, a critério exclusivo art. 24 desta Lei.
do comandante da aeronave e nos § 2º - O tempo gasto no transporte
seguintes casos: terrestre entre o local de repouso ou da
214

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

apresentação, e vice-versa, ainda que § 1º - O período de reserva para


em condução fornecida pela empresa, na aeronautas de empresas de transporte
base do aeronauta ou fora dela, não será aéreo regular não excederá de 6 (seis)
computado como de trabalho para fins horas.
desta Lei. § 2º - O período de reserva para
Art. 24º - Para o aeronauta aeronautas de empresas de táxi aéreo
pertencente à empresa de táxi-aéreo ou ou de serviços especializados não
serviços especializados, o período excederá de 10 (dez) horas.
máximo de trabalho consecutivo será de § 3º - Prevista a reserva, por prazo
21 (vinte e um) dias, contados do dia de superior a 3 (três) horas, o empregador
saída do aeronauta de sua base deverá assegurar ao aeronauta
contratual até o dia do regresso à acomodações adequadas para o seu
mesma, observado o disposto no art. 34 descanso.
desta Lei.
§ Único - O período consecutivo de
trabalho, no local de operação, não SEÇÃO IV
poderá exceder a 17 (dezessete) dias.
SEÇÃO III Das Viagens

Do Sobreaviso e Reserva Art. 27º - Viagem é o trabalho


realizado pelo tripulante, contado desde
Art. 25º - Sobreaviso é o período de a saída de sua base até o regresso à
tempo não excedente a 12 (doze) horas, mesma.
em que o aeronauta permanece em local § 1º - Uma viagem pode compreender
de sua escolha, à disposição do uma ou mais jornadas.
empregador, devendo apresentar-se no § 2º - É facultado ao empregador fazer
aeroporto ou outro local determinado, até que o tripulante cumpra uma combinação
90 (noventa) minutos após receber de voos, passando por sua base, sem
comunicação para o início de nova ser dispensado do serviço, desde que
tarefa. obedeça à programação prévia,
§ 1º - O número de sobreavisos que o observada as limitações estabelecidas
aeronauta poderá concorrer não deverá nesta Lei.
exceder a 2 (dois) semanais ou 8 (oito) § 3º - Pode o empregador exigir do
mensais. tripulante uma complementação de voo
§ 2º - O número de sobreavisos para atender à realização ou à conclusão
estabelecidos no § anterior não se aplica de serviços inadiáveis, sem trazer
aos aeronautas de empresas de táxi- prejuízo da sua programação
aéreo ou serviço especializado. subseqüente, respeitadas as demais
Art. 26º - Reserva é o período de disposições desta Lei.
tempo em que o aeronauta permanece, SEÇÃO V
por determinação do empregador, em
local de trabalho à sua disposição. Dos Limites de Voo e de Pouso

215

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

Art. 28º - Denomina-se "hora de voo" pousos aos limites estabelecidos neste
ou "tempo de voo" o período artigo.
compreendido entre o início do § 4º - Os limites de pousos
deslocamento, quando se tratar de estabelecidos nas alíneas "a", "b" e "c"
aeronave de asa fixa, ou entre a "partida" deste artigo não serão aplicados às
dos motores, quando se tratar de empresas de táxi-aéreo e de serviços
aeronave de asa rotativa, em ambos os especializados.
casos para fins de decolagem até o § 5º - O Ministério da Aeronáutica
momento em que respectivamente, se (Defesa) , tendo em vista as
mobiliza ou se efetua o "corte" dos peculiaridades dos diferentes tipos de
motores, ao término do voo (calço-a- operação, poderá reduzir os limites
calço). estabelecidos na alínea "d" deste artigo.
Art. 29º - Os limites de voo e pousos Art. 30º - Os limites de tempo de voo
permitidos para uma jornada serão os do tripulante não poderão exceder em
seguintes: cada mês, trimestre ou ano,
9 (nove) horas e 30 (trinta) minutos de respectivamente:
voo e 5 (cinco) pousos, na hipótese de
integrante de tripulação mínima ou Em aviões 100 270 1000 Horas
simples; convencionais
12 (doze) horas de voo e 6 (seis) Em aviões turbo 100 255 935 Horas
pousos, na hipótese de integrante de hélice
tripulação composta; Em aviões à jato 85 230 850 Horas
15 (quinze) horas de voo e 4 (quatro)
Em helicópteros 90 260 960 Horas
pousos na hipótese de integrante de
tripulação de revezamento.
8 (oito) horas sem limite de pousos, na § 1º - Quando o aeronauta tripular
hipótese de integrante de tripulação de diferentes tipos de aeronave será
helicópteros. observado o menor limite.
§ 1º - O número de pousos na § 2º - Os limites de tempo de voo para
hipótese da alínea "a" deste artigo aeronautas de empresas de transporte
poderá ser estendido a 6 (seis), a critério aéreo regular, em espaço inferior a 30
do empregador; neste caso o repouso (trinta) dias, serão proporcionais ao limite
que precede a jornada deverá ser mensal mais 10 (dez) horas.
aumentado de 1 (uma) hora. Art. 31º - As horas realizadas como
§ 2º - Em caso de desvio para tripulante extra, serão computadas para
alternativa, é permitido o acréscimo de os limites de jornada semanais e
mais 1 (um) pouso aos limites mensais de trabalho, não sendo as
estabelecidos nas alíneas "a", "b" e "c" mesmas consideradas para os limites de
deste artigo. horas de voo previstos no art. 30 desta
§ 3º - As empresas de transporte Lei.
aéreo regional que operam com
aeronaves convencionais e turbo hélice
poderão acrescentar mais 4 (quatro)
216

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

SEÇÃO VI Art. 36º - Ocorrendo o regresso de


viagem de uma tripulação simples entre
Dos Períodos de Repouso 23:00 (vinte e três) e 06:00 (seis) horas,
tendo havido pelo menos 3 (três) horas
Art. 32º - Repouso é o espaço de de jornada, o tripulante não poderá ser
tempo ininterrupto após uma jornada em escalado para trabalho dentro desse
que o tripulante fica desobrigado de espaço de tempo no período noturno
prestação de qualquer serviço. subseqüente.
Art. 33º - São assegurados ao SEÇÃO VII
tripulante, fora de sua base domiciliar,
acomodações para seu repouso, Da Folga Periódica
transporte ou ressarcimento deste, entre
o aeroporto e local de repouso e vice- Art. 37º - Folga é o período de tempo
versa. não inferior a 24 (vinte e quatro) horas
§ 1º - O previsto neste artigo não será consecutivas em que o aeronauta, em
aplicado ao aeronauta de empresa de sua base contratual, sem prejuízo da
táxi aéreo ou de serviços especializados remuneração, está desobrigado de
quando o custeio do transporte e qualquer atividade relacionada com seu
hospedagem, ou somente esta, for por trabalho.
elas ressarcido. § 1º - A folga deverá ocorrer, no
§ 2º - Quando não houver máximo após o 6º (sexto) período
disponibilidade de transporte ao término consecutivo de até 24 (vinte e quatro)
da jornada, o período de repouso será horas à disposição do empregador,
computado a partir da colocação do contando a partir da sua apresentação,
mesmo à disposição da tripulação. observados os limites estabelecidos nos
Art. 34º - O repouso terá a duração artigos. 21 E 34 desta Lei.
diretamente relacionada ao tempo da § 2º - No caso de Voos internacionais
jornada anterior, observando-se os de longo curso, que não tenham sido
seguintes limites: previamente programados, o limite
12 (doze) horas de repouso, após previsto no § anterior, poderá ser
jornada de até 12 (doze) horas; ampliado de 24 (vinte e quatro) horas,
16 (dezesseis) horas de repouso, após ficando o empregador obrigado a
jornada de mais de 12 (doze) horas e até conceder ao tripulante mais 48 (quarenta
15 (quinze) horas; e oito) horas de folga além das previstas
24 (vinte e quatro) horas de repouso, no art.34 desta Lei.
após jornada de mais de 15 (quinze) § 3º - A folga do tripulante que estiver
horas. sob o regime estabelecido no art. 24
Art. 35º - Quando ocorrer o desta Lei será igual ao período
cruzamento de três ou mais fusos despendido no local da operação, menos
horários em um dos sentidos da viagem, 2 (dois) dias.
o tripulante terá, na sua base domiciliar, Art. 38º - O número de folgas não será
o repouso acrescido de 2 (duas) horas inferior a 8 (oito) períodos de 24 (vinte e
por fuso cruzado. quatro) horas por mês.
217

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

§ 1º - Do número de folgas estipulado § 1º - Considera-se voo noturno o


neste artigo, serão concedidos dois realizado entre o pôr e o nascer do sol.
períodos consecutivos de 24 (vinte e § 2º - A hora do voo noturno para
quatro) horas devendo pelo menos um efeito de remuneração é contada à razão
destes incluir um sábado ou um de 52'30 “(cinqüenta e dois minutos e
domingo. trinta segundos)”.
§ 2º - A folga só terá início após a Art. 42º - As frações de hora serão
conclusão do repouso da jornada. computadas para efeito de remuneração.
Art. 39º - Quando o tripulante for
designado para curso fora da base, sua SEÇÃO II
folga poderá ser gozada nesse local,
devendo a empresa assegurar, no Da Alimentação
regresso, uma licença remunerada de 1
(um) dia para cada 15 (quinze) dias fora Art. 43º - Durante a viagem, o
da base. tripulante terá direito à alimentação, em
§ único - A licença remunerada não terra ou em voo, de acordo com as
deverá coincidir com sábado, domingo instruções técnicas dos Ministérios do
ou feriado se a permanência do Trabalho e da Aeronáutica.
tripulante fora da base for superior a 30 § 1º - A alimentação assegurada ao
(trinta) dias. tripulante deverá:
Quando em terra, ter a duração
CAPÍTULO III mínima de 45' (quarenta e cinco minutos)
Da Remuneração e das Concessões e a máxima de 60'(sessenta minutos);
SEÇÃO I Quando em voo, ser servida com
intervalo máximo de quatro (quatro)
Da Remuneração horas.
§ 2º - Para tripulante de helicópteros a
Art. 40º - Ressalvada a liberdade alimentação será servida em terra ou a
contratual, a remuneração do aeronauta bordo de unidades marítimas, com
corresponderá à soma das quantias por duração de 60 (sessenta minutos),
ele percebidas da empresa. período este que não será computado na
§ único - Não se consideram jornada de trabalho.
integrantes da remuneração as § 3º - Nos voos realizados no período
importâncias pagas pela empresa a título de 22:00 (vinte e duas) às 06:00 (seis)
de ajudas de custo, assim como as horas, deverá ser servida uma refeição
diárias de hospedagem, alimentação e se a duração de voo for igual ou superior
transporte. a três (três) horas.
Art. 41º - A remuneração da hora de Art. 44º - É assegurada alimentação
voo noturno, assim como as horas de ao aeronauta na situação de reserva ou
voo como tripulante extra, será calculada em cumprimento de uma programação
na forma da legislação em vigor, de treinamento entre 12:00 (doze) e
observado os acordos e condições 14:00 (quatorze) horas, e entre 19:00
contratuais.
218

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

(dezenove) e 21:00 (vinte e uma) horas, dias, devendo o empregado assinar a


com duração de 60' (sessenta minutos). respectiva notificação.
§ 1º - Os intervalos para alimentação Art. 49º - A empresa manterá
não serão computados na duração da atualizado um quadro de concessão de
jornada de trabalho. férias, devendo existir um rodízio entre
§ 2º - Os intervalos para alimentação os tripulantes do mesmo equipamento,
de que trata este artigo não serão quando houver concessão nos meses de
observados, na hipótese de janeiro, fevereiro, julho e dezembro.
programação de treinamento em Art. 50º - Ressalvados os casos de
simulador. rescisão de contrato, as férias não
poderão se converter em abono
SEÇÃO III pecuniário.

Da Assistência Médica CAPÍTULO IV


Das Transferências
Art. 45º - Ao aeronauta em serviço fora
da base contratual, a empresa deverá Art. 51º - Para efeito de Transferência,
assegurar assistência médica em casos provisória ou permanente, considera-se
de urgência, bem como remoção por via base do aeronauta a localidade onde o
aérea, de retorno à base ou ao local de mesmo está obrigado a prestar serviços
tratamento. e na qual deverá ter domicílio.
SEÇÃO IV § 1º - Entende-se como:
Transferência provisória, o
Do Uniforme deslocamento do aeronauta de sua base,
por período mínimo de 30 (trinta) dias e
Art. 46º - O aeronauta receberá não superior a 120 (cento e vinte) dias,
gratuitamente da empresa, quando não para prestação de serviços temporários,
forem de uso comum, as peças de sem mudança de domicílio, à qual
uniforme e os equipamentos exigidos retorna tão logo cesse a incumbência
para o exercício de sua atividade que lhe foi atribuída;
profissional, estabelecido por ato da Transferência permanente, o
autoridade competente. deslocamento do aeronauta de sua base,
SEÇÃO V por período superior a 120 (cento e vinte)
dias, com mudança de domicílio.
Das Férias § 2º - Após cada transferência
provisória o aeronauta deverá
Art. 47º - As férias anuais do permanecer na sua base pelo menos
aeronauta serão de 30 (trinta) dias. 180 (cento e oitenta) dias.
Art. 48º - A concessão de férias será § 3º - O interstício entre transferências
participada ao aeronauta, por escrito permanentes será de dois (dois) anos.
com antecedência mínima de 30 (trinta) § 4º - Na transferência provisória serão
assegurados ao aeronauta
acomodações, alimentação e transporte
219

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

a serviço e, ainda, transporte aéreo de aeronauta são definidas no código


ida e volta, e no regresso uma licença Brasileiro do Ar, nas leis e regulamentos
remunerada de 2 (dois) dias para o em vigor e no que decorrer do contrato
primeiro mês, mais 1 (um) dia para cada de trabalho, acordos e convenções
mês ou fração subseqüente, sendo que internacionais.
no mínimo 2 (dois) dias não deverão Art. 54º - Os tripulantes das aeronaves
coincidir com o sábado, domingo ou das categorias administrativas e privadas
feriado. de indústria e comércio ficam
§ 5º - Na transferência permanente equiparados, para os efeitos desta Lei,
serão assegurados ao aeronauta pela aos de aeronaves empregadas em
empresa: serviços de táxi-aéreo.
Uma ajuda de custo, para fazer face Art. 55º - Os Ministros de Estado do
às despesas de instalação na nova base, Trabalho e da Aeronáutica expedirão as
não inferior a quatro vezes o valor do instruções que se tornarem necessárias
salário mensal, calculado o salário à execução desta Lei.
variável por sua taxa atual multiplicada Art. 56º - Esta Lei entra em vigor na
pela média do correspondente trabalho, data de sua publicação.
em horas ou quilômetros de voo, nos Art. 57º - Revogam-se as disposições
últimos 12 (doze) meses; em contrário.
a. Transporte aéreo para si e seus Brasília, em 05 de abril de 1984; 163º
dependentes; da Independência e 96º da República.
b. A translação da respectiva bagagem; João Figueiredo
e uma dispensa de qualquer Délio Jardim de Mattos
atividade relacionada com o trabalho Murillo Macedo
pelo período de 8 (oito) dias, à (Publicada no Diário Oficial da União -
empresa, dentro dos 60 (sessenta) (Seção I - Parte I), de seis de abril de
dias seguintes à sua chegada à nova 1984)
base.
§ 6º - Na forma que dispuser o PORTARIA INTERMINISTERIAL
regulamento desta Lei, poderá ser a
transferência provisória transformada em Portaria Interministerial N.º 3.016, DE
transferência permanente. 05 DE FEVEREIRO DE 1988 Expede
Art. 52º - O aeronauta deverá ser instruções para execução da Lei 7. 183,
notificado pelo empregador com a de 05 de abril de 1984, que dispõe sobre
antecedência mínima de 60 (sessenta) o exercício da profissão de aeronauta.
dias na transferência permanente e 15
(quinze) dias na provisória. OS MINISTROS DE ESTADO DO
TRABALHO E DA AERONÁUTICA,
CAPÍTULO V usando da atribuição que lhes confere o
Das Disposições Finais artigo 85, item II da Constituição Federal,
e tendo em vista o disposto no artigo 55
Art. 53º - Além dos casos previstos da Lei N.º 7.183, de 05 de abril de 1984,
nesta Lei, as responsabilidades do resolvem:
220

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

Art. 1 º. - Ficam aprovadas as em que se pretende operar, restrito ao


instruções que a esta acompanham, período específico da instrução.
assinada pelos Ministros de Estado do § 3º - As empresas poderão ministrar
Trabalho e da Aeronáutica, destinada à instrução para tripulantes técnicos em
execução da Lei n.º 7.183, de 05 de abril aeronaves de sua propriedade, quando
de 1984, que dispõe sobre o exercício da os empregadores dos respectivos
profissão do aeronauta. tripulantes, não possuírem o
Art. 2 º. Esta Portaria entrará em vigor equipamento necessário ou instrutores
na data de sua publicação, revogadas as próprios para a específica instrução, e
disposições em contrário. desde que, para tanto, estejam
ALMIR PAZZIANOTTO devidamente autorizadas a ministrar
Ministro de Estado do Trabalho essa instrução pela autoridade
OCTÁVIO JÚLIO MOREIRA LIMA aeronáutica competente.
Ministro de Estado da Aeronáutica § 4º - Os voos destinados à instrução
INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DA de rota e local, previstos nos parágrafos
LEI N.º 7, 183, DE 05 DE ABRIL DE 2º e 3º, deverão ser consignados nos
1984, QUE DISPÕEM SOBRE O respectivos Diários de Bordo pelo piloto
EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE instrutor.
AERONAUTA Art. 2º. - A profissão de aeronauta é
privativa de brasileiros.
CAPÍTULO I § 1º - No serviço aéreo internacional,
poderão ser empregados comissários
Preliminares estrangeiros, desde que o número
destes não exceda a 1/3 (um terço) dos
Art. 1º. - Aeronauta é o profissional comissários existentes a bordo da
habilitado pelo Ministério da Aeronáutica mesma aeronave.
(Defesa), que exerce atividade a bordo § 2º - Decorrente de acordo bilateral
de aeronave civil nacional, mediante de reciprocidade que assegure admissão
contrato de trabalho regido pela de tripulantes brasileiros em serviços
legislação trabalhista. aéreos públicos do Estado acordante,
§ 1º - É também aeronauta, para os poderão ser admitidos tripulantes
efeitos desta Portaria, quem exerce estrangeiros no serviço aéreo
atividade a bordo de aeronave internacional, observada a legislação
estrangeira, em virtude de contrato de trabalhista vigente.
trabalho regido pelas leis brasileiras. § 3º - A juízo da autoridade
§ 2º - As empresas poderão utilizar-se competente do Ministério da Aeronáutica
de instrutores para voo em rota e voo (Defesa), poderão ser admitidos pelas
local, que não estejam a elas empresas como tripulantes, em caráter
subordinadas por contrato de trabalho na temporário, instrutores estrangeiros na
situação de treinamento de piloto em falta de tripulantes brasileiros.
instrução para co-piloto, quando no seu § 4º - O contrato de instrutor
quadro de tripulantes não existirem estrangeiro de que trata o § 3º deste
instrutores habilitados no equipamento
221

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

artigo será regido pelas leis brasileiras, Art. 7º. - São tripulantes técnicos:
por prazo de até 6 (seis) meses. Comandante: piloto responsável pela
Art. 3º. - O aeronauta terá designação operação e segurança da aeronave,
de tripulante quando no exercício de exercendo a autoridade que a legislação
função específica a bordo de aeronave, aeronáutica lhe atribui;
de acordo com as prerrogativas da Co-piloto: piloto que auxilia o
licença de que é titular e dos certificados comandante na operação da aeronave;
exigidos pelo Departamento de Aviação Mecânico de voo: auxiliar do
Civil para o desempenho da função a comandante, encarregado da operação e
bordo. controle de sistemas diversos conforme
§ 1º - É considerado tripulante, para os especificação dos manuais técnicos da
efeitos desta Portaria, o Inspetor de aeronave;
Aviação Civil - INSPAC - quando no Navegador: auxiliar do comandante,
exercício de missão a bordo de encarregado da navegação da aeronave
aeronave. quando a rota e o equipamento o
§ 2º - Caberá ao Inspetor de Aviação exigirem, a critério do órgão competente
Civil - INSPAC - o exercício das do Ministério da Aeronáutica (Defesa);
atividades de fiscalização previstas no Radioperador de voo: auxiliar do
artigo 197 do código Brasileiro de comandante, encarregado do serviço de
Aeronáutica, e não comporá tripulação radiocomunicações nos casos previstos
quando em missão a bordo de aeronave. pelo órgão competente do Ministério da
Art. 4º. - Compete ao Ministério do Aeronáutica (Defesa);
Trabalho a fiscalização do cumprimento Instrutor de voo: piloto habilitado pelo
das normas trabalhistas contidas na Lei operador a ministrar a instrução de voo
n.º 7.183, de 05 de abril de 1984. na aeronave;
Art. 5º. - Compete ao Ministério da Credenciado: instrutor de voo
Aeronáutica (Defesa) a fiscalização das habilitado pela autoridade aeronáutica a
normas de proteção ao voo e de tráfego aferir a proficiência técnica dos
aéreo contidas na Lei n.º 7.183, de 05 de tripulantes.
abril de 1984, incluindo-se aquelas § Único - Nas tripulações simples, o
relacionadas à segurança de voo. co-piloto é o substituto eventual do
comandante, não o sendo nos casos de
CAPÍTULO II tripulação composta ou de revezamento.
Art. 8º. - São tripulantes não técnicos:
Das Tripulações Comissário, auxiliar do comandante,
encarregado do cumprimento das
Art. 6º. - As atividades dos aeronautas normas relativas à segurança e
são classificadas em funções técnicas e atendimento dos passageiros a bordo e
não técnicas. da guarda de bagagens, documentos,
§ 1º - O tripulante não poderá exercer, valores e malas postais que lhes tenham
simultaneamente, mais de uma função a sido confiados pelo comandante;
bordo de aeronave, mesmo que seja Os operadores de equipamentos
titular de licenças relativas às mesmas. especiais instalados em aeronaves
222

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

homologadas para serviços aéreos assuma a responsabilidade pela


especializados, devidamente autorizados aeronave, pessoas e coisas
pelo Ministério da Aeronáutica (Defesa). transportadas.
Art. 9º. - São subordinados técnicos e § 4º - O comandante e o explorador da
disciplinarmente ao comandante todos aeronave não serão responsáveis por
os demais membros das tripulações prejuízos ou conseqüências decorrentes
técnicas e não técnicas. da adoção das medidas disciplinares
Art. 10 - O comandante será previstas neste artigo, desde que
designado pelo proprietário ou adotadas sem excesso de poder.
explorador da aeronave e será seu Art. 12 - É da responsabilidade do
preposto durante a viagem. comandante durante a viagem:
§ Único - O comandante poderá A guarda de valores, mercadorias,
delegar as suas atribuições a outro bagagem, despachos e mala postal,
membro da tripulação, à exceção desde que o proprietário ou explorador
daquelas que se relacionem com a da aeronave lhe assegure condições de
segurança de voo. verificar a quantidade e estado das
Art. 11 - O comandante exerce mesmas;
autoridade inerente à função desde o Cumprimento da regulamentação
momento que se apresenta para o voo profissional dos tripulantes no que se
até o momento em que entrega a refere aos limites da jornada de trabalho,
aeronave concluída a viagem. limite de voo, intervalos de repouso e
§ 1º - No exercício de sua autoridade fornecimento de alimentação;
sobre as pessoas e coisas que se Adiamento ou suspensão da partida da
encontram a bordo da aeronave durante aeronave, quando julgar indispensável à
a viagem, o comandante poderá: segurança de voo;
Desembarcar qualquer uma delas Providência quanto ao
quando estiver comprometendo a boa comparecimento de médicos ou da
ordem, disciplina, pondo em risco a autoridade policial na primeira escala,
segurança da aeronave ou das pessoas para que sejam tomadas as medidas
e bens a bordo; cabíveis, quando ocorrer mal súbito ou
Tomar as medidas necessárias à óbito de pessoas à bordo;
proteção da aeronave e das pessoas ou Assento, no Diário de Bordo, dos
bens transportados; nascimentos e óbitos que ocorrem,
Alijar a carga ou parte dela, quando extraindo cópia para os fins de direito;
indispensável à segurança de voo. As anotações do Diário de Bordo.
§ 2º - No caso de estar a carga alijada § 1º - A guarda de valores fica
sujeita a controle aduaneiro, o condicionada à existência de local
comandante comunicará à autoridade apropriado e seguro na aeronave, sendo
fazendária mais próxima; responsabilidade do empregador atestar
§ 3º - No caso de pouso forçado, a a segurança local.
autoridade do comandante persiste até § 2º - A guarda de cargas e malas
que a autoridade designada pelo postais em terra somente será confiada
Ministério da Aeronáutica (Defesa)
223

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

ao comissário quando no local inexistir Adiamento ou suspensão da partida da


serviço próprio para essa finalidade. aeronave, quando julgar indispensável à
Art. 13 - As decisões tomadas pelo segurança de voo.
comandante durante o período de tempo Art. 15 - O comandante, quando
de viagem serão registradas no Diário de receber ordem de órgão controlador de
Bordo e, concluída a viagem, voo para pousar, deverá dirigir-se,
imediatamente comunicadas ao imediatamente, para o aeródromo que
proprietário ou explorador para as lhe for indicado e nele efetuar o pouso.
providências cabíveis. § 1º - Se razões técnicas, a critério do
§ Único - É da responsabilidade do comandante, impedirem de fazê-lo no
operador ou proprietário, nos termos aeródromo indicado, deverá ser
estabelecidos nos regulamentos de solicitado ao órgão controlador a
segurança de voo, comunicar determinação de aeródromo alternativo
formalmente ao Departamento de que ofereça melhores condições de
Aviação Civil ou órgãos subordinados, as segurança.
ocorrências registradas no Diário de § 2º - No caso de manifestar
Bordo que se constituam em acidente, inobservância da ordem recebida, a
incidente, crime, bem como as autoridade aeronáutica poderá requisitar
informações previstas no Código os meios necessários para interceptar ou
Brasileiro da Aeronáutica e Legislação deter a aeronave.
complementar. § 3º - Na hipótese do § anterior,
Art. 14 - O Diário de Bordo será efetuado o pouso, será autuado o
assinado pelo comandante e conterá: comandante e apreendida a aeronave.
I. As marcas de nacionalidade e Art. 16 - O comandante da aeronave é
matrícula da aeronave; obrigado a prestar assistência a quem se
II. Nome do proprietário ou do explorador encontrar em perigo de vida, no mar, no
da aeronave; ar ou em terra, desde que possa fazê-lo
III. A data do voo; sem perigo para a aeronave, sua
IV. A natureza do voo privado, transporte tripulação, seus passageiros ou outras
aéreo regular ou não regular; pessoas.
V. Os nomes dos tripulantes; § 1º - A assistência poderá consistir
VI. Lugar e a hora da saída e da chegada; em simples informação.
VII. Os incidentes e observações, inclusive § 2º - Cessa a obrigação de
sobre infra-estrutura de proteção ao assistência quando tenha conhecimento
voo que forem de interesse da de que foi prestada por outrem ou
segurança em geral; quando dispensado pelo órgão do
VIII. Os totais de tempo de voo e de Ministério da Aeronáutica ( Defesa)
jornada; encarregado de coordenar operações de
IX. Os nascimentos e óbitos que busca e salvamento.
ocorreram durante a viagem; § 3º - A não prestação de assistência
A escala em território estrangeiro por por parte do comandante exonera de
motivo de força maior, quando se tratar responsabilidade o proprietário ou
de transporte doméstico;
224

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

explorador da aeronave, salvo se tenha realização dos exames pelo


determinado a não prestação de socorro. Departamento de Aviação Civil,
Art. 17 - O aeronauta de empresa de excetuados os casos do parágrafo 5º.
transporte aéreo regular, não regular ou Art. 19 - Tripulação é o conjunto de
de serviço especializado, tem a tripulantes que exercem função a bordo
designação de tripulante extra, somente de aeronaves e as condições de sua
quando se deslocar em aeronaves do composição são as estabelecidas na Lei
seu empregador e a serviço deste. n.º 7.183, de 05 de abril de 1984.
Art. 18 - Caberá ao empregador § 1º - O número de comissários será
propiciar condições ao aeronauta para a estabelecido da segurança dos
revalidação dos certificados de passageiros e conforme a duração da
habilitação técnica e de capacidade jornada de trabalho, de acordo com o
física estabelecidos pela legislação disposto nos regulamentos e instruções
vigente, sem ônus para o empregado. de segurança de voo expedido pela
§ 1º - O tripulante informará ao serviço autoridade aeronáutica competente.
de escala as datas de vencimento dos § 2º - Poderá o órgão competente do
referidos certificados com antecedência Ministério da Aeronáutica (Defesa),
de, no mínimo, 60 (sessenta) dias. considerando o interesse da segurança
§ 2º - A empresa deverá solicitar ao de voo, as características da rota e do
Departamento de aviação Civil a voo, e a programação a ser cumprida,
realização dos exames, com determinar a composição da tripulação
antecedência mínima de 30 (trinta) ou as modificações que se tornarem
minutos. necessárias, observado o disposto na
§ 3º - O Departamento de Aviação legislação vigente.
Civil determinará os exames solicitados, Art. 20 - Uma tripulação só poderá
cabendo à empresa e ao tripulante, operar aeronave de terceiros quando o
realizá-los das datas e condições serviço de transporte aéreo destes não
definidas. se constituir em atividade essencial.
§ 4º - É vedado à empresa escalar § Único - A situação prevista no caput
tripulante com certificado vencido, ainda deste artigo deverá ser devidamente
que esteja aguardando resultado de comprovada junto à autoridade
exames de revalidação. aeronáutica competente.
§ 5º - Na impossibilidade da realização
dos exames na data marcada, por motivo CAPÍTULO III
de força maior ou caso fortuito, e desde
que devidamente comunicado o fato pela Do Regime de Trabalho
empresa ao Departamento de Aviação
Civil, novas datas serão marcadas pelo Art. 21 - Determinação para prestação
órgão para realização dos mesmos. de serviço dos aeronautas, respeitados
§ 6º - É vedada a expedição de os períodos de folga e pousos
certificados provisórios, bem como regulamentares, será feita:
revalidação ou prorrogação aos Por intermédio de escala especial ou
aeronautas, sem o resultado da de convocação para realização de
225

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

cursos, exames relacionados com o mesmo horário, no período noturno


adestramento e verificação de subseqüente.
proficiência técnica; Art. 23 - Jornada é a duração do
Por intermédio de escala, no mínimo trabalho do aeronauta, contada entre à
semanal, divulgada com antecedência hora da apresentação no local de
mínima de 02 (dois) dias para a primeira trabalho e a hora em que o mesmo é
semana de cada mês e 07 (sete) dias encerrado. Considera-se local de
para as semanas subseqüentes, para os trabalho aquele determinado pelo
voos de horário, serviços de reservas e empregador.
sobreaviso com horário discriminado e § 1º - A hora de apresentação do
folga; aeronauta no local de trabalho, não será
Mediante convocação, por inferior a 30 (trinta) minutos da hora
necessidade de serviço respeitada sua prevista para o início do voo ou outras
programação subseqüente e observadas tarefas em terra determinadas pelo
as limitações da Lei N.º 7.183, de 05 de empregador. O término da jornada será
abril de 1984. considerado sempre com um mínimo de
§ Único - A escala de serviços deverá 30 (trinta) minutos após a parada final
especificar todas as situações de dos motores ou término dos serviços em
trabalho nela contidas, seja em voo ou terra.
em terra, de acordo com o estabelecido § 2º - Quando ocorrer a
no item II deste artigo, vedado a transformação do tipo de tripulação na
consignação de situações de trabalho e origem do voo, prevista no artigo 16 da
horários não definidos. Lei n.º 7.183, de 05 de abril de 1984, a
Art. 22 - A escala de serviços deverá contagem de tempo limite da jornada
observar a utilização do aeronauta em ocorrerá a partir da hora da
regime de rodízio e em turnos apresentação da tripulação original ou do
compatíveis com a higiene e segurança tripulante de reforço, considerando a
do trabalho. hipótese que ocorrer primeiro.
§ 1º - A programação de rodízios e Art. 24 - O registro da jornada de
turnos obedecerá ao princípio de trabalho dos tripulantes de empresas de
equidade na distribuição entre as transporte aéreo não regular e de
diversas situações de trabalho, para que aeronaves privadas far-se-á través da
não haja discriminação entre os papeleta individual de horário de serviço
tripulantes no mesmo grupo de externo.
aeronautas com qualificações idênticas. § 1º - A papeleta individual de horário
§ 2º - Quando o término da jornada de serviço externo a que se refere o
de pelo menos 3 (três) horas de caput deste artigo será fornecida
trabalho de uma tripulação, ocorrer entre mensalmente ao aeronauta pelo
23:00 e 06:00, na hipótese de regresso empregador que nela fará constar,
de viagem de uma tripulação simples, diariamente, as anotações de início e
os tripulantes não poderão ser término da jornada, intervalos para
escalados para novo trabalho nesse alimentação - quando prestando serviços

226

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

em terra - interrupções programadas da do dia seguinte, para os efeitos deste


viagem e folgas. artigo.
§ 2º - A papeleta individual de horário § 2º - Considera-se voo noturno o
de serviço externo deverá conter, realizado entre o pôr e o nascer do sol,
obrigatoriamente, o nome da empresa, para os efeitos deste artigo.
CGC, endereço, nome do empregador, Art. 27 - Sobreaviso é o período de
função do aeronauta, e deverá ser tempo não excedente a 12 (doze) horas
assinada e datada pelo empregador, e em que o aeronauta permanece em local
por ele arquivada, por um período de 24 de sua escolha, à disposição do
(vinte e quatro) meses, para os efeitos empregador, devendo apresentar-se no
de fiscalização. aeroporto ou outro local determinado até
Art. 25 - Os limites da jornada de 90 (noventa) minutos após receber
trabalho poderão ser ampliados de 60 comunicação para o início de nova
(sessenta) minutos, a critério exclusivo tarefa. Deverá ser consignada a hora de
do comandante da aeronave e nos casos início e de término da mesma na escala
de: de serviço e na papeleta individual de
Inexistência, em local de escala horário de serviço externo.
regular, de acomodações apropriadas Art. 28 - Reserva é o período de
para o repouso da tripulação e dos tempo em que o aeronauta permanece,
passageiros; por determinação do empregador, em
Espera demasiadamente longa, em local de trabalho à sua disposição,
local de espera regular intermediária, devendo ser consignada a hora de início
ocasionada por condições e de término da mesma na escala de
meteorológicas desfavoráveis ou por serviço e na papeleta individual de
trabalho de manutenção; horário de serviço externo.
Imperiosa necessidade, entendendo- Art. 29 - Os limites de voo e pousos
se aqui, o motivo de força maior e o caso permitidos para uma jornada de trabalho
fortuito. são os seguintes:
§ Único - Qualquer ampliação dos I. 9 (nove) horas e 30 (trinta)
limites das horas de trabalho deverá ser minutos de voo e 5 (cinco)
comunicada pelo comandante ao pousos, na hipótese de
empregador, 24 (vinte e quatro) horas integrante de tripulação mínima
após a viagem, o qual, no prazo de 15 ou simples;
(quinze) dias, a submeterá à apreciação II. 12 (doze) horas de voo e 6
do Ministério da Aeronáutica (Defesa). (seis) pousos, na hipótese de
Art. 26 - A hora de trabalho noturno integrante de tripulação
será computada como de 52'30 composta;
“(cinqüenta e dois minutos e trinta III. 15 (quinze) horas de voo e 4
segundos) para todos os efeitos”. (quatro) pousos na hipótese de
§ 1º - Quando em terra, considera-se integrante de tripulação de
noturno o trabalho executado entre às revezamento;
22:00 horas de um dia e às 05:00 horas IV. 8 (oito) horas sem limite de
pousos, na hipótese de
227

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

integrante de tripulação de sua base contratual, sem prejuízo da


helicópteros. remuneração, está desobrigado de
§ 1º - Na hipótese do item I deste qualquer atividade relacionada com seu
artigo o sexto pouso só será permitido: trabalho.
a. A critério do empregador quando § Único - A folga deverá ocorrer, no
programado para atender máximo, após o 6º (sexto) período
necessidade de serviço, e neste consecutivo de até 24 (vinte e quatro)
caso, o repouso que precede a horas à disposição do empregador,
jornada deverá ser aumentado de 1 contado a partir da sua apresentação,
(uma) hora; observados os limites da duração da
b. Ou em caso de desvio para pouso jornada de trabalho e do repouso.
alternativo. Art. 34 - O número de folgas não será
§ 2º - Será ainda permitido o inferior a 8 (oito) períodos de 24 (vinte e
acréscimo de mais um pouso em caso quatro) horas por mês, observada a
de desvio para alternativa aos limites conclusão do repouso da jornada.
estabelecidos nos itens II e deste III § 1º - Do número de folgas estipuladas
artigo. neste artigo, serão concedidos dois
períodos consecutivos de 24 (vinte e
Art. 30 - Repouso é o espaço de quatro) horas cada um, devendo pelo
tempo ininterrupto após uma jornada, em menos um deles abranger um sábado ou
que o tripulante fica desobrigado da um domingo integralmente.
prestação de qualquer serviço. § 2º - Quando o tripulante concorrer
Art. 31 - O repouso terá a duração parcialmente à escala de serviço do mês
diretamente relacionada ao tempo da aplicar-se-á a proporcionalidade do
jornada anterior, respeitados os número de dias trabalhados ao número
seguintes limites mínimos: de folgas a serem concedidas.
I. 12 (doze) horas de repouso, após Art. 35 - A duração do trabalho do
jornada de até 12 (doze) horas; tripulante, computado o tempo de voo,
II. 16 (dezesseis) horas de repouso após de serviço em terra durante a viagem ou
jornada de mais de 12 (doze) horas e de reserva, é de 1/3 (um terço) do
até 15 (quinze); sobreaviso assim como o tempo de
III. 24 (vinte e quatro) horas de repouso deslocamento, como tripulante extra,
após jornada de mais de 15 (quinze) para assumir voo ou retorno à base após
horas. o voo e os tempos de adestramento em
Art. 32 - O tripulante terá na sua base simulador, inclusive o tempo em que o
domiciliar, o repouso acrescido de 2 tripulante realizar outros serviços em
(duas) horas por fuso horário quando terra escalados pela empresa, não
ocorrer o cruzamento de 3 (três) ou excederá a 60 (sessenta) horas
mais fusos em um dos sentidos da semanais e 176 (cento e setenta e seis
viagem. horas mensais).
Art. 33 - Folga o período de tempo
não inferior a 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas em que o aeronauta, em
228

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

CAPÍTULO IV § Único - A concessão de férias será


Das Concessões participada ao aeronauta, por escrito,
Art. 36 - Durante a viagem, o tripulante com a antecedência mínima de 30
terá direito à alimentação, em terra ou (trinta) dias, devendo o empregado
em voo, de acordo com as instruções assinar a respectiva notificação.
técnicas dos Ministérios do Trabalho e Art. 40 - Ressalvadas as condições
Aeronáutica. § 1º - Para os tripulantes de mais favoráveis, as empresas calcularão
helicópteros; a alimentação será servida a média do variável para pagamento de
em terra ou à bordo de unidades férias, multiplicando o valor da hora ou
marítimas com duração de 60 (sessenta) quilômetros voados nos doze meses que
minutos, período este que deverá ocorrer procederam a concessão das férias.
no máximo até a sexta hora de trabalho § Único - O pagamento da
contínuo, não sendo o mesmo remuneração das férias será efetuado
computado na jornada de trabalho. até 2 (dois) dias antes do seu início.
§ 2º - Quando o treinamento em
simulador ultrapassar 4 (quatro) horas CAPÍTULO V
contínuas será assegurado ao aeronauta Das Disposições Finais
o direito à alimentação.
Art. 37 - Ao aeronauta em serviço fora Art. 41 - Resguardado o disposto no
da base contratual no país ou no Capítulo III do Título IX do Código
exterior, a empresa deverá assegurar Brasileiro de Aeronáutica, os infratores
assistência médica em casos de das disposições constantes da Lei n. º
urgência, bem como remoção por via 7.183, de 05 de abril de 1984 e desta
aérea, de retorno à base ou ao local de Portaria Interministerial, ficam sujeitos à
tratamento, incluindo o transporte multa de no mínimo 20 (vinte) e, no
terrestre que se fizer necessário. máximo, 200 (duzentas) vezes o valor de
Art. 38 - O aeronauta receberá referência prevista no artigo 2º, parágrafo
gratuitamente da empresa, quando não único da Lei n.º 6.205, de 29 de abril de
forem de uso comum, as peças de 1975.
uniforme e os equipamentos exigidos § 1º - Em caso de reincidência,
para o exercício de sua atividade embaraço ou resistência à fiscalização,
profissional, estabelecidos na Portaria emprego de artifício ou simulação, com
MTPS n. º 6, de 07 de janeiro de 1963. objetivo de fraudar a lei, a multa será
§ Único - Não serão considerados aplicada em seu valor máximo.
como salário, para os efeitos previstos § 2º - O processo de multas
neste artigo, os vestuários e administrativas será regido pelo disposto
equipamentos e outros acessórios do Título VII da Consolidação das Leis
fornecidos ao emprego e utilizados no do Trabalho.
local de trabalho para a prestação dos PORTARIA N.º 3.018 DE 08 DE
respectivos serviços. FEVEREIRO DE 1988
Art. 39 - As férias anuais do aeronauta
serão de 30 (trinta) dias consecutivos, O MINISTRO DE ESTADO DO
vedada qualquer redução neste limite. TRABALHO, no uso de suas atribuições
229

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

legais, considerando o parágrafo único


do artigo 2º da Lei n.º 6.205 de 29 de
abril de 1975 combinado com a Lei n.º
6.423, de 17 de junho de 1977;
Considerando a Lei 7.047, de 01 de
dezembro de 1982, que altera os itens II
e o § 3º do artigo 580 da Consolidação
das Leis do Trabalho; Considerando a
Portaria N.º 46, de 29 de janeiro de 1988,
que fixa o coeficiente de atualização
monetária aplicável sobre os valores-
padrão vigentes em 01 de fevereiro de
1988 e estabelece os novos valores de
referência a serem adotados em cada
região, resolve:
I - Atualizar na forma dos anexos que
acompanham a presente Portaria, os
valores das tabelas expedidas pela
Portaria Ministerial n.º 3.002, de 07 de
janeiro de 1988, para cálculo da
contribuição sindical das categorias
indicadas.
II - Os efeitos desta Portaria vigoram a
partir de 01 de fevereiro de 1988.

ALMIR PAZZIANOTTO PINTO

230

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

Exercícios:

1. A folga regulamentar só terá início:


a) Após 30 min. do corte dos motores;
b) Após jornada de no máximo 11h, caso de uma tripulação simples
c) Após o término de repouso da jornada;
d) Sempre após uma viagem.

2. A hora de voo noturno para todos os efeitos será contada ã razão de:
a) 53’20 b) 60’ c) 53’30 “ d) 52’30”

3. Transferência provisória é o deslocamento do aeronauta de sua base:


a) Por período superior a 30 dias, sem mudança de domicílio;
b) Por período máximo de 120 dias;
c) Por período superior a 30 dias e no máximo até 120 dias para prestação de serviços
sem mudança de domicílio;
d) No mínimo por 120 dias sem mudança de domicílio, retornando a sua base tão logo
cesse a incumbência que lhe foi atribuída.

4. Os limites de pouso permitidos para tripulações composta, simples e de


revezamento são, respectivamente:
a) 5, 6,4;
b) 6, 5,4;
c) Depende da duração da jornada anterior;
d) Depende da duração do descanso, após jornada anterior.

5. O aeronauta, quando no exercício de função específica a bordo de aeronave, de


acordo com as prerrogativas da licença de que é titular e dos certificados exigidos
pela ANAC para o desempenho da função a bordo de:

a) tripulante b) tripulante extra


c) checado d) Inspac

6. Uma tripulação simples que tem sua apresentação às 18h poderá trabalhar:
a) 9:30h b) 10h
c) 12h d) 11h

7. Um tipo de tripulação só poderá ser transformada:


a) Na base, até 3h após a apresentação da tripulação original ou do tripulante de reforço;
b) Após 3h da apresentação da tripulação original;
c) Até 3h contadas a partir da apresentação da tripulação original ou do tripulante de
reforço, considerando o que ocorrer primeiro, sempre na origem do voo;
d) Somente com autorização prévia do ANAC mediante justificativa da companhia aérea

231

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

Exercícios:

8. Qual o limite mensal de tempo de voo de um aeronauta, se o mesmo trabalhar


apenas 12 dias em aviões a jato?
a) 34h b) 35h
c) 85h d) 44h

9. Assinale F (falso) ou V (verdadeiro):


a) O interstício entre transferência provisória será de 180 dias;
b) Na transferência provisória será assegurado ao aeronauta uma ajuda de custo para
despesas na nova base;
c) A transferência provisória poderá ser transformada em permanente;
d) Na transferência permanente, o aeronauta no regresso à sua base terá uma licença
remunerada de dois dias para o primeiro mês, mais um dia para cada mês ou fração
subsequente, sendo que no mínimo dois dias não deverão coincidir com Sábado,
Domingo ou feriado.
a) V, F, V, F b) F, F, V, F
c) F, F, V, V d) V, V, V, F

10. O auxiliar do comandante encarregado do cumprimento das normas relativas à


segurança e atendimento dos passageiros a bordo denomina-se:
a) tripulante não técnico; b) mecânico de voo; c) comissário; d) tripulante extra.

11. O aeronauta terá sua prestação de serviço efetuada através de:


a) Escala especial para verificação de proficiência técnica;
b) Mediante convocação com aviso, no mínimo, de 90 min. de antecedência;
c) Por escala, no mínimo semanal, divulgada com antecedência mínima de dois dias
para a primeira semana de cada mês e sete dias para as subsequentes, para voos,
reservas, sobreaviso, e folga;
d) Todas as acima estão corretas.

12. No caso de uma empresa nacional operando linhas internacionais, quantos


comissários estrangeiros, no máximo, poderão ser utilizados, tendo-se como exemplo
uma tripulação com 16 comissários:
a) 6 ; b) 5 ;
c) não se pode utilizar comissários estrangeiros nacionais; d) no máximo, a metade.

13. Uma tripulação simples que tem sua apresentação às 18:30h, poderá trabalhar até:
a) 4:00h b) 4:30h c) 5:30h d) 3:45h

14. A jornada de trabalho será encerrada:


a) No máximo após 30’ do corte dos motores;
b) Após 30 minutos da parada final dos motores;
c) No mínimo, 30 minutos após o corte dos motores;
d) Quando se efetua o corte dos motores, ao término do voo.

232

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

Exercícios:

15. O trabalho realizado pelo tripulante contado desde a saída de sua base até o
regresso á mesma denomina-se:
a) jornada b) sobreaviso c) viagem d) calço-a-calço

16. Assinale F (falso) ou V (verdadeiro) :


Referente à folga do aeronauta:
a) o número de folgas não será inferior a 16 períodos de 12h;
b) no máximo oito folgas período de 24h;
c) do número de folgas regulamentares serão concedidos dois períodos de 24h, devendo
pelo menos um deste incluir um Sábado ou Domingo;
d) só terá inicio após a conclusão da jornada.
a) F, F , V, F b)F,F,V,V c) V, F, V, F d) V,V,V,F

17. O profissional habilitado pelo Ministério da Aeronáutica (Defesa), que exerce


atividade a bordo de aeronave civil nacional, mediante contrato de trabalho regido por leis
trabalhista é conhecido por:
a) tripulante extra; b) tripulante; c) aeronauta; d) comandante.

18. Poderão ser contratados tripulantes estrangeiros na falta de tripulantes brasileiros,


desde que:
a) O contrato seja regido pelas leis estrangeiras;
b) O contrato seja regido pelas leis brasileiras, por prazo indeterminado;
c) Tripulantes estrangeiros não poderão ser contratados por empresas brasileiras;
d) O contrato seja regido pelas leis brasileiras, pelo prazo máximo de 6 meses.

19. Entende-se por tripulante extra:


a) O aeronauta da empresa de transporte aéreo não regular ou serviço especializado,
quando se deslocar em aeronave da empresa, a serviço desta;
b) O auxiliar do comandante encarregado do serviço de rádio comunicações;
c) O aeronauta de empresa de transporte aéreo regular que se deslocar a serviço desta,
sem exercer função a bordo
d) O tripulante de reforço da tripulação composta.

20. Considera-se voo noturno:


a) Aquele realizado entre 18:00h e 24:00h; c) aquele realizado entre o pôr e o nascer do
sol;
b) Aquele iniciado após o pôr-do-sol;
c) Aquele realizado entre o pôr e o nascer do sol;
d) Voos realizados entre o nascer e pôr-do-sol.

233

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

cumprimento de algum direito seu, que


DIREITO DO TRABALHO tivesse sido violado.
Portanto, o direito do trabalho não
Histórico teve seu desenvolvimento na época
romana, vez que o trabalho, neste
O nosso ordenamento jurídico é
período, era realizado pelos escravos,
proveniente do ordenamento jurídico por ser algo indigno ao homem, de
romano, possuímos o sistema do Direito acordo com a filosofia da época, apoiada
Escrito e Codificado, os romanos por Aristóteles.
também possuíam este tipo de Posteriormente o império romano foi
organização, vários institutos jurídicos totalmente fracionado por invasões dos
que possuímos atualmente são de povos bárbaros, os quais destruíram
origem romana: o usucapião, a execução
totalmente o ordenamento jurídico
judicial, compra e venda entre outros.
existente, passando a vigorar o Direito
Porém, na antigüidade, o trabalho Costumeiro de cada tribo de invasores.
braçal, era considerado algo degradante, Em virtude de tal fracionamento,
sendo assim a sociedade romana era
cada bárbaro estabeleceu-se e fortificou-
dividida em duas classes
se no território ocupado, sendo assim,
preponderantes: os cidadãos e os com as constantes conquistas que se
escravos. seguiram, cada bárbaro aumentou seu
Os primeiros dedicavam-se à território de tal forma que passaram a
guerra, as artes, ao conhecimento e
formar os “impérios” onde seus senhores
lazer em geral, enquanto que os supremos, e líderes se auto intitulavam,
segundos eram chamados de “res” (que com o apoio da igreja, como sendo
significa “coisa” em latim), portanto eram “Representantes de Deus”, portanto a
considerados objetos daqueles que os vontade do monarca era a vontade
possuíam.
divina.
Como o povo romano sempre
Nesta fase os monarcas, a fim de
considerou o trabalho braçal, algo proteger melhor os seus domínios,
indigno ao ser humano colocava seus realizaram a estratégia de dividir o
escravos a realizar tais trabalhos, e
território em partes, chamadas “glebas”,
levando em conta o fato de que tais
e entregar cada uma das partes à
pessoas eram consideradas “coisas”, o pessoa que pudessem dispor de dinheiro
ordenamento jurídico romano não previa e fidelidade ao Rei. Em troca do valor
quaisquer direitos a tais indivíduos. pago pelo pagamento de impostos, e do
Segundo os romanos: “quem possui apoio nas épocas de defesa ou invasão,
direito não é a coisa, mas sim, o seu concediam títulos de nobres a tais
proprietário”. Sendo assim não havia indivíduos como conde, visconde, duque,
motivos para criar direitos para escravos, barão etc.
vez que o direito deveria ser criado para A sociedade era dividida entre as
proteger o proprietário do objeto, e não seguintes classes: a realeza, os nobres
para o objeto, uma vez que este último, (Senhores Feudais), e os servos da
por ser considerado “res”, não poderia vir gleba, estes últimos, embora não fossem
perante o magistrado exigir o
considerados como escravos estavam

234

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

submetidos à vontade do seu amo – cavalheiros e damas, sendo assim,


Senhor Feudal, o qual era o dono da diante de tal realidade, os pais dos
terra, por concessão do imperador, e dos menores, na esperança que seus filhos
meios de produção. A condição de se casassem com nobres, permitiam que
servo era por toda a vida e transmitia-se os mesmos fossem levados sob regime
aos filhos. de internato para as corporações.
Com o passar dos tempos, foi se Nesta época não existia direito do
mostrando necessária uma maior trabalho, vez que o direito era
circulação de mercadorias, a fim de proveniente da vontade do rei, sendo
fomentar o desenvolvimento das glebas, assim o que este desejava transformam-
e conseqüentemente dos seus impérios. se em lei, e como a ele somente
Portanto foram criados grandes centros a interessava o pagamento dos impostos,
fim de que as pessoas ali se não se preocupava com as relações e
encontrassem a fim de realizar trocas de conflitos existentes entre seus súditos.
mercadorias, tais locais foram fixando-se Em virtude da falta de
e em pouco tempo transformam-se em regulamentação, os mestres possuíam
cidades, chamadas “Burgos”, onde as totais e irrestritos poderes dentro das
pessoas passavam a residir corporações. Sendo assim começaram
permanentemente, vez que o trabalho os problemas, vez que o mestre nunca
nos burgos parecia mais tentador que o promovia o companheiro a mestre, pela
sofrimento do trabalho no campo. simples razão que uma vez que este
Aliado a tal fator de êxodo rural, com companheiro se transformasse em
o desenvolvimento das cidades, surgiram mestre, iria ser um concorrente.
às chamadas CORPORAÇÕES DE Portanto, resignados com tal atitude
OFÍCIO, as quais foram os primeiros dos mestres, os companheiros
grupamentos profissionais que existiram rebelaram-se contra seus mestres,
e objetivaram, na sua origem, a ajuda abandonaram a corporação de ofício que
mútua, a caridade e a religião, pertenciam, e passaram a criar suas
inexistindo natureza política ou próprias corporações, por certo que tal
econômica. Sua primordial função era o conduta não agradou nem um pouco aos
ensinamento de um ofício a menores que mestres, os quais não admitiam
eram trazidos do campo. concorrência, ainda mais de inimigos.
A corporação era formada por um Para acabar com a concorrência, os
Mestre, Companheiros e Aprendizes. mestres propuseram aos soberanos a
Sendo assim o mestre preparava alguns criação da chamada CARTA RÉGIA, a
companheiros e estes passavam os qual era concedida aos mestres pelo
conhecimentos para os aprendizes. soberano, e que consistia em uma
Sendo que o controle da qualidade do autorização de exclusividade na
serviço e cumprimento de regras era produção e venda de determinados
realizado pelo mestre, o qual também se produtos dentro de uma determinada
incumbia de trazer novos aprendizes zona territorial, em troca do pagamento
para corporação, comprometendo-se de impostos a mais por parte dos
perante os pais dos menores trazidos, mestres.
com a promessa de transformá-los em

235

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

Tal atitude dos mestres, em conjunto época era do não intervencionismo


com o incrível êxodo do campo, fez com estatal, o estado não podia regular tais
que os burgos se tornassem relações, portanto o direito do trabalho
conglomerados de pessoas não podia nascer, ficando a cargo das
desempregadas, famintas, e sem partes contratarem entre si, o que por
perspectivas de vida. Portanto, nesta certo era muito difícil vez que de um lado
fase começaram a surgir existia um empresário com o poder do
descontentamentos em relação aos Reis, capital nas mãos, e do outro lado um
principalmente com os franceses, até a operário, mão de obra desqualificada,
eclosão da revolução francesa em 1789, assim como os milhares que faziam fila
onde os monarcas foram decapitados, e na frente das empresas a fim de
o povo passou a assumir a filosofia de conseguir um trabalho.
que todos são iguais. Portanto não pode Já que o Estado não podia intervir,
uma pessoa impor a sua vontade sobre a os operários resolveram tomar
outra, se todos são iguais todos providências a fim de acabar com
possuem liberdade para fazer o que abusos dos seus patrões, e começaram
quiserem e se obrigar com outros da a conquistar direitos através de greves,
forma como melhor lhes convier. as quais foram severamente
Sendo assim com a filosofia de que repreendidas e punidas em virtude das
todos possuíam liberdade para contratar, leis da época.
o Estado não poderia intervir nas Mesmo assim tais greves surtiram
relações entre os indivíduos, portanto efeito, vez que sensibilizam alguns
nesta época também não existia direito empresários, fazendo-os repensar
do trabalho, vez que as regras eram acerca dos meios e formas de produção,
estipuladas entre as partes contratantes e posteriormente quando o Estado
de acordo como melhor lhe aprouvesse. passou a ser intervencionista, somente
Por volta de 1810, com o advento da compilou e tornou obrigatório para todos,
máquina a vapor e da máquina de fiar, aqueles direitos já conquistados por
na Inglaterra, começaram a surgir as alguns operários.
grandes fábricas (cujos donos eram As regras que começaram a regular
dissidentes das corporações de ofício e tais problemas é que deram origem ao
as próprias corporações que se direito do trabalho, na Europa, portanto
mantiveram após a revolução) com o diz-se que na Europa as normas vieram
aproveitamento da concentração de de baixo para cima, ou seja, foram
pessoas desempregadas que existiam primeiras conquistas dos operários para
nas cidades. posteriormente passarem a ser exigidas
Esta fase é considerada pelos perante todos, através do Estado.
historiadores como o inicio da No BRASIL até o final do Séc. XIX
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. prevalecia o trabalho braçal executado
O emprego de máquinas trouxe pelos escravos na agricultura.
problemas que até então não existiam, Devido a constantes pressões da
como: acidentes de trabalho, Inglaterra tivemos a abolição da
necessidade de proteção das mulheres e escravatura (exigência do capitalismo) e
dos menores, mas como a filosofia da com a liberalização do trabalho

236

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

passaram a surgir normas trabalhistas Do ponto de vista do empregador é a


(de cima para baixo, pois foram obrigação de dar.
concessões do Estado e não conquistas O contrato de trabalho pode ser
dos trabalhadores) tais normas se realizado de qualquer forma, de acordo
avolumaram e foram compiladas, com o Art. 443 da CLT:
reunidas e organizadas na CLT “O contrato individual de trabalho
(Consolidação das Leis Trabalhistas) poderá ser acordado tácita ou
pelo Decreto nº5. 452/43, que é um expressamente verbalmente ou por
grupamento de normas, acerca das escrito e por prazo determinado ou
relações trabalhistas que vigora até hoje, indeterminado”.
com as devidas adaptações e inovações EMPREGADO
que ocorreram no passar dos anos. Nos termos do art. 3º da CLT
CONCEITO DE DIREITO DO “considera-se empregado toda pessoa
TRABALHO física que prestar serviços de natureza
Conjunto de princípios e normas que não eventual ao empregador, sob
regulam as relações individuais e dependência deste e mediante salário”.
coletivas entre empregador e empregado Cumpre salientar que para ser
decorrente do trabalho subordinado. considerado empregado, é de rigor que
 Direito Coletivo do Trabalho: se trate de pessoa física.
objetiva a solução dos problemas REQUISITOS DA PRESTAÇÃO
coletivos decorrentes da relação de DE TRABALHO
trabalho. Ex.: piso da categoria, O trabalho a ser executado há
greve, etc. forçosamente de ser:
 Direito Individual do Trabalho: PESSOAL – Isto é, prestado pelo
objetiva os problemas decorrentes da próprio empregado, não podendo fazer-
prestação pessoal do trabalho. Ex.: se substituir na sua execução;
reclamatória trabalhista. ONEROSO – Isto é, remunerado.
CONTRATO DE TRABALHO “Significa o dever de exercer uma
É o negócio jurídico pelo qual uma atividade por conta alheia cedendo
pessoa física se obriga, mediante o antecipadamente ao beneficio dos
recebimento de uma contraprestação, a direitos que eventualmente teria sobre os
prestar trabalho não eventual em resultados da produção, em troca da
proveito de outra pessoa física ou remuneração”.
pessoa jurídica. A quem fica CONTÍNUO – Isto é, que não tenha
juridicamente subordinado. caráter esporádico ou eventual. “O
SUJEITOS: empregado – presta a trabalho prestado ocasional e
força física ou intelectual (Obrig. transitoriamente não atribui ao seu
Principal) executor a condição jurídica de
Empregador – paga salário. (Obrig. empregado”.
Principal) SUBORDINADO – Isto é, sob
OBJETO: Do ponto de vista do dependência jurídica do empregador.
empregado é a obrigação de fazer. Significa que o empregado está
submetido aos poderes de comando e

237

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

direção do empregador cabendo-lhe o No entanto, O Tribunal Superior do


correspondente dever de obediência. Trabalho registrou no Enunciado n. º 129
Finalmente, registra-se que de “a prestação de serviços a mais de uma
acordo com o art. 3º da CLT, não pode do mesmo grupo econômico, durante a
haver “distinções relativas à espécie de mesma jornada de trabalho, não
emprego e a condição do trabalhador, caracteriza a coexistência de mais um
nem entre o trabalho intelectual, técnico contrato de trabalho, salvo ajuste em
e manual”. contrário”.
Assim, subordinado será todo aquele Não se deve esquecer que podem
que reunir as características legais que o ser “empregadores” as instituições
configure como tal. Independentemente filantrópicas, os profissionais liberais, as
da natureza do serviço prestado e das entidades de representação classista
condições técnicas ou intelectuais do (sindicatos, federações e
trabalhador”. Pode ser um dentista, confederações), as sociedades de
um engenheiro, um advogado, um economia mista, as empresas públicas,
artista, que, prestando serviço sob a as autarquias, a União e seus órgãos, os
disciplina da CLT é sem dúvida alguma, Estados, os Municípios, os espólios, a
um empregado tanto quanto será o massa falida, o condomínio, as
trabalhador braçal”. fundações, etc.
EMPREGADOR Ao empregador compete o poder
De acordo com art. 2º da CLT, diretivo da empresa, do qual decorre o
“considera-se empregador a empresa, direito de expedir ordens e adotar as
individual ou coletiva, que assumindo os medidas regulamentares que julgar
riscos da atividade econômica, admite, necessárias para o desempenho dos
assalaria e dirige a prestação de serviços, inclusive as de natureza
serviço”. disciplinar. Assim é porque os riscos do
Simplificadamente, empregador é empreendimento cabem exclusivamente
toda pessoa física ou jurídica para quem a ele.
uma pessoa física presta serviços DEVERES DAS PARTES
continuados, subordinados e DEVERES DO EMPREGADO
assalariados. Dever de sujeição deve-se submeter
Nos dias de hoje, a empresa é a ao poder de comando e ao poder
principal figura de empregador. disciplinar do empregador;
Razões de ordem econômica podem Atuação de boa fé as declarações e
levar as empresas a se reunirem sob os compromissos assumidos devem
várias maneiras, formando “grupos de traduzir a verdade dos fatos;
empresas”, como as “holdings”, onde Dever de diligência - no exercício da
há uma empresa-mãe com controle atividade, deve dar o melhor de si;
acionário das demais empresas do Dever de fidelidade o veículo
grupo; os “pools” de empresas, em que contratual depende da confiança que o
há a associação de empresas, para empregador nele depositar,
determinados fins objetivos comuns; relativamente a segredos da empresa,
consórcios etc. cumprimento de normas de proteção,

238

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

disciplina, relacionamento com os INICIATIVA DO EMPREGADO


colegas e superiores hierárquicos, etc. Dá-se comumente com pedido de
Dever de assiduidade - do demissão. Entretanto, pode ocorrer com
empregado exige-se que seja pontual e a aposentadoria e também quando
assíduo; “provocada” pelo empregador, no caso
Dever de colaboração - precisa da despedida indireta.
entregar-se no trabalho e na empresa, Deve ser dado aviso prévio ao
para que possa prestar toda colaboração empregador, no caso de pedido de
que ela necessite; demissão, sob pena de perder o direito
Dever de não concorrência - não aos salários do respectivo período,
pode desenvolver a atividade econômica podendo ser retido o saldo de salários
ou praticar negociação habitual para fins de compensação.
concorrendo com empresa ou dando de Nesta hipótese, não terá direito:
sua produtividade ou rendimento no - À indenização;
trabalho. - Às férias proporcionais, se o pedido
DEVERES DO EMPREGADOR ocorrer antes de completar 12 (doze)
- Dever de segurança - cabe-lhe, no meses de emprego e
trabalho, procurar garantir a vida, - A movimentar os depósitos do FGTS.
saúde, integridade física e moral do Terá direito apenas ao 13º (décimo
empregado e o seu bom terceiro) salário proporcional.
desempenho funcional; INICIATIVA DO EMPREGADOR
- Dever de não discriminação - não Dá-se, na generalidade, com a
poderá discriminar por sexo, dispensa do empregado. Pode
nacionalidade, idade, cor, etc. ser:
- Observância das condições
- Sem justa causa
contratuais;
O empregado despedido sem
- Respeito à pessoa do empregado e
motivo, isto é, sem justa causa, terá
seus familiares;
direito a receber os valores relativos
- Cumprir as condições sociais.
aos depósitos recolhidos no banco
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE
depositário do Fundo de Garantia por
TRABALHO:
Tempo de Serviço (FGTS), com o
Pode ocorrer a extinção do contrato de
acréscimo de 40% (quarenta por
trabalho por:
cento), a título de multa imposta ao
1. Iniciativa do empregado;
empregador mais férias proporcionais
2. Iniciativa do empregador;
mais 1/3 (um terço) constitucional, 13º
3. Iniciativa de ambos;
proporcional.
4. Pedido de demissão;
5. Aposentadoria; Além disso, fará jus ao aviso prévio,
6. Decorrente de ato de terceiro ou fato que lhe dá o direito de trabalhar
jurídico; durante a sua duração, com redução
7. Falta grave do empregador (rescisão de 2 (duas) horas na jornada de
indireta). trabalho ou, se preferir, sendo
mensalista, trabalhar sem a redução e

239

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

faltar 7 (sete) dias, sem qualquer empregado encontra-se previstos no


prejuízo salarial. art. 482 da CLT
O cometimento de falta grave, salvo “Art. 482 CLT: constituem justa causa
a de abandono de emprego, no para rescisão do contrato de trabalho
período do aviso prévio, retira do pelo empregador:
empregado qualquer direito de a) Atos de improbidade;
indenização. b) Incontinência de conduta ou mau
procedimento;
Se o empregador não der pré-aviso,
c) Negociação habitual por conta
deverá pagar o valor correspondente
própria ou alheia sem permissão
à remuneração a que teria direito o
do empregador, e quando
empregado, caso não houvesse
constituir ato de concorrência à
ocorrido a despedida, sendo
empresa para a qual trabalha o
computado como tempo de serviço o
empregado, ou for prejudicial ao
período correspondente ao aviso
serviço;
prévio, não incidindo, todavia,
d) Desídia no desempenho das
contribuição previdenciária sobre a
respectivas funções;
quantia paga. Para fins de
e) Embriaguez habitual ou em
antigüidade, não será computado o
serviço;
tempo de aviso prévio, se o
f) Violação de segredo da empresa;
empregado preferiu recebê-lo em
g) Ato de indisciplina ou de
numerário.
insubordinação (briga);
É controvertido se existe direito ao h) Abandono de emprego;
aviso prévio no caso de despedida i) Ato lesivo da honra e da boa
indireta (pela lei de nº7. 108 foi fama praticado no serviço contra
acrescentado no art. 487 da CLT o § qualquer pessoa, ou ofensas
4º dispondo que, “é devido o aviso físicas, nas mesmas condições,
prévio na despedida indireta e salvo em caso de legítima defesa,
também todas as outras garantias”). própria ou de outrem;
Também, na hipótese de despedida j) Ato lesivo da honra ou da boa
imotivada pelo empregador, o fama ou ofensa física praticada
empregado tem direito à indenização, contra o empregador e superiores
se não for optante pelo regime do hierárquicos, salvo em caso de
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo legítima defesa, própria ou de
de Serviço). outrem;
k) Prática constante de jogos de
- Com justa causa: azar;
Dá-se por iniciativa do empregador, l) Condenação criminal do
quando o empregado realiza uma empregado, passada em julgado,
justa causa que enseja o fim da caso não tenha havido
relação de emprego, os casos de suspensão na execução da pena.
justa causa promovida pelo

240

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

Parágrafo único: “Quando o Neste caso de rescisão o


empregado realizar atos atentatórios à empregado:
soberania nacional”. Deve conceder aviso prévio ao
O empregado que realiza justa causa: empregador (art. 487 § 2 CLT),
Não recebe: as férias proporcionais sendo que o empregador poderá liberar
mais 1/3 (um terço) constitucional, 13º o empregado do cumprimento do aviso
proporcional, aviso prévio e somente (recomendável que tal liberação seja por
poderá movimentar o FGTS em escrito).
condições especiais, conforme recebe os Enunciado 261 do TST: “o
dias trabalhados e eventuais direitos que empregado que
já tenha adquirido e ainda não pago, etc. espontaneamente, pede
CULPA RECÍPROCA (INICIATIVA DE demissão antes de completar
AMBOS) doze meses de serviço, não tem
É aquela que se dá por culpa de direito a férias proporcionais”
ambas as partes: empregado e POSSUI DIREITO: 13º proporcional
empregador. (lei 4.090)
É devido pagamento do FGTS com Enunciado 157 do TST: “A
multa reduzida de 20% (art. 18 §2 lei gratificação instituída pela lei 4090, de
8.036). Quanto às demais parcelas: 1962, é devida na resolução contratual
férias proporcionais mais 1/3 (um terço), de iniciativa do empregado.
aviso prévio, e 13º proporcional existe Recebe as férias proporcionais +
divergência na jurisprudência. Alguns 1/3, se possui mais de um ano de
entendem que tais parcelas são divididas serviço;
pela metade, outros entendem que Aposentadoria:
empregador deve pagá-las É quando o contrato de trabalho
integralmente: termina em virtude de que o
Art. 484: havendo culpa recíproca no empregado tenha se aposentado.
ato que determinou a rescisão do
NÃO POSSUI DIREITO: ao aviso
contrato de trabalho, o tribunal do
prévio vez que ambos sabem
trabalho reduzirá a indenização à que
quando o empregado irá se
seria em caso de culpa exclusiva do
aposentar;
empregador, por metade.
Enunciado 14: Reconhecida a culpa POSSUI DIREITO: retirar o
recíproca na rescisão do contrato, o FGTS referente ao contrato que
empregado não fará jus ao aviso prévio, está acabando e todos os demais
às férias proporcionais (+ 1/3), e à depósitos que por ventura
gratificação natalina do ano respectivo. encontrem-se em nome do
PEDIDO DE DEMISSÃO: empregado (art. 20, III lei 8.
É quando o término do contrato 036/90)
de trabalho ocorre por iniciativa do Recebe 13º proporcional
empregado, sem motivo especial, Recebe as férias proporcionais +
ele simplesmente não quer mais 1/3, desde que com mais de um ano de
prestar serviço ao seu empregador. serviço

241

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

DECORRENTE DE ATO DE TERCEIRO g) O empregador reduzir o seu trabalho,


OU FATO JURÍDICO: sendo este por peça ou tarefa, de
Ocorre quando é ato de uma forma a afetar sensivelmente a
autoridade (União, Estado Membro, importância dos salários.
Município, Distrito Federal) que acarreta § 1º: O empregado poderá suspender
a paralisação da atividade da empresa a prestação dos serviços ou rescindir o
(FACTUM PRINCIPIS). contrato quando tiver de desempenhar
O empregado recebe os direitos do obrigações legais, incompatíveis com a
poder público como se fosse despedido continuação do serviço.
sem justa causa, e desde que o § 2º: No caso de morte do empregador
empregador não tenha concorrido para a constituído em empresa individual, é
concorrência do “factum principis”. facultado ao empregado rescindir o
RESCISÃO POR FALTA GRAVE DO contrato de trabalho.
EMPREGADOR (RESCISÃO § 3º: Nas hipóteses das letras “d” e “g”,
INDIRETA): poderá o empregado pleitear a rescisão
É aquela que se dá por iniciativa do de seu contrato de trabalho e as
empregado, em virtude do empregador respectivas indenizações, permanecendo
ter realizado uma justa causa, as qual ou não no serviço até o final da decisão
encontra-se previstas no art. 483 da do processo.
CLT, que possibilitada que o empregado FGTS:
venha a rescisão indireta do contrato de O FGTS (Fundo de Garantia por
trabalho, sem ter que pedir demissão. Tempo de Serviço) foi instituído pela Lei
Art. 483: o empregado poderia nº5107 de 13/09/66, dando origem a
considerar rescindido o contrato e sistema alternativo de acordo com o qual
pleitear a devida indenização quando: segundo a opção do empregado, a
a) Forem exigidos serviços superiores garantia do seu tempo de serviço se
às suas forças, defesos por lei, daria ou pela indenização, ou através
contrários aos bons costumes, ou dos depósitos do Fundo de Garantia.
alheios ao contrato; DEPÓSITOS DO FGTS:
b) For tratado pelo empregador ou por O empregador efetuará
seus superiores hierárquicos com mensalmente depósitos no valor de oito
rigor excessivo; por cento do salário real (remuneração
c) Correr perigo manifesto de mal mensal salário-base + horas extras +
considerável; repouso remunerado e outras vantagens)
d) Não cumprir o empregador com suas pago ao empregado, em agência
obrigações do contrato; bancária, até o dia sete do mês
e) Praticar o empregador ou seus subseqüente.
prepostos, contra ele ou pessoas de OUTRAS SITUAÇÕES EM QUE O
sua família, ato lesivo da honra e da DEPÓSITO É OBRIGATÓRIO
boa fama; O depósito é também obrigatório nos
f) O empregador ou seus prepostos casos de interrupção do contrato de
ofenderam-no fisicamente, salvo em trabalho, incidindo o percentual sobre o
caso de legítima defesa, própria ou valor da remuneração, que deve ser
de outrem; atualizada sempre que ocorre aumento

242

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

geral na empresa ou na categoria os adicionais. Estes podem ser de


profissional a que pertencer o diversas espécies: de horas extras, de
empregado: trabalho noturno, de tempo de serviço,
- Prestação de serviço militar; de insalubridade, de periculosidade e
- Licença para tratamento de saúde prêmios.
até 15 dias; GARANTIAS DO SALÁRIO
- Licença por acidente do trabalho; Os salários, quanto à forma e ao
- Licença-gestante; modo de pagamento, não podem ser
- Licença-paternidade; alterados, com prejuízo para o
- Outros motivos também admitidos empregado, unilateralmente pelo
em lei que interrompem o contrato de empregador. Além disso, são
trabalho. impenhoráveis, salvo para pagamento de
O empregado pode utilizar (sacar) pensão alimentícia, e não podem sofrer
montante depositado do FGTS quando: descontos, além dos previstos em lei,
- Despedido sem justa causa; nas convenções coletivas e nos casos de
- Houver extinção total da empresa; danos pelo empregado dolosamente.
- For concedida aposentadoria pela Os principais descontos previstos em
Previdência Social; lei são os relativos às contribuições
- Para pagamento de prestações previdenciárias, contribuições sindicais,
decorrentes de compra de imóvel faltas injustificadas, imposto de renda na
pelo SFH (Sistema Financeiro de fonte e falta de aviso prévio do
Habitação); empregador.
- Por dependentes quando o SALÁRIO MÍNIMO: é o menor valor
trabalhador morre. que pode ser pago ao assalariado como
CONTEÚDO DO CONTRATO DE contra prestação do seu trabalho.
TRABALHO De acordo com o art. 76 da CLT,
De qualquer contrato de trabalho, “salário mínimo é a contraprestação
fazem parte obrigatoriamente à mínima devida e paga diretamente pelo
remuneração, a jornada de trabalho, o empregador a todo trabalhador, inclusive
descanso semanal remunerado e nos ao trabalhador rural, sem distinção de
feriados, as férias, as questões relativas sexo, por dia normal de serviço, e capaz
à segurança e medicina do trabalho, etc. de satisfazer, em determinada época e
OS PRINCIPAIS: região do país, para suas necessidades
REMUNERAÇÃO / SALÁRIO normais de alimentação, habitação,
Entende-se por remuneração a vestuário, higiene e transporte”.
totalidade dos valores pecuniários que o EQUIPARAÇÃO SALARIAL
empregado recebe em decorrência do Sendo idêntica a função, a todo
contrato de trabalho. O salário, que trabalho de igual valor, prestado ao
seria o ordenado, faz parte da mesmo empregador, na mesma
remuneração. Assim, segundo localidade, corresponderá igual salário,
entendimento generalizado, desta fazem sem distinção de sexo, nacionalidade ou
parte, além do salário-base, as idade.
comissões, as gratificações, as diárias e Trabalho de igual valor será o que
ajuda de custo, os abonos, as gorjetas e for feito com igual produtividade e com a

243

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

mesma perfeição técnica, entre pessoas ABONO


cuja diferença de tempo de serviço não Significa adiantamento salarial. Em
for superior a 2 (dois) anos. geral transitória e cessada a causa que o
Para efeito de equiparação de determinou cessam os seus efeitos ou
salários, em caso de trabalho igual, acaba absorvido pelo salário.
conta-se o tempo de serviço na função e GORJETAS
não no emprego. Em regra, é o pagamento feito pelo
COMISSÕES cliente de uma empresa, ao empregado
Retribuição condicionada ao serviço desta, como prova de satisfação pelo
realizado pelo empregado, usual no tratamento recebido.
comércio. ADICIONAIS
PORCENTAGEM São acréscimos à remuneração do
Alguns entendem ser o mesmo que empregado, geralmente em decorrência
comissão, outros consideram-na como de prestação de serviço em condições
sendo a expressão aritmética da mais gravosas.
comissão. HORAS EXTRAS
GRATIFICAÇÕES São permitidas nos seguintes casos:
São quantias pagas pelo acordo de prorrogação, sistema de
empregador, em regra a título de prêmio compensação de horários, motivo de
ou incentivo ao empregado. força maior que as exija, conclusão de
Antigamente constituíam simples serviços inadiáveis ou cuja inexecução
liberdades; hoje constituem modalidades possa acarretar prejuízo manifesto e
de remuneração, quando habituais. O para recuperação de horas de
13º (décimo terceiro) salário é uma paralisação por causas acidentais ou
gratificação natalina obrigatória por força força maior. Seu valor correspondente a
de lei. Deve ser pago em 2 partes: uma no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) do
até o mês de novembro, salvo se o normal, de acordo com o inciso XVI do
empregado o solicitar quando entrar em art. 7º da Constituição Federal.
férias; outra, até o dia 20 (vinte) de ADICIONAL NOTURNO
dezembro. Se despedido por justa Deve ser pago ao empregado que
causa o empregado perde o direito a ele trabalha no período entre às 22:00 horas
e o empregador pode descontar o seu de um dia e às 05:00 horas do dia
valor de outros créditos que tenha o seguinte.
empregado. Quando o empregado pede - O adicional noturno é de 20% pelo
demissão, tem direito a recebê-lo menos, sobre a hora diurna;
proporcionalmente, correspondendo 1/12 - A hora do trabalho noturno é de 52
(um doze avos) a cada mês, sendo que, minutos e 30 segundos;
a partir do 15º (décimo quinto) dia se - O adicional noturno pago com
considera um mês. habitualidade integra o salário do
DIÁRIAS E AJUDAS DE CUSTO empregado para todos os efeitos.
Somente integram a remuneração “É proibido o trabalho noturno,
quando ultrapassam o valor de 50% perigoso ou insalubre aos menores de 18
(cinqüenta por cento) do salário pago. anos. Para os menores de 16 anos é

244

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

proibido qualquer trabalho, exceto na JORNADA DE TRABALHO


função de aprendiz”. A jornada de trabalho é o período
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE durante o qual o empregado executa a
É devido ao empregado que presta prestação dos serviços contratados.
serviço em atividades ou operações A jornada máxima é de 8 (oito) horas
perigosas, aquela que, por sua natureza diárias e 44 (quarenta e quatro) horas
ou métodos de trabalho, impliquem o semanais, para a generalidade dos
contato permanente com inflamáveis ou trabalhadores.
explosivos, em condições de risco As horas de trabalho superiores aos
acentuado. Integra a remuneração e limites acima são consideradas
seu valor é de 30% (trinta por cento) extraordinárias.
sobre o salário efetivo. Os aeronautas têm jornadas
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE especiais, nos termos do art. 20 da Lei nº
É devido quando o empregado 7.183/844
presta serviços em ambiente Salvo os casos de existência de
considerado insalubre, aquela que por sistema de compensação e força maior a
sua natureza, condições ou métodos de lei não autoriza que as mulheres e
trabalho exponham os empregados a menores trabalhem além da jornada
agentes nocivos à saúde, acima dos normal.
limites de tolerância fixados em razão da Deve haver um intervalo de 11 (onze
natureza e da intensidade do agente do horas) entre duas jornadas de trabalho.
tempo de exposição aos seus efeitos. Na mesma jornada, deve haver um
Integra a remuneração e seu valor é de intervalo de 15 (quinze) minutos se for de
10%, 20% ou 40% do salário mínimo da mais de 4 (quatro) horas e de até 6 (seis)
região, dos graus mínimo, médio ou horas; e um intervalo de 1 (uma) a 2
máximo. Para os aeronautas, a (duas) horas, se tem uma duração
compensação orgânica equivale a este superior a 6 (seis) horas.
tipo de adicional (é de 20%). JORNADA SUPLEMENTAR -
TRANSFERÊNCIA Quando as horas ultrapassam os limites
Este adicional é devido ao normais fixados pela norma jurídica.
empregado nas transferências, com o FALTAS E LICENÇAS – O
seu consentimento. Em caso de empregado pode faltar ao trabalho,
necessidade de serviço o empregador desde que comprove a razão, nas
poderá transferir o empregado para seguintes situações:
localidade diversa da que resultar do - Falecimento de mulher, marido, pai,
contrato, mas neste caso ficará obrigado mãe, filho e irmão (02 dias);
a um pagamento suplementar nunca - Casamento (03 dias);
inferior a 25% (vinte e cinco por cento) - Nascimento de filho (01dia para
do salário que o empregado recebia registro);
naquela localidade, enquanto durar esta - Alistamento eleitoral (02 dias
situação. As despesas resultantes da consecutivos ou não);
transferência correrão por conta do - Doação de sangue (01 dia por ano);
empregador.

245

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

- Acidente ou doença comprovada por corridos, se houver tido de 24 (vinte e


atestado médico da previdência quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
social; As férias dos menores de 18
- Paralisação do serviço nos dias em (dezoito) anos e dos maiores de 50
que não houve trabalho por (cinqüenta) anos devem ser concedidas
conveniência do empregador. de uma só vez.
- Ausência justificada pela empresa. O empregador escolhe a época em
que o empregado pode gozar as férias.
Além disso, pode retirar as seguintes Existem duas situações nas quais o
licenças: empregador deve levar em conta os
- Licença médica; interesses do empregado, ao marcar as
- Licença maternidade e licença férias:
paternidade. - Quando houver membros da mesma
REPOUSO REMUNERADO família trabalhando na mesma
O direito de repouso semanal empresa, eles devem ser autorizados
remunerado e nos feriados está previsto a tirar férias simultaneamente, desde
no inciso XV do art. 7º da Constituição que isso não prejudique o serviço.
Federal, e deverá ser de 24 (vinte e - O estudante menor tem de conciliar
quatro) horas consecutivas. O as férias do serviço com as férias
trabalhador terá direito ao descanso da escolares.
semana sem prejuízo do salário. Pagamento de férias
Os empregados que prestarem O empregado recebe salário integral
serviços aos domingos, terão direito a correspondente ao período em que
uma folga compensatória semanal; estará de férias. Além disso, recebe o
quanto ao trabalho nos feriados, dará chamado adicional de férias, que
direito à folga remuneratória ou corresponde a um terço de uma
pagamento da remuneração em dobro. remuneração.
FÉRIAS A remuneração das férias deve ser
O empregado passa a ter direito a paga no máximo dois dias antes do início
gozar férias após completar 12 (doze) do período de gozo de férias.
meses de serviço efetivo e prestado à O cálculo da indenização de férias é
empresa. Havendo faltas injustificadas feito com base na maior remuneração
13 (treze) durante esse tempo, o incluindo comissões e gratificações.
empregador pode reduzir a duração das Abono pecuniário ou venda de férias:
férias. O empregado pode fazer a opção de
A duração será de: 30 (trinta) dias deixar as férias, trocando seu direito pelo
corridos, quando o empregado não pagamento em dinheiro. Trata-se do
houver faltado ao serviço mais de 5 chamado “abono pecuniário”.
(cinco) vezes; 24 (vinte e quatro) dias Abono pecuniário não pode
ocorridos, se houver tido de 6 (seis) a 14 corresponder a mais de 1/3 (um terço)
(quatorze) faltas; 18 (dezoito) dias das férias ou 10 (dez) dias. Assim se o
corridos, se houver tido 15 (quinze) a 23 empregado tiver direito a 30 (trinta) dias
(vinte e três) faltas; 12 (doze) dias de férias, ele poderá receber em dinheiro

246

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

o equivalente a 10 (dez) dias, mas anteriormente ocupava. Em caso de


deverá gozar os 20 (vinte) dias restantes. aborto não criminoso, comprovado por
Se o trabalhador estiver interessado atestado médico oficial, a mulher terá
no abono pecuniário, deverá solicitá-lo à direito a repouso remunerado de duas
empresa por escrito, pelo menos 15 semanas.
(quinze) dias antes de terminar o período - A mulher tem direito durante a
aquisitivo, isto é, antes de completar 01 jornada de trabalho a dois descansos
(um) ano de serviço. especiais de 30 (trinta) minutos cada
Férias vencidas: um, para amamentar o filho até que
Se referem ao período aquisitivo já este complete 06 (seis) meses de
completado e que não foram concedidas idade (esse tempo pode ser a critério
pelo empregador, que terá os 12 meses da autoridade competente quando
seguintes para concedê-las. Se o exigir a saúde do seu filho).
empregado despedido dentro do período AERONAUTA GESTANTE: Será
concessivo terá direito ao valor simples garantido o emprego à aeronauta
das férias, após o período concessivo gestante desde a constatação de sua
terá direito ao dobro. gravidez até 180 (cento e oitenta) dias
Férias proporcionais: após o retorno da alta previdenciária.
São aquelas que correspondem ao SALÁRIO FAMÍLIA
período adquirido não completado. A Objetiva complementar o salário do
proporção será de 1/12 avos por mês de empregado que tem filhos, não integrado
serviço ou fração igual ou superior a 14 a remuneração.
dias. Seu valor é calculado sobre um
LICENÇA À GESTANTE / LICENÇA percentual baseado no salário referência
PATERNIDADE de contribuição (diferente do salário
A constituição Federal, no inc. XVIII mínimo).
do art. 7º confere licença à gestante, sem Até 3 (três) salários referência o
prejuízo do emprego, com duração de percentual é mais elevado. Acima de 3
120 (cento e vinte) dias. (três) salários referência o percentual
E, no inciso XIX, assegura licença- será menor.
paternidade, nos termos fixados em lei. O salário família é pago por filho
Até que a lei venha discipliná-la, o prazo menor de 14 (quatorze) anos, seja
será de 5 (cinco) dias conforme legítimo, legitimado, ilegítimo, adotivo ou
parágrafo 1º do art. 10 das Disposições inválido, (mediante declaração escrita do
Transitórias. segurado).
O salário-maternidade é devido à O pagamento fica condicionado à
segurada empregada no período de 28 apresentação do atestado de
(vinte e oito) dias antes e 92 (noventa e recebimento pelo filho das vacinas
dois) dias depois do parto. obrigatórias (Admissão, janeiro e julho de
Durante o afastamento da mulher cada ano).
por gravidez ela terá direito a salário TRABALHO DO MENOR
integral, bem como aos direitos e Pela Constituição Federal, somente
vantagens adquiridos, sendo-lhe ainda podem trabalhar os menores com mais
facultado reverter à função que de 16 anos, salvo na condição de

247

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

aprendizes onde tal limite diminui para pela Consolidação das Leis do Trabalho
14 anos. Até 18 anos dependem de – CLT ficam obrigados a organizar e
autorização do pai, responsável ou manter em funcionamento, por
juizado de menores para trabalhar, estabelecimento, uma comissão Interna
depois dos dezoito anos podem contratar de Prevenção de Acidentes – CIPA.
livremente. A CIPA tem como objetivo observar
É proibido o trabalho de menores e relatar condições de risco nos
em: serviços noturnos, locais insalubres, ambientes de trabalho e solicitar
perigosos ou prejudiciais à sua medidas para reduzir e até eliminar os
moralidade, trabalho em ruas, praças e riscos existentes e/ou neutralizar os
logradouros públicos, salvo prévia mesmos, também discutir os acidentes,
autorização do juiz de menores. encaminhando-os aos Serviços de
- Não podem cumprir horas extras, Engenharia de Segurança e em Medicina
exceto no caso de força maior onde do Trabalho e ao empregador o
deve obedecer a certos requisitos – a resultado da discussão, solicitando
jornada não poderá ir além de 12 medidas que previnam acidentes
horas; Ter intervalo de 15 minutos semelhantes, e ainda, orientar os demais
antes da jornada complementar – trabalhadores quanto à prevenção de
comunicar o fato ao Depto. Reg. Do acidentes.
Trabalho, dentro de 48 horas: ter A CIPA será composta de
atestado médico oficial. representantes do empregador e dos
- Fará jus ao adicional idêntico ao dos empregados, de acordo com as
adultos (50% da hora normal). proporções mínimas estabelecidas nas
- Pode assinar recibo de salário, mas normas regulamentadoras.
não pode firmar rescisão de contrato Os representantes dos
de trabalho, sem assistência do empregadores serão por eles indicados e
responsável legal. os representantes dos empregados
TRABALHO DA MULHER serão eleitos por escrutínio.
Em regra geral não difere do homem Os representantes dos empregados
em questões de direitos. eleitos terão estabilidade no emprego
No caso de horas extras, deverá desde a sua inscrição como candidato a
haver um intervalo de 15 (quinze) CIPA até 01 (um) ano após terminar o
minutos entre o fim da jornada normal e seu mandato, se for eleito.
jornada suplementar. ACIDENTES DE TRABALHO
Pela nova lei, a mulher pode fazer É o acidente que ocorre pelo
horas extras, contudo não superior a 12 exercício do trabalho a serviço da
(horas). As horas extras feitas pela empresa, provocando lesão corporal ou
mulher serão excepcionalmente e em perturbação funcional que cause a
casos de força maior. morte, ou perda, ou redução,
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO permanente ou temporária, da
DE ACIDENTES - CIPA capacidade para trabalho.
As empresas privadas e públicas e Também se considera como
os órgãos governamentais que possuem acidentes do trabalho:
mais de 10 (dez) empregados regidos

248

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

- A doença profissional, ou seja, a o empregado faz jus ao auxilio doença


doença produzida ou desencadeada acidentário.
pelo exercício do trabalho peculiar A pensão decorrente do acidente do
em determinada atividade. trabalho é devida a contar da data do
- A doença do trabalho, isto é, óbito, no caso de morte, e o benefício
adquirida ou desencadeada em por incapacidade, a contar do 16º do
função das condições especiais em afastamento cabendo ao empregador
que o trabalho é realizado, pagar integral o dia do acidente e os 15
diretamente relacionada com ele. dias seguintes.
Constitui contravenção penal, PREVIDÊNCIA SOCIAL
punível com multa, a empresa que deixar SEGURIDADE SOCIAL: São ações do
de cumprir normas de segurança e Estado e da Sociedade em prol do bem
higiene do trabalho. estar e da justiça social.
É dever da empresa prestar Tal seguridade se divide em três
informações pormenorizadas sobre os obrigações do Estado:
riscos da operação a executar e do  Assistência saúde: direito de todos e
produto a manipular. dever do Estado.
O empregado que deixa de cumprir  Assistência Social: garantir a todos
as ordens da empresa ou que se recusa, condições mínimas de subsistência.
de forma injustificada, a usar os  Previdência Social: é uma atividade
equipamentos de proteção, comete ato específica do Estado que visa
faltoso e pode ser dispensado por justa proteger somente os trabalhadores,
causa. enquanto que as outras duas são
A proteção, em caso de acidentes do direcionadas para toda a população.
trabalho, estende-se as seguintes  ASSISTÊNCIA SOCIAL
pessoas: É a política que prevê o atendimento
- Aos trabalhadores vinculados ao das necessidades básicas, quanto à
regime da Previdência Social; proteção à família, à maternidade, à
- Por equiparação, o trabalhador adolescência, à velhice e à pessoa
temporário, o trabalhador avulso, o portadora de deficiência,
presidiário exercendo trabalho independentemente de contribuição à
remunerado. Seguridade Social.
 PREVIDÊNCIA SOCIAL:
ESTABILIDADE PARA QUEM Garantir os meios de subsistência do
SOFREU ACIDENTE DO TRABALHO trabalhador, quando este não puder
A Lei nº8. 213/91 garante pelo prazo trabalhar em função da ocorrência dos
mínimo de 12 meses a manutenção do riscos sociais (fatos idôneos que levam à
seu contrato de trabalho na empresa, perda da capacidade de trabalho do
após a cessação do auxílio-doença trabalhador. Ex: doença, velhice, morte,
acidentário, independentemente de acidente).
percepção de auxílio-acidente. A execução desta atividade do
Entendemos que a estabilidade Estado é feita pelo INSS, a previdência
mínima de 12 meses tem procedência a está subordinada ao Ministério da
partir do 16º dia de afastamento, quando

249

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

Previdência e Assistência Social dependentes que podem promovê-la


(MPAS). se ele faleceu sem tê-la feito.
O motivo (fato gerador) vinculador a O cancelamento da inscrição do
tal sistema de proteção é o exercício de cônjuge é admitido em virtude da
atividade remunerada. certidão de separação judicial ou
CATEGORIA DOS SEGURADOS divórcio, sem direito a alimentos, certidão
Toda pessoa acima de 16 anos de de anulação de casamento, certidão de
idade pode ser segurado da Previdência óbito ou sentença judicial que reconheça
Social. a situação.
Os trabalhadores rurais passam a - BENEFÍCIOS
ser equiparados aos trabalhadores Benefícios em relação à pessoa do
urbanos, tem as mesmas obrigações e segurado:
os mesmos direitos, ou seja, contribuirão - Auxílio-doença;
da mesma forma e receberão os - Aposentadoria por invalidez;
mesmos benefícios. - Aposentadoria por velhice;
- Segurados obrigatórios: são os - Aposentadoria especial (aeronautas,
empregados, empresários, jornalistas, atividades penosas,
autônomos, domésticos, avulsos, insalubres e perigosas);
especiais, trabalhadores rurais. - Aposentadoria por tempo de serviço
- Segurados facultativos: são os e abono permanência;
estudantes maiores de 16 anos, as - Salário-família;
donas de casa, síndico de - Salário-maternidade;
condomínio (quando não - Pecúlio;
remunerados). - Auxílio acidente;
DEPENDENTES DO SEGURADO - Auxílio natalidade,
Os dependentes são: - Abono de permanência em serviço
I – Cônjuge, companheiro (a), filhos (anual)
menores e inválidos; na existência Benefícios quanto ao dependente
concomitantemente de mais de um - Pensão por morte;
destes, um não exclui o outro; - Auxílio-reclusão;
II - pai e mãe; - Auxílio-funeral;
III - irmãos menores de 21 ou - Pecúlio.
inválidos. Benefício em relação aos
A existência de dependentes da beneficiários em geral (segurados e
categoria I exclui os das demais dependentes)
categorias (II e III). - Assistência médica, farmacêutica,
Os dependentes preferenciais (I) hospitalar e odontológica;
possuem dependência econômica - Assistência complementar (serviço
presumida. social):
Os demais: II e III devem comprovar a - Reabilitação profissional.
dependência. CUSTEIO:
- Inscrição do segurado: Cabe ao SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO:
segurado fazer a inscrição de seus corresponde à remuneração do

250

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

trabalhador (empregado, temporário, Aposentadoria especial: 100% do sal.


avulso e doméstico) benefício.
É o valor sobre os quais incidiram os Tais valores nunca podem ser
percentuais de concessão dos benefícios superiores a 100% do salário benefício.
da previdência. APOSENTADORIA POR TEMPO DE
Salários de Contribuição SERVIÇO:
contribuição H – 30 anos, M – 25 anos=70% do sal.
Até 3 7,77% benefício
3a5 8,77% H – 31 anos, M – 26 anos=76% do sal.
5 a 10 9,77% benefício
H – 32 anos, M – 27 anos=82% do sal.
Para os empresários, autônomos e o benefício
facultativo se faz uma ficção legal e se H – 33 anos, M – 28 anos=88% do sal.
retira tal salário de contribuição de uma benefício
escala de salário-base. Para os Até 100% aumentando 6% a cada
especiais o salário de contribuição será ano.
2.5% sobre o valor de comercialização PENSÃO POR MORTE: 100% do
do produto, 10% até 3 salários de salário benefício.
contribuição e 20% acima de 3 até o AUXÍLIO RECLUSÃO: 100% do
limite de 10 salários de contribuição. salário benefício.
A empresa é responsável Existe o PERÍODO DE CARÊNCIA:
mensalmente por fazer o pagamento das é o prazo que é preciso contribuir para
contribuições. possuir direito ao auxílio Previdenciário.
O autônomo, o empresário, o APOSENTADORIA ESPECIAL –
eclesiástico e o facultativo, contribuintes AERONAUTA
individuais, são responsáveis pelo A aposentadoria especial do
próprio recolhimento, feito através de aeronauta é regulamentada pelo
carnês. Decreto-Lei nº 158 de 10 de fevereiro de
SALÁRIO BENEFÍCIO: é a base de 1967.
cálculo para benefício do segurado, é a Art. 2º - É considerado aeronauta, para
média aritmética do salário de os efeitos do presente Decreto-Lei,
contribuição (é a média de 36 salários de aquele que, habilitado pelo Ministério da
contribuição ou 48 meses). Aeronáutica (Defesa), exerce função
Auxílio doença: 91% do sal. de remunerada a bordo de aeronave civil
benefício nacional.
Auxílio acidente: 50% do sal. de Art. 3º - A aposentadoria especial do
benefício aeronauta, prevista no parágrafo 2º do
Aposentadoria por invalidez: 100% do art. da Lei nº3807, de 26 de Agosto de
sal. benefício + 25% se necessitar de 1960, será concedida ao segurado que,
terceiros para ajudar. contando no mínimo 45 (quarenta e
Aposentadoria por idade: 70% do sal. cinco) anos de idade, tenha completado
benefício + 1% por anos de atividade. 25 (vinte e cinco) anos de serviço.

251

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

Obs.: Este artigo deixou de ter eficácia


pela publicação da Emenda
Constitucional nº 20 de 1998.
AUXILIO DOENÇA – Art. 4º Para os
fins de percepção do auxílio-doença,
inclusive no de incapacidade para o voo.
Dispõe no:
Parágrafo 1º Entende-se por
incapacidade para o voo, qualquer lesão
de órgão ou perturbação de função que
impossibilite o aeronauta para os
exercícios de sua atividade habitual em
voo.
Parágrafo 2º A verificação e a
cessação da incapacidade para o voo
serão declaradas pela Diretoria de
Saúde da Aeronáutica, após exame
médico do segurado feito por junta
médica da qual fará parte,
obrigatoriamente um médico da
Previdência Social.

252

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

Exercícios:

1- Será garantido o emprego a aeronauta gestante desde a constatação da gravidez até:


a) 120 dias após o retorno da alta previdenciária
b) 180 dias após o parto
c) 120 dias após o parto
d) 180 dias após o retorno da alta previdenciária

2- Sobre fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS) é correto afirmar que:
a) É depositado pelo empregado mensalmente 8% do salário real, em agência bancária
b) É depositado pelo empregador mensalmente 8% do salário real, em agencia bancária
c) É depositado pela Caixa Econômica Federal mensalmente 8% do salário real na
conta vinculada da empresa
d) É depositado mensalmente pelo empregador 5% do salário real, em conta conjunta
com a empresa.

3- São beneficiários da Previdência Social.


a) Os segurados da previdência social;
b) Qualquer pessoa acima de 14 anos;
c) Prestadores de serviços de natureza urbana ou rural;
d) Todas as alternativas acima são corretas.

4 - Quanto ao empregado e empregador é correto afirmar que:


a) Ambos fazem parte da relação trabalhista, sendo que as obrigações principais são:
empregador de fazer, empregado de dar;
b) Ambos fazem parte da relação trabalhista, sendo que as obrigações principais são:
empregador de dar a coisa incerta, empregado de fazer;
c) Possuem entre si uma relação de trabalho na qual o empregador possui a obrigação
principal de dar a coisa certa e o empregado possui a obrigação de fazer;
d) Nenhuma das respostas acima.

5 - Assistência social é
a) Política que prevê o atendimento em hospitais públicos e que todo empregado tem
direito;
b) Política que prevê o atendimento das necessidades básicas quanto à proteção da
família e à maternidade, à adolescência, à velhice e deficientes.
c) Política que administra os recursos pagos ao empregado para bem estar da empresa
onde trabalha;
d) Nenhuma das alternativas acima está correta.

6- O direito do trabalho divide-se em:


a) Coletivo e individual.
b) Grupal e individual.
c) Temporário e definitivo.
d) Nenhuma das respostas acima.

253

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

Exercícios:

7 - As empresas públicas e privadas assim como órgãos governamentais que possuam


mais de dez empregados ficam obrigados a organizar e manter a:
a) CIAP b) PACI
c) CIPA d) AIPC

8 - Assinale a alternativa correta:


1) A empresa é responsável por fazer mensalmente o pagamento das contribuições à
Previdência Social, descontando em folha a parcela que deve ser paga pelo
empregador.
2) O autônomo, o empresário, o eclesiástico e o facultativo farão seu próprio
recolhimento através de carnês;
3) As empresas ficam obrigadas a pagar todas despesas decorrentes da internação
hospitalar
de qualquer um dos dependentes de segurado.

a) VVV b) FVV
c) VVF d) FFV

9 - A aposentadoria especial integral do aeronauta poderá ocorrer:


a) Após 20 anos de contribuição previdenciária b) Após 25 anos de voo
c) Após 25 anos de prestados em qualquer atividade d) Após 20 anos de voo.

10 - Quem deve fazer a inscrição dos dependentes do segurado?


a) O empregador b) A Previdência Social
c) O próprio segurado d) Todas alternativas acima estão
corretas.

11- Sobre férias, período aquisitivo é:


a) Período de férias devido pela empresa.
b) Período de 12 meses de serviço efetivado prestado à empresa.
c) Período de descanso, direito de todo trabalhador antes das férias.
d) Nenhuma das respostas acima.

12 - A lei n. 8213/91, garante por um prazo mínimo, a manutenção do contrato de


trabalho na empresa para quem sofreu acidente de trabalho:
a) De l6 meses b) De 18 meses
c) De 12 meses d) De 24 meses.

254

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

Exercícios:

13 - O adicional que o aeronauta tem direito, também conhecido corno compensação


orgânica é:
a) Adicional de insalubridade (20% sobre o salário base)
b) Adicional de periculosidade (20% sobre o salário base)
c) Adicional de insalubridade (50% sobre o salário base)
d) Adicional de periculosidade (50% sobre o salário base)

14 - Também se considera como acidente de trabalho:


a) A doença profissional, ou seja, a doença produzida ou desencadeada pelo exercício
de trabalho peculiar a determinada atividade;
b) A doença do trabalho, isto é, adquirida ou desencadeada em função das condições
especiais em que o trabalho é realizado;
c) As alternativas (a) e (b) estão corretas;
d) Nenhuma das alternativas acima está correta.

15 - Assinale a alternativa correta:


1. Empregador é toda pessoa física ou jurídica para quem uma pessoa física preste
serviços continuados, subordinados e assalariados
2. São deveres do empregador: segurança e discriminação
3. São deveres do empregado: sujeição, diligência, colaboração e assiduidade
a) VVV b) VFF
c) VVF d) VFV

16 - Em caso de despedida sem justa causa, ainda que direta, o empregador pagará ao
empregado:
a) 40% do montante de todos os depósitos efetuados na conta vinculada
b) 60% do montante da rescisão contratual
c) 40% do montante da rescisão contratual
d) Nenhuma das alternativas está correta.

17 - Dentre os requisitos abaixo, qual faz parte da prestação de trabalho:


a) Eventualidade b) Impessoalidade
c) Subordinação d) Defesa

255

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
DIREITO DO TRABALHO

Exercícios:

18 - Assinale a alternativa correta:


1. A remuneração de férias deverá ser paga no máximo dois dias antes do início do
período de gozo das férias.
2. O empregador que não autorizar as férias ao longo dos 12 meses posteriores ao
período de 1 ano completo de serviço deverá fazer o pagamento das mesmas em
dobro.
3. o empregador é quem escolhe a época em que o empregado pode gozar férias
4. O adicional de férias corresponde a 1/3 de sua remuneração
a) VVFF b) FFFF
c) VVFV d)VVVV

19 - Quanto à criação de leis trabalhistas na Europa, na época da revolução industrial é


certo afirmar:
a) As leis foram criadas pelo Estado, visto que nesta época verificou-se; grande
necessidade da intervenção estatal na área trabalhista.
b) As leis foram criadas tendo como base o Direito Romano, pois este se apresentava
muito evoluído em questões trabalhistas.
c) As leis foram criadas pelas conquistas dos trabalhadores, como por exemplo, através
de greves.
d) Nenhuma das alternativas acima.

20- Dentre as obrigações acessórias do empregado estão:


a) Cumprir as obrigações sociais
b) Respeitar os colegas e clientes, dentro e fora do ambiente de trabalho.
c) Cumprir as ordens expedidas pelo empregador, mesmo as defesas por leis.
d) N.R.A

21- Chama-se rescisão indireta:


a) Aquela que o empregado realiza um ato que se caracteriza como justa causa para a
rescisão contratual.
b) Aquele em que o empregador realiza um ato que se caracteriza como justa causa
para rescisão contratual
c) E aquela que se dá por ato de autoridade, seja Mundial, Estadual ou Federal
d) N.R.A

22- Ato de insubordinação é:


a) O descumprimento de regras ou normas gerais
b) O descumprimento de regras ou normas específicas
c) Tal ato não existe na relação de emprego, vez que a subordinação não é
característica essencial de tal relação
d) N.R.A.

256

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

2- TRONCO (Tórax e Abdômen)


NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O 3- MEMBROS (Superiores e
CORPO HUMANO Inferiores)

CONCEITOS Crânio
O esqueleto cefálico compreende os
Biologia ossos do crânio e os ossos da face. Os
É o ramo do conhecimento humano ossos do crânio formam um arcabouço
que estuda os seres vivos como um arredondado que envolve o encéfalo
todo. (parte do sistema nervoso central). Os
ossos da face estão relacionados com o
Anatomia sistema respiratório, digestório e
É a parte da Biologia que estuda a sensorial. A parte principal dele, onde se
forma e a estrutura dos seres vivos. situa o cérebro, chama-se caixa
craniana. Ela é formada pelos ossos
Anatomia Humana frontal, temporais, parietais, occipital,
É a ciência que estuda a forma e a etimóide e esfenóide.
estrutura do corpo humano e é
constituído na sua parte mais íntima por:

 Células: Unidade morfofisiológica dos


seres vivos. Reúnem-se dando
origem aos:
 Tecidos: que se diferenciam
constituindo os:
 Órgãos: que se organizam formando
os:
 Sistemas: os quais se reúnem em
dois ou mais grupos formando os:
 ·Aparelhos: O organismo humano ser
vivo organizado que é, dotado de
sensibilidade e movimento o que
confere ao homem a qualidade de
SER ANIMADO. Em outras palavras,
dotado de ANIMA (alma e espírito).
Cérebro
Principal órgão do Sistema Nervoso
Central (SNC). Ocupa parte superior e
O corpo humano divide-se em três anterior da caixa craniana, de onde se
partes, a saber: originam 12 pares de nervos cranianos.
1- CABEÇA (Crânio e Face)

257

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

3-Atuar como caixa de ressonância de


voz;
4-Igualar a pressão do seu interior com a
ambiental.
Para o nosso estudo, nos interessa os
seios frontais e os maxilares, por serem
mais amplos, não trabeculados,
contendo, portanto maior volume de ar.

APARELHO AUDITIVO

O aparelho auditivo é constituído por três


partes, a saber:
1. ORELHA EXTERNA
2. ORELHA MÉDIA
3. ORELHA INTERNA
Cerebelo 1. ORELHA EXTERNA
Localiza-se postero-inferiormente ao É formada pelo pavilhão auricular e pelo
cérebro e tem como função à conduto auditivo externo. O pavilhão
coordenação motora e participação do auricular tem estrutura cartilaginosa,
equilíbrio e postura. revestida de pele e destina-se a captar
os sons e ruídos do meio externo.
Continua-se com um canal revestido
Bulbo e Ponte internamente de pele, dotado de pêlos e
Estão localizados na base do encéfalo, glândulas que fabricam o cerúmen, o
separando-o da medula. Nele situam-se conduto auditivo externo, que delimita-se
importantes centros vitais que controlam internamente pela membrana do
a respiração e os batimentos cardíacos. TÍMPANO.
Face 2. ORELHA MÉDIA
É delimitada pelos supercílios para baixo Também chamada de caixa do tímpano,
e dos pavilhões auriculares para frente. é uma cavidade cheia de ar, onde
Seu esqueleto é formado pelos ossos encontramos a membrana do tímpano
zigomáticos, nasal, maxilar e mandíbula. que a separa da orelha externa. Na
Na face localizam-se os SEIOS orelha média estão localizados três
PARANASAIS formados pelos ossos: ossículos (martelo, bigorna e estribo) que
frontal, etmóide, esfenóide e maxilas. se articulam entre si. Comunicando a
orelha média com a naso faringe,
Funções dos Seios Paranasais: encontramos a TROMPA DE
1-Aquecer o ar inspirado que vai para os EUSTÁQUIO, cuja principal função é
pulmões; igualar a pressão do ar sobre a
2-Tornar a cabeça mais leve; membrana timpânica. A orelha média

258

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

tem como função a transmissão das visual) e seus anexos. Constituição do


ondas sonoras da orelha externa à globo ocular: Córnea, Esclera, Íris, Corpo
orelha interna, através da sua cadeia de ciliar, Coróide, Retina e cristalino.
ossículos. Órgãos anexos do globo ocular:
Supercílios, Pálpebras, Cílios, Aparelho
3. ORELHA INTERNA lacrimal e músculos extrínsecos do olho.
Também chamada de LABIRINTO. É o
órgão responsável pela sensação de CORPO CILIAR
equilíbrio e pela audição. Localizada do É Conjunto de músculos que inseridos
rochedo do osso temporal, um de cada na coróide unem-se aos ligamentos
lado do crânio é constituído de uma parte suspensores do cristalino. A ação desses
óssea que contém em seu interior o músculos ocasiona o mecanismo da
LABIRINTO MEMBRANOSO, a parte acomodação visual.
funcional do aparelho. Este se compõe
do sáculo, do utrículo e dos canais ÍRIS
semicirculares (superior lateral e Parte colorida do olho. Dentro dela existe
externo). É a parte responsável pelo um músculo circular chamado esfíncter,
nosso equilíbrio; e pela CÓCLEA ou cujo movimento controla o diâmetro da
CARACOL, órgão responsável pela pupila. Alterando o diâmetro da pupila a
audição, onde se situam terminações do íris regula a quantidade de luz que entra
nervo auditivo ou acústico. Nela são no globo ocular. Ela reduz o diâmetro
processados os sons que são para evitar o ofuscamento em ambientes
transmitidos através da janela oval que muito claros ou aumenta para permitir
os envia para o córtex cerebral, onde são que se enxergue em locais mal
identificados. iluminados. O ajuste do diâmetro da
O aparelho visual está intimamente pupila também ajuda a colocar em foco
ligado ao sistema vestibular. São os objetos tanto próximo quanto distante. A
grandes responsáveis pelo equilíbrio dilatação da pupila chama-se midríase.
corporal. Quando ela se contrai chama-se miose.
São isocóricas quando os diâmetros
apresentam-se iguais. Caso contrário
são chamadas anisocóricas.

RETINA
É a região fotossensível do olho. É a
membrana que reveste o fundo do olho
em sua quase totalidade, onde estão
APARELHO VISUAL localizadas as células denominadas
Cones (responsáveis pela visão das
cores) e Bastonetes (responsável pela
Também localizado na cabeça, o visão noturna).
aparelho visual é formado pelo globo A imagem formada na retina é invertida.
ocular (receptor externo do aparelho Todavia, no córtex cerebral a

259

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

decodificação nos permite enxergar os Articulando-se com a coluna vertebral


objetos em posição normal. O globo destacam-se as costelas, que em
ocular é opticamente comparado a uma número de 12 pares (sete ditos
máquina fotográfica comum, visto que é verdadeiros, três ditos falsos e dois ditos
dotado de um sistema de lentes, o flutuantes), vão se articular por diante
cristalino, a córnea, o humor aquoso e o com um osso ímpar, o ESTERNO, dando
vítreo; um sistema que se assemelha ao origem à “Caixa Torácica”, no interior da
diafragma, a íris e a retina, que qual se alojam o coração, os pulmões e
correspondem ao filme da máquina onde grandes vasos.
as imagens são impressas.
O PAPEL PROTETOR DA COLUNA
VERTEBRAL
Devido à superposição das vértebras
que são dotadas de um canal chamado
neural, forma-se um túnel ósseo
contínuo, dentro do qual, bem protegida
de viradas e traumatismos moderados
fica a delicada medula espinhal.
Através dos espaços localizados
lateralmente entre as vértebras, saem e
entram na medula espinhal, 32 pares de
nervos denominados “nervos
TRONCO raquidianos”. E, situados nos espaços
Começando na base do crânio, existe formados entre os corpos vertebrais,
um conjunto de peças ósseas existe uma estrutura semelhante a um
denominadas vértebras, que se disco, constituído de cartilagem fibrosa
sobrepõem, constituindo a Coluna na sua periferia e de um núcleo pulposo
Vertebral (também conhecida como central, que serve como coxim
“espinha” do corpo humano). amortecedor dos impactos que a coluna
Literalmente serve de apoio à cabeça, recebe, denominado “Disco
braços e pernas. Permite-nos ficar em Intervertebral”. Eventualmente por ação
pé, agachar, virar e mexer a cabeça, de um brusco movimento da coluna
girar os ombros e quadris. vertebral, esse disco pode sair da sua
Em número de 33, as vértebras posição, formando a hérnia de disco.
classificam-se de acordo com a região Ainda no tronco, dentro da cavidade
onde estão situadas. torácica, encontramos órgãos
Assim temos: pertencentes ao Sistema Respiratório e
Circulatório.
Cervicais: 07 vértebras
Dorsais ou Torácicas: 12 vértebras SISTEMA RESPIRATÓRIO
Lombares: 05 vértebras O Sistema Respiratório capta do ar o
Sacras: 05 vértebras oxigênio e remove do corpo o dióxido de
Coccigianas : 04 vértebras carbono, ou seja, ele promove a troca

260

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

gasosa entre os níveis celulares no função da fala, como órgão fonador que
organismo e o meio ambiente. A é.
respiração compreende três fases
distintas, a saber: LARINGE
É um órgão constituído de cartilagens
VENTILAÇÃO: É a fase do ar em tireóide e cricóide, onde estão
movimento dentro e fora dos pulmões. localizadas as cordas vocais. É no
TRANSPORTE: É a fase na qual o pequeno espaço triangular existente
oxigênio, por difusão, atravessa as entre essas duas cartilagens, que faz a
paredes alveolares ligando-se à punção, com a ponta de uma tesoura ou
hemácia. com uma agulha de grosso calibre, como
TROCA GASOSA: Também chamada de uma medida salvadora nos casos
hematose, na qual se processa nos emergenciais de asfixia mecânica. É a
alvéolos pulmonares durante a chamada LARINGOSTOMIA ou
respiração, o oxigênio é transportado TRAQUEOSTOMIA.
pelas hemácias até as células teciduais
onde o oxigênio é utilizado e o dióxido de TRAQUÉIA
carbono produzido. É um tubo de 12 cm de comprimento e
2,5 cm de largura que liga a garganta
ESTRUTURA DO SISTEMA aos pulmões através dos brônquios. A
RESPIRATÓRIO traquéia é envolvida por 16 a 20 anéis
O Sistema Respiratório divide-se em cartilaginosos em forma de “C”, que se
duas vias aéreas; a superior e a inferior. mantém rígida evitando seu
Fazem parte das vias aéreas superiores colabamento. Assim sendo, ela está
as fossas nasais, a faringe, a laringe; e aberta o tempo todo para a passagem do
das vias aéreas inferiores a traquéia, os ar. Internamente, a traquéia é revestida
brônquios e os pulmões. por um epitélio ciliado, que juntamente
No interior dos pulmões os brônquios se com o muco aí existente, atua na
ramificam em brônquios secundários, remoção das impurezas inspiradas.
bronquíolos respiratórios e alvéolos
pulmonares. PULMÕES
São órgãos que possibilitam a
FOSSAS NASAIS respiração.
Existem pêlos e uma camada de muco, Localizados um de cada lado no interior
fazendo com que o ar que passe pelo da caixa toráxica, e ligam-se à traquéia
nariz sendo aquecido, umedecido e por um tubo chamado brônquio.
filtrado. Apresentam uma textura esponjosa e
macia que lhe permite distender e relaxar
FARINGE quando respiramos.
É a cavidade localizada na porção No seu interior vamos encontrar
posterior da boca, é uma importante numerosas dilatações vesiculares
passagem onde se cruzam as vias semelhantes a cachos de uvas os
digestiva e respiratória. Atua também na

261

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

alvéolos pulmonares, onde se procedem


as trocas gasosas.

MECANISMOS DA RESPIRAÇÃO
Separando a cavidade toráxica da
abdominal existe um músculo aplanado
denominado diafragma. Na inspiração
normal, o diafragma se contrai e se
achata, fazendo pressão para baixo.
Assim, o volume torácico aumenta,
tornando a pressão interna na cavidade
pleural menor (negativa) que a externa.
Com isso o ar desce velozmente pela
traquéia, brônquios e bronquíolos até os
alvéolos pulmonares. O ar inspirado
contém cerca de 21o/o de oxigênio e
0,04o/o de dióxido de carbono. Na
expiração normal, o diafragma relaxa e
curva-se para cima, acentuando seu
formato abaulado. Isso reduz o volume
torácico, tornando a pressão no interior SISTEMA CIRCULATÓRIO
da cavidade pleural maior (positiva) que O coração é o órgão central do sistema
a externa. O ar então comprimido pelos circulatório.
pulmões sai pelo nariz. O ar expirado Basicamente é uma bomba muscular
contém cerca de 16o/o de oxigênio e 4% oca, que funciona o tempo todo
de dióxido de carbono. A troca gasosa impelindo o sangue através dos grandes
que se opera ao nível dos alvéolos vasos que dele partem e aí chegam
pulmonares chama-se hematose. A (artérias e veias), para todo o sistema.
freqüência respiratória no adulto jovem Vasos menores, em sua superfície,
gira em torno de 20 movimentos por abastecem-no de nutrientes e oxigênio e
minuto. Nesse caso, diz-se que estamos removem resíduos, como o gás
diante de uma respiração normal carbônico. O forte músculo do órgão,
normopnéia ou eupnéia. Se há chamado músculo cardíaco, contrai e
dificuldade respiratória temos a dispnéia. relaxa-se ritmicamente graças ao
Se ocorre um aumento da freqüência automatismo de que é possuidor.
respiratória, verifica-se, então, a Localizado entre os dois pulmões,
taquipnéia; se por acaso a freqüência repousa sobre o diafragma, com cerca
diminui, ocorre a bradpnéia. Quando de 2/3 do seu volume no lado esquerdo
cessa totalmente respiração, estamos do tórax. Internamente o coração divide-
diante de uma apnéia. se em quatro seções ou câmaras. De um
Vide figura ao lado. lado ficam o átrio e o ventrículo
esquerdo. Do outro, o átrio e o ventrículo
direito. As câmaras da direita recebem

262

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

sangue pobre em oxigênio, as da (oxihemoglobina) e mais ainda com o


esquerda, sangue rico em oxigênio. dióxido de carbono (carboxihemoglobina
ou carbaminohemoglobina).
A CIRCULAÇÃO DO SANGUE *Glóbulos brancos (ou leucócitos):
O sangue circula no corpo por duas rotas realizam a defesa do organismo contra
principais entre o coração e os pulmões, corpos estranhos e microorganismos
para captar oxigênio a pequena causadores de doenças.
circulação e entre o coração e o resto do *Plaquetas: participam da coagulação
corpo, para fornecer oxigênio e sangüínea.
nutrientes às células teciduais, a grande
circulação. Através de dois grandes OBS: As células do sangue são
vasos, as veias cavas inferiores e produzidas na medula vermelha dos
superior, sangue rico em gás carbônico, ossos do crânio, coluna vertebral, bacia,
é levado ao átrio direito do coração. Daí esterno, costelas e na cabeça dos ossos
passa para o ventrículo correspondente. longos.
Deste, pela contração (sístole) cardíaca *PARTE LÍQUIDA: 55% do volume total
o sangue vai até os pulmões através do do sangue. De coloração ligeiramente
tronco arterial pulmonar (artéria amarelada, é formado por
pulmonar direita e esquerda) onde, aproximadamente 90% de água e 10%
graças ao fenômeno da Hematose, cede de substâncias sólidas nele dissolvidas
gás carbônico e recebe oxigênio. Já (proteínas, sais minerais, glicose,
oxigenado, o sangue retorna ao coração gorduras, etc.) O volume de líquido
pelas 4 veias pulmonares direita e circulante no organismo é algo em torno
esquerda, que se abrem no átrio de 5.000 ml, estando aí, incluídos, todos
esquerdo. Dessa câmara o sangue os líquidos presentes no nosso
passa para o ventrículo do mesmo lado, organismo.
sendo impulsionado novamente pela
sístole cardíaca através da artéria aorta Esse volume líquido chama-se VOLEMIA
para todo o organismo. Quando por qualquer motivo esse
volume diminui (EX: hemorragias,
desidratação intensa), diz-se que há uma
HIPOVOLEMIA.
COMPOSIÇÃO DO SANGUE
Composto por: *Abaixo do diafragma encontra-se a
*PARTE SÓLIDA (ou elementos Cavidade Abdominal, onde se encontra
figurados) 45% do volume total do parte dos órgãos pertencentes aos
sangue. São eles: Sistemas Digestório, Urinário,
*Glóbulos vermelhos, eritrócitos ou Reprodutor feminino e masculino.
hemácias: (realizam as trocas gasosas).
Possuem uma proteína chamada SISTEMA DIGESTÓRIO
hemoglobina, rica em ferro, que se
combina com o oxigênio Compreende um tubo disposto ao longo
do corpo, e órgãos anexos como

263

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

glândulas salivares, fígado, vesícula


biliar e pâncreas. Esse sistema
decompõe o alimento em substâncias
mais simples num processo chamado
digestão. Com isso, o organismo pode
absorver essas substâncias e usá-las
como fonte de energia e para a
manutenção do corpo. O Sistema
Digestório é formado pelos seguintes
órgãos: Boca, Faringe, Esôfago,
Estômago e Intestinos.

BOCA

Primeira porção do sistema digestório.


Dentro dela ficam a língua, os dentes, as
gengivas, as tonsilas, a úvula e as
aberturas das glândulas salivares. Na ESTÔMAGO
parte externa situam-se os lábios. Porção mais larga do sistema digestório
é uma bolsa muscular em forma de “J”,
FARINGE (ou garganta) que se dilata para armazenar o alimento
deglutido.
É uma região em forma de funil no fundo Ele comprime o alimento e o mistura a
da boca, que liga esta e a cavidade nasal ácidos e sucos digestivos produzidos em
à laringe, na frente e ao esôfago atrás. É sua parede interna. Dessa forma, reduz
importante região onde se cruzam as o bolo alimentar a um líquido (Quimo),
vias digestória e respiratória. É revestida que segue para o intestino delgado.
por muco que a lubrifica para a
passagem do alimento, além de reter INTESTINOS
partículas de impurezas do ar. De ponta a ponta, os intestinos têm
cerca de 7,5 m. A primeira parte deles, o
ESÔFAGO intestino delgado, é um tubo enrolado
É uma passagem para o alimento que se dentro do abdômen onde ocorre a
desloca da faringe ao estômago. É um principal área de digestão e absorção
tubo de cerca de 25 cm, achatado dos alimentos. A segunda parte, o
quando vazio, mas que se abre quando intestino grosso ou colo, situa-se em
recebe o bolo alimentar. Leva o bolo volta do delgado, e também acima dele.
alimentar ao estômago através de seus Sua função básica é absorver água e
movimentos peristálticos. Na sua sais minerais e expelir resíduos. Na sua
extremidade inferior é dotado de um parte final existe uma dilatação (a
esfíncter, a cárdia, que impede o refluxo ampola retal) onde fica armazenado o
dos alimentos para o esôfago. produto final da digestão, as fezes, a fim

264

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

de serem eliminadas no ato da COMO SE PROCESSA A DIGESTÃO


defecação. Na boca os dentes mastigam o alimento,
reduzindo-o a pequenos pedaços que
são envolvidos pela saliva com suas
GLÂNDULAS SALIVARES enzimas e transformados em um bolo
Produz saliva, um fluído que contém úmido. A língua impele esse bolo para a
substâncias digestivas chamadas garganta, de onde ele passa para o
enzimas. esôfago, e daí chega ao estômago. No
São 3 pares: Parótidas, Sublinguais e estômago o bolo alimentar é esmagado e
Submandibulares. Um litro de saliva é misturado às enzimas do suco gástrico e
produzido diariamente, e chega à boca convertido num líquido cremoso
através dos ductos salivares, onde inicia chamado Quimo. O alimento permanece
o processo da digestão, além de limpar no estômago cerca de três horas,
os dentes e lubrificar a boca permitindo a passando em seguida ao intestino
deglutição. delgado, onde, pela ação das enzimas
digestivas oriundas do pâncreas, e da
FÍGADO bile que vão constituir o suco entérico, se
Maior órgão do corpo chegando a pesar completa o processo da digestão sendo
2 kg, o fígado exerce várias funções o alimento decomposto em substâncias
vitais para o organismo. Situado no mais simples, que em seguida são
abdômen superior, abaixo do diafragma, absorvidas pelo corpo através do
ele divide-se em duas porções, os lobos revestimento interno do órgão, as
direito e esquerdo (este bem menor que vilosidades intestinais. Ato contínuo, o
o outro). Cada lobo é constituído de intestino grosso recebe do delgado o
diminutas porções, os lóbulos hepáticos. alimento que não pode ser digerido e,
Funções do fígado: Produzir a bile portanto, não pode ser usado para
(auxilia a digestão); armazenar glicose; nutrição. Durante um período de 12 a 36
produzir proteínas do sangue; inativas horas, a água e sais minerais são
substâncias tóxicas; destruir glóbulos absorvidos desses resíduos, que se
vermelhos velhos; etc. ressecam, se transformam em fezes, que
Anexo ao fígado está a Vesícula Biliar, depois serão eliminadas do corpo pelo
pequena bolsa muscular destinada a ânus.
armazenar e concentrar a bile produzida
pelo fígado, que a cada dia, produz 1 litro
de bile. SISTEMA URINÁRIO
Compreende os rins, ureteres, bexiga e
uretra.
PÂNCREAS Funções: manter o equilíbrio constante
Glândula de cerca de 15 cm de de fluídos no organismo (por meio da
comprimento, situada atrás do estômago. produção da urina); eliminar alguns
É uma glândula mista (produz enzimas e produtos residuais; controlar os níveis de
hormônios - insulina e glucagon). sais e ácidos no organismo.

265

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

RINS
Parte mais importante do sistema
urinário. São dois, localizados na porção
retroperitonial do abdômen. Forma de
feijão, 12 cm de comprimento, 5 cm de
largura e 2,5 cm de espessura. Cor:
marrom - avermelhada. Filtra o sangue,
removendo o excesso de água, sais, e
substâncias tóxicas (ex.: uréia),
formando a urina que desce pelo ureter
até a bexiga (onde é armazenada).

URETER
São dois tubos musculares que saem um
de cada rim e levam a urina até a bexiga.

BEXIGA OVÁRIOS
Bolsa de músculo liso, localizada no Dois, um de cada lado do útero.
abdômen inferior e armazena a Urina. Produzem as células reprodutoras
femininas. Segregam hormônios
URETRA responsáveis pela maturação do óvulo e
Canal muscular situado na base da pelas características sexuais femininas.
bexiga através do qual a urina é expelida
para fora do organismo. No homem ela TUBAS UTERINAS
passa pelo canal esponjoso do pênis. São dois tubos musculares que ligam os
ovários ao útero.

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ÚTERO


Onde começa a vida humana. Órgão muscular feminino em forma de
Constituído pelos ovários, tubas uterinas, pêra, localizado no centro da pelve atrás
útero e vagina. da bexiga e à frente do intestino grosso
com cerca de 7,5 cm de comprimento e 5
cm de largura (na mulher não grávida). É
o receptáculo para o embrião e
posteriormente o feto.
VAGINA
É um canal muscular de cerca de 9 cm
de comprimento, que liga o útero ao
exterior do corpo feminino. É o órgão
copulador feminino e serve de canal para
o parto.

266

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 1- Cintura Escapular:


Produz e libera espermatozóides para Compreendendo a omoplata (Escápula),
fecundar o óvulo. Formado por as cabeças dos úmeros correspondentes
testículos, canais deferentes, vesículas e as clavículas, que se articulam na
seminais, próstata e pênis. frente com o esterno.
2- Braço: Cuja estrutura óssea é
TESTÍCULOS formada por um único osso, o Úmero.
Órgãos pares localizados externamente, 3- Antebraço: formado por dois
no interior da bolsa escrotal. Formam os ossos, o rádio e a ulna.
espermatozóides que ficam 4- Mão: Dividida em carpo (com 8
armazenados no epidídimo. ossos dispostos em duas fileiras),
metacarpo (com 5 ossos) e dedos ou
CANAIS DEFERENTES quirodáctilos, subdivididos em falanges,
São dois: armazenam e transportam os falanginhas e falangetas (com 14 ossos).
espermatozóides do epidídimo até a
uretra prostática, para serem eliminados MEMBROS INFERIORES
por ocasião da ejaculação. 1- Cintura Pélvica: Formada pelos
ossos da pelve, as cabeças dos fêmures
VESÍCULAS SEMINAIS e a coluna sacro-coccigiana, com o qual
São duas glândulas masculinas situadas se articulam.
abaixo da bexiga. Segregam um líquido 2- Coxa: Cujo esqueleto é formado
espesso que se mistura ao líquido por osso único, o fêmur, que é o maior
prostático e os espermatozóides osso do corpo humano.
formando o sêmen. 3- Perna: Cuja estrutura óssea é
representada pela tíbia e fíbula.
PRÓSTATA 4- Pé: Subdividido em tarso ou
Glândula situada no colo da bexiga, tornozelo (formado por 7 ossos),
circundando a uretra. Segrega o líquido metatarso (formado por 5 ossos) e dedos
prostático. ou pododáctilos, subdivididos em
falange, falanginha e falangetas (com 14
PÊNIS ossos).
Órgão copulador masculino, situado à Movimentando os diferentes segmentos
parte frontal da pélvis. Constituído pelos e componentes do organismo, existem
corpos, cavernoso e esponjoso, através os músculos (músculos esqueléticos ou
do qual caminha a uretra. voluntários, que de acordo com a nossa
vontade movimentam os ossos;
MEMBROS músculos lisos ou involuntários, que
No tronco, temos dois pares de funcionam independente de nossa
apêndices, os membros superiores e os vontade. Ex.: músculo do estômago;
inferiores. músculo cardíaco).

MEMBROS SUPERIORES
(Constituição)

267

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

sensibilidade térmica, táctil e dolorosa e


aparência. As glândulas sudoríparas são
inervadas pelo sistema nervoso
simpático e parassimpático.

PARÂMETROS CLÍNICOS

PRESSÃO ARTERIAL (P.A.):


O fluxo sangüíneo vindo do coração
através de um sistema de vasos arteriais
encontra uma resistência, que para
vencê-la, requer determinada força.
Denominamos a essa resistência de
pressão arterial. O grau de tensão
depende:
A) Da elasticidade das paredes das
artérias;
B) Da força dos batimentos
cardíacos;
C) Da resistência periférica;
D) Do volume de sangue circulante
nas artérias;
E) Da viscosidade sangüínea.

Pressão arterial normal:


PELE
Máxima (Sistólica): 130x90 mm Hg
É a camada externa (tegumento) de
Média (Equilibrada): 120x80 mm Hg
proteção do corpo. Pesa cerca de 4 Kg e
recobre todo o corpo (uma área de Mínima (Diastólica): 80x60 mm Hg
aproximadamente 2m2). Sua espessura
varia com as diferentes regiões do corpo. Tipos de pressão:
Nas pálpebras ela é mais fina que no Normotensão: pressão sangüínea normal
dorso. A pele subdivide-se em: Hipertensão: pressão acima do normal
Epiderme, Derme e Tela Subcutânea Hipotensão: pressão abaixo do normal
(antes chamada de hipoderme).
Funções: Atuar como uma barreira entre TEMPERATURA:
os meios interno e externo (mais É o nível de calor a que chega um
importante), não permitindo a entrada de determinado corpo. No organismo
agentes patogênicos e a perda excessiva humano, é o equilíbrio entre o calor
de água, eletrólitos e proteínas para o produzido e o eliminado pelo corpo.
meio externo, regulação da temperatura Resulta das modificações que se
corporal (através do suor), excreção, processam na Intimidade das células.
secreção; Síntese da vitamina D

268

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

A temperatura oscila segundo os valores


que se seguem bem como, nos RESPIRAÇÃO:
diferentes sítios do nosso corpo, a saber: É a troca de gases entre o organismo e o
*Axilar: 36,0ºC a 37,0ºC meio externo; consiste na absorção do
*Retal: 36,4ºC a 37,2ºC oxigênio e a eliminação do gás
*Bucal: 36,2ºC a 37,0ºC carbônico.

Tipos de temperatura: Freqüência:


Normotermia: Temperatura normal Homem: 15 a 20 RPM
Hipertermia ou Hiperpirexia: Mulher: 18 a 20 RPM
Temperatura alta Criança: 20 a 25 RPM
Hipotermia: Temperatura baixa Lactente: 30 a 40 RPM
Estado Febril: Febre RPM: Respirações por minuto

PULSAÇÃO: Tipos de respiração:


Pulso é a ondulação exercida pela Eupnéia Respiração normal
expansão das artérias seguindo as Taquipnéia Respiração rápida
contrações oriundas do coração. Bradipnéia Respiração lenta
O pulso é um dos mais utilizados Dispnéia Dificuldade respiratória
métodos de informação a respeito das Apnéia Ausência de respiração
condições de um doente.
O pulso pode ser verificado mais OUTROS CONCEITOS
facilmente, nas artérias radial, carótidas, Hipoestesia: Diminuição da
femural, pediosa, braqueal, temporal. sensibilidade.
Hiperestesia: Aumento da sensibilidade
Freqüência das pulsações por minuto:
HIGIENE E SAÚDE
*Homem: 60 a 70 BPM
*Mulher: 65 a 80 BPM HIGIENE: É o estudo e a aplicação de
*Criança: 120 a 125 BPM medidas que visam prevenir as doenças
*Lactente: 125 a 130 BPM e preservar a saúde.
*BPM: Batimentos por minuto
HIGIENE PESSOAL: Refere-se aos
Tipos de batimentos cardíacos: cuidados que cada um deve ter quanto
*Taquicardia: Pulso rápido ao asseio corporal e aos hábitos
*Bradicardia: Pulso lento salutares para prevenir doenças. As
prescrições de higiene devem abranger o
homem como um todo; seja no seu
Tipos de pulsações: aspecto ORGÂNICO, PSÍQUICO,
*Taquisfgmia: Aceleração da pulsação MENTAL e ESPIRITUAL.
*Bradsfigmia: diminuição da pulsação
SAÚDE: É estar em “Um completo bem-
estar físico, mental e social”.

269

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

resíduos retidos nos poros e o acúmulo


DOENÇA: Qualquer desequilíbrio em um de células mortas quando não
desses planos, não importando os convenientemente removidas, provocam
motivos. Para se manter o corpo sempre asfixia da pele, além de facilitarem a
saudável, deve-se observar certas regras instalação de diversos processos
e padrões, para se conseguir uma patológicos. O banho diário com
perfeita harmonia entre o corpo, mente e sabonetes comuns, em geral, é
a natureza. suficiente para remover as camadas de
células mortas e restabelecer a
DIMENSÕES PSÍQUICAS: oxigenação cutânea natural e prevenir
Escolher a profissão para qual se tenha doenças. O cuidado com os cabelos,
realmente vocação, pois só assim seu mantendo-os sempre limpos e
desempenho poderá revestir-se de muito penteados, lavar as mãos
entusiasmo, dedicação e muito amor. freqüentemente manter as unhas limpas
Deve-se buscar condições para uma e aparadas, escovar os dentes ao
realização plena, abrangendo nisso as acordar, após as refeições e ao deitar
relações afetivas mais íntimas, as usando fio ou fita dental, constituem
amizades e o companheirismo no medidas simples e básicas de asseio
trabalho. Preocupar-se com o lazer corporal. Cuidado especial deveu ter
sadio, com o cultivo de hobbies, de com a boca, pois ela é a porta de
hábitos de leitura e de aprendizagens entrada para uma grande parte de
que possam proporcionar horizontes microorganismos que causam doenças.
mais amplos que o da simples rotina de Iniciando com os causadores de cáries
trabalho. dentárias, que é uma conseqüência de
Por volta de 8 horas de lazer, esportes, uma complexa interação de fatores:
etc. Importante para a saúde do ser bactérias, dieta e sensibilidade do
humano. (Sugiro a retirada deste hospedeiro. As cáries dentárias podem
parágrafo, pois o assunto se repete). ser prevenidas por métodos simples:
DIMENSÕES ORGÂNICAS: Fluoretação da água de abastecimento
Manter a boa aparência/Cuidar do asseio público, além de aplicação de flúor (uma
corporal: Para manter o corpo sempre ou duas vezes ao ano), e o uso de
saudável, deve-se observar certas regras dentrifícios com flúor habitualmente,
e padrões, para conseguir uma perfeita assim como uma correta escovação
harmonia entre corpo, mente e natureza. dentária.
A higiene pessoal é o primeiro item a ser
observado com o objetivo de adquirir, 1. Asseio com o Meio Ambiente:
manter e prevenir condições que venham Pouco adiantará os cuidados com o
a afetar a integridade de um corpo nosso corpo se não tivermos os mesmos
saudável. A agradável sensação de ver cuidados com o meio ambiente em que
uma pessoa com uma boa aparência vivemos e principalmente com o
induz e transmite um bem estar interior ambiente em que trabalhamos, tornando-
que é visto no exterior por uma boa o agradável e sem riscos de acidente ou
higiene corporal. A transpiração, os de transmissão de doenças. O local de

270

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

trabalho faz parte do hábitat do ser energética necessária a reposição das


humano e nele passamos boa parte de perdas de energia quando em atividade.
nossa vida, portanto devemos ter muito
cuidado em manter sempre limpo e 1. Alimentação: Uma alimentação
organizado o nosso trabalho, tornando-o deficiente pode levar a uma queda dos
agradável e fácil de realizá-lo. níveis de glicose no organismo
(hipoglicemia), que por sua vez leva a
2. Dividir bem o dia reservando 8 uma deficiência na coordenação
horas para o sono e 8 horas para o muscular, na acuidade visual e
trabalho: capacidade de julgamento; por outro
A atividade do ser humano em suas lado, os excessos alimentares também
diversas atribuições faz com que o corpo devem ser evitados antes e durante os
libere constantemente energia e, em voos, para prevenir a formação de gases
conseqüência, necessita de tempo e no tubo digestivo e a sonolência. A
condições favoráveis para o expansão dos gases com o aumento de
restabelecimento dessa energia. O sono altitude pode resultar em severas dores
é uma função biológica regulada pelos com grande desconforto para o aero
mecanismos autonômicos do cérebro e navegante. Por tanto, uma alimentação
sua duração varia de indivíduo para adequada, equilibrada, ingerida em
indivíduo. Algumas pessoas necessitam intervalos regulares, é um fator
de períodos curtos de sono diário, porém importante para aqueles que
outras só se encontram em plena forma desempenham atividade aérea. Os
para a atividade, após 8 ou 9 horas de alimentos nos fornecem proteínas,
sono. O ritmo biológico, com fases de gorduras, carboidratos, vitaminas e sais
repouso e atividade ou sono e vigília no minerais, mas fornecem também,
período de 24 horas é chamado de ritmo quando não conservados corretamente,
circadiano. Há pessoas que procuram microorganismos que provocam
compensar as poucas horas dormidas doenças, tais como: Stafilococos,
durante a noite com pequenos cochilos Escherichia coli, Shiguelas, Salmonelas
durante o dia. Isso pode ser eficiente e o mais importante Clostridium
para aquelas que, por motivos eventuais botulinum causador do Botulismo. Muitas
tenham reduzidos suas horas de sono vezes, há necessidade de se guardar
noturno. alimentos por algum tempo. Então eles
A inversão da fase do ciclo, só é ficam expostos à ação de
possível após um período de adaptação. microorganismos que fazem a putrefação
Uma noite intranqüila leva qualquer ou a fermentação das substâncias que
indivíduo há um dia seguinte longo, com existem nestes alimentos. É aí que se diz
acúmulo de cansaço, sem disposição que o alimento ficou deteriorado (podre
para executar bem qualquer tarefa, ou estragado). A indústria alimentícia
contribuindo até na mudança alimentar, tem progredido nas técnicas de
pois ninguém consegue alimentar-se conservação dos alimentos. Técnicas
satisfatoriamente, cansado. A usadas:
alimentação é uma importante fonte

271

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

- REFRIGERAÇÃO: Manutenção fortemente com o oxigênio em sua


dos alimentos em temperatura abaixo de ligação com a hemoglobina. O alcatrão
10°C. atinge todos os órgãos, nos pulmões
- CONGELAMENTO: Manutenção forma uma crosta que dificulta a
dos alimentos em temperatura abaixo de absorção do oxigênio, portanto o
0°C. organismo de um fumante,
- FERVURA: Submeter os fisiologicamente sempre estará alguns
alimentos a temperatura superior 100° C. milhares de pés acima do que indica o
- PASTEURIZAÇÃO: Submeter um altímetro da aeronave.
alimento a temperatura cerca de 70°C
por mais de 30 minutos e em seguida, ÁLCOOL: quando ingerido, não chega a
resfriá-lo em geladeira. ser metabolizado no fígado, sendo uma
- SECAGEM: É a retirada da absorção rápida pelo estômago e
umidade dos alimentos (usado no Norte duodeno. E uma vez no sangue, leva a
do Brasil). uma Hipóxia Histotóxica, ocasionando a
- DESIDRATAÇÃO: É a retirada diminuição da concentração da memória,
total da água do alimento. Ex.: café descoordenação motora visual,
solúvel. dificuldade de raciocínio lógico e
- SALGAGEM: Conservar o alimento em reflexos, causa fadiga geral,
meio muito salgado. desorientação espacial e hipóxia. Sendo
assim, o efeito de qualquer bebida é
Por volta de 8 horas de lazer, esportes, potencializada pela progressiva
etc.: Importante para a saúde do ser rarefação da atmosfera, principalmente
humano. acima de 8.000 a 10.000 pés.

Cuidados com o cigarro e a bebida: O VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA


uso do cigarro, da bebida e outras O controle das doenças transmissíveis é
drogas são condenados pela higiene e dentre os programas de saúde do
saúde. Como ilustração vejamos: Governo, o que deverá ter maior
prioridade. Inúmeras são as atividades
FUMO: A fumaça do cigarro contém mais requeridas para que seus objetivos e
de 4.700 substâncias químicas, das metas sejam cumpridas, tais como:
quais 60 são CANCERÍGENAS. A vacinação, saneamento básico, melhoria
nicotina é tragada e absorvida pelos da habitação, educação para a saúde,
pulmões, de onde passa para a corrente investigação epidemiológica e controle
sangüínea, e é tão tóxica, que se a de doentes e comunicantes. A
quantidade contida em único cigarro (10 notificação de doenças é um dos
a 20mg), fosse injetada diretamente na elementos fundamentais no controle das
veia, levaria à morte. O monóxido de doenças transmissíveis, e contribui de
carbono (2,5% de seu volume) liberado dois modos distintos a saber:
por apenas um cigarro, inutiliza para a A) Possibilita a descoberta de novos
função respiratória 1,5% das hemáceas casos de doenças, e o
circulantes, pois este gás compete desencadeamento da investigação e

272

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

das ações de controle dos comunicantes maneiras tais como: Agudas, Crônicas,
e do meio ambiente; Psicossomáticas e Infecto-contagiosas
B) Permite, graças às informações (esta última será objeto de nosso
decorrentes das notificações e estudo).
investigações, a análise do
comportamento epidemiológico das DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS:
doenças, a avaliação de novas metas e Podem ser:
prioridades. Assim sendo, podemos Endêmicas: Quando sua presença é
conceituar Vigilância Epidemiológica contínua dentro de uma zona geográfica
como sendo o alerta permanente e determinada;
responsável em relação à ocorrência e
distribuição das doenças e dos fatores Epidêmicas: Quando há uma eclosão e o
ou condições que propiciem aumento do número de casos que surgem na
risco de transmissão ou da gravidade comunidade excede o da incidência
das doenças. São, portanto, de normal esperada;
notificação compulsória às autoridades Pandêmicas: Quando quase toda a
sanitárias, os casos suspeitos ou população é atingida.
confirmados de:
CONCEITOS BÁSICOS
Doenças que podem implicar em medida
de isolamento ou quarentena de acordo TRANSMISSOR: Ser vivo que carrega
com o Regulamento Sanitário em si um agente etiológico, transmitindo-
Internacional; o aos hospedeiros.
Doenças constantes da relação
elaborada pelo Ministério da Saúde para AGENTE ETIOLÓGICO: Ser vivo capaz
cada Unidade da Federação, a ser de causar doenças em outro ser vivo
atualizada periodicamente. (também chamado de causador).

As doenças abaixo relacionadas são HOSPEDEIRO:


objeto de notificação compulsória em a) INTERMEDIÁRIO: ser vivo onde
todo território nacional, bem como de o agente etiológico cumpre uma parte de
investigação epidemiológica: Febre seu ciclo evolutivo, sem que o primeiro
Amarela / Cólera / Tuberculose /Tétano apresente sintomas.
/Doença meningocócica e outras b) DEFINITIVO: ser vivo onde o
meningites / Febre tifóide / Leishmaniose agente etiológico finaliza seu ciclo
(visceral e cutâneomucosa) / Encefalite evolutivo, ocasionando, na maior parte
por arbovíus / Esquistossomose / Malária das vezes, doença e com freqüentes
/ Doença de sintomas (o homem sempre é um
Chagas/Sífilis/Gonorréia/AIDS. hospedeiro definitivo ).
PROFILAXIA: formas de prevenir
ENFERMIDADES determinadas doenças (também
As doenças que acometem o homem chamada de prevenção).
podem ser classificadas de diversas

273

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

ALGUNS TIPOS DE DOENÇAS OCORRÊNCIA: Região Amazônica e


Centro-Oeste. (Em São Paulo verificou-
CAUSADAS POR: se casos isolados no Vale do Ribeira/
*PARASITAS: Pontos da fronteira com o Mato Grosso =
Malária (Protozoário) Pantanal Matogrossense).
Doença de Chagas (Protozoário) PERÍODO DE INCUBAÇÃO: + ou – 12
Esquistossomose (Verme Trematódeo) dias.
PROPAGAÇÃO: Através da picada e
*FUNGOS: Micoses Superficiais eliminação da saliva do mosquito
Anopheles. Raramente por transfusão de
*BACTÉRIAS: sangue/Excepcionalmente por via
Cólera (Bacilo) congênita.
Febre Tifóide e Paratifóide (Bacilo) SINTOMAS: Febre alta e intermitente
Tuberculose (Bacilo) acompanhada de intenso calafrio que o
Tétano (Bacilo) acomete a cada 24, 36 ou 48 horas. Na
Gonorréia ou Blenorragia(Diplococo) forma maligna a febre pode chegar até
Meningite (Cocos) 41 ºC.
Sífilis ou Lues(Espiroqueta) COMPLICAÇÕES: Insuficiência renal
aguda, choque, encefalite, coma
*VÍRUS: malárico e edema agudo dos pulmões
Febre Amarela seguido por morte.
Hepatites viróticas DIAGNÓSTICO: Clínico e laboratorial.
Herpes Simples e Labial Recorrente TRATAMENTO: Antimaláricos (combate
AIDS formas periféricas e teciduais).

MALÁRIA: DOENÇA DE CHAGAS


Doença endêmica. Causada por um Doença endêmica. Causada por um
protozoário. protozoário.
TRANSMISSOR: mosquito do gênero TRANSMISSOR: Inseto “Barbeiro” ou
Anopheles. “Chupança”. (Hábitos noturnos).
AGENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma
AGENTE ETIOLÓGICO: cruzi
Plasmodium vivax: Febre terçã benigna OCORRÊNCIA: GO, MG, BA, SP, PR,
Plasmodium falciparum: Febre terçã RS,
maligna CE, PB (onde há casas de taipa– zona
Plasmodium malarie: Febre quartã (raro rural –que apresentam frestas na parede,
no Brasil) onde os “Barbeiros” se escondem
Febre devido a rompimento das durante o dia e saem à noite para picar
hemáceas parasitadas pelo Plasmodium. as pessoas nas pálpebras e rosto região
Terçã Ocorre a cada três dias. da barba).
Quarta Ocorre a cada quatro dias. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 05 a 14
dias.

274

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

PROPAGAÇÃO: Picada do “Barbeiro” caem na corrente sangüínea, passam


com a eliminação das fezes. pelos pulmões, se dirigem ao fígado
SINTOMAS: Febre, mal-estar, astenia, onde se transformam em adultos,
falta de apetite, dor de cabeça. Pode passam pela veia porta, vão às veias do
ocorrer adenomegalia, intestino, os ovos são eliminados com as
hepatoesplenomegalia e edema. (Fase fezes, na água onde vive o caramujo.
Aguda) Aumento do coração, esôfago e Dentro destes, as larvas se transformam
intestino grosso. No coração determina a em cercárias e se inicia o ciclo.
miocardite chagásica com alteração da
condução elétrica das fibras cardíacas, o SINTOMAS:
que leva com freqüência à morte. (Fase Fase Aguda: Infecções das vias aéreas
Crônica:). superiores; bronquite asmatiforme;
PROFILAXIA: Educação sanitária; prurido e urticária; diarréia; febre;
Melhoria da situação sócio- desidratação leve; aumento doloroso do
econômica da população; Combate ao baço e fígado.
“Barbeiro”. Fase Crônica: Fígado e intestino
DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial. fibrosados; esplenomegalia; varizes no
TRATAMENTO: Sem forma definitiva. esôfago (conseqüência da fibrose
hepática); hipertensão portal (surgimento
ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA da “barriga d’água”), devido à procura de
Doença endêmica. Causada por verme outras vias de acesso, causando
trematódeo. Também conhecido como aumento da pressão nas veias
“Barriga D’água” ou Doença dos abdominais que desembocam na veia
Caramujos. porta; morte por insuficiência hepática ou
TRANSMISSOR: Caramujo da família hemorragia digestiva maciça (ruptura das
dos Planorbideos do gênero Planorbis varizes do esôfago).
(Moluscos de concha plana e enrolada).
AGENTE ETIOLÓGICO: Schistosoma PROFILAXIA: Combate ao caramujo
mansoni. (inseticidas ou presença de outro
OCORRÊNCIA: Região Nordeste e caramujo que se alimenta do
Centro-Oeste. (Aparecem rios, lagos, Planorbideo); Saneamento básico;
córregos, brejos, poços, valas e áreas Tratamento dos alimentos antes da
estagnadas com vegetação). ingestão).
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 4 a 6 DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial.
semanas. (Desde a penetração das TRATAMENTO: Sintomático.
cercárias pela pele até a postura dos
ovos pela fêmea adulta, que vivem MICOSES SUPERFICIAIS
acasaladas com os machos nas veias AGENTE ETIOLÓGICO: Fungos
do intestino do hospedeiro. Esses ovos (microorganismos popularmente
atravessam a parede do intestino e conhecidos como bolores) comensais,
são eliminados com as fezes. isto é, que não prejudicam a estrutura da
PROPAGAÇÃO: As cercárias livres na pele (vivem apenas de restos celulares
água atravessam a pele do hospedeiro, mortos, suor e sebo).

275

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: Depende PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 01 a 03


do agente etiológico. dias.
LOCAIS ATINGIDOS: Pele, Unhas e PROPAGAÇÃO: Água, alimentos,
Couro cabeludo. objetos contaminados.
CARACTERÍSTICAS: Lesões castanhas
esbranquiçadas (preferencialmente na SINTOMAS:
posição superior do tronco, pescoço e A) Período de Evacuação: Diarréia
braço, atingindo também o couro líqüida (tipo água de arroz)e sem cólicas
cabeludo em especial a nuca). abdominais, sem controle do esfíncter
SINAIS E SINTOMAS: Vermelhidão da anal, vômitos. (dura 02 a 12 horas).
pele, descamação, prurido, queda dos B) Período de Colapso: Pele frouxa
fios de cabelo (que se quebram próximo (pele desidratada), olhos encovados, ar
à raiz), deformidade e escurecimento das patético, grande ansiedade, grande
unhas. perda de eletrólitos (Câimbras
intensas), astenia e prostração
intensas.
ALGUMAS MICOSES SUPERFICIAIS: C) Período de Reação: Se o
paciente sobreviver ao período de
As mais comuns são: colapso(04 a 05 dias), ele entra em
*Pano branco (Pityriases versicolor); convalescença. (complicação, Intensa
*Impingem do Couro Cabeludo (Tinha desidratação e morte.)
capitis)
*Impingem da Pele Glabra (Tinha PROFILAXIA:
corporis); Tratamento da água (ebulição, tabletes
*Frieira ou Pé de Atleta (Dartro) de cloro ou iodo). Não ingerir alimentos
crus; tomar leite fervido ou pasteurizado.
PREVENÇÃO: Secar bem os pés após o Selecionar locais de estada (sem mosca
banho, evitar uso de sapatos fechados, e onde os alimentos sejam manipulados
usarem meias limpas e secas, usar pó por pessoas sadias. Vacinação (OMS
antisséptico nos pés, etc. =50% das pessoas são imunizadas).
TRATAMENTO: Antimicótico via oral e DIAGNÓSTICO: Clínico.
uso tópico (local loção, creme ou pó) TRATAMENTO: Antibióticos e intensa
com persistência. hidratação.
DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial. FEBRE TIFÓIDE
Doenças febris aguda transmissíveis e
com grave comprometimento sistêmico.
CÓLERA
Doença endêmica aguda de início súbito, AGENTE ETIOLÓGICO: Salmonella
causado por um bacilo (vibrião colérico) typhi
encontrado nas fezes. OCORRÊNCIA: Áreas carentes de
AGENTE ETIOLÓGICO: Vibrião Colérico saneamento básico.
(Bacilo).

276

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

PROPAGAÇÃO: Ciclo Anal Fecal Oral PROFILAXIA: Vacinação de recém


(intestino uma a duas semanas/Tecidos nascidos, isolamento e cura dos doentes.
linfáticos). Doentes agudos e portadores DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial.
sãos. TRATAMENTO: Antibióticos.

TÉTANO
SINTOMAS: AGENTE ETIOLÓGICO: Clostridium
Iniciais: Cansaço/Prostração; Tetani (Bacilo).
Desconforto abdominal (dores); Dor de Micróbio anaeróbio quando em forma de
cabeça intensa e contínua; Perda de bacilo, por isto, fora do organismo se
apetite; Insônia; Febre (que aumenta transforma em esporo.
toda à tarde 40ºC); Náuseas, Vômitos PROPAGAÇÃO: Como é anaeróbio (vive
(às vezes). somente na ausência de oxigênio), a
Casos Graves: Confusão mental e bactéria é introduzida no organismo
Delírio (por causa da febre); Coma; através de objetos contundentes. Daí, o
diarréia sanguinolenta e morte por esporo desabrocha em bacilo e começa
perfuração intestinal e hemorragias. a produzir toxinas que vão para o sangue
OBS: Se não ocorrerem complicações, e daí para o Sistema Nervoso.
na quarta semana, a febre começa a SINTOMAS: Contrações musculares
ceder e o quadro se alivia. intensas (Riso Sardônico, Abdome
DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial. tábua, Impede deglutição, Espasmos
TRATAMENTO: Antibiótico. dolorosos e incontrolados em contato
FEBRE PARATIFÓIDE com barulho e luminosidade, podendo
Muito mais freqüente e branda que a matar por exaustão).
febre tifóide. COMPLICAÇÕES: Morte por asfixia
AGENTE ETIOLÓGICO: Salmonella devido ao espasmo do músculo
paratyphi. respiratório.
PROFILAXIA: Vacina Antitetânica
(exigida na Aviação).
TUBERCULOSE DIAGNÓSTICO: Clínico.
Ataca os pulmões, rins, intestino TRATAMENTO: Soro Antitetânico
delgado, peritônio, pele, ossos( Mal de (detém as toxinas tetânicas). Possui
Pott), gânglios linfáticos (escrofulose) e limitações.
meninges. GONORRÉIA OU BLENORRAGIA (DST)
AGENTE ETIOLÓGICO: Neisseria
AGENTE ETIOLÓGICO: Mycobacterium gonorrhoeae (Diplococo).
tuberculosis (Bacilo de Koch). PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 2 a 5 dias.
PROPAGAÇÃO: Através de secreções PROPAGAÇÃO: Via sexual/Via
das lesões tuberculosas (tosse, espirro), congênita.
através da placenta (raro).
SINTOMAS:
SINTOMAS: tosse, dores nas costas, Na mulher: geralmente assintomática.
hemoptise, febre. Secreção amarela esverdeada.

277

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

No homem: desconforto uretral, ardor ao sifilítica, estenose coronariana,


urinar, secreção purulenta. perfuração do palato mole, destruição do
septo nasal, etc.
COMPLICAÇÕES: DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial.
Mulher: uretrite, cervicite TRATAMENTO: Antibióticos.
Homem: Atinge uretra posterior, próstata,
vesícula seminal, epidídimo, Esterilidade, FEBRE AMARELA
artrite, faringite, endocardite, meningite. Divide - se a febre amarela em Urbana e
DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial. Silvestre.
TRATAMENTO: Antibiótico. TRANSMISSOR: Mosquito Aaedes
aegypti (Hábito diurno e domiciliar. Se
MENINGITE desenvolve em águas limpas e expostas
AGENTE ETIOLÓGICO: Mais comum ao tempo).
Meningococo (Bactéria). Ataca as AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus.
meninges PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 3 a 6 dias.
OCORRÊNCIA: AM/PA/AC/RO/AP/MT .
SINTOMAS: Rigidez da nuca, dor de PROPAGAÇÃO: através da picada do
cabeça contínua e violenta aumentando mosquito Aaedes aegypti.
com a tosse, espirros ou movimentação
da cabeça, vômitos em jato. SINTOMAS/SINAIS: Albuminúria,
PROFILAXIA: Isolamento do doente. vômitos hemorrágicos de sangue escuro
DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial. (Hematêmese), evacuações de sangue
TRATAMENTO: Alimentação adequada, escuro (melena), dor de cabeça intensa,
Hidratação, combate aos sintomas, fortes dores nas costas, febre alta com
antibióticos. pulso lento (“Sinal de Faget”), *icterícia,
petéquias (pontos escuros na pele),
SÍFILIS ADQUIRIDA OU LUES (DST) sangramento das gengivas, com
AGENTE ETIOLÓGICO: Treponema prostração, hipotensão.
pallidum (Bactéria). Obs: Se a fase crítica for superada,
PROPAGAÇÃO: Via sexual e congênita. evolui para a cura, se não para a morte
(em duas semanas).
SINTOMAS:
Fase Primária: Cancro duro. PROFILAXIA: Urbana Erradicação dos
(Fechamento espontâneo sem cicatriz). mosquitos Silvestres (Impossível),
Fase Secundária: Roséolas sifilíticas Vacinação Antiamarílica (exigida pela
(erupções cutâneas localizadas ou Aviação).
generalizadas). DIAGNÓSTICO: Difícil.
Fase Terciária: Após muitos anos. Atinge TRATAMENTO: Só dos sintomas.
órgãos nobres (medula espinhal,
cérebro, coração, sistema músculo- HEPATITES VIRÓTICAS
esquelético e cutâneo). Doença primária do fígado causada por
COMPLICAÇÕES: Dores intensas, sete tipos de vírus.
paralisias, demência paralítica, aortite Veremos as causadas pelos vírus A e B.

278

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

PROPAGAÇÃO: Contato sexual/ contato


AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus da orogenital / uso de copos, etc.
hepatite “A”. Muito comum no Brasil, em
crianças. É benigna, totalmente curável e SINTOMAS: Ardor tipo queimação,
nunca se cronifica e a tipo ”B” (15% dos prurido ou inchaço (no ponto do órgão
casos se tornam crônicas e 5% evoluem atingido), micro vesículas que se
para cirrose). rompem formando úlceras bastante
OBS: Tipo A mais comum no verão dolorosas (que tendem a cicatrizar sem
devido à poluição do mar, águas deixar marcas), secreção branca
contaminadas por esgotos, além de acinzentada.
alimentos como ostras e outros frutos do COMPLICAÇÕES: Infecção neo-natal.
mar.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 10 a 40 PROFILAXIA: Vacinação antivariólica
dias. (Controvérsias).
PROPAGAÇÃO: DIAGNÓSTICO:
Tipo A: Via oral /Fezes /Urina /Beijo Mulher: Lesões nos genitais externos, na
/Saliva /Alimentos contaminados vagina e colo do útero.
Tipo B: Via sexual/ Esperma/ Secreções Homem: Lesões nos genitais externos e
períneo.
SINTOMAS: Mal-estar geral, enjôo, TRATAMENTO: Não há tratamento
adinamia, vômitos após comer, específico. Usa- se a pomada Zovirax
febrícolas, discreto desconforto no que evita infecções secundárias e alivia
hipocôndrio direito, icterícia (pele e os sintomas.
mucosas amareladas, fezes claras e HERPES LABIAL RECORRENTE
urina escura). Podem ser também FATORES PREDISPONENTES: febre
assintomáticas. alta queimadura de sol, traumatismos,
tensão emocional (stress), fadiga,
PROFILAXIA: Uso de vacinas excesso de agentes químicos,
DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial. menstruação.
TRATAMENTO: Isolamento do paciente, SINAIS: lesões na borda vermelha dos
utensílios de uso exclusivo, banheiro lábios (que evoluem para a cura),
privativo, repouso relativo, restrição de freqüentemente estomatite herpética
gordura, alimentação pobre em gorduras após o contato órgão genital.
e rica em carboidratos e proteínas, evitar AIDS (DST)
bebidas alcoólicas até um ano após a AGENTE ETIOLÓGICO: Retrovírus
cura. O uso de medicamentos é (tropismo pelo Linfócito T)
discutido. PERÍODO DE INCUBAÇÃO:
HERPES SIMPLES (GENITAL E Desconhecido.
LABIAL) PROPAGAÇÃO: Sangue via sexual, leite
AGENTE ETIOLÓGICO: Herpesvírus materno.
hominis tipo 2.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 2 a 20 dias. SINTOMAS: Síndrome viral aguda,
emagrecimento, diarréia, queda de

279

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O CORPO HUMANO

cabelo, febre, erupções da pele,


linfadenopatia e etc.
COMPLICAÇÕES: Favorecimento de
doenças oportunistas e processos
neoplásicos (Sarcoma de Kaposi).

PROFILAXIA: Uso de camisinha,


redução do número de parceiros sexuais.
DIAGNÓSTICO: Clínico e Laboratorial.
TRATAMENTO: AZT e Coquetéis com
drogas inibidoras de protease

280

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

OSCILAÇÃO DA PRESSÃO
MEDICINA AEROESPACIAL PARCIAL DO OXIGÊNIO

É a ciência que estuda os efeitos da Altura Pressão Pressão


altitude no organismo do homem, bem (pés) Atmosférica O2
como os meios de proteção a estes
efeitos. 30.000 226,6mmHg 47,2mmHg
19.000 364,0mmHg 76,1mmHg
FATORES ESTRESSANTES DO VOO 4.000 656,3mmHg 137,3mmHg
Hipóxia, hiperventilação, disbarismos, 1.000 732,0mmHg 153,3mmHg
ruídos e vibrações, baixa umidade do ar, NMM 760,0mmHg 159,6mmHg
radiações, oscilações da temperatura e
luminosidade, alterações do ritmo PRESSURIZAÇÃO
circadiano (Jet Lag) e a fadiga aérea É a manutenção da pressão da cabine
(tensão emocional). de uma aeronave compatível com a
altitude fisiológica do ser humano. A
ATMOSFERA pressurização da cabine permite que os
É a camada gasosa que envolve a tripulantes e passageiros voando em um
Terra e acompanha em todos os jato a 34.000 pés de altitude,
movimentos ao redor do Sol. aproximadamente 10.200 m, onde as
A atmosfera é composta, condições atmosféricas são totalmente
essencialmente, de: hostis, impossibilitando a vida humana,
Nitrogênio = 78% desfrutem de um ambiente semelhante
Oxigênio = 21% ao da superfície terrestre.
Outros gases = 01% Até a descoberta das cabines
pressurizadas (1943), os voos
As várias camadas sobrepostas da comerciais não podiam ser feitos acima
atmosfera exercem uma pressão sobre de 12.000 pés. Hoje os aviões a jato vão
todos os corpos colocados na superfície até 42.000 pés, e os supersônicos até
da Terra, chamada pressão barométrica 65.000 pés. Em qualquer um dos
ou pressão atmosférica, que ao nível casos, no entanto, a cabine da aeronave
médio do mar (NMM) é igual a 760mmhg deve estar pressurizada a uma altitude
e corresponde a 1 Atm ou 1013,2 correspondente a no máximo 8.000 pés.
milibares. À medida que se ganha altitude Habitualmente, essa pressurização gira
(altura), a pressão atmosférica cai. em torno de 6.000 a 7.500 pés.
Considerando-se a pressão
atmosférica como um total, entende-se DESPRESSURIZAÇÃO
que seu peso corresponde ao da soma Voando a uma grande altitude, a
de cada uma das parcelas dos gases aeronave leva no interior de sua cabine
que a compõem. Assim sendo, a pressão uma amostra de menor altitude e,
atmosférica é a soma da pressão parcial portanto de maior pressão que a do
de cada gás. ambiente externo no qual a aeronave
encontra-se voando. Se ocorrer uma
despressurização imprevista da cabine,
281

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

como por ex., a perda de uma janela  Dificuldade de articular as palavras e


num jato voando a 42.000 pés, o tempo de ouvir os sons, devido à rarefação
em que a pressão interna iguala-se à do ar;
externa seria de, algo em torno de 14
segundos. Se em vez da janela, fosse  Hipóxia severa, caso o equipamento
perdida uma porta, esse tempo ficaria de oxigênio não venha a ser usado
reduzido para menos de 1 segundo. de imediato;
A despressurização é o maior risco
que poderão enfrentar os ocupantes de  Aeroembolismo severo;
uma aeronave nas grandes altitudes. E,
quanto menor o tempo de  Aerobaropatias por descompressão
descompressão, maior serão os danos dos gases cavitários.
físicos sofridos pelos passageiros e
tripulantes. Atitudes a serem tomadas:
A despressurização poderá ser:
A) EXPLOSIVA: De ocorrência muito  Comandante deverá descer a
rara e conseqüente a acidentes. A aeronave à razão de 4.000 a 6.000
perda de pressão é instantânea, em pés por minuto, até atingir uma
menos de 1 segundo. altitude de segurança, onde todos os
B) LENTA: É uma ocorrência devido a ocupantes da aeronave possam
vazamentos mínimos da cabine e é respirar sem o auxílio do oxigênio do
facilmente controlável e com grande sistema fixo da aeronave.
margem de segurança.
C) RÁPIDA: É a de ocorrência mais  Emprego de oxigênio por máscaras
freqüente e importante, levando em benefício de todos os
cerca de 1 segundo para as passageiros e tripulantes.
pressões se igualarem e pode
acarretar: A descompressão explosiva a bordo
 Os objetos sobem para o teto e as de um avião supersônico voando a
pessoas ouvem um sopro no local 62.700 pés, acarreta o fenômeno de
por onde a pressão escapa; ebulismo, isto é, todos os líquidos
 Resfriamento brusco da cabine orgânicos entram em ebulição (ferve), o
devido à acentuada queda da corpo aumenta de volume e explode.
temperatura, com a formação de uma Nesta altitude, a chamada Linha de
intensa neblina de rápida duração; Armstrong, a pressão atmosférica é de
 Momentânea sensação de 47mmHg, a mesma dos vapores d’água
ofuscamento e confusão mental; contidos no organismo, e onde os
 Saída brusca de ar dos pulmões, líquidos fervem à temperatura do corpo,
exalado violentamente pelo nariz e que é de 37ºC.
pela boca, trazendo a sensação de
um súbito aumento dos pulmões
dentro do tórax;

282

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

EFEITOS DAS BAIXAS PRESSÕES pés, passa a ter lassidão, e em menos


DE OXIGÊNIO SOBRE O ORGANISMO de 15 minutos altera-se a capacidade de
EFEITOS DA HIPÓXIA. avaliar corretamente a situação. Entre
14.000 e 16.000 pés, intensifica-se
(Mal da altitude, Mal das Montanhas rapidamente a lassidão e de acordo com
ou Mal dos Aviadores) o temperamento do indivíduo, pode
Do nível do mar até 8.000 pés, onde a surgir euforia, se a pessoa for
pressão atmosférica é de 564,4mmHg, e extrovertida, ou depressão, se taciturna.
a pressão parcial de oxigênio é de Também dependendo do temperamento,
118,1mmHg, não há alterações essa lassidão poderá ser substituída por
orgânicas significativas. Essa é a altitude inquietação, irritabilidade, belicosidade
em que é pressurizada a cabine dos ou hilariedade. Começa a surgir
aviões. Essa faixa da atmosfera, do nível alteração da visão (hemianopsia),
do mar até 8.000 pés, é chamada zona alterações da audição, como deixar de
de reações orgânicas normais, ou ouvir o ruído do motor, e leves desmaios.
zona indiferente a partir daí até 10.000 A capacidade de julgamento torna-se
ou 12.000 pés, sem oxigênio e em muito limitada. Surgem tremores finos
repouso, a pessoa começa a ter nas extremidades, com descoordenação
taquicardia, taquisfigmia e taquipnéia. e sensação de fadiga. De 16.000 a
Em atividade as alterações são mais 20.000 pés, acentuam-se os problemas
intensas. É a tentativa do organismo acima descritos e surgem alterações da
para impedir que as células fiquem olfação e gustação. Se não houver
carentes de oxigênio quando se inspira correção do suprimento de oxigênio ao
ar rarefeito. É a chama da zona de organismo, ocorre convulsão e coma; e
reações compensadas. dependendo do tempo de exposição,
De 10.000 ou 12.000 pés até 24.000 sobrevém à morte. Geralmente isso
pés, o organismo não consegue mais ocorre em torno de 24.000 pés, ocasião
compensar a baixa pressão parcial de em que a hipóxia hipobárica passa a
oxigênio no ar rarefeito da altitude, pois a ser anóxica.
Pressão Parcial de Oxigênio no ar está Limite crítico 27.000 pés.
muito baixa para fazer com que o Zona de morte na altura = 27.000 pés.
oxigênio entre na corrente sangüínea.
(Para o oxigênio atravessar os alvéolos A fadiga diminui a tolerância pessoal à
há necessidade de estar à uma pressão hipóxia. Uma pessoa em condições
de pelo menos a 100mmHg). físicas tem uma tolerância bem maior à
Começam a aparecer sintomas e altura, do que outra do tipo sedentária.
sinais de hipóxia hipobárica. É a zona de Durante o período de tensão (stress), o
reações orgânicas descompensadas. consumo de oxigênio das pessoas não
E quanto maior for a altitude, mais sérios atléticas é também muito grande. Por
os problemas se não se dispuser de outro lado, uma pessoa mediana em
oxigênio adicional. A 10.000 ou 12.000 boas condições físicas, irá se recuperar
pés, a pessoa começa a bocejar ter rapidamente da hipóxia, assim que for
inquietação, cefaléia (dor de cabeça), e suprido o oxigênio. Tal pessoa, mesmo
vertigens leves. Entre 12.000 e 14.000 nos limiares da inconsciência, poderá em
283

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

20 ou 30 segundos recuperar totalmente ALTITUDE EM PÉS TUL/TUC


suas faculdades mentais. 22.000 pés 05 a 10 min.
25.000 pés 03 a 05 min.
TEMPO ÚTIL DE LUCIDEZ 30.000 pés 01 a 02 min.
A respiração celular na presença de 35.000 pés 30 a 60 Seg.
oxigênio é chamada aeróbica. Na 40.000 pés 15 a 20 Seg.
ausência de oxigênio não há combustão 45.000 pés 09 a 15 Seg.
nem respiração aeróbica. E, sem
respiração, o ser humano não sobrevive Vale ressaltar que esses valores são
mais que 5 minutos, no nível do mar. médios, uma vez que a tolerância
Com a altitude, esse tempo vai se pessoal à hipóxia varia
reduzindo cada vez mais. Por meio de consideravelmente entre os seres
testes realizados em câmaras de humanos.
descompressão, estabeleceu-se o tempo
aproximado em que, na altitude, sem TIPOS DE HIPÓXIA
oxigênio, a pessoa conserva a lucidez. É A queda da pressão atmosférica nas
o Tempo Útil de Lucidez (TUL), que grandes altitudes determina uma:
pode ser definido como: “o tempo em  Queda da pressão parcial de
que alguém pode fazer alguma coisa por oxigênio no ar atmosférico (Hipóxia
si mesmo, tal como ajustar corretamente Atmosférica ou Hipobárica);
a máscara de oxigênio. É também  Queda da pressão parcial de
chamado de Tempo Útil de oxigênio alveolar (Hipóxia Alveolar);
Consciência. (TUC)”.  Redução da quantidade de oxigênio
no sangue arterial (Hipoxemia,
A diminuição da TUL deve-se a um Hipóxia Anêmica ou Hipêmica);
problema de hipóxia hipobárica. É sabido  Redução da quantidade de oxigênio
que em fumantes, a existência de nos tecidos orgânicos (Hipoxistia);
monóxido de carbono nos pulmões,  Inadequação da nutrição celular por
reduz significativamente o oxigênio hipoxistia (Hipoxicitia);
disponível para os tecidos do corpo. O  Desintegração celular, como ocorre
mesmo ocorre com o álcool no na malária, por exemplo.
organismo, que mesmo consumido com
antecedência de 18 horas, atua sobre as HIPÓXIA HIPÓXICA
células e interfere na assimilação do É devido ao menor aporte de oxigênio
oxigênio. Como efeito, durante o voo, às células orgânicas, em virtude da
multiplica-se por 2 ou 3, o efeito de cada dificuldade que o gás tem em se difundir
drinque ingerido. para o sangue nos alvéolos pulmonares.
De acordo com as varias experiências É a saturação de oxigênio no sangue
realizadas, foram obtidos os seguintes arterial abaixo do normal. Ocorre nos
resultados para o TUC. casos de pneumonias, asma brônquica,
a impregnação pelo alcatrão. Quando o
oxigênio não consegue absolutamente
se difundir para o sangue e daí para as
células, temos aí a hipóxia anóxica,
284

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

como ocorre nos casos de asfixia, volume de ar inspirado; a chamada


sedação por narcóticos e nas altas hiperventilação. Nessa situação diminui a
altitudes (acima de 24.000 pés). taxa de gás carbônico (hipocapnia ou
Anóxia é a determinação dada à falta hipocarbia). O passageiro pode sentir
de oxigênio nas células orgânicas. sufocação, sonolência, delírio,
formigamento das extremidades e frio.
Poderá reagir de uma forma que
HIPÓXIA ANÊMICA OU HIPÊMICA provocará maior hiperventilação. As
É devida à chegada de oxigênio em reações poderão, eventualmente,
quantidades reduzidas às células, em resultar em uma descoordenação
virtude de problemas no transporte do motora, desorientação e espasmos
gás pelas hemáceas. Normalmente a musculares. Se a situação persistir, ele
encontramos durante a gravidez. perde a consciência em virtude da
Patológicamente: nas hemorragias, hipóxia e da hipocapnia.
anemias ferroprivas, carência protéica, e
nas intoxicações por monóxido de Os primeiros sintomas da
carbono. hiperventilação e da hipóxia são
semelhantes e além do mais, podem
HIPÓXIA ESTAGNANTE, ocorrer simultaneamente. Os sintomas
ISQUÊMICA OU ESTÁTICA de hiperventilação cessam poucos
Ocorre em conseqüência do retardo na minutos depois que o ritmo da respiração
chegada do oxigênio às células, em voltar a ser controlado conscientemente.
virtude da diminuição da velocidade do A formação do dióxido de carbono no
fluxo sangüíneo. Verifica-se nos casos corpo pode ser acelerada se a pessoa
de insuficiência cardíaca congestiva inspirar e expirar controladamente dentro
(ICC), e nas tromboses vasculares. de um saco de papel colocado sobre a
boca e o nariz
HIPÓXIA HISTOTÓXICA
É devida à inabilidade das células DISBARISMOS
teciduais para utilizar o oxigênio Em medicina da aviação, duas são as
transportado pelas hemáceas, em virtude formas de Disbarismos à considerar: o
da presença de tóxicos nas células. aeroembolismo e as aerodilatações.
Ocorre nos envenenamentos por
cianetos, no alcoolismo agudo, AEROEMBOLISMO
intoxicação pela nicotina e cocaína. (AEROBAROPATIA PLASMÁTICA)
É a formação de bolhas de nitrogênio
HIPERVENTILAÇÃO EM VOO em vários departamentos do organismo,
fato que ocorre em altitudes
 Medo ou o eventual estado de aproximadamente de 30.000 pés, em
cabine não pressurizada. Algumas
ansiedade
Em relação ao voo poderá levar um pessoas apresentam o problema em
passageiro a aumentar sua freqüência altitudes mais baixas.
respiratória (hiperpnéia), e como O nitrogênio é um gás praticamente
conseqüência, um aumento anormal do inerte encontrado na atmosfera na
285

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

proporção aproximadamente de 78%. vizinhos, se a pressão for muito elevada.


Existe em grande quantidade dissolvido Isso caracteriza o quadro clínico das
no sangue e nos tecidos e é eliminado aerobaropatias cavitárias, que são:
lentamente através da membrana
alvéolo-capilar. Com a queda da pressão  AEROOTOBAROPATIA
a partir de 30.000 pés, o gás dissolvido De todas as cavidades, a de
nos tecidos e no sangue se desprende e equalização mais difícil é o ouvido
forma bolhas gasosas que provocarão médio. Em virtude da pressão diminuir
sintomas de gravidade variável. Entre durante a subida de uma aeronave (fase
estes sintomas estão: desconforto e de pressurização), o ar contido no ouvido
dores articulares e musculares (Bends). médio dilata-se aumentando a pressão
De início fracas, aumentam de interna. Com isso, ocorre o abaulamento
intensidade, chegando a se tornar dos tímpanos para fora e o repuxamento
lancinantes. Sensação de calor ou de da cadeia de ossículos. Se a pressão
frio, formigamento e prurido (coceira) interna atingir 3 a 5 mmHg a pessoa tem
intenso e placas de urticária, em todo a sensação desagradável de
corpo. Dor de cabeça (cefaléia) intensa, ensurdecimento. Uma deglutição feita,
distúrbios visuais, tontura, dormências, automaticamente corrige a situação. Se
paralisias, perda de coordenação a pressão chegar a 15 mmHg, o ar força
motora, coma e morte. A gravidade dos sua passagem através da Trompa de
sintomas depende do tempo de Eustáquio, a pessoa ouve um estalido e
exposição ao aeroembolismo. O tem a sensação de que a situação se
aeroembolismo é uma ocorrência rara, normalizou.
só encontrada em emergências Durante o voo de cruzeiro, a pressão
causadas pela ruptura de uma janela ou do ouvido médio deve estar equalizada
porta da cabine pressurizada. E, com a pressão da cabine da aeronave.
juntamente com a hipóxia, são os fatores Por ocasião da descida da aeronave
que mais impedem e tornam difícil a (fase de despressurização) como
sobrevivência do homem nas grandes preparativo para o pouso, a membrana
altitudes. O oxigênio por máscara serve timpânica se abaula para dentro, as
para prevenir a hipóxia, mas não paredes da Trompa de Eustáquio
dissolve as bolhas de nitrogênio. colabam e uma dobra mucosa, como se
fosse uma válvula, fecha sua abertura na
AERODILATAÇÕES nasofaringe. Se a diminuição da pressão
AEROBAROPATIAS CAVITÁRIAS dentro do ouvido médio atingir 30 mmHg,
As aerobaropatias cavitárias resultam a pessoa tem dor de ouvido (otalgia), ou
das oscilações da pressão atmosférica diminuição da capacidade auditiva
exercida sobre os gases contidos nos (hipoacusia), e zumbido no ouvido.
órgãos cavitários do organismo humano Se a pressão negativa dentro do
(seios paranasais, ouvido médio, ouvido chegar a 60mmHg, temos que
estômago e intestinos, etc.). recorrer à Manobra de Valsalva, que
Os gases então contidos nessas consiste em fechar narinas e boca e
cavidades quando dilatados, poderão expirar fortemente. Essa manobra faz
provocar até ruptura dos tecidos com que o ar forçado penetre no ouvido
286

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

médio através da Trompa de Eustáquio impossibilidade das pressões interna e


antes de colabada, promovendo a externa se igualarem. Se o seio atingido
equalização das pressões nos dois lados for o frontal a dor será sobre os olhos,
do tímpano. idêntica a uma cefaléia frontal. Se for o
maxilar, a dor será abaixo dos olhos,
Qualquer processo como resfriado muitas vezes simulando dor de dente.
comum, amigdalites, faringites, A dor causada pela
vegetação adenóides, pólipo nasal ou aerosinusobaropatia, embora se pareça
outro problema qualquer que dificulta a com a dor da sinusite comum, pode
permeabilidade da Trompa de Eustáquio, adquirir aspecto muito severo e grave,
prejudica a equalização entre o ouvido principalmente nas bruscas alterações
médio e o externo. Atingindo a pressão, de pressão provocadas por ascensões e
dentro do ouvido médio, 80mmHg, a descidas bruscas da aeronave. Essa
pessoa poderá ter dor de ouvido, situação poderá ser resolvida com a
náuseas, vômitos e vertigens, em virtude equalização das pressões, que pode ser
da repercussão sobre o Labirinto. E se a tentada através da deglutição, pelo ato
pressão atingir 100mmHg haverá ruptura de abrir a boca ou mesmo soprar
do tímpano. A Manobra de Valsalva tem fortemente com a boca e o nariz
seus riscos, pois poderá ocasionar a fechados, “Manobra de Valsalva”.
contaminação do ouvido médio com
agentes patógenos da nasofaringe, AEROGASTROBAROPATIA E
determinando o surgimento de aerotites AEROENTEROBAROPATIA.
médias ou otite média barotraumática. Outras cavidades do organismo que
Os tripulantes portadores dos problemas contém ar são as do tubo digestivo.
supracitados não devem voar. E, se uma Existe ar no estômago, formando uma
criança de colo chorar durante a bolha no fundo do órgão, proveniente da
decolagem ou o pouso da aeronave, há aerofagia, inalação de fumaça e da fala,
uma chance dela estar com dor de é resultante dos processos fermentativos
ouvido. Recomenda-se, então, que lhe do próprio estômago. Também
seja oferecida a mamadeira. encontramos ar no intestino delgado e
grosso, resultante dos processos
AEROSINUSOBAROPATIA fermentativos e putrefativos da ação da
Localizadas nos ossos maxilares e flora intestinal. Na altitude, o ar do
frontais encontramos cavidades aparelho digestivo também se dilata,
ventiladas conhecidas como seios ocasionando cólicas abdominais, às
paranasais. Essas cavidades são vezes intensas e com grande
revestidas internamente por uma mucosa desconforto. Esse ar pode ser expelido,
chama da “mucosa dos seios”. Em do estômago pela eructação e dos
qualquer estado patológico que resulte intestinos pelos flatos.
em congestão das mucosas ou no O aparecimento do meteorismo (maior
entupimento dos orifícios de drenagem acúmulo de gases no intestino) pode ser
dos seios, como em casos de resfriado, ocasionado, por patologias que
sinusite, estados alérgicos, etc., Surge acarretam alteração da flora intestinal,
imediatamente à dor devido à pela fadiga, tensão emocional, refeição
287

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

copiosa antes e durante o voo e classificadas em: acústicas, infra-sônicas


alimentação formadora de gases, tais e ultra-sônicas.
como: feijão, abóbora, cebola, repolho, Ruídos são sons indesejáveis porque
couve, pepino, salsinha, melão, massas causam desprazer em quem os ouve.
em geral e bebidas gasosas. Sons são movimentos vibratórios que se
propagam pelos sólidos, líquidos e pelo
ar, e são captados pelo aparelho
AEROODONTOBAROPATIA auditivo. Suas características sensoriais
Ultimo tipo de aerodilatação a ser são: a intensidade (forte ou fraco), que
discutido é o da aeroodontalgia. É a dor depende da amplitude da onda
de dente causada pela dilatação de uma vibratória; a altura ou tom (agudo ou
bolha de ar existente junto à raiz do grave), que é determinado pela
dente, isto é, no alvéolo dentário. Só freqüência da onda, e o timbre, que é a
existirá essa bolha se houver problemas qualidade do som.
de inflamação no canal do dente. O fluxo do ar sobre a asa e o
As altitudes onde ocorrem as turbilhonamento formado em sua ponta e
aeroodontalgias variam de 10.000 a nas dos flaps. Forma o chamado ruído
15.000 pés, podendo tornar-se mais aerodinâmico.
severas ou não, com o aumento da A intensidade dos sons e ruídos é
altitude. A descida normalmente alivia os medida em decibéis, e a freqüência em
sintomas e a altitude em que a dor cede, ciclos por segundos ou Hertz. O ouvido
corresponde àquela em que a mesma humano é capaz de ouvir sons que estão
começou. numa faixa de percepção que vai de 18 a
As causas mais comuns de 12.000 Hz. Abaixo de 18 Hz estão os
aerodontalgias são as cáries profundas infra-sons e, acima de 12.000 Hz, os
que atingem a polpa dental, ultra-sons. A faixa mais utilizada pelo
degeneração pulpar ou ainda presença homem está entre 500 e 6.000Hz.,o
de abscesso dento-alveolar. limiar de conforto auditivo para o ouvido
De um modo geral, o melhor remédio humano está em 85db.
para esses casos é a prevenção através Ainda quanto à intensidade dos sons,
de uma boa higienização, controle da num domicílio sossegado alcança 40db;
dieta e retorno periódico ao dentista para numa conversação, 70db; numa cidade
manutenção. com tráfego, 90db; no interior da cabine
de um quadrimotor a pistão, 110db; e, na
RUÍDOS E VIBRAÇÕES cabine de jatos modernos já foram
Vibração é qualquer movimento que se conseguidos níveis de 85db.
alterna, repetidamente, de direção. Na Os ruídos e vibrações transmitem-se
cabine de uma aeronave em voo, as através da fuselagem da aeronave e do
vibrações são complexas e provenientes ar e penetram no organismo através dos
do deslocamento do aparelho na nossos pés e dos assentos das poltronas
atmosfera (ruído aerodinâmico) e do e se propagam por todo corpo.
trabalho dos motores. Dependendo da Exposições prolongadas e repetidas.
freqüência, as vibrações são Vibrações podem causar repercussão
sobre a audição, diminuição da acuidade
288

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

visual, sobre o sistema neuromuscular e voam com ar tão seco, no seu interior, é
circulatório. Os ruí dos também são evitar a condensação de vapor d’água,
fatores estressantes do voo, levando que formaria uma névoa dentro da
também o organismo à fadiga aérea. cabine pressurizada, em virtude da
Causam ainda as seguintes temperatura ambiente ser baixa.
perturbações orgânicas e psíquicas: A baixa umidade do ar ambiente
 Irritabilidade, predisposição à fadiga determina no decurso de algumas horas,
prematura e redução do rendimento perda de água pela respiração
de trabalho, com a exposição excessiva, causando desidratação e
contínua a ruídos com intensidade de ressecamento das mucosas do nariz,
superior a 40db. boca e globo ocular. Isso é mais
 Perturbações auditivas, com prejudicial nos indivíduos que têm as
exposição demorada a ruídos com mucosas muito sensíveis e nos
intensidade superior a 90db. alérgicos, podendo causar conjuntivites,
 Trauma acústico grave, com a ulcerações de córnea e sangramento
exposição a ruídos constantes com nasal. Ocorre também a eliminação de
intensidade superior a 120db. uma urina concentrada, com aglutinação
 Dor de cabeça, náuseas, nervosismo de cristais, aumentando a probabilidade
e transtornos menstruais, pela de formação de cálculos renais. Para
atuação de sons supersônicos minimizar esses problemas, as seguintes
inaudíveis. medidas profiláticas poderão ser
tomadas:
BAIXA UMIDADE DO AR  Ingestão diária de 2,5litros de
Concentração ideal de vapor d’água líquidos (água, leite ou sucos de
do ar ambiente 30 a 40%. (em Brasília frutas), sendo que a água deve ser
14% em Belém 60%). em maior quantidade;
Apesar da temperatura da aeronave  Usar creme hidratante,
ser facilmente regulada para um nível principalmente nas partes do corpo
agradável, o mesmo não acontece com a não cobertas pelas vestes;
umidade relativa do ar, pela grande  Usar colírio do tipo lágrima, com
diferença entre a temperatura dentro e freqüência, durante o voo e, de
fora do avião. Com isso, os aeronautas preferência, nessas ocasiões, usar
estão expostos, durante o voo, a um ar óculos em vez de lente de contato;
bastante seco, principalmente em voos  Respirar, por alguns minutos, através
de longa distância. Dentro da cabine de um lenço umedecido com água; e,
pressurizada de um avião, o ar é seco e  Pingar nas narinas, durante o voo,
refrigerado. No Boeing 727, nos 737 e no substâncias que sejam capazes de
DC-10, a umidade relativa do ar chega a umedecer a mucosa nasal, como
ser de 13 a 14%. No Boeing 767, o ar Sorine, por exemplo.
chega a ser ainda mais seco. Isso se
deve aos equipamentos eletrônicos que RADIAÇÕES
necessitam funcionar em ar seco e frio, A atmosfera terrestre é atravessada
como proteção para os mesmos. Mas, a por radiações provenientes de várias
principal razão pela qual as aeronaves fontes.
289

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

São as radiações não ionizantes e as estar protegidos adequadamente. São


ionizantes. As primeiras são do tipo das pessoas que trabalham em indústrias de
ondas luminosas, dos raios radioisótopos, médicos e operadores de
infravermelhos, dos ultravioletas, das Raios X, técnicos em radares, etc. Para
microondas, das transmissões estes, a Comissão Internacional de
radiofônicas, etc. As ionizantes são Proteção Radiológica fixou a dose
radiações eletromagnéticas dotadas de máxima que podem receber em 30 dias,
um comprimento de onda muito que é de 115,6mr/hora. Na aviação
pequeno, e originário de uma fonte comercial, a absorção de radioatividade
radioativa. Dentre estas, temos os raios por tripulantes e passageiros é a mesma
cósmicos (um trilionésimo de milímetro), do pessoal que está em terra. Nos
capazes de atravessar todos os corpos e aviões supersônicos, sensores de
objetos existentes na superfície da Terra. nêutrons transformam a energia
Outros tipos de radiações ionizantes radioativa em luminosa (branca, amarela
provêm de explosões da superfície do ou vermelha) alertando o comandante,
Sol. São forma- das por raios gama e por que imediatamente baixa o avião.
raios Roentgen (Raios-X). Pode haver, OSCILAÇÕES DA TEMPERATURA E
ainda, radiações oriundas de explosões LUMINOSIDADE
atômicas feitas pelo homem nas altas Há uma progressiva queda da
camadas da atmosfera, ou mesmo na temperatura com o aumento da altitude,
superfície terrestre. na razão de 2ºC para cada 1.000 pés.
A maior parte dessas radiações Essa queda de temperatura é causada
ionizantes é retida e desintegrada pela pela diminuição do reflexo calórico da
atmosfera, de modo que, em condições superfície terrestre e pela queda
normais, só chegam até nós obviamente progressiva da pressão atmosférica com
doses de radiações compatíveis com a o aumento da altitude.
vida. Sempre há, contudo, pequena Concomitantemente, há um aumento do
posição de partículas radioativas na grau de luminosidade, porque se tornam
água em que bebemos, e nos vegetais mais intensas as radiações solares e a
que comemos, assim como no pasto dos atuação dos raios cósmicos. O piloto que
animais, de cuja carne e leite nos voa em altitude acima de 40.000 pés
alimentamos. (12.000 m) depare-se com o problema
As radiações ionizantes tem o poder do ofuscamento provocado pela camada
de causar alterações celulares no de nuvens abaixo da sua aeronave.
organismo humano. Tudo vai depender Durante o voo, sobre o organismo
da exposição, dosagem e grandeza da humano os efeitos da baixa temperatura
absorção. Se muito intensas, poderão e do excesso de luminosidade, são os
causar danos à medula óssea e a outros seguintes:
órgãos formadores das células do  Desconforto, entorpecimento,
sangue; ao fígado, rins e ao sistema geladuras e até choques, pela
nervoso. acentuada queda da temperatura nas
Existem, no entanto, profissionais que altas altitudes;
trabalham com materiais radioativos ou
próximos a estes, e para isso, têm que
290

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

 Ofuscamento, conseqüência a um O corpo humano, submetido a um novo


excesso de luminosidade em altas regime de luz e escuridão, continua
cotas. ainda funcionando, em parte, de acordo
com o horário que possuía antes da
ALTERAÇÕES DO RITMO mudança de fuso. Como consequência,
CIRCADIANO (JET LAG) surgem os distúrbios físicos resultantes
O organismo dos seres vivos obedece da alteração do horário solar, tais como:
ritmos que são, em parte, controlados sensação de peso, lentidão dos
por uma função cerebral chamada de movimentos, alteração da função
“relógio biológico” e, em parte por fatores digestiva, alteração do sono, do
ambientais (umidade do ar, pressão criticismo, desconcentração, depressão,
atmosférica e luminosidade). e até do ciclo menstrual das comissárias.
Existe o ritmo no mundo vegetal, que Modernamente tenta-se minimizar os
faz com que, a cada determinado distúrbios do Jet Lag através do uso de
período, a planta floresça e depois comprimidos de melatonina sintética,
frutifique. Existe o período reprodutivo tomados antes do voo. Enquanto isso,
dos animais, que varia com cada pilotos e comissários utilizam-se de
espécie. No ser humano, a ovulação da recursos tais como: nas viagens de
mulher ocorre a cada 28 ou 30 dias. breve estada, continuam a fazer tudo de
Esses ritmos que ultrapassam 24 horas acordo com os horários do seu ponto de
são chamados de ciclos ou “ritmos partida, regulando seus repousos e
ultradianos”. refeições como se não houvessem
Há também os ritmos que se mudado de fuso. Caso necessitem
processam dentro do período de 24 passar mais de uma semana fora de
horas, os chamados ciclos ou “ritmos casa, a primeira medida é alterar o
circadianos”, do latim diem (cerca de um horário do relógio biológico desde o
dia). Esses são a vigília, o sono, a começo da decolagem agindo, a partir
temperatura, os níveis hormonais, a daí, de acordo com o fuso horário do
secreção do suco digestivo, o hábito local de destino.
intestinal e a capacidade crítica. Deste modo o organismo começa a
Temos ainda, os ritmos que ocorrem habituar-se às novas condições que irá
num tempo inferior a 24 horas, são os encontrar. Quando alterado, o ritmo
chamados “ritmos infradianos”, tais circadiano volta à normalidade dentro de
como: os batimentos cardíacos e os aproximadamente 48 horas.
movimentos respiratórios.
Para os nossos estudos, interessam FADIGA AÉREA
as alterações do ritmo circadiano. Esses A fadiga consiste em acúmulo de
ciclos sofrem sérias alterações quando o resíduos me tabólicos nas células, após
organismo, em uma viagem aérea, um período de atividade laborativa. Por
ultrapassa quatro ou mais fusos horários, exemplo, após um exercício físico
para o leste ou para o oeste, ocasião em (musculação), o ácido lático está
que o indivíduo força seu organismo a presente nos tecidos musculares,
mudar, de repente, de uma hora para ocasionando dores.
outra o horário de seu relógio biológico.
291

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

Durante o voo, o tripulante está sujeito tripulantes, como também à segurança


não só à fadiga física, decorrente das de voo.
atividades motoras realizadas no seu Desse modo, o tripulante necessita
trabalho, bem como à fadiga mental para o bom desempenho de suas
decorrente da atenção, da concentração funções durante um voo, não só de
e das decisões que devem ser tomadas satisfatórias condições de trabalho, como
no desempenho de sua profissão. estar bem consigo mesmo, com seus
A fadiga aérea pode ser aguda ou familiares e companheiros de equipe;
crônica. devendo, também não se descuidar da
AGUDA observância das medidas preventivas
Após a jornada de trabalho, a pessoa dos vários fatores estressantes do voo.
sente-se cansada fisicamente, e com o Além dos fatores estressantes que
limiar de atenção, concentração e ocorrem durante o voo, constituem
capacidade de decisão um pouco mais também causas de fadiga aérea para o
baixa. aeronauta os seguintes:
Isso ocorre devido ao acúmulo de  Uso de bebidas alcoólicas; uso
catabólitos (resíduos) nas células que imoderado de fumo; uso de
diminui os reflexos, retardando o tempo excitantes do sistema nervoso
de resposta aos estímulos. Um período central; a hipermotividade; a
de sono fisiológico, de 6 a 8 horas, é constituição orgânica astênica;
capaz de reverter totalmente essa preocupação com dificuldades
situação. É contra-indicada a indução do financeiras; desajustes familiares;
sono com medicamentos hipnóticos, uma desajustes sociais. A fadiga aérea,
vez que eles não queimam os catabólitos portanto, poderá se refletir
das células. diretamente sobre a conduta
profissional do aeronauta
CRÔNICA ocasionando:
Que em seu maior grau, se chama  Decréscimo na execução de
estafa, é de corrente da não observação tarefas continuadas; omissão de
dos períodos de repouso após cada serviços menores; displicência e
episódio agudo de fadiga. É a repetição falta de precisão no caráter
de quadros de fadiga aguda que leva à pessoal ou no trabalho de equipe;
fadiga crônica. Nesses casos, o necessidade de maior estímulo
tripulante apresenta: irritabilidade, para produzir a mesma reação e
insônia, astenia e, muitas vezes, maior freqüência de faltas no
ptesiofobia (medo de voar). Nos casos serviço.
mais graves, chega a apresentar graus O aeronauta vítima de fadiga aérea
mais intensos de neurose de ansiedade poderá apresentar os seguintes efeitos
e de neurose fóbica, o que certamente o sobre seu organismo, evidenciados pelos
incapacitará para o voo. sintomas que se seguem:
Assim sendo, fácil é deduzir o grau de
importância da fadiga aérea, tendo em SUBJETIVOS
vista a repercussão não só sobre os Inicialmente, dor de cabeça (cefaléia),
perda do apetite (anorexia) e astenia.
292

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

Tardiamente, perturbações visuais e MAL DO AR (AEROCINETOSE).


auditivas, dores précordiais e O enjôo a bordo também chamado Mal
palpitações, ardor à micção, prisão de do Ar ou Aerocinetose é uma síndrome
ventre, dores nas extremidades, insônia, causada por um conjunto de sintomas
queda da habilidade individual, baixa resultantes de um desequilíbrio
capacidade de concentração e neurovegetativo, psíquico e sensorial,
desinteresse pela atividade sexual. ocasionado pelos movimentos
complexos do avião durante o voo, tais
OBJETIVOS como, acelerações e desacelerações
Inicialmente, tremores, abuso do álcool lineares (decolagem e pouso),
e do fumo, interesse aumentado pela ascendentes e descendentes, e
atividade sexual, irritabilidade, sarcasmo, aceleração angular e centrífuga (curvas
ansiedade, preocupação evidente e realizadas pelo avião).
inconformidade. Tardiamente, Todavia, nem todas as pessoas
ptesiofobia, confusão mental, depressão, apresentam enjôo a bordo. E as que
queda do interesse pela profissão, manifestam esse quadro, são as
diminuição na eficiência do serviço de suscetíveis (vagotônicas), com uma
bordo, redução da atenção, falhas de predisposição constitucional, ou ainda,
memória, má apresentação pessoal, devida, por exemplo, a uma reação
espasmos ou “ticks faciais”, emocional do tipo medo de voar ou
emagrecimento e incompatibilidade com ptesiofobia (do gregoptésis voo e fobos
os familiares e companheiros. medo). Essas pessoas, com facilidade
Tendo em vista esse estado de coisas, apresentam náuseas, palidez da pele,
o aeronauta poderá ter séria repercussão prisão de ventre, instabilidade
no seu desempenho profissional em vista cardiovascular e hipotensão arterial.
de: Tendem à salivação abundante, fadiga
 Mau atendimento aos fácil, depressão, vertigens e sonolência.
passageiros quanto à cortesia e Além das reações vagotônicas,
conversação; queda de eficiência também pode causar, o Mal do Ar, a
nas tarefas do serviço de bordo, hiperexcitabilidade do Labirinto, a
referente à perfeição, hiperexcitabilidade oculomotora, os
comportamento e discrição no estímulos táteis, o deslocamento de
exercício das mesmas; desperdício vísceras, massas sangüíneas e o
do material, por desinteresse e falta estímulo olfativo. Inicialmente, o
de atenção; nas emergências, passageiro apresenta palidez da pele e
inibição ou pânico, com sudorese (atuação do nervo simpático);
esquecimento dos itens a cumprir no em seguida, ocorre hipotensão,
esquema de segurança de voo; má hipotermia, náuseas e vômitos (atuação
apresentação pessoal, com do nervo vago ou parassimpático).
repercussão sobre a imagem da Concomitantemente, há excitabilidade
empresa, e com reflexos negativos do Labirinto, o que dificulta saber qual a
sobre o próprio conceito. causa primária do enjôo. Poderá ocorrer,
ainda, cefaléia, vertigem, sonolência,

293

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

micções freqüentes e alteração do ritmo


cardíaco. REDUÇÃO DAS INFLUÊNCIAS
ADVERSAS AO VOO
Face ao exposto, as seguintes Hoje em dia, em decorrência do
medidas de atendimento a um avanço tecnológico e da
passageiro com enjôo à bordo que aeroespecialização, as aerobaropatias
poderão ser realizadas pelos comissários somente ocorrerão em conseqüência das
são: seguintes deficiências:
*Endoutrinamento inadequado dos
*Aeração suficiente, evitando tripulantes; inadequação do serviço de
confinamento, odores de cigarros e calor bordo; deficiência do funcionamento da
excessivo; redução ao mínimo dos cabine pressurizada e impropriedade no
ruídos e trepidações, colocando o uso do equipamento suplementar de
passageiro junto ao centro de gravidade oxigênio.
da aeronave. O chamado Ponto “G”.
Iluminação suficiente, mas atenuada.
Recomendar ao passageiro que feche os
olhos, ou ponha uma venda, ou ainda,
que fixe com o olhar um ponto dentro da
aeronave; a alimentação deve ser pobre
em gorduras e rica em carboidratos e
frutas. Antes do voo, a alimentação deve
ser leve.; sugerir ao passageiro que
afrouxe as roupas, evitando-se, com
isso, dificultar os movimentos
respiratórios; a melhor posição é colocar
o passageiro com a poltrona mais
reclinada possível, evitando com isso o
deslocamento das vísceras em grande
amplitude, ponto de partida de reflexos
nervosos de ação vagotônica. O cinto de
segurança afivelado, também reduz os
deslocamentos das vísceras.
Procurar distrair e tranqüilizar o
passageiro, mostrando-lhe a segurança
do voo, ocupar sua atenção com jogos,
revistas, pois estando o passageiro
concentrado em algo, tende a sentir
menos enjôo. Nem todas as pessoas
podem ler à bordo, pois podem vir a
enjoar.

294

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

Exercícios:

1- A atmosfera é composta de:


a) 78% nitrogênio, 21% de oxigênio, 0,1% de outros gases.
a) 20% nitrogênio, 80% oxigênio.
b) 90% oxigênio, 10% nitrogênio.
c) 21%nitrogênio 78% oxigênio, 0,1% outros gases.

2- Antes da descoberta das cabines pressurizadas, uma aeronave podia voar até no
máximo:
a) 14.000 pés b) 8.000 pés c)10.000 pés d)12.000 pés

3- A que altitude devera estar pressurizada a cabine quando a aeronave atingir a


altitude de 42.000 pés?
a) 10.000 pés b)14.000 pés c)42.000 pés d) 8.000 pés

4- Como pode ser uma despressurização?


a) explosiva e moderada
b) explosiva moderada e rápida
c) explosiva lenta e rápida
d) rápida moderada e lenta

5- O que pode ocorrer numa despressurização rápida?


a) os objetos sobem pelo teto
b) forma-se uma neblina intensa na cabine
c) aeroembolismo severo
d) todas as acima

6- Um avião supersônico a uma altitude de 62.700 pés, numa despressurização


explosiva pode ocorrer:
a) todos os líquidos orgânicos entram em ebulição.
b) nada ocorrerá, pois as máscaras de oxigênio cairão.
c) o comandante será comunicado e equalizará as pressões
d) todas acima

7- A faixa da atmosfera ao nível do mar a 8.000 pés è chamada de:


a) Zona de baixa pressão
b) Zona de alta pressão
c) Zona de reações orgânicas normais ou indiferentes
d) Zona de reações orgânicas estáveis

295

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

Exercícios:

8) A hipoxia Hipobarica passa a ser anoxia a que altitude, que também è chamada de
zona de morte?
a) 64.000 pés
b) 67.000 pés
c) 65.000 pés
d) 27.000 pés

9) O tempo em que alguém pode fazer algo por si mesmo, tal como, ajustar a máscara
de oxigênio, é chamado de?
a) tempo útil de lucidez (TUL)
b) tempo útil de consciência(TUC)
c) ambas acima estão corretas
d) nenhuma das anteriores

10) A diminuição de oxigênio nas células, causada pela dificuldade deste chegar.
aos alvéolos pulmonares e daí para o sangue e chamada:
a) Hipoxia alveolar
b) Hipoxia hipêmica
c) Hipoxia anêmica
d) Hipoxia hipóxica

11) A ausência de oxigênio nas células orgânicas é chamada:


a) anoxia
b) anorexia
c) anoxilia
d) histotóxica

12) O estado de ansiedade ou medo de voar, que pode causar ao PAX um aumento da
freqüência respiratória, pode levar a uma:
a) hiperventilação
b) hiperpinéia
c) hipocapnia ou hipocarbia
d) todas as anteriores

13) Para corrigimos a hipocapnia devemos:


a) pedir ao PAX para abaixar a cabeça
b) deitar o PAX em decúbito dorsal e cabeça lateralizada
c) administrar oxigênio em ego a dois litros por minuto
d) colocá-lo respirando por alguns minutos com o saco de enjôo sobre o nariz e a
boca

296

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

Exercícios:

14) Quais as formas de disbarismo em medicina da aviação?


a) aeroembolismo
b) aerodilatações
c) ambas acima
d) nenhuma acima

15) Com relação ao aeroembolismo (aerobaropatia plasmática) podemos afirmar que:


a) é formado bolha de nitrogênio em vários departamentos do nosso organismo
b) causa desconforto e dores articulares, sensação de calor e frio, formigamento,
coceira, dor de cabeça.
c) é uma ocorrência rara causada pela ruptura de janela ou porta da cabine
pressurizada
d) todas as anteriores

16) O Bends (dores articulares e musculares) é causado por:


a) aeroembolismo
b) hipoxia
c) queda da pressão parcial de oxigênio
d) aumento da pressão parcial de oxigênio

17) A oscilação da pressão exercida nos órgãos cavitários do organismo humano é


chamada :
a) aerodilatações
b) aerobaropatias cavitárias
c) ambas as anteriores
d) nenhumas das anteriores

18) A manobra de Valsalva consiste em:


a) permitir a desobstrução dos seios paranasais
b) permitir a entrada de oxigênio nos seios paranasais
c) permitir que o ar penetre no ouvido médio através da trompa de Eustáquio,
promovendo equalização das pressões dos dois lados do tímpano.
d) todas as acima

19) O aparecimento de maior acúmulo de gases no intestino, devido à alimentação


inadequada, tensão emocional, e fadiga são chamadas:
a) flactus
b) eructação
c) meteorismo
d) nenhuma das anteriores
20) O limiar de conforto auditivo para o ouvido humano está em:
a) 70 db b) 110db c) 90db d) 85db
297

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
MEDICINA AEROESPACIAL

Exercícios:

21) O organismo humano, como qualquer ser vivo, obedece ritmos . Os ritmos que
se processam dentro de um período de 24 horas são chamados:
a) ultradianos b)circadiano c)infradianos d)jet lag

22) O enjôo a bordo ou mal do ar e também chamado:


a) aeroembolismo
b) aerobaropatia
c) aerocinetose
d) todas as anteriores

298

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

 Antianginoso (Isordil, Isocord – 5


PRIMEIROS SOCORROS mg.) 1vd 24 comp.
 Seringas descartáveis com
agulha 00 ml – 4 unids.
Conceito  Compressas de gaze
Conceituamos primeiros socorros (esterilizadas)
como o tratamento aplicado, de imediato,  7,5 X 7,5 cm – 2 conj. – 05
ao acidentado ou portador de mal súbito, unidades.
antes da chegada do médico.  Atadura de crepe elástica – 02 rls
– 15 cm.
Socorrista  Atadura de gaze 10 X 9,0 cm – 1
É a pessoa que está habilitada á rls.
prática dos primeiros socorros, utilizando-  Tesoura reta de ponta redonda 1
se dos conhecimentos básicos e unid.
treinamentos técnicos que a capacitou  Garrote de 30 cm – 1 unidade.
para esse desempenho características  Pomada para queimadura
básicas a um socorrista: (Furacim, Paraqueimol) 1tb.
 Manual de primeiros socorros.
 Ter espírito de liderança;
 Ter bom senso, compreensão,
tolerância e paciência; Kit Do Comissário Chefe De Equipe
 Ser um líder na concepção da (Deve estar sempre em poder do
palavra; comissário):
 Saber planejar e executar suas
ações;  Antiemético e antinauseante
 Saber promover e improvisar com (Plasil, Dramin) 1cx – 20 comp.
segurança;  Antitérmico (Buscopan,
 Ter iniciativa e atitudes firmes; Atroveran, Baralgin) 1 cx - 20
 Ter, acima de tudo, espírito de comp.
solidariedade humana. “O amor ao  Antidiarréico (Imosec, Lomotil)
Próximo”. 1cx – 12 comp.
 Medicação ocular (colírios Moura
Brasil, Lerin e lácrima) 1vd. – 10
Kits Lacrados De Material Fixo Da ml.
Aeronave  Descongestionante nasal (Afrin,
Sorine, Suspirin) 1vd. – 10ml
 Solução de mercúrio cromo 1 vd -  Analgésico para o ouvido
-30 ml. (Otomicina, Otoxylodase) 1 vd. –
 Água oxigenada 10 volumes 1 vd 10 ml.
– 100 ml.  Antiácido 10 unids.
 Adrenalina solução a 1/1000 – 2  Band – aid 06 unidades.
amp- 01 ml.

299

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

Parâmetros Clínicos Pulsação


Pode-se utilizar com segurança os Pulso é a ondulação pela
kits de Primeiros Socorros, deve conhecer expansão das artérias seguindo as
algo sobre os parâmetros clínicos, como contrações oriundas do coração. O pulso
se segue: é um dos mais utilizados métodos de
informação a cerca das condições de um
Pressão Arterial (P. A). doente.
O fluxo sangüíneo vindo através O pulso pode ser verificado mais
de um sistema de vasos arteriais, ao facilmente, nas artérias radiais e
passar encontra resistência e para vencê- carótidas, bem como nas femurais,
la, exerce uma determinada força. pediosas e faciais.
A resistência a essa força
chamamos de pressão ou tensão arterial. Freqüência das pulsações por
O grau de pressão ou tensão depende: minuto:
Da elasticidade das paredes das
artérias; Homem 60 a 70 BPM
1. Da força dos batimentos Mulher 65 a 80 BPM
cardíacos; Criança 120 a 125 BPM
2. Da resistência periférica; Lactente 125 a 160 BPM
3. Do volume de sangue circulante
nas artérias; Respiração
4. Da viscosidade sangüínea. É a troca de gases entre o
organismo e o meio externo, e consiste
A pressão arterial normal: na absorção do oxigênio (O2 e a
eliminação de gás carbônico (CO2).
Máxima (Sistólica): 130x90 mm Hg
Média (Equilibrada): 120x80 mm Hg Freqüência:
Mínima (Diastólica): 80x60 mm Hg Homem 15 a 20 distensões abdominais
por minuto
Temperatura Mulher 18 a 20 por minuto (distensão
É o nível de calor a que chega a toráxica)
um determinado corpo. No organismo Criança 20 a 25 por minuto
humano, o calor que é eliminado pelo Lactente 30 a 40 por minuto
corpo. Resulta de modificações que se
processam na intimidade das células.
A temperatura normal corporal DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS
oscila segundo os valores que se seguem
bem como, nos diferentes sítios do nosso HIPÓXIAS
corpo, a saber: Em pessoas normais, a variação
da altitude (que acarreta variação do
percentual de oxigênio do sangue
Axilar 36,0ºC a 370ºC arterial) provoca, comumente, os
Retal 36,4ºC a 37,2ºC seguintes sintomas de hipóxia:
Bucal 36,2ºC a 37,0ºC

300

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

Altitude em % de Condição clínica


pés saturação HIPÓXIA HIPÓXICA
de oxigênio
É devido ao menor aporte de
Nível do mar 95 – 98 Normal
oxigênio às células orgânicas, em virtude
10.000 88 – 89 Dor de cabeça,
cansaço em
da dificuldade que o gás tem em se
exposição difundir para o sangue nos alvéolos
prolongada. pulmonares. É a saturação de oxigênio
14.000 80 – 81 Sonolência, dor de no sangue arterial abaixo do normal.
cabeça, tontura, Ocorre nos casos de pneumonia, asma
fraqueza de visão, brônquica, a impregnação pelo alcatrão.
mudança de Quando o oxigênio não consegue
personalidade, absolutamente se difundir para o sangue
perda de e daí para as células, temos aí a hipóxia
coordenação anóxia, como ocorre nos casos de
muscular e cianose.
asfixia, sedação por narcóticos e nas
18.000 74 – 75 Todos acima porém
mais críticos.
altas altitudes (acima de 24.000 pés).
22.000 67 – 68 Convulsão, colapso, Anóxia é a denominação dada à falta de
coma. oxigênio nas células orgânicas.
25.000 55 – 60 Colapso e coma
com TRATAMENTO
aproximadamente 5  Manter o passageiro sentado ou
minutos. semi - sentado;
De acordo com vários experimentos,  Afrouxar as vestes deixando-o
foram obtidos os seguintes resultados respirar;
para o TUL(Tempo Útil de Lucidez)  Desobstruir as vias aéreas;
 Administrar oxigênio.
Altitude Sentado Exercendo Despressuri
em pés em atividade zação rápida
descanso moderada (pessoa em
repouso) HIPÓXIA ANÊMICA OU HIPÊMICA
22.000 10 minutos 05 minutos 03 minutos É devida à chegada de oxigênio
25.000 05 minutos 03 minutos 02 minutos em quantidades reduzidas às células, em
30.000 90 45 30 virtude de problemas no transporte do
segundos segundos segundos gás pelas hemáceas. Normalmente a
35.000 45 30 20
encontramos durante a gravidez.
segundos segundos segundos
40.000 25 18 12
Patologicamente: nas hemorragias,
segundos segundos segundos anemias ferroprivas, carência protéica, e
nas intoxicações por monóxido de
Durante o voo, o comissário de carbono.
bordo poderá encontrar casos de urgência
respiratória em passageiros portadores de TRATAMENTO
uma hipóxia preexistente, necessitando,  Administração de oxigênio por
pois, de maiores cuidados. Essas máscara sob pressão;
urgências classificam-se em:  Transfusão de sangue;
 Combater a carência protéica.
301

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

ASMA BRÔNQUICA
A Asma Brônquica é uma doença
HIPÓXIA ESTAGNANTE, ISQUÊMICA caracterizada por recorrentes episódios
OU ESTÁTICA de obstrução das vias aéreas que pelo
 Ocorre em conseqüência do menos, nos estágios iniciais, são
retardo na chegada do oxigênio às reversíveis. Resulta de obstrução dos
células, em virtude da diminuição bronquíolos alveolares (broqueolite)
da velocidade do fluxo sangüíneo. difusa e reversível decorrente de
Verifica - se nos casos de constrição dos músculos lisos
insuficiência cardíaca congestiva brônquicos, edema e inflamação da
(ICC), e nas Tromboses mucosa brônquica, e o acúmulo de
Vasculares. secreções dentro da luz dos brônquios,
dificultando a passagem do ar.
TRATAMENTO O ataque asmático, geralmente
Combater a causa do distúrbio se inicia de modo súbito, com chiados,
circulatório. tosse expectoração de muco
transparente e viscoso, e dispnéia,
sobretudo expiratória.
HIPÓXIA HISTOTÓXICA
É devida à inabilidade das células TRATAMENTO
teciduais para utilizar o oxigênio  Manter o passageiro sentado ou
transportado pelas hemácias, em virtude semi-sentado;
da presença de tóxicos nas células.  Administração abundante de
Ocorre nos envenenamentos por líquidos; administração de
cianetos, no alcoolismo agudo, oxigênio;
intoxicação pela nicotina e cocaína.  Administração de
broncodilatadores;
TRATAMENTO
 Administrar antídoto específico
para cianetos; AFOGAMENTO
 Combater o alcoolismo; O afogamento deve-se a uma
 Remoção urgente para o hospital; série de fenômenos que tem lugar no
 Formas combinadas: Verificam – organismo devido à sua total imersão na
se com a concomitância de dois água durante um tempo mais ou menos
ou mais tipos de hipóxias acima prolongado. A morte pode sobrevir por
citadas. É o que ocorre no caso de asfixia ou como conseqüência dos
uma cardiopatia (ICC), associada problemas gerados pela água no
a uma pneumonia ou anemia; e organismo.
 Tratar cada um dos fatores A asfixia, portanto, só é
determinantes atuantes. responsável pela morte em 10% dos
casos de pessoas afogadas, nas quais
ocorre, enquanto estão submersas, um
laringoespasmoreflaxo. Nos outros
casos, a morte deve-se a entrada maciça

302

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

de água nos pulmões. Existem dois tipos rasa. Para a remoção da água das vias
de afogados, a saber: aéreas usa - se a seguinte técnica:
 Coloca-se o passageiro quase -
afogado em decúbito ventral, com
AFOGADO CIANÓTICO a cabeça lateralizada;
É o indivíduo que apresenta uma  Estende-se seus braços elevando
forma de asfixia pela entrada maciça de – os lateralmente ao longo da
água nos pulmões. Quando retirado da cabeça;
água, apresenta-se com pulso fino,  Coloca-se as mãos (Socorrista)
respiração superficial e irregular. sobre o dorso da vítima,
Jugulares túrgidas, e cianóticas exercendo-se pressão.
(arroxeado). Há necessidade de se mover
a água.
DISTÚRBIOS CARDÍACOS
AFOGADO PÁLIDO
Ocorre quando não há asfixia pela
água, mas sim devido a um INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
laringoespasmo reflexo, ou uma parada
É a necrose (morte) do músculo
respiratória.
cardíaco (miocárdio), que ocorre como
TRATAMENTO DO QUASE aplicação de uma deficiência ou
AFOGAMENTO ausência da circulação do mesmo.
Resulta, portanto, de uma obstrução de
algum ramo das artérias coronarianas
Em ambos os casos: que levam o sangue ao próprio coração.
 Rápida remoção da vítima da
água; SINTOMAS E SINAIS
 Desobstruir as vias aéreas,  Dor forte e constritiva, intensa e
retirando corpos estranhos e duradoura localizada na região
limpando as secreções; anterior do tórax, que pode
 Aplicar a respiração boca a boca, irradiar-se para os membros
ou através de aparelho; superiores, principalmente para o
 Aplicar massagem cardíaca esquerdo, base do pescoço e
externa, se necessário; epigástrio. É uma dor constante
 Tão logo quanto possível, que não se modifica com a
administração suplementar de respiração ou troca de posição,
oxigênio; e tampouco com o emprego de
 Transportar a vítima para um vaso dilatador coronariano. Sua
hospital duração vai de 30 minutos a
várias horas;
Não devemos retardar a ventilação  Midríase;
por tentativas de remover líquidos dos  Sudorese intensa;
pulmões. Um bom nadador pode iniciar a  Dispnéia;
respiração boca a boca ou boca - nariz ao  Agitação;
mesmo tempo em que domina a água, ou  Aparência de sofrimento;
mesmo quando posto em pé, em água
303

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

 Pulso fino e acelerado; tempo e duração da dor, em


 Pode ocorrer confusão mental, geral, de 3 a 10 minutos. Isto é
desmaio, fraqueza e febre; muito importante, porque se durar
 Diferentemente da angina do menos de 1 minuto pode-se
peito, o infarto do miocárdio não é descartar a hipótese de angina no
desencadeado por nenhuma peito. Porém, se durar mais de 10
circunstância específica. Pode minutos, deve-se interpretar como
ocorrer enquanto se está manifestação de infarto.
passeando, descansando,
dormindo, sem qualquer esforço TRATAMENTO
físico prévio e violento.  É o mesmo para o infarto agudo
do miocárdio, sem administração
TRATAMENTO de tranqüilizante.
 Afrouxar as vestes e manter o
paciente em posição confortável e
em repouso absoluto; PARADA CÁRDIO RESPIRATÓRIA
 Administrar analgésico; Pode ocorrer devido a uma
 Administrar tranqüilizante; parada cardíaca, com posterior parada
 Administrar vaso dilatador respiratória, ou vice-versa.
coronariano; Freqüentemente, a ocorrência leva a
 Administrar oxigênio se houver uma falência cardíaca que leva a uma
dispnéia, cianose, tosse ou sibilos; falência pulmonar, ou vice - versa. Tem
e como causas:
 Encaminhar urgentemente ao
hospital.
CAUSAS CARDÍACAS
Infarto do miocárdio, arritmias
ANGINA DO PEITO cardíacas;
 A angina do peito é um problema
cardíaco caracterizado pelo
aparecimento brusco de uma dor CAUSAS RESPIRATÓRIAS
toráxica, produzida por irrigação Patologia pulmonar obstrução das
sangüínea insuficiente e vias aéreas por corpos estranhos ou
momentânea do miocárdio; afogamentos;
 Diferentemente do infarto, na
angina do peito não há lesão do
músculo cardíaco e tem como CAUSAS ORGÂNICAS
fatores desencadeantes: refeições Intoxicação por barbitúricos,
pesadas, esforço físico, o fumo, o cianureto, morfina, choque elétrico e
frio intenso, ansiedade e etc. certos estados patológicos como a
Poliomielite.
SINTOMAS E SINAIS
 São semelhantes aos do infarto do
miocárdio, dele diferindo pelo

304

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

SINTOMAS E SINAIS TÉCNICA DA MASSAGEM CARDÍACA


 Correspondem aos sinais de EXTERNA
alterações cardíacas ou  Colocar o passageiro em decúbito
respiratórias, predominando dorsal, sobre um lugar fixo e duro;
aqueles da patologia causadora da de preferência sobre o chão;
parada cardio-respiratória.  Ajoelhar-se ao lado do passageiro
e colocar a mão direita,
espalmada, sobre a região
TRATAMENTO esternal (precórdio);
Deve-se proceder imediatamente  Colocar a mão esquerda sobre o
para a reanimação da vítima. dorso da mão direita já colocada
ao tórax da vítima;
 Comprimir o tórax usando, para
TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO isso, o peso do seu corpo.
ARTIFICIAL Afrouxar em seguida. O tórax
 Colocar o passageiro em decúbito deve ceder cerca de 4 a 5 cm.
dorsal, com a cabeça em  Repetir essa operação de 60 a 80
hiperestenção; vezes por minuto, até que o
 Desobstruir as vias aéreas coração volte a bater
superiores, removendo naturalmente.
dentaduras, corpos estranhos,
enxugando as secreções, e
manter a cabeça hiperestendida; MASSAGEM CARDÍACA EXTERNA E
 Obstruir, através de pressão RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL
digital, as narinas do passageiro e
abrir sua boca. Inspirar APLICADAS SIMULTANEAMENTE
profundamente, colocando seus  Se forem feitas por um médico ou
lábios de maneira a selar a boca paramédico e houver dois
do passageiro. Expulsar então, socorristas, devem seguir o ritmo
todo ar de seus pulmões para os de 05 massagens cardíacas
do passageiro, até que este tenha externas (MCE) para cada 01
seu tórax distendido. Em seguida, respiração artificial (RA).
retirar a boca e observar a
retração do tórax do paciente. Se  Se forem feitas por um único
isso não ocorrer, fazer socorrista, ou dois socorristas
compressão manual sobre o tórax leigos, devem seguir o ritmo de
para forçar a saída do ar insuflado. 15 massagens externas (MCE)
Repetir essa manobra 15 a 20 para cada 02 respirações
vezes por minuto. Nas crianças de artificiais (RA).
baixa idade e nos lactentes,
devido ao limitado espaço,
devemos selar simultaneamente a
boca e o nariz do paciente.

305

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES embotada, dificultando o diálogo com


quem o socorre. Não sendo prontamente
atendido, pode subitamente e
VERTIGEM momentaneamente perder a consciência.
É uma sensação em que a vítima
TRATAMENTO
sente-se girar em torno dos objetos que
rodeia, ou objetos que a cercam é que  Estando o “quase-desmaiado”
parecem girar em torno dela, sempre no sentado, abaixar sua cabeça e
plano horizontal. Pode-se também sentir, pedir para fazer esforço para
em vez da sensação giratória, um erguê-la, ocasião em que o
deslocamento lateral, como se estivesse socorrista impede que isso
caindo para um dos lados. Esses aconteça fazendo pressão com
sintomas podem ainda ser acompanhados sua mão sobre o occipital da
de náuseas e vômitos. A vítima, porém, vítima;
jamais perde a consciência.  Obtém-se o mesmo efeito
Os enjôos de viagem (cianetoses) fazendo com que a vítima fique
são catalogados como estados sentada, e abaixe a cabeça o
vertiginosos e caracterizam-se por mais que puder colocando-a entre
sempre virem acompanhadas de palidez os joelhos;
de pele, discreta sudorese, náusea e  A cabeça abaixada faz com que
vômitos. Durante a crise, nada deverá ser haja maior irrigação cerebral às
ministrado por via oral, pois a vítima custas da gravidade.
vomitará o ingerido.
ESTADO DE CHOQUE
TRATAMENTO É um estado de depressão
 Colocar a vítima deitada, em profunda e prolongada das funções
decúbito dorsal; neuro-vegetativas, com redução
 Passar uma venda sobre os olhos progressiva do volume liquido circulante,
e manter a cabeça sem e queda de pressão arterial. O choque
travesseiro; pode ser causado por:
 Não fazer movimentos bruscos,
principalmente com a cabeça;  Traumatismo craniano, dores
 Manter a vítima arejada, com as violentas, fortes emoções (origem
vestes frouxas. nervosa);
 Hemorragias profundas,
queimaduras extensas,
desidratação (pela diminuição do
DESMAIOS OU LIPOTIMIA liquido circulante).
A vítima acometida de desmaio  Grandes traumatismos,
tem a impressão que vai perder o contato esmagamento, contusão e
com o ambiente que a cerca. A visão compressão do tórax e abdômen;
escurece, a pele torna-se pálida e com  Obstrução circulatória mecânica
sudorese. Há sensação de mal-estar (embolias, trombose das
geral, acompanhado ou não de sensação coronárias e infarto);
de náuseas e vômitos. A mente fica
306

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

 Substâncias tóxicas e toxinas DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS


microbianas (choque anafilático).
ALCOOLISMO
SINTOMAS E SINAIS É o beber excessivo que afeta
 Faciais: palidez, abatimento, olhar adversamente a saúde do indivíduo,
inexpressivo, cianose dos lábios; prejudicando sua função social ou
 Pele: pálida e fria, temperatura ambos.
abaixo do normal e suores frios. A dependência do álcool
 Função motora e psíquica: caracteriza-se pela tolerância e pela
deprimida. Embora a consciência dependência física. A tolerância ocorre
esteja íntegra, o paciente está quando o indivíduo consome
prostrado, com relaxamento quantidades progressivamente maiores
muscular, reflexos, por vezes, de álcool, durante um certo tempo, a fim
agitado; de induzir alterações nos estados
 Hipotensão arterial: é uma afetivos, ou no seu comportamento,
característica do choque (PA obtido anteriormente com doses
abaixo de 90 X 70); menores. Já a dependência física do
 Hipotensão venosa: as veias álcool é observada pelo aparecimento
dilatam-se e colabam, o que torna dos sintomas e sinais de abstinência
difícil a aplicação de injeção; após a interrupção da bebida, tais como:
 Taquisfigmia: o pulso é rápido, fino tremores das extremidades, delírios,
e vazio; alucinações, distúrbios convulsivos e etc.
 Taquipnéia: aumento da
freqüência respiratória, com certa QUADRO CLÍNICO AGUDO
dificuldade (dispnéia);  Descoordenação motora e visual;
 Hipoestesia: embotamento da  Distúrbios do comportamento
sensibilidade dolorosa. A vítima (euforia, depressão, atitudes anti-
parece não sentir dor, apesar das social, comportamento pegajoso);
inúmeras lesões de que é  Distúrbios da consciência;
portador;  Náuseas e vômitos;
 Hipotermia: diminuição da  Midríase;
temperatura corporal.  Hipotermia;
 Convulsões;
TRATAMENTO  Retenção ou incontinência
 Hemostasia, anti-sepsia, urinária ou fecal; e
bandagem (curativo);  Taquisfigmia.
 Administração de analgésico para
combater a dor, que por si só, TRATAMENTO
pode causar o choque;  Suspensão imediata do consumo
 Correção das deficiências de bebida alcoólica;
orgânicas do acidentado, como  Manter o passageiro sentado com
combate a desidratação. a poltrona reclinada;
 Oferecer café forte e doce;

307

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

 Se o passageiro dormir, manter a a causar lesões, e deixando a


cabeça lateralizada; crise exaurir-se, cessar;
 Aplicação de glicose E-V (somente  Colocar entre os dentes do
médico); passageiro um pano macio, para
 A melhor conduta seria a evitar que as arcadas dentárias
prevenção, através da redução ou se choquem violentamente,
mesmo abolição do consumo de provocando a quebra de dentes,
bebidas alcoólicas a bordo. ou ferimentos na língua.

CONVULSÕES DISTÚRBIOS DOS SISTEMAS


A convulsão palavra originada do
NERVOSO E CIRCULATÓRIO
latim e que quer dizer “sacudir”, “agitar”,
caracteriza-se por entrarem os músculos
INSOLAÇÃO
em contrações. Os músculos contraem-
se, enrijecem-se, mas logo em seguida  É um conjunto de fenômeno que
relaxam-se. Como isso acontece em se desenvolvem no organismo
pequenos espaços de tempo, os quando se eleva a temperatura
músculos parecem tremer. corporal, devido a uma alteração
A epilepsia é uma doença dos mecanismos nervosos
caracterizada, em sua forma típica, por reguladores da mesma. É
ataques convulsivos, com perda causada pela exposição
temporária da consciência e / ou da prolongada aos raios solares, e
memória. A convulsão se instala, na relativamente freqüente durante o
maioria das vezes, subitamente. Em verão nas pessoas que
certas ocasiões, a vítima percebe alguns frequentam as praias, no período
sinais (auras) antes de se instalar a crise, das 12:00hs às 15:00hs.
como dor de cabeça, tonteiras, náuseas
ou odores estranhos. O ataque dura PROFILAXIA
alguns minutos, podendo haver Evitar exposição prolongada ao
eliminação involuntária de urina e fezes. sol, principalmente depois das 10:00hs;
Há também eliminação de muco (baba)  Iniciar a temporada de verão com
espesso, pela boca, devido excesso de curtas exposições ao sol,
salivação. Não há, absolutamente, risco aumentando progressivamente;
de contágio visto que, a Epilepsia, não é  Ingerir bastante líquido.
doença infecto-contagiosa Terminada a
crise a vítima pode entrar em sono, e ao INTERMAÇÃO
acordar, nada saber sobre o Em nosso meio ocorre
acontecimento. principalmente entre os lactentes
(crianças abaixo de 1 ano de idade),
TRATAMENTO mantidos em quartos mal ventilados e
 Afrouxar as vestes do passageiro; superaquecidos pelo sol. Nessas
 Proteger a vítima contra objetos condições, o organismo não consegue
traumatizantes (pontas de móveis, perder calor para o meio ambiente,
quina de paredes), que possam vir causando as manifestações da
intermação.

308

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

sudorese intensa, hemorragias graves,


QUADRO CLÍNICO queimaduras, etc.
O primeiro socorro consiste em
Casos benignos: suspender imediatamente a alimentação,
 Cefaléia (dor de cabeça); e administrar água ou soro caseiro em
 Vertigens; colheradas, repetidamente. A fórmula do
 Fadiga; soro caseiro é: 1 litro de água filtrada +
 Anorexia (perda do apetite); 2colheres de sopa de açúcar + 1 colher
 Insônia; das de chá de sal.
 Estado sub-febril.
DIARRÉIA
Casos graves: É o aumento da freqüência
 Desidratação; habitual das evacuações, com
diminuição da consistência fecal. As
 Cefaléia violenta;
causas mais freqüentes são: erro
 Vertigens;
alimentar, infecção intestinal,
 Rigidez da nuca; verminoses, medicamentos, etc.
 Febre elevadíssima;
 Vômitos; TRATAMENTO
 Delírios;  Hidratação por via oral;
 Convulsão e morte;  Dieta sem gorduras, com pouco
condimento (tempero), assim
como, evitar alimentos como
TRATAMENTO laranjas, mamão, ameixas e etc.
 Administrar antidiarréico.
COMBATE A HIPERTERMIA
QUEIMADURAS
 Remover a vítima para um local São lesões tissulares (teciduais)
fresco e arejado; ocasionadas quase sempre por um
 Valer-se de meios físicos (gelo agente térmico: o calor, a água, e outros
sobre a cabeça, envoltórios líquidos em alta temperatura e o vapor.
úmidos em todo o corpo), e meios Existem também queimaduras
químicos (antitérmicos). provocadas por substâncias químicas,
por radiações solares ou por diversas
substâncias radioativas, pela
HIDRATAÇÃO eletricidade.

 Oferecer bastante líquido à vítima; CLASSIFICAÇÕES


 Em casos graves, hidratação As queimaduras são classificadas
endovenosa (EV). de acordo com sua profundidade nos
tecidos lesados, como se segue:
DESIDRATAÇÃO  Queimaduras de 1º grau – Lesão
É a perda de água do organismo, apenas da epiderme;
motivada por varias causas, tais como:  Queimaduras de 2º grau – Lesão
vômitos repetidos, diarréia abundante, da epiderme e derme;
309

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

 Queimaduras de 3º grau – Lesão tecidos, com a formação de


profunda atingindo a epiderme, escaras amareladas ou
derme, hipoderme e tecidos enegrecidas, ou mesmo feridas.
profundos.

COMPLICAÇÃO DAS
GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS QUEIMADURAS
É importante frisar que a gravidade A lesão provocada, no organismo,
de uma queimadura não é determinada por um agente térmico (queimaduras) é,
pela sua profundidade nos tecidos em última análise, uma ferida. É, como
orgânicos, mas sim, pela extensão da tal, suscetível ao risco de infecção.
área corporal atingida. Para se avaliar a Nos grandes queimados outros
extensão da pele comprometida, utiliza-se fatores podem gerar complicações. A
a “Regra dos Nove”. pele íntegra é uma barreira impermeável,
Os indivíduos com mais de 15% mas quando queimada, perde essa
de área corporal queimada, são importante função. Nestes casos, ocorre
considerados grandes queimados, perda de líquidos e eletrólitos (sais
correndo, portanto, sério risco de vida. minerais) através da extensa área
lesada, o que pode ocasionar
Cabeça 09% desidratação intensa, choque e morte.
Membro superior D. 09%
Membro superior E. 09%
Tronco-frente 18% TRATAMENTO DAS
Tronco-atrás 18% QUEIMADURAS
Coxa D. 09%  Retirada das vestes sujas e
Coxa E. 09% queimadas;
Perna D. 09%  Lavagem e anti-sepsia das lesões
Perna E. 09% com soro fisiológico.
Pescoço 01%  Curativos com gaze esterilizada e
Períneo 01% vaselina líquida.
 Evitar a movimentação e o
SINTOMAS E SINAIS resfriamento do paciente,
 Queimaduras de 1º grau – aquecendo-o com cobertores ou
Caracteriza-se pelo surgimento do lençóis limpos, sem provocar
eritema (vermelhidão) e calor no sudorese;
local afetado.  Administração de analgésicos e
 Queimadura de 2º grau – líquidos.
Caracteriza-se pela presença de
vermelhidão e de bolhas d’água Traumatologia
(flictenas), geradas pela saída de
plasma sangüíneo, provocado pelo As lesões corporais, mais
calor; prováveis, em conseqüência de um
 Queimaduras de 3º grau – acidente, são: contusões, entorses,
Caracteriza-se pela destruição dos luxações, fraturas, ferimentos,
traumatismo craniano, queimaduras e
310

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

lesões internas. As vítimas de lesões proximal, isto é, da extremidade


traumáticas que atingem gravemente os para o centro;
diversos seguimentos corpóreos  Nas mãos e pés, o enfaixamento
apresentam, às vezes, quadros clínicos deve estender-se, exatamente,
graves, onde o risco de vida está sempre até o nível da cabeça dos
presente. metacarpianos e metartasianos,
Ao prestarmos os primeiros respectivamente, e com a mesma
socorros a um acidentado, devemos tensão e o mesmo número de
tomar certos cuidados, tais como: voltas aplicadas no restante do
Lavagem das mãos com água e sabão, membro, deixando as
antes e após o curativo; extremidades livres;
 Nas articulações a faixa deve ser
 Uso instrumental esterilizado; aplicada assumindo a forma de
 A manipulação do ferimento um “8”,
deverá ser feita através de pinças  As saliências ósseas e os pontos
e gazes esterilizadas; em que os nervos periféricos
 Deverá ser feita a Anti-sepsia tornam-se superficiais, devem ser
(limpeza) de toda a área a ser protegidos com algodão
manipulada; ortopédico.
 Fixação do curativo.

TRAUMATISMO FECHADO
ATADURAS
Entre outras utilidades, as CONTUSÃO
ataduras são empregadas para fixar Lesão superficial do corpo sem
curativos onde o uso de esparadrapo laceração da pele, produzida por um
torna-se difícil pela mobilidade da região, impacto. Nem sempre uma contusão é
presença de pêlos e secreções. simples. Ela pode complicar-se ao
provocar uma lesão interna em um órgão
Aplicação De Ataduras vital. Como veremos nos traumatismos
 A atadura deve ser aplicada de abdominais.
modo a não afrouxar, e nem
comprimir em demasia; SINTOMAS
 O enfaixamento deve ser feito com  Dor localizada no ponto de
as articulações na posição que incidência do agente traumático
será mantida depois; contundente;
 O enfaixamento não deve trazer  Equimose: é a coloração anormal
desconforto ao paciente; da pele da região atingida;
 A tensão aplicada sobre a faixa  Edema: derrame seroso (acúmulo
deve ser suficiente para distender anormal de líquido no espaço
sua malha até o próximo ao seu intersticial extracelular provocado
limite de elasticidade; pela lesão).
 O enfaixamento deve ser iniciado
sempre da região distal para a

311

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

TRATAMENTO OBS.: A única luxação que os


 Aplicação de frio (gelo) no local, comissários podem tentar reduzir
sempre protegendo a pele com um (colocar no lugar) é a de mandíbula.
pano, ou uma camada de vaselina
por tempo limitado; SINTOMAS
 Imobilizando com faixa de crepe;  Dor intensa, com redução de
 Administração de analgésico; estalo;
 Impotência funcional devido à
perda do contato articular, e a
DISTORÇÕES OU ENTORSES contratura muscular;
São traumatismos privativos das  Edema
articulações, resultantes de um  Deformidade;
movimento brusco das articulações, sem  Diferença de comprimento do
acarretar a perda da relação entre as membro lesado.
superfícies articulares. Dependendo da
intensidade do traumatismo, poderá TRATAMENTO
provocar lesões de ligamento ou cápsulas  Aplicação de frio intenso (gelo) no
articulares. local atingido;
 Imobilização da articulação
SINTOMAS luxada com talas rígidas, sem
 Dores intensas, que aumentam tentar melhorar a deformidade
com a manipulação ou apalpação existente;
da região;  Administração de analgésico.
 Impotência funcional por
contratura muscular; TRAUMATISMO ABERTO
 Equimose;
 Edema.
FERIMENTOS
TRATAMENTO Ferimento é a agressão à
 Aplicação de frio intenso (gelo) no integridade tecidual produzindo solução
local, com devida proteção da de continuidade entre o meio externo e
pele; interno.
 Imobilização com faixa de crepe, O ferimento é sempre ocasionado
compressiva; por um agente lesivo que, na maioria das
 Repouso da articulação atingida; vezes, alberga patógenos (bactérias,
 Administração de analgésico. micróbios) e, dessa forma, contamina o
ferimento. Leva aqueles micróbios que
vivem na superfície da pele para o
LUXAÇÃO interior do corpo. Esta contaminação, se
Lesão que, devido a um não for localizada, pode ser
movimento corporal anormal, compromete disseminada.
peças ósseas que se articulam, ocorrendo
à perda da relação entre as mesmas.

312

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

TIPOS DE FERIMENTOS PENETRANTES


O objeto penetra em uma
ESCORIAÇÕES OU ABRASÕES cavidade fechada do corpo. São mais
São ferimentos superficiais, graves, pois podem lesar órgãos vitais
geralmente produzidos pelo atrito com como os pulmões, fígado, baço, rins,
superfícies ásperas, atingindo as coração e etc.
camadas superficiais da pele.

PUNCTÓRIOS OU PUNCTIFORMES COMO AGIR EM CASO DE


São os ferimentos causados por FERIMENTOS
agentes perfurantes (prego, agulhas,
estiletes, etc), provocando pequena PEQUENOS FERIMENTOS
solução de continuidade na pele, porém  Deve-se tomar muito cuidado
profunda, e, desse modo, importantes para que não infeccionem. A
veículos de infecções. Sua gravidade limpeza é importante, pois além
varia conforme a região atingida, tórax e de evitar as infecções, ajuda a
abdome e etc. cicatrização.

INCISIVOS CONDUTA
São os causados por instrumentos  Lavagem das mãos com água e
cortantes (facas, navalhas, bisturis). As sabão, antes e depois do curativo
bordas do ferimento são regulares,  Limpar o ferimento com água
estando afastadas conforme a limpa e sabão comum.
elasticidade da pele da região lesada.  Aplicar um anti-séptico com
mercúrio cromo.
LACERANTES  Proteger o ferimento com gaze ou
São causados por agentes que pano limpo, fixando-o;
dilaceram a pele e os tecidos vizinhos  Observar se há sangramento.
(cacos de vidro, de louça, serra e etc). As  Mantenha um curativo
bordas do ferimento são bastante compressivo;
irregulares podendo haver perda de  Certificar-se de que a vítima é
tecidos, e a cicatrização é defeituosa. vacinada contra o Tétano.
 Orientá-la.
DE ACORDO COM O TRAJETO
PERCORRIDO PELO OBJETO
FERIMENTOS MAIS GRAVES
TRAUMÁTICO, OS FERIMENTOS
PODEM SER: CONDUTA

TRANSFIXANTE HEMOSTASIA
O objeto atravessa o corpo Fazer cessar ou estancar o
provocando duas lesões, sendo que a de sangramento;
entrada é bem menor que saída. Exp.:
Ferimentos à bala.

313

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

ANTISSEPSIA VENOSA
Limpeza cuidadosa da lesão com O sangue provém de uma veia
água e sabão comum, raspar os pêlos da lesada. Saí continuamente e apresenta
região se necessário (tricotomia), e aplicar coloração vermelho escuro.
anti-séptico (mercúrio cromo).
CAPILAR
CURATIVO O sangue provém de vasos de
Tentar aproximar as bordas do pequeno calibre. Geralmente tendem a
ferimento com pontos falsos utilizando coagulação espontânea
tiras de esparadrapo, e cobri-los com
gaze esterilizada; EXTERNAS
São hemorragias facilmente
IMOBILIZAÇÃO identificadas, pois o sangue sai
Usar faixa de crepe se necessário. diretamente do ferimento ou através das
Em caso de dor, administrar analgésico. cavidades naturais do organismo para o
meio externo.

HEMORRAGIAS INTERNAS
Denomina-se hemorragia a perda São hemorragias que ocorrem no
sangüínea resultante de uma lesão interior do organismo. O sangue não se
vascular. Ocorre, portanto, em veias, exterioriza, ficando coletado no abdome,
artérias e capilares. As hemorragias tórax, caixa craniana, pele, etc...
internas podem levar o acidentado ao
estado de choque, e se não socorrido a TIPOS ESPECIAIS DE
tempo, ao óbito. HEMORRAGIAS EXTERNAS
Geralmente os ferimentos são
acompanhados de perda sangüínea, o OTORRAGIA (OUVIDO)
que dramatiza o quadro do acidente, visto Sangramento pelo ouvido
que, o sangue é um elemento de alarme, externo, devido à fratura da base do
tanto para o ferido, como para quem o crânio ou traumatismo do conduto
socorre. A intensidade da hemorragia auditivo externo.
depende do tipo e do calibre do vaso
lesado. EPISTAXE OU RINORRAGIA (NARIZ)
Saída de sangue pelas narinas.
CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS Causas: insolação, lesão da mucosa
nasal, picos hipertensivos, etc...
ARTERIAL
O sangue provém de uma artéria HEMOPTISE
lesada, flui em jatos intermitentes, tem Sangramento proveniente do
uma coloração vermelho vivo (rutilante), e aparelho respiratório (pulmões), fluindo
com aspecto espumoso. pela boca, quase sempre ao tossir. O
sangue é vermelho vivo e espumoso.
Causas: Tuberculose pulmonar,
câncer do pulmão e pneumopatias
agudas.

314

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

está ligada ao plano menstrual. Causas:


ESTOMATORRAGIA (BOCA) doenças dos ovários.
Saída de sangue pela boca devido
a: lesões da própria boca, avitaminose C, METRORRAGIA
extrações dentárias, ferimentos e câncer Eliminação de sangue pela
da língua. vagina, de causa não hormonal, devido a
tumores do útero (Miomas, por exemplo).
HEMATÊMESE
Saída de sangue pela boca vinda
do aparelho digestivo, de cor vermelho SINTOMAS E SINAIS DAS
escuro. HEMORRAGIAS
Geralmente vem precedido de
náuseas, com coágulos e restos AS EXTERNAS
alimentares. Causas: Ruptura de varizes Geralmente por conseqüência de
esofagianas, úlcera do estômago e traumatismo e ferimentos, são facilmente
tumores malignos. identificáveis através da simples
inspeção do acidentado, visto que o
MELENA sangue flui externamente.
Saída de sangue através do ânus
de coloração muito escura semelhante à AS INTERNAS
borra de café. Não são visíveis. São
Origina-se da parte alta do tubo diagnosticadas através de sinais e
digestivo e tem forte odor. Causas: sintomas indiretos, tais como: palidez da
Varizes do esôfago, úlceras e tumores pele, taquicardia, pulso rápido e fino,
malignos do estômago. resfriamento das extremidades e
sensação de fraqueza. O paciente pode
ENTERORRAGIA sentir sede.
Sangramento oriundo das porções
finais do tubo digestivo, eliminado pelo
ânus, e de cor vermelho vivo. Causas: TRATAMENTO DAS HEMORRAGIAS
Lesões dos intestinos como ulcerações,
hemorróidas, úlceras provocadas pela MEDIDAS GERAIS
Febre Tifóide, tumores malignos do reto, Quando a hemorragia não pára
etc... por si mesma, deve-se deitar o paciente
e elevar, por exemplo, a parte ferida de
HEMATÚRIA (URINA) um membro lesado (por exemplo), se
Sangramento proveniente do não houver fratura
sistema urinário, e é eliminado juntamente
com a urina. Causas: Traumatismo dos MEDIDAS ESPECÍFICAS
rins, cálculos renais, lesões e câncer de Pode-se utilizar a compressão ou
bexiga e ruptura de varizes prostáticas. o garroteamento para fazer cessar uma
hemorragia. Na hemostasia por
MENORRAGIA (VAGINAL) compressão, o socorrista comprime
Saída de sangue pela vagina, por diretamente o foco hemorrágico com
conseqüência deficiência hormonal. Não

315

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

uma gaze, ou faz um curativo TIPOS DE FRATURA


compressivo.
Pode-se também comprimir a FECHADA OU SIMPLES
principal artéria da região de encontro a Quando não há comunicação
um osso longe do local do ferimento. É a entre o foco de fratura e o meio
compressão indireta ou à distância. ambiente, permanecendo, portanto, a
pele íntegra.
TORNIQUETE
Essa medida pode ser realizada COMPLETA
por garrote ou torniquete. É empregada Quando os fragmentos ósseos se
em ferimentos graves dos membros destacam nitidamente.
quando todas as outras tentativas não
surtirem o efeito desejado, e onde o risco INCOMPLETA
de vida está presente. O garrote deve ser Quando apenas uma das corticais
colocado sempre entre o ferimento e o do osso é rompida. É também chamada
coração. de subperiostal ou “em galho verde”. São
Quando se utiliza o garrote com o muito comuns nas crianças até os 10 nos
auxilio de um pedaço de madeira para de idade, onde os ossos são flexíveis e
apertar e afrouxá-lo, estamos fazendo um elásticos como um galho verde.
torniquete. Tanto um como o outro deve
ser mantido apertado 15 minutos e COMINUTIVA
afrouxá-lo por 30 segundos. Nunca usar Quando se formam mais de dois
arame, cabo, barbante ou outro material fragmentos ósseos.
muito fino para fazer garrote ou
torniquete. EXPOSTA
Nos casos de hemorragia interna, Quando há comunicação entre o
o passageiro deve ser mantido em foco de fratura e o meio externo, sendo a
repouso em decúbito dorsal, e com a pele lesada.
cabeça mais baixa que o resto do corpo; É fundamental para essa
exceto se houver ferimentos na cabeça, classificação, que os ossos fraturados
suspeita de fratura do crânio ou derrame estejam expostos.
cerebral, ocasião em que a cabeça deve
ser mantida elevada. Não se deve dar SINTOMAS
bebidas alcoólicas em nenhuma hipótese,  Dor intensa;
tampouco, dar líquidos à vítima  Edema
inconsciente ou semiconsciente, ou  Impotência funcional;
quando houver suspeita de lesão do
 Diferença no comprimento do
abdômen.
membro lesado;
FRATURAS  Desalinhamento ósseo;
 Movimento anormal
É a solução de continuidade total
 Hemorragia
ou parcial de um osso, determinado por
um agente traumático, cuja intensidade da
força atuante suplanta a elasticidade e a
resistência do osso.

316

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

TRATAMENTO b. LESÕES ÓSSEAS


 Imobilização da fratura com talas São aquelas que ocorrem à altura
rígidas, atingindo a articulação do crânio, podendo, nesses casos,
acima e abaixo da fratura; ocorrer formação de hematomas
 Evitar mover ou manipular o local intracranianos, extradural e subdural e
afetado, pois pode haver risco de afundamento ósseo.
lesão grave; de um vaso ou nervo;
 Nunca tentar fazer a redução da c. LESÕES ENCEFÁLICAS
fratura Onde o Sistema Nervoso Central
(cérebro) é atingido, com graves
repercussões em todo o organismo. Na
TRAUMATISMO CRÂNIO – maioria das vezes, estas duas últimas
ENCEFÁLICO lesões estão associadas (óssea e
O cérebro encontra-se localizado encefálica).
na caixa craniana, protegido ainda pelas A inspeção e apalpação da
meninges (dura mater, pia mater e cabeça do acidentado nos dá valiosas
aracnóide) e circundado, pelo líquido informações sobre:
céfalo-raquidiano (LCR), em situação que
o torna imune a traumatismos moderados.  Extensão das lesões do couro
cabeludo, presença de
hematomas ou fraturas ósseas, e
TIPOS DE LESÕES a existência de hemorragias pelo
nariz ou ouvido;
São três os tipos de lesões
conseqüentes a um traumatismo crânio –  Estado de consciência que é
encefálico, a saber: avaliado através da resposta a
a. Lesões Superficiais estímulos térmicos tátil, doloroso
e viva voz;
b. Lesões ósseas, e
c. Lesões encefálicas  Condição respiratória, podendo
esta mostrar-se lenta e profunda,
a. LESÕES SUPERFICIAIS o que indica lesão cerebral.
São aquelas em que apenas o  Freqüência do pulso, que se lento
couro cabeludo é lesado. Apesar de e cheio, é provável sinal de lesão
sangrar bastante não traz maior neurológica;
complicação, por não haver lesão  Condições dos olhos das pupilas,
neurológica. O acidentado mantém-se que poderão apresentar desvios
consciente, sem maiores sintomas. oculares, e desigualdades das
pupilas. Isto também indica lesão
TRATAMENTO cerebral;
Fazer o tratamento das feridas,  Vômito em jato nos dá indício de
lembrando sempre que o couro cabeludo que está havendo hipertensão
sangra muito, podendo ser necessário intracraniana;
aplicações de um capacete compressivo  Descontrole dos esfíncteres, onde
com atadura de crepe. o acidentado pode urinar e
evacuar sem controle, em

317

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

conseqüência de lesão  Verificar: estado geral, choque,


neurológica. respiração, hemorragias e
extensão das lesões;
 Escolher o decúbito, ou seja, a
TRATAMENTO DE LESÕES posição para colocar o
acidentado (decúbito dorsal com
CRÂNIO – ENCEFÁLICAS cabeça lateralizada);
 Curativo sobre os ferimentos:
A preocupação imediata é a capacete com faixa e crepe se for
manutenção das funções vitais, a o caso;
respiração, o pulso e a pressão arterial.  Não administrar líquido ou
Fazer o tratamento das feridas, medicamentos.
com extremo cuidado, protegendo as
lesões com gaze esterilizada, e se
necessário, aplicar capacete com faixa de FRATURA DA COLUNA
crepe, sem compressão excessiva. Caso VERTEBRAL
o paciente esteja consciente, mantê-lo Várias são as causas que
sentado ou semi – sentado. Se estiver poderão provocar uma fratura da coluna
inconsciente, o decúbito recomendado é o vertebral. Entre elas podemos citar: as
dorsal, com a cabeça lateralizada. Não quedas de costas, de pé bruscas,
administrar medicamentos ou umedecer a movimentos com a cabeça, (muito
boca da vítima com gaze embebida em comum em acidentes automobilísticos
água. lesão em chicote), bem como um
movimento excessivo de flexão ou
extensão da coluna.
FRATURA DO CRÂNIO Ao se encontrar um passageiro
Uma vítima de fratura do crânio caído, e deitado de costas, não se deve
requer cuidadosa observação, visto tratar- levantá-lo, a menos que o mesmo
se sempre de uma lesão grave; e consiga mover os membros, incluindo
dependendo da intensidade do mãos e pés.
traumatismo, poderá apresentar. Se houver impossibilidade para
realizar esses movimentos, a coluna
SINTOMAS vertebral poderá estar fraturada e, muito
 Perda da consciência que poderá provavelmente com lesão neurológica.
ser imediata ou tardia;
 Cefalgia (dor de cabeça intensa);
 Vômitos com freqüência em jato; SINTOMAS
 Confusão mental;  Dor na região cervical, dorsal ou
 Hemorragia pelos ouvidos e boca; lombar, com irradiação para os
 Convulsão. membros.
 Sensação parestésica
TRATAMENTO (formigamentos) nos membros
 Estimulo para manter o acidentado superiores ou inferiores;
acordado;  Hipoestesia ou anestesia,
diminuição ou ausência de dor no
318

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

tronco, a partir do ponto onde


ocorre a fratura da vértebra;
 Impossibilidade de fazer LESÕES OCULARES
movimentos voluntários com os Um traumatismo ocular,
membros superiores e inferiores. dependendo da sua intensidade, pode
resultar em grave prejuízo à visão,
chegando às vezes à cegueira total.
TRATAMENTO Essas lesões classificam-se em:
 Transportar cuidadosamente o
acidentado imobilizado; EXTERNAS
 Colocá-lo sobre uma maca dura  Afetando os órgãos anexos do
em decúbito dorsal; globo ocular: pálpebras,
 Não fletir a cabeça e mantê-la supercílios e conjuntivas
imobilizada; bulbares;
 Deslocá-lo somente após haver
colocado apoio (coxins) sob as INTERNAS
curvaturas das regiões cervical,  As que atingem as camadas do
lombar e sob os joelhos, para globo, tais como a córnea,
evitar retificação da coluna; esclera, íris coróide, retina, etc.
 Não administrar medicamentos ou
alimentos. MISTAS
 São as que afetam as estruturas
TRAUMATISMOS PARTICULARES DA internas e externas. Ex:
FACE Pálpebras e córnea.

A simples inspeção da face do TRATAMENTO


acidentado pode nos mostrar a maioria  Nunca utilizar os anti-sépticos
das lesões aí localizadas. convencionais no olho afetado
Podemos visualizar a existência de (iodo, mertiolate e mercúrio
hematomas, edemas, deslocamento, cromo);
afundamentos ou saliências ósseas.  Lavar o olho abundantemente
Devemos apalpar delicadamente as com água limpa;
regiões suspeitas e fazer cuidadosa  Nunca tentar remover corpos
limpeza da cavidade oral, evitando-se estranhos;
asfixia. Devemos ainda verificar.  Não permitir que a vítima
esfregue o olho afetado;
 A simetria das estruturas da face;  Fazer curativo oclusivo.
 A boa oclusão dos dentes;
 A movimentação das pálpebras,
bochechas, mandíbulas e da LESÕES NASAIS
língua; Nas lesões não sangrantes pode-
 A drenagem de sangue pelos se aplicar gelo sobre o nariz, para reduzir
orifícios naturais: nariz, ouvido e o edema e diminuir a dor.
boca. Nas lesões sangrantes,
hiperestender a cabeça do acidentado, e
319

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

fazer compressão digital na asa do nariz  Imobilizar a mandíbula contra o


lesado contra o septo nasal por 2 a 3 maxilar superior, como no caso
minutos. anterior.
Se essa manobra não surtir efeito,
fazer tamponamento com gaze embebida TRAUMATISMO DO PESCOÇO
em água oxigenada a 10%. As causas mais freqüentes de
lesões nesta região são as quedas de
cabeça para baixo, acidentes
LESÕES BUCAIS automobilísticos, de motocicleta, etc...,
Deve-se, antes de tudo, proceder podendo ocorrer:
a limpeza da cavidade oral. Nas lesões de
menor gravidade, o sangramento tende a LESÕES DE VASOS SANGUÍNEOS
estancar espontaneamente. Não Percebe-se esta ocorrência pela
administrar alimentos. formação de um volumoso hematoma na
região, e pelo estado de choque que
poderá se estabelecer precocemente.
LESÕES MANDIBULARES Pode ocorrer dificuldade respiratória por
compressão da traquéia. Para amenizar
FRATURAS MANDIBULARES o quadro, fazer compressão digital sobre
Deve ser feita a imobilização o vaso lesado.
através de atadura de crepe, passando
sob a mandíbula e elevando-a contra o CORPOS ESTRANHOS
maxilar superior, mantendo os dentes
cerrados. NOS OLHOS

LUXAÇÃO DA ARTICULAÇÃO MANIFESTAÇÕES


TÊMPORO–MANDIBULAR (ATM)  Lacrimejamento;
É a queda do queixo. É o único  Ardência;
tipo de luxação que o comissário poderá  Dor local;
tentar reduzir (colocar no lugar) e o que  Irritação ocular
deve ser feito prontamente. (vermelhidão); e
 Inflamação.
TÉCNICA
 Colocar o passageiro sentado, CONDUTA
com a cabeça estendida;  Lave imediatamente o olho
 Proteger os polegares com gaze e afetado com bastante água fria,
colocá-lo sobre os dentes molares de modo contínuo e lento por 2 a
inferiores; 3 minutos;
 Apoiar os outros dedos no ângulo  Solicite que a vítima pestaneje,
da mandíbula; ou mantenha o olho fechado para
 Fazer pressão para baixo e para que a própria lágrima locomova o
trás; corpo estranho para o canto do
 Repetir essa manobra três a olho, e tente retirá-lo com um
quatro vezes, até conseguir a cotonete ou gaze;
redução;
320

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

 No caso de corpo perfurante ou bata entre as omoplatas


encravado no globo ocular, pedir à (Escápula).
vítima para não esfregar o olho.  Tente a manobra de Heimlich,
Não tente retirá-lo. Faça um posicionando-se por trás da
curativo oclusivo e encaminhe ao vítima, contornando sua cintura
médico. com os braços. Fechar uma das
mãos superpondo à outra no
NO NARIZ punho na altura do epigástrio da
 Encha os pulmões de ar, pela vítima, e aplicar forte e rápida
boca; compressão. Repetir várias vezes
 Comprima com o dedo a narina se necessário;
não obstruída;  Caso não seja possível remove-
 Expulse o ar dos pulmões através lo, faça uma traqueostomia.
da narina obstruída, mantendo a
boca fechada;
 Caso não seja eliminado, pingue
algumas gotas de óleo vegetal TRAUMATISMO TORÁXICO
para aliviar a irritação; Conforme sabemos, o ar é
 Não tente retirá-lo e encaminhe ao inspirado para dentro dos pulmões
médico. graças à pressão negativa criada pelo
diafragma e pela caixa toráxica. Se um
NOS OUVIDOS ferimento coloca em comunicação
 Deite a vítima com o ouvido permanente a parte interna (cavidade
afetado para cima; pleural) com a parte externa (atmosfera),
 Pingue algumas gotas de óleo este mecanismo de inspiração é
vegetal ou azeite morno; seriamente comprometido passando o ar
 Em caso de ser vivo (inseto), tente também a penetrar pelo orifício causado
atraí-lo incidindo um facho de luz. pelo ferimento, determinando o
Não conseguindo, pingue algumas colabamento do pulmão do lado afetado.
gotas de óleo ou azeite vegetal.  Pneumotórax.
Não conseguindo mesmo assim,
pingue algumas gotas de álcool; e TIPOS DE LESÕES
 Não tente retirá-lo procure um
médico. EXTERNA
São ferimentos que atingem a
NA GARGANTA pele e o tecido subcutâneo do tórax.
 Acalmar a vítima; Nas lesões das costelas, o
 Solicite que a vítima tussa; principal sintoma é a dor que piora com
 Tente remover o corpo estranho os movimentos respiratórios.
introduzindo o indicador junto às Algumas vezes, há formação de
paredes da boca para conseguir edema ou hematoma local. O tratamento
abordar o objeto por trás, e assim consiste no enfaixamento do tórax,
trazê-lo para fora; visando diminuir os movimentos
 Quando se trata de criança, respiratórios e a tosse. Quando se
coloque-a de cabeça para baixo e apalpa a região afetada há exacerbação
321

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

da dor. Podem ocorrer as seguintes FERIMENTOS ABDOMINAIS


complicações:
SUPERFICIAIS
 Pneumotórax: Ar na cavidade  Quando atingem somente a pele,
pleural; o tecido celular subcutâneo ou a
 Hemotórax: Sangue na musculatura, não penetrando na
cavidade pleural; cavidade abdominal.
 Insuficiência respiratória; e
 Choque. PROFUNDOS
O acidentado poderá apresentar  Devemos considerar como
um quadro de hemoptise. Em alguns ferimento profundo, aqueles que
casos podemos observar através de atingem o peritônio ou alguma
ferida. Neste caso, deve ser feito o víscera. Devido ao grande
curativo com o PAX em apnéia e número de órgãos existentes na
expiratória. cavidade abdominal, o quadro é
O tratamento depende também extremamente variável,
das condições respiratórias do PAX. Se o dependendo da víscera que for
mesmo estiver respirando normalmente, atingida.
mas queixando-se de dor intensa, deve-
se fazer o enfaixamento do tórax SINTOMAS E SINAIS
semelhante ao da fratura de costelas.  Dor abdominal intensa, a princípio
Porém, se houver dispnéia intensa, onde localizada, mas que
o enfaixamento do tórax é contra precocemente se torna difusa;
indicado.  Vômitos: podem ser precoces ou
tardios, de constituição alimentar,
TRAUMATISMO ABDOMINAL mucosa, biliar, fecalóide ou
O abdome, sítio de várias lesões mesmo fecal. Estes dois últimos
traumáticas em um acidente, não indicam maior gravidade e
apresenta arcabouço ósseo, o que o toma duração do caso;
mais vulnerável a esses traumatismos. Os  Distensão abdominal: acentuado
principais são: aumento do volume do abdome,
como ocorre nos casos em que
CONTUSÃO ABDOMINAL houve lesão de uma víscera oca
Quando não ocorre solução de como o estômago ou intestino;
continuidade (ferimento) da parede  Choque: que pode se estabelecer
abdominal. Geralmente são produzidos por dois mecanismos;
por pancadas. Em muitos casos, embora neurogênico e hemorrágico;
não haja aparentemente lesão externa  Víscera abdominal: pode ocorrer
grave, poderão ocorrer lesões internas a exposição de uma víscera
como a ruptura de uma víscera. abdominal através do ferimento;
 Febre: onde deve ser feito o
controle da temperatura axilar ou
retal.

322

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

TRATAMENTO PULSO
 Em lesões superficiais; Pode-se apresentar cheio, fino,
 Tratar os ferimentos com os célere, ou mesmo ausente.
cuidados de uma boa assepsia;
 Nas lesões profundas; CONDIÇÃO DA PELE MUCOSA
 Manter o passageiro em jejum, Onde a palidez indica má
sem ingerir qualquer tipo de condição circulatória e, a cianose má
alimento, nem mesmo líquidos; oxigenação do sangue, devido à
 Se houver exteriorização de alteração pulmonar ou circulatória;
alguma víscera, não tente
recolocá-las na cavidade CONDIÇÕES DOS OLHOS E PUPILAS
abdominal. Fazer cuidadosamente Pode haver desvio conjugado dos
limpeza local com soro fisiológico olhos e pupilas, ou desigualdade das
ou água limpa, evitando manipular pupilas;
as vísceras.
 Recobrir a lesão com gaze REALIZAÇÃO DE MOVIMENTOS
esterilizada umedecida em soro VOLUNTÁRIOS
fisiológico ou em água limpa, e, se Em que o acidentado poderá
possível, aquecida à temperatura realizá-los ou não movimentos
corporal. voluntários;

NÃO TENTAR RETIRAR VÔMITOS


CORPOS ESTRANHOS ENCRAVADOS Presentes ou não, e com as mais
NO ABDÔMEN. diversas características;

POLITRAUMATIZADO OUTROS SINTOMAS


Convulsão, anúria, febre,
É o indivíduo que sofreu várias
evacuação e sudorese intensa.
lesões traumáticas em vários segmentos
do corpo. São quadros clínicos graves em
TRATAMENTO
que o risco de vida está sempre presente.
 Manter a permeabilidade das vias
Ante a um quadro dessa natureza um
aéreas;
exame cuidadoso e orientado da vítima
nos dará importantes dados sobre o seu  Promover o estancamento das
estado, a saber: hemorragias (hemostasia);
 Imobilização provisória das
ESTADO DE CONSCIÊNCIA fraturas;
É verificado através da resposta a  Tratamento das feridas através
estímulo térmico, tátil, doloroso, ou viva de curativos;
voz;  Transporte do politraumatizado
que deve obedecer aos seguintes
CONDIÇÕES RESPIRATÓRIAS critérios: nos casos de
Pode-se mostrar lenta, dificultosa traumatismo crânio-encefálico, se
ou ausente. o passageiro estiver consciente,
deverá ser mantido em posição
sentado ou semi-sentado. Se
323

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

estiver inconsciente, deverá ser  Observar o aspecto físico da


mantido em decúbito ventral, com urina (cor, odor, etc.);
a cabeça lateralizada. Nos casos  Em caso de choque administrar
de traumatismo toráxico, se o soro e o antídoto específico.
paciente estiver consciente,  Administrar analgésico ou
deverá ser mantido sentado ou antitérmico em caso de dor
semi-sentado. Se estiver intensa ou febre alta;
inconsciente, deverá ser mantido  Antídoto universal: duas partes de
em decúbito dorsal, com a cabeça torradas queimadas, uma parte
em hiperestensão e lateralizada. de leite de magnésia e uma parte
Quando se tratar de traumatismo de chá forte;
da coluna vertebral, o paciente  Transportar urgentemente para o
deverá ser mantido, hospital.
rigorosamente, em decúbito dorsal
com o apoio de todas as
curvaturas naturais da coluna com VENENOS CORROSIVOS
coxins, e dois suportes laterais
para a cabeça.
PARA OS ÁCIDOS
 Dar leite de magnésia ou claras
ENVENENAMENTO de ovo batidas (quatro claras para
1 litro de água);
 Veneno é qualquer substância
que, quando ingerida, absorvida, PARA AS BASES
aplicada à pele ou desenvolvida  Dar leite, suco de frutas ou
no próprio organismo, produz vinagre diluído em água;
lesão.  NÃO FAÇA LAVAGEM
GÁSTRICA;
OBJETIVO DO TRATAMENTO
 NÃO PROVOQUE VÔMITOS; e
 Remover ou inativa o veneno
 Encaminhar para um socorro
antes de ser absorvido;
hospitalar.
 Prestar cuidados de manutenção;
 Empregar o antídoto específico; VENENOS NÃO CORROSIVOS
 Providenciar a aceleração da  Dar leite ou água morna em
eliminação de veneno absorvido. grande quantidade;
 Provocar vômitos (ministrar três a
VENENOS INGERIDOS quatro copos de água morna com
 Mantenha a vítima em repouso e sal ou sabão);
agasalhada;  Fazer lavagem estomacal com
 Manter as vias aéreas permeáveis água morna ou soro fisiológico
e observar o aparelho cardio - em abundância.
respiratório;
 Fornecer oxigênio, se necessário; VENENOS INALADOS
 Em caso de parada cardio-  Remover a vítima para o local
respiratória realizar massagem livre e arejado;
cardio-respiratória;
324

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

 Administrar oxigênio;  Ocorre para possibilitar o acesso


 Não dar bebidas alcoólicas; do feto ao canal do parto
 Manter a vítima aquecida; (vagina), sendo determinada
 Se for intoxicação por monóxido pelas contrações uterinas. Este
de carbono (CO), administrar período caracteriza-se por cólicas
oxigênio a 100%, com máscara, no baixo ventre provocados por
sob pressão. essas contrações. A princípio
espaçadas, as dores intensificam-
VENENOS DE CONTAMINAÇÃO se com o trabalho de parto, até
CUTÂNEA atingir uma média de três a
 Aplicar jato d’água enquanto retira quatro, a cada dez minutos. O
as vestes da vítima; tempo de duração desta primeira
 Lavar a pele com água abundante etapa varia muito entre as
e corrente; mulheres. Para a primeira
 Evitar o estado de choque; gravidez (primigesta), a média
 Manter a vítima agasalhada; está entre quatro a dez horas; e
nas demais gestações
 Procurar socorro médico
(multíparas) varia entre três a seis
urgentemente.
horas.
PARTO SÚBITO
Etapa 2: Expulsão do Feto:
Denomina-se parto súbito, aquele  Período expulsivo caracterizado
que ocorre fora do ambiente médico – pela saída do feto do interior do
hospitalar. A gestação normal, com organismo materno. Normalmente
duração de 9 meses (36 semanas), é breve, ocorrendo em cerca de
culmina com o parto. A interrupção da três a dez minutos. Esta etapa
gestação com menos de 28 semanas, ou pode ocasionar lacerações
7 meses, é considerada abortamento. O maternas, ou mesmo
parto prematuro ocorre entre o 7º e 8º traumatismos fetais.
mês. Completado os 9 meses, o parto é
denominado a termo. Etapa 3: ELIMINAÇÃO DA
PLACENTA
O trabalho de parto pode
 Na maioria das vezes ocorre
subdividir-se nas seguintes etapas:
cerca de dez a vinte minutos após
 Dilatação do colo uterino como a expulsão do feto. Este
eliminação do tampão mucoso e fenômeno verifica-se
líquido amniótico; espontaneamente.
 Expulsão do feto;
 Eliminação da placenta ou
dequitação. ATENDIMENTO AO PARTO
Sendo inevitável o parto, o
Etapa 1: Dilatação do colo
socorrista rapidamente deve orientar-se
uterino com a eliminação do tampão
quanto à idade da gestação, a
mucoso e líquido amniótico:
multiparidade ou não, e à duração do

325

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

trabalho de parto da gestante. Em saco plástico, para ser entregue à


seguida: equipe médica que for receber a
parturiente no aeroporto.
 Comunicar ao Comandante e
procurar um médico a bordo
(anotar o nome e o CRM do
mesmo); Urgência
 Preparar todo o material a ser As urgências podem ser dividas
utilizado, tais como: tesoura, fios, em quatro categorias, a saber:
mantas, etc.
 Manter a gestante depois Extrema Urgência
parturiente, deitada antes e depois (Remoção imediata), nos casos
do parto; de:
Hemorragias, internas,
No momento do parto, proteger o hemorragias externas que não se detém
períneo da parturiente e desfazer alguma com o garroteamento;
circular do cordão umbilical, porventura Hemorragias arteriais;
existente; Os grandes choques (grandes
Após a saída do feto, mantê-lo queimados);
com a cabeça para baixo, limpando as  Ferimento no tórax;
vias aéreas, evitando aspiração;  Asfixiados.

 Proceder a ligadura do cordão Primeira Urgência


umbilical e a posterior secção do (Remoção antes de uma hora)
mesmo, sem tracioná-lo, a uma  Situação de garroteamento;
distância média de 7 cm (4 dedos  Membros esmagados;
transversos) do abdome do bebê;  Ferimentos abdominais.
 Providenciar dois cordões limpos e
proceder a ligadura do cordão Segunda Urgência
umbilical do feto como segue: Remoção antes de três horas
 Medir 4 ou 5 dedos transversos ao  Fraturas do crânio;
abdômen do feto e dar um forte nó  Fraturas da coluna vertebral;
com um dos cordões.
 Fraturas da pelve;
 A uma distância aproximada de 3  Fraturas expostas e ferimentos
dedos dar outro nó e cortar entre
profundos.
eles. Sem Urgência Ou Pequena
 Após o corte do cordão, promover Urgência (Remoção posterior)
a limpeza da criança, começando  Fraturas fechadas dos membros
pelos olhos, mantendo-a sempre e ferimentos com pouca
aquecida; gravidade.
 Aguardar a eliminação da
placenta, massageando o baixo Com base nestas categorias, o
ventre da parturiente; e socorrista poderá priorizar o
 Uma vez eliminada a placenta, a atendimento, tendo sempre em mente as
mesma deve ser guardada em um
326

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

três situações mais críticas que exigem


um pronto atendimento, e que são:
1 – Parada cardíaca;
2 – Parada respiratória;
3 – Hemorragias.

327

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

Exercícios

1. Podemos chamar de extrema urgência, e quais as providências que o socorrista deve


tomar:

a) Hemorragias internas e externas, as hemorragias arteriais, grandes choques, grandes


queimados, ferimento no tórax, asfixia. Providenciar remoção imediata da vítima.
b) Desidratação em idosos. Providenciar a administração de soro.
c) Diarréia. Ministrar medicação adequada.
d) Fratura do crânio. Providenciar imobilização e curativos se necessário.

2. O que podemos classificar como segunda urgência, de quanto tempo dispomos, e


quais as providências a serem tomadas pelo socorrista:

a) Hemorragias e queimaduras, a remoção deve ser feita em até 5 horas, o socorrista deve
observar o nível de consciência da vítima.
b) Fraturas fechadas, remoção imediata, o socorrista deve imobilizar a região afetada.
c) Fraturas de crânio, coluna vertebral, pelve, as expostas e ferimentos profundos. A remoção
deve ser feita antes de 3 horas. O socorrista deve providenciar a imobilização da vítima em
prancha rígida e a sua remoção.
d) Grandes choques, remoção em até 30 minutos,o socorrista deve verificar sinais vitais.

3. As 3 situações mais críticas em que o socorrista deverá priorizar o atendimento são:

a) Diarréia, desidratação, atropelamento.


b) Ataque epilético, fratura fechada, intermação.
c) Emergência, urgência, intercorrência.
d) Extrema urgência, primeira urgência, segunda urgência.

4. O que é uma contusão, quais os sinais e sintomas, qual o procedimento de um primeiro


socorro:

a) É uma lesão profunda, com sangramento aparente, devemos chamar um médico


imediatamente.
b) É uma lesão superficial do corpo sem laceração da pele, produzida por um impacto. São
sinais e sintomas as dores localizadas no ponto traumatizado, equimose, edema O socorrista deve
aplicar gelo no local, protegendo a pele com um pano, e imobilizar com uma faixa.
c) É um traumatismo articular, com dor difusa, devemos fazer imobilização da região afetada.
d) É um ferimento aberto, com evisceração, devemos acalmar a vítima.

5. Qual a diferença entre entorse e luxação, quais os sintomas de cada um, qual o
procedimento de um primeiro socorro:

a) Na entorse há perda da relação entre as superfícies articulares, e na luxação não existe o


comprometimento das peças ósseas. Ambas não apresentam dor intensa, impotência funcional,
edema, entre outros. O socorrista deve aplicar gelo no local, protegendo a pele com um pano e
imobilizar com uma faixa, além de providenciar o repouso da articulação atingida.
b) Na entorse não há perda da relação entre as superfícies articulares, e na luxação existe o
comprometimento das peças ósseas, ocorrendo à perda da relação entre as mesmas. Ambas
apresentam os mesmos sinais e sintomas, dor intensa, impotência funcional, edema, entre outros.
O socorrista deve aplicar gelo no local, protegendo a pele com um pano e imobilizar com uma
faixa, além de providenciar o repouso da articulação atingida.
c) Entorse e luxação são sinônimas, portanto, têm os mesmos sinais e sintomas que são dor
328

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
PRIMEIROS SOCORROS

Exercícios
localizada e intensa, eritema, edema e impotência funcional. O socorrista deve aplicar pomada
analgésica no local, protegendo a pele com um pano e imobilizar com uma faixa, além de
providenciar o repouso da articulação atingida.
d) Nenhuma das alternativas.

6. O que é um ferimento punctório e qual devem ser os procedimentos do socorrista:

a) São ferimentos causados por instrumentos cortantes (facas navalhas, etc.) que provocam
pequena solução de continuidade na pele, porém profunda. Conduta: hemostasia, antissepsia,
curativo, imobilização.
b) São ferimentos causados por agentes que dilaceram a pele (cacos de vidro, de louça, etc.)
que provocam grande solução de continuidade na pele. Conduta: hemostasia, antissepsia,
curativo.
c) São ferimentos superficiais, geralmente produzidos pelo atrito com superfícies ásperas.
Conduta: antissepsia, curativo, imobilização.
d) São ferimentos causados por agentes perfurantes (pregos, agulhas, etc.) que provocam
pequena solução de continuidade na pele, porém profunda. Conduta: hemostasia, antissepsia,
curativo, imobilização.

7. O que é hemostasia, como é feita em uma vítima com fratura exposta em membro
inferior direito:

a) Hemostasia é o ato de fazer cessar ou estancar o sangramento. Deve ser feita a imobilização
da fratura com talas rígidas, atingindo a articulação acima e abaixo da fratura.
b) Limpeza cuidadosa com água e sabão. Imobilização apenas com talas.
c) Hemostasia é um tipo de hemodiálise. Em fraturados deve ser realizado apenas em ambiente
hospitalar.
d) Nenhuma das anteriores.

8. Quais as medidas gerais no socorro a uma hemorragia em membro superior direito


onde não há fraturas:

a) Compressão e garroteamento.
b) Utilizar a compressão para fazer cessar a hemorragia, utilizando a pressão direta no foco
hemorrágico com uma gaze limpa ou fazer um curativo compressivo.
c) Não utilizar a compressão para fazer cessar a hemorragia, utilizar torniquete com pressão
direta no foco hemorrágico em seguida fazer um curativo compressivo.
d) Compressão, garrotemento, hemostasia e antissepsia.

9. O que é garroteamento e como deve ser feito e em que situação:


a) É uma medida de antissepsia utilizada em socorros imediatos.
b) É um tipo de curativo utilizado em vítimas de fraturas.
c) É uma medida de hemostasia empregada em ferimentos graves, nos membros, quando todas
as outras tentativas não surtiram efeito. Deve ser colocado sempre entre o ferimento e o coração.
d) É um tipo de curativo oclusivo geralmente utilizado em ferimentos abertos.

10. Quais os sinais e sintomas das hemorragias internas:

a) Estado de Angústia.
b) Estado Epilético
c) Estado de Choque.
d) Estado Hemorrágico.
329

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

CONHECIMENTOS GERAIS DE
AERONAVES

1 - AERODINÂMICA

Parte da Física que estuda o ar e


outros gases em movimento, no tocante
às suas propriedades e característica e 2 - O AVIÃO E SUAS PARTES
as forças que exercem nos corpos neles
imersos. Em geral, estruturalmente, o avião é
dividido em cinco partes principais:
Superfície aerodinâmica: é um corpo
sólido cuja forma oferece pequena
resistência ao ar e ao seu deslocamento.

01. Aeronave: é todo aparelho BALÃO


manobrável em voo, que possa AEROSTATO DIRIGÍVEL
sustentar- se e circular no espaço
aéreo mediante reações CLASSIFICAÇÃO HELICÓPTERO
aerodinâmicas, apto a transportar DE AERONAVES AERÓDINO AUTOGIRO
coisas ou pessoas (art. 106 – PLANADORES
CBAER.) AVIÕES
02. Aerostatos: são corpos mais leves
que o ar. Voam baseados no
princípio de Arquimedes – Todo
corpo mergulhado em um fluido
recebe de baixo para cima, uma
pressão igual ao peso do volume
deslocado.

Balão Balão de ar Dirigível


quente

03. Aeródinos: são corpos mais


pesados do que o ar. Seu voo se
baseia no princípio de Daniel
Bernoulli – Num fluido em movimento
2.1 Fuselagem
, quando a velocidade aumenta , a
2.2 Empenagem
pressão estática diminui. E também,
2.3 Trem de Pouso
nas leis de Newton (terceira lei –
2.4 Grupo Moto-Propulsor
Ação e Reação).
2.5 Asa

330

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

2.1 - FUSELAGEM

É a parte do avião onde são fixadas as


asas e a empenagem, onde se alojam os
tripulantes, passageiros e também a
carga. Contém ainda os sistemas, trem
de pouso, motor, etc. Tem o formato
cilíndrico como se fosse um charuto.

Podemos classificar os aviões quanto Quanto ao número de lugares que a


à fuselagem da seguinte forma: fuselagem dos aviões podem comportar,
são classificados em:
a) Estrutura Tubular: formada por
tubos de aço, constituindo então a  Monoplace: lugar para uma
fuselagem, esta ficando parecida pessoa
com uma caixa.  Biplace: lugar para duas
pessoas
 Triplace: lugar para três
pessoas
 Multiplace: lugar para mais de
três pessoas

2.2 - EMPENAGEM

A empenagem vem a ser o conjunto


de componentes na cauda de um avião
(figura 4) e divide-se em quatro partes:

Vertical – Estabilizador vertical


Horizontal - Estabilizador horizontal
Leme de direção Leme de
Profundidade ou Profundor

b) Estrutura Monocoque: a estrutura é


constituída de anéis (cavernas) e
revestimento externo, ou seja, anéis
dispostos longitudinalmente e coberto
por alumínio.
c) Estrutura Semi-monocoque: a
estrutura se compõe de anéis,
longarinas e revestimento externo,
praticamente a reunião das
estruturas acima citadas.

331

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

pouso para redução do atrito com o ar,


2.3 - TREM DE POUSO devido a isto, podem ser chamados:

É o órgão que serve para Trem de Pouso Fixo: não recolhe


amortecimento do pouso ou
deslocamento no solo, água ou neve.
Os aviões podem pousar ou decolar
em superfícies sólidas (Litoplanos),
líquidas (Hidroplanos) ou em ambas
(Anfíbios).

Dependendo da posição onde está


colocado o trem, existe a seguinte Trem de Pouso Retrátil: recolhe
classificação para os aviões: parcialmente

A) Aviões convencionais: roda


direcional chamada “bequilha” localizada
atrás do trem de pouso principal.

Trem de Pouso Escamoteável: recolhe


e se aloja totalmente na fuselagem, asas
ou nacele do motor

B) Aviões triciclos: roda direcional


localizada à frente do trem de pouso
principal.

C) Hidroaviões:
Quanto ao meio de decolagem e
pouso, o avião pode ser:

 Litoplanos: só utiliza pistas.


 Hidroplanos: só utiliza meios
líquidos.
 Anfíbio: utiliza tanto pistas
quanto superfícies líquidas.
Os aviões possuem um sistema que 2.4 - ASA
permite o recolhimento do trem de

332

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

É o componente estrutural que produz


a sustentação necessária ao voo. Podem
também ser usadas para alojamento do
trem de pouso, tanque de combustível e
berço dos motores. Dependendo de sua
área e formato, a sustentação poderá ser
maior ou menor.
Considerando-se o conjunto de asas
como um “plano”, pode-se classificar os
aviões quanto ao número de planos de  Multiplano – mais de 4 asas
asa:

 Monoplano – 1 asa Classificação quanto à posição da


asa:

 Asa baixa – fixada sob a


fuselagem

 Biplano – 2 asas

 Asa média – fixada no meio da


fuselagem (figura 14).

 Triplano – 3 asas

 Quadriplano – 4 asas

333

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

 Asa alta – fixada sobre a


fuselagem

Diedro: Em alguns aviões, quando


observados de frente, percebe-se que as
asas estão “para cima”. Este
posicionamento das asas é chamado de
diedro. Por definição, diedro é o ângulo
formado entre o plano entre o plano de
asas e o eixo transversal do avião (linha
 Asa parassol – fixada fora da imaginária que corta o avião
fuselagem transversalmente).
Quando o plano de asas está “para
cima”, o avião tem diedro positivo, e
quando está “para baixo”, tem diedro
negativo (é o caso de aviões de asa
alta, em geral). O ângulo de diedro está
relacionado com a estabilidade do avião.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
FIXAÇÃO:
 Cantilever – fixadas
diretamente à fuselagem,
através de parafusos e
porcas.

Um avião deve ser lateralmente


estável, porém não exageradamente,
 Semi-Cantilever – fixadas à caso contrário, ele deixaria de obedecer
fuselagem através de montantes adequadamente ao comando dos
ou estais (suportes externos). ailerons.
Geralmente aviões de asa alta de
pequeno porte as utilizam. De fato, em alguns de asa alta, a
fuselagem atua como um poderoso
pêndulo estabilizador, cujo efeito é
parcialmente neutralizado através do uso
de um diedro negativo.

334

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

Enflechamento: é o ângulo formado


entre o eixo transversal e a linha do
bordo de ataque, pode ser positivo, ou
negativo.
Bordo de
Tem a finalidade de manter a ataque
estabilidade direcional, e melhorar o
desempenho dos aviões em altas Bordo de fuga
velocidades, neste caso relacionando-
se a velocidade do avião com a
velocidade de propagação do som.
Quando um avião de asas
enflechadas sofre um desvio lateral,
um dos setores da asa fica mais
exposto, ao vento relativo que o outro; Raiz da
surgem então forças de guinada que asa
podem equilibrar o avião.

Ponta da Asa

Os elementos internos principais da


asa são:

Longarinas: são as estruturas


Deve-se conhecer os elementos principais de uma asa. Sustentam asa
externos e internos de uma asa, para outras partes estruturais e são presas à
estudos posteriores (Teoria de Voo). fuselagem.
Nervuras: dão o formato aerodinâmico
Bordo de Ataque: parte dianteira da à asa. Podem ser: - Verdadeiras: do
asa. bordo de ataque ao bordo de fuga.
Bordo de Fuga: parte traseira da asa. Falsas: apenas no bordo de ataque. De
Dorso ou Extradorso: parte superior compressão: localizadas próximas ao
da asa. trem de pouso.
Intradorso ou Ventre: parte inferior
da asa. Tirantes ou Corda de Piano: são
Corda: Linha reta que une o bordo de cabos de aço esticados em diagonal
ataque ao bordo de fuga. para suportar esforços de tração.
Ponta da Asa: lateral externa da asa.
Raiz da Asa: parte interna da asa que
é fixada na fuselagem.

335

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES
Elementos internos da
asa
 Motor a pistão e hélice ou
Ponta
Bordo Tirante convencional
de Fuga s  Turbo – hélice
Bordo de
Raiz
 Turbo – jato
ataque  Turbo - fan

Motor a pistão ou convencional: usa


como combustível gasolina de aviação
Nervura
s
Long
arinas

Para revestir-se a estrutura da asa, Motor turbo-hélice: nada mais é que


usa-se: um turbo – jato com hélice
Tela: é um tipo de algodão,
impermeabilizado com verniz (Dope).
Este tipo de revestimento é usado em
aviões de pequeno porte, como por
exemplo, P-56 Paulistinha.
Madeira: consiste-se em colar placas
de madeira à estrutura da asa. Também Entre o eixo do motor e a hélice existe
impermeabilizado com Dope. É pouco um redutor de velocidade.
utilizado atualmente.
Chapas de Alumínio: é o A vantagem do turbo- hélice é ter
revestimento mais utilizado atualmente maior tração que um turbo- jato, a baixas
por ser o mais resistente. É fixado velocidades; devido à hélice movimentar
através de rebites. grande massa de ar, principalmente na
decolagem e subida. Utiliza querosene
de avião.
2.5 - GRUPO MOTO – PROPULSOR Motor turbo – jato: é o motor a
reação cuja força impulsora é dada pelos
Os motores produzem a força de gases de escapamento.
tração que impulsiona os aviões,
utilizando-se do princípio de ação e
reação, ou seja, o motor “joga” o ar para
trás e o ar produz uma reação
“empurrando” o avião para frente. São
utilizados para deslocamento dos aviões
no solo, decolagem, e também para
vencer o arrasto.

Os tipos mais usados são: Seu funcionamento se procede da


seguinte forma:

336

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

1. O ar penetra por uma abertura Tem uma maior área da admissão que
dinâmica; o turbo – jato, estas pás impulsionam
mais ar que o compressor do turbo –
2. Este ar é comprimido pelo jato.
compressor e passa por condutores;
Uma grande quantidade deste ar não
3. Para câmara de combustão; entra na câmara de combustão, não
necessitando com isso ser queimado,
4. O combustível é introduzido na produz muito mais tração, com maior
câmara de combustão por intermédio de economia e menor ruído.
uma série de bicos injetores de
combustível; Quando ao número de motores os
aviões podem ser:
5. A mistura ar – combustível é
inflamada por uma vela de ignição  Monomotor – 1 motor
mantendo uma queima constante; o calor  Bimotor – 2 motores
provoca a expansão da massa gasosa e  Trimotor – 3 motores
em consequência uma pressão muito  Quadrimotor – 4 motores
elevada a qual escapa em alta  Multimotor – mais de 4 motores
velocidade:
Hélice: é um aerofólio rotativo que
6. Passa através da turbina e produz uma força de tração sobre o
impulsiona a rotação da mesma; avião.
7. A turbina impulsionada pelos A tração das pás faz com que o perfil
gases inflamados produz a rotação dos forme um ângulo de ataque com a
compressores; direção do vento relativo.
8. A massa gasosa é expelida com Notamos ai que o aerofólio da hélice
grande velocidade em forma de jato, atua exatamente como uma asa, criando
porém, a força propulsiva é obtida uma força de tração, dirigida para a
somente devido à aceleração da massa frente da aeronave
gasosa no interior do motor, segundo o
princípio da Ação e Reação.

Motor turbo – fan: no momento, é o


motor a reação mais usado.
Basicamente é um motor turbo – hélice
onde a hélice foi substituída por pás de
menor diâmetro e que ficam cobertas por
uma carenagem; estas pás produzem
30% a 75% da força de propulsão e não
tem o redutor de velocidade como o
turbo – hélice.
Utilização de motor para ação de
Usa querosene da aviação. Freio
Para auxiliar o avião durante o pouso,
permitindo que se diminua a distância de
337

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

pista necessária para o avião parar, foi motores, iluminação, comunicações,


criado o sistema reverso. acionamento de acessórios e
Este sistema consiste em reverter o instrumentos, recolhimento do trem de
sentido do fluxo de ar, jogando o ar pouso, etc. O funcionamento do sistema
para frente, o que irá provocar a elétrico baseia-se nos princípios de
frenagem do avião. eletricidade e magnetismo, estudados
O sistema reverso é utilizado por em Física.
aviões à jato, e a maioria dos turbo-
hélices.
No caso dos motores a jato quando o Fontes de Eletricidade
reverso é acionado na cabine de
comando duas "conchas defletoras" A alimentação do sistema elétrico do
impedem que o ar saia pelo bocal de avião é feita por baterias e geradores.
descarga, fazendo com que o ar seja Os geradores são máquinas que
mandado para frente. Nos turbo-hélices, transformam energia mecânica em
as pás das hélices, mudam de posição, energia elétrica. Podem ser
através de um comando acionado pelo classificados em dínamos, que geram
piloto, que faz a hélice funcionar como corrente contínua, e alternadores, que
"ventilador" (enviando o ar para frente). geram corrente alternada.

Em aeronaves de médio e grande


porte, podemos encontrar uma fonte
geradora de energia elétrica e
pneumática, através de uma turbina
chamada de APU (Auxilary Power Unit).
Esta fica instalada na empenagem (cone
de cauda) e tem única e exclusivamente
a função de gerador (como já visto) de
pressão pneumática e energia elétrica.
Embandeiramento de Hélice
4 – SISTEMAS PNEUMÁTICOS
O sistema de embandeiramento é
utilizado quando houver pane em um Com o desenvolvimento do transporte
motor. As pás da hélice do motor aéreo comercial, e conseqüentemente do
inoperante são colocadas numa posição tamanho das aeronaves empregadas
em que produza o mínimo de arrasto neste transporte, foram desenvolvidos
possível. sistemas visando proporcionar maior
Diz-se que a hélice está em posição conforto aos passageiros e tripulantes,
de "bandeira", porque as pás ficam como também o voo das aeronaves em
alinhadas com o vento relativo, como maiores altitudes.
uma bandeira. Os sistemas pneumáticos
proporcionam condições de temperatura
e pressão equivalentes aos valores
3 – SISTEMA ELÉTRICO médios da atmosfera terrestre (nível do
mar) nas aeronaves de médio e grande
A eletricidade é utilizada no avião para porte, através da pressurização.
inúmeras finalidades, como ignição dos A pressurização consiste em sangrar
ar sob pressão dos compressores dos
338

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

motores e enviá-lo para dentro do avião


(fuselagem). Este ar, com pressão
muito alta e quente, é misturado com ar
frio e depois de passar por uma série de
filtros especiais, é lançado à cabine.
Como a fuselagem é hermeticamente
fechada, este ar fica acondicionado
sobre pressão no interior da cabine,
donde deriva a expressão  cabine
pressurizada.
Mas, como aliviar a pressão deste ar
de dentro para fora da fuselagem?
Através de válvulas chamadas de Out
Flow Valves (normalmente dois
válvulas, uma dianteira e outra traseira),
que funcionam basicamente como as
válvulas de “panelas de pressão”,
aliviando a pressão quando esta chegar
próximo de seu limite. Para proteger
este sistema quanto às possíveis falhas,
temos ainda as Safety Relief Valves,
que só irão atuar quando da falha das
válvulas normais.

Composição normal de um sistema


Pneumático:
- Controladores de pressão e
temperatura;
- “sangria” do compressor do (s) motor
(ES);
- Válvula misturadora de ar quente e
frio;
- válvulas Out Flow e Safety Relief;
- Acumulador (reservatório) de
pressão;
- APU (opcional), para fornecer
pressão pneumática.
Além de proporcionar o controle de
temperatura e pressão de uma aeronave,
o sistema pneumático pode ainda ser
aproveitado para dar a partida nos
motores (motores a jato e turbo-hélice), e
no sistema de proteção contra gelo
(deicers).

339

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

Exercícios:

01 - Helicóptero pode ser classificado como:


a) aeróstatos,
b) superfícies aerodinâmicas,
c) aeródinos,
d) autogiro

02 - Exemplo de um aeróstato
a) helicóptero,
b) planador,
c) dirigível,
d) avião

03 - “Corpo sólido cuja forma oferece pequena resistência ao ar e ao seu deslocamento” é


definição de:
a) fuselagem,
b) asa,
c) aeronave,
d) superfície aerodinâmica

04 - As aeronaves podem ser classificas como?


a) aerostatos,
b) aeródinos,
c) dirigível,
d) alternativas a e b

05 - Qual a estrutura que é constituída por anéis, cavernas e revestimento externo, ou seja,
anéis dispostos longitudinalmente e coberto por alumínio?
a) monocoque,
b) tubular,
c) semi-monocoque,
d) de aço.

06 - Qual a estrutura que se compõe de anéis, longarinas e revestimento externo?


a) de aço,
b) monocoque,
c) semi-monocoque,
d) tubular

07 - Em quantas partes se divide a empenagem?


a) 1,
b) 2,
c) 3,
d) 4.

08 - O estabilizador vertical é parte do(a)?


a) asa,
b) profundor,
c) trem de pouso,
d) empenagem.
340

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

Exercícios:
09 - Qual a estrutura formada por tubos de aço, constituindo a fuselagem, esta ficando com
uma forma de caixa?
a) forte,
b) monocoque,
c) semi-monocoque,
d) tubular.

10 - Partes que constituem a empenagem:


a) asa, aileron, flap,estabilizador vertical,
b) asa, profundor, flap, estabilizador horizontal,
c) leme de direção, leme de profundidade ou profundor, estabilizador vertical e estabilizador
horizontal,
d) leme de direção, profundor, estabilizador longitudinal e asa.

11 - Com relação ao posicionamento da roda direcional, bequilha, localizada atrás do trem de


pouso principal chamamos de aeronaves:
a) aviões anfíbios,
b) aviões triciclos,
c) aviões convencionais,
d) hidroaviões.

12 - Aeronaves cujo trem de pouso recolhe parcialmente é chamado de:


a) Trem de pouso fixo,
b) Trem de pouso retrátil,
c) Trem de pouso escamoteável,
d) Trem de pouso convencional.

13 - Trem de pouso escamoteável é trem de pouso que:


a) recolhe parcialmente,
b) não recolhe,
c) recolhe totalmente,
d) não recolhe totalmente.

14 - Um monoplano é uma aeronave cujo:


a) número de motores é 1,
b) número de plano de asas é 1,
c) número de rodas é 1,
d) número de lugares é 1.

15 -Aeronaves que pousam em superfície sólidas, com relação ao trem de pouso podem ser
chamadas de:
a) hidroplano,
b) litoplanos,
c) anfíbios,
d) soliplanos.

16 - Aeronave cujo número de plano de asas é 3 chama-se:


a) monomotor,
b) trimotor,
c) triplace,
d) triplano.
341

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

Exercícios:

17 - Aeronave que tem apenas dois lugares chamamos de :


a) biplace,
b) bimotor,
c) biplano,
d) dois lugares.

18 - Asa parassol é fixada em uma aeronave:


a) no meio da fuselagem,
b) sob a fuselagem,
c) sobre a fuselagem,
d) fora da fuselagem,

19 - Ângulo formado entre o plano de asa e o eixo transversal da aeronave é definição de


ângulo de:
a) enflechamento,
b) diedro,
c) corda,
d) bordo de fuga.

20 - Definição de enflechamento:
a) Ângulo formado pelo extradorso da asa e o eixo longitudinal.
b) Ângulo formado pelo intradorso da asa e o eixo vertical,
c) Ângulo formado entre o eixo transversal e a linha de bordo de ataque,
d) Ângulo formado entre o eixo transversal e a linha de bordo de fuga.

21 - Aeronave cuja asa é fixada no meio da fuselagem chamou de:


a) asa alta,
b) asa baixa,
c) asa cantilever,
d) asa média.
22 - Motor convencional usa como combustível o(a):
a) Álcool de aviação,
b) gasolina de aviação,
c) querosene de aviação,
d) diesel de aviação.

23 - O motor turbo jato tem como desvantagem, com relação ao turbo fan:
a) alta economia e baixo ruído,
b) maior alcance,
c) alta temperatura,
d) alto ruído e alto consumo,

24 - Qualidades do motor turbo fan em relação ao turbo jato:


a) maior alcance,
b) menor vibração,
c) maior economia e baixo ruído,
d) maior autonomia.

342

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
CONHECIMENTOS GERAIS DE AERONAVES

Exercícios:
25 - O reverso do motor turbo jato, turbo fan e turbo hélice joga o ar:
a) para frente,
b) para os lados,
c) para cima,
d) para trás.

26 - O motor turbo hélice usa como combustível o(a) :


a) querosene de aviação,
b) gasolina de aviação,
c) diesel de aviação,
d) álcool de aviação.

27 - Embandeiramento de hélice é:
a) quando reduzimos a potência do motor turbo jato,
b) quando colocamos a hélice em uma posição parecida a de uma bandeira,
c) quando colocamos o trem de pouso para pouso na água,
d) quando colocamos a hélice em uma rotação muito alta.

28 - A regulagem do sistema de pressurização é feita por:


a) válvulas de escape,
b) válvulas out-flow valve,
c) alivio de pressão do trem de pouso,
d) alívio de pressão do óleo do motor turbo jato.

29 - Quando a válvula out-flow valve falha o que acontece?


a) entra em ação as válvulas de segurança safety relief valves,
b) entra em ação as válvulas principais safety relief valves,
c) entra em ação o embandeiramento de hélice,
d) entra em ação as válvulas de escape dos toilets.

343

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Existe também uma lei para este escoamento,


TEORIA DE VOO que é conhecida como Equação da
Continuidade, e diz: Quanto mais estreito for o
Aerodinâmica De Baixa Velocidade. tubo de escoamento, maior será a velocidade
do fluido e vice-versa.
Para compreendermos o voo, temos que
Pressão Dinâmica
entender alguma coisa sobre o
É a pressão produzida pela força de impacto
comportamento dos fluidos, e o ar é um
do vento
deles.
A pressão dinâmica deixa de existir quando o
O movimento dos fluidos é chamado de
vento pára de soprar. A pressão dinâmica se
ESCOAMENTO, que pode ser de dois tipos:
torna maior quando a densidade e a
velocidade do escoamento forem, também,
A) Laminar ou lamelar: quando ocorre
maiores.
numa direção e de forma regular.
Pressão Estática
É a pressão que é exercida pelo ar em um
corpo na atmosfera

Portanto, quando o ar se escoa por um tubo


de escoamento, no qual existe um
estreitamento, e, mediante escoamento
B) Turbulento ou turbilhonado: quando seu
uniforme, na parte mais estreita do tubo, o ar
movimento é irregular.
terá maior velocidade, a fim de manter
constante a velocidade após o estreitamento.
Obs: Vide Glossário

Foi Daniel Bernoulli, um físico francês, que


através de seu teorema provou que, quando a
velocidade do fluido aumenta, há redução de
pressão contra as paredes do tubo de
escoamento. Portanto, temos com o aumento
Este escoamento se dá através de um tubo, da velocidade do fluido um aumento da
que pode ser real ou imaginário. pressão dinâmica e uma diminuição da
pressão estática.
Aproveitando este teorema, Giovani Venturi
construiu um tubo que ficou conhecido como
tubo de Venturi, e que tem as seguintes
propriedades:

Nestes exemplos, vimos que a fumaça do


cigarro inicialmente escoa de forma laminar
para depois se tornar turbulento, e no tanque
o tubo real, que é a mangueira, e o
imaginário, que é o jato d’água.
Dentro do tubo, há um estreitamento feito
para que a velocidade do ar aumente ao
344

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

passar por ali. Neste ar temos movimento Para as leis físicas de escoamento, o ar e
(energia cinética) e pressão (energia de água são fluídos que obedecem as regras,
pressão dinâmica). Esta movimentação do ar sendo diferente apenas na densidade.
dentro do tubo acarreta uma diminuição da É este o princípio em que foi baseada a
pressão estática nas paredes do tubo. construção de pulverizadores de inseticidas e
o funcionamento dos carburadores, e
Ao entrar por A, o ar terá velocidade normal possibilitou, também a construção do
de escoamento, no ponto B, devido á redução aerofólio.
da área, o fluido acelera: por este motivo, Aerofólio
haverá menor pressão contra as paredes do É uma superfície aerodinâmica que produz
tubo do que em A. No ponto C, o ar reações aerodinâmicas úteis, isto é, reações
desacelera, voltando à velocidade inicial, igual que servem ao voo de uma aeronave, como
a do ponto A. sustentação e forças que permitem ao avião
elevar-se no ar.
O enunciado do Teorema de Bernoulli diz:
“Quanto maior a velocidade do
escoamento, maior será a pressão dinâmica e
menor a pressão estática.”

Portanto, quanto maior a velocidade, maior


será a força de impacto do ar, logo, a pressão
dinâmica é maior.

Podemos provar a diminuição da


pressão estática através do tubo de Vejamos sua construção partindo do tubo
Giovani Venturi, se no estreitamento de Venturi:
do tubo fizermos um pequeno orifício,
poderemos introduzir um outro tubo e Como vimos na figura acima, as duas
fazer que a outra extremidade fique lâminas ainda formam um Venturi.
mergulhada em um copo de água. Na figura, embora afastadas as duas
lâminas ainda formam um Venturi, porém os
filetes centrais não se desviam.
Na figura 31c, a lâmina superior foi retirada
e substituída por uma chapa plana, mesmo
assim, ainda temos um Venturi.
Na figura 31 d, a chapa superior foi retirada,
porém, ainda existe um Venturi, a parte
inferior é formada pela lâmina e a parte
superior pelos próprios filetes que não se
A redução de pressão estática no tubo de desviam. Neste caso, ainda haverá redução
Venturi fará com que a água suba. A força de pressão na parte superior da lâmina, em
que surge é proveniente da diferença de virtude do aumento da velocidade de
pressões estáticas (da maior para a menor), escoamento.
portanto, a força direcionada do copo para o E, como se pode ver, esta lâmina da figura
tubo; água não é sugada e sim, empurrada 31 d, nada mais é que o escoamento na parte
para o tubo. superior de um aerofólio ou asa.

345

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Se considerarmos agora a parte por um ponto chamado Centro de Pressão


inferior do aerofólio como uma chapa (abreviadamente CP).
plana, e considerarmos que o ar em
escoamento atinge esta chapa plana
segundo um pequeno ângulo,
verificamos que ele se desvia para
baixo.

Se estivermos falando de aerofólio,


devemos conhecer os nomes de seus
diversos elementos:

A parte superior ou dorso de um aerofólio é


chamada de EXTRADORSO; a parte inferior
Tal desvio é provocado por uma ação da ou ventre é chamada de INTRADORSO; a
chapa plana sobre o ar, empurrando-o para parte dianteira é o BORDO DE ATAQUE e a
baixo. E, como a toda ação corresponde uma parte traseira, por onde se escoa o ar é o
reação igual e em sentido contrário, o ar ao se BORDO DE FUGA.
desviar, empurrará a chapa para cima.
Acontece que ao se desviar, o ar perde
velocidade, aumentando, portanto, a pressão
sobre a parte inferior da asa.

Se na parte superior existir uma redução de


pressão e na parte inferior existe um aumento
de pressão, verificamos que esta diferença de Se traçarmos uma linha eqüidistante do
pressão tende a empurrar a asa para cima, extradorso e do intradorso em todos os
ainda pela reação do ar na parte inferior. pontos, teremos a linha de CURVATURA
MÉDIA DA ASA. É muito importante, pois por
ela podemos ver o grau de sustentação que
uma asa poderá ter quanto mais curva for à
linha, de um modo geral, maior é a
sustentação da asa.

A linha reta que une o bordo de ataque com


o bordo de fuga chama-se CORDA.
A diferença de pressão entre o intradorso e
o extradorso, força da asa para cima e a
resistência do ar força a asa para trás.

A esta força chamamos de Resultante


Aerodinâmica da asa. A Resultante
Aerodinâmica é uma força dirigida para cima
e para trás. A Resultante Aerodinâmica passa

346

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Uma linha que vai praticamente do nariz do Sentido contrário – Avião subindo – VR
avião até a cauda, chama-se EIXO descendo
LONGITUDINAL. Quando um corpo se desloca através do ar,
Para a construção, na maioria dos casos, aparece, sempre, uma força que se opõe ao
as cordas nos aerofólios das asas não são deslocamento e que é chamada de
paralelas ao eixo longitudinal e sim formando RESISTÊNCIA AO AVANÇO.
um ângulo com este, e que se chama de Dependendo do formato do corpo, a
resistência será maior ou menor.
Podemos dizer que, quando um corpo
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA. produz o mínimo de resistência ao avanço, é
porque tem uma superfície aerodinâmica ou
fuselada.

SUSTENTAÇÃO
É o componente da RESULTANTE
Quando andamos em um automóvel AERODINÂMICA perpendicular ao vento
mesmo em dia sem vento, se colocarmos a relativo ou ao deslocamento da aeronave
mão para fora verificaremos a existência de Resistência ao avanço ou Arrasto
um vento em sentido contrário ao nosso É a componente da Resultante aerodinâmica
deslocamento. Tal vento não existe. Ele é paralela ao vento relativo ou ao deslocamento
provocado pelo deslocamento do automóvel. da aeronave.
No deslocamento de um avião pelo ar,
também existe este vento, que é chamado de
VENTO RELATIVO. Ele terá, sempre, a
mesma direção e sentido contrário ao
deslocamento, e sua velocidade será,
sempre, a velocidade de deslocamento.

O ângulo formado entre a corda de um


aerofólio e a direção do vento relativo chama-
se ÂNGULO DE ATAQUE OU TRAJETÓRIA.

Para que o voo seja horizontal, é


necessário que a força de sustentação seja
igual ao peso do avião, para equilibrar o
sistema. Se for maior, o avião subirá se
menor o avião descerá.
A intensidade e a direção da resultante
aerodinâmica dependerão dos fatores que a
OBS: criaram:
VENTO RELATIVO
Mesma Velocidade – Avião 500 km/h –VR
500 km
Mesma Direção -- Avião ângulo de 10º - VR  Área da asa
também 10º  Velocidade
 Densidade do ar

347

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

 Formato do perfil ESTABILIDADE


 Ângulo de ataque/incidência
É a tendência permanente de um avião se
Forças que atuam em um avião em voo: manter em equilíbrio nos seus 3 planos.
vimos que a força que ergue o avião chama- É preciso que o avião tenha, em todas as
se sustentação. Haverá sustentação se situações, condições de manter um voo
houver movimento. Em função deste estável e seguro.
movimento surgirá outra força: RESISTÊNCIA Turbulência, falha no motor, decolagem e
AO AVANÇO (ou arrasto). O avião encontrará pouso são situações de voo com
em seu caminho o ar, o vento relativo, cujas características diferentes e que exigem que o
partículas resistem a seu avanço. avião tenha, por si só, uma boa dose de
estabilidade e resposta aos comandos. A
Para que o avião consiga vencer esta força posição do centro de gravidade é bastante
para se deslocar, ele tem motores que lhe dão importante no jogo de forças que atuam em
TRAÇÃO. Esta acelerará o avião. Com a voo.
aceleração, a resistência ao avanço cresce Existem três tipos de equilíbrio.
até que se torne igual à tração. Quando isto
acontece, o avião passa a manter uma  Estável
velocidade constante. Se a tração for reduzida  Instável
o avião desacelera.  Indiferente
Com o aumento da velocidade, cresce a
SUSTENTAÇÃO, mas o PESO permanece
praticamente o mesmo. Se a sustentação se
tornar maior que o peso, o avião subirá e vice-
versa. Se as duas forças forem iguais, o avião
estabilizará na altitude em que se encontrar.

Um avião afastado da condição de


equilíbrio pode comportar-se de três
diferentes maneiras:

Voando em velocidade e altitude  O avião tende a voltar ao equilíbrio


constantes, temos:  O avião tende a afastar-se do equilíbrio
 O avião ficará na nova posição
Cada uma destas forças se aplica num  No primeiro caso, diz-se que o avião é
ponto: estaticamente ESTÁVEL. No segundo
INSTÁVEL e no terceiro é NEUTRO.
 W – PESO (Centro de gravidade) O avião deverá ser sempre estável para ter
 L – SUSTENTAÇÃO (Centro de pressão) segurança em todas as situações do voo.
 T – TRAÇÃO (Centro de tração) Vejamos qual a relação existente entre o
 D – RESISTÊNCIA AO AVANÇO - centro de gravidade e a estabilidade:
ARRASTO (Centro de resistência ao Basicamente os movimentos do avião são
avanço três. Cada um feito em torno de um eixo

348

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

imaginário e provocado pelo acionamento de sustentação, e o equilíbrio é garantido pela


uma superfície de comando. força produzida pelo estabilizador horizontal.
Estes três eixos cruzam-se num ponto: o Para que continue a haver equilíbrio, temos
CENTRO DE GRAVIDADE (CG). Os sempre que evitar que o centro de gravidade
movimentos do avião são feitos em torno recue e fique junto ou atrás do centro de
deste ponto de apoio. Se o CG está à frente, pressão. Está definido, então, o LIMITE
para trás, ou para um dos lados, a eficiência TRASEIRO DO CG.
dos comandos será diferente.
E quanto ao LIMITE DIANTEIRO?
Quanto mais dianteiro o CG, maior terá que
ser a força de equilíbrio produzida pelo
estabilizador horizontal. Esta força terá um
valor máximo determinado pelo desenho do
estabilizador e o profundor. Se o centro de
gravidade estiver muito à frente, o
estabilizador e o profundor não terão
capacidade de produzir a força de equilíbrio.

Forças que Atuam em um Avião em Curva


A estabilidade lateral é garantida pelo Normal
ângulo DIEDRO, pelo estabilizador vertical
localizado na empenagem. Um avião, como qualquer objeto em
Diedro movimento, requer uma força lateral que o
É o ângulo formado entre o plano de asas e faça girar. Numa curva normal essa força é
o eixo transversal do avião. dada com o movimento de inclinação de asa,
a sustentação que sempre atua
ENFLECHAMENTO, centro de gravidade e perpendicularmente ao movimento da asa,
empenagem. atuará da mesma forma (agora inclinada).
Enflechamento A força de sustentação em uma curva é
É o ângulo formado entre o eixo transversal separada em duas componentes de ângulos
e a linha do bordo de ataque retos entre si. Uma componente é dirigida
para cima, em oposição à força da gravidade
e a outra horizontalmente, na direção da
curva.
A componente horizontal da força de
sustentação representa a força que puxa o
avião de sua trajetória de voo reto.
Numa curva executada corretamente, esta
força sempre atua em direção ao centro do
círculo em torno do qual o avião está girando.
Numa curva executada normalmente, a
Por construção, a estabilidade longitudinal força para girar o avião não é dada pelo leme,
do avião é mantida pela distribuição de forças embora ele precise ser acionado. Se o avião
que vemos a seguir. não for inclinado, não existe força que o tire
O ponto de aplicação do peso está sempre da trajetória do voo reto.
à frente do ponto de aplicação das forças de A força de sustentação numa curva deve
ser maior que o peso do avião.

349

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Superfícies de Comando
São superfícies que dão ao piloto o controle
de voo, possibilitando movimentar a aeronave .
para os lados, subir, descer, fazer curva, etc.
O comando se dá através de pedais (para o EIXO VERTICAL: O movimento em torno
leme) e o manche para os ailerons e deste eixo chama-se guinada e é feito através
profundor. do Leme de Direção. Estas superfícies são
Os movimentos de uma aeronave são realizados chamadas de primárias.
em torno de três eixos que passam pelo
centro de gravidade.

EIXO LONGITUDINAL: O movimento em


torno deste eixo chama-se ROLAMENTO,
BANCAGEM ou INCLINAÇÃO LATERAL. É
feito para a direita ou para esquerda através
dos AILERONS.

Superfícies de Comando Primárias

São superfícies utilizadas para modificar a


atitude da aeronave em torno dos seus três
eixos imaginários. São eles:

 AILERON – provocará os movimentos em


EIXO TRANSVERSAL: o movimento em torno do eixo longitudinal.
torno deste eixo chama-se ARFAGEM ou
TANGAGEM. Quando é feito para cima  PROFUNDOR – provocará os movimentos
(CABRAR) e para baixo (PICAR) através do em torno do eixo transversal ou lateral.
PROFUNDOR.

350

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

 LEME DE DIREÇÃO – provocará os


movimentos em torno do eixo vertical.
Superfícies de Comando Secundárias

Tem a função de aliviar as pressões dos


comandos quando existe uma mudança
prolongada na atitude do avião, como, por
exemplo, no voo ascendente.
Estas superfícies também reduzem
tendências indesejáveis que podem aparecer
durante o voo, como por exemplo, a pane de
um motor num avião bimotor. DISPOSITIVOS HIPER SUSTENTADORES E
FREIOS AERODINÂMICOS
 COMPENSADOR DO AILERON Pouso, decolagem, e voo em rota são fases
distintas do voo e requerem comandos e
 COMPENSADOR DO PROFUNDOR desenhos diferentes.
No voo em rota precisa-se de velocidade e
baixo consumo. Na decolagem precisa-se de
 COMPENSADOR DO LEME DE velocidade e bastante sustentação para uma
DIREÇÃO saída rápida da pista, no pouso a
necessidade é baixar a velocidade sem perda
OBS: Estão localizados nos respectivos de sustentação.
bordos de fuga. Se considerarmos o peso um valor
constante, para diminuir a velocidade, o piloto
reduz a potência do motor, resultando com
isso uma desaceleração e consequentemente
uma perda de altitude. Para que isso não
ocorra, ele tem que aumentar o ângulo de
Ataque, que se for feito sucessivamente,
causará uma perda de sustentação
ocasionando um (STOL). Sustentação
aumenta até o angulo crítico.

351

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

O STOL ocorre quando o ar deixa de


acompanhar a curvatura do extradorso da
asa, devido ao grande ângulo de ataque,
tornando seu escoamento turbilhonado,
causando a perda de sustentação.
STOL: perda da sustentação.
Para corrigir este efeito existem
dispositivos, que o próprio nome diz, visam
aumentar a sustentação. Podemos observar que o flap tipo Fowler
São eles: além de aumentar a curvatura média e o
ângulo de ataque, ele aumenta a área da asa.
 FLAP – dispositivo instalado geralmente O flap pode ser acionado mecânica ou
no bordo de fuga da asa, próximo a eletricamente. Ë usado também o de FENDA.
fuselagem. Há também casos de
aeronaves equipadas com FLAP de bordo
de ataque. Este dispositivo quando
acionado, faz com que a asa passe a ter
uma maior curvatura média.
Também em função do bordo de fuga se Se antes o avião estolava a 120 km/h.
deslocar para baixo, aumentará o ângulo de agora estolará com velocidade menor, poderá
ataque. decolar com menos pista e, pousará com
O aumento de curvatura e do ângulo de menos velocidade e com ângulo maior.
ataque fará com que o avião ganhe mais
sustentação.
Também usado na decolagem para maior
sustentação e reduz a necessidade de pista.

Consequentemente, com o aumento da


curvatura e o ângulo de ataque, teremos
aumento do arrasto, ou seja, maior resistência
ao avanço.
Portanto além de hipersustentadores,
poderemos dizer que o flap funciona como
freio aerodinâmico.
Existem três tipos de flap: SIMPLES,
VENTRAL, FOWLER.

352

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Todos os tipos de flapes servem ainda O trem de pouso também pode ser
como freios aerodinâmicos, pois aumentam o usado como freio, pois quando arriado
arrasto, após o pouso. provoca grande resistência ao avanço
Os SLOTS são fendas que servem para (arrasto).
suavizar o escoamento do ar no extradorso,
aumentando com isso o ângulo crítico (onde
começa a perda de sustentação). São
considerados um recurso aerodinâmico.
Os SLATS ou LEADING EDGE FLAPS são
um tipo especial de flape. Seu movimento
pode ser automático ou manual.
Sua função é a mesma do flape: modificar a
curvatura do perfil, possibilitando manobras
em velocidades menores. Também são
conhecidos como flapes de bordo de ataque, Fator Carga
pois são instalados nos bordos de ataque da O fator carga (G) é a relação existente entre
asa. a sustentação produzida (L) e o peso do avião
(W).
Quanto aos freios aerodinâmicos, existem Assim, se o peso do avião é de é de
os que são usados em voo e no solo. 150.000 kg e os dois setores da asa
produzirem 300.000 kg de sustentação
Em aviões de grande porte, existem painéis (150.000 kg pelo peso + pela força centrifuga,
retangulares no extradorso da asa, que em curva) o fator carga será 2G.
quando acionados, funcionam como freios, Ex.: Looping.
mas também perturbam o escoamento do ar,
prejudicando a sustentação. São usados Num voo nivelado e sem turbulência, o fator
também no pouso. São chamados de carga é igual a 1. Qualquer manobra brusca,
SPOILERS e também possuem a função de curva recuperação de uma descida ou
freio de velocidade (SPEED BREAKERS). turbulência provoca o aparecimento do fator
carga.
Menor que 1 – piloto se solta do assento.
Maior que 2 – pode provocar desmaio.
Já vimos anteriormente o fenômeno do
stol. Existe uma velocidade pré-determinada
em que o avião estolará. Essa velocidade
depende do peso. Quanto maior for este,
maior será a velocidade de estol, e menor
será a diferença entre a velocidade do avião e
a de estol. Pode acontecer do avião estar
voando numa velocidade bem acima do estol
e por causa de uma curva de grande
inclinação, ou turbulência forte, estolar. É
claro que o piloto tem tudo isso em mente
quando faz qualquer manobra, e não permite
que venha a acontecer tal coisa.

353

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

A principal lição que tiramos disso tudo é que não ultrapasse os limites estabelecidos
que a estrutura do avião é muito forçada em pelo fabricante. Consiste na pesagem e
voo. distribuição correta dos pesos em relação à
Ex.: Aviões de caça = ou mais que 7 CMA (corda média aerodinâmica). CMA é a
corda de um aerofólio da asa onde se
Carga mal distribuída ou em excesso pode encontra a resultante das forças de
ter sua influência multiplicada por várias sustentação de todos os aerofólios da asa.
vezes, dependendo do que acontecer no voo.
Podemos agora pensar no avião e estudar
Peso e Balanceamento o seu equilíbrio como se fosse uma balança.

Princípio da Balança: o efeito do peso O ponto de apoio a que nos referimos é um


sobre uma balança depende do valor aplicado ponto na asa onde se encontra a resultante
sobre a mesma da distância (braço) do peso das forças (RA) que atuam de baixo para
ao ponto de apoio da balança. cima e que mantém o avião no ar.
Em termos de balanceamento, não é
absolutamente necessário que um avião
esteja perfeitamente equilibrado; o avião pode
estar desequilibrado, desde que respeitados
certos limites (as tendências ser corrigidas
pelos estabilizadores).
Braço: é distância em linha reta que vai do
ponto de apoio até o ponto de aplicação da O peso e balanceamento de um avião são
força ou peso. feitos levando-se em consideração o seu eixo
Momento: é o resultado da multiplicação do longitudinal.
valor do peso aplicado pela distância ao ponto
de apoio (braço).
Equilíbrio: quando os momentos forem
iguais, a balança estará em equilíbrio, não
havendo nenhuma tendência nem para um
lado, nem para outro.
Centro de Gravidade: é o ponto do avião
que permite a sua suspensão em perfeito
equilíbrio, ou ainda, o ponto em torno do qual
atua a resultante W (peso total).
Limites do CG: são os limites em
Desequilíbrio: quando os momentos forem porcentagem(%) da CMA entre os quais o CG
diferentes, a balança estará em desequilíbrio, pode variar sem prejuízo para o equilíbrio do
tendendo a inclinar-se no sentido do maior avião em voo.
momento. O CG varia levemente em voo com o
deslocamento de pessoas a bordo e com o
consumo de combustível.

CG fora dos limites

Balanceamento: é a distribuição correta do Dianteiro:


cava e carga no interior do avião, de modo a. aumento de consumo de combustível

354

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

b. dificulta manter a cauda baixa no pouso – PBO = PB + Tripulação com


c. sobrecarga na roda do nariz bagagem + copa (refeições,
d. comandos pesados, dificultando a bebidas, jornais, revistas)
decolagem
e. maior potência requerida para manter • PO (Peso Operacional)
dada velocidade – PO = PBO + Combustível de
Traseiro: decolagem
a. tendência de aumentar a velocidade de
estol, fazendo com que o avião fique • Carga Paga
instável após a decolagem – soma dos pesos dos
b. tendência em sair o chão antes de atingir passageiros + bagagem +
a VR (velocidade de rotação). carga + Correio.

Linha Datum (Datum Line): é uma linha de • Carga Útil


referência imaginária de onde são contadas – Carga Paga + Combustível de
as estações. A LD pode ficar situada em decolagem
qualquer parte da fuselagem ou em relação a
ela. Depois de balanceado o avião, a LD
passa para o CG e os momentos passam a • PAZC (Peso Atual Zero
ser contados como POSITIVOS e Combustível)PAZC = PBO + Carga
NEGATIVOS. Paga
• PAD (Peso de Decolagem)
Estações (STAs): são distâncias horizontais – PAD = PAZC + Combustível de
do avião a partir da LD determinadas pelo decolagem ou
fabricante da aeronave. – PAD = PO + Carga Paga

Determinação do CG ou da Estação do CG: • PAP ( Peso de Pouso)


para se determinar o CG ou a estação onde – PAP = PAD – Combustível
está situado, somam-se os momentos das consumido na etapa (TRIP
cargas ou dos pesos e dividem-se esta soma FUEL)
pela soma dos pesos.
Se o CG ficar entre os limites na CMA, Estes três últimos têm seus limites máximos
estabelecidos pelo fabricante, e o momento determinados pelo fabricante, por natureza
do nariz for igual ao momento da cauda, o voo estrutural.
estará balanceado.
Aerodinâmica de Alta Velocidade
Pesos Interessantes a Considerar:
• PB (Peso Básico) O voo das aeronaves de alta velocidade é
Avião vazio, incluindo fluidos afetado pelo aparecimento de diversos
hidráulicos, óleo, combustível fenômenos aerodinâmicos que não ocorrem
não drenável, poltronas na no voo em baixa velocidade.
versão passageiro e os O som é a vibração das moléculas de ar.
equipamentos fixos. Quando ele se propaga, o faz da mesma
maneira que as ondas na água do lago, só
• PBO (Peso Básico Operacional) que em todas as direções, como se fossem
esferas que vão aumentando de tamanho.

355

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

passar, pelo extradorso. Surgirá então uma


situação em que, apesar da velocidade do
avião ser menor que a do som, no extradorso
já foi ultrapassada a velocidade do som.

A velocidade de deslocamento das ondas


sonoras, a 15 graus centígrados é de 340
m/s.
Quando um objeto se move no ar, ele está
produzindo ondas sonoras que poderá ou não Diz-se então que o voo é TRANSÕNICO,
ser audíveis, dependendo da freqüência da pois o fluxo de ar em torno do avião é misto:
transmissão. parte subsônico e parte supersônico (no
extradorso da asa). Isto acontece em voos a
velocidades em torno de 80% da velocidade
do som.
Em velocidades mais baixas, o voo é
chamado SUBSÔNICO.
Quando todo o fluxo do ar ultrapassar a
Se o avião está se deslocando numa velocidade do som, o voo é SUPERSÕNICO.
velocidade menor que a do som, ele tem Para o voo em alta velocidade é necessário
sempre a sua frente ondas sonoras que que o piloto tenha sempre em mente as
‘avisam’ e preparam o ar para sua passagem. limitações de seu avião. Uma delas é o fato
de que, se o avião foi construído para voar em
DIREÇÃO velocidades menores que a do som, ele deve
manter-se atento.
Normalmente a velocidade é lida no
velocímetro.
Nas altas velocidades há um outro
instrumento chamado MACHÍMETRO. Ele
mede o número MACH, que relaciona a
Já numa velocidade superior a do som, a velocidade do avião com a velocidade do
resistência ao avanço é maior, o ar atinge o som.
avião de maneira mais desfavorável. A frota de jatos que operam no Brasil voa
em torno das seguintes velocidades (voo
nivelado):

 B-747 – Mach 0,83


 DC-10 – Mach 0,82
 B-707 – Mach 0,81
 B-727 – Mach 0,82
Analisemos agora o que acontece em torno
da asa quando o voo é feito numa velocidade  B-737 – Mach 0,74
ligeiramente abaixo da velocidade do som.
Sabemos que o desenho da asa é tal que Portanto a frota é composta de aviões com
obriga o ar a aumentar sua velocidade ao velocidades próximas as transônicas, exceção

356

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

feita ao B-737 que é operado em velocidades corpo maior terá que ser a força para
inferiores. imprimir-lhe a mesma aceleração.
Assim, podemos dizer que, a força é
GLOSSÁRIO diretamente proporcional à massa e à
Aceleração da Gravidade – Um corpo aceleração que ela imprime a um corpo. A
quando abandonado no espaço tende a cair; definição de força será, portanto:
ao cair, sua velocidade aumenta Força é o produto da massa de um corpo
progressivamente, em virtude de uma pela aceleração que ela imprime a este corpo.
aceleração constante a que este corpo fica Se chamarmos a força de F (maiúsculo),
sujeito. Tal aceleração, que é sempre teremos: F=M.a.
constante para um determinado lugar, Intensidade - É o seu valor em unidades.
tratando-se, portando, de uma aceleração Por exemplo: um peso de 20 kg. Sua direção
particular, é chamada de aceleração da é vertical, seu sentido de cima para baixo e
gravidade ou simplesmente gravidade, sendo sua intensidade será 20 kg.
representada pela letra g (minúscula). Seu Massa - É a quantidade de matéria
valor, que varia de lugar para lugar, em existente em um corpo. Sabemos que tudo é
virtude da latitude ou altitude, é de formado de partículas e essas partículas têm
9,81m/seg2. seu valor. Portanto, poderemos dizer que
Densidade – Todo corpo tem sua massa. massa é a soma dos valores das moléculas
Em determinados corpos esta massa ocupa que formam um corpo ou ainda, é o número
sempre o mesmo volume (os sólidos). Em de moléculas que formam esse corpo. A partir
outros, porém, o volume varia, isto é, a de agora designaremos a massa de um corpo
mesma massa, submetida às condições pela letra M (maiúscula).
diferentes, ocupará também volumes Peso - Chamamos de peso a força com a
diferentes, o que significa que suas partículas qual a Terra atrai os corpos abandonados no
estarão mais próximas ou mais separadas. espaço, em direção á ela.
Nestes casos (os fluídos), falar em massa não Pressão - Quando uma força atua sobre
nos satisfaz. Necessitaremos saber qual a um determinado corpo, muitas vezes ela não
parcela de sua massa que ocupa determinado atua em determinado ponto, e sim, sobre todo
volume. o corpo. Neste caso, se considerarmos o valor
Densidade é, portanto, a quantidade de da parte desta força que atua sobre uma
matéria de um corpo que ocupa a unidade de determinada área unitária, teremos a pressão
volume. que esta força está exercendo sobre este
corpo.
D=M Sentido - É para que lado desta linha ele
Vol se desloca (ex.: de cima para baixo, da direita
para esquerda, etc.).
Direção- É a linha no qual se descola (ex.: Vetor - É toda grandeza que possui
horizontal, vertical). direção, sentido e intensidade.
Força – é qualquer causa que modifique o Volume- É a medida do espaço
estado de repouso ou de movimento retilíneo compreendido entre três distâncias
uniforme de um corpo. Neste caso esta força perpendiculares: comprimento, largura e
está destruindo a inércia do corpo. altura; seu valor será o produto destas três
Quando uma força age sobre um corpo, dimensões e designado por Vol; teremos
imprime a este uma aceleração. Vol=d3.
Quando maior for à força maior será a
aceleração, e quando maior for à massa deste

357

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

358

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

A - EIXO LATERAL TRANSVERSAL


B - EIXO VERTICAL
C- EIXO LONGITUDINAL

EIXOS MOVIMENTOS SUP. DE CONTROLE


CONTROLE
VERTICAL DERIVA LEME DE PEDAIS
GUINADA DIREÇÃO
DERRAPAGEM
LONGITUDINAL BANCAGEM AILERON MANCHE
ROLAMENTO LATERALMENTE
OU
INCLINAÇÃO
LATERAL TANGAGEM LEME DE MANCHE PARA
TRANSVERSAL CABRAR PROFUNDIDADE FRENTE OU PARA
PICAR OU PROFUNDOR TRÁS
PLANAR
ARFAGEM

Complete com a localização correta de cada eixo:

1 - Eixo : __________________________

2 - Eixo : __________________________

3 – Eixo : __________________________

359

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Exercícios:

01- O escoamento, movimento dos fluidos, num considerado plano, pode ser:
a) reto e uniforme b) circular e uniforme
c) curvo e circular d) uniforme ou turbilhonado

02- A pressão que é exercida pelo ar, em todos os corpos na atmosfera terrestre é chamada de:
a) pressão de impacto b) pressão dinâmica
c) pressão estática d) pressão hidráulica

03- O teorema que provou que quando a velocidade de um fluido em escoamento aumenta, há
redução da pressão estática foi enunciado por:
a) Newton b) Venturi
c) Bernoulli d) Einstein

04- A superfície aerodinâmica que produz reações úteis ao voo, chama-se:


a) asa b) fuselagem
c) dispositivos hipersustentadores d) aerofólio

05- Quanto ao seu formato e construção, como podem ser os aerofólios:


a) simétricos, com suas curvaturas diferentes
b) simétricos, com uma das curvaturas maior
c) assimétricos, com suas curvaturas iguais
d) assimétricos, com uma das curvaturas maior

06- Por definição temos que, a resultante aerodinâmica perpendicular a trajetória de


deslocamento do aerofólio chama-se:
a) arrasto b) sustentação
c) tração d) peso

07- A linha reta, que une o bordo de ataque com o bordo de fuga de urna asa, chama-se:
a) corda b) nervura
c) corda de piano d) longarina

08- O ângulo formado entre a corda da asa e o eixo longitudinal chama-se:


a) ângulo de incidência b) ângulo de diedro
c) ângulo de ataque d) ângulo de enflechamento

09- O ângulo formado entre a corda da asa e a direção do vento relativo chama-se:
a) ângulo de incidência b) ângulo de diedro
c) ângulo de ataque d) ângulo de enflechamento

360

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Exercícios:

10- Podemos afirmar que o arrasto é:


a) o resultado do deslocamento do ar numa superfície aerodinâmica
b) o resultado da resistência ao avanço de qualquer superfície não aerodinâmica
c) o resultado do escoamento turbilhonado numa superfície aerodinâmica
d) o resultado do escoamento lamelar numa superfície aerodinâmica

11- O arrasto ou resistência ao avanço é:


a) diretamente proporcional à velocidade de deslocamento do aerofólio
b) diretamente proporcional à resistência do aerofólio
c) inversamente proporcional ao escoamento turbilhonado
d) inversamente proporcional a velocidade de deslocamento do aerofólio

12 - A força que se opõe à resistência ao avanço é:


a) tração b) sustentação
c) peso d) arrasto

13 - A tendência de um avião manter-se em equilíbrio nos seus três eixos chama-se:


a) sustentação b) arrasto
c) tração d) estabilidade

14 - O avião que tende a voltar ao equilíbrio, quando afastado de sua posição original, chama-se:
a) estaticamente estável b) estaticamente instável
c) estaticamente indiferente d) estaticamente neutro

15 - Para que um avião seja considerado seguro. em todas as condições de voo, é necessário
que:
a) seja estável dinamicamente b) seja estável horizontalmente
c) seja estável longitudinalmente d) todas as anteriores

16- Os eixos imaginários, onde atuam as forças que efetuam os movimentos num avião, cruzam-
se num ponto chamado de:
a) centro de gravidade (CG) b) centro de pressão (CP)
c) centro de traç5o (CT) d) centro de arrasto (CA)

17- As superfícies que proporcionam manobrabilidade a um avião em voo são chamadas de:
a) superfícies de arrasto b) superfícies de manobras
c) superfícies de movimento d) superfícies de comando

11- A(s) superfície(s) de comando responsável(eis) pelos movimentos de rolamento ou


bancagem, chama-se:
a) ailerons b) leme de profundidade
c) leme de direção d) estabilizador vertical

361

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Exercícios:

19 - A(s) superfície(s) de comando responsável(eis) pelos movimentos de guinada, chama-se:


a) ailerons b) leme de profundidade
c) leme de direção d) estabilizador vertical

20- A(s) superfície(s) de comando responsável(eis) pelos movimentos de arfagem ou tangagem,


chama-se:
a) ailerons b) leme de profundidade
c) leme de direção d) estabilizador vertical

21- O STOL ocorrerá num avião quando:


a) o ar deixar de acompanhar a curvatura do extradorso da asa, devido ao grande ângulo de
ataque
b) formar-se um escoamento turbilhonado no extradorso da asa, causando a perda de
sustentação
c) com o aumento do ângulo de ataque, o avião ganhará mais sustentação
d) as alternativas (a) e (b) são corretas

22 - Os dispositivos considerados hipersustentadores de uma asa são:


a) estabilizadores de voo b) compensadores de voo
c) flaps e slots d) nenhuma das anteriores

23- Com a finalidade de melhorar o escoamento e conseqüentemente permitir que a camada de


ar se mantenha colada ao extradorso de urna asa, em elevados ângulos de ataque, são
empregados os:
a) compensadores de voo b) estabilizadores de voo
c) slots ou flapes de bordo de ataque d) speed brakes

24- O fator carga (G) é conhecido como:


a) a relação existente entre a sustentação produzida e o peso do avião
b) a relação existente entre o arrasto e a tração de um avião
c) a relação existente entre sustentação e ângulo de ataque de um avião
d) a relação existente entre a tração e o peso de um avião

25- O peso máximo estrutural de decolagem (PMED) é:


a) o peso máximo de decolagem limitado pelas condições de pista: altitude, pressão,
temperatura, comprimento, gradiente e etc.
b) o peso máximo de decolagem limitado pelas condições da pista do aeroporto de destino
c) o peso máximo de decolagem determinado pelo fabricante, limitado pela estrutura do avião.
d) o peso máximo de decolagem limitado pela resistência da estrutura no pouso no aeroporto
de destino

26- A carga paga de urna aeronave é composta do peso dos pax's mais os pesos referentes à:
a) correio + bagagens
b) correio + bagagem + peso do avião
c) correio + bagagem + carga
d) correio + bagagem + combustível

362

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
TEORIA DE VOO

Exercícios:

27- O peso máximo zero combustível de uma aeronave limita:


a) peso básico operacional
b) combustível máximo para a etapa de voo
c) combustível a ser usado no abastecimento
d) máximo de carga que ele poderá transportar

28- Nas altas velocidades a que podem chegar as aeronaves a jato utiliza-se como instrumento
para medição de velocidade:
a) velocímetro b) Machimetro
c) altímetro d) giro direcional

29- O peso básico operacional é:


a) o peso de decolagem menos o combustível consumido na etapa
b) o peso. zero combustível acrescido do combustível de decolagem
c) o peso básico operacional acrescido de Pay Load, Pax's e bagagens, carga e correio
d) o peso vazio acrescido dos itens operacionais: tripulantes com bagagens, comissária, óleo
lubrificante e água (potável e de serviço).

30- A componente resultante aerodinâmica paralela ao sentido de deslocamento de um aerofólio


é denominado(a):
a) sustentação b) arrasto
c) tração d) estabilidade

363

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

aeronave poderá ser localizada, a qualquer


NAVEGAÇÃO momento, por meios visuais ou por
marcações – rádio. Os meios consistem em o
navegador fazer, a partir do último ponto
INTRODUÇÃO conhecido, cálculos estimados para a nova
etapa a ser voada.
O interesse e a necessidade de movimentar
– se sobre a terra e percorrer distâncias em
tempos definidos e em direções diversas,
deram origem a uma ciência hoje denominada
navegação.

NAVEGAÇÃO é a ciência que permite


ao homem conduzir um engenho dirigível,
com arte e habilidade sobre á superfície da
terra.

NAVEGAÇÃO AÉREA é a forma de


conduzir com habilidade de um lugar para
MÉTODO CELESTIAL OU
outro um dirigível através do espaço.
ASTRONÔMICO: forma de determinar o local
onde se encontra a aeronave, por meios de
observações de um ou mais pontos celestes.
MÉTODOS DE NAVEGAÇÃO
MÉTODO RADIOGONIOMÉTRICO:
São vários os métodos de navegação forma de determinar o local onde se encontra
aérea, dentro os quais se encontram: a aeronave, por meio de ondas de um rádio
a) Navegação visual; próprio para esse fim.
b) Navegação estimada;
c) Navegação rádiogonométrico (rádio); MÉTODO ELETRÔNICO: forma de
d) Navegação eletrônica; determinar o local onde se encontra a
e) Navegação Inercial; aeronave, através de instrumentos eletrônicos
f) Navegação por satélite (global position próprios para captar sinais de emissoras
system); locais.
g) Navegação astronômica. Inercial (INS), dopper e omega (eletrônico).
MÉTODO VISUAL OU CONTATO: NAVEGAÇÃO SATÉLITE: (Baseia-se
forma de conduzir um dirigível, com em satélites colocados em órbita).
segurança sobre a superfície da terra, pela Ex.: GPS
observação de pontos significativos. PONTO
SIGNIFICATIVO é toda referência existente POSIÇÃO E ORIENTAÇÃO SOBRE A
na superfície terrestre, tais como rodovias, SUPERFÍCIE TERRESTRE
ferrovias, cruzamento destas, rios, pontes, Os problemas de navegação aérea
montanhas, cidades e etc... compreendem POSIÇÃO, DIREÇÃO,
DISTÂNCIA da aeronave, com relação á
MÉTODO ESTIMADO: forma de superfície da terra, quando em voo.
conduzir uma aeronave ou outro dirigível O estudo da navegação aérea facilita ao
sobre a superfície da terra e determinar a navegador a obtenção de fatores que lhe
qualquer momento a partir do último ponto permitem precisar.
conhecido, o local onde se encontra. A
364

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

A) A sua posição, onde se encontra; As medidas da terra são:


B) A sua direção para se orientar;
C) A sua distância, a ser percorrida. Diâmetro polar de 6. 859,9 Nm (nautical
mile) ou 12. 640 km.

Diâmetro equatorial de 6. 883,3 (Nm) ou


DEFINIÇÕES 12.683 km.

A) POSIÇÃO: é o ponto que se define na A diferença de diâmetros devido ao


superfície da terra. Quando plotado em uma achatamento dos pólos é de 2.4 Nm ou 43
carta aeronáutica define – se por meio de km.
coordenadas geográficas o local onde se
encontra a aeronave.
São vários os meios pelos quais se
consegue determinar a posição de uma
aeronave. Por meios visuais, os próprios
pontos de referência existentes na projeção
definem a posição da aeronave.

B) DIREÇÃO: é o senso de orientação de


um ponto com relação á outro, interpretada
em uma rosa de ventos.
Leitura de direção é a abertura angular, lida Pólos são extremidades de um eixo
na superfície de uma rosa dos ventos, quando imaginário, em torno do qual a terra gira em
o centro desta estiver ajustado em uma linha sentido anti-horário. A extremidade superior é
traçada para um lugar cujo ponto faça chamada PÓLO NORTE, e a inferior PÓLO
interseção com um meridiano qualquer. SUL.

C) DISTÂNCIA: é a medida do espaço


compreendido entre dois pontos CÍRCULO MÁXIMO: é aquele que
considerados. divide uma esfera em duas partes exatamente
iguais. Seu plano passa pelo centro dessa
São várias as unidades de comprimento esfera. Dividindo-a em duas semi – esferas
utilizadas para medir distâncias. iguais.

FORMA E DIMENSÕES

Para fins navegacionais, convencionou – se


que a terra é uma esfera perfeita (formato
esferóide) apesar de na realidade não ser.
A terra é levemente achatada nos pólos (ou
seja, tem formato elipsóide).
CÍRCULO MENOR: é formado por um
plano que não passa pelo centro da esfera,
dividindo-a em duas partes desiguais.

365

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

O Equador é o único paralelo que é um


círculo máximo.

MERIDIANOS: é um arco que, da


superfície da terra, é limitado pelos pólos.
Os meridianos são perpendiculares ao
Equador.
São semicírculos máximos.

Obs: com estes círculos máximos e


menores, formaremos um sistema de
gratícula na superfície terrestre que facilitará a
determinação dos dois elementos básicos:
localização e orientação.

No plano horizontal a terra tem por


convenção, um círculo máximo que divide em
dois HEMISFÉRIOS (hemisfério norte e o
hemisfério sul), chamado Equador. O plano é ANTI – MERIDIANO: é um meridiano
perpendicular ao seu imaginário, é o único diretamente oposto ao meridiano considerado
círculo no sentido dos paralelos. pelo observador. Assim, o anti-meridiano de
GREENWICH é o meridiano de 180º,
chamado de LINHA INTERNACIONAL DE
DATA.
Meridiano de Greenwich, zero de origem,
primário ou primeiro meridiano: é o meridiano
que passa pelo laboratório naval de
Greenwich (Londres).
Meridiano 180º é o meridiano que está
oposto 180º ao meridiano de Greenwich. O
círculo máximo formado por eles divide a terra
em 2 (dois) hemisférios chamados de oeste
(W) e leste (E).

LONGITUDE DO ANTI-MERIDIANO: é
a longitude do meridiano oposto a 180º a um
ARCO: é a unidade de medida de um meridiano considerado.
ângulo cujo arco é de circunferência. Ex.: Long.A = 110º 32’E, pede-se
Os círculos e os segmentos de círculos são Long. Anti = 180º- 110º 32’
medidos em graus, minutos e segundos de Long. Anti = 179º 60’-110º32’
arco. Cada grau é dividido em 60 minutos, e Long. Anti = 069º 28’W
cada minuto em 60 segundos.

PARALELOS: são círculos paralelos ao MERIDIANO DE LONGITUDE: são


Equador cujos planos também são todos aqueles que representam as longitudes
perpendiculares ao eixo imaginário da terra. de uma projeção.
Assim todos os paralelos são círculos
menores.

366

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

meridiano de um lugar. Toda a longitude é


formada no plano de um arco limitado pela
superfície e o eixo imaginário da terra. As
longitudes são lidas do arco do Equador ou de
outro paralelo qualquer que contiver escala
em graus, minutos e segundos.

Os graus de longitude devem ser expressos


com 3 (Três) algarismos e os minutos e
segundos com 2.
PARALELOS DE LATITUDE: são
todos os paralelos que representam as
Ex: 175º 28’E
latitudes em uma carta.
Obs: é o ângulo definido pelo menor arco
de paralelo que parte do meridiano de
Greenwich ao ponto considerado.

LATITUDE: é a distância angular lida


num arco de meridiano, cuja origem é o
centro da terra, partindo do plano do Equador
e o paralelo de um lugar. As latitudes são COORDENADAS GEOGRÁFICAS
expressas em graus, minutos e segundos de
um arco, lidas do plano do Equador, de 00º A localização de qualquer ponto da
até 90º para os pólos norte e sul. superfície da terra (C), bem como a posição
Os graus, minutos e segundos de de uma aeronave, qualquer que seja o
latitude devem ser expressos com 2 (Dois) método aplicado na obtenção de ambos,
algarismos cada um. sempre será definida pela interseção formada
pela latitude (A) e longitude (B). Uma vez
Ex: 45º 12’ 10’’N indefinidas a latitude e a longitude que
passam por este ponto, a sua posição ficará
perfeitamente definida, sendo a latitude ao
norte ou ao sul do Equador, e a longitude a
leste ou oeste de GREENWICH.

CO – LATITUDE: é a distância angular


lida em arco de meridiano, do paralelo de um
lugar e o pólo que pertence á latitude.
É o complemento (o que falta para
completar 90º) de uma latitude em relação ao
pólo mais próximo.
LONGITUDE: é a distância angular lida
do meridiano de GREENWICH para o arco do
367

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

Tal identificação será conhecida por


coordenadas geográficas do ponto.

Vimos que latitudes são distâncias


angulares que se formam no plano do
Equador e vão aumentando em direção aos
pólos norte e sul e que os paralelos de
latitudes são círculos menores (exceção do
Equador). PONTOS SUB – COLATERAIS:

As longitudes também são distâncias Nornordeste (NNE)


angulares que se formam no eixo da terra e Estenordeste (ENE)
no meridiano de GREENWICH, de onde vão Estesudeste (ESE)
aumentando para o meridiano 180 graus E ou Susudeste (SSE)
W; os meridianos são semicírculos ou Susudoeste (SSW)
metades de um círculo máximo. Oestesudoeste (WSW)
1º – 60’ Geográficos Oestenoroeste (WNW)
1’ – 60” Geográficos Nornoroeste (NNW)

ORIENTAÇÃO SOBRE A TERRA Obs: A orientação mais comum é aquela


Orientação é a maneira pela qual um em que o sol é o ponto de referência. Se a
observador determina o sentido de posição de pessoa estender o braço direito para o lado
um lugar. onde nasce o sol, á sua frente estará o N, à
Para abandonar um ponto qualquer na direita E, ás costas o S e a esquerda o W.
superfície terrestre, uma acft, poderia tomar
infinitas direções. Daí a necessidade de
uniformizar tais direções.
É necessário, entretanto, que tenha
conhecimento dos pontos cardeais, colateral e
sub-colaterais.
ROSAS DOS VENTOS: é um círculo
PONTOS CARDEAIS: subdividido em graus, de 000 a 360 graus, a
 Norte (N) = 360 graus ou 000 partir do norte, no sentido dos ponteiros do
 Leste (E) = 090 graus relógio, onde aparecem marcados os pontos
 Sul (S) = 180 graus cardeais, colaterais e sub- colaterais.
 Oeste (W) = 270 graus

PONTOS COLATERAIS:

NORDESTE (NE)
SUDESTE (SE)
NOROESTE (NW)
SUDOESTE (SW)
368

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

QUADRANTE: é a superfície de uma OBS: A rota ortodrômica, apesar da


“rosa dos ventos” dividida em quatro partes desvantagem de mudar de direção a cada
com o mesmo angular direcional. Exemplo: meridiano que corta, tem a grande vantagem
de ser a menor distância entre dois pontos.
PRIMEIRO QUADRANTE: N/E de 000 (Difícil de planejar)
grau até 090 graus.
ROTA LOXODRÔMICA:
SEGUNDO QUADRANTE: E/S de 090 (Loxo=Direção constante/ Dromos=
graus até 180 graus. Caminho)
É aquela que corta todos os meridianos em
TERCEIRO QUADRANTE: S/W de 180 ângulos iguais.
graus até 270 graus
Entre dois pontos na superfície da terra, o
QUARTO QUADRANTE: W/N de 270 CÍRCULO MÁXIMO representa menor de
graus até 360 graus. distância que a Loxodrômica, mas essa
diferença torna-se insignificante nas
pequenas distâncias.

A Rota Loxodrômica é mais usada pela


nossa aviação em baixas latitudes.

Ex: Ortodromia-Equador, Meridiano ou


qualquer outro círculo máximo unindo dois
pontos na superfície terrestre.

ROTA: é a trajetória a percorrer ou


percorrida, por uma aeronave, sobre a
superfície da terra.
A exatidão de uma rota percorrida ou a
percorrer, é expressa pelo seu rumo
verdadeiro ou magnético.

ROTA ORTODRÔMICA: (Ortho = reto/ Nova Iorque/ Londres


Dromos = Caminho)
Loxo = 3145 nm
É aquela que corta todos os meridianos em Orto = 3022 nm
ângulos diferentes, é também conhecida Dif = 123 nm (230 Km).
como ROTA DE CÍRCULO MÁXIMO, por
apresentar um segmento desse círculo.

369

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

PROJEÇÃO: é a maneira de PROA: é o ângulo formado entre um


representar num plano, a superfície da terra meridiano qualquer e o eixo longitudinal da
ou parte dela, aparecendo com perfeição os aeronave.
meridianos e paralelos. A matéria sobre
projeção, mapas e cartas, é muito vasta e PROA VERDADEIRA (PV): é o ângulo
envolve mais de uma dezena dos mais formado entre um meridiano verdadeiro e o
diferentes tipos. eixo longitudinal da aeronave.
As proas verdadeiras são medidas da
MAPAS: é a representação numa mesma maneira que os rumos verdadeiros,
superfície da terra ou parte dela, sem grandes de 000 grau, no sentido dos ponteiros de um
detalhes de projeção. Os mapas são mais relógio e são expressos em três algarismos.
utilizados para fins escolares, para consultas
e para ensino em geral.
DIFERENÇA ENTRE PROA E RUMO
CARTA: é a representação numa
superfície plana, da superfície da terra ou Rota: é a projeção na superfície
parte dela, mostrando, no máximo de detalhes terrestre, da trajetória prevista ou percorrida
as elevações, cidades, vilas, rodovias, por uma aeronave.
ferrovias, lagos, rios, rádio- faróis, aeroportos,
áreas perigosas e tudo mais que possa ser A diferença entre proa e rumo é que, o
útil a navegação. RUMO é um ângulo de meridiano, e uma
As cartas são especialmente destinadas LINHA DE ROTA é uma linha traçada numa
para fins de navegação. carta.
PROA é um ângulo formado entre um
ESCALA: é a relação entre uma dada meridiano e o EIXO LONGITUDINAL DA
distância na carta e a que ela representa na AERONAVE.
superfície da terra. Deve-se perceber que rota e rumo são
elementos distintos. Pode-se dizer que a rota
ESCALA DE CARTA: toda projeção é é o próprio caminho (linha) entre dois pontos
construída em determinada escala. e o rumo é o sentido do caminho. Tanto rumo
como rota podem ser previstos (não voados)
ou percorridos (realmente voados), que não
RUMO VERDADEIRO E PROA necessariamente coincidem.
VERDADEIRA

RUMO: é um ângulo que exprime P R


direção (direção da rota). N R U
RUMO VERDADEIRO (RV): é o ângulo V O M
formado entre um meridiano verdadeiro e uma P A O
linha de rota.
R
Os rumos são medidos de 000 grau a 360 O
graus no sentido dos ponteiros do relógio.
São expressos sempre em três algarismos. A
Podem ser medidos com um transferidor ou
plotador (régua de plotagem).
R
O
T 370

CEAB – Centro Educacional da A


Aviação do Brasil
Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

“ANÉIS DE VAN HALLEN”. Estes anéis


PROA: direção de eixo longitudinal de atuam como o fio enrolado de uma bobina,
uma acft que induz na massa da terra, composta em
seu interior basicamente de ferro e níquel,
ROTA: projeção na superfície terrestre, que são metais magnéticos, um campo
da trajetória prevista ou percorrida por uma magnético não homogêneo, de maneira
acft. semelhante á que se verifica num solenóide.

PÓLO MAGNÉTICO
Uma agulha magnetizada, tendo o seu
RUMO: direção da rota. movimento restrito pela ação do campo
magnético terrestre, apontaria na direção de
OBS.: um avião que voa numa rota e tem uma linha chamada MERIDIANO
vento proveniente da direita. Terá que aplicar MAGNËTICO. Se a terra fosse perfeitamente
uma correção para a direita (proa maior que o simétrica e magneticamente homogênea,
rumo) para a esquerda (proa menor que o seus pólos magnéticos estariam em posições
rumo) opostas a 180 graus um do outro e seus
meridianos magnéticos seriam círculos
MAGNETISMO TERRESTRE máximos, passando por estes pólos. Este é,
A terra possui algumas das propriedades de no entanto o caso em que os meridianos
um imã em forma de barra, no entanto, seus magnéticos formam curvas irregulares. Além
magnéticos não são localizados nos pólos disso, os pólos magnéticos da terra não
geográficos, nem estão os dois pólos coincidem com os seus pólos geográficos. O
magnéticos localizados em posições opostas campo magnético dá origem aos meridianos,
uma da outra, ao longo de uma linha reta. O que são linhas irregulares impossíveis de
pólo norte magnético está localizado serem traçadas numa carta.
aproximadamente na latitude 73 graus N e 00
minuto e longitude 100 graus W e 00 minuto
sobre a linha Prince of Wales. O pólo sul
magnético está localizado na latitude 68 graus
S e 00 minuto e longitude 144 graus E 000
minuto sobre os continentes.
Os pólos magnéticos terrestres são como
um imã que podem ser considerados como se
fossem ligados por um determinado número
de linhas de força. Essas linhas resultam do
campo magnético e envolve a terra. Elas são
consideradas como emanando do pólo
magnético sul, e terminando no pólo
magnético NORTE.
Essas linhas de força são indicadas pela MAGNESTIMO TERRESTRE
direção que uma barra magnética assumiria É a propriedade natural de atração que a
quando estivesse livre para girar sobre o Terra possui independentemente de muitas
campo magnético terrestre. forças de atração natural. Existem na Terra
O campo magnético terrestre, segundo as dois pontos de maior acúmulo de atração: um
mais recentes experiências, é o resultado da no Hemisfério Sul e um no Hemisfério Norte.
irradiação ultravioleta do sol filtrada pela O centro de atração do Hemisfério Norte
atmosfera, que produz ao redor do campo está localizado na Ilha do Príncipe de Wales,
terrestre, fora da sua atmosfera, os chamados nas proximidades da Lat. 73º e 00 minuto N. e
Long. 100º e 00 minuto W. Formando o
371

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

chamado Pólo
Norte Magnético (PNM). O Pólo Sul
Magnético (PSM) está localizado, mais ou
menos na Lat. 68ºe 00 minuto S e Log. 144º e
00 minuto. E concluem-se magnéticos não
são antípodas entre si, como é o caso dos
pólos N e S geográficos, e também não
coincidem com esses.
Mesmo não sendo antípodas os pólos
magnéticos exercem atração entre si.

BÚSSOLA
A bússola é um instrumento que se destina
a indicar direções magnéticas.
Toda a bússola está orientada para pólo
norte magnético.
Bússola magnética é uma barra de aço
imantada suportada livremente por um eixo no
centro, que permanece atraída pelo norte
magnético. É o tipo de bússola mais usado
em aviões de instrução. Orientada para o
norte magnético, a direção é lida na linha de
fé. No conjunto, há ainda umas barras
magnéticas, providas de parafusos
compensadores, que serve para compensar
DECLINAÇÃO MAGNÉTICA (DMG) os efeitos causados por influências
Sabendo – se que os pólos geográficos e magnéticas de objetos próximos á bússola.
magnéticos não coincidem, a separação entre
eles e o posicionamento dos lugares formam
ângulo entre si denominados declinação
magnética. Portanto declinação magnética é o
ângulo entre o norte verdadeiro, o norte
magnético e o posicionamento de um lugar. O
norte magnético muda de 8 em 8 anos.
A declinação magnética é representada em
uma carta por linhas tracejadas chamadas
linha agônica e linha isogônica.
LINHA AGÔNICA: é aquela cuja
declinação magnética é zero, não havendo
ângulo entre pólos. É também conhecida
como declinação nula.
LINHA ISOGÔNICA: é aquela que, em DESVIO DE BÚSSOLA
toda a sua extensão, tem o mesmo valor de Foi dito anteriormente que certos objetos
declinação magnética. próximos à bússola poderiam provocar erro.
Além desses, há ainda a própria estrutura da
aeronave que, com seus parafusos de aço,
poderá influir na indicação das direções que
mesmo já compensadas, poderão causar
erros relacionados ao norte magnético e a

372

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

linha norte/sul da bússola (NB). Este é o


chamado desvio de bússola (d ou db). Se
estiver posicionado para direita do NM, o
desvio será este (E) e, se estiver para a
esquerda, será oeste(W).

INCLINAÇÃO MAGNÉTICA.
Nas cartas aeronáuticas que abrangem as
regiões polares, aparecem linhas traçadas
que unem pontos que tem mesma inclinação
magnética. A essas linhas, damos o nome de Trânsito do sol aparente – É a
isoclínicas. caminhada executada pelo sol médio com
uma velocidade constante, no período de 24
ESTUDO DO TEMPO – FUSOS horas.
HORÁRIOS
O dia sideral tem a duração aproximada de
Para se compreender bem o estudo do 23 horas, 56 minutos e 4 segundos de um
tempo e os fusos horários, devem-se levar em dia solar médio. O dia solar médio é medido
consideração os movimentos da terra: rotação com referência a uma estrela que tem
e translação. distância indefinida.

Na verdade a velocidade desenvolvida pela O ano bissexto foi criado para compensar a
terra no movimento de rotação não é diferença entre o dia sideral e o dia solar.
constante: em momentos mais acelerada, e
em outros mais lentos, entretanto, para efeito O dia solar – É medido com referência
do estudo do tempo, esse movimento é ao sol médio de 24 horas.
considerado como se a velocidade fosse
constante. Tempo é a medida de um período
definido.
Para o movimento real que a terra executa
em torno do sol (translação ou revolução), Hora verdadeira (local) – É a hora real
imagine-se que este seja executado pelo sol do sol verdadeiro.
no sentido de leste para oeste (WE), num
movimento aparente. Hora média (legal) – É aquela que se
Para fazer um estudo mais adequado de refere ao sol aparente ou fictício.
fusos horários, deve-se imaginar a terra
parada e o sol fazendo os movimentos em O sol descreve uma eclítica em seu
volta dela (movimento aparente). movimento aparente, com velocidade angular
constante, fazendo uma caminhada para o
Dessa maneira, o sol passa a assumir um hemisfério norte e depois para o hemisfério
movimento constante por isso é chamado de sul.
sol aparente, sol fictício ou sol médio.
Verificar- se facilmente que se os 360º de
arco que o sol executa em torno da superfície
terrestre para realizar uma volta completa são
necessárias 24 horas, podemos estabelecer
uma relação básica entre longitude e tempo.

Arco de longitude

373

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

É a hora adotada no meridiano zero


Tempo gasto pelo sol Para percorrer (GREENWICH), correspondente a mesma em
todo o mundo, naquele instante. É adotada
15º _____________________ 1 hora para os meios de navegação.
15´ _____________________ 1 minuto
15´´_____________________ 1 segundo RELAÇÃO ENTRE HORA E
LONGITUDE

Tendo a terra 360º e um dia solar de 24


horas, torna-se fácil saber que, a cada 15º de
arco corresponde à uma hora de tempo de
sol médio.

No desenvolvimento de sua eclíptica, o sol


cruza a linha do Equador da terra duas vezes
por ano. O primeiro acontecimento se dá em
21 de março, quando o sol se desloca para o
hemisfério sul. Esse deslocamento inclina
tório é chamada declinação do sol, que atinge
27 graus e 31 minutos. Tanto para o
hemisfério norte como para o sul. LINHA INTERNACIONAL DE DATA
DETERMINAÇÃO DAS HORAS.
Nas longitudes OESTE (W), as horas das
O homem não teria condições de manter zonas, locais e legais sempre serão mais
sua razão de vida, de negócios, e etc., cedo que a hora no meridiano de
considerando em cada meridiano, provocado GREENWINCH e na longitude ESTE (E), as
deslocamento do sol aparente. horas serão mais adiantadas. Isto ocorre
Para facilitar, criaram – se vários tipos de
devido ao movimento aparente do solo em
hora, cada qual representado uma torno da terra.
determinação específica. É fácil verificar, portanto, que irão ocorrer
Entre as horas determinadas tem – se a mudanças de datas em certos locais da
hora legal, universal time coordenate e a hora superfície da terra. Por convenção se
de verão usada em alguns países como o considerarmos a hora da zona ou local,
Brasil. haverá mudança de data obrigatória no
meridiano 180º, no caso de considerarmos a
Hora local (HLO) – É a hora hora legal, a mudança se verificará na LINHA
correspondente a cada meridiano de INTERNACIONAL DE MUNDAÇA DE DATA,
longitude. também chamada de DATUM LINE.
Esta linha em virtude de leis de estados,
Hora legal (HLE) – É a hora local da
poderá não coincidir com meridiano 180º,
longitude central correspondente a um fuso. para evitar-se que certos países fiquem com
dias diferentes.
Universal Time Coordenate (UTC) ou FUSO HORÁRIO
Zulu (Z)
É uma faixa de 15º de longitude, sendo 07º
374

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO AÉREA

e 30 minutos para um lado e 07º e 30 minutos


para outro, de uma longitude central. UNIDADES DE MEDIDA
De limite, o fuso tem 15º de longitude, Milha marítima. Milha terrestre, quilômetro,
compreendendo uma hora de tempo. pé. Conversão.
Entretanto o fuso zero limita-se por 07º e 30
minutos W. DISTÂNCIA: é a medida do espaço
Tendo em vista que são 180º de longitude compreendido entre pontos considerados. Em
para cada lado da terra pode – se concluir navegação aérea, é sempre medido em linha
que há também 12 fusos para cada lado. reta entre pontos.
Os 12 fusos contêm apenas 07º e 30
minutos cada um, tendo o meridiano 180º, UNIDADES DE DISTÂNCIA
que é a linha internacional de data. Para a medida de distância, utilizam-se
Esses fusos além de numerados são várias unidades dentre as quais se destacam
classificados por letras, sendo o fuso zero o quilômetro, a milha terrestre (MEDIDA
(Greenwich) representado por Z (ZULU). AMERICANA), a milha náutica, esta última
equivalente á milha marítima, e também o pé,
usado para medir altitudes.

QUILÔMETRO (KM): é a unidade de


comprimento equivalente a 1000 metros. É
usada na avaliação de distâncias geográficas.

MILHA TERRESTRE (MT OU


Fuso + 2 (0) – Fernando de Noronha e Ilha STATUTE MILE) (ST): é uma unidade de
de Trindade medida de distância equivalente a 1609
Fuso + 3 (P) – Quase todos os Estados metros, adotada nos ESTADOS UNIDOS e na
Fuso + 4 (Q) – Amazonas. Mato Grosso, INGLATERRA.
Roraima e Acre
MILHA MARÏTIMA (MIMA) OU
Obs: Segundo a Lei nº 11.662, de 24 de NAUTICAL MILE (NM): é uma medida de
abril de 2008, à partir de zero hora de 24 de distância equivalente a 1852 metros,
junho de 2008 passaram a vigorar no Brasil 3 internacionalmente conhecida e adotada
(três) fusos horários, conforme figura exclusivamente para fins de navegação.
abaixo. Equivale, aproximadamente, ao comprimento
de 01 minuto de arco de um círculo máximo.

Seu valor é considerado o comprimento de


01 minuto de arco de longitude sobre o
Equador, tolerável até 10º de latitude N ou S.

PÉ (FT): é uma unidade de medida


linear, de 12 polegadas, equivalente a cerca
de 30, 48 centímetros.

Ex.: 1000 ftvalem aproximadamente


304,8m.

375

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO

Exercícios :

1. Na teoria dos fusos horários, a relação entre tempo e longitude é:

a ) 15 graus de longitude para 24 horas. c) 15 graus de longitude para 1 hora.


b) 1 grau de longitude para 1 hora. d)180 graus de longitude para 24 horas.

2. Na teoria dos fusos horários o movimento de rotação da Terra de Oeste(W) para Este(E) resulta
num movimento:

a) Aparente do sol de Oeste para Este. c) Aparente do sol de Este para Oeste.
b) De rotação do sol em volta da Terra. d) De translação do sol em volta da Terra.

3. A hora considerada em cada meridiano é a hora:

a ) Local. b) Legal. c) Estimada. d) De Greenwich.

4. A hora considerada no meridiano central de cada fuso é a hora:

a ) local b) legal c) estimada d) de Greenwich.

5. O meridiano central do fuso nº 5 do lado ocidental tem para longitude:

a ) 15º E b) 15º W c) 75º E d) 75º W

6. Conhecemos como Linha Internacional de Mudança de Data:

a) A linha do Equador. c) O meridiano de Greenwich.


b) O Trópico de Câncer. d) O meridiano de 180º

7. A mudança de data ocorre no meridiano de 180º, quando em Greenwich são:

a) 06:00 UTC b) 12:00 UTC c) 18:00 UTC d)24:00 UTC

8. Qual a diferença horária entre os lugares de longitude 120º E e 045º W?

a) 03 horas b) 05 horas c) 08 horas d)11 horas

9. O meridiano central de fuso nº 8 do lado oriental, tem para longitude:

a) 105º E b) 120º E c)105º E d) 120º W

10. Num local de coordenadas geográficas 10º 40’N e 075 º00’E, são 03:00 HLE.
Qual a hora UTC?

a) 08:00 UTC, mesmo dia. c) 22:00 UTC, mesmo.


b) 08:00 UTC, dia seguinte. d) 22:00 UTC, dia anterior.

376

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO

Exercícios :

11. Em Greenwich são 22:00 hs. Qual a hora HLE num lugar de longitude 142ºE?

a) 07:00 HLE do dia seguinte. c) 13:00 HLE do mesmo dia.


b) 07:00 HLE. d) 13:00 HLE do dia seguinte.

12. Num lugar de longitude 085ºW são 13:30 HLE. Qual a hora UTC?

a) 07:30 b)08:30 c)18:30 d)19:30

13. No meridiano 135º W são HLO 13:30 horas. Qual a HLO no meridiano 047º W?

a) 07:38 b) 17:38 c) 19:22 d) 9:22

14. Sabendo-se que HLO 2330 horas do dia 18 de Janeiro na longitude 073º E, calcule data hora
UTC.

15. A Terra é considerada como uma esfera para fins de navegação, embora saibamos que existe
uma diferença de 43 km entre, seus diâmetros, sendo o menor deles, aquele no sentido:

a) Do equador. d) Do Pólo Norte ao Pólo Sul, verdadeiro.


b) Do Pólo Norte ao Pólo Sul, magnéticos. c) Dos trópicos.

16. A Terra em seu movimento de rotação gira de:

a) Norte para Sul. b)Sul para Norte.


c) Este para Oeste. d)Oeste para Este.

17. As duas componentes básicas do sistema de Coordenadas Geográficas, que servem para
identificação de pontos na superfície da terra são:

a) Equador e Paralelo. c) Meridiano e Paralelo


b) Latitude e Longitude. d) Equador e Meridiano de Greenwich

18. As latitudes são contadas a partir do Equador até:

a) 90’N ou 90ºS. b)90ºE ou 90ºN. c)180º N ou 180ºS d)180ºE ou 180ºW.

19. O semicírculo máximo de inicio de contagem das longitudes é:

a) Equador. c)Circulo Pólo Crítico.


b) c)Meridiano de 180º. d) Meridiano de Greenwich.

377

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
NAVEGAÇÃO

Exercícios :

20. O arco de meridiano compreendido entre o Equador e o paralelo de latitude de um ponto


considerado na superfície da terra chama-se:

a) Latitude. b) Circulo menor. c)Longitude. d) Antimeridiano.

21. As distâncias angulares medidas a partir do plano do Equador em direção aos pólos, chamam-
se:

a) Latitude. c) Longitude.
b) Diferença de Latitude. d) Diferença de Longitude.

22. A distância angular, medida sobre um meridiano entre o Equador e um paralelo dado chama-se:

a) Latitude. c)Diferença de latitude.


b) c)Longitude. d) Diferença de longitude.

23. As longitudes são contadas a partir do meridiano de Greenwich até:

a) 90ºE ou 90ºW. c)180ºE ou180ºW.


b) 90ºN ou 90ºS d)180ºN ou 180ºS.

24. O antimeridiano 120ºE será:

a ) 60ºE. b) 150ºE. c) 60ºW. d) 150ºW.

25. As latitudes são contadas a partir do:

a) Pólo Sul b) Pólo Norte. c)Equador. d) Greenwich.

26. O arco, do equador compreendido entre o Meridiano de Greenwich e o Meridiano que contém
um ponto considerado na superfície, da terra, chama-se:

a ) Latitude. b) Longitude. c) Antimeridiano. d) Paralelo de latitude.

27. O circulo máximo que divide a Terra em duas partes iguais (hemisférios norte e sul) chama-se:

a) Equador. c) Paralelo de latitude.


b) Antimeridiano. d) Meridiano de Greenwich.

28. Qual o antimeridiano 135ºE?

a) 45º W. b)135º W. c)45º E. d) 180º E.

29. O arco de meridiano compreendido entre um ponto considerado na superfície da Terra e o Pólo
correspondente ao hemisfério onde se situa o ponto chama-se:

a ) Latitude. b) Co-latitude. c) Longitude. d)Antimeridiano

378

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

sempre que esteja previsto ou tenha sido


METEOROLOGIA observado algum fenômeno perigoso à
aviação.
INTRODUÇÃO Este serviço está estruturado e dividido nas
seguintes fases:
A disciplina pretende proporcionar ao aluno a) Observação: é a verificação visual e
conhecimentos fundamentais sobre os instrumental dos elementos que
fenômenos meteorológicos que interferem no representam as condições
ambiente de trabalho do comissário de voo, meteorológicas, num dado momento e
contribuindo para que o profissional local.
desempenhe sua função com maior b) Divulgação: é a transmissão dos dados
segurança e, assim, transmita segurança e observados para que outros locais
tranqüilidade ao passageiro, especialmente tomem conhecimento.
quando lhe fornecer informações gerais. c) Coleta: é a recepção dos dados de um
O assunto será abordado de forma objetiva, determinado local.
visando transmitir os conhecimentos de d) Análise: é o estudo e interpretação das
maneira simples, sem demonstrações informações observadas com fins de
complicadas, a fim de proporcionar noções previsão do tempo.
que permitam compreender os fenômenos e) Exposição: dos dados, observados ou
que se desenvolvem na atmosfera. previstos, para consulta dos usuários.
CAPÍTULO I - CARACTERIZAÇÃO DA CAPÍTULO II - A TERRA NO SISTEMA
METEOROLOGIA SOLAR
Meteorologia é uma ciência, ramo da O Sol é a principal fonte de energia do
geofísica, que estuda os fenômenos e as nosso planeta. Emissor de luz e calor, é cerca
atividades atmosféricas. de 1.300.000 vezes maior do que a Terra.
Quanto à maneira como é estudada
atualmente, divide-se em:
1. Meteorologia Pura: estuda a meteorologia
de uma forma geral. É voltada para a
área de pesquisa. (paleoclimatologia,
sinótica, dinâmica, etc.)
2. Meteorologia Aplicada: é a aplicação da
meteorologia em determinadas atividades
humanas e econômicas. (marítima,
agrometeorologia, aeronáutica, etc.)
A meteorologia aeronáutica tem por
finalidade proporcionar aos usuários
segurança e economia. Em sua área de
responsabilidade, os serviços se preocupam,
principalmente, com os fenômenos que
possam por em risco a segurança das
aeronaves. A Terra está a aproximadamente a 150
Por isso, é mantido um serviço de vigilância milhões de quilômetros do Sol. Ela interage
permanente e contínuo, que difunde boletins com a radiação solar através de dois
movimentos principais:
379

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

 Rotação: movimento realizado em torno  Equinócios: são pontos eqüidistantes da


de seu próprio eixo. Duração de 24h. Terra em relação ao Sol. Este incide na
Responsável pelos dias e noites. Durante vertical da linha do Equador, delimitando
o dia a Terra recebe radiação solar e se o outono e a primavera em cada
aquece; à noite resfria-se devido emissão hemisfério alternadamente.
de radiação terrestre.
Para que fosse possível determinar com
 Translação ou Revolução: movimento exatidão a posição de qualquer ponto sobre a
que a Terra realiza em torno do Sol. superfície da Terra, ela foi dividida em linhas
Duração de 365 dias e 6h (a cada 4 anos imaginárias verticais e horizontais chamadas
acumula 1 dia, daí a necessidade de se de Meridianos e Paralelos.
ter os anos bissextos).
Ao descrever sua órbita, a Terra apresenta
inclinação (eclíptica) de 23,5°. Este fato,
aliado ao movimento de translação, é o
responsável por estabelecer as estações do
ano. Ao longo da trajetória vai variando o grau
de radiação solar em cada hemisfério. Maior
radiação, verão, menor radiação, inverno.

Meridianos são semicírculos (arcos de


180°) que ligam um pólo ao outro. O mais
importante deles é o de Greenwich (longitude
0°) que divide a Terra em Ocidente e Oriente.
Os meridianos opostos são chamados de
antimeridianos.
Paralelos são círculos traçados
paralelamente à linha do equador (círculo
máximo). O mais importante deles é o
Podemos observar na figura acima a Equador (latitude 0°) que divide a Terra em
delimitação de 4 pontos (2 solstícios e 2 Hemisfério Norte e Hemisfério Sul. Os outros
equinócios): paralelos são denominados de círculos
menores.
 Solstício de periélio: este é o ponto em Os paralelos determinam ao longo do
que a Terra encontra-se mais perto do planeta diferentes zonas climáticas:
Sol. Este, por sua vez, incide na vertical
do trópico de capricórnio. Verão  Equatorial: imediatamente em torno do
Hemisfério Sul, inverno Hemisfério Norte; equador terrestre.
 Tropical: zona compreendida entre os
 Solstício de afélio: neste ponto, a Terra trópicos de capricórnio e de câncer.
encontra-se mais afastada do Sol, o qual  Temperada: zona compreendida entre os
incide na vertical do trópico de câncer. trópicos e os círculos polares.
Inverno no Hemisfério Sul, verão  Polar: zona compreendida entre os
Hemisfério Norte; círculos polares e os respectivos pólos.

380

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

atuando nas grandes massas de água de


nosso planeta, faz com que a mesma vá para
a atmosfera em forma de vapor.
Uma atmosfera seca apresenta 0% de
vapor d’água. Já para uma atmosfera
saturada teremos 4%, diminuindo
proporcionalmente a quantidade dos outros
elementos.
A atmosfera da Terra possui uma estrutura
vertical extremamente variável. Para fins de
estudo ela é dividida em várias camadas, em
cujas regiões encontramos peculiaridades
relevantes.
CAPÍTULO III - INTRODUÇÃO À
ATMOSFERA TERRESTRE
O ar atmosférico é uma mistura de vários
gases que envolvem o planeta, cobrindo as
terras e os mares. Assim como os oceanos, a
atmosfera encontra-se “presa” a Terra pela
ação gravitacional, acompanhando-a em seus
movimentos.
A ação gravitacional também faz com que
o ar fique mais denso nas camadas inferiores,
ficando cada vez mais rarefeito à medida que
se afasta da superfície.

 Altitude x Densidade: são inversamente


proporcionais. Quanto maior a altitude,
menor será a densidade.
A atmosfera é fina em relação às
dimensões do planeta, porém é de extrema Assim temos a seguinte divisão em
importância para a ocorrência da vida, dada a camadas da atmosfera:
presença de O2 (respiração), CO2  Troposfera: sua espessura varia de
(fotossíntese) e a propriedade de filtragem acordo com a hora e a latitude e tem em
das radiações perigosas emitidas pelo sol. média, cerca de 16 km (17 a 19Km) sobre
O ar, material que compõe a atmosfera, é o equador e 8,5 Km (7 a 9 km) sobre os
uma mistura mecânica de diversos gases, pólos. A troposfera é a camada mais
sendo que os componentes majoritários são: instável da atmosfera; é a região de maior
 Nitrogênio: 78% atividade nebulosa. Nela acontecem os
 Oxigênio: 21% fenômenos meteorológicos mais
 Outros: 1% importantes, como as frentes,
 H2O: 0% a 4% tempestades, os ventos, etc. Na troposfera,
a temperatura do ar tem um decréscimo de
O vapor de água embora seja encontrado 0,65 Celsius para cada 100 metros (2º
na atmosfera, não entra em sua composição; Celsius para cada 1.000’ Ft).
estando nela somente porque o calor do sol,
381

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

 Tropopausa: sua espessura é de 3 a 5 c) Difusão: é o espalhamento da radiação.


km. É a camada imediatamente acima da Este é o fenômeno responsável pela
troposfera. Sua principal característica é a coloração azul do céu.
ISOTERMIA (temperatura constante). A radiação solar que atinge a superfície da
 Estratosfera: é a camada logo acima da Terra, após sofrer filtragem, recebe a
tropopausa. Nela inicia-se a difusão da luz denominação de INSOLAÇÃO.
solar, que acarreta a coloração da Outro fenômeno gerado pela atmosfera é o
atmosfera. Nesta camada ocorre ainda chamado Efeito Estufa, também chamado de
uma concentração acentuada de ozônio O3 efeito “cobertor”. É um fenômeno natural em
entre 25 e 50 km, que formam uma que a atmosfera evita que grande parte do
camada conhecida como ozonosfera. Sua aquecimento ocorrido durante o dia se perca
origem deve-se a certa faixa da radiação para o espaço à noite. Em seu estado normal
ultravioleta que é absorvida pelo oxigênio ele é benéfico, pois sem ele a temperatura
molecular, decompondo seus átomos. A média da Terra seria de -18°C.
recombinação desses átomos origina
moléculas triatômicas de ozônio. Nesta
camada a temperatura aumenta com a
altitude.
 Mesosfera: próxima camada, nela a
temperatura volta a diminuir com a altitude
chegando ao valor mais baixo de toda a
atmosfera. Aproximadamente -90°C.
 Ionosfera: sua característica marcante é
refletir as ondas hertzianas de rádio. Aí
começa a filtragem seletiva da radiação
CAPÍTULO IV - CALOR
solar, pois a ionosfera absorve a radiação Temperatura é a medida do grau de
gama e os raios X. É também nesta agitação molecular de determinado corpo.
camada que ocorrem os fenômenos das Sabe-se que os corpos, ao serem
Auroras Polares. A temperatura volta a aquecidos, aumentam a agitação molecular
aumentar nesta camada. interna, ocasionando um afastamento entre
 Exosfera: é a camada mais externa da suas moléculas. Conseqüentemente, os
atmosfera. Ela é extremamente rarefeita. A corpos se dilatam aumentando de volume e
temperatura continua aumentando. diminuindo a sua densidade, mas quando
resfriados, contraem-se, diminuindo de
A atmosfera funciona como um filtro,
volume e aumentando a densidade.
impedindo que as radiações mais perigosas
cheguem até a superfície de nosso planeta. O
 Temperatura x Densidade: são
processo de filtragem ocorre por:
inversamente proporcionais. Quanto
a) Absorção: as radiações mais perigosas maior é a temperatura, menor será a
são absorvidas pela atmosfera. densidade.
b) Reflexão: também chamado de Calor (ou energia térmica) é uma forma de
ALBEDO. Parte da radiação solar que energia que indica o estado de agitação das
chega é enviada de volta para o moléculas de um corpo.
espaço. O calor pode ser transmitido de um corpo a
outro das seguintes formas:

382

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

 Convecção: processo de
transferência de calor por agitação das
moléculas. Uma vez aquecidas, as moléculas
modificam sua posição relativa e produzem
correntes. A convecção ocorre nos meios
fluídos (líquidos/gases). Podem ser correntes
ascendentes ou descendentes, correntes
convectivas.

 Radiação: processo de transferência


de calor à distância, sem contato entre
corpos, em meios rarefeitos e através de
ondas muito curtas. É o único dos processos
que não necessita de um meio físico para se
propagar.

 Advecção: transporte de calor na


horizontal executado pelos ventos.

 Condução: passagem direta de calor


de molécula a molécula. Seus movimentos
são transferidos de uma para outra, A distribuição de calor obedece a
gradativamente. gradientes verticais e horizontais.
A relação entre temperatura e altitude é
variável, conforme verificado nas camadas
atmosféricas. Na troposfera geralmente
diminui com a altitude, mas pode ocorrer o
fenômeno conhecido como INVERSÃO
TÉRMICA, que é quando a temperatura
aumenta com a altitude, ocorrendo
normalmente no inverno.
 Temperatura x Altitude: é uma relação
variável. A temperatura normalmente
diminui com a altitude, mas pode também
aumentar em caso de inversão térmica.

383

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

O instrumento que mede a temperatura do  Nuvem e nevoeiro congelante:


ar é o Termômetro e seu equivalente formados por micro cristais de gelo em
registrador é conhecido como termógrafo. suspensão na atmosfera.
 Geada: cristais de gelo fino
CAPÍTULO V - ÁGUA depositados por sublimação do vapor
Mais de 2/3 da superfície da Terra são d’ água em superfícies que
cobertos por oceanos, mares, rios, lagos, etc. apresentam temperatura menor ou
Essa água está em contínuo processo de igual a 0°C.
evaporação para a atmosfera. Ao subir ocorre No estado líquido pode ser:
a condensação e precipitação, percorrendo  Chuvisco: precipitação de gotículas de
um caminho cíclico denominado de ciclo água com diâmetro menor que 0,5mm.
hidrológico. Tem origem em nuvens Stratus.
 Chuva: precipitação de gotas de água
com diâmetro maior ou igual 0,5mm.
 Nuvem e nevoeiro: formado por micro
gotículas de água em suspensão na
atmosfera.
 Orvalho: gotas de água depositadas
por condensação do vapor d’ água em
superfícies com temperatura maior que
0°C.
No estado gasoso é conhecida como
vapor d’ água.
A água existe na atmosfera nos três A variação da quantidade de água
estados físicos: sólido, líquido e gasoso. presente na atmosfera gera diferentes tipos
de ar:
 Ar Seco: parcela de ar com quantidade
desprezível de vapor d’ água.
 Ar Úmido: parcela de ar com
quantidade significante de vapor d’
água.
 Ar Saturado: quando a quantidade de
vapor d’ água é máxima. UR é 100%.
A Umidade Relativa (UR) é a relação
entre a quantidade de vapor d’ água presente
No estado sólido pode tomar a forma de: num dado volume de ar e a quantidade de
 Neve: precipitação em forma de flocos vapor d’ água que este volume de ar pode
(cristais hexagonais) ocorrendo conter. É expressa em porcentagem de 0% a
quando a temperatura está próximo de 100%.
0°C. A seguir vemos a relação entre a
 Granizo: precipitação em forma de quantidade de vapor d’ água na atmosfera e a
grãos de gelo com diâmetro igual ou respectiva umidade relativa.
maior que 5mm. A formação do
granizo é característica do
Comulonimbus, habitualmente durante
fortes trovoadas.
384

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

Vapor os sentidos.
0% 1% 2% 3% 4%
d’água Para medir a pressão existe o
UR 0% 25% 50% 75% 100% BARÔMETRO, inventado por Torricelli em
1643, que foi o barômetro de mercúrio.
Outro parâmetro muito importante na Vieram depois os outros, entre os quais os
medição da quantidade de água presente na barômetros metálicos ou aneróides.
atmosfera é a Temperatura do Ponto de A pressão atmosférica varia de acordo com
Orvalho que é a temperatura que o ar deve os seguintes parâmetros:
atingir para tornar-se saturado.
A umidade, a quantidade de  Pressão x Altitude: são inversamente
água na atmosfera, altera sua proporcionais. Quanto maior é a altitude,
densidade. Da química temos o menor será a pressão, visto que diminui a
seguinte: quantidade de ar atmosférico. A pressão
diminui 1hPa a cada 30 pés.
Peso Molecular do  Pressão x Temperatura: são
Nitrogênio: 28 inversamente proporcionais. Quanto
maior é a temperatura menor será a
pressão. Ar quente é mais leve que o ar
Peso Molecular do Oxigênio: frio.
32
 Pressão x Densidade: são diretamente
Peso Molecular da água: 18 proporcionais. Quanto maior é a
densidade maior será a pressão. Quando
Como no Ar Úmido ocorre substituição de o ar é aquecido e sofre expansão, sua
moléculas mais pesadas por outras mais densidade também diminui. Um metro
leves, temos que o Ar Seco é mais pesado cúbico de ar quente é menos denso que
que o Ar Úmido. um metro cúbico de ar frio.
 Densidade x Umidade: são inversamente Nos centros meteorológicos são traçados
proporcionais. Quanto maior a umidade, linhas que unem pressões iguais ao nível
menor será a densidade. médio do mar denominadas ISÓBARAS. Com
essas linhas é possível determinar:
HIGRÔMETRO: instrumento que mede
quantidade de vapor d’ água na atmosfera.  Sistemas fechados:
a) Alta Pressão (anticiclone)
CAPÍTULO VI - PRESSÃO b) Baixa Pressão (ciclone).
ATMOSFÉRICA
 Sistemas abertos:
"É o peso da coluna de ar sobre a
superfície terrestre". Ela é exercida em todos a) Cristas ou Cunhas: sistemas abertos
de alta pressão
b) Cavados: sistemas abertos de baixa
pressão.
Um local de Baixa Pressão é um local de
mau tempo, área de instabilidade, com muita
nebulosidade normalmente associada com
precipitações.
Um local de Alta Pressão é um local de
bom tempo, com pouca ou nenhuma
385

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

nebulosidade. pudesse ser tomada como referência para os


A Altitude-Densidade é uma escala usada estudos realizados nesse campo.
na aviação e determina o quanto o ar está ou Para esse fim, foi concebida uma atmosfera
não mais denso. Assim, quanto maior for a padrão, onde seus elementos variáveis
temperatura, umidade, altitude e menor a obedecessem a um critério padronizado e
pressão ao nível do mar, maior é a altitude de constante, que pudesse ser utilizado para a
densidade (para o mesmo local). Ou seja, comparação com elementos reais. Assim, a
para o mesmo local a altitude de densidade temperatura, a pressão, a densidade, a
varia a todas as horas e faz com que a composição, etc., tiveram valores
performance da aeronave mude. Por estabelecidos e constantes.
exemplo: um aeroporto situado ao nível do A OACI (Organização de Aviação Civil
mar pode estar com uma grande altitude Internacional, do inglês ICAO), órgão
densidade em um dia muito quente e com especializado da ONU (Organização das
pressão baixa. Neste dia será necessário que Nações Unidas) responsável por assuntos
um avião - ao decolar - percorra mais pista. relacionados à segurança da aviação,
Além disso, os parâmetros atmosféricos aprovou a atmosfera-padrão que ficou
sofrem diversas alterações devido às conhecida como ISA (ICAO Standart
influências meteorológicas. Atmosphere).
Desempenho, ou seja, a velocidade A seguir, são apresentados conceitos da
máxima, o comprimento da pista para ISA.
decolagem, etc., depende muito dos
parâmetros atmosféricos.
Como eles variam de acordo com o local, a
hora, etc., foi criada a atmosfera padrão (ISA),
com as seguintes finalidades:
 Possibilitar o cálculo do desempenho da
aeronave em diversas condições, a partir
da condição padrão;
 Possibilitar a comparação dos
desempenhos de aeronaves diferentes;
 Padronizar os critérios de avaliação dos
desempenhos de aeronaves. Valores:
NOTA: como a pressão atmosférica diminui  Altitude: 20000 metros (troposfera e
quando a altitude aumenta, este fator é tropopausa)
aproveitado para a construção dos altímetros,  Temperatura ao nível do mar : 15ºC ou
que medem a altitude de voo das aeronaves. 59°F;
O altímetro é apenas um manômetro (medidor  Gradiente Térmico: 2ºC/1.000 (ft) pés ou
de pressão), adaptado para indicar altitude 0,65°C/100m
em lugar de pressão (ALTITUDE DE  Gradiente Bárico: 1hPa/30ft ou 9m;
PRESSÃO). 1polHg/1000ft ou 300m
 Pressão ao nível do mar: 1013,25 hPa ou
CAPÍTULO VII - ATMOSFERA – 29,92polHg ou 760mmHg .
PADRÃO DA OACI
A solução para muitos problemas em Outros valores da Atmosfera-Padrão:
meteorologia, especialmente em aeronáutica,  Densidade ao nível do mar – 0, 001.225,0
foi o estabelecimento de uma atmosfera que g/cm3
386

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

 Peso molecular do ar seco – 28, 966 g


 Peso específico ao nível do mar – 1, 201.3
gr/m2s2
 Aceleração da gravidade – 980,31 cm/s2
 Temperatura da tropopausa – 56,5º
Celsius
 Latitude: 45º
 Velocidade do som ao nível do mar – 660
nós (Kt) ou 340 m/s
Outro conceito muito importante são as
distâncias verticais: Os ventos são caracterizados de acordo
 Altitude: distância vertical que separa um com as forças que atuam sobre eles, as quais
ponto do espaço do nível do mar. podem ser:

 Altura: distância vertical que separa um  Força do Gradiente de Pressão: é a


ponto do espaço do nível do solo. força que surge devido à diferença de pressão
entre dois pontos considerados. Ela será tanto
CAPÍTULO VIII - VENTOS maior quanto mais próximos forem esses
pontos.
A circulação atmosférica é definida como o
movimento do ar na atmosfera. O movimento  Força Centrífuga: força que age em
pode ser divido em horizontal e vertical. Os movimentos curvos ou rotacionais tendendo a
movimentos verticais do ar atmosférico “jogar” os objetos para fora da trajetória.
recebem a denominação de correntes e os  Força de Coriolis: força aparente,
movimentos horizontais ou advectivos, resultante da força centrífuga, que age sobre
ventos. os corpos em movimento, desviando suas
Imaginemos dois volumes de ar adjacentes trajetórias. No Hemisfério Sul desvia para a
com a mesma pressão. A isto significa que a esquerda. No Hemisfério Norte desvia para a
densidade é a mesma, e por conseqüência, direita.
estarão em equilíbrio um em relação ao outro.
O ar nos dois volumes estará em repouso,
apresentando apenas a agitação natural de
suas moléculas.
A diferença em densidade fará com que o
excesso de moléculas do volume mais denso
ou de maior pressão flutua na direção do
volume menos denso, no sentido horizontal,
tentando manter o equilíbrio entre as massas.

 Força de Atrito: força contrária ao


movimento que surge da rugosidade da
superfície. Modifica a direção do vento e
reduz sua velocidade. O atrito com a
superfície é efetivo até 600m, denominado de
387

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

nível gradiente. A camada atmosférica entre a


superfície e o nível gradiente é chamada de P
camada de fricção. Esta camada, por sua vez, Pólo N Gr
divide-se em duas: camada limite (da Norte ee
superfície até 100m) e a camada de transição Magnét G nw
(de 100 a 600m). Os ventos que sopram ico ic

dentro da camada limite são chamados de h
ventos de superfície e os que fluem na
camada de transição são chamados ventos
superiores ou de altitude.
Eq M

ua
do
r
Os ventos só podem ser descritos quando
devidamente determinados os seguintes
elementos:
 Direção: dada sempre de onde o vento  Velocidade: é a intensidade com que o
flui. Medida através da rosa dos ventos em vento se manifesta. A unidade utilizada na
giro horário, 090° é Leste; 180° é o Sul; 270° aviação é o Nó (Kt), que equivale a
é Oeste; 360° é o Norte. Estes são os pontos 1,852Km/h.
Cardeais. Os pontos colaterais são NE, SE,  Caráter: é a sua regularidade de fluxo.
SO, NO. Ele pode variar ou não em direção e/ou
velocidade. Variando em direção ele é dito
VARIAVEL. Quando varia em velocidade e
essa variação é de pelo menos 10 Kt, num
máximo de 20 segundos ele é dito ser Vento
de Rajada.
Os ventos são dados por meios de
ANEMÔMETROS com indicadores de
velocidade e direção simultaneamente. Ficam
instalados em estações meteorológicas e em
torres de controle de um aeroporto. Existe
outro instrumento chamado de BIRUTA. Ele,
diferente do anemômetro, apenas estima qual
é a direção e velocidade, não fornecendo
Obs: O vento em meteorologia é sempre valor algum.
considerado relativo ao norte verdadeiro (NV); Uma circulação importante em níveis
ao passo que o vento para pouso e elevados conhecida com (JET STREAM),
decolagem (tráfego aéreo) é considerado em corrente de jato, possui características
relação ao Norte magnético (NM). próprias com ventos fortes e velocidades
388

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

altíssimas geralmente acima de 100 Kt.  Advecção: o resfriamento é


provocado pelo movimento dos ventos frios
EFEITO SOBRE AERONAVES: resfriando regiões quentes, sendo resfriados
quando em contato com superfícies frias.
1. Pouso e decolagem. Contra vento. (proa)
2. Conhecimento do vento em rota para
correção de deriva e cálculo de
combustível.

 Radiação: a superfície aquecida pelo


sol durante o dia perde rapidamente calor
para o espaço por meio da radiação terrestre,
que começa a se fazer sentir no momento que
cessa a radiação solar. O ar em contato
começa na superfície resfriada por radiação,
também se resfria, satura e condensa,
CAPÍTULO IX - NUVENS formando assim o nevoeiro. Quando o vento
flui intenso, o nevoeiro se eleva formando
A água da superfície ao evaporar para a uma camada baixa de stratus.
atmosfera tende a saturar o ar ambiente. A
continuidade de evaporação acarreta uma
tendência a super saturação que é controlada
pela presença de partículas sólidas e
microscópicas (sais poluição) em suspensão
no ar.
O vapor d’água condensa ou sublima em
torno destas partículas, formando gotículas ou
cristais, que serão os componentes das
nuvens e dos nevoeiros.
Para que ocorra a condensação e/ou  Convecção: o ar em contato com
sublimação do vapor d’água na atmosfera é superfície aquecida se aquece e se eleva sob
preciso que haja antes a saturação do ar. O ar forma de correntes espiraladas. O ar nestas
pode atingir a saturação através de dois colunas se resfria por expansão à medida que
meios: acréscimo de vapor d’água e se eleva, atinge um nível onde se torna
resfriamento. saturado, que se caracteriza pelo seu rápido
O acréscimo de vapor d’água resulta da desenvolvimento.
evaporação da água de rios, lagos, oceanos,
etc..., permitindo o aumento da temperatura
do ponto de orvalho.
O resfriamento resulta da diminuição da
temperatura que pode ocorrer pelos seguintes
processos:

389

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

Apesar das freqüentes transformações da


aparência das nuvens é possível a definição
das formas características que permitem
classificá-las em diferentes grupos. Pelo Atlas
Internacional das Nuvens, temos as seguintes
classificações:

1. Aspecto físico;
Estratiformes: são aquelas que
 Efeito Orográfico: o ar que flui contra apresentam um desenvolvimento horizontal
a encosta de uma montanha ou serra é acentuado, mas com pouca profundidade
elevado mecanicamente ao longo da encosta. vertical. São produzidas em ar estável e sem
Resfria por expansão à medida que se eleva, turbulência.
satura e forma nuvens orográficas. Estas Cumuliformes: são as que têm
nuvens sempre se formam do lado do vento pronunciado desenvolvimento vertical. São
(barlavento), o lado oposto é sempre livre de fruto de ar instável, com movimento
nuvens (sotavento). convectivo acentuado e turbulento.
2. Estrutura física;
Líquidas: são nuvens constituídas por
gotículas de água, formadas através da
condensação em baixas alturas, onde as
temperaturas tendem a ser positivas.
Constituem as nuvens baixas, exceto TCU e
CB.
Sólidas: são nuvens compostas por
cristais de gelo, formadas através da
sublimação, em alturas elevadas, onde as
temperaturas são negativas. Constituem as
nuvens altas.
Mistas: são nuvens constituídas tanto
por gotículas de água como de cristais de
 Efeito Dinâmico: o resfriamento é gelo. Constituem as nuvens TCU, CB e as
semelhante ao anterior, com exceção do ar nuvens médias.
quente que, nesta situação, é levantado pelo
3. Estágio de formação;
avanço de ar mais frio, que em conseqüência
Os estágios de formação são definidos
esfria. Este processo que ocorre nos sistemas
em função das alturas médias das bases em
frontais.
que se formam as nuvens.
Baixa: de 30m a 2Km em qualquer
latitude. St, Sc, Cu e CB.
Média: de 2Km a 8Km nas latitudes
tropicais. De 2km a 7km nas latitudes
temperadas e de 2km a 4km nas latitudes
polares. Ns, As e Ac

390

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

Alta: acima das nuvens médias. Ci, suficientemente espessa, podendo ocasionar
Cc, Cs. Todas as nuvens altas não possuem precipitações intensas.
sombra própria e nem precipitam.
g) Stratus (St): nuvem baixa geralmente
associada a dissipação de nevoeiro. Pode
ocasionar precipitação na forma de chuvisco.
4. Gêneros;
h) Stratocumulus (Sc): nuvens
As nuvens são distribuídas em 10
esbranquiçadas que podem estar soldadas
gêneros exclusivos:
entre si ou apresentar aberturas nas áreas
mais finas. Caracteriza o fenômeno do
Equilíbrio Condicional (turbulência apenas
dentro da nuvem).
i) Cumulus (Cu) e TCU: nuvens
destacadas quase sempre densas e com
contornos bem definidos (base reta) que se
desenvolvem na vertical. A precipitação
associada é na forma de pancadas.
j) Cumulonimbus (CB): é a nuvem de
trovoada, sendo densa e pesada com
considerável dimensão vertical. Gera
relâmpagos e trovões podendo ser agravado
a) Cirrus (Ci): nuvens destacadas de por fortes pancadas de chuva e granizo.
aparência fibrosa. Indicam fortes ventos na
alta atmosfera (correntes de jato). Obs: TCU (tower cumulus ou cumulus
congestus) é uma espécie de grande
b) Cirrucumulus (Cc): nuvem fina e cumulus. As nuvens Cu, TCU e CB também
branca composta por pequenos grânulos são ditas nuvens de desenvolvimento vertical,
unidos ou separados. Indicam existência de dado a sua grande espessura.
turbulência em altos níveis.
As nuvens são uma expressão direta do
c) Cirrostratus (Cs): camada transparente processo físico que tem lugar na atmosfera.
e esbranquiçada que cobre parcialmente ou Uma descrição acurada dos tipos e
total o céu. São identificadas pelo fenômeno quantidades de nuvens tem uma importante
do Halo (anel luminoso ao redor do sol ou parte da análise do tempo, e a sua previsão.
lua). Se o piloto interpretar apuradamente o
d) Altocumulus (Ac): banco ou camada significado das nuvens ele será capaz de
de nuvens brancas ou cinzentas. Identificam evitar aquelas que são perigosas ao voo.
turbulência nos níveis médios, além de poder
gerar Virga (precipitação que não chega ao
solo).
CAPÍTULO X – NEVOEIROS E RESTRIÇÃO
e) Altostratus (As): lençol de nuvem de A VISIBILIDADE
aparência uniforme que pode cobrir
totalmente o céu. Pode gerar precipitação de O nevoeiro é como uma nuvem colada à
forma contínua. superfície. Está sempre associada a
f) Nimbustratus (Ns): camada de nuvem problemas da visibilidade. Os nevoeiros
cinza-escura de aspecto sombrio, também são conhecidos regionalmente como
neblina, ruço, sereno, cerração, etc., são
efeitos da condensação de grande
391

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

quantidade de vapor d’água próximo a  Poeira: presença no ar de partículas


superfície, e que, pelas inúmeras micro sólidas como a argila e a terra em partículas
gotículas de água em suspensão, reduzem a muito finas. Restringe a visibilidade a menos
visibilidade, chegando algumas vezes à zero. de 5000, com UR<80%. Difunde a cor
A principal característica do nevoeiro é amarela.
restringir a visibilidade a menos de 1000
metros. A UR é 100%. O ar está saturado.  Cinzas Vulcânicas: Partículas emitidas
da erupção de vulcões que podem restringir a
visibilidade a menos de 5000m, além de
afetar o espaço aéreo.

A visibilidade é um parâmetro primordial


para as operações aéreas. Dependendo do
grau de restrição poderemos ter CAPÍTULO XI – TURBULÊNCIA
procedimentos visuais (VFR), instrumentos
A agitação vertical do ar atuando sobre
(IFR) ou até mesmo aeroportos fechados,
uma aeronave em voo acarreta sobre esta
gerando atrasados e transtornos.
aeronave solicitações ascendentes e
Outros fenômenos igualmente podem afetar
descendentes. O contraste entre essas
a visibilidade, são eles:
solicitações constitui o efeito da turbulência. A
 Névoa úmida: Fenômeno parecido ao turbulência torna o voo desagradável e exige
nevoeiro, com a diferença de que suas esforços estruturais de uma aeronave.
partículas constituintes são, em geral, De acordo com a origem, as turbulências
menores e mais dispersas. Por esta razão, a são classificadas como:
visibilidade é sempre igual ou maior que 1000
 Turbulência mecânica ou de solo:
metros e a UR é sempre igual ou superior a
Resulta do atrito de ventos fortes com a
80%. Difunde a cor azul-cinza.
superfície. Ventos intensos e obstáculo
 Névoa seca: Grande concentração de tornam este tipo de turbulência muito irregular
partículas sólidas em suspensão na e a obrigam a se expandir na vertical. Ela é
atmosfera, restringindo a visibilidade a menos comum á tarde, no verão, com vento
de 5000 m e com a UR sempre menor que moderado, sobre as grandes cidades,
80%. Difunde a cor vermelha. terrenos irregulares, em pedreiras e sobre
florestas expressas.
 Fumaça: Presença no ar de forma
concentrada de minúsculas partículas
resultantes da combustão que restringem a
visibilidade a menos de 5000m com UR<80%.
Difunde a cor azul.

392

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

 Turbulência orográfica: é provocada


pelo efeito de montanhas. Ventos que fluem
contra as encostas de montanhas (barlavento)
sobem mecanicamente ao longo das encostas
e descem do outro lado (sotavento) formando
uma onda no ar que se expande para
sotavento que é chamada, onda estacionária
(onda de montanha ou onda orográfica).
Quando maior for o relevo e quanto maior for
o vento, maior será a turbulência. Esse tipo de  Turbulência dinâmica :
turbulência pode ser identificado pela
presença de nuvens Lenticulares e Rotoras. a) Turbulência de céu claro (CAT): é
uma turbulência sem nenhuma
advertência visual. São mais
freqüentes e intensas no inverno.
Ocorrem associadas a uma corrente
de jato, comum nos níveis 300hPa e
200hPa.
b) Esteira de turbulência: provocada
pelo fluxo de ar sobre as asas das
aeronaves. Necessidade de
 Turbulência convectiva ou térmica:
separação das aeronaves em voo e
forma-se pelo processo convectivo, já visto
em pousos e decolagens.
anteriormente, provoca a formação de
correntes ascendentes de ar aquecido, que
quando encontram pressões menores
expandem-se contra elas e resfriam. Esse
resfriamento é contínuo e pode atingir um
nível onde iguala a seu ponto de orvalho,
formando uma nuvem convectiva. As
correntes excedentes sobem espiraladas e
são compensadas por descida de ar em suas
proximidades. É mais intensa no verão, à
tarde sobre os continentes e no inverno, à
noite sobre os oceanos.
c) Windshear: ocorre quando existe
variação na velocidade do vento ou
direção em uma curta distância nos

393

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

baixos níveis (até 2000 pés). Surge controlar a aeronave, que pode sofrer
associada às trovoadas, podendo danos estruturais irreparáveis.
ocorrer também devido frentes, brisas
marítimas e inversões de As reações de uma aeronave a turbulência
temperaturas. dependem do tamanho e peso dela, da
superfície das asas e da altitude de voo. O
conhecimento antecipado das regiões sujeitas
ao fenômeno ajudará a evitar ou minimizar o
desconforto e o perigo.

CAPÍTULO XII - MASSAS DE AR E


SISTEMAS FRONTAIS

Massas de ar são grandes volumes de ar,


cobrindo extensões da superfície da terra, que
apresentam características físicas mais ou
menos uniformes no sentido horizontal.
Um grande volume repousando sobre uma
região muito extensa durante muito tempo
acaba adquirindo as características físicas da
própria superfície, torna-se uma massa de ar.
Defini-se frente como a superfície limite
entre duas massas de ar de características
distintas. Isto é, massas de ar que
A identificação da intensidade da
apresentam quantidades de umidade, pressão
turbulência é muito difícil para a tripulação,
e temperatura diferentes.
principalmente considerando os diferentes
As frentes sempre ocorrem entre dois
tipos de aeronaves. O critério utilizado é
sistemas de alta pressão sendo elas situadas
aquele que relaciona a aceleração vertical do
em pressões mais baixas.
avião com a gravidade terrestre.
 Turbulência leve: a aeronave sofre
acelerações verticais inferiores a 0,2 “g”.
A tripulação sente a necessidade de
utilizar o cinto de segurança, todavia os
objetos soltos ainda continuam em
repouso.
 Turbulência moderada: a aeronave sofre
acelerações verticais de 0,2 a 0,5 “g”. Os
tripulantes podem ser lançados para fora O sentido de deslocamento das frentes pode
de seus assentos, sendo imprescindível o ser visto na figura abaixo.
uso de cinto de segurança.
 Turbulência forte: a aeronave sofre
acelerações verticais entre 0,5 a 0,8 “g”,
podendo ficar fora de controle.
 Turbulência severa: a aeronave sofre
acelerações verticais maiores que 0,8 “g”.
Nessas circunstâncias é impossível
394

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

Possui as seguintes características:


 Frente fria: a frente é denominada fria
quando uma massa de ar frio desloca a) Nuvens: primeiro surgem as nuvens
uma massa de ar quente, ocupando o altas (Ci, Cs), depois médias (As, Ns)
seu lugar. Como a massa de ar frio é e por último as baixas (St).
mais densa que a massa de ar quente, b) Pressão: diminui com a aproximação e
esta é obrigada a subir, formando depois aumenta.
nebulosidade do tipo cumuliforme.
c) Temperatura: aumenta aos poucos
com a passagem.
d) Deslocamento: H.S de NW/SE. H.N de
SW/NE
 Frente estacionária: ocorre quando uma
frente perde velocidade ou seu
deslocamento é desprezível. Em geral o
tempo associado a ela persiste numa
região por vários dias. As condições
Possui as seguintes características: meteorológicas decorrentes assim como
a) Nuvens: primeiro surgem as nuvens a nebulosidade predominante, serão as
altas (Ci, Cc), depois médias (Ac) e mesmas da frente que lhe deu origem.
por último as baixas (Cu, TCU e CB).  Frente Oclusa: esse tipo de frente ocorre
b) Pressão: diminui com a aproximação e quando uma frente fria (que é mais
depois aumenta. rápida) encontra uma frente quente. Esse
fenômeno dá origem aos ciclones extra-
c) Temperatura: aumenta com a tropicais. Existem dois tipos de oclusão:
aproximação e depois diminui.
a) Oclusão quente: após ocorrer o
d) Deslocamento: H.S de SW/NE. H.N de encontro das duas frentes, a frente
NW/SE quente permanece em contato com a
 Frente quente: a frente é denominada superfície.
quente quando a massa de ar quente
desloca a massa de ar frio, ocupando o
seu lugar. Assim como na frente fria, o ar
quente por ser menos denso é quem
sobe só que formando nuvens
estratiformes.

395

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

surgir terá um ciclo de vida que passa por três


b) Oclusão fria: após ocorrer o encontro
estágios consecutivos, cuja duração e
das duas frentes, a frente fria
intensidade dependerão dos fatores que
permanece em contato com a
deram origem ao fenômeno. As fases são as
superfície.
seguintes:

 Cumulus ou desenvolvimento: é a
primeira fase do ciclo de uma trovoada,
embora nem toda nuvem cumulus cresça o
suficiente para gerar a tempestade. Podem
ocorrer alguma precipitação do tipo pancada e
apresentam formas rígidas e nítidas com
topos em crescimento e dentro delas há uma
predominância de correntes ascendentes.

Por tudo que foi visto, podemos concluir as


conseqüências para o voo. Teremos além da
visibilidade reduzida nas áreas dos
aeroportos, um voo com bastante turbulência,
devido às formações e os ventos.

CAPÍTULO XIII – TROVOADAS


Trovoada é o termo que identifica
tempestades locais produzidas por nuvens
cumulonimbus. Os fenômenos associadas a
ela constituem um dos maiores perigos para a
aviação. Durante uma trovoada podem  Maturidade, madureza ou chuva:
ocorrer fortes ventos, granizo, relâmpagos, fase onde as trovoadas apresentam o seu
turbulência, tornados, formação de gelo e desenvolvimento máximo. Os topos se tornam
fortes precipitações. achatados porque elas param de crescer. As
A única regra de voo que é válida para massas de Cirrus começam a se espalhar na
todos os níveis e todas as categorias de direção dos ventos predominantes, dando
aeronaves é aquela que aconselha evitar, se para quem as vê abaixo, um aspecto que
possível, o voo dentro de um Cb. Trata-se de lembra uma bigorna de ferreiro (Cb de
uma nuvem muito comum no céu, pois bigorna). As bases dianteiras se tornam mais
segundo estimativas ocorrem de 44.000 delas baixa e os relâmpagos começam a correr em
por dia em todo o globo terrestre. São toda a extensão das nuvens. No interior das
facilmente reconhecíveis pelo aspecto pesado nuvens a turbulência é intensa e irregular,
e ameaçador, com tonalidades que variam com equilíbrio entre correntes ascendentes e
desde o branco brilhante até o cinza quase descendentes. A precipitação é severa.
negro. Os seus topos são espalhados e
formados por massas de Cirrus. À noite são
iluminadas pelos relâmpagos freqüentes.
Para o surgimento de uma trovoada são
necessárias condições específicas de alta
umidade e forte instabilidade atmosférica.
Sendo satisfeitas, a trovoada que porventura

396

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

ascendentes e descendentes, podem produzir


consideráveis alterações na altitude das
aeronaves.
 Chuva intensa: uma trovoada contém
quantidade considerável de água no estado
líquido. Quando ocorre a precipitação ela é
geralmente forte podendo gerar alagamentos,
teto baixo e restrição de visibilidade.
 Granizo: que é formado por pedras de
gelo atiradas em todas as direções. Ocorre
 Dissipação: nesta fase o aspecto em pontos localizados de uma trovoada. Pode
físico é parecido com o da fase de ser identificado durante o dia pela coloração
Maturidade, com exceção das expansões verde que comunica á área da nuvem onde
laterais exageradas, que começam a se está ocorrendo.
espalhar para os lados em camadas. A nuvem  Relâmpagos: que são as grandes
se torna uma grande área de correntes descargas elétricas que ocorrem em todos os
descendentes. pontos de uma trovoada. Os relâmpagos
verticais normalmente predominam na parte
dianteira de uma trovoada, ao passo que as
horizontais predominam na parte traseira.
 Formação de gelo: é o congelamento
de água sobre a aeronave, afetando sua
aerodinâmica e sustentação. Será visto em
detalhes no próximo capítulo.

CAPÍTULO XIV – GELO


A formação de gelo em aeronaves é um
Como já foi antecipado, uma trovoada pode dos principais problemas para a aviação. Ela
dar origem a fenômenos extremamente afeta a aeronave tanto interna quanto
perigosos para a navegação aérea, externamente. Internamente, o gelo se forma
influenciado pousos, decolagens e voos em no tubo de Pitot, nos carburadores e nas
rota. Ao decidir cruzar uma região afetada por tomadas de ar, reduzindo a circulação do ar
uma tormenta, o piloto deve estar consciente para os instrumentos e motores.
de que aquela ação é imperiosa ou que não Externamente, a acumulação de gelo ocorre
lhe resta alternativa. Os fenômenos mais nas superfícies expostas da aeronave,
comuns são: aumentando o seu peso e a sua resistência
 Ventos de rajada: a dispersão ao avanço. Quando ocorre nas partes móveis,
horizontal das correntes descendentes sob a como rotor e hélices, afeta o controle da
trovoada ocasiona uma rápida mudança na aeronave, produzindo fortes vibrações.
direção e na velocidade do vento. Podendo Embora, hoje, a maioria das aeronaves
chegar a 100kt são perigosos tanto em voo tenha suficientes reservas de potência para
quanto em solo, inclusive no que diz respeito voar com uma carga pesada de gelo, essa
às instalações do aeroporto. formação na estrutura da aeronave é, ainda,
um sério problema, uma vez que resulta em
 Turbulência: provocada pela um grande aumento do consumo de
combinação de intensas correntes
397

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

combustível, diminuindo sua autonomia, e, aeronave as gotículas congelam-se


ainda, pode afetar o motor resultando em instantaneamente, alterando o perfil
perda de potência. aerodinâmico.
Para o surgimento deste tipo de fenômeno,
 Misto: é o resultado combinação dos
são necessárias duas condições básicas:
dois tipos anteriores;
 Temperatura da fuselagem da
Ocorre um tipo de gelo no céu aberto que é
aeronave inferior a 0°C;
na verdade, um tipo de geada, cuja formação
 Presença de água em estado líquido é devida ao jato de aeronaves que voam
abaixo de ponto de congelamento: a água durante muito tempo em temperaturas
na atmosfera nem sempre se congela a 0°C. baixíssimas terem sua fuselagem super –
As gotículas chegam a atingir temperaturas resfriada; ao descerem para pouso encontram
de -10°C, podendo excepcionalmente atingir uma camada de ar úmido que produz
até -40°C. Quanto menores são as gotículas, sublimação do vapor d’água em sua
mais baixas temperaturas elas podem superfície.
suportar antes de congelarem, dada a Os efeitos da formação de gelo nas
característica física da Tensão Superficial ser aeronaves em relação às suas partes mais
proporcionalmente maior quanto menor for a sensíveis são:
gotícula.
 Gelo hélice: altera o perfil
Em geral, significativa formação de gelo em aerodinâmico das pás e reduz a tração
aeronaves raramente ocorre em nuvens cuja efetiva, acarretando redução da velocidade
temperatura seja inferior a -20°C, em virtude indicada. Ocorre vibração associada, devido
de serem formadas quase que ao desequilíbrio entre as pás.
exclusivamente por cristais de gelo.
 Gelo no rotor de helicópteros: reduz a
O tipo de gelo que se forma numa aeronave
sustentação, ao mesmo tempo em que
depende, basicamente, do tamanho das
acarreta vibrações críticas.
gotículas d’ água existentes nas nuvens e da
temperatura ambiente. Cada tipo de formação  Gelo nos reatores: reduz a entrada de
e suas características são vistas a seguir: ar e acarreta aumentando na temperatura da
exaustão, porque a mistura se torna cada vez
 Gelo Claro ou Cristal: é o tipo mais
mais rica.
perigoso, por ser pesado e aderente. É
cristalino e se forma devido as grandes gotas  Gelo nos carburadores convencionais:
de água. É comum ás nuvens Cumuliformes forma-se na passagem de ar através da
com temperaturas entre 0 e -10°C. É “borboleta”, devido ao efeito de Venturi que
extremamente difícil de ser eliminado, pois acarreta resfriamento médio de 15 graus
devido ao tamanho maior das gotículas, sua Celsius no ar. A evaporação da gasolina tira,
formação é mais lenta permitindo por sua vez, 3 graus Celsius do sistema, o
acomodação do corpo líquido antes da que faz com que o voo em ar a 18 graus
solidificação total. Celsius positivos, passe a sofrer problema de
gelo no carburador. Para combater esta
 Gelo Amorfo, Opaco ou Escarcha: é
formação,usa-se ar quente do próprio motor e
mais leve, menos aderente e de aspecto
nas proximidades longas com motor reduzido,
leitoso. Exige gotas de água menores para se
dar pequenas rajadas no motor, para acionar
formar. Ocorre em nuvens Estratiformes entre
a borboleta e desprender pedaços de gelo
0° e -10°C e em nuvens Cumuliformes com
que estejam se formando.
temperaturas entre -10°C e -20°C. Devido ao
menor tamanho, ao chocarem-se com a

398

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

399

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

Dê o significado das seguintes siglas:

TCU:__________________________________________________________________

CB:___________________________________________________________________

CU:___________________________________________________________________

CI:____________________________________________________________________

CC:___________________________________________________________________

CS:___________________________________________________________________

AC:___________________________________________________________________

AS:___________________________________________________________________

NS:___________________________________________________________________

ST:___________________________________________________________________

SC:___________________________________________________________________

NVO:_________________________________________________________________

NVS:__________________________________________________________________

NVU:__________________________________________________________________

PO:___________________________________________________________________

QNE:_________________________________________________________________

VFR:__________________________________________________________________

IFR___________________________________________________________________

400

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

Exercícios

CAPÍTULO I
1. Dos ramos da meteorologia abaixo aquele que pertence à meteorologia pura é:
a) agrícola b) industrial c) hidrológica d) climatológica
2. A fase da informação meteorológica que constitui a verificação visual e
instrumental das condições meteorológica denomina-se:
a) observação b) coleta c) análise d) exposição
3. Das alternativas abaixo, a que não pertence ao ramo da meteorologia aplicada é:
a) marítima b) agrícola c) industrial d) sinótica
4. Meteorologia é a ciência que estuda os fenômenos que ocorrem na:
a) litosfera b) atmosfera terrestre c) água d) mesosfera

CAPÍTULO II
5. A latitude compreendida entre o trópico e o círculo polar denomina-se:
a) ártica b) temperada c) tropical d) equatorial
6. Os dois instantes do ano em que o Sol incide exatamente sobre a linha do
Equador denominam-se:
a) solstícios b) eclípticas c) equinócios d) latitudes
7. Com a Terra na posição dos equinócios temos:
a) primavera ou outono b) verão no H.S c)inverno no H.S d) afélio
8. O movimento que a Terra faz em torno de seu próprio eixo, responsável pelos dias
e noites chama-se:
a) rotação b) translação c) revolução d) eclíptica

CAPÍTULO III
9. A absorção de radiação perigosa à vida tem início na camada:
a) exosfera b) ionosfera c) tropopausa d) estratosfera
10. A Troposfera, camada mais baixa da atmosfera se estende, sobre o equador, até
cerca de:
a) 60 km. b) 500 km. c) 7 a 9 km. d) 17 a 19 km.
11. Em que camada da atmosfera ocorre a maioria dos fenômenos meteorológicos?

a) Exosfera b) Ionosfera. c) Tropopausa. d) Troposfera.


12. A camada da atmosfera onde se verifica a isotermia é a:
a) Exosfera b) Ionosfera c) Troposfera d) Tropopausa.

401

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

13. Em condições normais, a temperatura na troposfera:


a) Aumenta com a altitude.
b) Diminui com a altitude
c) Mantém-se constante com a altitude.
d) Diminui até certa altitude, depois aumenta.
14. A porcentagem de O2 e N2 na atmosfera é respectivamente:
a) 21, 78 b) 78, 21 c) 31, 68 d) 68, 31

CAPÍTULO IV
15. Durante o dia a temperatura do solo aumenta pelo processo de:
a) radiação solar b) convecção c) radiação terrestre d) advecção
16. O processo de transferência de calor a distância, sem contato entre os corpos, é:
a) radiação b) advecção c) convecção d) condução
17. Advecção é:
a) transporte de calor pelas correntes de ar;
b) transporte vertical de calor na atmosfera;
c) transporte de calor molécula a molécula;
d) transporte horizontal de calor na atmosfera.
18. Quando a temperatura aumenta com a altitude temos:
a) inversão térmica b) isotermia c) saturação d) gradiente negativo

CAPÍTULO V
19. Quando a atmosfera possui 1% de vapor d’ água, a umidade relativa é:
a) 25% b) 50% c) 75% d) 100%
20. Quanto mais próximos estiverem os valores da Temperatura do Ar e Temperatura
do Ponto de Orvalho temos:
a) ar mais seco b) ar mais úmido c) menor umidade d) menor precipitação
21. A passagem do vapor d’ água diretamente para o estado sólido é:
a) fusão b) congelação c) sublimação d) condensação
22. Qual das alternativas abaixo apresenta fenômenos que precipitam.
a) Geada, neve, granizo
b) Chuva, chuvisco, neve
c) Orvalho, chuva, nevoeiro
d) Geada, orvalho, chuvisco

CAPÍTULO VI
23. Cavado é um sistema de pressão:
a) alta e aberto b) baixa e fechado c) alta e fechado d) baixa e aberto

24. O instrumento que registra a pressão atmosférica é:


a) higrotermógrafo b) barógrafo c) termógrafo d) anemógrafo

402

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

25. Com relação à temperatura a pressão é:


a) invariável
b) inversamente proporcional
c) constante
d) diretamente proporcional
26. Os elementos meteorológicos que sempre diminuem com o aumento da altitude
são:
a) Temperatura e umidade
b) Pressão e temperatura
c) Umidade e densidade
d) Pressão e densidade

CAPÍTULO VII
27. A distância vertical que separa uma aeronave no nível do mar é:
a) altura b) elevação c) altitude d) nível
28. Considerando o Gradiente Térmico Padrão, se a temperatura à superfície for de
22°C, quanto seria a temperatura à 5000 pés?
a) 10°C b) 12°C c) 08°C d) 32°C
29. Considerando o Gradiente Bárico Padrão, se a pressão ao nível do mar for de
1020hPa, quanto seria a pressão a 6000 pés?
a) 200hPa b) 1220hPa c) 820hPa d) 720hPa
30. A temperatura padrão (ISA) ao nível do mar equivale a:
a) 10º C b) 12º C c) 15º C d) 25º C

CAPÍTULO VIII
31. A camada de fricção estende-se da superfície até a altura de:
a) 100m b) 200m c) 600m d) 2000m
32. O vento é considerado de rajada quando a velocidade máxima excede a
velocidade média em:
a) 5kt ou mais b) 8kt ou mais c) 10kt ou mais d) 15kt ou mais
33. O efeito de coriolis é consequência do (a):
a) afastamento da Terra
b) precipitação da Terra
c) inclinação da Terra
d) rotação da Terra

34. Os ventos sopram de uma:


a) alta pressão para alta pressão
b) alta pressão para baixa pressão
c) baixa pressão para alta pressão
d) baixa pressão para baixa pressão

403

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

CAPÍTULO IX
35. Camada de nuvem com base no estágio médio, com bastante precipitação,
sem turbulência e com grande espessura:
a) Cs b) Ns c) Sc d) St
36.Nuvem associada ao fenômeno do Halo é:
a) As b) Ci c) Cs d) Cc
35. Das nuvens abaixo, aquela cuja constituição física é exclusivamente de cristais de
gelo:
a) Ci b) As c) Ac d) CB
36. São nuvens estratiformes:
a) Ns, Cs, Cc, Ac
b) Ci, Cc, Ac, Sc
c) As, Ns, Cc, Cu
d) Ns, St, As, Cs

CAPÍTULO X
37. Quando a atmosfera está com coloração avermelhada e a umidade relativa é de
70%, o fenômeno que restringe a visibilidade é:
a) Chuvisco b) Nevoeiro c) Névoa-úmida d) Névoa-seca
38. Quando da ocorrência de um nevoeiro poderemos ter:
a) Visibilidade de 1200m
b) Ar seco
c) Temperatura do ar igual a temperatura do ponto de orvalho
d) Umidade relativa de 80%

CAPÍTULO XI
39. A turbulência dinâmica provocada pelo deslocamento de massas de ar é:
a) frontal b) convectiva c) windshear d) CAT
40. A turbulência causada pela corrente de jato é:
a) orográfica b) de superfície c) em ar claro d) térmica
41. A turbulência é classificada como leve quando uma aeronave sofre aceleração
vertical:
a) Menor que 0,2 g b) Menor que 0,5 g c) Menor que 0,6 g d) Menor que 0,8 g

CAPÍTULO XII
42. Com a aproximação de uma frente fria temos a seguinte característica:
a) A temperatura do ar diminui
b) A pressão diminui
c) A primeira nuvem que surge é o Altocumulus
d) Formação de nuvens estratiformes
404

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

43. Uma frente quente no Hemisfério Sul tem o seguinte deslocamento:


a)SW – NE b) NW – SE c) NE – SW d) SE – NW

CAPÍTULO XIII
44. As fases de uma trovoada são na ordem:
a) Cumulus, desenvolvimento, dissipação
b) Cumulus, maturidade, cumulonimbus
c) Cumulus, cumulonimbus, dissipação
d) Cumulus, maturidade, dissipação
45. Dos fenômenos abaixo indique aquele relacionado com uma trovoada.
a) Anticiclone b) Névoa-seca c) Brisa marítima d) Vento de rajada
46. Na fase de cumulus uma trovoada pode possuir a seguinte característica:
a) Predominância de correntes ascendentes
b) Fortes pancadas de chuva
c) Equilíbrio entre correntes ascendentes e descendentes
d) Início dos primeiros relâmpagos

CAPÍTULO XIV
47. Gelo misto é a combinação de:
a) geada e gelo opaco
b) gelo claro e cristal
c) gelo opaco e amorfo
d) gelo claro e escarcha
48. A formação de gelo possível ocorrer em Altostratus com temperatura de -9°C é:
a) Geada b) escarcha c) gelo claro d) gelo branco
49. Uma característica da formação do gelo claro é:
a) As gotículas são maiores
b) O congelamento é instantâneo
c) Típico de nuvens estratiformes
d) Desprende-se com facilidade

405

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br
METEOROLOGIA

406

CEAB – Centro Educacional da Aviação do Brasil


Rua Arthur de Azevedo, 132/140 – Pinheiros – SP - Tel: 11 - 3081-4949
e-mail: ceab@ceabbrasil.com.br - www.ceabbrasil.com.br

Você também pode gostar